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Centro de Educação a Distância Universidade do Estado de Santa Catarina Universidade Aberta do Brasil Planejamento e Avaliação EDUCACIONAL e INSTITUCIONAL FLORIANÓPOLIS CEAD/UDESC/UAB Governo Federal Presidente da República Dilma Rousseff Ministro de Educação Fernando Haddad Secretário de Regulação e Supervisão da Educação Superior Luis Fernando Massonetto Diretor de Regulação e Supervisão em Educação a Distância Hélio Chaves Filho Governo do Estado de Santa Catarina Governador João Raimundo Colombo Secretário da Educação Marco Antônio Tebaldi UDESC Reitor Sebastião Iberes Lopes Melo Vice-Reitor Antonio Heronaldo de Sousa Pró-Reitora de Ensino de Graduação Sandra Makowiecky Pró-Reitor de Extensão, Cultura e Comunidade Paulino de Jesus F. Cardoso Pró-Reitor de Administração Vinícius A. Perucci Pró-Reitor de Planejamento Cecília Just Milanez Coelho Centro de Educação a Distância (CEAD/UAB) Diretor Geral Estevão Roberto Ribeiro Diretora de Ensino de Graduação Ademilde Silveira Sartori Diretora de Pesquisa e Pós- Graduação Sonia Maria Martins de Melo Diretora de Extensão Solange Cristina da Silva Diretor de Administração Ivair De Lucca Chefe de Departamento de Pedagogia a Distância CEAD/UDESC Rose Clér Beche Secretária de Ensino de Graduação Maria Helena Tomaz Coordenadora de Estágio Isabel Cristina da Cunha Coordenadora UDESC Virtual Gabriela Dutra de Carvalho Coordenador Geral UAB Estevão Roberto Ribeiro Coordenador Adjunto UAB Ivair De Lucca Coordenadora de Curso UAB Carmen Maria Cipriani Pandini Coordenadora de Tutoria UAB Fátima Rosana Scoz Genovez Copyright © CEAD/UDESC/UAB, 2011 Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição. Edição - Caderno Pedagógico Florianópolis Diretoria da Imprensa Oficial e Editora de Santa Catarina 2011 Carmen Maria Cipriani Pandini (Org.) Giselia Antunes Pereira Vanessa de Almeida Maciel Planejamento e Avaliação Educacional e Institucional Caderno Pedagógico 1ª Edição Ficha elaborada pela Biblioteca Central da UDESC P189p Pandini, Carmen Maria Cipriani Planejamento e avaliação educacional e institucional / Carmen Maria Cipriani Pandini (org.), Giselia Antunes Pereira, Vanessa de Almeida Maciel – Florianópolis : UDESC/CEAD/UAB, 2011. 126 p. : il. ; 28 cm Inclui bibliografia. ISBN: 978-85-64210-21-9 1. Avaliação educacional. – 2. Práticas pedagógicas. – 3. Educação a distância. – I. Pereira, Giselia Antunes. – II. Maciel, Vanessa de Almeida. – III. Título CDD: 371.26 - 20 ed. Professoras autoras Carmen Maria Cipriani Pandini (Org.) Giselia Antunes Pereira Vanessa de Almeida Maciel Professora parecerista Ana Maria Ribeiro Design instrucional Ana Cláudia Taú Projeto instrucional Ana Claudia Taú Carmen Maria Pandini Cipriani Roberta de Fátima Martins Projeto gráfico e capa Adriana Ferreira Santos Elisa Conceição da Silva Rosa Pablo Eduardo Ramirez Chacón Diagramação Elisa Conceição da Silva Rosa Pablo Eduardo Ramírez Chacón Revisão de texto Roberta de Fátima Martins Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 Programando os estudos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 CAPÍTULO 1 - O Planejamento nos Espaços Formais e Não Formais: Relação de Ensino, Aprendizagem e Prática Pedagógica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .15 Seção 1 – Relações entre currículo e planejamento: referência à prática pedagógica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 Seção 2 - O Planejamento: uma ação contextualizada, intencional e orientadora do ensino formal e não formal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 Seção 3 - Níveis de planejamento, os elementos constitutivos e as diversas formas de organizar a intervenção pedagógica . . . . . . . . . . . . . . . . 33 CAPÍTULO 2 - Projeto Político-Pedagógico: Uma Ação Educativa Necessária à Realidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .49 Seção 1 - Planejar a ação: a escola como projeto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 Seção 2 - Projeto Político-Pedagógico: princípios, finalidade e construção 60 CAPÍTULO 3 - A Avaliação da Aprendizagem e Avaliação Institucional . . . . . . . . . . . . . .77 Seção 1 - Conceitos, funções e modalidades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80 Seção 2 - Avaliação mediadora: um caminho a percorrer . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95 Seção 3 - Avaliação institucional em prol da qualidade educativa . . . . . . . . 102 Considerações finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113 Conhecendo as professoras autoras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115 Comentários das atividades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121 Referências das figuras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125 Sumário Apresentação Prezado(a) estudante, Você está recebendo o Caderno Pedagógico da disciplina de Planejamento e Avaliação Educacional e Institucional. Ele foi organizado, didaticamente, a partir da ementa e objetivos que constam no Projeto Pedagógico do seu Curso de Pedagogia a Distância da UDESC. Este material foi elaborado com base na característica da modalidade de ensino que você optou para realizar o seu percurso formativo – o ensino a distância. É um recurso didático fundamental na realização de seus estudos; organiza os saberes e conteúdos de modo a que você possa estabelecer relações e construir conceitos e competências necessárias e fundamentais a sua formação. Este Caderno, ao primar por uma linguagem dialogada, busca problematizar a realidade, aproximando a teoria e prática, a ciência e os conteúdos escolares, por meio do que se chama de transposição didática - que é o mecanismo de transformar o conhecimento científico em saber escolar a ser ensinado e aprendido. Receba-o como mais um recurso para a sua aprendizagem, realize seus estudos de modo orientado e sistemático, dedicando um tempo diário à leitura. Anote e problematize o conteúdo com sua prática e com as demais disciplinas que irá cursar. Faça leituras complementares, conforme sugestões e realize as atividades propostas. Lembre-se que na educação a distância muitos são os recursos e estratégias de ensino e aprendizagem, use sua autonomia para avançar na construção de conhecimento, dedicando-se a cada disciplina com todo o esforço necessário. Bons estudos! Equipe CEAD\UDESC\UAB Introdução Caro(a) estudante, Você está iniciando o estudo do Caderno Pedagógico de Planejamento e Avaliação Educacional e Institucional, que complementa o Caderno de Currículo. Juntos, estes cadernos desenvolvem os conteúdos da ementa da disciplina de Currículo, Planejamento e Avaliação Educacional e Institucional – estabelecendo um diálogo interdisciplinar e educativo. Nesta filosofia, iniciamos o estudo! O mestre Paulo Freire nos alerta que Ninguém podedizer a palavra verdadeira sozinho, ou dizê-la para os outros num ato de prescrição, com o qual rouba as palavras dos demais, o diálogo é este encontro dos homens, mediatizados pelo mundo, para pronunciá-lo, não se esgotando, portanto, na relação eu-tu. (FREIRE, 1978, p. 78). Nesta linha, então, tecemos o discurso e as discussões deste Caderno, em estreita interlocução com a teoria, com os saberes de cada docente envolvido nesta “obra” e com as experiências de formação e de profissão. Verá, desde o primeiro capítulo, o quanto o currículo precisa do planejamento e vice-versa; que para desenvolver um projeto educacional consistente e coeso é preciso compreender a complexidade que envolve não só a questão curricular, mas também a ação de ensinar. Os estudos da teoria do currículo nos mostram que o currículo não é um instrumento fixo no papel. Para Moreira (2004), ele possui dimensões nucelares de uma