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Gliconeogênese A gliconeogênese é uma rota anabólica que precisa ser regulada para que não ocorra o ciclo fútil Deve-se encontrar outras maneiras para que ocorra o contrário das reações irreversíveis da glicólise, transformando 2 piruvatos em 1 glicose A gliconeogênese possui 7 das 10 reações que são o inverso das reações glicolíticas As reações irreversíveis da glicólise, que não podem ser utilizadas no inverso na gliconeogênese são: ● Glicose em glicose-6-fosfato pela hexoquinase ● A fosforilação da frutose-6-fosfato em frutose-1,6-bifosfato pela fosfofrutoquinase 1 ● A conversão de fosfoenolpiruvato em piruvato pela piruvato-quinase A glicose que ingerimos na dieta é armazenada na forma de glicogênio no fígado Após 2 a 3 horas de jejum, o glicogênio é degradado através da glicogenólise Com a diminuição das reservas de glicogênio, os triacilgliceróis são degradadas fornecendo ácidos graxos e o glicerol para que ocorra a síntese de glicose pela gliconeogênese ➔ Aminoácidos também servem como precursores ➔ Ácidos graxos não formam glicose Após 30 horas de jejum, a gliconeogênese é a única fonte de glicose sanguínea Dessa forma, quanto menor a glicogenólise, maior a gliconeogênese Objetivo: manutenção da glicemia em períodos de jejum (principalmente, na falta de glicogênio) Precursores: proteínas, lactato e glicerol ● O lactato é convertido em piruvato pela lactato-desidrogenase no fígado (produz NADH) ● A alanina é convertida em piruvato pela alanina-aminotransferase ● Os carbonos do glicerol formam diidroxiacetona-fosfato (um intermediário glicolítico Manter a glicemia é importante para manter os órgãos-alvo funcionando adequadamente A maior parte da glicose é formada de aminoácidos ou de piruvato ● Principal aminoácido é a alanina, proveniente das proteínas musculares ● Ocorre a transferência de um grupo amino que forma a alanina em piruvato A regulação do metabolismo da glicose acontece pelos hormônios insulina e glucagon ● Estado alimentado: ↑ insulina ○ Estimula o transporte de glicose para dentro da células (musculares e tecido adiposo) ● Jejum: ↑ glucagon ○ Estimula a liberação de substratos energéticos e a conversão de lactato, aminoácidos e glicerol a glicose Rota da gliconeogênese Conversão de piruvato a fosfoenol piruvato ● Primeira reação contornada ● Precisa de um intermediário para que aconteça A primeira conversão é a de piruvato para oxaloacetato pela ação da enzima piruvato-carboxilase ➔ Enzima dependente de biotina ➔ Essa enzima é mitocondrial, portanto o piruvato precisa entrar na mitocôndria para que aconteça Como a membrana mitocondrial não possui transportador para oxaloacetato, este é transformado em malato pela malato-desidrogenase O malato deixa a mitocôndria por um transportador e é reoxidado no citosol para oxaloacetato (com a produção de NADH) Por fim, o oxaloacetato é convertido em fosfoenolpiruvato (PEP) pela fosfoenolpiruvato-carboxiquinase ● Ao final, há gasto de 2 ATP Conversão de fosfoenolpiruvato a frutose-1,6-bifosfato ● Reação altamente exergônica e, portanto, irreversível Para transformar frutose-1,6-bisfosfato em frutose-6-fosfato há a ação da enzima frutose-1,6-bisfosfatase, dependente de Mg2+, por hidrólise Há a liberação de um fosfato inorgânico para o meio (não há formação de ATP por esse fosfato liberado) Conversão de glicose-6-fosfato em glicose ● Substitui a glicoquinase da glicólise ● É usada a glicose-6-fosfatase ● Não precisa de síntese de ATP - apenas a hidrólise de uma ligação éster fosfato ● Desfosforila a glicose-6-fosfato e libera fosfato inorgânico e glicose livre A enzima glicose-6-fosfatase é ativada por Mg2+ e está presente no retículo endoplasmático liso ➔ Glicose-6-fosfato possui um transportador e é colocada para dentro para ser transformada em glicose ➔ A glicose também possui um transportador para colocá-la no citosol ➔ Assim, a glicose vai da células para a corrente sanguínea pelo GLUT-2 Regulação da gliconeogênese Piruvato para oxaloacetato: No jejum, com o nível de glucagon alto, há a liberação de ácidos graxos pelas reservas de TAG que irão gerar acetil-CoA O piruvato na glicólise também produz acetil-CoA ● O acetil-CoA é um ativador alostérico ● Inibe a conversão de piruvato em acetil-CoA ● Estimula a conversão de piruvato em oxaloacetato ● A enzima regulada é a piruvato carboxilase ● Quanto maior a quantidade de acetil-CoA maior a produção de oxaloacetato ○ Para evitar o ciclo fútil de outras vias ● Parte do oxaloacetato vai entrar no ciclo de Krebs e parte para a gliconeogênese Oxaloacetato para fosfoenolpiruvato ● A regulação acontece pela fosfoenolpiruvato carboxiquinase ativada pelo glucagon ● Quando o glucagon está elevado, há maior presença de PEP e, portanto, maior ativação da gliconeogênese ● O contrário também acontece - a insulina inibe Frutose-1,6-bifosfato a frutose-6-fosfato ● A enzima frutose-1,6-bisfosfatase é inibida por AMP ● Quanto menor a energia da célula, maior quantidade de AMP (derivado do ATP) ● As grandes quantidade de AMP para a reação da gliconeogênese para gastar energia com coisas mais necessárias para o momento ○ Não faz sentido metabólico gastar energia pela gliconeogênese - 6 ATPs por molécula de glicose A grande quantidade de frutose-2,6-bisfosfato inibe MUITO essa reação ● Esse composto existe somente para regular a gliconeogênese ● A produção de frutose-2,6-bisfosfato por frutose-6-fosfato é ativada por insulina e grande quantidade de AMP pela enzima fosfofrutoquinase 2 ● A reação contrária acontece pela presença de glucagon no fígado ○ Ela diminui a fosfofrutoquinase 1 que estimula a glicólise ○ Reação catalizada pela frutose-2,6-bisfosfatase Portanto, quanto maior a quantidade de frutose-2,6-bisfosfato, menor a gliconeogênese ● Evita o ciclo fútil Dessa forma: ↑ [frutose-2,6-bisfosfato] = ↑ glicólise e ↓ gliconeogênese ↓ [frutose-2,6-bisfosfato] = ↓ glicólise e ↑ gliconeogênese Glicose-6-fosfato para glicose ● Regulada pela quantidade de glicose dentro do retículo ● A expressão da enzima está aumentada no jejum Saldo da gliconeogênese 2 piruvatos geram 1 glicose Há gasto de 6 ATPs Referências Nelson, David, L. e Michael M. Cox. Princípios de Bioquímica de Lehninger. Disponível em: Minha Biblioteca, (7th edição). Grupo A, 2018. Smith, Colleen, et al. Bioquímica Médica Básica de Marks. Disponível em: Minha Biblioteca, (2nd edição). Grupo A, 2007.
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