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Curso_ HISTÓRIA DA AMÉRICA INDEPENDENTE_ SÉCULOS XVIII E XIX - GR1577 1

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23/02/22, 22:41 Unidade 1 - História da América independente: séculos XVIII e XIX
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=6027 1/18
HISTÓRIA DA AMÉRICAHISTÓRIA DA AMÉRICA
INDEPENDENTE: SÉCULOS XVIII EINDEPENDENTE: SÉCULOS XVIII E
XIX XIX 
UNIDADE 1 – A FORMAÇÃO DAUNIDADE 1 – A FORMAÇÃO DA
CONSCIÊNCIA NACIONAL EM SOLOCONSCIÊNCIA NACIONAL EM SOLO
AMERICANO AMERICANO 
Autora: Julia Rany Campos Uzun Autora: Julia Rany Campos Uzun 
Revisor: Fabrício Augusto Souza Gomes Revisor: Fabrício Augusto Souza Gomes 
INICIAR
Introdução
Caro(a) estudante, 
 
Como é possível explicar a crise do sistema colonial na América espanhola? E como ocorreu o processo de
independência dos Estados Unidos? Você está convidado(a) a descobrir quais foram os processos internacionais
que levaram ao desenvolvimento de um contexto propício para os movimentos de independência da América
espanhola, no início do século XIX. Vamos apresentar como o Império espanhol entrou em decadência e passou a
depender econômica e politicamente da Inglaterra, indicando o papel dos britânicos na independência americana.
Vamos, também, conhecer as características do processo de colonização das Treze Colônias, desvendando como a
Inglaterra lidou com a escravidão de negros e indígenas, passando a desvendar as particularidades do processo de
independência desse território e sua repercussão para o restante da América. Por fim, vamos discutir como as
reformas bourbônicas tentaram fortalecer a Espanha após sua participação em diversos conflitos e salientar as
primeiras revoltas coloniais, como a rebelião de Tupac Amaru II e o movimento comunero. 
 
Bons estudos!
1.1 Espanha e América nos séculos XVII e XVIII: uma metrópole em crise, uma
colônia em ascensão
Entre os séculos XVII e o início do século XVIII, o Império espanhol sofreu um intenso processo de transformação,
dando origem a uma intensa crise estrutural que abalou sua posição de potência colonial. O momento marcou a
perda de poder dos governos ibéricos para a França e para a Inglaterra, além do declínio da exploração dos minérios
preciosos na América Ibérica, ocorrido pelo esgotamento das principais jazidas de prata, ouro e pedras preciosas nos
atuais territórios do Peru, do México e também do Brasil, graças à exploração desregrada (EZQUERRA, 1962). Esse
processo levou a Espanha a se privar de boa parte dos recursos advindos dos minérios coloniais que, até então,
eram sua principal fonte de riquezas. Ao mesmo tempo, o país se envolveu em diversos conflitos, como a Guerra dos
Sete Anos (ocorrida entre 1756 e 1763, opondo a França, o Império Russo, a Saxônia, o Império Sueco e a Espanha
aos ingleses, portugueses, prussianos e aos habitantes do Reino de Hanover), dando origem a constantes gastos
com soldados, armamentos e munições, impedindo a acumulação do ouro colonial nos cofres da Coroa
23/02/22, 22:41 Unidade 1 - História da América independente: séculos XVIII e XIX
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=6027 2/18
(FERNÁNDEZ SEBASTIÁN, 1994). 
 
Logo nos primeiros anos do século XVIII, entre 1702 e 1714, o país passou por um novo conflito interno: a Guerra de
Sucessão Espanhola. O rei Carlos II faleceu sem deixar herdeiros para o trono, mas seu casamento com uma
princesa de origens francesas fez com que a França lutasse para colocar um membro de sua dinastia para ocupar o
trono espanhol, contando com o apoio inglês – mesmo que diversas nações do continente europeu temessem a
união entre as duas coroas. Iniciava-se, desse modo, a dinastia dos Bourbons em solo espanhol, com o rei Filipe,
sendo confirmada por meio da assinatura do Tratado de Utrecht, entre 1713 e 1715 (GARRIGA, 2013). É importante
ressaltar que a Inglaterra foi a grande vitoriosa com os conflitos ocorridos na Espanha: ao apoiar a França, os
ingleses receberam o direito de negociar cativos africanos nos territórios coloniais da Espanha e utilizar as bases
marítimas do Império espanhol, ampliando ainda mais sua área de comércio e se transformando na principal
potência naval e comercial de todo mundo no século XVIII (EZQUERRA, 1962). 
 
Com a crise econômica e política pela qual a Espanha passava, a Coroa decidiu criar uma série de medidas para
tentar superar as dificuldades, passando a exercer a superexploração das riquezas de suas colônias na América, que
naquele contexto estavam em pleno desenvolvimento econômico, político e social. Contudo as elites coloniais
passaram a ver com maus olhos tais decisões metropolitanas, o que levou a um paulatino rompimento entre as duas
instâncias, dado que os interesses econômicos, políticos e ideológicos de espanhóis e de colonos se colocaram em
completa oposição (FERNÁNDEZ SEBASTIÁN, 1994). 
 
Esse conjunto de medidas político-administrativas, conhecido como reformas bourbônicas , buscava centralizar o
poder da Coroa espanhola, por meio da criação de um exército permanente em solo colonial e da modernização na
arrecadação dos impostos, de tal modo que a autonomia na América hispânica fosse reduzida, ampliando o papel da
metrópole nas decisões cotidianas do Novo Mundo (BRADING, 2005). Até então, o principal órgão da administração
colonial era o Conselho de Índias, sediado em solo espanhol, entretanto, muitas decisões eram realizadas nos vice-
reinos ou corregedorias, as divisões da administração local na América hispânica. As reformas bourbônicas
fundaram as Intendências , um órgão administrativo superior às decisões dos vice-reis, por meio dos quais um
funcionário ligado diretamente à Coroa espanhola executava as ordens metropolitanas em solo colonial
(PIETSCHEMANN, 1998). 
Administração da América hispânica
» Clique nas abas para saber mais sobre o assunto
Se o Tratado de Utrecht havia definido que os ingleses passavam a ter o direito de negociar certa quantidade de
mercadorias nos portos das colônias da América espanhola, passando a monopolizar o tráfico de escravos nessa
região, as reformas bourbônicas agiram na direção contrária, enfatizando o desenvolvimento de políticas para
recuperar e modernizar a economia do Império espanhol, reestabelecendo o monopólio entre colônias e metrópole
(AVELINO, 2005). Nesse sentido, foram criadas as companhias de comércio, que passaram a deter o monopólio
comercial – tais como a Companía de Guipuzcoa (que dominava a região da Venezuela) e a Companía de Barcelona
(única a comercializar sobre as ilhas caribenhas de Margarita, Porto Rico e Santo Domingo). Além disso, as reformas
bourbônicas levaram à abertura de 13 novos portos para garantir o comércio com as colônias, acabando com o
regime de “porto único”, que havia sido criado pela dinastia dos Habsburgos (GUIMERÁ, 1996). 
 
É importante ressaltar que as reformas bourbônicas não criaram uma área de livre comércio na América hispânica,
mas aumentaram a área de ação do exclusivo colonial e modificaram os vínculos entre a metrópole e as colônias
para reforçar os laços de dependência. Em resumo, tais medidas atuaram como uma política modernizadora do
Império, no âmbito interno, ao mesmo tempo em que agiram como um esforço de recolonização da América, já
dominada desde o século XV (AVELINO, 2005). Por meio delas, muitos circuitos intercoloniais passaram a ser
controlados pelo Império espanhol, entre os séculos XVII e o início do século XVIII, principalmente aqueles ligados às
 Conselho de Índias Vice-reinos Corregedoria Intendência
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trocas de gêneros tropicais e de metais preciosos. As reformas salientaram a política bourbônica de diversificação
econômica, por meio da qual era possível garantir a produção canavieira no território cubano, o cultivo do tabaco em
Nova Granada e, ao mesmo tempo, a cultura do cacau, na Venezuela, transformando a lógica das exportações
coloniais em favor dos interesses espanhóis (GUIMERÁ, 1996). 
 