identidade profissional e que fazem parte de um conjunto de intenções expressas em um projeto político-cultural e de um conjunto de vivências que constituem as práticas que desenvolvemos. Poderá perceber que o ensinar implica uma visão geral da sociedade, suas estruturas e suas complexas conexões socioeconômicas e científicas, assim como é importante ter conhecimentos das diversas formas de planejar esta prática no cotidiano das instituições formais e não formais. Ao ter a oportunidade de conhecer as definições, questões teóricas, finalidades e sobre o que vem a ser o Projeto Político-Pedagógico, entenderá de que maneira ele se consolida dentro dos espaços escolares e como são criados os espaços de comunicação e gestão. O que é fundamental nesse contexto de projeto de escola 10 é o envolvimento de toda a comunidade escolar e a busca de ações coletivas para sua efetivação, para que possamos mudar e transformar a realidade na qual a escola está inserida. Ressaltamos, ao longo deste caderno pedagógico, que uma das questões mais importantes de um processo pedagógico e da docência é a realização de um planejamento, mas também avaliá-lo sistematicamente. Esta avaliação não pode ser parcial e solitária - quem está envolvido no processo deve participar das etapas de avaliação, porque avaliar também significa aprender a dialogar, aprender a organizar, aprender a criticar, aprender a aprender de modo contínuo e reflexivo, como foi abordado no terceiro capítulo. Desejamos bons estudos e uma excelente caminhada na sua formação. Professoras Carmen, Giselia e Vanessa. Programando os estudos Estudar a distância requer organização e disciplina; assim como estudos diários e programados para que você possa obter sucesso na sua caminhada acadêmica. Portanto, procure estar atento aos cronogramas do seu curso e disciplina para não perder nenhum prazo ou atividade, dos quais depende seu desempenho. As características mais evidenciadas na EAD são o estudo autônomo, a flexibilidade de horário e a organização pessoal. Faça sua própria organização e agende as atividades de estudo semanais. Para o desenvolvimento desta Disciplina você possui a sua disposição um conjunto de elementos metodológicos que constituem o sistema de ensino, que são: » Recursos materiais didáticos, entre eles o Caderno Pedagógico. » O Ambiente Virtual de Aprendizagem. » O Sistema de Avaliação: avaliações a distância, presenciais e de autoavaliação. » O Sistema Tutorial: coordenadores, professores e tutores. Ementa Planejamento educacional. Planejamento e gestão institucional. Planejamento político-pedagógico e mobilização pela educação. Avaliação: dimensões institucional, educacional e de ensino-aprendizagem. Objetivos de Aprendizagem Geral Compreender a importância do planejamento no contexto da educação formal, não formal e em seus desdobramentos, contextualizando os processos de mobilização e a avaliação como parte da gestão do espaço educativo. 12 Específicos » Compreender as relações entre currículo e planejamento no contexto da educação escolar e não escolar. » Reconhecer a importância do planejamento como uma ação contextualizada, intencional que favorece a relação de ensinar e aprender no contexto do desenvolvimento educativo. » Conhecer os níveis de planejamento e analisá-los no âmbito da sua aplicação no seu respectivo contexto. » Compreender a importância e a finalidade do Projeto Político- Pedagógico no contexto educacional a partir de um processo que é coletivo, reflexivo e dinâmico. » Refletir sobre a avaliação como elemento integrante da organização e da dinamização do trabalho pedagógico, necessária ao aprimoramento dos processos educativos, sob os olhares da avaliação da aprendizagem e da avaliação institucional. Carga horária 27 horas/aula. 13 Anote as datas importantes das atividades na disciplina, conforme sua agenda de estudos: DATA ATIVIDADE TIPO Conteúdo da disciplina Verifique, a seguir, a organização didática da disciplina, distribuída em capítulos os quais são subdivididos em seções, com seus respectivos objetivos de aprendizagem. Leia-os com atenção, pois correspondem ao conteúdo que deve ser apropriado por você e faz parte do seu processo formativo. Capítulos de Estudo: 3 Capítulo 1 - Nesse capítulo, você terá algumas noções introdutórias acerca do que vem a ser currículo. Para tanto, será fundamental que você conheça alguns aspectos das chamadas Teorias Tradicionais do Currículo e Teorias Críticas. Ainda nesse diálogo, você compreenderá os principais componentes do currículo oculto, bem como, suas implicações na prática pedagógica, ampliando suas possibilidades de reflexão como aluno(a) e educador(a). Encerramos o capítulo, dialogando sobre as Teorias Pós-Críticas do Currículo com o objetivo de refletirmos sobre as possíveis contribuições dessas teorias para o aperfeiçoamento de sua formação como aluno(a) e professor(a). Capítulo 2 - O objetivo deste capítulo é desenvolver uma discussão acerca da importância do Projeto Político-Pedagógico no que diz respeito a sua definição, suas finalidades, a partir de princípios norteadores que contribuem para um processo que se efetiva com a construção e efetivação de uma proposta condizente com as necessidades da realidade educacional. Capítulo 3 - O capítulo 3 trata da avaliação como processo. Não pode ser vista como uma medida ou ser praticada ao final de uma etapa – deve ser diagnóstica, processual e contínua buscando nos princípios democráticos a emancipação e o atendimento dos fins educacionais. Passemos, agora, ao estudo dos capítulos. CAPÍTULO 1 O Planejamento nos Espaços Formais e Não Formais: Relação de Ensino, Aprendizagem e Prática Pedagógica Carmen Maria Cipriani Pandini Este capítulo trata do planejamento escolar, abordado como uma atividade fundamental no desenvolvimento de atividades de ensino e aprendizagem nos espaços escolares e não escolares. Ao abordar a importância da atividade de planejar, destacamos as diversas formas e modalidades de organização da prática na instituição, com vistas ao sucesso da aprendizagem dos alunos. CAPÍTULO 1 Compreender o planejamento escolar como atividade fundamental no desenvolvimento de atividades de ensino e aprendizagem nos espaços escolares e não escolares. Objetivo geral de aprendizagem Seções de estudo Seção 1 – Relações entre currículo e planejamento: referência à prática pedagógica Seção 2 – O Planejamento: uma ação contextualizada, intencional e orientadora do ensino formal e não formal Seção 3 – Níveis de planejamento, os elementos constitutivos e as diversas formas de organizar a intervenção pedagógica O Planejamento nos Espaços Formais e Não Formais: Relação de Ensino, Aprendizagem e Prática Pedagógica Iniciando o estudo do capítulo Ensinar é uma atividade que envolve elementos epistemológicos, metodológicos e filosóficos; nessa atividade interagem diversos agentes. É uma atividade indeterminada einfluenciada por múltiplos fatores, podendo não sair conforme o esperado por quem a realiza, quando não se conhece os princípios básicos da atividade e os pressupostos que integram o processo e os procedimentos do ensinar e do aprender. Para iniciar este estudo, é importante destacar que a atividade de ensinar não se reduz a expor conteúdos, como também não pode ser vista como mera transmissão de conhecimentos; simultaneamente, não é sinônimo de método, exposição de estratégias, pelo qual se organiza uma aula, tampouco deve ser vista unicamente como uma organização do trabalho escolar. É uma atividade complexa que exige, segundo Libâneo (2006), um “lidar epistemologicamente”, “cientificamente” e “criticamente”, tendo em conta as múltiplas relações que se estabelecem entre sujeitos, culturas e fenômenos. Entre as variáveis que envolvem o ensinar está o planejamento que deve anteceder a atividade e ser feito em todos os contextos educativos nos espaços formais e não formais, porque ali há uma ação pedagógica e educativa. Neste capítulo, abordaremos aspectos teóricos do planejamento e orientações práticas da atividade de planejar, considerando os diversos níveis e âmbitos de sua aplicação. Vamos ao estudo? Iniciemos com a relação entre currículo e planejamento. Analisemos essa relação e como ela se consolida na prática do dia a dia no espaço escolar e não escolar. Cabe dizer que quando se diz “indeterminada” não significa dizer “improvi- sada”, por isso há uma atividade denominada planejamento. 