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URGÊNCIAS, EMERGÊNCIAS CLÍNICAS E SAÚDE MENTAL

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MATERIAL DIDÁTICO 
 
URGÊNCIAS, EMERGÊNCIAS 
CLÍNICAS E SAÚDE MENTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
U N I V E R S I DA D E
CANDIDO MENDES
 
CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA 
PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010 
 
Impressão 
e 
Editoração 
 
0800 283 8380 
 
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SUMÁRIO 
 
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ................................................................................. 03 
 
UNIDADE 2 – ENFERMAGEM EM SITUAÇÕES DE URGÊNCIA E 
EMERGÊNCIA NA CLÍNICA .................................................................................. 04 
2.1 Situações de emergência e urgência ................................................................ 04 
2.2 As implicações psicossociais do cuidado .......................................................... 05 
2.3 O controle da infecção....................................................................................... 05 
 
UNIDADE 3 – REANIMAÇÃO E MONITORAÇÃO ................................................. 08 
3.1 Reanimação ...................................................................................................... 08 
3.2 Ventilação mecânica ......................................................................................... 09 
3.3 Monitoração hemodinâmica, da pressão intracraniana e cardíaca contínua ..... 10 
3.4 Manejo da dor ................................................................................................... 12 
 
UNIDADE 4 – EMERGÊNCIAS CARDIOVASCULARES ....................................... 21 
4.1 Angina e Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) ....................................................... 21 
4.2 Diagnosticando o enfarto................................................................................... 23 
4.3 Hipertensão Arterial (HAS) ................................................................................ 25 
4.4 Edema Agudo de Pulmão (EAP) ....................................................................... 27 
 
UNIDADE 5 – AGRAVOS RENAIS ........................................................................ 29 
 
UNIDADE 6 – OUTROS DISTÚRBIOS ................................................................... 35 
6.1 Glicêmicos ......................................................................................................... 35 
6.2 Hidroeletrolítico ................................................................................................. 39 
6.3 Crise Tireotóxica ............................................................................................... 45 
6.4 Convulsões ........................................................................................................ 47 
6.5 Coma ................................................................................................................. 50 
6.6 Arritmia cardíaca na urgência ............................................................................ 53 
 
UNIDADE 7 – ATENÇÃO AO PACIENTE CRÍTICO/GRAVEMENTE 
ENFERMO – FOCO NA FAIXA ETÁRIA INFANTIL ............................................... 56 
 
UNIDADE 8 – SAÚDE MENTAL ............................................................................. 61 
8.1 Transtornos mentais e estresse ........................................................................ 62 
8.2 As portas de urgência e emergências para saúde mental ................................ 64 
8.3. Intervenção em crise ........................................................................................ 66 
8.3.1 Pacientes com tentativa e ideação suicida ..................................................... 66 
8.3.2 Pacientes com transtornos psicóticos ............................................................ 68 
8.3.3 Pacientes com agitação psicomotora e agressividade ................................... 69 
8.3.4 Pacientes com intoxicação e abstinência por álcool e outras drogas 
psicoativas............................................................................................................... 70 
8.3.5 Pacientes com quadro de confusão mental .................................................... 72 
8.3.6 Pacientes com transtornos de ansiedade....................................................... 73 
 
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 75 
 3 
 
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UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO 
 
Até o momento do curso introduzimos conceitos básicos de anatomia e 
fisiologia humana, base de sustentação para o trabalho em urgência e emergência; 
contextualizamos esse setor no âmbito do SUS; situamos também o atendimento 
pré-hospitalar que envolve o suporte básico de vida (SBV) e o suporte avançado de 
vida, bem como o transporte com foco no aerotransporte e claro, acolhimento e 
classificação de risco atendendo à Política Nacional de Humanização. 
Veremos neste módulo, situações de emergências, cuidados intensivos, as 
implicações psicossociais do cuidado, o suporte nutricional e o controle de infecção 
na primeira unidade. Na sequência, reanimação e monitoração; emergências 
cardiovasculares; emergências respiratórias e outros distúrbios. 
Um momento especial foi dedicado para pacientes críticos e/gravemente 
enfermos. Por fim, veremos alguns dos vários transtornos mentais que chegam às 
portas das urgências e emergências, igualmente esses pacientes precisam ser 
vistos em sua integralidade, ou seja, o profissional da enfermagem não pode vê-lo 
somente como um ser biológico e atender suas necessidades físicas. Paes (2009) 
nos lembra que o cuidado de enfermagem deve estar focado no relacionamento 
interpessoal, a fim de formar o vínculo profissional-paciente para intervir na situação 
manifestada. 
Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmica tenha como 
premissa ser científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um 
pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados 
cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar, 
deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores, 
incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma 
redação original e tendo em vista o caráter didático da obra, não serão expressas 
opiniões pessoais. Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, 
encontram-se outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas, mas que, 
de todo modo, podem servir para sanar lacunas que por ventura venham a surgir ao 
longo dos estudos. 
 
 
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UNIDADE 2 – ENFERMAGEM EM SITUAÇÕES DE 
URGÊNCIA E EMERGÊNCIA NA CLÍNICA 
 
 
2.1 Situações de emergência e urgência 
A enfermagem em situações de emergência aborda as respostas humanas a 
qualquer traumatismo ou condição súbitaque requer intervenções que vão do 
cuidado primário até a implementação das medidas de suporte à vida. 
O atendimento em situações de emergência é prestado em qualquer local a 
pessoas de todas as idades com alterações reais ou percebidas na saúde, embora 
inicialmente os clientes podem não ter um diagnóstico clínico. Quando confirmado, é 
feita a triagem, momento que requer o julgamento rápido e efetivo de dados 
objetivos e subjetivos para se determinar o tipo de prioridade. 
As situações de emergência são um risco potencial à vida; incluem 
condições como angústia ou parada respiratória, parada cardíaca, dor torácica 
intensa, convulsões, hemorragia, traumatismo grave que resulta em tórax aberto ou 
feridas abdominais, choque, envenenamentos, superdosagem de fármacos e de 
drogas, temperatura acima de 40°C, parto de emergência e complicações no parto. 
Situações de urgência são sérias, mas não põem em risco a vida. O 
tratamento deve ser implementado tão logo seja possível. Incluem condições, tais 
como dor torácica sem angústia respiratória, fraturas de grande porte, queimaduras, 
nível. 
Cabe ao profissional da enfermagem seguir as diretrizes, lembrando as 
implicações éticas do atendimento ao cliente em emergência, que envolvem os 
aspectos culturais e religiosos (os quais muitas vezes limitam as opções de 
tratamento); alocar os recursos para cuidados de emergência que podem limitar a 
admissões ou promover altas precoces da unidade. 
Em última análise, a enfermagem em cuidados intensivos e a enfermagem 
em emergência, em parceria com a equipe multiprofissional, têm um objetivo comum 
de restabelecer a estabilidade hemodinâmica do cliente criticamente doente 
(HUDDLESTON; FERGUSON, 2006). 
 
 
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.2.2 As implicações psicossociais do cuidado 
Os clientes na unidade de emergência ou na UTI experimentam problemas 
psicossociais por medo, depressão, impotência, privação do sono ou ansiedade. 
Comumente apresentam dificuldade de expressar seus medos, sua ansiedade ou 
sua dor; tal dificuldade agrava sua condição já comprometida e tanto eles quanto 
suas famílias sofrem o impacto dos ambientes de cuidados intensivos e da 
emergência. 
Cabe à enfermagem, dentre outras atribuições, focando os aspectos 
psicossociais, dar respostas ao cliente e família, promover sua segurança, 
privacidade, autonomia, autoidentidade; saber lidar com os sintomas, desconforto e 
limitações da doença ou lesão; administrar o estresse dos tratamentos e da 
hospitalização; desenvolver e manter relações com os membros da equipe de 
saúde; manter um autoconceito positivo e um senso de capacidade; lidar com os 
sentimentos evocados pelo processo de adoecimento ou tratamento; manter 
relações com a família e com pessoas significativas, apesar das mudanças nos 
papéis; preparar para um futuro incerto. 
Durante a doença grave ou nas situações de emergência, muitos clientes 
buscam a esperança e espiritualidade e outras maneiras de criar novas percepções 
para suas vidas, nesse sentido, a necessidade universal das famílias que enfrentam 
o adoecimento do familiar é a esperança; a comunicação efetiva entre o cliente, a 
família e a enfermeira é essencial e pode ajudar a reduzir a ansiedade, identificar 
necessidades de saúde, esclarecer conceitos errados e desenvolver uma relação de 
ajuda. Lembre-se que a resposta emocional, juntamente com o aumento da resposta 
do sistema nervoso simpático, aumentam o consumo de oxigênio do miocárdio; 
portanto, deve-se estar atento a essa resposta para reduzir a possibilidade de dano 
tecidual resultante de hipóxia. 
 