Diversos grupos coloniais passaram a manifestar seu desagrado frente às medidas tomadas pela Espanhadurante o
século XVIII. Nesse contexto, a América espanhola vivenciou diversas rebeliões semelhantes às revoltas nativistas
do Brasil, que buscavam combater diversos abusos cometidos pela Coroa em solo colonial (especialmente
vinculados à alta cobrança de impostos), mas não tinham nenhum objetivo de independência frente à metrópole. A
luta pela liberdade surgiu somente no fim do século XVIII, especialmente entre algumas camadas sociais específicas,
como os criollos (CERVEIRA, 2012). 
Composição social das colônias espanholas na América
» Clique nas setas ou arraste para visualizar o conteúdo
Os criollos passaram a discordar de seu status de inferioridade, visto que não se identificavam com os indígenas –
mas sim com os espanhóis (AVELLANEDA, 2007). A primeira revolta desse tipo ocorreu no Vice-Reino do Peru, no
ano de 1780, devido à intensa exploração sofrida pelos indígenas na região – fosse pela mita ou pela encomienda .
Para impedir as rebeliões, os encomenderos espanhóis passaram a contar com o apoio dos líderes de
comunidades indígenas (os curacas), atuando de modo corrupto pela oferta de parte dos impostos a eles, que, por
sua vez, eram dispensados da obrigação. Aos poucos, as autoridades metropolitanas passaram a cobrar as taxas de
modo abusivo, instigando os ânimos dos colonos contra a Coroa (FLORES GALINDO, 1987). 
Trabalho indígena na América colonial hispânica
» Clique nas setas ou arraste para visualizar o conteúdo
nascidos na Espanha que viviam em solo americano, ocupantes dos principais cargos políticos.
CRIOLLOS
descendentes europeus nascidos na América, detentores do poder econômicos e ocupantes de
cargos políticos inferiores.
MESTIÇOS
filhos de espanhóis com nativos americanos, ocupavam cargos intermediários, como artesãos e
pequenos comerciantes.
INDÍGENAS
grande maioria da população americana, tinham sua mão de obra explorada por meio do trabalho
forçado.
AFRICANOS ESCRAVIZADOS
foram levados principalmente para as regiões da América espanhola em que os indígenas foram
dizimados, como Cuba e Colômbia.
forma de trabalho forçado que levava os nativos a servir aos espanhóis durante um período
determinado do ano, especialmente nas minas, em troca de uma remuneração muito baixa, sendo
considerada como um tipo de imposto.
ENCOMIENDA
tipo de trabalho compulsório por meio do qual uma comunidade indígena inteira passava para a
tutela de um encomendero, que usava a mão de obra dos nativos na extração de minérios ou na
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O principal líder desse movimento, José Gabriel Condorcanqui Noguera, foi um curaca advindo da linhagem inca
Tupac Amaru I, que havia lutado contra os espanhóis durante o período da conquista. O curaca (cargo que
representava uma espécie de chefe político indígena entre os incas) havia estudado em colégios religiosos e na
Universidad de San Marcos, tendo contato com os princípios iluministas. Por sua ascendência, ele passou a adotar o
codinome de Tupac Amaru II, e tinha apoio tanto dos indígenas e das camadas populares quando dos criollos, ao
opor-se aos corregedores e iniciar vários conflitos contra a exploração dos indígenas pela mita, responsável morte de
milhares de indígenas pelo trabalho excessivo na extração dos metais preciosos (PRADO, 2003). 
 
Vivendo há cerca de 100 km de Cuzco, na província de Tinta, Tupac Amaru II começou a defender uma ampla
reforma no sistema colonial espanhol, enviando uma petição oficial para os tribunais de Lima para acabar com a mita
e extinguir o posto de corregedor, que deveria ser substituído por prefeitos eleitos nas províncias e povoados. Seu
pedido não teve sucesso e ele começou a defender a ideia de que seus objetivos poderiam ser alcançados por meio
do conflito armado, enviando uma carta ao povo que afirmava que o sangue peruano estava sendo usado apenas
para alimentar a vaidade dos corregedores. Aos poucos, ele recebeu a simpatia dos curacas, que passaram a lutar a
seu lado (BAGGIO; RESENDE, 1987). 
Figura 1 – Tupac Amaru II. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 21/11/2020.
#PraCegoVer : na figura, temos a xilogravura em branco e preto do busto de um homem
indígena com cabelos longos, usando roupas tipicamente espanholas, como um chapéu, um
lenço branco no pescoço e um paletó. Ele é José Gabriel Condorcanqui Noguera,
autonomeado Tupac Amaru II, que liderou a principal rebelião colonial na América hispânica.
A rebelião teve início em 4 de novembro de 1780, na região de Tinta, com o assassinato do corregedor Antonio
Arriaga, que teve sua cabeça exposta publicamente. As autoridades espanholas da região foram capturadas e
enforcadas, além de terem seus bens tomados e distribuídos entre a população. Tupac Amaru II nomeou novos
chefes regionais e formou um exército de maioria indígena. Juan Manuel de Moscoso y Peralta, o bispo de Cuzco,
compôs um grupo de mais de mil e quinhentos soldados para combater os revoltosos, mas o exército de Tupac
Amaru II derrotou a armada real em apenas um dia. O curaca foi excomungado pelo bispo de Cuzco – nesse um
contexto em que essa era a pior desonra possível, pois determinava que o homem havia se afastado de Deus. Esse
processo fez com que muitos dos adeptos da causa se afastassem das batalhas (PRADO, 2003). 
 
Mesmo enfraquecidas, as tropas de Tupac Amaru II se preparavam para dominar Cuzco ao final de 1780, mas
Agustín de Jáuregui, vice-rei do Peru, solicitou o envio de tropas para o rei espanhol Carlos III. Ao mesmo tempo, os
curacas cristianizados se mantiveram fiéis à Espanha, enviando soldados para lutar contra os revoltosos, que já
eram mais de 40 mil homens. Em Cuzco, as lutas duraram cerca de duas semanas, mas os rebeldes voltaram para
Tinta e, com a chegada de cerca de 20 mil homens da Espanha, no mês de março de 1781, Jáuregui acabou com a
revolta, tanto por meio de intensos conflitos quanto por meio do perdão para aqueles que decidissem deixar Tupac
Amaru II (BAGGIO; RESENDE, 1987). Esse processo fez com que o movimento se radicalizasse, chegando a
arriscar a organização do sistema colonial. No entanto os criollos se uniram aos chapetones , temendo perder seus
privilégios, passando a lutar contra a rebelião e prendendo toda a família de Tupac Amaru II, que teve sua língua
decepada e terminou esquartejado. O conflito deixou um saldo de cerca de 80 mil mortos (FLORES GALINDO,
1987). Uma segunda rebelião que indica a ascensão política da América hispânica no século XVIII foi o movimento
comunero , ocorrido em 1781 na região do Vice-Reino de Nova Granada. Do mesmo modo que a revolta de Tupac
Amaru, sua principal causa foi o abuso espanhol na cobrança de impostos, posto que a maioria dos produtos usados
pelos colonos eram altamente taxados. Naquele contexto, foi promulgado um decreto criando ainda mais impostos,
dando origem a uma grande insatisfação da população e um conflito armado (CERVEIRA, 2012). 
 
