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PersonalidadePsicologia Jurídica

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Conceitos básicos de personalidade
Personalidade: de�nições
Olá estudante ! 
Essa é a disciplina de psicologia aplicada ao direito. 
Nesta unidade será apresentado o conceito de personalidade, suas de�nições, in�uências genéticas e do
ambiente, estrutura e dinâmica, mecanismos de defesa e, por �m, transtornos ligados a personalidade. 
O conceito de personalidade tem diversas de�nições, a depender da teoria que embasa o conceito. Assim,
podemos a�rmar que existem diversas teorias da personalidade. 
Mas o que é personalidade ? De forma geral, que se conhece popularmente, podemos apontar alguns signi�cados
de senso comum: 1 - O primeiro uso iguala o termo à habilidade ou à perícia social. A personalidade de um
indivíduo é avaliada por meio da efetividade com que ele consegue lidar de forma positiva em uma variedade de
pessoas em diferentes circunstâncias.  
O segundo uso considera a personalidade do indivíduo como consistindo-se na impressão mais destacada ou
saliente que ele cria nos outros. Assim, podemos dizer que uma pessoa tem uma “personalidade agressiva” ou
uma “personalidade submissa” ou uma “personalidade temerosa”. 
Para além dessas de�nições de senso comum, dentro da ciência psicológica o número de de�nições e signi�cados
é extenso. Algumas tendem mais a levar em consideração aspectos biológicos ou biofísico. Outras formas de
de�nir levam em consideração o aspecto geral, global, de um indivíduo, sendo constituído por uma lista de
aspectos.   
Diferentes de�nições de personalidade na psicologia:
Concepção biológica / biofísica.
Concepção do aspecto global do indivíduo
Concepção de personalidade como função organizadora ou integrativa no indivíduo.
Concepção de personalidade como aspectos únicos ou individuais do comportamento.
Essência da condição humana.
Psicologia Aplicada ao Direito 
Personalidade 
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qualquer hora e lugar. Na versão impressa, porém, alguns conteúdos interativos �cam desabilitados. Por essa razão, �que atento: sempre
que possível, opte pela versão digital. Bons estudos! 
Outras de�nições enfatizam principalmente a função integrativa, ou organizadora, da personalidade. Tais
de�nições sugerem que a personalidade é a organização ou o padrão dado às várias respostas distintas do
indivíduo. Alternativamente, elas sugerem que a organização resulta da personalidade que é uma força ativa
dentro do indivíduo. A personalidade é aquilo que dá ordem e congruência a todos os comportamentos diferentes
apresentados pelo indivíduo. Alguns teóricos enfatizam a função da personalidade na mediação do ajustamento
do indivíduo. A personalidade consiste nos esforços de ajustamento variados e, no entanto, típicos, realizados
pelo indivíduo. Em outras de�nições, a personalidade é igualada aos aspectos únicos ou individuais do
comportamento. Nesse caso, o termo designa aquilo que é distintivo no indivíduo e o diferencia de todas as
outras pessoas. Finalmente, alguns teóricos consideram que a personalidade representa a essência da condição
humana. Essas de�nições sugerem que a personalidade se refere àquela parte do indivíduo que é mais
representativa da pessoa, não apenas porque a diferencia dos outros, mas principalmente porque é aquilo que a
pessoa realmente é. A sugestão de Allport (autor que fez uma extensa revisão sobre as diversas concepções de
personalidade dentro da psicologia) é de que “a personalidade é o que um homem realmente é”.
Podemos considerar que existem diversas formas de conceber a personalidade, conforme listamos aqui, mas
nenhuma pode ser generalizada e essa teoria geralmente está embasada em alguma concepção teórica que a
subsidia. Dito isto, devemos levar em consideração esta teoria também, e não apenas o conceito de personalidade
que ela propõe. 
Personalidade: abordagens
Conforme apontamos anteriormente, existem diversas formas de se abordar esse tema, devido as diferentes
formas de se abordar a psicologia.
Descreveremos aqui os principais aspectos de algumas delas, provavelmente as mais famosas, começando pela
psicanálise.
A psicanálise, teoria e método clínico criada pelo neurologista austríaco Sigmund Freud, no que tange à
personalidade, indicava que a mesma era constituída por três sistemas: o ID, o EGO e o SUPEREGO.
Embora cada uma dessas partes da personalidade total tenha suas próprias funções, propriedades, componentes,
princípios de operação, dinamismos e mecanismos, elas interagem tão estreitamente que é difícil, senão
impossível, desemaranhar seus efeitos e pesar sua relativa contribuição ao comportamento humano. O
comportamento é quase sempre o produto de uma interação entre esses três sistemas; e raramente um sistema
opera com a exclusão dos outros dois.
O id consiste em tudo que é psicológico, que é herdado e que se acha presente no nascimento, incluindo os
instintos. Ele é o reservatório da energia psíquica e fornece toda a energia para a operação dos outros dois
sistemas.
O ego passa opera devido a necessidade de se lidar e obedecer ao princípio de realidade (enquanto o ID opera
relacionado ao princípio de prazer). o ego é a porção organizada do id, que passa a existir para atingir os objetivos
do id e não para frustrá-los, e que todo o seu poder se deriva do id. Ele não existe separadamente do id, e nunca
se torna completamente independente dele. Seu principal papel é o de mediador entre as exigências instintuais
do organismo e as condições do ambiente circundante.
O Superego é o representante interno dos valores tradicionais e dos ideais da sociedade conforme interpretados
para a criança pelos pais e impostos por um sistema de recompensas e de punições. O superego é a força moral
da personalidade. Ele representa o ideal mais do que o real e busca a perfeição mais do que o prazer.