2.3 O controle da infecção 
Os clientes criticamente doentes, comumente são imunocomprometidos e/ou 
debilitados. Associado a isso, os clientes muito jovens e os clientes idosos estão em 
risco maior para infecção. 
 
 
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A lavagem das mãos é a primeira medida para se evitar a disseminação da 
infecção. A terapia profilática com antibióticos e o uso abusivo de antibióticos no 
meio hospitalar contribuíram para o desenvolvimento de microrganismos resistentes. 
Técnicas assépticas, a identificação correta dos microrganismos patogênicos e 
terapia medicamentosa específica são elementos cruciais para se evitar e tratar a 
disseminação da infecção (HUDDLESTON, FERGUSON, 2006). 
No Brasil, a Lei federal 6.431, de 6/1/1997, instituiu a obrigatoriedade da 
existência da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e de um 
Programa de Controle de Infecção Hospitalar (PCIH). A Portaria nº 2.616/98 de 
12/5/1998 do Ministério da Saúde fornece as diretrizes para o controle de infecções 
nosocomiais. Cabe aos profissionais: identificar o cliente que está em risco; evitar a 
disseminação da infecção; tratar a infecção identificada. 
Como possíveis diagnósticos de enfermagem para um cliente que apresenta 
infecção, temos a perfusão tecidual alterada; isolamento social e déficit de 
conhecimento. 
São estratégias para o controle de infecções: 
1. Monitorar os resultados dos estudos diagnósticos para identificar a fonte 
da infecção. 
2. Administrar fármacos, segundo prescrição. 
3. Implementar as Medidas de Precauções recomendadas; calçar luvas 
sempre que houver probabilidade de a pele ou a membrana mucosa entrar em 
contato com sangue ou outros líquidos corporais; vestir avental protetor ou máscara, 
se necessário. 
4. Lavar as mãos, usando fricção vigorosa, sob água corrente com sabão 
por um mínimo de 10 s; esta é a primeira medida de prevenção de transmissão da 
infecção. 
5. Implementar rigorosamente os protocolos para inserção de cateter e estar 
atenta para eliminar o risco de sepse relacionada com a manipulação do cateter. 
6. Minimizar os riscos de infecção fazendo com que a equipe de saúde 
agregue às diretrizes estabelecidas. 
 
 
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7. Cuidar dos locais de infecção de maneira apropriada, como por exemplo: 
os curativos devem ser trocados tão frequentemente quanto necessário para manter 
o local limpo e seco; registrar sempre a evolução da ferida; evitar a contaminação 
cruzada dos locais, cobrindo-se cada área com um curativo separadamente. Cada 
curativo deve ser realizado individualmente. 
8. Evitar transmissão de infecção seguindo as recomendações de medidas 
de precaução para controle de infecção e isolamento. 
9. Conscientizar-se de que a imunização ativa contra hepatite B (vacinação) 
é recomendada para o profissional em cuidados de saúde que tem contato direto 
com pessoas já infectadas e cujo risco de infecção com hepatite B é alto. 
10. Implementar medidas de precaução relacionadas com os clientes que 
têm diagnóstico de infecção, se possível, separando-os de outros clientes na 
unidade de cuidados intensivos para evitar contaminação cruzada (HUDDLESTON; 
FERGUSON, 2006). 
 
 
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UNIDADE 3 – REANIMAÇÃO E MONITORAÇÃO 
 
3.1 Reanimação 
A reanimação cardiopulmonar é indicada para parada cardíaca 
desencadeada por qualquer evento. A American Heart Association define o suporte 
básico de vida em cardiologia (SBVC) como retorno darespiração, desobstrução da 
via respiratória e compressões rítmicas torácicas. O suporte avançado de vida é 
definido como o SBVC mais terapias adjuvantes para sustentar a circulação e a 
ventilação; essas terapias podem incluir administração de líquidos e fármacos IV, 
desfibrilação e monitoramento cardíaco e intubação orotraqueal para suporte das 
vias respiratórias. 
O COFEN, em resolução nº 300/2005, dispõe sobre a atuação do 
profissional de enfermagem no atendimento pré-hospitalar e inter-hospitalar. 
A RCP é indicada nos casos de parada cardíaca, entendida quando o 
coração para de bater (assístole) ou quando contrações são inadequadas para 
manter o débito cardíaco, como na taquicardia ventricular ou na fibrilação. A parada 
cardíaca pode ser desencadeada por infarto do miocárdio (mais comum), 
insuficiência cardíaca, choque, desequilíbrio eletrolítico grave, desequilíbrio ácido-
básico, afogamento, descarga elétrica, superdosagem de fármacos ou de drogas 
(HUDDLESTON; FERGUSON, 2006). 
A desfibrilação precoce é hoje considerada um fator crítico e decisivo na 
sobrevida das vítimas de parada cardíaca súbita. Isto se deve aos seguintes fatos: 
 a fibrilação ventricular é o ritmo de parada mais frequente nas paradas 
cardíacas súbitas; 
 o tratamento da fibrilação ventricular é a desfibrilação; 
 o tempo é fundamental. Para cada minuto transcorrido entre o colapso e a 
desfibrilação as taxas de sobrevida nas vítimas em FV são reduzidas em 7 a 
10%. 
 a fibrilação ventricular pode evoluir para a assistolia em poucos minutos. 
 
 
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O DAE é um aparelho portátil, computadorizado, que pode ser operado por 
todos que tenham recebido treinamento específico. Seu principal objetivo é o 
tratamento da fibrilação ventricular e da taquicardia ventricular sem pulso. 
O DAE avalia o ritmo cardíaco da vítima para determinar se está presente 
um ritmo “chocável” (fibrilação ventricular e taquicardia ventricular sem pulso) e por 
meio de comandos de voz guia e orienta o operador nas ações a serem executadas, 
bem como fornece o choque, se esse for indicado. 
É recomendável que se utilize o DAE para todas as faixas etárias. Para 
lactentes prefira desfibrilador manual e em caso de não existência deste prefira um 
DAE equipado com atenuador de carga pediátrico e com pás pediátricas. Se 
nenhum destes estiver disponível, use um DAE sem atenuador de carga pediátrico e 
as pás de adultos. Lembre-se: você pode usar pás de adultos e carga de adulto em 
crianças, mas não pode usar pás pediátricas e carga de crianças em adultos 
(FORTES et al., 2010. 
 
3.2 Ventilação mecânica 
A ventilação mecânica controla ou sustenta a respiração artificialmente. 
Os respiradores funcionam criando alterações de pressão que fazem o ar 
mover-se para dentro e para fora dos pulmões. 
Critérios diagnósticos específicos ajudam a identificar os clientes que 
requerem ventilação mecânica. Uma variedade de tipos de respiradores, modos de 
ventilação e auxílios de ventilação estão disponíveis para atender às necessidades 
individuais do cliente para suporte ventilatório. Os respiradores com pressão positiva 
ciclados a volume, o tipo mais comumente utilizado em clientes adultos, distribuem 
um volume específico de ar a cada ventilação ciclada. As técnicas de desmame 
enfocam o aumento gradualmente crescente do uso pelo cliente dos músculos 
respiratórios e a certificação de que ele pode respirar sem assistência antes de a 
ventilação mecânica ser retirada. 
Dentre os tipos de respiradores temos: 
 
 
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 pressão negativa – exerce pressão negativa no tórax externo (pulmão de aço 
ou couraça); não requer intubação; raramente é utilizado nos dias de hoje; 
 ciclado à pressão com pressão positiva – exerce pressão positiva na via 
respiratória; uma pressão predeterminada encerra a inspiração e pode proibir 
a distribuição de volume corrente; 
 com pressão positiva ciclada a tempo – exerce pressão positiva na via 
respiratória; distribui um volume de gás durante tempo predeterminado; 
 com pressão positiva ciclada a volume – exerce pressão positiva na via 
respiratória; distribui um volume predeterminado de gás e possibilita que 
sejam estabelecidos limites para a pressão e o tempo; é o tipo de respirador 
mais comumente utilizado; 
 ventilação com pressão positiva – exerce pressão positiva na via respiratória; 
distribui volumes pequenos de gás a frequências muito altas. 
 
3.3 Monitoração hemodinâmica, de pressão intracraniana e cardíaca contínua 
A monitoração hemodinâmica é uma técnica invasiva utilizada para medir 
pressões e valores dentro do coração, dos pulmões e do sistema circulatório. As 
leituras das pressões obtidas durante a monitoração hemodinâmica são comparadas 
com os valores basais do cliente, bem como com os valores normais. Realizada em 
unidades de cuidados intensivos e de emergência, a monitoração hemodinâmica 
requer da enfermeira treinamento específico (HUDDLESTON. FERGUSON, 2006). 
Durante a monitoração hemodinâmica, um cateter preenchido com líquido é 
inserido dentro da artéria ou de uma das câmaras cardíacas; o cateter preenchido 
com líquido transmite as leituras de pressão para o transdutor, que converte as 
leituras de pressão em um sinal elétrico representado pelas formas de onda em um 
monitor ao lado do leito. 
Um médico ou enfermeira lê as formas de onda hemodinâmicas no monitor 
ao lado do leito e compara os achados com os valores normais e com os valores 
basais dos clientes. 
 