lavoura em troca da cristianização. 
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https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=6027 5/18
VOCÊ QUER LER?
Para se aprofundar sobre o movimento comunero na América hispânica e compreender sua relação com as
guerrilhas colombianas atuais, confira o artigo Colômbia: do surgimento das guerrilhas ao Plano Colômbia. 
Disponível em: <
http://dev.historiaelutadeclasses.com.br/upload/arquivo/2017/11/aee2013d8d622ef6e081f95b91c84165fd057e10
>. 
As medidas trazidas com as reformas bourbônicas não foram aceitas pelas elites criollas das colônias hispânicas,
levando à explosão de uma série de rebeliões na América espanhola, especialmente a partir de 1780. Mesmo que
elas não lutassem pela independência, tais revoltas sinalizaram a insatisfação dos grupos dominantes aos novos
desafios colocados pela metrópole. É importante ressaltar que os criollos, mesmo sendo insurgentes na maioria
desses movimentos, acabaram abandonando as rebeliões quando a participaçãodos indígenas, dos mestiços e das
camadas populares passou a crescer, o que indica que as elites coloniais, mesmo não desejando a centralização
metropolitana, também queriam afastar o perigo da ascensão popular. Nesse sentido, mesmo que as revoltas do
século XVIII indiquem caminhos para o que se transformou no ideal de independência no início do século XIX, nesse
contexto, as elites criollas temiam muito mais as camadas populares do que a própria Espanha, preferindo a
dependência e a exploração colonial à revolução (BRADING, 2005). 
Teste seus conhecimentos
Atividade não pontuada.
Os primeiros a reagirem contra as medidas foram os comerciantes e pequenos proprietários. Os indígenas, por sua
vez, passaram a destruir as propriedades dos conquistadores e a realizar perseguições contra os cobradores de
impostos. A principal liderança criolla do movimento foi Juan Francisco de Berbeo, que criou uma junta
governamental chamada El Común, dando nome ao movimento. Os grupos mais pobres, por sua vez, tinham como
principal líder nas lutas contra as elites metropolitanas José Antonio Galán (AVELLANEDA, 2007). Aos poucos, o
movimento se tornou mais radical, levando os criollos a combater os comuneros ao lado da elite metropolitana, de tal
modo que Galán foi preso, em junho de 1781, sendo enforcado e esquartejado. De modo geral, todas as revoltas
ocorridas em solo hispano-americano foram combatidas com uso da extrema violência e, mesmo que criollos e
chapetones tivessem interesses distintos, acabavam compondo a elite colonial e se unindo para manter seus
privilégios (LOZANO, 1905). 
1.2 A Independência das Treze Colônias inglesas na América do Norte: o
modelo de libertação 
As Treze Colônias compuseram um processo único de conquista e de independência na América. Para compreender
as características desse território, é importante conhecer o processo de colonização dessa região. A Inglaterra ainda
se recompunha de dois longos conflitos (a Guerra dos Cem Anos e a Guerra das Duas Rosas) quando as nações
ibéricas chegaram à América, o que aumentou o isolamento da ilha, centralizou o poder nas mãos da Dinastia Tudor
e desenvolveu no país o sentimento nacional (PROBST, 2016). O absolutismo da nova dinastia, fortalecido com a
Reforma anglicana do século XVI, enfraqueceu a nobreza e garantiu o apoio da burguesia no país, ao mesmo
tempo em que criou a noção de unidade entre os ingleses, que passaram a buscar a eficiência em seus objetivos,
despindo-se das justificativas morais e teológicas para suas ações (RÉMOND, 1989). Essa prática política foi
bastante debatida pelo principal autor do período, William Shakespeare: enquanto a personagem principal de
Macbeth centraliza seus princípios para a manutenção política (incluindo a traição e o assassinato), a peça Ricardo
III indica a maldade e a falta de escrúpulos dos governantes anteriores aos Tudor, para demonstrar como a
http://dev.historiaelutadeclasses.com.br/upload/arquivo/2017/11/aee2013d8d622ef6e081f95b91c84165fd057e10
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https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=6027 6/18
modernidade política transformou os conceitos de governo e poder na Inglaterra (KARNAL, 2009). 
 
Um dos principais desafios da Inglaterra moderna, no entanto, foi lidar com a pluralidade religiosa, dada a variedade
de denominações protestantes (para além do Anglicanismo), além dos pontos de manutenção da Igreja Católica. O
período Tudor também foi marcado pelo crescimento populacional, graças ao desenvolvimento manufatureiro e à
revolução agrícola, com a formação dos cercamentos, que levou com que a população passasse a viver nas cidades.
No entanto com a chegada dos Stuarts ao poder – que tentaram governar sem o auxílio do Parlamento –, a Inglaterra
retornou ao estado de guerra civil. O fim do século XVII garantiu a tomada do poder pelos burgueses, com as
revoluções puritana e gloriosa, ainda que tenha sido marcado por uma alta inflação, pela peste e pela fome, o que
atrasou sua empresa colonial (COMMAGER; NEVINS, 1966). 
Revoluções Burguesas na Inglaterra
» Clique nas abas para saber mais sobre o assunto
As políticas de cercamento das terras comunais, que passaram a ser vendidas para particulares, deu origem ao
êxodo rural na Inglaterra, levando a criação de núcleos urbanos de pobreza. Além disso, as perseguições religiosas
levaram os grupos não anglicanos a buscar novas possibilidades de vida em solo colonial, onde poderiam
desenvolver comunidades em que sua religião fosse respeitada. Nesse sentido, cabe ressaltar que os grupos
ingleses que chegaram à América, entre o fim do século XVI e início do século XVII, eram bastante diversos
culturalmente, visto que a empresa colonial não foi iniciativa da Igreja Anglicana nem do Estado. A primeira forma de
trabalho na colônia foram os regimes de servidão temporária, por meio dos quais os imigrantes trabalhavam
gratuitamente por cerca de sete anos, até quitarem o valor de suas passagens. Em menor número, chegaram os
“peregrinos”, fugindo de perseguições religiosas, sendo responsáveis pela fundação de Massachusetts, em 1620, e
pela criação de leis justas para todos – o Mayflower Compact, que foi considerado o marco para o ideal de liberdade
das Treze Colônias. Também chegaram à região os puritanos, de origem calvinista, que acreditavam que a América
seria a nova Terra Prometida (PROBST, 2016).
A divisão das Treze Colônias
» Clique nas setas ou arraste para visualizar o conteúdo
O movimento de independência das Treze Colônias teve início com um conjunto de conflitos armados ocorridos entre
o fim do século XVII e o início do século XVIII – tanto na Europa quanto na América. O primeiro deles foi a Guerra da
 Revolução Puritana Revolução Gloriosa
também conhecida como Nova Inglaterra, era composta por Connecticut, Massachusetts, New
Hampshire e Rhode Island. Seu clima temperado deu origem a pequenas propriedades policultoras,
para consumo interno. Sua força estava na liberdade de comércio.
COLÔNIAS DO SUL
formadas por Carolina do Norte, Carolina do Sul, Virgínia, Geórgia e Maryland, tinham clima quente
e, por isso, desenvolveram um sistema de plantation semelhante ao da América espanhola,
baseando-se na exploração da mão de obra escrava e no cultivo para exportação do tabaco e do
algodão. 
COLÔNIAS CENTRAIS
compostas por Delaware, Pensilvânia, Nova Jersey e Nova York, sendo as últimas a serem
conquistadas pela Inglaterra. Estabeleceram uma atividade manufatureira, ao mesmo tempo em
que desenvolveram pequenas produções de cereais. 
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Liga de Habsburgo, que teve início na Inglaterra, mas acabou se estendendo para as colônias americanas. O conflito
se deu pela oposição inglesa contra o expansionismo da França de Luís XIV, principalmente a partir da expulsão dos
protestantes do território francês, fazendo com que os ingleses declarassem guerra ao seu vizinho. Mesmo com as
ameaças, os navios coloniais não permitiram o domínio das colônias, resultando em um tratado de paz que
determinou que Porto Royal, então território inglês, deveria ser entregue para a França, passando a se chamar Nova
Escócia, sem levar em consideração os interesses dos colonos. Conflitos como esse, que se resolvem apenas a
partir dos interesses econômicos metropolitanos, aceleraram o andamento do movimento de independência das
Treze Colônias (KARNAL, 2009). 
 