Conforme apontamos anteriormente, existem diversas formas de se abordar esse tema, devido as diferentes
formas de se abordar a psicologia.
Adler e suas contribuições para o conceito de personalidade:
In�uência principal de aspectos sociais e culturais.
Conceito de self criativo.
Ênfase na singularidade da personalidade.
Adler foi um psiquiatra austríaco que teve importantes contribuições para uma teoria da personalidade e que se
diferenciava de seu contemporâneo Freud.
Para Adler, um dos aspectos principais que in�uenciam a personalidade não são os instintos inatos, de natureza
sexual na teoria de Freud, mas sim aspectos sociais e culturais.
A segunda maior contribuição de Adler à teoria da personalidade é o seu conceito do self criativo. Diferentemente
do ego de Freud, que consiste em um grupo de processos psicológicos servindo aos �ns dos instintos inatos, o self
de Adler é um sistema subjetivo altamente personalizado, que interpreta e torna signi�cativas as experiências do
organismo. Além disso, ele busca experiências que ajudarão a realizar o estilo de vida único da pessoa; se essas
experiências não são encontradas no mundo, o self tenta criá-las. Esse conceito de um self criativo era novo na
teoria psicanalítica.
Um terceiro aspecto da psicologia de Adler que a separa da psicanálise clássica é a sua ênfase na singularidade da
personalidade. Adler via cada pessoa como uma con�guração única de motivos, traços, interesses e valores; cada
ato realizado pela pessoa tem a marca característica de seu estilo de vida distintivo.
Contribuições de Henry Murray:
Murray vai de encontro a alguns preceitos psicanalíticos como a importância e determinação de fatores da
infância na vida adulta. Ele também considera importante, também em consonância com a psicanálise, a
motivação advinda de fatores inconscientes. 
O aspecto mais distintivo dessa teoria é seu tratamento altamente diferenciado e cuidadosamente especi�cado da
motivação. 
Outro aspecto incomum da teoria é a ênfase consistente nos processos �siológicos coexistentes e funcionalmente
vinculados que acompanham todos os processos psicológicos.
Principaisprincípios da concepção de Murray sobre personalidade: 
1. A personalidade de um indivíduo é uma abstração formulada pelos teóricos e não simplesmente uma
descrição do comportamento do indivíduo.
2. A personalidade de um indivíduo refere-se a uma série de eventos que idealmente abrangem toda a sua vida:
“A história da personalidade é a personalidade”.
3. Uma de�nição de personalidade deve re�etir os elementos duradouros e recorrentes do comportamento,
bem como os elementos novos e únicos.
4. A personalidade é o agente organizador ou governador do indivíduo. Suas funções são integrar os con�itos e
as limitações aos quais o indivíduo está exposto, satisfazer suas necessidades e fazer planos para a
conquista de metas futuras.
5. A personalidade está localizada no cérebro: “Nenhum cérebro, nenhuma personalidade.”
In�uência da psicanálise. 
A personalidade não é uma estrutura �xa, mas sim um �uxo. 
A personalidade re�ete elementos duradouros e recorrentes do comportamento, bem como elementos
únicos e novos. 
A genética da personalidade
Fatores hereditários 
In�uência genética x in�uência ambiental 
Importância da primeira infância no desenvolvimento
Uma questão tão antiga quanto o pensamento humano sobre a humanidade é a pergunta sobre a relativa
importância da genética, ou dos fatores hereditários na determinação do comportamento. Praticamente ninguém
vai negar que os fatores hereditários têm implicações para o comportamento, mas existem teóricos da
personalidade que diminuem dramaticamente a sua importância, insistindo que todos os fenômenos
comportamentais importantes podem ser compreendidos sem recorrermos ao biológico e ao genético.
Algumas abordagens tendem a diminuir essa in�uência genética e colocar em primeiro plano a in�uência
ambiental.
As abordagens europeias, principalmente a psicanálise, apontando para instintos e aspectos inatos, mas também
outras abordagens de cunho humanista, que apontam para a capacidade inerente do homem de se atualizar
positivamente, ou mesmo a existência dessa essência humana, vai no sentido contrário de abordagens
ambientalista que colocam o ambiente como principal determinando no comportamento humano.
Devemos lembrar que as teorias de forma geral não são, de forma geral, radicais no sentido de serem
deterministas totalmente do ponto de vista genético ou o seu oposto, do ponto de vista ambiental ou social.
Personalidade e ambiente
Saiba Mais
Essa relação entre a determinação genética e a determinação do ambiente foi estudada de forma mais especí�ca
por Cattel, um teórico que se utilizava de uma técnica especí�ca chamada análise fatorial (que levava em conta
fatores de diversos aspectos). 
Com relação a oposição entre hereditariedade e in�uência ambiental, Cattel apontou que as correlações
hereditariedade-ambiente pareciam ser predominantemente negativas, isto é, uma tendência das in�uências
ambientais de se oporem sistematicamente à expressão da variação genética, como quando os pais (ou outros
agentes sociais) tentam fazer com que crianças diferentes sigam a mesma norma de comportamento,
encorajando as tímidas e refreando as mais desregradas. 
Com relação a ênfase no ambiente, podemos citar a obra de Skinner, que apesar de nunca ter se considerado um
teórico da personalidade, construiu sua teoria dando ênfase no ambiente e no processo de aprendizagem através
do processo de estímulos e reforçamentos do ambiente, oferecendo assim uma estrutura alternativa ao conceito
clássico de personalidade e que atualmente tem grande in�uência na área da psicologia. 
