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Hidrocefalia: Causas, Sintomas e Tratamentos

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VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C 
Hidrocefalia 
Introdução 
 HIDROCEFALIA: acúmulo de líquido cefalorraquidiano no encéfalo. 
 Prevalência: 1-1,5%, 0,9-1,8/1000 nascimentos. 
 LCR: produzido 80% pelos plexos coroides nos ventrículos e em menor quantidade no espaço intersticial e células 
ependimárias, com volume total no adulto de 150ml. 
 No adulto, é produzido diariamente 450 ml e absorvido principalmente nas granulações aracnoides (ficam na face 
interna). 
 
 Hidrocefalia obstrutiva  acúmulo do líquido por obstrução na circulação do líquor, não sai pelos forames e não 
chega nas granulações para ser absorvido. 
 Hidrocefalia comunicante  não tem obstrução, mas tem problemas na absorção. 
 
 Conteúdo do líquor: 
- 0 - 5 linfócitos / mm³; 
- Sem hemácias ou polimorfonucleados; 
- Glicose 60 mg/dL (~ 60% da glicemia plasmática) – glicorraquia 2/3 do valor da glicemia; 
- Proteínas 30 mg/dL; 
Obs.: Medida do líquor lombar pode apresentar proteína um pouco maior do que o líquor ventricular. 
 
Causas de hidrocefalia 
 A hidrocefalia ocorre ou por déficit na absorção ou circulação do líquor, ou mais raramente, por aumento na 
produção: 
- Hidrocefalia obstrutiva: obstrução proximal, mais frequente no aqueduto cerebral ou 4º ventrículo. 
- Hidrocefalia comunicante: déficit de reabsorção pelas granulações aracnoideas. 
- Hiperprodução: tumores do plexo coroide (raro). 
 
Etiologias específicas: 
 Congênitas: 
- Malformação de Chiari 2 / mielomeningocele. 
- Malformação de Chiari 1. 
- Estenose do aqueduto cerebral. 
- Malformação de Dandy-Walker. 
 
 Adquiridas: 
- Infecciosa: pós meningite (bacteriana, tuberculose), neurocisticercose  Infecção = processo inflamatório = 
obstrução das granulações aracnoides. 
- Pós hemorrágica  Hemorragia = obstrução das granulações aracnoides. 
- Tumores. 
 
VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C 
 
 RNM 1 Ventrículo aumentado pelo acúmulo de líquido e Mielomeningocele: deficiência de ácido fólico que leva ao 
defeito de fechamento do tubo neural. 
 RNM 2  Herniação do cerebelo pelo forame magno (transição entre o bulbo e a medula espinal), empurrando o 
tronco cerebral para frente e bloqueando a circulação do líquor, gerando a hidrocefalia. 
 
 
Mega cisterna magna 
 
 
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Quadro clínico 
 Depende da idade e do tempo de evolução  crianças pequenas tem fontanelas e suturas ainda não fechadas, tendo 
a capacidade de expandir a caixa craniana (gerando aumento do PC; pediatra irá encaminhar para o neuro), 
irritabilidade e rigidez de fontanela. 
 
 Crianças maiores e adultos: sintomas de HIC, papiledema, alteração de marcha. 
 
 Recém nascidos e crianças menores: 
- Aumento do perímetro cefálico; 
- Irritabilidade; 
- Atraso no desenvolvimento neuropsicomotor; 
- Fontanela abaulada; 
- Disjunção de suturas cranianas; 
- Varizes cefálicas; 
- Sinal do sol poente: síndrome de Parinaud (déficit do olhar conjugado vertical); 
- Paresia VI nervo craniano. 
 
 
Diagnóstico 
 RX: disjunção de suturas, sinal da prata batida. 
 
 
 TC. 
 RM: permite também analisar etiologias e estudo de fluxo liquórico, analisar a melhor forma de tratar. 
 
 
 
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Critérios diagnósticos: 
 Aumento dos cornos temporais. 
 Balonamento do 3º ventrículo. 
 Índice frontal > 0,5. 
 Índice de Evans: frontal / biparietal > 0,3. 
 Afilamento do corpo caloso. 
 Alteração transependimária. 
 
 
Hidrocefalia obstruitiva (4º ventrículo está pequeno) 
 
 
 
 
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Hidrocefalia Crônica do Adulto 
 Só aparece no idoso  forma tratável de demência. 
 
 
Tratamento 
 Cateter de derivação ventricular  Peritoneal (supra-hepática e infradiafragmática dá menos bridas), Atrial ou 
Pleural (gera muita dor). 
- Amplamente disponível. 
- Tratamento de escolha na maioria dos casos, principalmente nas hidrocefalias comunicantes. 
 
 
 
- Complicações: infecção, hiper ou hipodrenagem, obstrução  Até 33% de formação de hematomas subdurais com 
uso de válvulas não programáveis. 
 
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 Endoscopia 
- Melhora sintomática em 87% e até 99% com duas cirurgias. 
- Melhor resultado do que quando já realizou DVP prévia (78%)  89% x 71% (Woodworth et al.) e 83% x 67% 
(Jenkinson et al.). 
- Em casos de DVP prévia disfuncionante e sem infecção, a válvula pode ser deixada sem intercorrências e com menor 
risco do que retirar ou ligar o cateter. 
- Grande problema da endoscopia: não é todo lugar que tem endoscópio cerebral e não é todo neuro-cirurgião que 
tem o treinamento para usá-lo. Por isso que no Brasil ainda é muito frequente o uso de válvula.

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