A Guerra de Sucessão Espanhola, ocorrida entre 1703 e 1713, também foi decisiva para esse contexto. Como os
matrimônios entre as Casas Reais permitiam que diversas pessoas ocupassem posições importantes na Corte, a
Inglaterra decidiu apoiar a Áustria na sucessão do trono, enquanto a França havia decidido colocar um de seus
descendentes diretos na posição. Nesse contexto, os franceses acabaram se aliando aos indígenas na região norte
das Treze Colônias (buscando dominar a exploração dapesca e das peles), ao mesmo tempo em que batalhavam
contra os espanhóis na Flórida, ao sul, pelo domínio do rio Mississipi. Os ingleses decidiram enviar um exército para
a América, mas as tropas foram acusadas de ineficiência e corrupção, além do custo alto para sua manutenção na
colônia, o que reforçava a ideia de que a metrópole não defendia os interesses coloniais (APTHEKER, 1967). O fim
do conflito, determinado pela assinatura do Tratado de Utrecht, trouxe muitos benefícios para os colonos –
principalmente para os habitantes da Nova Inglaterra, que passaram a explorar o comércio de peles de forma livre e
a controlar a Baía de Hudson. Além disso, as terras sob domínio francês foram entregues aos ingleses, incluindo a
região de Terra Nova, onde havia abundância de bacalhau, que passou a ser aberta para a pesca inglesa (PROBST,
2016). 
 
Um novo conflito surgiu entre os anos de 1739 e 1742, o navio do capitão Jenkins foi atacado pelos espanhóis,
fazendo com que os colonos ingleses invadissem regiões da América espanhola, especialmente a região de
Cartagena (na Colômbia) e da Flórida. Os colonos adoeceram de febre amarela e fracassaram no conflito conhecido
como Guerra da Orelha de Jenkins, posto que o capitão perdeu uma de suas orelhas no movimento (COMMANGER;
NEVINS, 1966). Também nesse período, a Guerra de Sucessão Austríaca gerou problemas para a colônia, visto que
a Inglaterra defendia a manutenção de Maria Teresa no trono, enquanto a França não aceitava que o posto fosse
assumido por uma mulher. Conhecida como Guerra do Rei Jorge em solo americano, o conflito levou à tomada do
Forte de Louisboug por um grupo oriundo de Boston, ainda que os ingleses tivessem prometido devolvê-lo à França
em 1768, com assinatura do Tratado de Aix-La-Chapelle (KARNAL, 2009). 
 
Esse processo despertou o interesse pelo vale do rio Ohio, tanto nos ingleses quanto nos franceses. No ano de
1754, teve início a Guerra Franco-Índia, fazendo com que os colonos ingleses disputassem o domínio da região
contra franceses unidos aos indígenas. Mesmo sem apoio metropolitano, os colonos ingleses venceram a guerra e
passaram a perceber seu potencial. Naquele mesmo ano, organizaram um plano de união das Treze Colônias, no
município de Albany, sob a liderança de Benjamin Franklin (DIVINE, 1992). Nesse contexto, os franceses deixaram o
território americano, o que aumentou a autonomia dos colonos frente à Inglaterra para sua defesa. Aos poucos, eles
passaram a criar tênues laços de unidade, que foram fortalecidos com as políticas fiscais impostas pela metrópole
(APTHEKER, 1967). 
 
Se a ocupação do território das Treze Colônias não foi feita de modo sistematizado inicialmente pela crise
atravessada pela Inglaterra, a partir do século XVIII os ingleses passaram a interferir de modo mais direto nas
questões coloniais. Com estabilidade política, desenvolvimento econômico e paz interna, foi implementada a
Revolução Industrial inglesa, ampliando a produtividade fabril e, por conseguinte, aumentando a necessidade de
matérias-primas e mercados consumidores. Com isso, a partir de 1750, as Treze Colônias se transformaram em
fontes primordiais para o desenvolvimento do processo industrial inglês (RINKE, 2017). Além disso, a Inglaterra havia
se envolvido em muitos conflitos entre os séculos XVII e XVII, trazendo poucos benefícios para os colonos e muitos
gastos para os ingleses, determinando a manutenção de um exército fixo na América. A Inglaterra quis dividir os
custos da manutenção das tropas com os colonos, ao mesmo tempo em que esses deram início a um movimento
expansionista. No entanto, em 1763, o rei Jorge III proibiu a invasão das áreas indígenas entre o rio Mississipi e os
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montes Apalaches, ao decretar a soberania dos povos indígenas, contrariando o desejo dos colonos, o que
representou a primeira interferência direta da Coroa inglesa nas decisões coloniais (BAILYN, 2003). 
 
Já no ano seguinte, a Inglaterra promulgou a Lei do Açúcar, que diminuiu pela metade a taxação sobre o melaço
estrangeiro, ao mesmo tempo em que criou impostos sobre os vinhos, o café, as roupas, o açúcar e os produtos de
luxo. Também foi criada uma Corte na colônia, com o objetivo de punir aqueles que descumprissem a lei, dando fim
ao comércio triangular tradicional de compra do melaço da região em que ele fosse mais barato (passando a limitar
sua aquisição para as colônias francesas). Esse movimento reduziu a autonomia colonial, voltando seus olhos
apenas para o enriquecimento metropolitano. A reação dos habitantes das Treze Colônias foi imediata, com uma
série de boicotes e protestos sob a liderança de James Otis (KARNAL, 2009). No mesmo ano, os ingleses proibiram
que as colônias emitissem papéis de crédito, promulgando a Lei da Moeda. Além disso, por meio da Lei da
Hospedagem, foi determinado que os próprios colonos seriam obrigados a hospedar e alimentar os soldados
britânicos (COMMAGER; NEVINS, 1966). 
 
A partir de 1765, a oposição colonial às novas medidas metropolitanas passou a ocorrer de modo organizado,
quando a Lei do Selo determinou que todos os documentos públicos, cartazes, contratos e jornais deveriam receber
um novo imposto. Houve um grande boicote ao comércio britânico, além de vários protestos, principalmente em Nova
York e Boston. Os representantes das Treze Colônias criaram o Congresso da Lei do Selo, compondo a Declaração
dos Direitos e Reivindicações, por meio da qual invocavam os mesmos direitos da metrópole, mesmo que
afirmassem manter a lealdade ao rei da Inglaterra. O documento obteve o resultado e, no ano seguinte, a lei foi
abolida (RINKE, 2017). 
 
