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Taise Terra @med_rabiscos Taise Terra @med_rabiscos ATELECTASIA • Colapso pulmonar • Expansão incompleta pulmonar ou colabamento de pulmão previamente inflado ® pode ser generalizado ou só uma parte • Vai impedir o pulmão de inflar, reduzindo a oxigenação e predispondo a infecções pulmonares • Geralmente é reversível ® exceto atelectasia por contração • A irrigação do pulmão ocorre pelas artérias brônquicas e por difusão, então em caso de atelectasia, dependendo da gravidade e localização, pode comprometer a função respiratória Tipos de atelectasia • Por compressão • Por absorção / obstrução • Por deficiência de surfactante • Por contração ® irreversível Por compressão • Fator extrínseco • Por compressão externa ao parênquima pulmonar previamente inflado, comprometendo a cavidade torácica • Essa compressão vai ser feita por algo na caixa torácica ocupando o espaço do pulmão, e por conta disso o pulmão não expande nesse lugar • Pode ser por: o Derrames pleurais (líquidos): acúmulo de líquidos na cavidade pleural por causa de mau bombeamento do coração ou por causa de uma inflamação. Vai ter como sintoma: tosse, dor aguda no peito ou falta de ar o Hemotórax (sangue): acúmulo de sangue entre a parede torácica e os pulmões (entre lâminas pleurais) por diversos fatores: ferimentos contusos ou cirurgias, que incluem abertura da parede, e grandes traumas de tórax o Empiema pleural (pus): piotórax ou pleurite purulenta; acumula pus na cavidade pleural. Geralmente por infecção no pulmão (pneumonia) o Pneumotórax (ar): ar na cavidade pleural, levando ao colapso parcial ou total do pulmão ® dificuldade respiratória e dor torácica (emergência). Espontâneo ou por pneumopatia subjacente, trauma ou procedimentos médicos • A atelectasia por compressão pode ainda ser extratorácica (cavidade abdominal): elevação do diafragma por afecções variadas (ascite, tumores e massas abdominais, etc) • Aspectos radiológicos: onde tiver líquido vai aparecer branco na imagem Por absorção / obstrução • Ocorre uma obstrução brônquica completa • Por isso, o ar pode ser reabsorvido pelo organismo, deixando o pulmão menos inflado • Pode ocorrer obstrução por: o Tumores (neoplasias malignas e benignas) o Corpo estranho (milho, feijão, amendoim, comumente aspirados na faixa pediátrica; materiais sintéticos) o Secreções espessas (acúmulo dessas secreções forma “rolhas”, que vão obstruir brônquios ou bronquíolos) ® covid o Linfonodos hilares muito aumentados (linfoma cresce e comprime o brônquio) • O ar que fica contido nos espaços aéreos, por causa da obstrução, é reabsorvido, e o parênquima sofre colapso ® o pulmão fecha Por contração • Ocorrem lesões fibróticas pulmonares locais ou difusas que impedem a expansão do órgão • Fibrose no parênquima ® vai ter perda da elasticidade ® tem espaço, mas o pulmão não vai expandir • Pode ser causada por: o Pneumonias intersticiais idiopáticas (fibrose pulmonar idiopática) o Pneumoconioses o Asbestoses (amianto): fibrose pulmonar crônica e irreversível • Atelectasia por contração é irreversível, mais grave Taise Terra @med_rabiscos Taise Terra @med_rabiscos Taise Terra @med_rabiscos Por surfactante • O surfactante diminui a tensão superficial dos alvéolos • A deficiência pode acontecer em recém nascidos (síndrome da membrana hialina) ou em adultos (SDRA / SARA / dano alveolar difuso) ® produção de membrana hialina EDEMA PULMONAR • Provoca sensação de “afogamento”; agonia respiratória • É o acúmulo patológico de líquido no espaço extravascular pulmonar (interstício e interior dos alvéolos) • Pode resultar de: o Distúrbios hemodinâmicos (cardiogênicos) o Aumento da permeabilidade vascular (não cardiogênico) Forças de Starling • Responsáveis pelo movimento de fluido entre os compartimentos • Pressão hidrostática: exercida pelos líquidos; tende a expulsar o líquido de seu compartimento • Pressão oncótica: atrai água para o compartimento • A resultante determina se o líquido irá entrar ou sair • A pressão hidrostática tende a