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GABARITO: Anti-hipertensivos 1) A resposta é C. O propranolol, um protótipo dos antagonistas dos receptores beta-adrenérgicos de primeira geração, antagoniza de modo não-seletivo a estimulação simpática normal nos receptores tanto beta1 quanto beta2. Embora os antagonistas dos receptores beta-adrenérgicos sejam úteis no tratamento das taquiarritmias supraventriculares e ventriculares e sejam cardioprotetores após o infarto do miocárdio, a sua overdose pode causar bradicardia profunda e bloqueio de condução. A nifedipina, um bloqueador dos canais de cálcio de diidropiridina, antagoniza preferencialmente os canais de cálcio nas células musculares lisas vasculares, causando vasodilatação, hipotensão e taquicardia reflexa. A atropina inibe os efeitos parassimpáticos do nervo vago nos nós SA e AV, intensificando a corrente marcapasso e facilitando a despolarização e aumentando a frequência de disparo das células marca-passo. A nitroglicerina relaxa o músculo liso e causa vasodilatação e hipotensão, habitualmente acompanhada de taquicardia reflexa. A epinefrina é um agonista dos receptores adrenérgicos, que aumenta o tônus simpático e a frequência de disparo das células marca-passo através da ativação dos receptores β1- adrenérgicos, e que aumenta a resistência vascular periférica em altas doses através da ativação do receptor alfa1-adrenérgico. 2) A resposta é E. A atropina diminui o tônus parassimpático ao inibir a liberação de acetilcolina do nervo vago, intensifica a corrente marca-passo, facilita a despolarização e aumenta a frequência de disparo das células marca-passo. O nervo vago, que faz parte do sistema nervoso parassimpático, libera acetilcolina primariamente nos átrios, no nó SA e no nó AV. A atropina é um antagonista competitivo dos receptores muscarínicos de acetilcolina. A atropina não tem nenhum efeito sobre os receptores β1-adrenérgicos ou os miócitos ventriculares. Os receptores muscarínicos ativam os canais de potássio retificadores para dentro da célula, que hiperpolarizam os miócitos e retardam a despolarização do marca-passo. Além disso, os receptores muscarínicos inibem os canais de cálcio dependentes de voltagem, diminuindo a taxa de despolarização de fase 0. Ambos os efeitos diminuem a frequência cardíaca. A despolarização de fase 0 das células marca-passo depende da entrada de cálcio intracelular. A redução da entrada de cálcio diminui a taxa de aumento da despolarização de fase 0 e reduz a frequência cardíaca. 3) A resposta é C. O comprometimento da função cardíaca causou reabsorção renal de sódio e de água, e a diminuição do débito cardíaco causou congestão pulmonar e edema podálico. A redução do débito cardíaco é percebida como um volume intravascular inadequado pelos receptores de volume de alta pressão, incluindo o aparelho justaglomerular. Esse processo induz uma absorção renal aumentada de sódio através dos mediadores neuro-humorais de renina–angiotensina–aldosterona. Infelizmente, o ventrículo esquerdo comprometido é incapaz de bombear adequadamente o volume intravascular existente, resultando em congestão venosa pulmonar e edema podálico. Embora a insuficiência renal aguda possa levar a uma sobrecarga de volume, o Sr. R. apresenta apenas insuficiência renal, que pode constituir um reflexo do fluxo sanguíneo arterial renal inadequado no contexto da insuficiência cardíaca crônica. Os biomarcadores cardíacos não indicam que o Sr. R. tenha sofrido um infarto agudo do miocárdio. O modelo por transbordamento é uma das hipóteses para a formação de ascite na cirrose hepática, devido à retenção renal primária de sódio. 