 
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As informações obtidas a partir da monitoração hemodinâmica auxiliam a 
avaliação da função e do desempenho do sistema circulatório do cliente. 
A pressão arterial pode ser medida indiretamente com o manguito de 
pressão arterial e estetoscópio, ou com um dispositivo de medição de pressão 
arterial automático. A medição direta intra-arterial pode ser feita após a inserção de 
uma cânula em uma artéria e conectando-se a cânula a um dispositivo de 
monitoração de pressão. 
A pressão venosa central (PVC) é medida por um manômetro conectado a 
um cateter central ou por um transdutor conectado ao lúmen proximal de um cateter 
da artéria pulmonar; o cateter estará localizado na veia cava superior ou no átrio 
direito. A PVC é medida em milímetros de mercúrio (mmHg) ou centímetros de água 
(cm H2O); para converter de uma para a outra, usa-se esta equivalência: 1 mmHg 
iguala-se a 1,36 cm H2O. 
Deve-se utilizar um manômetro de água para avaliar a PVC (método mais 
comum) que envolve a medição da altura de uma coluna de água em um manômetro 
de plástico ou de vidro com uma válvula reguladora de três vias conectadas ao 
cateter central e presa ao equipo IV. 
A PVC representa a pressão de enchimento ou pré-carga do ventrículo 
direito ou a pressão diastólica ventricular direita final. 
A pressão arterial pulmonar (PAP) é medida por um cateter inserido na 
artéria pulmonar (AP), sendo o cateter inserido pelo médico. Tem como objetivo 
monitorar pressões intercardíacas diretas, fornecendo informações sobre a 
capacidade vascular, o volume sanguíneo, a efetividade da bomba e a perfusão 
tecidual. 
A assistência efetiva aos clientes submetidos à monitoração da pressão 
intracraniana (PIC), requer uma compreensão consistemda fisiologia do cérebro. 
Pelo fato do cérebro se encontrar em abóbada craniana, alterações no volume de 
um dos componentes (tecido cerebral, líquido cerebrospinal ou volume sanguíneo) 
provocam um aumento da pressão total a menos que uma mudança recíproca 
ocorra em outro componente. Métodos diferentes de monitoração da PIC incluem 
 
 
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monitoração intraventricular, monitoração com parafuso subaracnóide e monitoração 
epidural. Cada método tem vantagens e desvantagens. 
Por fim, sendo um componente básico da assistência de enfermagem em 
unidades intensivas e emergência, a monitoração cardíaca contínua possibilita a 
observação contínua da atividade elétrica do coração. As habilidades essenciais 
para a monitoração cardíaca contínua incluem colocação correta do eletrodo no 
cliente, com base na derivação de monitoração selecionada e a capacidade de 
reconhecer um ritmo sinusal e a forma de onda característica do ciclo cardíaco 
normal. O ritmo sinusal fornece o padrão para se identificarem todos os outros ritmos 
(HUDDLESTON; FERGUSON, 2006). 
 
3.4 Manejo da dor 
Sentir dor, além de ser um direito do paciente, deve ser manifestada, 
valorizada, monitorada e, evidentemente, cuidada pelos profissionais de saúde, de 
tal forma que o doente possa se sentir o mais confortável possível mesmo em 
situações adversas. Fortes (2010) chega a elaborar que: apesar de causar certo 
constrangimento, ignorar a dor e não tratá-la se configura em um ato iatrogênico. 
Para o adequado cuidado de enfermagem ao paciente com dor, é 
fundamental o conhecimento de sua fisiopatologia, sua classificação e as diversas 
possibilidades de tratamento. Antes disso, porém, é preciso saber, mesmo que 
rapidamente, como os conceitos de dor foram se formando histórica, social e 
culturalmente e fazer uma reflexão sobre seus próprios conceitos de dor. 
Nas sociedades antigas, a dor era vista como invasão do corpo por maus 
espíritos, sendo uma punição dos deuses. Na Grécia antiga, os filósofos diziam ser a 
dor uma paixão do espírito, uma emoção sentida no coração. 
Para o catolicismo e protestantismo, a dor também era vontade divina, 
considerada como evento do destino, associada à ideia de vingança. A dor foi 
considerada como sendo uma questão do espírito ou da alma durante mais de dois 
mil anos e talvez isto tenha retardado os estudos científicos sobre o assunto. Foi no 
século XVII que os fisiologistas começaram a estudar a dor e passaram a conceituá-
la como uma sensação. Devemos lembrar que sensação é o processo pelo qual um 
 
 
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estímulo externo ou interno provoca uma reação específica, produzindo uma 
percepção (FORTES et al., 2010). 
O conceito de dor como sensação perdurou até o século XX, quando muitas 
dúvidas relacionadas à neurologia, fisiologia e fisiopatologia da dor foram elucidadas 
e os aspectos psicológicos ou reativos da dor voltaram a ser considerados. Em 
1965, Melzack e Wall propuseram ser a dor uma sensação e uma emoção composta 
por fatores físicos, emocionais e cognitivos. Dessa forma, o modelo de dor proposto 
atualmente é o biopsicossocial, que considera a dor como um fenômeno 
multidimensional que inclui aspectos biológicos, cognitivos e socioculturais. 
Baseado neste modelo, a Associação Internacional para os Estudos da Dor 
(IASP), em 1986, propôs que a dor seja definida como sendo uma 
 
experiência sensorial e emocional desagradável associada à lesões 
teciduais reais ou potenciais ou descrita em termos de tais lesões. A dor é 
sempre subjetiva e cada indivíduo aprende a utilizar este termo através de 
suas experiências anteriores. 
 
Muitos de nós, ainda hoje, cuidamos de nossos pacientes baseados no 
modelo biomédico tradicional, que reconhece a presença de dor somente quando 
identifica uma lesão visível. A ausência ou limitação do tema dor nos currículos das 
escolas de formação em saúde leva os profissionais a manejá-la utilizando conceitos 
incompletos, ultrapassados, às vezes errôneos, adquiridos durante a educação 
familiar e educação básica, mantendo crenças inadequadas sobre dor e os métodos 
de controle e colaborando para a incompleta responsabilização dos profissionais na 
condução do tratamento (FORTES et al., 2010). 
No período pós-operatório, por exemplo, a dor pode ser tratada pelos 
profissionais como evento de menor importância. Muitos acham normal sentir dor 
após uma cirurgia, medicando o paciente somente em situação de dor intensa. 
Em oncologia, algumas barreiras parecem manter a dor e o sofrimento 
desses doentes, entre elas, o desconhecimento dos princípios do manejo da dor no 
câncer e da escada analgésica da Organização Mundial da Saúde (OMS), a 
aceitação da dor como fato que acompanha essa doença, a dificuldade em acreditar 
 
 
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na queixa de dor do doente e o sentimento de impotência diante da dor. A dor é uma 
das razões mais comuns de busca por cuidados médicos e se constitui em um 
problema socioeconômico de relevância. Há necessidade de ações de prevenção e 
intervenções terapêuticas nas questões de dor. 
A dor pode ser classificada em aguda e crônica, se considerarmos o tempo 
de duração. Esta diferenciação é muito importante para a definição do tratamento. 
A dor aguda tem a função biológica de alertar nosso organismo sobre a 
agressão; está relacionada a afecções traumáticas, infecciosas ou inflamatórias. 
Possui caráter transitório e sua duração relaciona-se à cura da doença ou lesão. A 
dor aguda, em geral, está relacionada a dano tecidual e como defesa há respostas 
neurovegetativas associadas. A dor aguda relacionada ao pós-operatório é de 
intensidade e complexidade variáveis, dependendo do procedimento que a originou. 
É leve e de tratamento mais fácil nas cirurgias ambulatoriais e apresenta 
maior intensidade nas cirurgias do abdome superior, tórax, lombotomias, cirurgias 
ortopédicas e pélvicas, necessitando de tratamento e intervenções mais complexas. 
Outro aspecto importante da dor aguda pós-operatória é a diminuição da 
expansibilidade pulmonar pelo aumento do tônus muscular e menor expansibilidade 
da caixa torácica, maior dificuldade para a ventilação profunda e eliminação de 
secreções do trato respiratório, podendo levar à atelectasias e infecções 
respiratórias, o que pode aumentar a morbidade e mortalidade neste período. 
No sistema digestório, pode causar lentificação da atividade intestinal e do 
esvaziamento gástrico, que predispõe à ocorrência de íleo paralítico, náuseas e 
vômitos. No sistema musculo-esquelético, pode levar à redução da movimentação e 
da deambulação precoce, o que favorece o aparecimento de trombose venosa 
profunda, principalmente em pacientes idosos e naqueles submetidos a cirurgias 
extensas. Além disso, a dor interrompe o sono, resultando em maior desgaste físico, 
fadiga e menor motivação para cooperar (FORTES et al., 2010). 
Dor crônica é a dor constante ou intermitente, que persiste além do tempo 
previsto para a cura de uma lesão ou que está associada a processos patológicos 
crônicos e não pode ser atribuída a uma lesão ou causa específica. Arbitrariamente, 
 