No entanto, em 1767, o novo ministério inglês não estava mais disposto a negociar com as colônias. Charles
Townshend, o ministro da Fazenda, criou vários impostos novos sobre os corantes, o vidro e o chá, além de reprimir
o contrabando nas colônias e dissolver a Assembleia de Nova York. Esse conjunto de medidas repressivas ficou
conhecido como Atos Townshend, sendo cancelados depois de muitas revoltas e boicotes. Um dos principais
episódios desse contexto, que tornou as relações entre a metrópole e as colônias ainda pior, foi o Massacre de
Boston, quando rebeldes atiraram bolas de neve no quartel, mas foram recebidos com tiros, resultando em cinco
mortes e vários feridos. O episódio se transformou em um ponto central na expansão do ideal separatista (DIVINE,
1992). 
 
O último movimento que auxiliou na formatação do processo de independência das Treze Colônias teve ligação com
um hábito cotidiano compartilhado entre ingleses e colonos: o consumo diário de chá. Em 1773, a Companhia das
Índias Orientais recebeu o direito de monopólio da comercialização do produto para as Treze Colônias, aumentando
seus preços. Inicialmente, os colonos substituíram o chá por café ou chocolate. No entanto, em 16 de dezembro de
1773, cerca de 150 colonos se disfarçaram de indígenas e atacaram os navios da Companhia, que estavam
atracados no porto de Boston, atirando ao mar toda a mercadoria. O movimento ficou conhecido como Festa do Chá
de Boston e, em resposta, o Parlamento inglês criou um conjunto de leis bastante rígidas – as “Leis Intoleráveis” –,
cujo objetivo era aumentar a submissão colonial, mas terminaram por impulsionar a independência das Treze
Colônias (KARNAL, 2009). 
Figura 2 – A chamada festa do chá em Boston. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 21/11/2020. 
#PraCegoVer : a figura mostra uma xilogravura em preto e branco. À esquerda, três homens
vestidos com fraques celebram a revolta que ocorre no centro da imagem. Ao centro, um
grande navio é saqueado por muitas pessoas, que atiram sua carga ao mar com o auxílio de
um grupo de sete passageiros de uma embarcação menor, que rema nas proximidades do
navio. 
O processo de independência das Treze Colônias foi bastante influenciado pelas ideias iluministas, especialmente a
partir das críticas aoabsolutismo e ao monopólio comercial. O pensador mais apropriado pelos colonos foi John
Locke, cujo pensamento tinha estreitos laços com a Revolução Gloriosa. Locke desenvolveu a ideia de que deveria
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haver um contrato social imaginário entre os cidadãos e o Estado, responsável pela defesa da felicidade, da
prosperidade e da liberdade, tidos por ele como direitos humanos naturais. A teoria de Locke faz crer que o
pensamento da maioria deve prevalecer frente aos desejos do rei e, se a Coroa não concordar com os cidadãos, ela
deve perder o poder por meio de um processo revolucionário, o que demonstra a defesa do direito de resistência
(DIVINE, 1992). 
 
Os princípios de Locke se transformaram em pilares da política tradicional britânica, de tal modo que uma parcela
significativa dos imigrantes que chegou às Treze Colônias levou essas noções para América. Contudo Locke
defendia que a participação política era um importante fator para determinar a validade das leis e, como não havia
representantes das Treze Colônias no Parlamento, os colonos começaram a contestar as decisões metropolitanas
dentro da lógica de Locke. Mesmo que o autor tenha formulado seu pensamento para justificar um conflito inglês, ele
foi apropriado pelos colonos para justificar as propostas de independência (BAILYN, 2003). 
 
É importante destacar que o movimento de emancipação não foi originado de um desejo de unificação, mas sim de
um forte sentimento contrário à Inglaterra. As Treze Colônias não se entendiam como uma nação – por isso, não é
possível denominá-las, nesse contexto, como Estados Unidos. Enquanto o Norte era mais favorável à separação, as
colônias sulistas temiam por sua dependência econômica. Assim, surgiram sociedades secretas que tinham como o
objetivo embasar o movimento a partir da discussão de obras clássicas, sendo a mais conhecida a dos Filhos da
Liberdade (RINKE, 2017). 
 
Com o aumento das pressões inglesas, os representantes de praticamente todas as colônias se reuniram no
Primeiro Congresso Continental da Filadélfia, em 1774, criando um documento que se opunha às medidas do rei
Jorge. O texto determinava lealdade ao rei e indicava que a independência não se mostrava como um consenso em
solo colonial. Como resposta, os ingleses reduziram os impostos, mas, temendo a eclosão de uma revolta,
aumentaram ainda mais as tropas em solo colonial (MCCULLOUGH, 2008). Essa medida levou ao início dos
conflitos, principalmente em Lexington e Concord. Com o Segundo Congresso da Filadélfia, com todas as Treze
Colônias reunidas, a Inglaterra declarou estado de rebeldia em solo americano. Mesmo que os congressistas ainda
tivessem opinião dúbia sobre a emancipação, vários panfletos de grande circulação defendiam a independência com
fervor, como era o caso de O Senso Comum , de Thomas Paine, que afirmava que os problemas coloniais advinham
do rei e que a solução seria a separação, destacando os abusos monárquicos e defendendo a necessidade de leis
próprias para a colônia (VINCENT, 1989). 
 
Em 02 de julho de 1776, o Congresso da Filadélfia se reuniu e decidiu que a melhor opção seria a separação entre
as Treze Colônias e Inglaterra, começando a escrever a Declaração de Independência, que ficou pronta apenas dois
dias depois. O documento apresenta grande apropriação dos ideais iluministas, mesclando elementos protestantes
aos escritos de Thomas Paine (PRADO; PELLEGRINO, 2014). Um dos principais nomes vinculados à composição
da declaração foi Thomas Jefferson, ainda que não tenha sido o único a escrevê-lo. O texto enumera 27 atitudes da
metrópole que teriam prejudicado as Treze Colônias, dentre as quais estão várias guerras, leis impositivas e a
presença do exército britânico em solo americano. A declaração opõe a tirania inglesa à paciência e a ponderação
colonial, apresentando as colônias como estados livres e independentes, que clamam a proteção divina e não mais
possuem quaisquer ligações com sua antiga metrópole (MORRIS, 1967). 
 
A declaração foi apenas o primeiro passo pela luta da independência, sendo seguida de uma guerra contra a
Inglaterra. George Washington liderou o Exército Continental, uma tropa fixa de colonos que guerreou pela
independência. Contudo a marinha britânica era a mais forte do mundo e ainda era reforçada pelo exército, pelos
traidores da causa e pelos mercenários alemães. Para garantir a vitória das Treze Colônias, Benjamin Franklin
negociou o apoio da Espanha e da França, que enviaram tropas terrestres e navais, a partir de 1781. Apenas dois
anos depois, os ingleses assinavam o Tratado de Paris, reconhecendo sua derrota, entregando também o Senegal
para os franceses e os territórios da Flórida e da ilha de Minorca para os espanhóis. A independência das Treze
Colônias era enfim reconhecida (MCCULLOUGH, 2008). 
 
A construção do nacionalismo estadunidense escolheu George Washington e Benjamin Franklin como os pais
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fundadores do país, dado seu diferente envolvimento nas batalhas ligadas à independência do território: enquanto
Washington era um fazendeiro da Virgínia que atuou como chefe militar do exército, representando a elite masculina,
branca e agrária do movimento de 1776, Franklin foi um grande intelectual do século XVIII (que organizou os
primeiros corpos de bombeiros e inventou o para-raios), simbolizando o elemento urbano, a liberdade e a
democracia, representando o homem intelectualizado, protestante e que se opunha à escravidão (RAPHAEL, 2006). 
 
