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UNIVERSIDADE PAULISTA CURSO DE DIREITO Laissa Vitoria Alves Reis dos Santos Milena Nunes Alecrim Abraão Felix Nobrega de Souza Douglas Pereira C. de Souza São Paulo 2020 Laissa Vitoria Alves Reis dos Santos Milena Nunes Alecrim Abraão Felix Nobrega de Souza Douglas Pereira C. de Souza Atividades Práticas Supervisionadas apresentado como exigência para avaliação do 4º semestre do curso de Direito da Universidade Paulista - UNIP. Turma: DR3F68 / DR3E68 São Paulo 2020 EXELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1º VARA CÍVEL DO FORO CENTRAL DA COMARCA DE SÃO PAULO – SP. MATEUS GROW, brasileiro, casado, vendedor, portador do CPF 584.548.598-54, RG 52.148.412-4, residente na Avenida Brasil nº 9000 – Jardins – São Paulo/SP, por seus advogados infra assinado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor AÇÃO REVISIONAL DE ALUGUEL nos termos do art. 68 e seguintes da Lei nº 8.245/91, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: Fatos e Contexto: Estado de calamidade decorrente da pandemia do COVID-19 1. As partes firmaram contrato de locação para fins residenciais, do imóvel sítio à Avenida Brasil nº 9000 – Jardins – São Paulo/SP, local onde o Autor reside com sua esposa e dois filhos menores, de 4 e 2 anos. 2. O contrato foi firmado em 01.01.2019 e não fora estabelecido prazo para o término da vigência. 3. Em maio de 2020, o Autor foi demitido da loja de artigos esportivos em que trabalhava e sua esposa que colaborava financeiramente também está desempregada em razão da crise econômica decorrente da pandemia no Brasil e no mundo, por essa razão, vem enfrentando dificuldades financeiras. 4. Vale ressaltar que, o Autor cumpriu todas as obrigações decorrentes do Contrato desde o início até a presente data. 5. Não obstante, é fato público de notório (art. 374, I do CPC) que foi declarado Estado de Calamidade, decorrência da pandemia do COVID-19. 6. Motivado por essa inédita situação, o Governo do Estado de São Paulo publicou o Decreto nº 64.881. de 22 de março de 2020, que decretou a denominada quarentena no Estado de São Paulo, no contexto da pandemia do COVID-19 durante o período de 24 de março até o presente momento com algumas flexibilizações. 7. Motivado por essa inédita situação, o Tribunal de Justiça publicou o Provimento CSM nº 2549/2020 que estabelece o sistema remoto de trabalho, dificultando ainda mais a procura do Autor por um novo emprego ou fonte de renda. 8. Diante do catastrófico cenário, em que certamente, todos sofreram determinados prejuízos, o Autor em contato por diversas vezes com o Réu, afim de convencionar como ficará a obrigação de aluguel ao longo deste período. 9. Após diversas tentativas, a resposta foi a de que o Réu não tem interesse em negociar o aluguel em razão deste atual cenário, pelas razões que julgam corretas. 10. O Autor entende que há o dever de renegociar, como fora proposto a redução de 1.000,00 (mil reais) para R$ 500,00 (quinhentos reais) durante o período de um ano, na medida em que estamos diante de caso de força maior. 11. E, para evitar os efeitos da mora que se avizinha, é que se ajuíza a presente ação. Do Direito: 12. Neste cenário atipico, o Código Civil permite a revisão judicial do contrato nos seguintes termos: Art. 317. Quando por motivos imprevisíveis, sobreviver desproporção manifesta entre o valor da prestação devida de do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação. Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes excessivamente onerosa, com extrema vantagem para outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedira resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação. Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, poderá ela pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo de executa-la, afim de evitar a onerosidade excessiva. 13. O resultado útil da ação, consiste em impedir os efeitos de mora (uma vez que impossível pagar o valor integral do aluguel nos próximos meses como pretendem o Réu) e possível pedido de despejo e/ou de execução, de forma a manter o contrato até que a normalidade se restabeleça e o contrato volte a ser cumprido integralmente – como o foi até aqui, repita-se. 14. Segundo a respeitada doutrina de Nelson Nery Junior e Rosa Maria de Andrade Nery a probabilidade do direito repousa em duas vertentes. 15. A primeira é a de que estamos diante de situação de força maior, prevista no Código Civil: Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não eram possíveis evitar ou impedir. 16. A segunda consiste nos princípios gerais de contrato, da função social do contrato e da boa-fé objetiva – Artigos 421 e 422 do Código Civil. 17. Em tempos de Covid-19 está caracterizada a situação de excepcionalidade que permite a revisão do contrato pelo Poder Judiciário. 18. De um lado, é intuitivo concluir que, sem faturamento pelas razões acima expostas, é impossível o Autor pagar o aluguel e outras despesas, tornando nula a função do contrato. 19. De outro lado, o dever de boa-fé objetiva impõe às Partes o dever de renegociar a exigibilidade e/ou o valor do aluguel, temporariamente, enquanto perdurar essa situação atipica. 20. E é exatamente isso que o Autor pretende. 21. Respeitosamente, não é necessário expor argumentação e aprofundada a respeito da ausência de culpa do Autor e da imprevisibilidade da situação de pandemia atual. Dos Pedidos: 1. Diante de todo acima exposto, requer: 2. A concessão da gratuidade de justiça, no termos do Art 98 do Código de Processo Cívil 3. A citação do Réu para responder, querendo; 4. O deferimento do aluguel provisório para fins de que seja fixado o valor de R$ 500,00 5. A condenação do réu ao pagamento de honorários advocaticios nos parâmetros previstos no Art 85 § 2º do CPC. Dá-se o valor da causa de R$ 500,00 Nestes termos, Pede deferimento São Paulo, 17 de Outubro de 2020
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