Estrutura e dinâmica de personalidade
Formação e determinantes da personalidade
Olá estudante !
Nessa segunda sessão da unidade 2 da disciplina de Psicologia aplicada ao direito, apresentaremos a aspectos
relacionados a estrutura e a dinâmica da personalidade.
Para apresentar essas questões, nos basearemos primeiramente na concepção de Freud de personalidade, com a
justi�cativa de que ele foi um dos primeiros teóricos da psicologia a enfatizar os aspectos do desenvolvimento da
personalidade e em particular o papel decisivo dos primeiros anos do período de bebê e da infância como
formadores da estrutura de caráter básica da pessoa. Freud considerava que a personalidade já estava muito bem
formada pelo �nal do quinto ano de vida e que o desenvolvimento subsequente era praticamente só a elaboração
dessa estrutura básica. Ele chegou a essa conclusão com base em suas experiências com pacientes que se
submetiam à psicanálise. Inevitavelmente, suas explorações mentais os levavam de volta a experiências da
infância inicial que pareciam decisivas para o desenvolvimento de uma neurose mais tarde na vida. Freud
acreditava que “a criança é o pai do homem”. É interessante, em vista de sua forte preferência por explicações
genéticas do comportamento adulto, que Freud raramente tenha estudado as crianças pequenas diretamente. Ele
preferia reconstruir a vida passada da pessoa a partir de evidências fornecidas por lembranças adultas.
Dentro da concepção da psicanálise, veremos que o desenvolvimento da personalidade e seus principais
determinantes encontram-se na infância, principalmente o período de bebê e os primeiros anos da infância. 
Para a psicanálise freudiana, a personalidade se desenvolve em resposta a quatro fontes importantes de tensão:
1. O processo de crescimento �siológico
2. Frustrações
3. Con�itos
4. Ameaças
Como uma consequência direta de aumentos de tensão emanando dessas fontes, a pessoa é forçada a aprender
novos métodos de reduzir a tensão. Tal aprendizagem é o que seria o desenvolvimento da personalidade.
A identi�cação e o deslocamento, conceitos que veremos na próxima sessão, são dois métodos pelos quais o
indivíduo aprende a resolver as frustrações, os con�itos e as ansiedades.
Estágios de desenvolvimento infantil nos primeiros anos da infância, decisivos para formação da personalidade
adulta: 
Dentro da concepção psicanalítica, que conforme dissemos dá grande importância aos primeiros anos de infância,
existe alguns estágios de desenvolvimento na infância que irão ter grande in�uência no desenvolvimento da
personalidade do adulto e dessa forma devemos conhece-los para que possamos entender o conceito de forma
mais ampla. 
Cada estágio de desenvolvimento durante os primeiros cinco anos é de�nido em termos dos modos de reação de
uma zona especí�ca do corpo. Durante o primeiro estágio, que dura cerca de um ano, a boca é a principal região
de atividade dinâmica. O estágio oral é seguido pelo desenvolvimento de catexias e de anticatexias em relação às
funções eliminativas, o chamado estágio anal. Ele acontece no segundo ano de vida e é seguido pelo estágio fálico,
em que os órgãos sexuais se tornam as zonas erógenas mais importantes. Esses estágios – oral, anal e fálico – são
chamados de estágios pré-genitais. A criança então atravessa um prolongado período de latência, os chamados
anos de tranquilidade, dinamicamente falando. Durante esse período, os impulsos tendem a ser mantidos em um
estado de repressão. O ressurgimento da dinâmica na adolescência reativa os impulsos pré-genitais. Se eles forem
satisfatoriamente deslocados e sublimados pelo ego, a pessoa passa para o estágio �nal da maturidade, o estágio
genital. 
O modelo de desenvolvimento de Freud baseia-se na suposição da sexualidade infantil. Isto é, os estágios
representam uma sequência normativa de diferentes modos de grati�car os impulsos sexuais, e é a maturação
física a responsável pela sequência de zonas erógenas e de estágios correspondentes. Os estágios são chamados
de “psicossexuais” porque são as pulsões sexuais que levam à aquisição das características psicológicas. Freud é
frequentemente mal-entendido nesse ponto.  
Quando usou o termo “sexualidade”, ele não estava se referindo exclusivamente à sexualidade genital; melhor
dizendo, as forças sexuais que induzem os estágios de desenvolvimento re�etem tipos diferentes de prazer
corporal. Os locais de prazer corporal mudam conforme a maturação física queleva a uma sequência normativa
de zonas erógenas, cada uma com um conjunto diferente de ações e objetos característicos. Essa relação entre o
físico e o psicológico continua, pois muitos dos traços de caráter associados a um estágio especí�co são
transformações de atos físicos característicos daquele estágio especí�co. Por exemplo, o bebê que literalmente
tenta engolir tudo durante o estágio oral pode-se tornar o adulto crédulo que aceita ou �gurativamente “engole”
tudo o que as outras pessoas dizem. Ou o bebê que morde agressivamente pode-se tornar o adulto sarcástico,
com um humor “mordaz”. Esses exemplos podem parecer extremos, mas observem que o processo de �xação em
si é muito razoável. 