 
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costuma-se atribuir um período de seis meses para diferenciar entre dor aguda e 
crônica. 
A dor crônica não tem mais a função biológica de alerta; geralmente não há 
respostas neurovegetativas associadas. Em geral, é de difícil tratamento, as 
respostas emocionais associadas ao quadro são ansiedade e depressão, e 
frequentemente resulta em incapacidade. 
As incapacidades podem variar desde a redução de atividades físicas e 
relações interpessoais até a impossibilidade de desenvolver ações da vida diária 
como vestir-se, alimentar-se e realizar a própria higiene. 
A presença constante ou intermitente e a duração prolongada da dor 
crônica, em geral, são muito perturbadoras para quem a sente, associando-se à 
baixa autoestima, distorções cognitivas, apreciação desesperançada da vida, 
reações familiares conflituosas, prejuízo no trabalho e no lazer. 
A dor no paciente oncológico pode estar relacionada à doença em si – 
metástases ósseas, compressão nervosa, distensão de vísceras. Pode também ser 
decorrente dos procedimentos terapêuticos e diagnósticos, como operações, 
quimioterapia, radioterapia, supressão de drogas ou resultar de exames 
complementares e aquelas relacionadas a outras causas. A dor é menos frequente 
nas fases iniciais da doença; é observada em 20% a 50% dos doentes no momento 
do diagnóstico, chegando a 70% a 90% nos doentes com doença avançada. Para 
que a dor seja tratada adequadamente, é necessário que esta seja primeiramente 
identificada. 
Vários relatos na literatura mostram que a dor é subidentificada e subtratada 
e indicam que de 45% a 75% dos pacientes hospitalizados têm dor de moderada a 
intensa. Consideram que essa situação possa decorrer de profissionais 
despreparados no conhecimento da fisiopatologia e tratamento da dor e também 
devido à ausência de políticas institucionais que estabeleçam padrões e critérios 
adequados a sua avaliação e controle (FORTES et al., 2010). 
A Sociedade Americana de Dor e a Agência Americana de Pesquisa e 
Qualidade em Saúde Pública, em 1992, criaram a expressão “dor: o quinto sinal 
vital” numa tentativa de elevar a consciência dos profissionais de saúde para a 
 
 
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avaliação da dor, considerando que se esta for avaliada com o mesmo zelo e 
responsabilidade que os quatro sinais vitais têm melhor chance de ser tratada 
corretamente. Em verdade, as estratégias visam sensibilizar a equipe de saúde para 
o fato de que o controle da dor é nossa responsabilidade e um direito do doente. 
A estratégia utilizada pela Joint Commission divulgou a prática da avaliação 
sistematizada da dor em todos os pacientes e transformou o controle da dor num 
indicador de qualidade da assistência prestada. 
No Brasil, o Ministério da Saúde criou, no ano de 2002, um programa 
nacional de assistência ao doente com dor e determinou a necessidade de 
profissionais de enfermagem na equipe multiprofissional dos ambulatórios de dor. 
Percebemos que o gerenciamento da dor evoluiu para um indicador de 
qualidade da assistência prestada. Para alcançar esta nova proposta, é essencial 
que a equipe de enfermagem estabeleça seu papel, abandonando a atitude de “um 
convívio cotidiano e passivo com a dor do outro” e desenvolva ações que permitam 
tornar a dor visível nas instituições, possibilitando seu alívio adequado. 
Como forma de alcançar essa proposta, a equipe de enfermagem pode 
avaliar a presença de dor, administrar analgésicos prescritos, aplicar técnicas não 
farmacológicas, verificar o alívio obtido e a ocorrência de efeitos colaterais. Ainda 
como forma de cuidado, realiza ações educativas com pacientes e familiares 
preparando-os de modo apropriado para o autocuidado. 
As avaliações devem ser sequenciais, determinadas pela instabilidade do 
quadro álgico, duração dos analgésicos prescritos e a realização de procedimentos 
dolorosos e invasivos, como punções, fisioterapia, curativos, etc. Esses instrumentos 
podem ser de autorrelato, de observação do comportamento e de medidas das 
respostas biológicas à dor. Devem ser ajustados à idade do paciente e à sua 
capacidade de compreensão e verbalização. 
Os instrumentos ajudam o doente a comunicar sua dor e orientar o 
tratamento, facilitam a comunicação entre a equipe, contribuem para aproximar o 
profissional do paciente, além de não permitir que o julgamento do profissional sobre 
dor dependa apenas de sua experiência e habilidade. 
 
 
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Os doentes conscientes e comunicativos podem mensurar a intensidade da 
sua dor por meio da escala numérica de 0 a 10. Nesta escala, deve ser perguntado 
ao paciente quanto é a intensidade de sua dor, explicando que 0 significa sem dor e 
10 significa a pior dor possível. 
Para os doentes que não conseguem compreender a escala numérica, 
podem ser utilizada escalas de representação gráfica não numérica (de faces 
proposta por Wong–Backer, entre outros), a escala de descritores verbais ou a 
escala visual analógica. Nessa escala, o doente indica com um traço na linha de 10 
cm onde se encontra a sua dor; o profissional deve medir esta distância e considerar 
em centímetros o tamanho da dor do doente (FORTES et al., 2010). 
Para os que se encontram em coma, não responsivos, em sedação profunda 
ou com alterações cognitivas é importante considerar os equivalentes somáticos e 
fisiológicos da dor. Para isso, pode ser observada a expressão facial de sofrimento, 
resmungos, choro, agitação, movimentos de membros superiores, postura de 
proteção, ou seja, resistência à movimentação durante cuidados; esses sinais 
podem ser claros indicadores de dor. Observar também os sinais fisiológicos como 
taquicardia, hipertensão, taquipneia, desadaptação ao ventilador. Todos podem 
indicar a necessidade de administração ou aumento da dose de analgésicos. 
Os protocolos de avaliação devem conter também informações sobre a 
localização, qualidades, isto é, com que a dor se parece, por exemplo, pontada, 
fisgada, queimação, cólica; sobre as possíveis repercussões da dor sobre a função 
dos sistemas respiratório, cardiocirculatório, gastrointestinal, locomotor e psíquico; e 
também sobre a efetividade do tratamento. Os doentes devem ser avaliados em 
repouso, durante a movimentação no leito, à respiração profunda e tosse. 
Veja o quadro a seguir com exemplos de escalas que avaliam a intensidade 
da dor: 
 
 
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Fonte: Fortes et al. (2010, p. 111). 
 
Para o tratamento da dor é desejável intervenções múltiplas, de forma a 
interferir simultaneamente na geração do estímulo, nos processos de transmissão e 
de interpretação, assim como no sistema modulador da dor. Mas necessitamos 
também de políticas institucionais e de profissionais que possuam compromisso, 
responsabilidade, empatia e consideração com o sofrimento do outro. 
A orientação do doente e familiar é fundamental para a adesão ao 
tratamento. O médico é responsável pela prescrição de fármacos e o esquema 
medicamentoso adequado deve conter medicamentos em horário fixo e em 
esquema, se necessário. 
O esquema horário fixo é importante para manter concentrações séricas e 
prover melhor analgesia, além de evitar eventuais retardos entrea dor e o 
atendimento pela enfermagem; por sua vez, o esquema, se necessário, é importante 
para permitir o rápido alívio nos casos de piora do quadro. 
Após administrar o medicamento, é muito importante reavaliar se houve 
alívio total ou parcial, se a dor retorna antes do período previsto ou se o alívio se 
mantém até o horário das próximas medicações, sendo informações de extrema 
valia para o ajuste das doses dos analgésicos. 
 
 
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Durante a realização de um procedimento diagnóstico ou terapêutico, é 
necessário prever um possível evento doloroso para que se possam programar 
medidas visando minimizar ou prevenir a ocorrência de dor. 
Segundo Pimenta (1999), a palavra-chave no controle da dor é a vigilância, 
papel que deve ser desempenhado com primor pela equipe de enfermagem, 
“profissionais da vigilância”, pois são eles que mais acompanham o paciente durante 
o seu processo de doença. 
Métodos como o uso do calor e frio superficiais, as massagens de conforto e 
os alongamentos suaves aliviam a dor, pois ativam o sistema modulador de dor. O 
calor e a massagem diminuem a isquemia por melhorar a irrigação local, a aplicação 
de frio diminui o edema e eleva o limiar à dor e todos resultam em relaxamento 
muscular. 
Cabe lembrar que toda vez que há dor ocorre contração muscular reflexa. A 
massagem de conforto, geralmente aplicada no dorso, traz sensação de 
relaxamento e bem-estar. Essas técnicas atuam como adjuvante ao tratamento 
farmacológico, mas não deve substituí-lo. Devem atender às necessidades dos 
pacientes e muitas vezes não eliminam a dor, mas contribuem para amenizar o 
sofrimento. Veja como podemos utilizar esses métodos: 
 
 
 
 
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Enfim, enquanto a aquisição da menor verdade científica exige enorme 
labor, a posse de uma certeza baseada no “crer” não exige nenhum trabalho. A 
aquisição de conhecimento é condição necessária para a modificação de crença, 
mas não é condição suficiente (FORTES et al., 2010). 
 