4) A resposta é B. Os diuréticos de alça inibem a alta capacidade de reabsorção de sódio no ramo ascendente espesso da alça de Henle e produzem rápida diurese e redução do volume intravascular. Esse efeito diminui as pressões de enchimento no ventrículo esquerdo comprometido e alivia as pressões venosas pulmonares elevadas. Por conseguinte, os diuréticos de alça constituem o tratamento de primeira linha para alívio do edema pulmonar e edema periférico na insuficiência cardíaca. O tratamento a longo prazo com diuréticos de alça pode predispor o paciente a hipocalcemia, hipocalemia e hipomagnesemia. Os diuréticos tiazídicos inibem a reabsorção de sódio no túbulo contornado distal, enquanto produzem um efeito vasodilatador direto. Representam um importante componente da terapia anti-hipertensiva. Os diuréticos poupadores de potássio inibem a reabsorção de sódio no ducto coletor. Além de seus efeitos na regulação do volume e no controle da pressão arterial, os inibidores da ECA retardam a disfunção contrátil cardíaca patológica associada à insuficiência cardíaca após infarto do miocárdio. 5) A resposta é D. Os diuréticos poupadores de potássio, especificamente a espironolactona, inibem a ação da aldosterona no receptor de mineralocorticóides. Esse efeito leva a uma redução no número de canais epiteliais de sódio nas células principais do ducto coletor e em redução da reabsorção de sódio. Os diuréticos poupadores de potássio, amilorida e triantereno, inibem a atividade dos canais de sódio na membrana apical das células principais. Os diuréticos poupadores de potássio são diuréticos leves que intensificam a reabsorção de potássio, podendo causar acidose metabólica hipercalêmica. Os inibidores da anidrase carbônica inibem a reabsorção de sódio no túbulo contornado proximal e são utilizados no tratamento do glaucoma agudo em virtude de sua ação na redução da produção de humor aquoso pelo processo ciliar. Os diuréticos tiazídicos diminuem a hipercalciúria e o risco de nefrolitíase de cálcio. O manitol, um diurético osmótico, reduz rapidamente o volume intravascular cerebral no contexto do traumatismo cranioencefálico fechado. Os diuréticos de alça estão associados a ototoxicidade dependente da dose, especialmente quando utilizados com antibióticos aminoglicosídios. 6) A resposta é E. Os inibidores da ECA causam vasodilatação arterial e limitam o desenvolvimento de miocardiopatia após infarto do miocárdio. Impedem a conversão da angiotensina I em angiotensina II, limitando os efeitos vasoconstritores da angiotensina II. Os inibidores da ECA retardam a progressão da disfunção contrátil cardíaca após o infarto do miocárdio, possivelmente através de um efeito inibidor sobre fatores e hormônios de crescimento, que estimulam patologicamente a hipertrofia tecidual e a fibrose. Em virtude desses efeitos, os inibidores da ECA constituem o tratamento de primeira linha como agentes anti-hipertensivos e costumam ser prescritos após infarto do miocárdio devido a seu efeito protetor sobre a remodelagem cardíaca. Os inibidores da ECA aumentam os níveis de bradicinina, um relaxante do músculo liso e vasodilatador. Os inibidores da ECA inibem a síntese de aldosterona e reduzem a excreção de potássio. Diminuem a liberação de ADH. Os inibidores da ECA estão contra-indicados durante a gravidez, devido à sua associação a malformações fetais. Os antagonistas dos receptores de angiotensina antagonizam os efeitos vasoconstritores da angiotensina nos seus receptores. 7) A reabsorção de sódio é maior no túbulo proximal, onde ocorrem cerca de dois terços da reabsorção de sódio, juntamente com a maior parte da reabsorção de bicarbonato e 60% de absorção de cloreto. A absorção de solutos no túbulo proximal é isosmótica: a água também é absorvida juntamente com íons para manter o equilíbrio osmótico. O ramo ascendente espesso da alça de Henle reabsorve 25% a 35% do sódio filtrado, sem água concomitante, diluindo o líquido tubular. O túbulo contornado distal reabsorve apenas 2% a 10% do sódio, mas também medeia a reabsorção de cálcio e de magnésio. As células principais do ducto coletor reabsorvem apenas 1% a 5% do sódio filtrado e secretam potássio sob o controle da aldosterona.O ADH promove a reabsorção de água no ducto coletor. As células intercaladas do ducto coletor secretam bicarbonato e prótons e regulam a absorção de cloreto e de potássio. 