Estágios de desenvolvimento infantil nos primeiros anos da infância, decisivos para formação da personalidade
adulta: 
Fases: 
Oral
Anal
Fálica
Genital
Desenvolvimento da personalidade para Rogers: 
Forte in�uência do ambiente, especialmente ambiente social
Não apresenta um cronograma �xo (como Freud fez)
Rogers, diferentemente de outros teóricos com orientação clínica como Freud e outros não ofereceu um
cronograma de estágios signi�cativos pelos quais a pessoa passa em sua jornada do período de bebê à
maturidade. Em vez disso, ele investigou como as avaliações de um indivíduo pelos outros, particularmente
durante a infância, tendem a favorecer o distanciamento entre as experiências do organismo e as experiências do
self.
Devemos lembrar que sua concepção de sujeito é bem diferente dá de Freud. Segundo Rogers, “o organismo tem
uma tendência e uma busca básica – realizar, manter e melhorar o organismo que experiencia”. O modelo de
Rogers baseia-se na suposição de que os organismos têm um motivo fundamental para melhorar. 
Apesar do caráter monístico da teoria motivacional de Rogers, ele destacou duas necessidades que merecem
atenção especial: a necessidade de consideração positiva e a necessidade de autoconsideração. Ambas são
necessidades aprendidas. A primeira se desenvolve no período de bebê em consequência de o bebê ser amado e
cuidado; a última se estabelece em virtude de o bebê receber consideração positiva dos outros. As duas
necessidades, como veremos na próxima seção, também podem funcionar em contradição com a tendência
realizadora, distorcendo as experiências do organismo. 
Estruturas clínicas da personalidade 
A Psicanálise a�rma a existência de três estruturas clínicas de personalidade: 
A de�nição da estrutura clínica dos sujeitos, seja a neurose, a psicose e a perversão (que devemos lembrar aqui
que não tem a ver com as de�nições psiquiátricas ou morais atuais) se dará a partir de como for resolvido o
complexo de édipo na infância do sujeito. 
O conceito de complexo de Édipo, um dos conceitos centrais da psicanálise, diz respeito à forma como a criança
lida nessa relação com os pais com aspectos como a punição, o desejo, que de forma geral vão acabar por
estruturar no sujeito aspectos relacionados a princípio de desejo e princípio de realidade (simpli�cando mais
ainda, os limites). Nesta con�guração, cada elemento exerce uma função especí�ca. A mãe é o primitivo objeto de
amor. O pai, o representante da lei do desejo e responsável para que a lei seja aplicada. A criança transitará entre
um e outro, atravessando diversas fases em seu desenvolvimento até que possa (ou não) constituir-se como
sujeito desejante e de linguagem, inserido na cultura.
Assim, aspecto fundamental com relação as estruturas clínicas da personalidade é atuação das �guras parentais,
sendo que o pai, por sua presença ou ausência, por sua atuação ou omissão, terá um papel predominante, dentro
da visão psicanalítica.
Para a teoria, é função do pai provar à criança que tem desejo e palavra, autoridade e comunicação.
O que determina cada estrutura clínica é, pois, como o sujeito encena, apreende e interpreta sua história diante
das funções materna e paterna. Logicamente, podem estar implicadas tendências genéticas ou hereditárias, mas o
que faz com que seja escolhida esta ou aquela estrutura é o modo como nossa história se desenrola diante de
nossos olhos interiores.
Neurose
A neurose, de longe a mais comum, atua nos sujeitos principalmente através do recalque. 
Psicose
A psicose, com o mecanismo da forclusão, reconstrói, para o sujeito, uma realidade delirante ou alucinatória.
Perversão
A perversão, mantida através da denegação ou desmentido, faz com que o sujeito, ao mesmo tempo, aceite e
negue a realidade, com uma �xação na sexualidade infantil.
Nessa dinâmica, o pai ou a mãe tem a função de exercer sobre o �lho o que a Psicanálise chama de “castração”. A
castração separa o �lho da mãe na unidade simbiótica primitiva. Sempre leva o sujeito à angústia da perda e da
separação, mas também abre o caminho para a linguagem, a cultura, o desejo, o amor, a vida em toda a sua
plenitude. Contra a angústia e o sofrimento causados por tal operação, a criança reagirá com mecanismos de
defesa variados. É a predominância do mecanismo utilizado que determinará sua estrutura. Como apontado
acima, os mecanismos são o recalque; a forclusão e a denegação ou desmentido.
Mecanismo de defesa
Conceito
Os mecanismos de defesa são medidas tomadas dentro da dinâmica psíquica para que se possa aliviar alguma
pressão, exercida por algum excesso de ansiedade ou frustração.
Conforme veremos a seguir, existem diversos tipos de mecanismos de defesa identi�cados primariamente por
Freud. Como alguns deles podemos citar a compensação, a expiação, a repressão, a fantasia, a formação reativa, a
identi�cação, o isolamento, a regressão e a projeção.
De forma geral todos eles têm duas características em comum:
1. eles negam, falsi�cam ou distorcem a realidade
2. eles operam inconscientemente, de modo que a pessoa não tem consciência do que está acontecendo
Esse segundo aspecto é importante ser frisado. Os mecanismos de defesa não ocorrem de forma consciente. Com
isso queremos dizer, com algum exemplo de projeção ou negação, que a pessoa não tem consciência, por mais
óbvio que possa parecer para outras pessoas.
Repressão
Este é um dos conceitos principais na psicanálise freudiana, e também o mais importante mecanismo de defesa.
Dentro da ideia da psicodinâmica freudiana, o pré-consciente consistia no material psicológico que poderia se
tornar consciente quando surgisse a necessidade. O material no inconsciente, entretanto, era visto por Freud
como relativamente inacessível à consciência: ele estaria em um estado de repressão.