 
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UNIDADE 4 – EMERGÊNCIAS CARDIOVASCULARES 
 
Existem várias situações clínicas/patológicas do sistema cardiovascular, que 
mesmo sob tratamento, podem gerar uma urgência ou emergência. Em muitas 
dessas situações não podemos fazer nada, mas precisamos identificá-las e 
aguardar socorro médico para que a vítima sinta-se mais tranquila. Dentre essas 
patologias temos as doenças cardiovasculares que são a primeira causa de 
mortalidade constatada em nosso meio. Milhares de brasileiros morrem por ano em 
consequência dessas doenças, e entre elas destacamos o infarto agudo do 
miocárdio (IAM), parada cardiorrespiratória (PCR), insuficiência coronariana (angina) 
(SANTOS, 2010). 
É de extrema importância que o socorrista e profissionais da enfermagem 
saibam identificar os sinais e sintomas dessas urgências e definir o atendimento 
inicial. 
 
4.1 Angina e Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) 
Angina de peito apresenta dor precordial, ou retroesternal, decorrente da 
deficiência de oxigenação para o miocárdio (músculo cardíaco). É uma forma com 
dor também chamada de angina estável; não causa a morte das células do 
miocárdio (RIZZO et al., 1998; SOARES et al., 1996; POTTER; PERRY, 2001; 
HOOD; DINCHER, 1995). 
Angina instável apresenta dor precordial, ou retroesternal, que pode ter 
irradiação para membros superiores, palidez, sudorese, dispneia e extremidades 
frias. É uma forma de dor que dura entre 20 e 30 minutos, também não causa a 
morte das células do miocárdio, porém seu quadro clínico é mais intenso, podendo 
responder ao uso de nitrato sublingual (RIZZO et al., 1998; SOARES et al., 1996; 
POTTER; PERRY, 2001; HOOD; DINCHER, 1995). 
Infarto: dor precordial retroesternal, de forte intensidade, com duração acima 
de 30 minutos, podendo irradiar para membros superiores ou braço esquerdo. Dor 
em forma de aperto ou queimação. Pode ter início como dor epigástrica, irradiando 
em seguida para o peito e braço. Apresenta inclusive náuseas, vômito, sudorese fria, 
 
 
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ansiedade, taquicardia. Como a deficiência de oxigenação é muito elevada, ocorre 
morte das células do miocárdio, provocando necrose do músculo cardíaco. (RIZZO 
et al., 1998; SOARES et al., 1996; POTTER; PERRY, 2001; HOOD; DINCHER, 
1995). 
O atendimento pré-hospitalar (APH) requer as seguintes ações: 
 observe que a diferença entre angina e infarto está praticamente definida nas 
características da dor que a vítima apresenta, sendo assim, é muito 
importante que o socorrista esteja preparado para diferenciar o tipo de dor e 
administrar sua conduta; 
 colher as informações de quem socorreu primeiramente a vítima e fazer uma 
rápida avaliação do caso. Quando não se tratar de trauma, a dificuldade do 
socorrista é maior em identificar a causa; 
 conversar com a vítima, identificar-se e identificar sua equipe de atendimento. 
Isso tranquiliza a vítima e o atendimento torna-se mais eficiente; 
 manter a vítima em repouso com a cabeceira elevada; 
 se ela já faz uso de nitrato e ainda não foi administrado, administrar um 
comprimido sublingual e anotar; 
 verificar os sinais vitais; 
 transportar a vítima para a ambulância, em condições próprias para o 
transporte; 
 na ambulância, administrar oxigênio, monitorar e instalar oxímetro de pulso; 
 evitar o uso das sirenes nesse tipo de transporte, pois aumenta a ansiedade 
da vítima. O socorrista também deve saber avaliar as condições de usar ou 
não as sirenes da ambulância; 
 na vítima inconsciente, o atendimento deve ser mais rápido e ágil. Se for 
necessário, a ressuscitação cardiopulmonar deve ser feita (veja as manobras 
e indicação em outro capítulo à frente) (SANTOS, 2010). 
 
 
 
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Assistência de enfermagem na hospitalização: 
 manter o paciente deitado, em decúbito dorsal, com a cabeceira ligeiramente 
elevada; 
 manter vias aéreas superiores impermeáveis, ou seja, ventiladas, com uso de 
O2 sob cateter nasal até 4 litros/minuto; 
 providenciar um eletrocardiograma (ECG); 
 instalar o monitor cardíaco e oxímetro de pulso; 
 verificar e anotar pulso e PA; 
 seguir as orientações médicas quanto à infusão de medicamentos; 
 puncionar veia para acesso venoso, de “calibre grosso”; 
 já na punção, colher amostra de sangue para dosagem de enzimas e 
eletrólitos; 
 ocorrendo sedação por parte médica, atenção especial aos sinais vitais e 
monitorização, pois o paciente permanecerá mais relaxado; 
 deixar o desfibrilador montado para uma possível cardioversão elétrica; 
 após estabilização do quadro, manter vigilância constante desse paciente, 
tranquilizá-lo; 
 orientar o paciente quanto a tudo que houve, e como está no momento. Isso 
deve ser feito com acompanhamento médico; 
 comunicar aos familiares; 
 dar continuidade ao plano de cuidados elaborado pelasequipes de 
enfermagem e médica. 
 
4.2 Diagnosticando o enfarto 
Existem alguns exames que diagnosticam o infarto, os quais a enfermagem 
deve saber interpretar. São eles, o ECG e alterações enzimáticas. 
No eletrocardiograma podem ocorrer: 
 
 
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 inversão da onda T – mostra que ocorreu suboclusão do músculo cardíaco; 
sinal de isquemia (HOOD; DINCHER, 1995); 
 supradesnivelamento do segmento ST – mostra que ocorreu oclusão do 
músculo do miocárdio (HOOD; DINCHER, 1995); 
 deflexão negativa inicial da onda Q do complexo QRS – mostra que ocorreu 
necrose do músculo do miocárdio (HOOD; DINCHER, 1995). 
Alterações Enzimáticas: 
 creatinofosfoquinase (CPK) – tem seus índices elevados em poucas horas 
após o início da dor, ou seja, do quadro clínico; 
 CKMB – isoenzima encontrada no músculo cardíaco. Determina a quantidade 
de massa ventricular enfartada; 
 transaminase Glutâmico-Oxalacética (TGO) – eleva-se entre 8 a 12 horas 
após o quadro clínico, normalizando-se até três dias após; 
 desidrogenase Láctica (DHL) – é a última enzima a ser alterada e atinge seu 
pico entre 24 e 48 horas; 
 troponinas – enzimas que determinam lesão cardíaca e específica. 
São cuidados de enfermagem na administração de trombolíticos: 
a) Conhecer o medicamento a ser administrado e principalmente a sua ação. 
No IAM com onda Q bem definida, ocorre obstrução trombótica da artéria coronária. 
Os medicamentos com substâncias trombolíticas têm a finalidade de dissolver os 
trombos. Geralmente estão indicados para casos com dor de duração acima de 30 
minutos, que não cede ao uso de nitratos e apresente no ECG indicação para tal, 
porém estão contraindicados para qualquer sangramento interno, TCE e cirurgias 
intracranianas inferiores a seis meses, história de AVC hemorrágico, cirurgias de 
grande porte há menos de duas semanas (SANTOS, 2010). 
b) Devem ser diluídos em soro glicosado a 5%, não devendo ser agitados. 
c) Devem ser infundidos entre 30 e 60 minutos. 
d) Utilizar equipo microgota, ou bomba de infusão preferencialmente. 
 
 
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e) Controlar atentamente o gotejamento. 
f) Manter a monitorização. 
g) Não fazer aplicações intramusculares (1M), pois o tempo de coagulação 
vai aumentar, o mesmo com punção venosa, por um período de 72 horas. 
h) Manter repouso absoluto durante a infusão. 
i) Observar presença de sangue nas fezes e na escovação dos dentes 
(SANTOS, 2010). 
 