19 Planejamento e Avaliação Educacional e Institucional CA PÍTU LO 1 Seção 1 – Relações entre currículo e planejamento: referência à prática pedagógica Objetivo de aprendizagem » Compreender o planejamento escolar como atividade fundamental no desenvolvimento de atividades de ensino e aprendizagem nos espaços escolares e não escolares. Ensino é um assunto pedagógico! Aliás, todo trabalho docente está orientado para finalidades educativas e para meios de ação de cunho genuinamente educativos. Portanto, o sentido da docência, em princípio, não é ensinar pura e simplesmente, mas mobilizar mecanismos para fazer com que o aluno aprenda; para isso, ele deve dominar um conjunto de conhecimentos sobre desenvolvimento e aprendizagem, bem como sobre a didática. Esse domínio deve estar: » No nível da aplicação dos princípios de aprendizagem, no contexto da sala de aula. » Na compreensão das dificuldades dos alunos e trabalhar a partir delas. » Na contextualização do ensino de acordo com as representações e conhecimentos espontâneos dos alunos, ao problematizar situações conceituais a partir dos seus interesses. » No envolvimento do aluno durante a atividade de aprendizagem. Estas dimensões devem ser previstas no plano de ação do ensinar, ou seja, no planejamento. 20 Universidade do Estado de Santa Catarina CA PÍ TU LO 1 O que implica o Planejamento e o que o docente precisa saber a respeito? Planejar implica trabalhar com competências e habilidades para o favorecimento de uma ação bem sucedida. Para tanto, o docente precisa: a) Possuir domínio da didática, do conteúdo especializado e da prática de ensino. b) Possuir noções básicas dos fundamentos educacionais e das áreas de atuação. c) Conhecer os princípios de aprendizagem – seus mecanismos e resultados. d) Possuir habilidade para construção de um plano de ação docente consistente, com o projeto pedagógico da escola. e) Colocar-se disponível para participar da elaboração das políticas educacionais da escola, estabelecendo relações de cooperação dentro da instituição com professores, alunos e demais segmentos. Perceba que a docência requer também a mobilização de conhecimentos disponíveis no currículo, quer seja oculto ou oficial: os valores são construídos na diversidade cultural e étnica brasileira, surgem das necessidades especiais de aprendizagem, das diferenças, da postura e da prática do professor no cotidiano e são referências na construção das situações de ensino e aprendizagem em sala de aula. Para Namo de Melo (2000), o professor deverá saber fazer relações entre os conhecimentos adquiridos no curso de formação de nível superior com os conhecimentos das demais áreas ou disciplinas do currículo da educação básica, trabalhando, assim, de maneira interdisciplinar e favorecendo em seus alunos a compreensão das relações entre as várias áreas do conhecimento. 21 Planejamento e Avaliação Educacional e Institucional CA PÍTU LO 1 O planejamento deve ser construído de forma coerente com as abordagens didáticas, pedagógicas, bem como as concepções de currículo. Este não pode ser visto como um documento que determina um conjunto de matérias ou conteúdos... vai muito além disso, possui referências dentro e fora da escola a partir dos condicionantes sócio-culturais, pedagógicos e políticos. Estes fatores influenciam o projeto político pedagógico da instituição. Sobre essa perspectiva, Moll (1996), afirma que “se queremos construir uma teoria de ensino ou uma abordagem pedagógica sob a qual queremos nos orientar, a referência deve vir, também, de outro lugar, além das escolas”. De fato, o ensino mais qualificado ocorre em outros lugares de socialização, desde os locais onde se cuida de crianças até os programas de treinamento em serviço. A partir dessas interações de ensino e aprendizagem em locais não escolarizados, podemos derivar princípios que as escolas deveriam adotar para produzir um ensino efetivo e planejá-lo adequadamente. Estes mesmos princípios podem orientar o projeto pedagógico das escolas, a fim de que sua organização melhore, ao invés de impedir o ensino e a aprendizagem de todos os seus membros. (MOLL, 1996). Ao discutirmos a necessidade de organizar o trabalho na escola, sobretudo a atividade de ensino, partimos do princípio que essa tarefa compete a todos na instituição. A priori uma equipe multidisciplinar definiu as políticas de organização e implementação do projeto político pedagógico com base em discussões democráticas, tendo como referência as necessidades e fins educacionais. Podemos dizer que as teorias do currículo norteiam a construção do projeto da escola, bem como todas as práticas de planejamento. Vamos conhecer as dimensões a serem consideradas na estruturação do Planejamento nos diversos espaços educativos: • A dimensão socioinstitucional age como elemento entre a práxis social e o que acontece nas instituições: uma dimensão de múltiplas faces e Significa dizer que a prática educativa ocorre em espaços escolares e não escolares. 22 Universidade do Estado de Santa Catarina CA PÍ TU LO 1 geradora de contradições e conflitos. Compreende as diretrizes gerais e suas formas de representação. Deve ser analisada cuidadosamente, pois a escola não é um universo a parte, compreende o todo social - suas tendências, práticas e abordagens pedagógicas são um “reflexo” da sociedade; ou melhor, podemos dizer que se orientam por um determinado paradigma. • A segunda destaca a história e a identidade dos sujeitos que estão envolvidos no processo de ensino e aprendizagem. As reflexões sobre a construção do currículo escolar, de certo modo, sintetizam resultados que correspondem, também, às dimensões nucleares de uma identidade profissional e dos alunos, e que fazem parte de um “conjunto de intenções expressas em um projeto político cultural e de um conjunto de vivências que constituem as práticas que desenvolvemos” (MOREIRA, 2004), as quais podemos também chamar de currículo. Resultam também em um projeto profissional e um “modelo” de ação pedagógica. • A dimensão que se refere à abrangência pedagógica integra a visão que origina os currículos, os programas de ensino, as práticas em sala de aula, os procedimentos metodológicos, a avaliação, enfim, o planejamento. Sendo o currículo “um lugar de circulação das narrativas, mas, sobretudo,um lugar privilegiado dos processos de subjetivação, da socialização dirigida, controlada”, como afirma Vorraber Costa (2005, p.51), “é em grande parte à escola que tem sido atribuída a competência para concretizar um projeto de indivíduo para um projeto da sociedade”. (id., ib., op. cit.). Este influencia diretamente a prática pedagógica escolar e não escolar. Gimeno Sacristàn (1998) salienta as relações entre cultura e educação. Segundo o autor, a educação está diretamente ligada ao projeto cultural que lhe servirá de suporte, ou seja: que objeto? para que projeto cultural? Perceba que há uma multiplicidade de elementos a serem considerados no processo de ensino e aprendizagem implícitos na questão educacional. Estes estabelecem as bases do planejamento de ações para