8) A resposta é A. A teoria do enchimento deficiente propõe que a elevação da pressão hidrostática intra- hepática provoca ascite, diminui o volume intravascular e promove a reabsorção renal de sódio. O líquido filtrado através dos sinusóides hepáticos é um transudato. O volume aumentado de transdutato sobrepuja a capacidade do sistema linfático de fazê-lo retornar à circulação sistêmica, resultando em desenvolvimento de ascite e edema. A função hepática de síntese encontra-se diminuída em pacientes com cirrose, resultando em produção diminuída de albumina, fatores da coagulação e hormônios peptídicos e, por fim, em ruptura das funções metabólicas, como a gliconeogênese. O modelo por transbordamento para a ascite propõe que a obstrução pós-sinusoidal em pacientes com cirrose estimula um reflexo hepatorrenal. Essa resposta autônoma leva a uma reabsorção renal primária de sódio. A consequente retenção de sódio, a sobrecarga de volume e a elevação da pressão hidrostática intra-hepática causam ascite. 9) A resposta é E. A espironolactona antagoniza os efeitos do hiperaldosteronismo na cirrose com edema. Pode ocorrer excesso de mineralocorticóides em pacientes com cirrose e insuficiência cardíaca, em consequência do metabolismo diminuído da aldosterona. A espironolactona é um diurético leve que não tende a causar diurese excessiva e rápida. No contexto da pressão oncótica plasmática diminuída (como a que ocorre na cirrose), a capacidade de rápida mobilização do líquido extravascular para a vasculatura é limitada, de modo que a ocorrência de diurese rápida ou extensa pode comprometer a estabilidade cardiovascular. Esse risco é reduzido com o uso de espironolactona. A espironolactona promove a retenção de potássio. Inibe o receptor de androgênios, contribuindo para os efeitos adversos de impotência e ginecomastia nos homens. A espironolactona e a eplerenona podem preservar a função cardíaca e diminuir o desenvolvimento de insuficiência cardíaca em pacientes com infarto do miocárdio, possivelmente relacionado a uma inibição da fibrose cardíaca. 10) A resposta é D. A acidose metabólica hipercalêmica pode resultar da administração de diuréticos poupadores de potássio, que são utilizados no tratamento da alcalose metabólica hipocalêmica. 11) A resposta é D. A albumina, as globulinas e outras proteínas plasmáticas grandes são normalmente confinadas ao espaço intravascular. Por serem agentes osmoticamente ativos, contribuem para o gradiente de pressão oncótica vascular e promovem o movimento de transudato (água) do espaço intersticial para o espaço intravascular. O manitol é um diurético osmótico filtrado no glomérulo e que aumenta a força osmótica intraluminal no interior do túbulo do néfron, limitando a reabsorção de água. A desmopressina é um agonista de vasopressina exógena, que é utilizada no tratamento de pacientes com diabetes insípido central. Embora a água possa ser infundida diretamente nas veias, ela consegue penetrar no tecido intersticial, dependendo das alterações nos gradientes de pressão hidrostática e pressão oncótica. 12) O peptídio natriurético do tipo B encontra-se elevado em resposta à sobrecarga de volume. Os peptídios natriuréticos são liberados pelos átrios (tipo A), ventrículos (tipo B) e endotélio vascular (tipo C) em resposta a um aumento do volume intravascular, provavelmente devido ao estiramento aumentado das células secretoras de peptídio natriurético. Os peptídios natriuréticos promovem vasodilatação, transudação de líquido do espaço intravascular para o interstício e natriurese, bem como diminuição da sede, liberação diminuída de ADH e redução do tônus simpático. A nesiritida é um peptídio natriurético do tipo B de sequência humana recombinante aprovada para o tratamento agudo da insuficiência cardíaca descompensada. A cininase II é outra designação da ECA. A renina é secretada pelo aparelho justaglomerular em resposta a sinais que indicam a existência de um baixo volume intravascular. A vasopressina é o ADH secretado pela neuro-hipófise em resposta a um aumento da osmolalidade plasmática ou presença de hipovolemia. As concentrações de albumina podem estar diluídas no contexto da sobrecarga de volume intravascular. GABARITO: Anti-hipertensivo 2 1) A nitroglicerina sublingual é rapidamente absorvida e metabolizada a óxido nítrico (NO), que dilata as veias sistêmicas e as artérias epicárdicas, diminuindo a demanda e aumentando o suprimento de oxigênio do miocárdio. A liberação enzimática de NO a partir de nitratos orgânicos ocorre em tecidos vasculares específicos, tendo como alvo as veias sistêmicas (aumentando a capacitância venosa, reduzindo o retorno venoso ao coração e diminuindo o trabalho do miocárdio e a demanda de oxigênio) e as artérias coronárias epicárdicas (produzindo vasodilatação e aumentando o suprimento de oxigênio para o miocárdio). A nitroglicerina em doses suficientes para causar vasodilatação arterial periférica excessiva pode resultar em hipotensão profunda. Os nitratos orgânicos administrados por via oral têm um início de ação mais prolongado, porém tardio, devido à sua absorção gastrintestinal e certo grau de metabolismo hepático de primeira passagem. O metabolismo do NO a peroxinitrito constitui uma hipótese para o desenvolvimento de tolerância celular aos efeitos dos nitratos orgânicos. O NO por via inalatória tem sido utilizado no tratamento da hipertensão pulmonar primária do recém-nascido. 2) A cefaleia constitui um efeito adverso muito comum da administração de nitroglicerina, causado pela vasodilatação das artérias cerebrais. Outros efeitos adversos dos nitratos orgânicos associados à vasodilatação incluem hipotensão, com taquicardia reflexa e rubor facial. Foi relatada a ocorrência de bradicardia após a administração de nitroglicerina, embora esse evento seja raro. A perda visual transitória causada por neuropatia óptica isquêmica não-arterítica foi relatada em associação aos inibidores da PDE5, como o sildenafil. A elevação das transaminases hepáticas constitui um importante efeito adverso do bosentan, um antagonista do receptor de endotelina competitivo utilizado no tratamento da hipertensão arterial pulmonar. 3) A resposta é A. Tanto o sildenafil quanto os nitratos orgânicos promovem a vasodilatação. O sildenafil é um inibidor da 3´,5´-monofosfato de guanosina cíclico (cGMP) fosfodiesterase tipo V (PDE5). Impede a degradação do cGMP, que promove o relaxamento do músculo liso. Embora a PDE5 seja expressa principalmente no músculo liso do corpo cavernoso, ela também o é em pequenas quantidades nas células musculares lisas vasculares. Os nitratos orgânicos são metabolizados a NO, que estimula a produção de cGMP intracelular. Quando esses agentes são utilizados em combinação, seu efeito vasodilatador é amplificado, podendo resultar em hipotensão profunda. Embora não se tenha comprovado que o uso concomitante de sildenafil e de bloqueadores dos canais de cálcio possa causar o mesmo efeito, os pacientes que tomam agentes anti-hipertensivos vasodilatadores com sildenafil são considerados de risco para hipotensão perigosa. 4) A estimulação dos receptores a1-adrenérgicos no músculo liso vascular iria promover vasoconstrição arterial e aumento da resistência vascular sistêmica e da pressão arterial. A inervação adrenérgica do coração é feita principalmente através dos beta1-receptores. Os receptores alfa2-adrenérgicos estão principalmente localizados nas terminações nervosas pré-sinápticas, onde estão envolvidos no feedback negativo, na diminuição do tônus simpático no sistema nervoso central e na inibição da liberação de norepinefrina dos neurônios adrenérgicosperiféricos. 5) O minoxidil abre os canais de potássio e hiperpolariza a célula. Isso impede a despolarização normal e o influxo de cálcio. O resultado consiste em relaxamento e vasodilatação das células musculares lisas vasculares. O minoxidil não interage com os canais de cálcio nem induz a liberação de cálcio do retículo sarcoplasmático. A endotelina é um potente peptídio vasoconstritor endógeno. 6) A epinefrina é liberada da glândula supra-renal na circulação sistêmica, onde pode atuar nos receptores tanto a quanto b-adrenérgicos. A norepinefrina é liberada dos neurônios pós-ganglionares adrenérgicos. Tanto a epinefrina quanto a norepinefrina são agonistas nos receptores alfa1 e beta2-adrenérgicos do músculo liso vascular. A estimulação simpática, particularmente a constrição mediada através dos receptores alfa1-adrenérgicos, predomina no controle autônomo do tônus vascular. 