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DISPOSIÇÕES GERAIS DIVERSAS ESPÉCIES DE EXECUÇÃO 1 Ana Bonfim – Processo Civil Disposições gerais diversas espécies DeExecução DISPOSIÇÕES GERAIS RELATIVAS AS DIVERSAS ESPÉCIES DE EXECUÇÃO 1- EXECUÇÃO COMO INSTRUMENTO DO INTERESSE DO CREDOR E O PRINCÍPIO DO MENOR GRAVAME. PRINCÍPIO DA PREFERENCIA DA PENHORA ANTERIOR SOBRE A POSTERIOR Petição inicial do processo de execução Relembrando- nós não podemos nos esquecer dos princípios e da posição filosófica do juiz que na fase/processo de execução é diferente do conhecimento, pois a execução se realiza a interesse do exequente, o objetivo aqui é a satisfação de um crédito já constituído, tem que presidir o processo atendendo ao interesse do exequente. Art. 805. Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado. Parágrafo único. Ao executado que alegar ser a medida executiva mais gravosa incumbe indicar outros meios mais eficazes e menos onerosos, sob pena de manutenção dos atos executivos já determinados. Princípio do menor gravame- se desenvolve no interesse do credor, efetuar a execução quando houver vários meios, suprindo o crédito de forma menos gravosa ao executado, sem prejudicar o devedor, juiz tem que tomar cuidado com essa invasão do patrimônio, ex.: o devedor tem uma casa e um carro, deve 10 mil para o credor, vou penhorar o carro ao invés da casa, pelo principio do menor gravame. Guardar o mínimo de prejuízo ao devedor. Novidade aqui é o princípio da penhora anterior sobre a penhora posterior. Credor quirografário é aquele sem preferência, com nenhum privilégio. Credor hipotecário- ex.: o banco, se grava na matrícula do imóvel o empréstimo. Nesse caso o credor hipotecário tem preferencia sobre o credor quirografário, se no caso há a penhora do imóvel pelo quirografário, o hipotecário vai ter preferência, pois ele se utilizou do bem como garantia ao empréstimo efetuado, gravando a hipoteca na matrícula, primeiro vai liquida a execução para o banco e após o que sobrar vai liquidar a do quirografário. Se no caso de terem dois credores quirografários para penhorar um imóvel tem preferencia aquele que penhora primeiro, por conta da sua anterioridade. 2- REQUISITOS ESPECÍFICOS DA PETIÇÃO INICIAL NO PROCESSO DE EXECUÇÃO. POSSIBILIDADE DE EMENDA. Art. 798. Ao propor a execução, incumbe ao exequente: I - instruir a petição inicial com: a) o título executivo extrajudicial; b) o demonstrativo do débito atualizado até a data de propositura da ação, quando se tratar de execução por quantia certa; c) a prova de que se verificou a condição ou ocorreu o termo, se for o caso; d) a prova, se for o caso, de que adimpliu a contraprestação que lhe corresponde ou que lhe assegura o cumprimento, se o DISPOSIÇÕES GERAIS DIVERSAS ESPÉCIES DE EXECUÇÃO 2 Ana Bonfim – Processo Civil Disposições gerais diversas espécies DeExecução executado não for obrigado a satisfazer a sua prestação senão mediante a contraprestação do exequente; II - indicar: a) a espécie de execução de sua preferência, quando por mais de um modo puder ser realizada; b) os nomes completos do exequente e do executado e seus números de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica; c) os bens suscetíveis de penhora, sempre que possível. Parágrafo único. O demonstrativo do débito deverá conter: I - o índice de correção monetária adotado; II - a taxa de juros aplicada; III - os termos inicial e final de incidência do índice de correção monetária e da taxa de juros utilizados; IV - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso; V - a especificação de desconto obrigatório realizado. I- Precisa instruir a petição inicial: a) em um processo de execução tem as espécies de créditos que podemos perseguir: - Quantia certa; - Obrigação de fazer/não fazer - Entrega de coisa certa/incerta - Declaração de vontade – está é auto executável, não necessita de execução Nesse caso, estamos tratando de petição inicial para um processo de execução, então o título obrigatoriamente é extrajudicial, e não se enquadra a declaração de vontade b) Na