Os indígenas das Treze Colônias foram o primeiro grupo a sentir as repercussões negativas do processo de
independência, pois esse movimento deu início ao expansionismo e ao domínio dos territórios por eles ocupados. Os
africanos escravizados, por sua vez, ficaram indiferentes a esse processo, já que a independência manteve o regime
escravista. Todavia milhares de escravos se aproveitaram dos conflitos como um modo de resistência e fugiram,
conseguindo sua liberdade (MARIENSTRAS, 1982). 
 
A independência das Treze Colônias incorreu em graves consequências para as nações europeias. Inicialmente,
houve uma grave crise de confiança em solo inglês sobre a validade do poder real, desestabilizando o
expansionismo britânico. Já na França, a recepção das tropas que lutaram a favor da independência disseminou as
ideias republicanas e libertárias dentro de uma nação absolutista em crise econômica pelos gastos com a guerra,
enfraquecendo ainda mais o poder de Luís XVI (KARNAL, 2009). 
 
Quanto às demais nações americanas, a independência das Treze Colônias foi vista como a principal inspiração para
seus ideais, a partir do momento que passou a se mostrar como um modelo concreto e próximo que poderia ser
seguido. A resistência contra as imposições metropolitanas, a extinção do exclusivo colonial e a defesa da soberania
popular haviam se mostrado como causas possíveis por meio do conflito armado e das negociações políticas
(RINKE, 2017). 
Teste seus conhecimentos
Atividade não pontuada.
1.3 Nações e nacionalismo: o surgimento do nacionalismo nas colônias da
América hispânica
No século XVIII, principalmente depois de 1750, a América hispânica passou a estar novamente ligada ao domínio
político e econômico metropolitano, do qual apenas conseguiu sua liberdade com os movimentos de independência.
O conjunto de medidas tomado nesse contexto levou a uma série de revoltas e sedições, resultando na
fragmentação territorial do grande Império espanhol em solo americano e ao desenvolvimento de várias pequenas
repúblicas (BRADING, 2005). 
 
É importante compreender que o relacionamento entre as colônias ibéricas e suas Coroas estava intimamente ligado
a outras nações europeias, o que fazia com que acontecimentos ocorridos em solo europeu tivessem grandes
repercussões na ordemdo sistema colonial. Nesse sentido, as transformações econômicas e sociais do Velho
Mundo aceleraram o processo de decadência do Antigo Sistema Colonial, fazendo com que a independências da
América espanhola fosse facilitada (PRADO; PELLEGRINO, 2014). 
 
As batalhas que levaram à independência da América hispânica foram fruto da atividade de grupos pequenos com
grande força no jogo político colonial, de tal modo que eles conseguiram se organizar para criar nações mantendo
seus privilégios. Nos primeiros anos do século XIX, cada território espanhol conseguiu sua independência por meio
de um conflito peculiar. É possível, no entanto, identificar alguns pontos comuns capazes de unir a luta dos colonos
da América hispânica frente ao processo de independência. O primeiro deles diz respeito à influência dos ideais
iluministas (e de seu braço econômico, o Liberalismo), que se espalharam entre os intelectuais das colônias
espanholas e passaram a ver com maus olhos as propostas absolutistas, passando a embasar as propostas
nacionalistas a partir do momento em que transformaram as críticas ao absolutismo em um intenso sentimento
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anticolonial (ROMERO, 2004). 
 
O pensamento iluminista havia chegado à América espanhola desde meados do século XVIII, trazendo propostas de
grandes mudanças na organização política do sistema colonial, sendo potencializado com o advento da Revolução
Francesa, no ano de 1789. Suas principais bandeiras, na Europa, defendiam a fraternidade, a igualdade entre os
povos e a liberdade comercial e individual, o que simbolizava um amplo combate às estruturas políticas, sociais e
culturais do Antigo Regime. Em solo colonial, a agenda de reivindicações do movimento se adaptou aos imperativos
locais, já que os agentes sociais também haviam mudado: mesmo que a liberdade e a igualdade se mantivesse
como pontos em comum, a principal reivindicação do iluminismo colonial foi a extinção do exclusivo colonial,
garantindo, assim, a autonomia das elites locais e o livre comércio. Além disso, a luta pela igualdade também precisa
ser relativizada em solo colonial: como os intelectuais eram principalmente parte da elite criolla, havia a defesa de
iguais direitos entre criollos e espanhóis, mas não entre todos os colonos, já que a exploração do trabalho indígena,
negro e mestiço era a base do sistema colonial. Nesse sentido, é importante ressaltar que os movimentos iluministas
hispano-americanos eram liderados por grupos da elite, que lutavam pela liberdade como modo de reforçar seus
laços econômicos com outras potências comerciais (PRADO, 2003). 
 
Nesse sentido, é possível perceber o aumento da dependência colonial, com o desenvolvimento de uma série de
políticas que reforçaram a relevância do comércio agroexportador e determinaram que a necessidade de importação
dos bens industrializados para as colônias hispano-americanas. A partir desse olhar, é possível perceber que esse
modelo de experiência colonial impediu que a liberdade e a igualdade defendidas pelo Iluminismo fossem
compartilhadas pela maior parte da população da América hispânica, fazendo emergir os entraves econômicos e os
problemas das instituições políticas daquele sistema (BRADING, 2005). 
 
Ao mesmo tempo, as elites coloniais (principalmente os criollos) começaram a afirmar que a aproximação com a
Espanha seria um grande obstáculo para o desenvolvimento econômico da América, a partir do momento em que a
Coroa espanhola havia criado uma série de políticas que dificultavam a ascensão social dos colonos – como o
impedimento da produção manufatureira de produtos concorrentes aos espanhóis, a proibição aos criollos de
participarem dos principais postos políticos e a estipulação de altos impostos (LAVALLE, 1994). A elite colonial
também era composta por latifundiários, comerciantes urbanos, exploradores de minas e encomenderos que, mesmo
com pensamentos muito distintos entre si, tinham em comum o desejo de aumentar sua possibilidade de atuação
regional por meio do fim do pacto colonial (GARRIGA, 2013). 
 
Nesse sentido, o século XIX foi tido como o século da memória, pois foi durante esse intervalo que os governos de
muitas localidades decidiram desenvolver instituições para a preservação do passado, elevando a História nacional
como a principal disciplina escolar, criando bandeiras, hinos e elegendo mitos, símbolos e alegorias para representar
as nações que passavam a nascer. Nesse contexto, o nacionalismo se desenvolvia como um movimento
internacional no Ocidente, levando à criação de elementos identitários para afirmar o conjunto de identidades que
nascia com ele. De acordo com diversos historiadores, esse momento também foi de grande importância para a
percepção do valor da História e de seus documentos para a manutenção do passado nacional. De acordo com
Leandro Karnal e Flavia Tatsch (2004, p.55),
De muitas formas, o século XIX é o século da História e do Documento, ambos ligados à
emersão dos Estados nacionais. No Brasil, igualmente, o Instituto Histórico e Geográfico
nasce com a Regência, verdadeiro momento de afirmação nacional. Coerentemente, o Estado,
que desde o início da escrita foi um grande produtor de documentos, torna-se o organizador
de arquivos e publicações para preservar documentos históricos. Conservar e organizar
documentos passam a ser uma função muito ligada ao poder do Estado. 
A partir de meados do século XVIII, os países da Europa Ocidental passaram a desenvolver um contínuo movimento
de perda do papel do pensamento religioso cristão, com o advento da “era dos nacionalismos”, como fruto do
Iluminismo. Isso não significa que o nacionalismo seja oriundo do desgaste das religiões, mas, como afirma Benedict
Anderson, é importante considerar o “o entendimento do nacionalismo alinhando-o não a ideologias políticas
conscientemente adotadas, mas aos grandes sistemas culturais que o precederam, e a partir dos quais ele surgiu,
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inclusive para combatê-los” (ANDERSON, 2008, p. 39). Assim, os nacionalismos devem ser compreendidos como
elementos de um sistema cultural – ou seja, como produtos de uma determinada cultura – de tal modo que a nação
não seja lida apenas como uma questão histórica, mas também antropológica, posto que se transformou em uma
“comunidade política imaginada, quase uma questão de parentesco ou religião” (ANDERSON, 2008, p. 78) ou, como
Anderson definiu, como uma “comunidade imaginada de sentido”, sendo uma construção de sentidos simbólicos que
determinou vínculos de pertencimento e levou ao desenvolvimento de elementos identitários e garantiu a coesão
social (UZUN, 2014). 
 