7) A nitroglicerina tópica é absorvida por via transdérmica, onde libera NO para causar vasodilatação através da formação de cGMP. Os inibidores da fosfodiesterase impedem a degradação do cGMP. Os bloqueadores dos canais de cálcio impedem o influxo de cálcio. Os agonistas β2-adrenérgicos aumentam o cAMP intracelular. Todas essas ações reduzem a contração do músculo liso e facilitam a vasodilatação. 8) A fentolamina bloqueou a vasoconstrição a1-adrenérgica das artérias digitais. A fentolamina é um antagonista α-adrenérgico não-seletivo, que tem a capacidade de reverter a vasoconstrição das artérias digitais induzida pela epinefrina. 9) A resposta é E. A anlodipina tem início de ação tardio, porém longa duração de ação. A anlodipina é um agente diidropiridínico de terceira geração, de carga positiva em pH fisiológico. Isso facilita a sua ligação às membranas celulares com alta afinidade, respondendo por uma concentração plasmática máxima tardia e metabolismo hepático lento. Em contraste, a nifedipina é excretada pelos rins e apresenta meia-vida curta em comparação com a anlodipina. O diltiazem sofre metabolismo hepático de primeira passagem significativo, resultando em baixa biodisponibilidade. Tanto o diltiazem quanto o verapamil são cardiosseletivos que atuam como agentes inotrópicos negativos, além de diminuir a automaticidade e a velocidade de condução. 10) O cianeto é liberado durante o metabolismo do nitroprussiato de sódio. O cianeto inibe a transferência normal de elétrons pelos citocromos e provoca acidose metabólica e arritmias ventriculares. O cianeto é normalmente metabolizado no fígado a tiocianato, que é excretado pelos rins. O tiocianato pode acumular- se em pacientes com insuficiência renal, causando alteração do estado mental e convulsões. A endotelina é um peptídio vasoconstritor endógeno. GABARITO: Angina e ICC 1) Resposta C. A combinação de um antagonista dos receptores b-adrenérgicos e de digoxina reduz a mortalidade e melhora o estado funcional de pacientes com insuficiência cardíaca. Os antagonistas dos β- receptores reduzem a mortalidade em 30%, talvez ao anular os efeitos da estimulação simpática crônica sobre o coração e efetuando uma remodelagem ventricular. Embora a digoxina por si só não reduza a mortalidade em pacientes com insuficiência cardíaca, ela pode exercer um efeito positivo sobre a função contrátil, bem como efeitos neuro-humorais, melhorando o estado funcional de pacientes com disfunção sistólica. 2) Resposta A. A digoxina inibe a bomba de sódio da membrana plasmática, resultando em aumento da concentração intracelular de cálcio. A inibição da bomba de sódio provoca um aumento na concentração intracelular de sódio, alterando o equilíbrio do trocador de sódio–cálcio da membrana plasmática. Isso resulta em aumento do cálcio intracelular. O cálcio intracelular liga-se à troponina C, aumentando a tensão contrátil e a contratilidade. A digoxina liga-se também à bomba de sódio da membrana plasmática das células neuronais, inibindo o tônus simpático e aumentando o tônus parassimpático. Diminui também a automaticidade do nó AV e prolonga a condução através do nó AV. Os agonistas dos β-receptores atuam através de receptores acoplados à proteína G, aumentando o cAMP intracelular e reciclando subsequentemente cálcio intracelular para dentro e para fora do retículo sarcoplasmático. 3) Resposta B. A fibrilação atrial é um ritmo elétrico característico em pacientes com efeitos tóxicos da digoxina. Ela é causada pelos efeitos de redução da automaticidade da digoxina no nó AV, porém com automaticidade intensificada nas fibras de His-Purkinje. Esses efeitos divergentes podem contribuir para o bloqueio cardíaco completo com ritmo juncional ou de escape idioventricular acelerado. Outros sintomas de toxicidade da digoxina incluem náusea e halos visuais (que não constituem uma queixa de G.W.). Como cerca de 70% da digoxina é excretada pelos rins, a insuficiência renal aguda e a desidratação com alteração da taxa de filtração glomerular podem predispor pacientes à toxicidade da digoxina. A hipercalemia sérica (causada por envenenamento da bomba de sódio) pode ocorrer no contexto da toxicidade aguda ou overdose de digoxina e constitui um sinal de prognóstico grave. 