que alcancem os resultados esperados na ação educativa. Essa preocupação com o projeto maior da educação, e por consequência da instituição, possibilita-nos estabelecer uma relação de trabalho 23 Planejamento e Avaliação Educacional e Institucional CA PÍTU LO 1 cooperativo necessário em todos os espaços escolares, e serve como princípio norteador do planejamento em todos os níveis. Os docentes devem ter consciência que a prática docente se dá por meio de um conjunto de ações e teorias, tornando-se portanto uma atividade intencional complexa - tanto para o ensino como para a aprendizagem. Ambas precisam de estratégias para sua efetivação e a resolução de problemas é um caminha para a sua implementação. A organização da atividade pedagógica, neste sentido, pressupõe um processo em que não se valorize a atuação do professor. Tal organização considera os fundamentos teóricos, pois eles determinam a constituição da atividade, ou seja, o reconhecimento dos fazeres e saberes estão interligados à necessidade de compreensão da dinâmica da prática educativa. É uma prática sistêmica de organização do trabalho pedagógico, em que interagem elementos humanos, científicos e técnicos, como você viu anteriormente. COM PARA Concretização dos objetivos Execução dos projetos Caracterização do contexto Coerência entre ensinar e aprender Ações compartilhadas Constituição da proposta: objetivos, recursos, metodologia. Roteiro Metodológico Figura 1.1 – Roteiro metodológico 24 Universidade do Estado de Santa Catarina CA PÍ TU LO 1 Analise a figura anterior que representa e ilustra a visão macro de como se pode organizar um fluxo de planejamento. Essa figura se refere a um roteiro metodológico que dá visibilidade às fases pelas quais uma ação de planejamento poderá percorrer. Analisando a figura podemos interpretar, em linhas gerais, cada fase do planejamento e determinar os passos essenciais, veja: 1. Caracterização do contexto: corresponde à análise da realidade na qual se deseja atuar – quais os condicionantes ou variáveis estão implicados na elaboração do projeto educativo e o desenvolvimento da ação. 2. Constituição da proposta: refere-se ao que se deseja; pautada em metas e objetivos em relação ao projeto pedagógico. 3. Coerência entre ensinar e aprender: A consequência entre o que se deseja com relação aos objetivos e o que se produz, é, também, a relação entre a teoria e a prática. O grande objetivo do ensino ou de uma ação pedagógica é, de fato, a aprendizagem do aluno, ou seja, o acompanhamento do processo através da avaliação contínua. 4. Objetivos: são planejados no início do projeto ou proposta que se concretizam na ação. Os objetivos são atingidos se os alunos aprenderem. O aprender implica mudança de comportamento e construção de valores projetados nos planos pedagógicos. 5. Ações compartilhadas: o professor não está sozinho no processo. Deve ter em conta que seu aluno possui experiências prévias e que os condicionantes externos devem ser referência para a ação docente e execução do projeto. 6. Execução do projeto: desenvolvimento tendo em conta as relações de todos os elementos tomados no equilíbrio das escolhas metodológicas feitas pelo professor. O ciclo nunca se fecha, se pensarmos que o desejável é conseguir elaborar uma reflexão constante, envolvendo o professor e sua prática; e os alunos e seu projeto de aprendizagem. 25 Planejamento e Avaliação Educacional e Institucional CA PÍTU LO 1 Nessa perspectiva, o planejamento deve conter momentos de: elaboração (que contempla a definição dos objetivos e estratégias), ação (com produção e discussão dos resultados), reflexão/ avaliação (a ser realizada de forma sistemática e constante) e redimensionamento das práticas (a ser realizado no cotidiano do trabalho docente, de acordo com as necessidades). Para Libâneo (2001, apud PANDINI, 2008, p. 22), o “professor, sendo um profissional do ensino, precisa conhecer e dominar conhecimentos e técnicas específicas da ação de ensinar, mas necessita, também de uma formação pedagógico-didática” consistente, sendo que não possuir este conhecimento o inviabiliza de realizar um planejamento coerente. Em virtude da própria constituição da identidade do professor e da peculiaridade da atividade docente, das diferentes concepções, do modo como organiza seu planejamento diário, escolar ou não escolar, faz com que seja diferente também a organização do trabalho pedagógico e isso cabe perfeitamente na característica do planejamento – ser flexível, particular e dinâmico. Essa diversidade irá contribuir para que as diferentes práticas construam um projeto desejado e único, com base em metas próprias de cada projeto, promovendo atividades que se orientam por objetivos específicos. Entretanto, é interessante considerar que é o planejamento que traduz a atitude e vivência crítica permanente diante do trabalho pedagógico, superando atividades desarticuladas e casuístas, promovendo a construção de práticas educativas sintonizadas com as necessidades dos alunos e da escola. Vamos aprofundar alguns aspectos do planejamento para compreender melhor qual a relação com a atividade orientadora de ensino e da ação educativa? 26 Universidade do Estado de Santa Catarina CA PÍ TU LO 1 Seção 2 – O Planejamento: uma ação contextualizada, intencional e orientadora do ensino formal e não formal Objetivos de aprendizagem » Reconhecer a importância do planejamento como uma ação contextualizada, intencional. » Compreender que o planejamento favorece a relação de ensinar e aprender no contexto do desenvolvimento educativo. Planejar é um ato intencional, isso é fato, além de ser uma atividade necessária no dia a dia das pessoas. O planejamento deve ser realizado no sentido de alcançar um determinado objetivo e está entre as atividades essenciais quando se pretende atingir as metas a que nos propomos como pessoas comuns e profissionais. O planejamento nos previne de surpresas e improvisações e nos dá segurança diante de determinada atividade, pois nos prepara para este desenvolvimento – definindo elementos específicos, tais como: objetivos, ações, metodologia, recursos e avaliação. Concordamos com Gandin (2001) quando diz que é praticamente impossível conhecer todas as formas, topologias e níveis de planejamento que o ser humano utiliza e se insere no seu dia a dia, sobretudo, ele diz, (...) sendo a pessoa humana condenada, por sua racionalidade, a realizar algum tipo de planejamento, está sempre ensaiando processos de transformar suas idéias em realidade. Embora não o faça de maneira consciente e eficaz, a pessoa humana possui uma estrutura básica que a leva a divisar o futuro, a analisar a realidade, a propor ações e atitudes para transformá-la. (id., ib., p. 83). O planejamento, portanto, está relacionado com as tomadas de decisão a respeito das ações. Esse processo prevê necessidades, tais como: meios, estratégias e recursos disponíveis; visando sempre ao alcance de objetivos, em prazos determinados e etapas definidas, a partir dos resultados das avaliações. (PADILHA, 2001). O planejamento na escola iniciacom o projeto político pedagógico, levando em conta planejamento das políticas educacionais para o Estado ou País (normativas e diretrizes). 