O conceito de “comunidades imaginadas”, desenvolvido por Benedict Anderson, foi muito criticado por Homi Bhabha,
que defendia que a unidade política nacional no século XIX era baseada em um fluxo contínuo de ansiedade nos
espaços plurais americanos, a partir do momento em que as representações territoriais das novas nações foram
transformadas em espaços tradicionais e arcaicos. De acordo com Bhabha (2015, p. 211), “a diferença do espaço
retorna como a Mesmice do tempo, convertendo Território em Tradição, convertendo o Povo em Um”. O autor afirma
que os movimentos de independência acabaram legitimando a tradição na América hispânica, a partir do momento
em que não defenderam a coesão nacional e a coletividade, criando nações em que não havia homogeneidade
cultural nem representação de todas as camadas na esfera pública. 
 
Por sua vez, o teórico cultural Stuart Hall afirmou que as identidades nacionais da América hispânica apenas se
transformaram a partir do conceito de representação – o que quer dizer que o antigo colono da Nova Espanha e o
então “mexicano” apenas saberia o significado dessa nova nacionalidade a partir do momento emque houvesse um
conjunto de representações culturais que determinassem a unidade nacional (como costumes, comidas, músicas e
festas locais). Para Hall, a nação não poderia ser vista apenas como uma entidade política independente, mas sim
como um organismo cultural que produziria sentidos para seus membros, para tornar a nação uma comunidade
simbólica geradora do sentimento de lealdade e de identidade (HALL, 1999). 
 
Na América hispânica, as novas ideias econômicas e políticas vindas da Europa se disseminaram com grande
rapidez devido ao compartilhamento do idioma e da cultura com a metrópole, além das melhorias nas comunicações
transatlânticas advindas das reformas bourbônicas. Não demorou muito para que as independências ocorressem e,
nesses territórios, foi preciso pensar em como realizar a independência antes mesmo de buscar as características
particulares de cada região. De acordo com Guerra (1992), a historiografia tradicional tendeu a compreender esse
movimento como um fenômeno apenas político, deixando de lado o traço mais evidente daquele contexto, que o
autor assinala como a consciência dos atores sobre a chegada evidente de uma nova era, de estar fundando um
homem novo, uma nova sociedade e uma nova política. Para Mader (2008), esse “novo homem” era entendido a
partir de sua individualidade, da corporatividade e de seus laços livres com a sociedade da qual fazia parte. Essa
“nova sociedade” que surgia era unida por um contrato social novo, por meio do qual o rei deixava de encarnar a
soberania – que passava para as mãos do povo. 
 
Como resultado dos movimentos de independência, as nações da América hispânica tiveram uma difícil tarefa no
século XIX: era necessário dotar seus Estados nacionais de um passado capaz de legitimá-los como nações. De
acordo com Guerra, o surgimento inesperado desses novos Estados latino-americanos explicou, de certo modo, a
necessidade pela conquista de uma identidade que ainda não existia, visto que os movimentos surgiram a partir da
desintegração do Império espanhol – e não por ímpetos nacionalistas (GUERRA, 1992). Segundo o autor, a nação
moderna americana era um modelo inédito e ideal de coletividade, surgidos como um modo de ruptura entre o Antigo
Regime e a Modernidade, que ocorreram de modo revolucionário tanto na América quanto na Europa, dividindo a
monarquia hispânica em diversas partes – as novas nações americanas independentes, que se tornaram as
primeiras a praticar as ideias políticas e os imaginários da modernidade (GUERRA, 2003). No entanto, Guerra (2003)
deixa escapar que a criação de debates ligados aos fundamentos constitucionais do poder do rei já trazia, por si só,
uma ruptura política completa em relação ao Antigo Regime e, mesmo que as instituições e imaginários
permanecessem, todas as práticas políticas, a partir de então, teriam se transformado (PALTÍ, 2009). 
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VOCÊ QUER LER?
Como os processos de independência da América espanhola são retratados nos livros didáticos? Como eles
são comparados à independência do Brasil? A América hispânica é vista como uma unidade ou retratada em
sua diversidade? Para conhecer um pouco mais sobre esse tema, confira o artigo "A independência hispano-
americana nos manuais escolares brasileiros". 
Disponível em: < https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=93717028007 >. 
Em toda a América Latina independente, o movimento para a construção de identidades nacionais se deu por meio
de rupturas efetivas em relação ao Antigo Regime, tendo a educação como importante instrumento para a
construção do passado das nações que se criavam. A escolha dos símbolos que fossem identificados a todas as
camadas sociais e criassem apelo emocional foi de grande importância para o desenvolvimento dos nacionalismos
americanos. As ferramentas utilizadas para esse fim foram bastante semelhantes nas diversas regiões: o uso de
manuais didáticos de história pátria, a criação de espaços de sociabilidade (como praças e lugares públicos), a
fundação de instituições responsáveis por determinar “a verdade” sobre a história nacional e a transformação no
ambiente urbano (UZUN, 2014). É importante ressaltar que os nacionalismos criollos tinham como objetivo a
construção de identidades nacionais a partir dos elementos americanos e metropolitanos (FERNANDES, 2009). 
 
O desenvolvimento dos movimentos nacionalistas se deu em duas gerações distintas. A primeira delas, entre os
anos de 1810 e 1815, foi levada a cabo durante o período de dominação espanhola pelo Império de Napoleão
Bonaparte. Nesse contexto, ocorreram as independências da Venezuela, do Paraguai, do México, do Equador, do
Chile e da Argentina. Cabe ressaltar que Equador, México e Venezuela foram reconquistados (BRADING, 1993). A
segunda geração, por sua vez, ocorreu entre 1816 e 1828, a partir da deposição de Napoleão Bonaparte e da
recomposição do trono espanhol sob a liderança do rei Fernando VII. Nesse momento, ocorreu a independência dos
países da América Central, do Peru, da Bolívia e o México se tornou finalmente uma nação livre. O Uruguai, então
conhecido como Província Cisplatina, havia sido anexado ao território brasileiro e garantiu sua independência
somente em 1828 (BRADING, 2005).
1.4 A Espanha no século XIX: o atraso econômico
A Europa passou por uma série de transformações após a Revolução Francesa. A partir de 1792, no período
conhecido como “Convenção” os franceses declararam guerra ao imperador da Boêmia e da Hungria, passando a
conquistar territórios estratégicos. Se os ingleses apoiaram essa iniciativa por acreditarem que a expansão poderia
diminuir a força da revolução, o radicalismo criado desde então formou uma aura de medo para os britânicos. A
Península Ibérica, por sua vez, vivia um momento distinto. O rei espanhol, Dom Manuel Godoy, defendia o retorno do
rei Luís XVI ao trono francês (que estava preso e aguardava julgamento) mas, com sua morte, a Espanha decidiu
romper relações com a França por acreditar que a condenação era uma afronta à Casa dos Bourbons. Isso fez com
que aos franceses declarassem guerra contra a Coroa espanhola, em março de 1793. Enquanto isso, Portugal
sugeriu a formação de uma Tríplice Aliança, buscando guerrear contra a França junto à Espanha e à Inglaterra, mas
não foi bem-sucedido porque as demais nações já haviam negociado com os revolucionários (TEIXEIRA, 1996). 
 
