Buscar

Suicídio: Definição, Comportamentos e Sinais de Alerta

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

SUICÍDIO
Definição
O suicídio é definido como a atitude individual de exterminar a própria vida, sendo complexo, multifacetado e de múltiplas determinações, que pode afetar indivíduos de diferentes origens, classes sociais, idades, orientações sexuais e identidades de gênero. A palavra ‘suicídio” é originada no latim, derivada da junção das expressões sui (si mesmo) e caederes (ação de matar). 
O suicídio é considerado pelo Ministério da Saúde como um problema de saúde pública, sendo que todos os anos, cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio no mundo, equivalendo uma morte a cada 40 segundos, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde). 
O escritor e sociólogo francês Emile Durkheim, em 1897, diferencia 3 tipos de suicídio através do livro O Suicídio:
· Suicídio egoísta: É um ato que se reveste de individualismo extremado. É o tipo de suicídio que predomina nas sociedades modernas e é geralmente praticado por aqueles indivíduos que não estão devidamente integrados à sociedade e geralmente se encontram isolados dos grupos sociais (família, amigos, comunidade, por exemplo). 
· Suicídio altruísta: É um ato em que o indivíduo está tomado pela obediência e força coercitiva do coletivo, seja ele um grupo social restrito ao qual pertence ou mesmo a sociedade como um todo. Um exemplo típico de suicídio altruísta é o caso dos soldados japoneses que lutaram na Segunda Guerra Mundial e que ficaram conhecidos como camicases. 
Ao lançarem as aeronaves em que pilotavam sobre os inimigos provocando sua própria morte, os camicases japoneses morriam em honra ao imperador, considerado por eles uma divindade. A variante contemporânea do suicídio altruísta são os atos terroristas praticados por fanáticos religiosos e extremistas políticos. 
· Suicídio anômico: Representa mais propriamente uma mudança abrupta na taxa normal de suicídio, geralmente marcado por uma vertiginosa ascensão do número de suicídios que ocorrem em períodos de crises sociais (o desemprego, por exemplo) ou processos de transformações sociais (como a modernização).
Comportamentos suicidas 
O comportamento suicida inclui o seguinte:
· Suicídio consumado: Um ato intencional de autoagressão que resulta em morte.
· Tentativa de suicídio: Um ato de autoagressão cuja intenção é a morte, que acaba não ocorrendo. Uma tentativa de suicídio pode ou não resultar em lesão.
A escolha do método normalmente é influenciada por fatores culturais e por disponibilidade, em que alguns métodos (por exemplo, saltar de um edifício alto) implicam que seja praticamente impossível sobreviver, ao passo que outros métodos (como a superdosagem de medicamentos) deixam em aberto a possibilidade de socorro. Contudo, mesmo que uma pessoa utilize um método que não seja fatal, a intenção pode ter sido tão séria quanto a de uma pessoa que utilizou um método fatal.
Mais frequentemente, as tentativas de suicídio envolvem superdosagem de medicamentos e autoenvenenamento, enquanto os suicídios consumados envolvem o uso de armas de fogo, enforcamento, envenenamento, pular de grande altura e cortar-se. 
A automutilação não suicida é um ato de autoagressão que não tem o intuito de resultar em morte. Tais atos incluem a realização de arranhões nos braços, queimar a si mesmo com um cigarro e tomar uma dose excessiva de vitaminas. A automutilação não suicida pode ser uma maneira de reduzir a tensão ou pode ser um pedido de ajuda por parte de pessoas que ainda têm vontade de viver. Esses atos não devem ser menosprezados.
Para o indivíduo, não se trata da busca pela morte, mas da interrupção do padrão de sofrimento quando a “dor” se configurar intolerável. 
Sinais de alerta
O suicídio pode ocorrer por uma ação positiva (executando um ato contra si), ou negativa (abstendo-se daquilo que é necessário para a manutenção da vida), sendo que os sinais de alerta descritos abaixo não devem ser considerados isoladamente. Não há uma “receita” para detectar seguramente quando uma pessoa está vivenciando uma crise suicida, nem se tem algum tipo de tendência suicida. Entretanto, um indivíduo em sofrimento pode dar certos sinais, que devem chamar a atenção de seus familiares e amigos próximos, sobretudo se muitos desses sinais se manifestam ao mesmo tempo.