petição inicial, preciso juntar a memória atualizada dos cálculos. c) Se for o caso, comprovar que ocorreu a condição ou termo em que foi fundada. - Condição → futuro e incerto ex.: quando você se casar te dou 10 mil reais, posso nunca me casar - Termo → futuro e certo ex.: quando você fizer 23 anos te dou 10 mil reais, é certo que vou fazer 23 anos. d) prova que adimpliu a contraprestação – obrigações reciprocas e simultâneas. Ex.: comprei um carro de A, entrega de coisa certa, fazer com que o autor prove em juízo, ou mesmo diante de depósito em juízo, que ele cumpriu com a parte dele, se não comprovou, juiz indefere a petição. II- Indicar o procedimento que deseja seguir, a espécie de execução de sua preferência quando mais de uma puder ser aplicada. E também a qualificação do exequente e do executado. Quando se tem um título claro só há apenas um procedimento no código, se aplica nos casos de obrigações alternativas. Art 325 CPC, se a opção cabe ao autor ele escolhe na inicial o que ele prefere que ocorra. Necessita de um processo/ fase de execução dependendo do título DISPOSIÇÕES GERAIS DIVERSAS ESPÉCIES DE EXECUÇÃO 3 Ana Bonfim – Processo Civil Disposições gerais diversas espécies DeExecução Parágrafo único – alínea B do inciso I, sobre o demonstrativo de débito, há a necessidade de esmiuçar as atualizações, não se considera cumprido o demonstrativo apenas informando, mas sim demonstrando exatamente como chegou àquele valor. A indicação de bens do executado na inicial não é requisito indispensável, mas se recomenda ao grande profissional que demonstre na inicial, processo irá correr mais rápido pois será mais fácil para que se cumpra a execução, se ganha tempo nos casos de quantia certa. Art. 801. Verificando que a petição inicial está incompleta ou que não está acompanhada dos documentos indispensáveis à propositura da execução, o juiz determinará que o exequente a corrija, no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de indeferimento. Tal igual processo de conhecimento, quando está faltando elementos essenciais manda emendar em 15 dias, não emendou, se extingue o processo. 3- REQUISITO EVENTUAL DA PETIÇÃO INICIAL EM CASO DE BEM PENHORADO EM QUE TERCEIRO É TITULAR DE DIREITO REAL OU DE PREFERÊNCIA. Art. 799. Incumbe ainda ao exequente: I - requerer a intimação do credor pignoratício, hipotecário, anticrético ou fiduciário, quando a penhora recair sobre bens gravados por penhor, hipoteca, anticrese ou alienação fiduciária; II - requerer a intimação do titular de usufruto, uso ou habitação, quando a penhora recair sobre bem gravado por usufruto, uso ou habitação; III - requerer a intimação do promitente comprador, quando a penhora recair sobre bem em relação ao qual haja promessa de compra e venda registrada; IV - requerer a intimação do promitente vendedor, quando a penhora recair sobre direito aquisitivo derivado de promessa de compra e venda registrada; V - requerer a intimação do superficiário, enfiteuta ou concessionário, em caso de direito de superfície, enfiteuse, concessão de uso especial para fins de moradia ou concessão de direito real de uso, quando a penhora recair sobre imóvel submetido ao regime do direito de superfície, enfiteuse ou concessão; VI - requerer a intimação do proprietário de terreno com regime de direito de superfície, enfiteuse, concessão de uso especial para fins de moradia ou concessão de direito real de uso, quando a penhora recair sobre direitos do superficiário, do enfiteuta ou do concessionário; VII - requerer a intimação da sociedade, no caso de penhora de quota social ou de ação de sociedade anônima fechada, para o fimprevisto no art. 876, § 7º ; VIII - pleitear, se for o caso, medidas urgentes; DISPOSIÇÕES GERAIS DIVERSAS ESPÉCIES DE EXECUÇÃO 4 Ana Bonfim – Processo Civil Disposições gerais diversas espécies DeExecução IX - proceder à averbação em registro público do ato de propositura da execução e dos atos de constrição realizados, para conhecimento de terceiros. X - requerer a intimação do titular da construção-base, bem como, se for o caso, do titular de lajes anteriores, quando a penhora recair sobre o direito real de laje; (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017) XI - requerer a intimação do titular das lajes, quando a penhora recair sobre a construção-base. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017) Incumbe ainda ao exequente, podendo estar na inicial ou não, a indicação de terceiros que precisam ser indicados pois tem interesse. Ex.: hipoteca, o artigo 799 diz ao exequente que se ele penhora bem onde terceiros tenham direitos tem que intimar para que ele exija seu direito de preferência. Não é necessário estar na inicial, pois as vezes o bem pode não estar na inicial, se descobre durante o processo a existência de um patrimônio em nome do devedor onde tem terceiros com preferência, é aí que surge a necessidade, requisito eventual da inicial. Exigindo a intimação do terceiro para que se manifeste. Art. 804. A alienação de bem gravado por penhor, hipoteca ou anticrese será ineficaz em relação ao credor pignoratício, hipotecário ou anticrético não intimado. § 1º A alienação de bem objeto de promessa de compra e venda ou de cessão registrada será ineficaz em relação ao promitente comprador ou ao cessionário não intimado. § 2º A alienação de bem sobre o qual tenha sido instituído direito de superfície, seja do solo, da plantação ou da construção, será ineficaz em relação ao concedente ou ao concessionário não intimado. § 3º A alienação de direito aquisitivo de bem objeto de promessa de venda, de promessa de cessão ou de alienação fiduciária será ineficaz em relação ao promitente vendedor, ao promitente cedente ou ao proprietário fiduciário não intimado. § 4º A alienação de imóvel sobre o qual tenha sido instituída enfiteuse, concessão de uso especial para fins de moradia ou concessão de direito real de uso será ineficaz em relação ao enfiteuta ou ao concessionário não intimado. § 5º A alienação de direitos do enfiteuta, do concessionário de direito real de uso ou do concessionário de uso especial para fins de moradia será ineficaz em relação ao proprietário do respectivo imóvel não intimado. § 6º A alienação de bem sobre o qual tenha sido instituído usufruto, uso ou habitação será ineficaz em relação ao titular desses direitos reais não intimado Sanções se eu ignorar essa intimação, sanção do não cumprimento do Art. 799, ele poderia ter feito tudo isso em apenas um paragrafo do artigo 799 ou apenas no caput do 804. Em resumo, se perde a preferência se esse terceiro não se manifesta. DISPOSIÇÕES GERAIS DIVERSAS ESPÉCIES DE EXECUÇÃO 5 Ana Bonfim – Processo Civil Disposições gerais diversas espécies DeExecução Terceiro precisa ter sido intimado, se não esse privilégio vai acompanhar a coisa, juridicamente é válido a penhora, mas ineficaz ao terceiro, não pode invadir a garantia do terceiro. 4- OBRIGAÇÃO ALTERNATIVA Art. 800. Nas obrigações alternativas, quando a escolha couber ao devedor, esse será citado para exercer a opção e realizar a prestação dentro de 10 (dez) dias, se outro prazo não lhe foi determinado em lei ou em contrato. § 1º Devolver-se-á ao credor a opção, se o devedor não a exercer no prazo determinado. § 2º A escolha será indicada na petição inicial da execução quando couber ao credor exercê-la. Bater sempre o olho no Art 325 CPC Quando o pedido é alternativo, me permite uma opção, 5 mil reais ou a entrega da bicicleta. Se essa alternatividade couber ao credor escolher, irei eliminá-la na inicial escolhendo qual vai ser a forma que eu irei executar. Nas obrigações alternativas quando a escolha compete ao devedor, será citado para que escolha, se não tiver prazo judicial ou contratual, se não for exercida a escolha o direito vai ao credor, independentemente de contrato, pois é força de lei. Se B não escolher qual será a obrigação que ele irá exercer, A (credor) que irá escolher, independentemente do contrato. 5- INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO NA EXECUÇÃO Art. 802. Na execução, o despacho que ordena a citação, desde que realizada em observância ao disposto no § 2º do art. 240, interrompe a prescrição, ainda que proferido por juízo incompetente. Parágrafo único. A interrupção da prescrição retroagirá à data de propositura da ação. Diferença no processo de conhecimento Art. 240. A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente, induz litispendência, torna litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor, ressalvado o disposto nos arts. 397 e 398 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) . § 1º A interrupção da prescrição, operada pelo despacho que ordena a citação, ainda que proferido por juízo incompetente, retroagirá à data de propositura da ação. § 2º Incumbe ao autor adotar, no prazo de 10 (dez) dias, as providências necessárias para viabilizar a citação, sob pena de não se aplicar o disposto no § 1º. § 3º A parte não será prejudicada pela demora imputável exclusivamente ao serviço judiciário. § 4º O efeito retroativo a que se refere o § 1º aplica-se à decadência e aos demais prazos extintivos previstos em lei. DISPOSIÇÕES GERAIS DIVERSAS ESPÉCIES DE EXECUÇÃO 6 Ana Bonfim – Processo Civil Disposições gerais diversas espécies DeExecução Interrompe a prescrição ainda que o juízo seja incompetente e retroage a data de propositura da ação. Ou seja, a partir de onde ocorre o despacho ordenando a citação, desde que efetuado em concordância com o §2º do Art. 240, ou seja, que seja adotado pelo autor providencias necessárias para viabilizar a citação, mesmo que essa citação seja proferida por juiz incompetente, se interromperá a prescrição da execução. Prescrição intercorrente- entro com uma execução de 10 mil contra B, princípio da patrimonialidade, processos não pode ficar tanto tempo parado, são limites a propositura e a satisfação do crédito. Se eu fico um bom tempo sem perseguir o crédito, há a extinção do processo, não importa se estou a 20 anos buscando bens do devedor. 6- NULIDADE DA EXECUÇÃO. EXECUÇÃO PRÉ EXECUTIVIDADE Art. 803. É nula a execução se: I - o título executivo extrajudicial não corresponder a obrigação certa, líquida e exigível; II - o executado não for regularmente citado; III - for instaurada antes de se verificar a condição ou de ocorrer o termo. Parágrafo único. A nulidade de que cuida este artigo será pronunciada pelo juiz, de ofício ou a requerimento da parte, independentemente de embargos à execução. Nulla executio sine titulo- nula execução sem título. Estabelece quando a execução é nula. Em 3 hipóteses: 1- O título extrajudicial não corresponder com a obrigação certa, líquida ou exigível, ou seja, não atender os requisitos para ser um título extrajudicial. 2- Se o executado não for citado regularmente 3- For instaurada antes de se verificar termo ou condição. Eu posso entrar com processo de conhecimento tendo já um título extrajudicial, mas o contrário não posso. Professor entende que é uma perca de tempo, não há necessidade se eu tenho um título executável, posso agilizar o procedimento para busca da tutela específica já entrando com o processo de execução, não faz sentido querer entrar com processo de conhecimento, se já tenho algo certo. A diferença é que, uma execução em que se ve que não foi cumprido o termo ou condição, ou a citação foi feita irregularmente, ela não é nula, mas sim extinta sem o julgamento do mérito. A nulidade em que se trata esse artigo803 será pronunciada pelo juiz de ofício ou a requerimento da parte independentemente dos embargos a execução. Os advogados criaram a Exceção de pré-executividade, não é necessária uma garantia em juízo da execução, pois se eu oponho embargos à execução é necessária a garantia da execução em juízo, porém, se eu vou alegar uma nulidade a execução não é necessário ir pelo meio mais oneroso e demorado que é os embargos, através de uma simples petição eu alego as nulidades citadas no art. 803, pois a nulidade é escancarada REQUISITOS: Apenas nos casos do Art. 803; tem que ser evidente a nulidade, se for precisar de produção de provas para que se demonstre essa nulidade é necessário opor embargos.
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