Os franceses enviaram uma delegação para sugerir que Portugal mantivesse sua isenção nas disputas, mas os
portugueses não aceitaram. A Inglaterra e a Espanha decidiram aceitar a união com os portugueses, mas D. João VI
firmou um acordo em separado com cada uma destas potências. Entre 1793 e 1794, estourou a Guerra do
Rossilhão, fazendo com que a França atacasse os navios portugueses, aliados aos espanhóis. O conflito foi marcado
por um intenso desgaste, sem grandes vitórias para nenhum dos lados, ainda que os franceses tenham levado a
melhor na Batalha da Montanha Negra, obrigando a Espanha a assinar a Paz da Basileia, em 1795, um acordo de
paz que excluiu Portugal e criou ressentimentos de batalha (LIEVEN, 2014). 
 
Em 1799, com a ascensão de Napoleão Bonaparte, foi necessário reforçar as conquistas da França durante o
período da revolução. Seu exército invadiu a Suíça, a Itália, a Bélgica, a Holanda e dominou o Mediterrâneo. Até
aquele momento, os ingleses eram os únicos a dominar os mares e compunham a principal força imperialista, até
mesmo sobre as colônias francesas (TEIXEIRA, 1996). Napoleão realizou uma importante aliança com a Espanha,
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Síntese
Nesta unidade, foi possível compreender como o contexto do século XVIII determinou a crise do antigo sistema
colonial e levou à eclosão dos movimentos de independência na Américaespanhola. Foi possível compreender o
impacto da crise econômica sobre a Espanha e as tentativas de reabilitação feitas pela monarquia, conhecidas como
reformas bourbônicas. Também foram discutidas as causas de insatisfação dos colonos e as primeiras revoltas
ocorridas na América espanhola, indicando que todo o movimento histórico é um processo e que o que ocorre em
determinada parte do mundo implica diretamente em outra – a crise na metrópole gerou descontentamento na
América, levando à separação. Foi possível conhecer como ocorreu a independência das Treze Colônias, em 1776, e
a importância das ideias iluministas para a formação dos ideais libertários na América inglesa, além de sua
consequente importância como modelo para a independência das demais nações americanas. A unidade também
buscando isolar a entrada da Inglaterra no mar Mediterrâneo e garantindo o domínio francês sobre esse mar. O
imperador francês queria explorar as colônias espanholas na América e passar a utilizar a grande frota naval
hispânica. Em janeiro de 1801, os portugueses receberam um ultimato para compor a aliança com Napoleão e
romper seu laço com os britânicos, fechando seus portos e passando a favorecer os espanhóis (BANDEIRA, 1995). 
 
Todavia os portugueses detinham uma séria dependência frente aos ingleses para a manutenção de seu comércio
intercolonial. Em março de 1801, teve início a Guerra das Laranjas, quando Juromenha e Olivença foram invadidas.
O resultado do confronto resultou em dois acordos: o Tratado de Badajoz, que fez com que Portugal fechasse os
portos de todo o seu império para a Inglaterra, pagasse uma indenização pelos prejuízos causados e recebesse de
volta os fortes e territórios dominados pela Espanha nas colônias; e um segundo acordo, feito com os franceses, que
deveria permitir a entrada de tecidos a preços melhores, além da retomada das fronteiras da Guiana Francesa e o
pagamento de uma alta indenização (TEIXEIRA, 1996). 
 
Entretanto os portugueses não cumpriram com a maioria das determinações. A França firmou um acordo com o czar
russo Alexandre I, abrindo mão das ilhas jônicas em troca da mediação com os turcos, de tal modo que os ingleses
perdessem seu acesso ao Mediterrâneo Oriental. Em 1802, a Inglaterra e a França assinaram a Paz de Amiens,
garantindo o aumento da influência napoleônica no continente a partir de uma política comercial de hostilidades, o
que fez com que o acordo durasse pouco (LIEVEN, 2014). Após vários conflitos, Napoleão Bonaparte decretou o
Bloqueio Continental, em 1806, determinando que os portos sob seu domínio no continente, incluindo os ibéricos,
não poderiam comercializar com os ingleses. O objetivo desse decreto foi isolar a Inglaterra economicamente que,
por seu lado, começou a capturar os navios que seguiam para o império francês, sequestrando suas cargas
(BANDEIRA, 1995). 
 
Buscando administrar as terras da América espanhola e usar seus recursos, no ano de 1808, as tropas napoleônicas
decidiram invadir a Península Ibérica depois da Revolta de Aranjuez, que derrubou Dom Manuel Godoy do poder,
substituindo-o por Dom Fernando VII, seu filho. Os franceses interviram no conflito e obrigaram que o trono fosse
restituído a Dom Manuel, que o entregou para Bonaparte. A administração espanhola permaneceu sob as ordens de
José Bonaparte, irmão de Napoleão, cuja principal ação foi invadir Portugal, visto que o vizinho ibérico se mantinha
fiel à Inglaterra (TEIXEIRA, 1996). 
 
Portugal conseguiu manter sua independência devido a uma manobra política do príncipe-regente, Dom João VI, que
decidiu transferir a Corte portuguesa para o Brasil, criando uma nova sede para o Império português, impedindo a
legitimidade da ocupação francesa por não deixar nenhum herdeiro do trono para trás. Napoleão, entretanto,
apresentava grande insatisfação com os conflitos advindos da ocupação espanhola devido à quantidade de recursos
e soldados que absorviam, colocando os ingleses em situação favorável para a exploração das colônias hispânicas.
A partir do momento em que os espanhóis passaram a lutar contra José Bonaparte, surgiu uma onda nacionalista na
Europa, que indicou que as tropas napoleônicas não eram impossíveis de serem vencidas, podendo ser derrotadas a
qualquer instante (LIEVEN, 2014).
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apresentou como se deu a construção dos nacionalismos americanos como um anticolonialismo, e não como um
movimento identitário interno, o que levou a uma fragmentação em vários novos territórios com a independência. 
SAIBA MAIS
Livro: Bases da história da América Latina 
 Autor: Flávio Lemos Alencar 
Editora: Intersaberes 
Ano: 2020 
Comentário: a obra traz indicações importantes e complementares sobre os temas tratados na
unidade. O capítulo “A crise e as independências americanas” (p. 223-248) apresenta uma boa
síntese sobre a relação entre a decadência da Espanha e o processo de emancipação das colônias
espanholas. 
Onde encontrar? Biblioteca Virtual da . 
Artigo: "A nação na América espanhola: a questão das origens" 
Autor: François-Xavier Guerra 
Ano: 1999 
Comentário: o artigo traz a reflexão de um dos principais historiadores sobre as independências da
América Latina sobre a origem dos movimentos emancipatórios. 
Onde encontrar? Disponível em: < https://www.e-
publicacoes.uerj.br/index.php/maracanan/article/view/13242/10116 >.
Livro: História da América através de textos 
Autor: Jaime Pinsky et al. 
Editora: Contexto 
Ano: 2010 
Comentário: o livro organizado por Pinsky et al. traz uma série de documentos históricos
comentados, que são de grande utilidade para ampliar o conhecimento sobre o processo de
independência da América. O capítulo sobre a formação dos Estados Unidos (p. 70-77) traz
documentos de época que são chave para melhor compreensão do contexto estudado. 
Onde encontrar? Biblioteca Virtual da Laureate.
https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/maracanan/article/view/13242/10116
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