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Hidrocefalia Hidrocefalia é o acúmulo de líquor dentro dos ventrículos com uma pressão inapropriada (hipertensão intracraniana). No Brasil, em 2018, foram quase 3 mil novos casos de hidrocefalia congênita. ETIOLOGIAS NA INFÂNCIA Congênitas · Espinha bífida: mais comum MMC. · Malformações cerebrais. · TORCHES. · Tumores. Adquiridas · Prematuridade. · Infecciosa (pós-meningite). · Tumoral. · Pós-traumática. Obstrutivas: estenose do aqueduto cerebral, tumores cistos. Tratamento pode ser endoscópico Comunicantes: dilatação de todos os ventrículos. Geralmente o tratamento é com DVP. DIAGNÓSTICO Técnica de transiluminação (hidranencefalia). Hoje é raro a criança chegar em uma hidranencefalia. Hidranencefalia: ausência de parênquima cerebral. DIAGNÓSTICO LACTENTE: · Macrocrania, fontanela anterior cheia e tensa, veias cefálicas dilatadas, diástase das suturas. · Dificuldade de alimentação. · Irritabilidade. · Sonolência. · Vômitos. · Síndrome de Parinaud: paciente não consegue olhar para cima, sempre olhando para baixo. Acontece pelo acometimento dos colículos inferiores ou joelho da cápsula interna. · Sinal de Collier: retração das pálpebras. Fenômeno ocular do sol poente (Parinaud + Collier). Um pouco de estrabismo convergente (paralisia do abducente no olho esquerdo). Indica estágio mais avançado. Macrocrania + olhar do sol poente CRIANÇA MAIOR: clínica de hipertensão intracraniana. Cefaleia, atraso escolar, letargia, distúrbios comportamentais, alteração do nível de consciência.. · Problemas visuais. · Papiledema. DIAGNÓSTICO ANTENATAL: USG e RNM. VENTRÍCULOS NORMAIS Criança Idoso Para saber se há hidrocefalia: ver os sulcos. ÍNDICE DE EVANS: A/B > 0,3 é indicativo de hidrocefalia, mas não faz diagnóstico. A: maior medida dos ventrículos laterais. B: maior medida da convexidade no mesmo corte. Na altura do forame de Monro. LÍQUOR O líquor é produzido principalmente pelo plexo coroide. Estruturas subaracnoides, meninges e raízes dorsais também contribuem para a formação do líquor. A aquaporina-4 é um facilitador da comunicação entre os espaços subaracnoides e os espaços periventriculares. Circulação do líquor Forame de Monroe. Forame de Monro: é o forame entre os ventrículos laterais e o III ventrículo. Forame de Luschka: aberturas laterais. Forame de Magendie; abertura media para espaço subaracnóideo. Quando o líquor chega no IV ventrículo, ele deve ser distribuído para a medula e para o encéfalo, respectivamente pelo forame de Magendie e pelo de Luschka. Ventrículos laterais (são 2 Cs, por isso vemos o começo e a cauda, com o III ventrículo no meio), forame de Monro e III ventrículo. Como ocorre hidrocefalia? Dificuldade na absorção das granulações aracnóideas ou obstrução do caminho. TIPOS DE HIDROCEFALIA · Obstrutiva/não comunicante. Pode ser para sair dos laterais para ir para o III, ou do III para o IV ou para ir do IV para o espaço subaracnóideo. · Comunicante/absortiva: problema na absorção pelas granulações aracnóideas. Todos os ventrículos estão alargados. Comunicante porque não existe problema na comunicação entre os ventrículos. Produção em excesso = muito rara, por papiloma de plexo coróide. TRATAMENTO Quando indicar cirurgia? Quando os sintomas tiverem correlação com a clínica. Remoção da obstrução (tumor). Desviar ➜Terceiro ventriculostomia endoscópica. Derivação externa. Derivação interna: ventriculoperitoneal (sempre a preferência); ventrículo-atrial, pleura, seio sagital superior, bexiga, ureter, lombar e subgaleal. Drenagem ventricular externa: utilizada na hemorragia intraventricular e na meningite com hidrocefalia. Hidrocefalia de pressão normal Coexistência de ventriculomegalia, com aumento do líquor, porém sem aumento da pressão. A existência de ventrículos alargados resulta em uma neutralização relativa dos aumentos pressóricos. Pode ser dividida em duas categorias: secundária e idiopática. A secundária pode ocorrer após hemorragia subaracnóidea, hemorragia intraventricular por traumas ou ruptura de aneurismas. A idiopática ocorre principalmente entre a 6ª e a 8ª década de vida. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Tríade: apraxia de marcha, incontinência urinária e demência. Os sinais e sintomas se desenvolvem de forma insidiosa e bilateralmente. Geralmente, a apraxia de marcha aparece antes da demência e da incontinência urinária. Alteração de marcha · Marcha lenta, de base alargada, passos curtos com os pés arrastados no chão. · Dificuldade de virar-se e iniciar os primeiros passos. · Dificuldade em subir escadas, levantar de uma cadeira. · Não há fraqueza motora. · Quedas frequentes. · O balanço dos braços é preservado, um diferencial da marcha parkinsoniana. Não se sabe muito bem a origem da alteração de marcha, mas acredita-se que os ventrículos dilatados possam comprimir as fibras dos neurônios motores superiores que passam pela porção medial da corona radiata. A dilatação ventricular também comprime o lóbulo paracentral, responsável pelo controle de esfíncter e dos MMII. Alterações cognitivas · Geralmente é a segunda manifestação da HPN. · Progressivo déficit das funções das áreas subcortical e frontal, manifestado como retardo psicomotor, diminuição da atenção e concentração, disfunção executiva e visuoespacial e alteração de memória. · A função executiva é danificada precocemente. · Apraxia, agnosia e afasia são raras. · Podem estar presentes distúrbios de comportamento, como depressão, mania, agressividade, distúrbio obsessivo-compulsivo e psicoses. MEEM: déficit para realizar cálculos, concentração, escrita de frases, copiar a intersecção de pentágonos. Incontinência urinária · Presente nos estágios avançados da doença. · Ocorre pela interrupção das vias neuronais periventriculares que se direcionam ao centro sacral da bexiga urinária, causando hiperatividade do músculo detrusor. Pode ocorrer também pelo distúrbio de marcha, que impede o paciente de chegar a tempo ao banheiro. DIAGNÓSTICO Presença de aumento ventricular (índice de Evans ≥ 0,3) é necessária, mas não estabelece o diagnóstico. Na clínica, distúrbio de marcha deve estar presente (pelo menos 2 presentes ➼ altura do passo diminuída, comprimento do passo diminuído, ritmo diminuído, base alargada, retropulsão, virar-se em bloco). Pelo menos uma área da cognição alterada. Pelo menos um sintoma urinário: incontinência, urgência, polaciúria (mais de 6 episódios em 12 horas) ou noctúria. LCR com pressão entre 105-190 mm H2O. TRATAMENTO Derivação liquórica é a medida mais utilizada: mais comumente da DVP. Terceira ventriculostomia endoscópica.
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