4.3 Hipertensão Arterial (HAS) 
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) constitui um dos grandes problemas 
de saúde pública no Brasil e no mundo. Representa um dos mais importantes 
fatores de risco para o desenvolvimento das doenças cardiovasculares, 
cerebrovasculares e renais, sendo responsável por pelo menos 40% das mortes por 
acidente vascular cerebral, por 25% das mortes por doença arterial coronariana e, 
em combinação com diabete, 50% dos casos de insuficiência renal terminal 
(BRASIL, 2006). 
Neste contexto, é importante que o profissional ao atuar nos serviços de 
urgência e emergência, compreenda os mecanismos fisiopatológicos da crise 
hipertensiva, colaborando com a equipe de saúde na assistência, diagnóstico, 
tratamento e orientação ao hipertenso, assegurando-lhe o controle adequado da 
pressão arterial (FORTES et al., 2010). 
A urgência hipertensiva é uma situação em que ocorre aumento da pressão 
arterial, atingindo valores na pressão arterial diastólica (PAD) >110 mmHg e sistólica 
(PAS) >180 mmHg, sem lesão aguda a órgãos-alvo, que são olhos, coração, rim e 
cérebro. Os níveis pressóricos podem ser reduzidos em até 24 horas. 
Ao contrário, a emergência hipertensiva é uma situação que requer redução 
rápida da PA, no período máximo de uma hora. Representa risco imediato à vida 
devido a lesões de órgão alvo com complicações do tipo encefalopatia, infarto, 
angina instável, edema agudo de pulmão, acidente vascular encefálico isquêmico 
(Avei), acidente vascular encefálico hemorrágico (Aveh), dissecção de aorta e 
 
 
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eclampsia. Geralmente, a PAD é maior que 130 mmHg e sintomas clínicos estão 
presentes, o que indica a necessidade de internação hospitalar, se possível em UTI, 
com início imediato de drogas anti-hipertensivas por via endovenosa. Faz-se 
necessário ressaltar que o nível absoluto da PA não deve ser o parâmetro mais 
importante de diagnóstico, mas sim a presença de lesões de órgão-alvo e as 
condições clínicas associadas. 
Nas emergências hipertensivas, ocorre injúria vascular em virtude da falha 
no sistema autorregulatório que, mediante níveis tensionais elevados, provoca a 
vasoconstrição 
O quadro clínico, principalmente nas emergências hipertensivas, geralmente 
está associado a níveis tensionais elevados, presentes em pacientes portadores de 
hipertensão maligna de difícil controle e portadores de hipertensão renovascular, 
caracterizada pelo estreitamento de uma ou mais artérias renais. O diagnóstico é 
fundamentado, documentando o aumento da pressão arterial, com sinais e sintomas 
relevantes que indicam ou não comprometimento de órgão alvo. 
A avaliação clínica minuciosa com busca de alterações dos sistemas 
neurológico, cardiovascular, pulmonares e vasculares é imprescindível. Exames de 
imagem, tais como eletrocardiograma, radiografia de tórax, fundoscopia (exame de 
fundo de olho) e exames laboratoriais (ureia, creatinina e demais eletrólitos, urina I) 
colaboram na investigação diagnóstica. 
Várias são as condições clínicas que podem desencadear a crise 
hipertensiva. Nas emergências hipertensivas, destacam-se edema agudo de 
pulmão, uremia de qualquer causa, hemorragia cerebral, epilepsia, encefalites, 
ansiedade com hiperventilação, ingestão excessiva de drogas, dissecção de aorta, 
infarto agudo do miocárdio (IAM), acidente vascular encefálico (AVE), 
feocromocitoma, eclampsia e algumas colagenoses. 
Para as urgências hipertensivas, destacam-se a hipertensão maligna, 
suspensão abrupta do tratamento com anti-hipertensivos, cirurgias com HAS grave 
no período pré, trans e pós-operatório de cirurgias gerais, e pós-transplante renal. 
 
 
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O princípio para o tratamento da crise hipertensiva difere quanto à urgência 
e à emergência. O principal objetivo é o controle da pressão, evitando-se lesões 
orgânicas agudas com sequelas irreversíveis. 
Nas urgências hipertensivas são utilizadas drogas por via oral, de ação 
moderada, com intuito de reduzir a pressão arterial de forma gradual. Como 
orientação na alta, é feito o ajuste de dose da medicação ou para pacientes que não 
utilizam medicações, iniciar esquema medicamentoso com drogas de ação curta 
administradas por via oral em horários ao longo do dia. O paciente deve ser 
orientado a aferir a pressão arterial uma vez ao dia até o ajuste da dose (FORTES et 
al., 2010). 
 
4.4 Edema Agudo de Pulmão (EAP) 
O edema agudo de pulmão (EAP) é um quadro clínico originado por outros 
agravos, que requer ação imediata da equipe multiprofissional em virtude de 
instabilidade hemodinâmica, podendo levar ao óbito.O EAP pode ser desencadeado por patologias cardiogênicas, como 
insuficiência cardíaca, principalmente a insuficiência cardíaca esquerda, 
coronariopatias, valvopatias, arritmias e crise hipertensiva; ou não cardiogênicas 
como a hipoxemia, afecções respiratórias em que haja diminuição da complacência 
pulmonar e alterações da relação ventilação perfusão. 
Caracterizam-se por acúmulo de líquidos, que extravasam dos capilares 
para o espaço intersticial e alveolar quando há saturação da drenagem linfática, 
resultando em prejuízo para hematose. 
O diagnóstico é eminentemente clínico, por meio do exame físico e da 
história pregressa do paciente. A radiografia de tórax e o eletrocardiograma podem 
elucidar a avaliação, evidenciando alterações do parênquima pulmonar 
característico de edema alveolar e da atividade elétrica do coração que aponta para 
as síndromes coronarianas ou, ainda, para as arritmias, respectivamente. O 
ecocardiograma auxilia na diferenciação das possíveis causas de EAP cardiogênico 
e do não cardiogênico. 
 
 
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O resultado da gasometria arterial demonstra hipoxemia e hipocapnia, 
cursando para grave hipoxemia e hipercapnia quando o quadro clínico evolui. 
Reconhecer as manifestações clínicas que o paciente apresenta como 
dispneia, ortopneia, cianose de extremidades, sudorese, agitação, ansiedade e 
tosse com expectoração de aspecto róseo favorece as intervenções rápidas para 
melhor prognóstico. 
É importante que você se antecipe à prestação dos cuidados, posicionando 
o paciente em decúbito elevado, preferencialmente com as pernas pendentes, para 
diminuir o trabalho respiratório e o retorno venoso. 
Assegure a permeabilidade das vias aéreas realizando a aspiração de 
secreções e instalando cateter ou máscara de oxigênio ou, ainda, auxiliando a 
equipe multiprofissional a ofertar oxigênio por meio de outra modalidade. 
Em pacientes que apresentam o quadro de descompensação cardíaca 
evidenciados com o EAP, o suporte ventilatório não invasivo com pressão positiva 
por meio de máscara de CPAP ou Bipap apresenta benefício na melhora da dispneia 
e redução da necessidade de intubação orotraqueal e o uso de ventilador mecânico. 
Também é importante monitorar o paciente e instalar oximetria de pulso para 
facilitar a visualização dos níveis de saturação e lembrar-se que, na vigência de má 
perfusão periférica, a eficácia pode ficar prejudicada. Puncione o acesso venoso 
para coleta de exames laboratoriais, tais como dosagem de eletrólitos, função renal, 
marcadores cardíacos, hemograma e administração de medicamentos. Oriente o 
paciente em casos de internação (FORTES et al., 2010). 
 
 
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UNIDADE 5 – AGRAVOS RENAIS 
 
Existem agravos renais que necessitam de intervenção imediata, seja pela 
iminência da dor ou por possíveis complicações agudas e crônicas. Nesse contexto, 
destacam-se a litíase urinária e insuficiência renal. 
a) Litíase Renal: 
Estima-se que a incidência da cólica renal atinja de 1% a 10% da população 
mundial ao longo da vida, com cerca de, pelo menos, uma recidiva em 30% dos 
casos. 
A experiência vivida no pronto-socorro por um indivíduo apresentando cólica 
renal é bastante delicada devido à dor intensa, muitas vezes referida como uma 
sensação intolerável que se manifesta de maneira inespecífica, atingindo o flanco 
com irradiação para o dorso, região suprapúbica e genital. Essa dor, proveniente do 
trato urinário superior, é consequência de obstrução aguda em qualquer porção do 
ureter, desde a junção ureteropiélica (JUP) até o meato urinário. Comprometida e 
provoca a elevação da pressão pélvica com possibilidade de dilatação do ureter e 
dor aguda. 
A dor pode ser acompanhada de náuseas, vômitos, irritações vesicais e 
hematúria ou presença microscópica de sangue. Diversos são os fatores de risco 
para a nefrolitíase ou urolitíase. 
Dentre eles, destacam-se a predisposição genética, fatores epidemiológicos 
como clima quente, maior consumo de proteína animal e sal, e sedentarismo. A 
maior incidência é no sexo masculino e, principalmente, em pessoas que se 
encontram entre 30 e 40 anos de idade. Alguns fatores contribuem para o 
aparecimento da litíase renal como as alterações anatômicas do trato urinário, 
patologias endócrinas que interferem no metabolismo do cálcio, infecções urinárias, 
modificações do pH urinário, alguns fármacos por meio de seus metabólitos ou 
alterações metabólicas. 
 