Dizemos que ocorre repressão quando uma escolha de objeto que provoca um alarme indevido é empurrada para
fora da consciência por uma anticatexia. Por exemplo, podemos impedir que uma memória perturbadora se torne
consciente, ou que uma pessoa não enxergue algo que está bem à vista porque a percepção daquilo está
reprimida. A repressão pode inclusive interferir no funcionamento normal do corpo. Alguém pode �car
sexualmente impotente porque tem medo do impulso sexual, ou desenvolver uma artrite em consequência de
sentimentos de hostilidade reprimidos.
Uma vez formadas, as repressões são difíceis de serem apagadas. A pessoa precisa reassegurar-se de que o
perigo não mais existe, mas não pode obter essa segurança até a repressão se erguer e ela poder testar a
realidade. É um círculo vicioso. É por isso que os adultos levam consigo muitos medos infantis.
Fantasia
O mecanismo de defesa de fantasia diz respeito a criação de um sistema de vida paralelo, que existe apenas
na imaginação de quem o cria, com o objetivo de proporcionar uma satisfação ilusória, que não é ou não pode ser
obtida na vida real. De maneira diferente à idealização, em que cria um sistema em que se deseja viver, mas ao
mesmo tempo, leva ao planejamento e a movimentação para que aquela idealização se torne realidade no futuro,
o que acaba por implicar na tomada de decisões e mudanças realizadas no presente, na fantasia a realização em
si se da na imaginação dessa realidade.
Devemos considerar no entanto que este tipo de construção e fenômenonão é necessariamente negativo. Freud
apontava este mecanismo, como algo positivo, tanto no desenvolvimento infantil quanto nos adultos (desde que
não de forma desequilibrada).
Formação reativa
Este mecanismo de defesa envolve substituir, na consciência, um impulso ou sentimento causador de ansiedade
por algo oposto. Por exemplo, o ódio é substituído pelo amor, ou algo que cause grande frustração como algo que
cause grande realização. O impulso original ainda existe, mas é encoberto ou mascarado por outro que não causa
ansiedade.  
As formações reativas geralmente são identi�cadas e diferenciadas de outros fenômenos por se tratarem de
manifestações extravagantes, dados através de atitudes ou protestos exagerados da pessoa e também pela
compulsividade.
As formas extremas de qualquer tipo de comportamento geralmente denotam uma formação reativa. Às vezes,
aformação reativa consegue satisfazer o impulso original contra o qual a pessoa se defende, como quando uma
mãe cobre o �lho de afeição e atenção.
Identi�cação
O mecanismo de identi�cação pode ser de�nida como o método pelo qual alguém assume as características de
outra pessoa e torna-as uma parte integrante de sua personalidade. A identi�cação pode ser de�nida como o
método pelo qual alguém assume as características de outra pessoa e torna-as uma parte integrante de sua
personalidade. Isso não quer dizer que seja apenas uma simples imitação super�cial e temporária. Lembremos
que estes fenômenos se dão de forma inconsciente.
Nós escolhemos como modelos aqueles indivíduos que nos parecem mais bem-sucedidos do que nós na
grati�cação das próprias necessidades. A criança se identi�ca com os pais porque eles parecem ser onipotentes,
pelo menos durante os anos da infância inicial. À medida que as crianças crescem, encontram outras pessoas com
as quais se identi�car, pessoas cujas realizações estão mais de acordo com seus atuais desejos. Cada período
tende a ter suas �guras de identi�cação características.
Não é necessário que uma pessoa se identi�que com outra em todos os aspectos. Geralmente selecionamos e
incorporamos apenas aquelas características que acreditamos que vão nos ajudar a atingir um objetivo desejado.
Existe muita tentativa e erro no processo de identi�cação, porque geralmente não temos certeza do que existe na
outra pessoa que explica o seu sucesso.
Isolamento
O mecanismo de defesa de isolamento está ligado ao mecanismo de repressão, mas se diferencia deste.
Este mecanismo pode ser exempli�cado por uma pessoa começando uma linha de pensamento e depois parando
por um momento antes de continuar com um assunto diferente.
Através dessa pausa a pessoa em tese deixaria de entrar em contato com pensamentos ou emoções
desagradáveis ou insuportáveis, ainda que simbolicamente, impedindo assim que elas venham a consciência de
forma recorrente.
De forma geral, resumidamente, o isolamento consiste em isolar um pensamento do outro, ou um
comportamento de outro, ou isolar o afeto do pensamento e situações relacionados.
Negação
O mecanismo de defesa de negação pode ser resumido, de forma geral, em simplesmente negar os fatos
acontecidos, por mais óbvios que esses sejam, mesmo que a base de mentiras e contradições. Um bom exemplo
de negação é um garoto que, ao ser acusado de roubo (e realmente é culpado), diz: "não foi bem assim que
aconteceu, e não acontece sempre. Nunca aconteceu e não vai acontecer mais.“
Ele é um recurso, ainda que simples, quando se se depara com uma situação em que não se consegue lidar ou
não se pode suportá-la.
É um mecanismo que ocorre nas fases de luto, por exemplo, e que em situações como essa é necessária, ainda
que momentaneamente, para a sobrevivência emocional em situações trágica (lembrar aqui das fases do luto).
Projeção
Este mecanismo de defesa normalmente é mais fácil para o ego lidar com a ansiedade de realidade do que com a
ansiedade neurótica ou a moral. Assim, se a fonte da ansiedade pode ser atribuída ao mundo externo em vez de
aos impulsos primitivos do indivíduo ou às ameaças da consciência, a pessoa provavelmente obterá maior alívio
para a condição ansiosa.