· Aparecimento ou agravamento de problemas de conduta durante pelo menos duas semanas: Essas manifestações não devem ser interpretadas como ameaças nem como chantagens emocionais, mas sim como avisos de alerta para um risco real. Ex.: Bullying, ir mal nas provas da escola, sofrimento no trabalho, diminuição ou ausência de autocuidado, conflitos familiares, perda de um ente querido, etc.
· Preocupação com sua própria morte ou falta de esperança: As pessoas sob risco de suicídio costumam falar sobre morte e suicídio mais do que o comum, confessam se sentir sem esperanças, culpadas, com falta de autoestima e têm visão negativa de sua vida e futuro. Essas ideias podem estar expressas de forma escrita, verbal ou por meio de desenhos
· Expressão de ideias ou de intenções suicidas: Atenção para os comentários abaixo. Pode parecer óbvio, mas muitas vezes são ignorados:
"Vou desaparecer.”
“Vou deixar vocês em paz.”
“Eu queria poder dormir e nunca mais acordar.”
“É inútil tentar fazer algo para mudar, eu só quero me matar.”
· Isolamento: As pessoas com pensamentos suicidas podem se isolar, não atendendo a telefonemas, interagindo menos nas redes sociais, ficando em casa ou fechadas em seus quartos, reduzindo ou cancelando todas as atividades sociais, principalmente aquelas que costumavam e gostavam de fazer.
· Falta de interesse por atividades gerais
· Descuido com medicações contínuas;
· Desinteresse em se cuidar;
· Falta de projetos de médio e longo prazo;
· Humor apático e diminuição da interação com pessoas próximas;
· Inapetência
Contudo, é importante ressaltar que não se trata de uma relação causal, mas sim de fatores que se apresentam como sinais de alerta, que se forem reconhecidos previamente, as chances de preveni-los se tornam maiores.
Fatores de risco
Quanto aos fatores de risco, o psiquiatra explica que o suicídio é multifatorial, não sendo decorrente de uma única razão. 
· Distúrbios psíquicos: A presença de quadros psicopatológicos se caracteriza como o principal fator de risco, muitas vezes não diagnosticada, frequentemente não tratada ou não tratada de forma adequada. Os transtornos psiquiátricos mais comuns incluem transtorno bipolar, ansiedade, alcoolismo e abuso/dependência de outras drogas, transtornos de personalidade, esquizofrenia e, o mais comum, a depressão. 
A depressão está envolvida em mais de 50% das tentativas de suicídio e em uma porcentagem ainda maior de suicídios consumados. A depressão pode ocorrer do nada, ser desencadeada por uma perda recente ou outro evento angustiante, ou resultar de uma combinação de fatores. Problemas conjugais, prisão ou problemas com a lei recentes, uma relação amorosa infeliz ou que terminou, desentendimentos com os pais, bullying (entre adolescentes), alcoolismo ou a perda recente de um ente querido (sobretudo em idosos) podem desencadear uma tentativa de suicídio por pessoas com depressão. 
Pessoas com múltiplas comorbidades psiquiátricas têm um risco aumentado, ou seja, quanto mais diagnósticos, maior o risco. 
· Tentativa prévia de suicídio: Pessoas que tentaram suicídio previamente têm de cinco a seis vezes mais chances de tentar suicídio novamente. Estima-se que 50% daqueles que se suicidaram já haviam tentado previamente. 
· Idade: O suicídio representa a segunda causa de monte entre jovens de 15 a 24 anos, segundo a OMS em 2019. Os comportamentos suicidas entre jovens e adolescentes envolvem motivações complexas, incluindo humor depressivo, abuso de substâncias, problemas emocionais, familiares e sociais, história familiar de transtorno psiquiátrico, rejeição familiar, negligência, além de abuso físico e sexual na infância. O suicídio também é elevado entre os idosos, devido a fatores como: perda de parentes, sobretudo do cônjuge; solidão; existência de enfermidades degenerativas e 19 dolorosas;sensação de estar dando muito trabalho à família e ser um peso morto para os outros. 