 
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Como urgência urológica, requer intervenção de toda a equipe 
multidisciplinar. A conduta será direcionada após a avaliação clínica e diagnóstica, 
com prioridade para a minimização da dor. 
São cuidados de enfermagem indispensáveis o acesso venoso de bom 
calibre para administração de analgésicos potentes, anti-inflamatórios, 
antiespasmódicos e o acompanhamento da evolução da dor. Na vigência de 
quadros álgicos, os diuréticos não são recomendados e, eventualmente, quando o 
paciente apresenta náuseas e vômitos, há necessidade do uso de antieméticos. A 
hidratação auxilia na eliminação do cálculo, mas é preciso certificar-se da conduta, 
pois há casos em que é indicada restrição hídrica devido a agravos pré-existentes 
como insuficiência cardíaca ou função renal comprometida (FORTES et al., 2010). 
Os resultados de exames laboratoriais de sangue e urina podem indicar a 
necessidade de associar outras condutas médicas como, por exemplo, a 
antibioticoterapia, caso constate infecção urinária. 
É importante que o profissional de enfermagem esteja atento às mudanças 
terapêuticas que vão ocorrendo durante a permanência do paciente no serviço de 
urgência, cuidando para que ele receba o tratamento sem perda desnecessária de 
tempo. A realização de exames de imagem, radiografia e ultrassonografia 
contribuem para diagnóstico. 
A persistência das crises álgicas pode levar à internação, porém, havendo 
melhora, há possibilidade de o paciente dar continuidade ao tratamento em 
ambulatório. Essas condutas dependem da condição clínica do paciente, da 
localização e do tamanho do cálculo. Considera-se também o conforto do paciente e 
o tempo de sua recuperação. As possibilidades terapêuticas incluem a saída de 
maneira espontânea do cálculo com acompanhamento médico, bem como medidas 
intervencionistas. 
Entre os procedimentos utilizados para eliminação de cálculos renais, 
ureterais ou ainda localizados na bexiga, citamos a litotripsia extracorpórea por 
ondas de choque. 
Considerando que uma das principais funções dos rins é eliminar 
substâncias tóxicas do organismo pela urina, a litíase renal pode comprometer esse 
 
 
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funcionamento e causar complicações como a insuficiência renal, a necessidade de 
diálise e até mesmo de transplante renal, modificando o ritmo e a qualidade de vida 
desse paciente. 
A enfermagem tem um papel fundamental nas ações educativas em saúde, 
promovendo a reeducação de hábitos alimentares que evitem a formação de novos 
cálculos. 
b) Insuficiência Renal Aguda: 
A maioria dos quadros de insuficiênciarenal aguda ou crônica poderia ser 
evitada com medidas de prevenção e controle das dislipidemias, da hipertensão 
arterial, do diabetes e de outras patologias previsíveis. Essas patologias, quando 
não tratadas adequadamente, podem provocar a perda da função renal levando à 
insuficiência renal. Esta se caracteriza por redução da filtração glomerular (RFG), 
levando à diminuição da diurese e retenção de ureia e creatinina. 
As funções renais incluem, além do equilíbrio de água e eletrólitos e da 
eliminação de toxinas, a liberação de eritropoetina, que estimula a medula óssea na 
produção de glóbulos vermelhos, a manutenção de ossos sadios com o equilíbrio de 
fósforo e cálcio e ajuda no controle da pressão arterial por meio da liberação de 
hormônios. 
A insuficiência renal pode se manifestar de forma aguda, situação mais 
comum nos serviços de urgência/emergência, em pacientes em situações críticas 
internados em UTI por patologias variadas, bem como na forma crônica, quando há 
perda total e irreversível da função renal, que se manifesta lenta e 
progressivamente. 
Em se tratando de urgência e emergência, vale ressaltar os seguintes 
aspectos: se caracteriza pela redução abrupta da filtração glomerular (RFG), 
variando de horas a dias, com retenção de escórias nitrogenadas resultantes do 
metabolismo. Corresponde a 5% das internações hospitalares e em torno de 30% 
das admissões nas unidades de terapia intensiva, com alto índice de mortalidade em 
virtude das injúrias associadas a causas renais e não renais. A mortalidade se 
mantém constante nas últimas décadas mesmo com o avanço tecnológico. 
 
 
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Como causas, destacam-se o acréscimo da população idosa, as 
comorbidades e a utilização de medicamentos cada vez mais potentes que 
provocam nefrotoxicidade tais como imunossupressores, anti-inflamatórios não 
esteróides e antimicrobianos. 
De acordo com a etiologia, a insuficiência renal aguda (IRA) é classificada 
em pré-renal, renal e pós-renal. A IRA pré-renal é caracterizada quando há 
hipoperfusão renal de causas variadas, normalmente relacionadas à hipovolemia e 
corresponde a 50% - 60% dos casos. A IRA renal implica no acometimento dos 
néfrons, seja em vasos, glomérulos ou túbulos renais, comprometendo suas funções 
e sendo responsável por aproximadamente 35% dos casos. Na IRA pós-renal, há 
uma obstrução aguda em qualquer localização do sistema coletor, ureter ou bexiga 
em 5% dos casos, causando aumento da pressão nas vias urinária que acarreta na 
diminuição da RFG. Atinge indivíduos de todas as faixas etárias e pode evoluir para 
a insuficiência renal crônica. 
A história clínica do paciente pode dar indícios importantes para saber a 
causa da IRA como doenças crônicas, antecedentes familiares de doenças renais, 
uso recente ou contínuo de medicamentos tais como anti-inflamatórios, antibióticos, 
anestésicos, contrastes, diuréticos também podem alterar a função renal. 
É importante que se descarte a possibilidade de obstruções renais como 
tumores, litíase, uropatia obstrutiva, principalmente em idosos do sexo masculino e 
intoxicações acidentais ou intencionais por substâncias químicas. 
A conduta terapêutica é direcionada de acordo com o histórico, exame físico 
e dos resultados de exames laboratoriais e de imagem. Intervenções rápidas com a 
finalidade de evitar complicações e consequências irreversíveis são aplicadas desde 
o momento que o paciente procura o serviço de pronto-socorro. 
Por meio dos conhecimentos adquiridos, você pode dinamizar o atendimento 
a esse paciente. Controles dos parâmetros da pressão arterial e da pressão venosa 
central evidenciam a necessidade da reposição volêmica. A punção de acesso 
venoso calibroso facilita a expansão de fluidos, como nos casos de queimaduras, 
hemorragias, vômitos e diarreia. 
 
 
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Muitas vezes, a reposição de volume por meio de soluções cristalóides, 
coloidais ou hemocomponentes restabelecem a função renal. Esteja atento à 
velocidade de infusão desses volumes para que não ocorra sobrecarga cardíaca. 
A monitoração cardíaca evidencia a possibilidade de arritmias cardíacas 
sugestivas de alterações bioquímicas como a hipocalemia ou hipercalemia, 
considerada como principal causa de morte em pacientes com IRA. 
Todavia, em casos onde a hipervolemia está presente como resultado da 
excreção inadequada de sódio e água ou há comprometimento dos glomérulos, a 
conduta será oposta. Há a possibilidade da restrição volêmica. É importante que 
você observe alterações da frequência respiratória pela possibilidade da congestão 
pulmonar e consequente aparecimento de edema agudo de pulmão (EAP), podendo 
levar a insuficiência respiratória aguda. 
Em casos de EAP, a ação emergencial é administrar, conforme conduta 
médica, diuréticos em bolus ou em infusão contínua para melhorar o quadro 
pulmonar. A associação de anti-hipertensivo se faz na presença de hipertensão. 
Dentre as intervenções possíveis, e de acordo com o resultado da 
gasometria, existe a possibilidade de oxigenoterapia por meio de dispositivos 
externos como cateter ou máscara ou por ventilação mecânica invasiva e não 
invasiva. Nesses casos, fique atento ao preparo do material de entubação 
orotraqueal (FORTES et al., 2010). 
A instalação de cateter vesical de demora (SVD) permite o controle do débito 
urinário e a realização do balanço hídrico. É necessário coletar e estar atento aos 
resultados dos exames laboratoriais. O intuito é avaliar possíveis alterações de ureia 
e creatinina, sódio e potássio, entre outros, e intervir para a estabilização do quadro 
clínico. 
Outro cuidado de enfermagem é a avaliação do nível de consciência, pois 
pode haver manifestações como estado de confusão mental, sonolência, convulsões 
e até coma, conhecida como síndrome urêmica. 
 