4) A hipocalemia torna a bomba de sódio mais sensível à digoxina. A presença de baixas concentrações extracelulares de potássio aumenta a fosforilação da bomba de sódio. A digoxina possui uma maior afinidade pela forma fosforilada da bomba. Muitos fatores predispõem os pacientes à toxicidade da digoxina, incluindo doença cardiopulmonar preexistente, insuficiência renal, anormalidades eletrolíticas e uso de antibióticos (que alteram a flora bacteriana gastrintestinal e afetam a quantidade de digoxina absorvida pelo intestino). 5) A dobutamina é um agonista no receptor b1-adrenérgico, que aumenta o cAMP e o cálcio intracelulares disponíveis para afetar o ciclo de contração dos miócitos. A dobutamina é uma amina simpaticomimética sintética que existe em uma mistura racêmica de enantiômeros (+) e (–). Ambos os enantiômeros estimulam os receptores β1-adrenérgicos (e, em menor grau, os receptores β2-adrenérgicos). Possuem efeitos opostos no receptor α1. O resultado final dessa mistura de formulação consiste predominantemente em um efeito agonista nos receptores β1-adrenérgicos, tornando a dobutamina um agente inotrópico intravenoso titulável para a insuficiência cardiogênica aguda. 6) Resposta C. O cálcio intracelular liga-se à troponina C, que induz a liberação de troponina I de tal modo que a miosina e a actina possam interagir para encurtar o sarcômero. Dessa maneira, o cálcio intracelular atua como elo entre a excitação e a contração dos miócitos. O ciclo do cálcio no interior da célula é controlado por diversos mecanismos. Quando os níveis de cálcio estão elevados, os complexos de cálcio–calmodulina inibem a liberação adicional de cálcio no citosol. O cálcio intracelular estimula a SERCA a bombear o cálcio de volta ao retículo sarcoplasmático, repondo as reservas de cálcio e facilitando o relaxamento diastólico dos sarcômeros. Concentrações intracelulares adequadas de ATP também são necessárias para propiciar a interação actina–miosina e o relaxamento, bem como a função da SERCA. 7) Resposta E. A dopamina administrada em taxas altas atua principalmente como agonista nos receptores a1-adrenérgicos, aumentando a resistência vascular periférica. A dopamina, em taxas baixas de infusão, aumenta a contratilidade (agonista β1-adrenérgico) e diminui a resistência vascular sistêmica (agonista β2-adrenérgico). 8) Os antagonistas dos b-receptores podem diminuir ainda mais o débito cardíaco e causar edema pulmonar. O tratamento inicial de pacientes com miocardiopatia periparto inclui digoxina e um inibidor da enzima conversora de angiotensina. Os antagonistas dos β-receptores podem ser acrescentados ao esquema de tratamento da paciente se a combinaçãoinicial de fármacos não conseguir melhorar os sintomas; entretanto, deve-se evitar o uso de antagonistas dos β-receptores em pacientes com insuficiência cardíaca descompensada. A miocardiopatia periparto é rara e pode ocorrer a qualquer momento, desde o último mês de gravidez até 6 meses após o parto. 9) A milrinona é um inibidor relativamente seletivo da PDE3, assim como a inanrinona. A dopamina é um agonista adrenérgico, o carvedilol é um antagonista β-adrenérgico, o isoproterenol é um agonista β- adrenérgico e a digitoxina é um glicosídio cardíaco. 10) Tanto os agonistas dos β-receptores quanto os inibidores da fosfodiesterase aumentam a contratilidade cardíaca através da elevação dos níveis intracelulares de cAMP. Os agonistas dos β- receptores atuam através de um sistema acoplado à proteína G para aumentar a formação de cAMP, enquanto os inibidores da fosfodiesterase impedem a hidrólise e a degradação enzimáticas do cAMP.
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