27 Planejamento e Avaliação Educacional e Institucional CA PÍTU LO 1 O trabalho do professor, como ação pedagógica, assume um caráter social na sua implementação, por possuir uma função de propiciar condições de aprendizagem, levando em conta as necessidades e os conteúdos. Podemos dizer que no âmbito do ensino, o planejamento está diretamente relacionado aos sujeitos aprendentes, portanto, aos sujeitos em processo de formação, por isto, o planejamento requer uma atitude científica, articulada ao fazer didático-pedagógico para que atinja os objetivos sob o qual é elaborado. Para tanto, o professor precisa seguir alguns procedimentos, passos ou etapas definidos sob o foco das premissas de ensino e aprendizagem. Como vimos até aqui, o professor é o mediador entre o conhecimento e o aluno, entre os produtos culturais e a sociedade e tem no planejamento um mecanismo de organização do trabalho escolar sistematizado e a atividade pedagógica em outros contextos educativos. Quando se trata de ensino e aprendizagem, tanto Vigotski (1988) quanto Leontiev (1978) enfatizam o caráter mediador do trabalho do professor (adulto responsável ou criança mais experiente) no processo de apropriação dos produtos culturais. O planejamento deve considerar as condições reais e a atividade intencional para garantir aos alunos a apropriação de saberes e apropriação de conceitos. Desse modo, é importante ressaltar que a escola se preocupa com o conhecimento elaborado, com a construção de conceitos e não ao conhecimento espontâneo, “com o saber sistematizado, e não ao saber fragmentado; à cultura erudita, e não à cultura popular”. (SAVIANI, 2000, p. 19). A realização da prática docente requer ainda, consciência sobre a mesma, e isto se dá pela reflexão sobre o que se faz e sobre as decisões que se toma. A partir das demandas da prática, considerando-a uma situação concreta, em contextos educacionais em que ocorre o ensino devem emergir do planejamento. 28 Universidade do Estado de Santa Catarina CA PÍ TU LO 1 O planejamento do professor deve avançar das leis gerais para a realidade circundante em toda a sua complexidade (...) a aprendizagem das crianças deve se desenvolver das ações preconcebidas para a simbolização do conhecimento que obtêm por meio de sua pesquisa, resultando finalmente numa formulação lingüística de relações. As atividades iniciais devem ser orientadas para a investigação concreta. Em nosso experimento didático, tais atividades incluem análise investigativa de objetos, visitas a museus e filmes. (...) Há, portanto, um movimento duplo no ensino: o professor deve guiar o ensino com base nas leis gerais, enquanto as crianças devem se ocupar com essas leis gerais na forma mais clara possível por meio da investigação da manifestação dessas leis. (HEDEGAARD apud LIBÂNEO, 2004, p. 133). A sala de aula deve ser como um laboratório, não no sentido do experimento, mas um espaço de aperfeiçoamento de práticas e conhecimento da realidade escolar de modo a articular, coerentemente, os elementos do processo de ensino para o sucesso da aprendizagem dos alunos e construção de valores, próprios da educação para a vida. Considerando as necessidades do processo de formação, que inclui a educação ao longo da vida, é importante dizer que os professores são fundamentais; mesmo com o advento das tecnologias da informação e comunicação, são insubstituíveis. A preocupação com o planejamento deve estar presente nos espaços formais e não formais. Os professores devem prever em seus planejamentos e manter uma preocupação constante com: » A elaboração de planos de ações: para a execução de qualquer atividade relacionada aos projetos pedagógicos, mas devem fazê-lo de modo consciente e crítico. » O trabalho colaborativo e cooperativo: pois se entende que este tipo de trabalho surte maior efeito no processo de aprendizagem. » O uso das tecnologias e de ambientes de aprendizagem diversificados: porque estamos vivendo a emergência de uma sociedade dinâmica, tecnológica e plural, do ponto de vista da sociedade em rede. » Seminários e reuniões sistemáticas de avaliação: para repensar as práticas na escola. A UNESCO definiu “quatro pilares do conhecimen- to” para receberem de atenção igual por parte do ensino estruturado, a fim de que a educação apareça como uma experiência global e presente ao longo de toda a vida, no plano cognitivo, no prático, para o indivíduo enquanto pessoa e membro da sociedade. (DELORS, 200) 29 Planejamento e Avaliação Educacional e Institucional CA PÍTU LO 1 O planejamento nos remete a um compromisso de uma ação não improvisada, em que existe a intenção (que irá provocar uma ação e vice- versa), percorra várias etapas e se articule harmoniosamente em todos os seus elementos – ênfase não só no método, tampouco só nos conteúdos. Nessa perspectiva, o planejamento deve conter momentos de: » elaboração: que contempla a definição dos objetivos e estratégias; » ação: com produção e discussão dos resultados; » reflexão/avaliação: a ser realizada de forma sistemática e constante; » redimensionamento das práticas: a ser realizado no cotidiano do trabalho docente, de acordo com os resultados que vão surgindo. Analise o esquema a seguir: Elaboração: planejamento das estratégias Avaliação: em constante processo (Re) dimensionamento das práticas Desenvolvimento: produção, sistematização e discussão Con text o Teorias Expectativas Culturas Saberes Expe riênc ias Figura 1.2 – Fases do planejamento Este deve ser visto como um ciclo ou fases: o planejamento deve ser avaliado constantemente, pois ele não pode ser um “instrumento” fixo ou de “papel”, ele está relacionado às posturas e atitudes desenvolvidas na 30 Universidade do Estado de Santa Catarina CA PÍ TU LO 1 escola. A avaliação crítica do processo é parte inerente ao ato de planejar e isto corresponde à metodologia como um todo. De acordo com Sacristàn (2000, p. 282), as fases ou momentos do planejamento são aproximações sucessivas à forma que a prática se configura antes de se transformar em ação ou ensino interativo. Existem, segundo o autor, duas acepções básicas para o conceito de planejamento curricular: a. A forma como se dispõem as diferentes concepções do currículo para facilitar o ensino e a aprendizagem e possibilitar que as escolas planejem a atividade em diferentes períodos de tempo. b. Um processo de conceitualização de uma série de relações sistêmicas entre alunos, a mediação do professor, os materiais, o conteúdo, o tempo e os resultados de aprendizagem, isto é, um guia para orientação que organiza todos os fatores relacionados com a prática, a fim de obter determinados resultados. É importante ressaltar que o professor ao selecionar o modo como vai planejar e executar sua atividade educativa, encontra implícita a dimensão política e a postura pedagógica. Estas correspondem aos objetivos que se pretende alcançar - com esse trabalho ou projeto se pretende alcançar “o quê”? “atender a quem?”, “em que tempo?”, “com quais estratégias?”. No planejamento, os métodos não podem se subordinar aos conteúdos ou vice-versa. A metodologia deve ser tomada “no seu sentido mais amplo, como uma estratégia geral de abordagem do fenômeno educativo. Isto é, como um instrumento teórico-prático que permita “o conhecimento mais amplo possível (...)”. (VASCONCELOS, 2002, p. 115), pois ela pode representar a emancipação ou a reprodução de práticas já existentes. Ela deve considerar a realidade sócio-histórica e os desafios impostos pela prática, no sentido de viabilizar um trabalho que privilegie a dialética da prática e do conhecimento. A seguir, falemos um pouco sobre os espaços formais e não formais e a necessidade de planejá-lo para o sucessodo projeto educativo. 