diminuir da trama arterial em direção a venosa; enquanto que a oncótica tende a aumentar nesse sentido • Do lado arteriolar: favorece a filtração; saída do capilar para o interstício • Do lado venoso: favorece a reabsorção; sai do interstício e entra no capilar • O que permanece no interstício é drenado para os vasos linfáticos ® ducto torácico ® veia cava Edema pulmonar cardiogênico • Mecanismo mais comum • Decorre de um aumento da pressão hidrostática capilar em qualquer situação que, aguda ou cronicamente, há aumento da pressão nos capilares pulmonares • Desequilíbrio entre o débito cardíaco das câmaras direitas e a capacidade de propulsão da massa sanguínea pela câmara esquerda • O mecanismo compensatório é a drenagem linfática (compensar o aumento do fluido) ® possui limite; quando ocorre de forma aguda é pior, porque o sistema linfático não está preparado pra esse aumento súbito de volume • O líquido tende a acumular nos lobos inferiores, podendo, com a piora, ocupar outras partes também • O paciente não consegue ficar deitado (porque deitado o líquido espalha) • Condições relacionadas (causas): o Infarto agudo do miocárdio – morte por hipóxia o Insuficiência cardíaca descompensada (falência do VE) o Estenose mitral (fibrose/estenose da válvula – diminui o espaço que possui para o sangue passar do átrio para o VE) o Insuficiência mitral (ocorre um refluxo do sangue que iria para o corpo, que retorna então para o átrio) o Estenose aórtica (menor espaço na aorta para a passagem de sangue) o Hipertrofia ventricular esquerda (insuficiência diastólica) o Arritmias com instabilidade hemodinâmica (caso a contração cardíaca não seja efetiva, ocorre acúmulo de sangue) • A formação do edema pulmonar depende de dois fatores principais: o Quantidade de fluxo extravasado o Capacidade de adaptação do sistema de drenagem linfática • Edema alveolar grave: aumento da pressão dos capilares em curto intervalo de tempo (agudo) • Morfologia: mais acentuado nos lobos inferiores; nos casos mais graves, na traqueia e nos brônquios encontra-se líquido espumoso • Histologia: capilares dilatados, espaços alveolares preenchidos por líquido eosinofílico, pode haver áreas de micro hemorragias recentes e antigas. ® na lâmina, o edema aparece rosinha onde era pra ser branco, porque ocupa o lugar do ar • Quadro clínico: tosse seca ou com expectoração rósea (espumosa); taquidispneia de gravidade variável; ortopneia (dispneia quando deitado); pode apresentar triagem intercostal (esforço respiratório visível); sinais de hipoxemia grave (fadiga muscular respiratória, sonolência, queda rápida da frequência respiratória, agitação psicomotora, desorientação) • Exames complementares: radiografia de tórax ® condensação alveolar (hipotransparência de aspecto algodonoso). Se houver aumento da pressão no átrio direito, podem surgir as linhas B de Kerley (linhas horizontais na periferia do pulmão que se estendem até a superfície pleural) Taise Terra @med_rabiscos Taise Terra @med_rabiscos Edema pulmonar não-cardiogênico • Decorre da lesão aos capilares pulmonares, que aumentam a sua permeabilidade sem que haja necessidade de aumento da pressão hidrostática • O endotélio vascular que é o alvo da agressão • O edema pode ficar restrito somente ao interstício alveolar, mas em casos mais graves também pode ocupar o espaço alveolar • Pode ser localizado (como em uma pneumonia lobar) ou generalizado (como no dano alveolar difuso) • A clínica vai variar de acordo com a causa base Edema pulmonar neurogênico • Surge quando há aumento rápido da pressão intracraniana por lesão encefálica • As características são as mesmas do edema por aumento da permeabilidade vascular ® extravasamento de fluido com alto teor proteico • Acredita-se que o edema decorra de grande descarga adrenérgica que ocorreem situações de aumento rápido da pressão intracraniana ® causa aumento abrupto da pressão hidrostática nos capilares pulmonares e provável ruptura da barreira alveolocapilar por estresse mecânico EMBOLIA PULMONAR • Êmbolos: partículas