· Gênero: O suicídio consumado ocorre três vezes mais em homens do que em mulheres, e, inversamente, as tentativas de suicídio são, em média, três vezes mais frequentes entre as mulheres. Os papéis masculinos tendem a estar associados a maiores níveis de força, independência e comportamentos de risco, impedindo os homens de procurar ajuda para os sentimentos suicidas e depressivos. As mulheres se suicidam menos pois se engajam mais facilmente do que os homens em atividades domésticas e comunitárias, o que lhes confere um sentido de participação até o final da vida. 
Existem diferenças entre os sexos em relação à letalidade do comportamento suicida. As mulheres escolhem métodos menos invasivos, como envenenamento, realizando com mais frequência a tentativa de suicídio. Os homens preferem métodos mais letais e que evidenciem sua virilidade, como armas de fogo e enforcamento, cometendo mais suicídio consumado. 
· Doenças clínicas não psiquiátricas: As taxas de suicídio são maiores em pacientes com câncer; HIV; doenças neurológicas, como esclerose múltipla, doença de Parkinson, doença de Huntington e epilepsia; doenças cardiovasculares, como infarto agudo do miocárdio e acidente vascular encefálico; doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC); além de doenças reumatológicas, como o lúpus eritematoso sistêmico. Os sintomas não responsivos ao tratamento e os primeiros meses após o diagnóstico também constituem situações de risco, sendo necessário rastrear sintomas depressivos e comportamento suicida nesses pacientes, especialmente diante de problemas de adesão ao tratamento. 
· Traumas de infância: Maus tratos, abuso físico e sexual, pais divorciados, transtorno psiquiátrico familiar, entre outros fatores, podem aumentar o risco de suicídio. 
· História familiar e genética: O risco de suicídio aumenta entre aqueles com história familiar de suicídio ou de tentativa de suicídio. Estudos de genética epidemiológica mostram que há componentes genéticos, assim como ambientais envolvidos como situação econômica, inclinação ao pessimismo e desesperança, uso abusivo de drogas e álcool, doenças graves ou incapacitantes. 
· Fatores sociais: O sociólogo Emile Durkheim assinalou, no século XIX, um conceito de laço social que ainda hoje nos é muito útil. Quanto maiores os laços sociais em uma determinada comunidade, menores seriam as taxas de mortalidade por suicídio. Este conceito sociológico pode ser transposto para o nível individual: quanto menos laços sociais tem um indivíduo, maior o risco de suicídio. Portanto as taxas de suicídio são elevadas em grupos vulneráveis que sofrem discriminação e isolamento social, como refugiados e migrantes; indígenas; lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e intersexuais (LGBTI); e pessoas privadas de liberdade. Países com baixo ou médio desenvolvimento econômico têm maior índice entre jovens, que podem ficar muito angustiados quanto ao seu futuro.
Diante de uma pessoa sob risco de suicídio, o que se deve fazer?
· Encontre um momento apropriado e um lugar calmo para falar sobre suicídio com essa pessoa. Deixe-a saber que você está lá para ouvir, ouça-a com a mente aberta e ofereça seu apoio.
· Incentive a pessoa a procurar ajuda de profissionais de serviços de saúde, de saúde mental, de emergência ou apoio em algum serviço público. Ofereça-se para acompanhá-la a um atendimento.
· Se você acha que essa pessoa está em perigo imediato, não a deixe sozinha. Procure ajuda de profissionais de serviços de saúde, de emergência e entre em contato com alguém de confiança, indicado pela própria pessoa
· Se a pessoa com quem você está preocupado(a) vive com você, assegure-se de que ele(a) não tenha acesso a meios para provocar a própria morte (por exemplo, pesticidas, armas de fogo ou medicamentos) em casa.
· Fique em contato para acompanhar como a pessoa está passando e o que está fazendo.
Onde buscar ajuda para prevenir o suicídio?
1. CAPS e Unidades Básicas de Saúde (Saúde da família, Postos e Centros de Saúde).
2. UPA 24H, SAMU 192, Proto Socorro; Hospitais
3. Centro de Valorização da Vida – 188 
O CVV – Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, e-mail e chat 24 horas todos os dias.
A ligação para o CVV em parceria com o SUS, por meio do número 188, são gratuitas a partir de qualquer linha telefônica fixa ou celular. Também é possível acessar www.cvv.org.br.

Continue navegando