31 Planejamento e Avaliação Educacional e Institucional CA PÍTU LO 1 O planejamento nos espaços escolares e não escolares O planejamento, como você viu, é uma atividade importante em qualquer instância da vida e para as atividades pedagógicas é essencial. Ele previne de improvisações e estabelece parâmetros de ação à prática pedagógica e à execução do projeto educativo. Relembrando que a educação é um movimento que acontece durante toda a vida, aprendemos diariamente em diversos lugares e com muitas pessoas, por exemplo, em casa, com os amigos, na rua nos locais de lazer etc. Esta educação que vamos adquirido ao longo da vida é chamada de educação informal porque não pressupõe uma sistematização, um planejamento prévio, ou o desenvolvimento de um conhecimento científico. Já, quando a educação acontece de modo planejado, com alguma finalidade predefinida para atender a objetivos prévios e contempla conhecimento científico, estamos diante da educação formal (em ambientes educativos escolares) ou não formal. Sobre a denominação desses espaços pedagógicos ou educativos, a Lei 9394/96 de Diretrizes e Bases da Educação Nacional define o espaço formal de educação como o espaço escolar, aquele relacionado às Instituições Escolares da Educação Básica e do Ensino Superior. O espaço formal é aquele em que se realiza a educação formalizada, prevista em Lei e organizada de acordo com as normativas e diretrizes nacionais. Assim, o espaço formal como um espaço escolar, nos remete aquela instituição que possui todas as dependências próprias desse tipo de ambiente, tais como salas de aula, laboratórios, quadras de esportes, biblioteca, pátio, cantina, refeitório e outros. Se a educação formal é o espaço escolar, podemos inferir que o espaço não formal é o espaço não escolar. O espaço não formal de educação também é regulamentado pela Lei de Diretrizes da Educação Nacional. 32 Universidade do Estado de Santa Catarina CA PÍ TU LO 1 Como exemplo de possibilidade de formação para atuação em diversos espaços, podemos citar o Curso de Pedagogia a Distância do CEAD UDESC que oferece uma formação para que o futuro professor construa competências e atue em espaços formais e não formais de educação. Ou seja, o aluno recebe uma formação teórico-prática para que, como profissional da educação, tenha condições de atuar em diferentes setores da atividade educativa: instituições de ensino; secretarias de educação, nos níveis central e intermediários; nas áreas de políticas públicas, planejamento, pesquisa, administração; e em organizações que desenvolvam processos educativos formais e não formais, presenciais e a distância, além de incentivar e preparar o profissional para o uso das tecnologias de informação aplicadas aos processos de ensino e de aprendizagem. As classes hospitalares, por exemplo, são consideradas um espaço não formal. Acompanhe o contexto: Há um amparo legal para constituição destes dos espaços não formais de educação, conforme o expresso na Carta Magna que rege o Brasil, a Constituição Federal de 1988, no Título VIII – Da Ordem Social, Capítulo III – Da Educação, da Cultura e do Desporto, Seção I, artigo 205: “a educação é direito de todos e dever do Estado e da família (...)”. Entretanto, somente na década de 90 foram criadas leis específicas para a classe hospitalar que até então eram regidas pela Constituição Federal e pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei 9394/96. Dentre as Leis específicas podemos citar o Estatuto da Criança e do Adolescente, de outubro de 1990, em especial do capítulo 9 que trata do direito à Educação, seguida pela Lei dos Direitos da Criança e dos Adolescentes Hospitalizados, com a Resolução No. 41 de 13 de outubro de 1995, que em síntese diz ter “direito ao atendimento escolar os alunos do ensino básico internados em hospital, em sérvios ambulatoriais de atenção integral à saúde ou em domicilio; alunos que estão impossibilitados de frequentar a sua escola por razões de proteção à saúde ou segurança abrigados em casas de apoio, casas de passagem, casas-lar e residências terapêuticas. Figura 1.3 – Espaço formal de educação 33 Planejamento e Avaliação Educacional e Institucional CA PÍTU LO 1 Podemos citar ainda como espaços de educação não formal as atividades educativas realizadas em ONGs, Museus, Zoológicos – espaços onde acontecem aulas de história e ciências, por exemplo. Ali, há um espaço de formação, porém não é um espaço convencional, com sala biblioteca, quadro e giz, refeitório etc.. Onde queremos chegar com isso? Queremos salientar a importância do ato de planejar as atividades humanas socioeducativas que nestes espaços também exigem planejamento porque possuem finalidades educativas intencionais. Nesse sentido, é importante dizer que o planejamento deverá variar de acordo com cada contexto e objetivo do projeto educativo. Considere tudo o que foi estudado até aqui, assim verificará que alguns elementos são essenciais ao planejamento, como é o caso do objeto do projeto educativo que inclui: título, conteúdo ou tópico, objetivos, estratégias/procedimentos, recursos, cronograma e critérios de avaliação. A seguir, você encontra quais são os níveis de planejamento e sugestões de planejamento em contextos diversos. Seção 3 – Níveis de planejamento, os elementos constitutivos e as diversas formas de organizar a intervenção pedagógica Objetivo de aprendizagem » Conhecer os níveis de planejamento e analisá-los no âmbito da sua aplicação no seu respectivo contexto. Figura 1.4 – Espaço não formal de educação 34 Universidade do Estado de Santa Catarina CA PÍ TU LO 1 A escola, incluída em uma política educacional pensada para atender às necessidades da sociedade, precisa estar articulada na ordem das exigências do homem/mundo, independentemente de como se vai caracterizar como valor, no que se refere aos papéis que cada um/grupo desempenha em seu contexto. Ela se justifica como escola (lugar de apropriações) se oportunizar a construção de conhecimento e cidadania e ampliação de oportunidades. A metodologia, prevista no planejamento deve considerar alguns elementos essenciais: a relação conteúdo/forma, sujeito/objeto, professor/ aluno, ensino/aprendizagem, garantindo a especificidade que cada elemento possui. Portanto, “planejar a prática é algo mais amplo que atender aos objetivos e conteúdos do currículo, porque supõe preparar condições de seu desenvolvimento, uma vez que também se atende a este”. (SACRISTÀN, 2000, p. 282). Pensar sobre a metodologia de ensino e a elaboração dos projetos escolares como forma de promover uma educação com vistas ao desenvolvimento integral do aluno, e consequentemente da sociedade, requer compromisso e reflexão, sobretudo da relação teoria/prática. Nesse sentido, é de extrema importância que você conheça os níveis de planejamento. O planejamento pode ser caracterizado por diversos níveis, de acordo com sua abrangência e finalidade. Não existem políticas educacionais, educativas ou pedagógicas que tenham algum objetivo em si mesmo ou que prescindam de planejamento. Veja a seguir quais são os níveis de planejamento: 1. Planejamento educacional O planejamento educacional envolve um conjunto de setores e instituições, e está ligado diretamente ao atendimento de metas sociais e ao projeto de um país e envolve políticas públicas, planos estratégicos e 35 Planejamento e Avaliação Educacional e Institucional CA PÍTU LO 1 definição de ofertas e abrangência da educação e sua finalidade. Segundo Vasconcellos (1995, p. 53), “o planejamento do Sistema de Educação é o de maior abrangência (entre os níveis do planejamento na educação escolar), correspondendo ao planejamento que é feito em nível nacional, estadual e municipal”, incorporando as políticas educacionais. Este nível de planejamento agregae prevê planos de todas as ordens e âmbitos – do pedagógico às diretrizes políticas, curriculares e normativas. 