 
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É fundamental orientar o paciente quanto aos ajustes de dose de 
medicamentos que porventura faça uso, ou daqueles que serão introduzidos, uma 
vez que os rins não estão realizando suas funções adequadamente. 
A repercussão desse agravo pode necessitar de métodos mais invasivos 
como a diálise peritoneal ou hemodiálise para a retirada das escórias e líquidos. 
Nesses casos, há a necessidade de internação ou transferência para unidade 
especializada para a realização do procedimento e prosseguimento ao tratamento. 
Após alta hospitalar, é imprescindível que esses pacientes realizem 
acompanhamento ambulatorial até normalização da função renal ou, dependendo da 
gravidade da disfunção renal, pode evoluir para IRC. 
A prevenção e a identificação precoce da IRA favorecem o prognóstico e 
minimizam os gastos devido ao alto custo do tratamento. Atingem pessoas 
portadoras de doenças cardiovasculares e hepáticas, diabetes, idosos e indivíduos 
que fazem uso indiscriminado de medicamentos reconhecidamente como 
nefrotóxicos. O atendimento à IRA ultrapassa os limites do pronto-socorro, sendo 
necessárias internações e envolvimento de vários setores de alta complexidade 
(FORTES et al., 2010). 
 
 
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UNIDADE 6 – DISTÚRBIOS 
 
6.1 Glicêmicos 
Os distúrbios glicêmicos agudos são causas frequentes de consulta de 
urgência em serviços de pronto-atendimento. 
As manifestações clínicas variam desde ausência de sintomas até ao coma. 
Em crianças de qualquer faixa etária, os sintomas podem ser mais acentuados do 
que nos adultos. Além do tratamento do episódio agudo, deve-se buscar o 
diagnóstico etiológico, no sentido de evitarem-se novos episódios. As manifestações 
mais comuns dos distúrbios glicêmicos agudos são: cetoacidose diabética, estado 
hiperosmolar hiperglicêmico, hipoglicemia em paciente com diabetes mellitus e 
hipoglicemia em paciente não-diabético (PENNA, 2009). 
Cetoacidose Diabética é uma emergência clínica caracterizada por 
hiperglicemia, cetonemia e acidose metabólica, cuja taxa de mortalidade é de 5%, 
sendo mais frequente nos extremos etários, podendo chegar a 50% em idosos 
acima de 80 anos. Os critérios diagnósticos para cetoacidose metabólica são: 
hiperglicemia, cetonemia e acidose metabólica. A glicemia está acima de 250 mg/dL, 
mas geralmente encontra-se entre 400 e 800 mg/dL. Na gasometria arterial, o 
bicarbonato está abaixo de 15 e o anion gap está aumentado. Em algumas crianças 
a glicemia pode estar normal. 
O médico deve estar ao lado do paciente todo o tempo, uma vez que 
modificações nas infusões de insulina e de fluidos, muitas vezes, não são previsíveis 
e devem ser tomadas medidas no momento em que ocorrem, não sendo, portanto, 
prudente deixar paciente com CAD com prescrição preestabelecida e transferir o 
controle para a equipe paramédica, uma vez que a detecção precoce de desvios 
metabólicos é fundamental para que se evitem complicações. 
A cetoacidose diabética geralmente é precedida em um dia por 
manifestações como poliúria, polidipsia, fraqueza, náusea e vômitos. Os sinais e 
sintomas são: 
 sinais de hipovolemia devido ao déficit de água proporcionalmente ao peso 
corporal no adulto, caracterizados por desidratação (quando a perda é de 
 
 
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aproximadamente 10%), hipotensão (perda de 15%) e choque (perda de 20% 
de água corpórea); 
 taquicardia; 
 respiração rápida e profunda (respiração de “ Kussmaul”); 
 hálito cetônico; 
 dor abdominal; 
 letargia, torpor e coma; 
 diminuição do peristaltismo intestinal secundário à hipopotassemia. 
Numa avaliação inicial deve-se: 
• manter vias aéreas pérvias, avaliar respiração (frequência respiratória, 
profundidade) e circulação (frequência cardíaca, pressão arterial, perfusão capilar, 
pulsos), ou seja, o “ABC”; 
• avaliar nível de consciência – se estiver reduzido, recomenda-se 
suspensão da dieta e cateterismo gástrico, uma vez que a gastroparesia é frequente 
em pacientes com cetoacidose diabética; 
• avaliar se o hálito tem características de cetônico; 
• pesquisar sinais de infecção pulmonar, vias aéreas superiores, trato 
urinário, pele, dentes, genitália, entre outros locais; 
• completar todo o exame clínico; 
• realizar de imediato a glicemia capilar; 
• solicitar coleta imediata de sangue para exames laboratoriais em caráter de 
urgência, com ênfase a: glicemia, gasometria arterial, cetonemia, íons (Na”, K+,Mg, 
P), leucograma e a repetição desses exames, conforme a necessidade (Quadro 
12.2). 
O estado hiperosmolar hiperglicêmico é uma emergência clínica frequente 
em idosos diabéticos, ocorrendo quase que exclusivamente nos pacientes com 
diabetes mellitus do tipo 2 e a taxa de mortalidade é de 15%-20%. Cursa com níveis 
 
 
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de glicemia entre 700 e 1.000 mg/dL, que são superiores aos encontrados na 
cetoacidose diabética, desidratação grave e sintomas neurológicos associados. 
Os critérios diagnósticos são: 
• glicemia acima de 600 mg/dL; 
• sódio sérico corrigido (Na + 1,6 x (glicemia - 100) / 100) normal ou elevado; 
• osmolaridade plasmática elevada (acima de 320 mOsm/kg H20), calculado 
pela fórmula - Posm = 2 Na + glicemia/18 + Ur/2,8; 
• ausência de cetonemia relevante; 
• ausência de acidose (bicarbonato acima de 15 mEq/L) (PENNA, 2009). 
Os fatores precipitantes são: infecções (pneumonia em 40-60%; infecção 
trato urinário em 5-16%), acidente vascular encefálico, infarto agudo do miocárdio, 
trauma, excesso de álcool, pancreatite, uso de medicamentos que interferem na 
ação da insulina (bloqueadores beta-adrenérgicos, fenitoína, corticosteroides, 
diazóxido), administração de líquido hiperosmolar (alimentos através de cateter, 
nutrição parenteral total, diálise peritoneal). Os idosos são um grupo de risco, pela 
incapacidade de ingerir líquidos de forma adequada ou de relatar sintomas 
precoces. 
O quadro, classicamente, ocorre em idosos ou pacientes com desidratação 
grave de instalação gradual. Podem estar presentes convulsões e/ou outras 
manifestações neurológicas. 
O exame inicia-se mediante verificação de vias aéreas pérvias, respiração e 
circulação, ou seja, o “ABC”. O nível de consciência e os sinais de infecção 
(pulmonar, vias aéreas superiores, infecção do trato urinário, pele, dentes, genitália) 
devem ser também avaliados. 
Devem ser solicitados exames laboratoriais de: glicemia, gasometria arterial, 
cetonemia, íons (Na, K, Mg, P), hemograma, função renal, exame de urina rotina, 
radiografia de tórax, eletrocardiograma, troponina, CKtotal e CK-MB e culturas. 
Os fatores precipitantes devem ser investigados e tratados. No idoso, o 
médico deve estar atento ao diagnóstico precoce do diabetes mellitus. O tratamento 
 
 
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consiste em monitorização glicêmica e hidroeletrolítica rigorosa, como na 
cetoacidose diabética, conforme esquema a seguir: 1 a 2 L cloreto de sódio a 0,9% 
nas primeiras duas horas; monitorar dados vitais e diurese. Repor glicose, quando 
glicemia estiver entre 200 e 250 mg/dL (PENNA, 2009). 
As principais complicações são: doença tromboembólica (considerar 
heparina profilática), distúrbios metabólicos e hidroeletrolíticos (hipoglicemia, 
hipocalemia e hiperglicemia) e edema cerebral, que é evitável com reposição 
gradual de água e declínio gradual da glicemia. 
Hipoglicemia em Paciente com Diabetes Mellitus: 
A definição de hipoglicemia em um paciente com diagnóstico prévio de 
diabetes mellitus não tem limite preciso. 
Alguns autores sugerem o valor abaixo de 50 mg/dL, entretanto, o mais 
apropriado para a definição é considerar os sinais e sintomas e o contexto do 
paciente em questão. 
Os sinais e sintomas são inespecíficos, ou seja, hiperatividade autonômica 
adrenérgica (taquicardia, tremores, ansiedade) e parassimpática (náuseas, vômitos, 
fome intensa); sintomas neuroglicopênicos (sonolência, confusão mental, torpor e 
coma). Nos pacientes em uso de medicamentos betabloqueadores, os sintomas 
adrenérgicos podem estar obscuros, exceto a sudorese. Além disso, os indivíduos 
com diabetes mellitus cronicamente descontrolado podem apresentar sintomas de 
hipoglicemia com glicemia dentro da faixa normal, devido ao fenômeno de down 
regulation dos receptores (PENNA, 2009). 
A avaliação inicial deve ser a sequência do “ABC”: manter vias aéreas 
pérvias, verificar respiração, circulação e o nível de consciência. 
Exames laboratoriais 
Os exames a serem solicitados são: glicemia, hemograma completo, 
ionograma,

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