Esse mecanismo pelo qual a ansiedade neurótica ou moral é convertida em um medo objetivo é chamado de
projeção. Tal conversão é feita facilmente, porque a fonte original tanto da ansiedade neurótica quanto da moral é
o medo de ser castigado por um agente externo. Na projeção, alguém simplesmente diz: “Ela me odeia” em vez de
“Eu a odeio” ou “Ele está me perseguindo” em vez de “Minha consciência está me perturbando”. A projeção
geralmente tem um propósito duplo. Ela reduz a ansiedade ao substituir um perigo maior por um menor, e
permite que a pessoa que está projetando expresse seus impulsos sob o disfarce de defender-se dos inimigos.
Regressão
O mecanismo de defesa de regressão pode se dar quando uma pessoa que encontra experiências traumáticas ou
muito difíceis de lidar ou suportar, fazendo assim com que ela recue para um estágio anterior de
desenvolvimento.
Como exemplo podemos citar: uma criança que está assustada com o primeiro dia na escola pode apresentar um
comportamento de bebê, como chorar, chupar o dedo, agarrar-se à professora ou esconder-se em um canto.
Uma jovem mulher casada que está com di�culdades com o marido pode voltar para a segurança da casa dos
pais, ou um homem que perdeu o emprego pode buscar consolo na bebida. O caminho da regressão
normalmente é determinado pelas �xações anteriores da pessoa. Isto é, as pessoas tendem a regredir a um
estágio no qual estiveram previamente �xadas. Se eram excessivamente dependentes quando crianças, é provável
que se tornem mais uma vez excessivamente dependentes quando sua ansiedade atingir um nível intolerável.
Transtorno de personalidade
Transtornos de personalidade - Personalidade antissocial
“Um transtorno da personalidade é um padrão persistente de experiência interna e comportamento que se desvia
acentuadamente das expectativas de cultura do indivíduo, é difuso e in�exível, começa na adolescência ou no
início da fase adulta, é estável ao longo do tempo e leva a prejuízo “ (de�nição DSM).
Na situação de transtorno, uma ou mais características de personalidade predominam ostensivamente; a pessoa
perde a capacidade de adaptação exigida pelas circunstâncias do trabalho e da vida social, independentemente da
situação. Na situação de transtorno, uma ou mais características de personalidade predominam ostensivamente;
a pessoa perde a capacidade de adaptação exigida pelas circunstâncias do trabalho e da vida social,
independentemente da situação.
O transtorno de personalidade anti-social (TPAS) é um diagnóstico operacional proposto pelo Manual Diagnóstico
e Estatístico dos Transtornos Mentais , com a �nalidade de melhorar sua con�abilidade diagnóstica por meio da
de�nição de comportamentos observáveis e da personalidade subjacente inferida.
Algumas características inerentes a esse transtorno são, por exemplo, anormalidades de relacionamentos
interpessoais, incluindo falta de empatia e de sentimentos de culpa e outros comportamentos relacionados, como
mentir, trapacear e manipular. Além disso, podemos apontar também para a di�culdade em adaptar-se às normas
sociais e à impulsividade.
Além destes dois grandes grupos de sintomas descritos como característicos de comportamento anti-social, nem
sempre o diagnóstico de TPAS coincide com a de�nição de psicopatia. O conceito desta seria mais amplo,
envolvendo características como falta de empatia, arrogância e vaidade excessiva, que não são consideradas nos
critérios diagnósticos operacionais propostos pelo DSMIV.
Personalidade antissocial
Uma característica essencial do TPAS é a impulsividade, que poderia ser de�nida como uma tendência para
escolhas de comportamentos que são arriscados, mal adaptados, pobremente planejados e prematuramente
executados A impulsividade pode se expressar de diferentes maneiras, que vão desde a incapacidade de planejar
o futuro, com o favorecimento de escolhas que proporcionem satisfação imediata e semlevar em conta as
consequências para si e para os outros, até a ocorrência de comportamento violento ou agressivo. 
A comorbidade com outros transtornos de personalidade, especialmente o transtorno de personalidade
borderline (TPB), é bastante comum. A falta de controle de impulso é um componente compartilhado pelos dois
transtornos de personalidade em questão, o que pode di�cultar ainda mais o diagnóstico diferencial. 
Sobre as causas deste transtorno, não há uma resposta única ou consenso sobre, mas podemos nenhum fator
isolado pode ser identi�cado, mas alguns especí�cos, quando combinados, poderiam predispor ao
desenvolvimento de comportamento anti-social na vida adulta. Entre eles, estariam incluídos: predisposição
genética, exposição intra-uterina a álcool e drogas, exposição durante a infância à violência, negligência e cuidados
parentais inconsistentes e di�culdades de aprendizagem e desempenho escolar insatisfatório. 
Personalidade antissocial e psicopatia
De uma maneira geral, os termos “antissocial” e “psicopata” são usados como sinônimos, o que não deveria
ocorrer, pois a psicopatia se enquadra como um agravo da personalidade antissocial. A prevalência da
personalidade antissocial é cerca de 3% da população geral. Em termos de psicopatia, pontuou que 30% dos
indivíduos com TP antissocial seriam psicopatas; nesse cenário, depura-se que para cada 10 sujeitos com
personalidade antissocial, três apresentarão psicopatia. O grau da insensibilidade apresenta-se elevado, levando o
indivíduo a uma acentuada indiferença afetiva, ele pode adotar um comportamento criminal recorrente e o
quadro clínico de personalidade antissocial pode assumir o feitio de psicopatia.