2. Planejamento curricular O planejamento curricular além de orientar a ação educativa na escola, estabelece as diretrizes para a elaboração dos projetos voltados à educação em diversos espaços educativos, instituição jurídica (pública e privada, confessional ou laica) e modalidades (presencial e a distância). Pode ser entendido como um “processo de tomada de decisões sobre a dinâmica da ação escolar. Portanto, essa modalidade de planejar constitui um instrumento que orienta a ação educativa na escola, pois a preocupação é com a proposta geral das experiências de aprendizagem que a escola deve oferecer ao estudante, através dos diversos componentes curriculares”. (VASCONCELOS, 1995, p. 56). Digamos que é a forma como o “organismo disciplinar” é estruturado de modo a desenvolver os conteúdos, conceitos e com o respectivo modelo pedagógico. Para entender melhor este assunto, sugiro que você consulte a Lei de Diretrizes Curriculares - LEI 9394/96 em seu artigo, que diz: Art. 27 - Os conteúdos curriculares da educação básica observarão, ainda, as seguintes diretrizes: I - a difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e deveres dos cidadãos, de respeito ao bem comum e à ordem democrática; II - consideração das condições de escolaridade dos alunos em cada estabelecimento; III - orientação para o trabalho; IV - promoção do desporto educacional e apoio às práticas desportivas não- formais. 36 Universidade do Estado de Santa Catarina CA PÍ TU LO 1 3. Planejamento escolar Planejamento escolar é o planejamento global da escola, envolvendo o processo de reflexão, de decisões sobre a organização, o funcionamento e a proposta pedagógica da instituição. “É um processo de racionalização, organização e coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar e a problemática do contexto social”. (LIBÂNEO, 1992, p. 221). No planejamento escolar podemos incluir o PPP da escola. O planejamento do ano letivo, por exemplo, constitui um momento privilegiado para a reflexão coletiva sobre as ações no interior da escola e de integração da equipe de trabalho. Ele dá um suporte à elaboração, ao desenvolvimento e à avaliação de planos de ensino e ao preparo de aulas. Traduz-se em uma atitude ou instrumentos a vivência do trabalho pedagógico, possibilitando ou antecipando possibilidades para a construção de projeto educacional. 4. Planejamento de ensino Planejamento de ensino é o processo de decisão sobre atuação concreta dos professores no cotidiano de seu trabalho pedagógico. Envolvem as ações e situações em constantes interações entre professor e alunos e entre os próprios alunos. (PADILHA, 2001). Esse nível de planejamento trata da estruturação/organização das atividades do professor em relação ao ensino e ao que se espera da aprendizagem do aluno. É a elaboração intencional de estratégias que atuam no contexto das situações de ensino- aprendizagem. No planejamento de ensino, podemos destacar: o plano de curso e o plano de aula. » Plano de curso: é a organização de um conjunto de disciplinas e suas especificidades que serão desenvolvidas, em dada instituição educacional, durante o período de duração de um determinado curso. Segundo Vasconcellos (1995, p. 117), esse tipo de plano é a “sistematização da proposta geral de trabalho do professor naquela determinada disciplina ou área de estudo, numa dada realidade”. » Plano de ensino: o plano de ensino prevê um “plano da aula” específico. O plano de aula surge a partir da organização do plano de curso ou do projeto pedagógico a ser desenvolvido com o grupo de alunos. Ele operacionaliza a ação pedagógica e escolar, 37 Planejamento e Avaliação Educacional e Institucional CA PÍTU LO 1 em que o professor prevê todos os elementos que são essenciais, tais como objetivos, metodologia, recursos estratégias, critérios de avaliação e cronograma de execução. Estas ações, nas escolas, podem ser desenvolvidas por meio de várias modalidades de intervenção pedagógica, dependendo da proposta da escola, que por sua vez dependerá da concepção de educação prevista no projeto político pedagógico. No seu plano de ensino, o professor irá definir a forma de organização do trabalho pedagógico, que veremos mais adiante. O plano de ensino é diferente de projeto de ensino ou projeto de trabalho. Pensando nesta diferença é importante saber elaborar um plano de ensino de disciplina. Neste sentido, é importante salientar que não existe um modelo único de plano de ensino de uma disciplina ou de um nível-escola. Você pode verificar o plano de ensino das disciplinas que está cursando. A instituição que você escolheu para fazer a sua formação adota um único modelo, porém note que cada disciplina tem suas especificidades, sua metodologia, recursos muitas vezes diferentes, assim como critérios de avaliação específicos para cada plano de ensino da disciplina a ser desenvolvida. Veja a seguir um exemplo: 38 Universidade do Estado de Santa Catarina CA PÍ TU LO 1 Instituição (inserir o nome da Escola) Identificação da disciplina ou módulo/eixo (se for ensino sob esse modelo) Pode ser que uma escola opte trabalhar por eixos temáticos ou por módulos e não por disciplina, então, identificar a unidade de estudo. Nome do(s) professor(es) (nome dos docentes que irão desenvolver o plano) Ementa/tópicos De igual preenchimento, seja por disciplina ou por eixo, inserir os tópicos de estudos ou campos conceituais a atingir. Conteúdos Os conteúdos são as seleções que o professor faz acerca do tema proposto que inclui também hábitos, atitudes, valores e convicções. Quais são os conteúdos de ensino? Quais os saberes fundamentais? O professor deverá considerar critérios na seleção dos conteúdos como: validade, relevância, interdisciplinaridade, articulação com outras áreas, cientificidade, adequação. Além do conhecimento da ciência, o professor, por exercer uma função formadora, deve inserir outros conteúdos: socialização, valores, solidariedade, respeito, ética, política, cooperação, cidadania etc. Objetivo geral Os objetivos devem ser elaborados na perspectiva da construção de conceitos, habilidades e competência: cognitivas, sociais, atitudinais e procedimentais. Há níveis e parâmetros diferenciados de objetivos: objetivo geral, deve ser formulado no sentido de alcance a longo prazo, está ligado à finalidade desse estudo, o que se quer alcançar com o desenvolvimento desse estudo. Vale lembrar, aqui, que os objetivos devem estar colocados em relação à aprendizagem do aluno, o que se quer que ele alcance com o estudo. Portanto, o objetivo “mostrar ao aluno como funciona um computador”, por exemplo, não é um objetivo de aprendizagem, e sim o que o professor precisa fazer para que o aluno entenda quais os componentes de um computador. Objetivos específicos Os objetivos específicos são relativos também ao que o aluno vai aprender, se o geral apresenta quais competências o aluno precisa ter ao final desse estudo, os específicos detalharão quais os conteúdos ou conceitos este aluno precisará construir para chegar lá, por exemplo: “identificar as finalidades de um processador e quais as suas capacidades físicas em relação ao armazenamento”. Justificativa de desenvolvimento Descrever a relevância desta disciplina ou eixo no processo de estudo, no conjunto do currículo ou diante do ser em formação (a relevância para o aluno e para o conjunto de estudos que ele vai desenvolver). Metodologia Descrever que tipo de metodologia o professor vai usar para desenvolver o estudo desta disciplina ou eixo. Apontar quais os recursos e procedimentos a serem utilizados. O método de ensino é o caminho que o professor utilizará para desenvolver suas atividades de ensino-aprendizagem. As técnicas referem-se à operacionalização do método, ou seja, que instrumentos o professor utilizará parachegar ao “ponto desejado”, as técnicas vão ajudá-lo. Esses recursos são selecionados para promover a aprendizagem do aluno. Sistema de avaliação (incluindo critérios) Descrever sob qual sistema o aluno está sendo avaliado. Se possível, descrever as regras e o que ele terá que cumprir para ser aprovado. (O sistema de avaliação é igual para todos os alunos, o que difere são os critérios, portanto, incluir também os critérios com relação a esse estudo). O que será avaliado, o que será observado, o que tem o mesmo valor etc. Referências Sempre colocar algumas referências para que o aluno possa saber sob quais teóricos o conhecimento está sendo desenvolvido. Em se tratando de níveis educacionais, como educação infantil, também é importante colocar sob quais premissas a professora trabalha. 