sólidas, líquidas ou gasosas trafegando no território arterial (pulmonar) impactam-se em algum segmento do leito vascular pulmonar, caracterizando o quadro de embolia pulmonar® êmbolo é um trombo que se soltou • Embolia pulmonar pode ser de origem trombótica (tromboembolia), gordurosa ou gasosa • A repercussão pode ser variável, de acordo com a intensidade e grau de obstrução • Diagnóstico clínico nem sempre é preciso, o número de casos assintomáticos é grande e as taxas de autópsias são baixas Tromboembolia pulmonar (TEP) • Nos pulmões, obstrução arterial é de origem embólica ® trombose pulmonar in situ é rara, ocorre principalmente em pacientes com hipertensão pulmonar • Fonte mais comum de êmbolos: cerca de 80% ® TVP de membros inferiores o Menos frequentemente, a origem é do coração direito (endocardite infecciosa, arritmias cardíacas, doença de Chagas) ou em cateteres venosos centrais • Pode cursar com aumento da pressão pulmonar, sobrecarga ventricular direita e infarto pulmonar • Pode cursar com cor pulmonale agudo ® forma de insuficiência cardíaca onde há diminuição da capacidade de funcionamento das câmaras direitas do coração, por doença pulmonar • Os trombos venosos se formam quase sempre no contexto de fatores predisponentes, na maioria dos casos, sendo identificados componentes da tríade de Virchow: o Hipercoagulabilidade: deficiência de moléculas anticoagulantes, por exemplo o Fluxo sanguíneo anormal (turbulência ou estase): fluxo laminar interrompido, desequilibra fatores de coagulação, maior ativação de componentes celulares do endotélio, predispõe ocorrência de trombos o Lesão endotelial: promove exposição da matriz extracelular subendotelial, permitindo adesão e ativação plaquetárias, favorecendo formação trombótica pela liberação de grânulos e alterações em sua forma • Grupo de risco: imobilização prolongada, cirurgia recente, trauma, neoplasias malignas, síndrome do anticorpo antifosfolipídico, trombofilias, pacientes acamados... ® embolia pulmonar pode ser também por: o Bolhas de gás no sangue (manipulação inadequada de equipos venosos; variação abrupta da pressão atmosférica – mergulhadores / barotrauma) o Corpos estranhos (usuários de drogas injetáveis) o Partícula de gordura (traumatismo em local com muito tecido adiposo ou medula óssea gordurosa) o Líquido amniótico (pós trabalho de parto prolongado) o Células neoplásicas ® infiltrando vaso INFARTO PULMONAR • Episódio embólico em um ramo da artéria pulmonar pode resultar em isquemia no território pulmonar irrigado o O fato do pulmão ter dupla circulação (brônquica e arterial) confere proteção ao órgão o A oclusão de um pequeno ramo da artéria pulmonar não tem, em geral, maiores consequências para o parênquima pulmonar • Nos casos em que a circulação brônquica está acometida, como em pacientes com débito cardíaco reduzido, com cogestão pulmonar por dificuldades de retorno venoso ou doenças cardiopulmonares prévias, o risco de infarto pulmonar é maior • Na prática, apenas uma pequena porcentagem de embolias (10%) resulta em infarto pulmonar • Esses infartos são quase sempre hemorrágicos (por causa da dupla circulação do órgão) Taise Terra @med_rabiscos Taise Terra @med_rabiscos • Aspectos morfológicos: localizam principalmente nos lobos inferiores, mais de 50% dos casos são múltiplos, tem forma de cone ou cunha, com base na pleura e ápice voltado para o vaso obstruído; tem coloração avermelhada e são bem delimitados • Microscopicamente: necrose do parênquima pulmonar (estruturas fantasmas de alvéolos, vasos e brônquios, misturados com sangue). Na periferia do infarto, há intensa hemorragia alveolar e congestão capilar • Evolução: infarto ® abcesso (quando causado por êmbolo séptico – endocardite infecciosa da valva tricúspide; ou quando há infecção secundária da área necrosada) o Resolução – tempo: processo de reparação fibrosa ® substituição por cicatriz conjuntiva acinzentada; em geral, pequena, passa despercebida ao exame macroscópico tradicional.
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