Há uma diferença preponderante entre o antissocial e o psicopata. Portadores de TP antissocial apresentariam,
ainda que em menor nível comparado à população geral, aumento da resposta de ansiedade, enquanto
psicopatas não expressariam o menor sinal de ansiedade.
Personalidade antissocial, psicopatia e criminalidade
Estima-se que a prevalência desse tipo de transtorno seja de cerca de 1% da população mundial, constituindo, no
entanto, cerca de 20% das populações prisionais. Comparados a outros criminosos, são responsáveis por um
elevado número de homicídios, homicídios em série, trá�co de drogas, estupros, sequestros, crimes do “colarinho
branco” e ações terroristas. 
Nos processos de investigação da conduta criminosa, pode-se observar que, em relação a outros criminosos, os
indivíduos com psicopatia iniciam sua carreira mais cedo, cometem mais crimes e são mais versáteis no atuar
criminosamente, bem como se apresentam mais engajados na violência, tanto na comunidade quanto na prisão.
O índice de reencarceramento entre os criminosos psicopatas é signi�cativamente mais alto que em criminosos
não psicopatas.
Com base na literatura, sabe-se que em decorrência das características psicológicas das personalidades
antissociais, esses sujeitos são mais suscetíveis a condutas criminais. No entanto, não tem sido incomuns em
ambulatórios forenses processos cíveis de interdição para portadores de TP antissocial. Esses processos decorrem
por parte das famílias preocupadas com o risco de dilapidação do patrimônio familiar por membros com TP
antissocial, principalmente quando em comorbidade com outros quadros, como uso abusivo de álcool e de outras
substâncias psicoativas. 
Fator ambiental / familiar
Podemos apontar alguns fatores sociais (do ambiente ou familiares) que estão associados ao desenvolvimento de
transtornos de personalidade. O primeiro deles é o divórcio dos pais, que está associado ao aumento da
delinquência em adolescentes. Propõem, portanto, o divórcio dos pais como um “fator de risco” ambiental para a
delinquência. 
Outro fator ambiental que pode in�uenciar no desenvolvimento de TP é o comportamento suicida. Os transtornos
de personalidade e suas comorbidades com outras doenças psiquiátricas são fatores de risco para
comportamentos suicidas e automutilação. 
Eventos de vida negativos, abuso sexual na infância, di�culdades no funcionamento social e dinâmica familiar
con�ituosa podem aumentar o risco de suicídio em indivíduos com transtornos de personalidade borderline e
personalidade antissocial. 
Os dados recentes sugerem que os transtornos de personalidade, especialmente antissocial e borderline, estão
fortemente relacionados com a perpetração de atos violentos. O abuso de substâncias é outro forte fator que
poderia atuar de forma independente ou aditiva. 
Fator biológico
Dentre os fatores biológicos que podemos considerar como in�uência nos transtornos de personalidade, pode
apontar primeiramente para os genéticos. Os estudos de famílias, de adotados e, sobretudo, de gêmeos
evidenciam inequivocamente que os traços de personalidade e suas variações dimensionais anômalas são
geneticamente in�uenciados, embora o grau de in�uência genética seja variável dependendo do traço investigado.
Os desenvolvimentos no campo tecnológico, incluindo a disponibilização de grandes bases de dados de variantes
gênicas, as novas técnicas de bioinformática e o aumento do poder de análise de grande quantidade de dados
com novos programas computacionais, devem contribuir para a uma maior compreensão da participação genética
nos traços anômalos de personalidade. 
Além das questões genéticas, outro fator biológico que podemos apontar são os transtornos da personalidade
decorrentes de doença, lesão ou disfunção cerebrais caracterizam-se por mudanças de personalidade decorrentes
de doenças cerebrais (p. ex., tumores, epilepsia, acidente vascular cerebral, traumatismo cranioencefálico, etc.). 
Situação Problema
Contextualização
Olá estudante, essa é a situação problema relacionada unidade 2 da disciplina de Psicologia aplicada ao direito.
Conforme vimos no desenvolvimento dessa unidade, a personalidade é um conceito utilizado pela psicologia que
pode ter diversas de�nições, dependendo muitas vezes da abordagem utilizada pelo pro�ssional.
As de�nições de personalidade contribuem principalmente para a descrição de comportamentos, porém não para
prevê-los, principalmente em situações de grande emoção, como ocorre nos con�itos, depoimentos, julgamentos
e outras. Assim, recorremos mais uma vez a necessidade de não se cair em reducionismos e determinismo
conceituais.
Não há personalidade “normal” ou características normais. Todos as apresentam em maior ou menor grau,
combinadas de in�nitas maneiras, o que torna cada indivíduo único em sua maneira de se comportar. Cada
característica possui aspectos positivos e negativos, dependendo da situação e intensidade com que se
apresentam; portanto, nenhuma é absolutamente “boa” ou “má”. 
O que é personalidade? 
O conceito de personalidade pode nos servir, principalmente, para descrever uma gama de comportamentos
em um indivíduo. No entanto, o conceito não serve primariamente para que se “preveja” comportamentos,
principalmente em situações atípicas. 
As características de personalidade não se manifestam de maneira isolada; elas apresentam-se sobrepostas,
intercaladas e alternadas, dependendo da situação vivenciada pelo indivíduo, podendo uma ou mais de uma
revelar-se com maior intensidade, dependendo da situação.
Conforme apontamos anteriormente, existem diversas formas de se abordar esse tema, devido as diferentes
formas de se abordar a psicologia.
Dentro da concepção psicanalítica, a dinâmica psíquica se dá através deste três sistemas de forma complexa e
intrincada: o ID, o EGO e o SUPEREGO.
Embora cada uma dessas partes da personalidade total tenha suas próprias funções, propriedades, componentes,
princípios de operação, dinamismos e mecanismos, elas interagem tão estreitamente que é difícil, senão
impossível, desemaranhar seus efeitos e pesar sua relativa contribuição ao comportamento humano. O
comportamento é quase sempre o produto de uma interação entre esses três sistemas; e raramente um sistema
opera com a exclusão dos outros dois.
O id consiste em tudo que é psicológico, que é herdado e quese acha presente no nascimento, incluindo os
instintos. Ele é o reservatório da energia psíquica e fornece toda a energia para a operação dos outros dois
sistemas.
O ego passa opera devido a necessidade de se lidar e obedecer ao princípio de realidade (enquanto o ID opera
relacionado ao princípio de prazer). O ego é a porção organizada do id, que passa a existir para atingir os objetivos
do id e não para frustrá-los, e que todo o seu poder se deriva do id. Ele não existe separadamente do id, e nunca
se torna completamente independente dele. Seu principal papel é o de mediador entre as exigências instintuais
do organismo e as condições do ambiente circundante.
O Superego é o representante interno dos valores tradicionais e dos ideais da sociedade conforme interpretados
para a criança pelos pais e impostos por um sistema de recompensas e de punições. O superego é a força moral
da personalidade. Ele representa o ideal mais do que o real e busca a perfeição mais do que o prazer.
Situação problema
Considere agora a seguinte situação:
Um sujeito, muito reservado e morador de um lugar comum e tranquilo, sem maiores especi�cidades e sem
contatos com vizinhos, atacou, usando de violência, um funcionário do serviço de postagem após esses ir dias
seguidos a casa do sujeito para realizar uma entrega, que não conseguia concluir.
Após contato com as autoridades, o sujeito descreveu que vinha sendo perseguido e que a longa data pessoas
tentavam invadir a sua casa e que todos os dias diversas pessoas �cavam no portão de sua casa tentando invadi-la
e que naquele dia especí�co resolveu reagir.
Considerando já como pressuposto de que não havia nenhuma perseguição com o tal sujeito e que o entregador
era só um entregador, considere alguns aspectos possíveis relacionados a personalidade deste sujeito.
Resolução
Conforme vimos anteriormente, a personalidade das pessoas pode ser divida dentro dessas três estruturas
clínicas primárias.
A neurose, de longe a mais comum, atua nos sujeitos principalmente através do recalque.
A psicose, através de mecanismos, reconstrói, para o sujeito, uma realidade delirante ou alucinatória, muitas vezes
persecutórias.
A perversão, mantida através da denegação ou desmentido, faz com que o sujeito, ao mesmo tempo, aceite e
negue a realidade, com uma �xação na sexualidade infantil.
Conforme podemos identi�car inicialmente, a estrutura identi�cada primariamente no sujeito da situação tende a
encaixar-se no modelo de psicose, devido à tendência delirante / alucinatória e persecutória.
Um transtorno da personalidade é um padrão persistente de experiência interna e comportamento que se desvia
acentuadamente das expectativas de cultura do indivíduo, é difuso e in�exível, começa na adolescência ou no
início da fase adulta, é estável ao longo do tempo e leva a prejuízo “ (de�nição DSM). Na situação de transtorno,
uma ou mais características de personalidade predominam ostensivamente; a pessoa perde a capacidade de
adaptação exigida pelas circunstâncias do trabalho e da vida social, independentemente da situação. Na situação
de transtorno, uma ou mais características de personalidade predominam ostensivamente; a pessoa perde a
capacidade de adaptação exigida pelas circunstâncias do trabalho e da vida social, independentemente da
situação.
Lembrando:
A de�nição da estrutura clínica dos sujeitos, seja a neurose, a psicose e a perversão (que devemos lembrar
aqui que não tem a ver com as de�nições psiquiátricas ou morais atuais) se dará a partir de como for
resolvido o complexo de édipo na infância do sujeito. 
O conceito de complexo de Édipo, um dos conceitos centrais da psicanálise, diz respeito à forma como a
criança lida nessa relação com os pais com aspectos como a punição, o desejo, que de forma geral vão
acabar por estruturar no sujeito aspectos relacionados a princípio de desejo e princípio de realidade
(simpli�cando mais ainda, os limites). Nesta con�guração, cada elemento exerce uma função especí�ca. A
mãe é o primitivo objeto de amor. O pai, o representante da lei do desejo e responsável para que a lei seja
aplicada. A criança transitará entre um e outro, atravessando diversas fases em seu desenvolvimento até que
possa (ou não) constituir-se como sujeito desejante e de linguagem, inserido na cultura. 
Referências bibliográ�cas
DUNKER, Christian Ingo Lenz. Estrutura e personalidade na neurose: da metapsicologia do sintoma à narrativa do
sofrimento. Psicol. USP, São Paulo , v. 25, n. 1, p. 77-96, Apr. 2014 .  Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0103-65642014000100009&lng=en&nrm=iso.
DEL-BEN, Cristina Marta. Neurobiologia do transtorno de personalidade anti-social. Rev. psiquiatr. clín., São Paulo
, v. 32, n. 1, p. 27-36,  2005 . Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0101-60832005000100004. Access
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NATRIELI FILHO et al. Fatores de risco envolvidos no desenvolvimento da psicopatia: uma atualização. Diagn.
tratamento;17(1), São Paulo, mar. 2012. Disponível em: http://�les.bvs.br/upload/S/1413-
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http://files.bvs.br/upload/S/1413-9979/2012/v17n1/a2840.pdf

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