39 Planejamento e Avaliação Educacional e Institucional CA PÍTU LO 1 Perceba que o professor deve ter clareza que as fases, os passos, as etapas, as escolhas metodológicas e a forma de executá-lo implicam posturas e ações diversificadas, que o professor precisa selecionar previamente para utilizá-las em sua aula, em um processo de avaliação constante. Assim, é interessante considerar que “o planejamento deve servir para pensar a prática antes de realizá-la”, conforme afirma Sacristàn (2000, p. 297), e neste “projetar reflexivo” existem elementos fundamentais a serem considerados, que devem ser coerentes com a intencionalidade que se propõe organizar. Precisa apresentar de forma clara e devidamente configurado o contexto do ensino – que se guia por uma estrutura: pedagógica da matéria a ser ensinada, pelos critérios filosóficos, psicológicos e epistemológicos que irão justificar os conteúdos selecionados e a metodologia adotada, considerando sempre o contexto de interesses dos alunos, recursos disponíveis e limitações existentes. Possibilidade de organização da prática na instituição educativa: várias formas de planejar No que diz respeito ao planejamento macro, podemos dizer que existem várias formas de “organizar o ensino”. A Lei de Diretrizes da Educação nacional, a lei 9394/96 apresenta várias possibilidades. Com base nisso, existem várias alternativas para a “organização do currículo na escola”. De acordo com as opções e com a filosofia educativa da instituição, formal ou não, é preciso definir a organização do projeto pedagógico. A partir daí, o planejamento de ensino define a metodologia, o tempo, as atividades, os critérios de avaliação para realizar a atividade pedagógica, independentemente ou com base no espaço e contexto. A seguir, você terá a oportunidade de conhecer algumas formas de organização do trabalho escolar e de planejar um projeto ou aula. Você, como aluno em formação e futuro professor, deverá selecionar as formas de planejamento de acordo com o projeto da escola (PPP). Sem nos determos a uma cronologia histórica, apresentamos algumas opções didáticas para de planejamento para utilização nos espaços formais e não formais. Consideramos interessante refletir sobre as situações, o que possibilita fazer análises e críticas. Não apresentamos métodos, especificamente, mas 40 Universidade do Estado de Santa Catarina CA PÍ TU LO 1 possibilidades em que a pesquisa, a colaboração, a mediação e o caráter político-social e emancipador estão em destaque. Organização do ensino e intervenção pedagógica: temas geradores Esta opção cabe muito bem se a proposta de educação for pensada por currículos modulados ou por competências. A modulação pode se apresentar como uma proposta diferenciada diante do conhecimento. Diferente se o conteúdo estiver organizado por disciplinas, assim como são a maioria das propostas educativas nas escolas brasileiras, com raras exceções. O módulo pode ser desenvolvido com um tema gerador. A adoção de um currículo modulado exige mudanças de paradigmas, principalmente quanto à postura do professor, que deverá ter uma atitude de mediador e líder de equipes, que, em conjunto com os alunos e outros professores, construirão o conhecimento de forma integrada, interdisciplinar ou multidisciplinar. Esta proposta de ensino sugere o aluno como um sujeito ativo, agente na construção do seu conhecimento, propõe claramente o que se espera dele e o que o aluno espera da instituição, sugere organização da escola e dos planejamentos com propostas educativas que incorporem aspectos fundamentais das disciplinas por meio da visão de focos mais abrangentes do conhecimento e não disciplinares. De maneira esquemática, podemos dizer que o “Método Paulo Freire” está dentro do que seria o trabalho por temas geradores, que levam a construir competências gerais, em que as disciplinas se entrelaçam, construindo um conjunto. O trabalho por temas geradores, cujo expoente é Paulo Freire, consiste de três momentos dialéticos e interdisciplinarmente entrelaçados: 1. A investigação temática pela qual aluno e professor buscam, no universo vocabular do aluno e da sociedade em que ele vive, as palavras e temas centrais de sua biografia, ou do contexto. 2. A tematização (temas) que sugere as codificações e decodificações as quais os alunos estão submetidos; estes buscam, através dos temas, o significado social que gera uma consciência crítica do mundo vivido. É bom lembrar que o currí- culo por módulo também pode ser desenvolvido de forma linear e tradicio- nal, se não houver uma postura política e crítica envolvida. As competências, en- quanto ações e operações mentais, articulam os conhecimentos, o “saber”, as habilidades, o “saber fa- zer” elaborado cognitiva- mente e socioafetivamen- te, os valores e as atitudes da ordem do “saber ser” e do “saber conviver”. (DELORS, 2000) 41 Planejamento e Avaliação Educacional e Institucional CA PÍTU LO 1 3. A problematização na qual os alunos buscam superar uma visão primária e de senso comum, construindo uma visão crítica. Esta surge da transformação do contexto vivido – na valorização do cotidiano de cada aluno. Dada essa interdisciplinaridade, a obra de Paulo Freire pode ser vista como referência na construção de uma visão contextualizada de mundo e que parte da realidade da sociedade em que os homens vivem e não de fora dela – ali, está incluída a dimensão política e ideológica do conhecimento, da educação e do mundo. Portanto, trabalhar com temas geradores não é trabalhar com um método, mas com uma proposta político-pedagógica, voltada à emancipação do sujeito ativo na sociedade em que vive. Sugiro que você pesquise sobre o assunto e faça uma leitura crítica do trabalho educativo por temas geradores. Verifique se existem muitas escolas trabalhando com esta proposta e se esta proposta prevalece mais no espaço formal ou não formal de educação. Organização do ensino e intervenção pedagógica: projetos de trabalho A organização do currículo por projetos de trabalho implica uma postura curiosa e interdisciplinar, além de uma atualização constante, tanto do professor, quanto do aluno. Em entrevista à revista Nova Escola, ed. 154/ agosto de 2002, Fernando Hernandez diz o seguinte: O modelo propõe que o docente abandone o papel de “transmissor de conteúdos” para se transformar num pesquisador. O aluno, por sua vez, passa de receptor passivo a sujeito do processo. É importante entender que não há um método a seguir, mas uma série de condições a respeitar. (p. 18-25). 42 Universidade do Estado de Santa Catarina CA PÍ TU LO 1 Não há um método fixo a seguir. O professor precisa abandonar a postura de dono do saber ou transmissor de conhecimento, como dizia Paulo Freire (2002) da educação bancária - o aluno deve ser “ensinado” a ter uma postura de “atividade” e agente do processo. Figura 1.5 – Projetos de Trabalho Etapas de um projeto de trabalho Com base nos princípios apresentados por Fernando Hernández (2002) apontamos como possíveis etapas: 1. Escolha do tema: para desencadear a problematização (problema) e/ ou para iniciaruma investigação. Pode partir de uma inquietação dos alunos, sugerida por eles ou pode ser uma sugestão do professor. Basta que se tenha “uma questão inicial” e se vá em busca de variáveis para o desenvolvimento. A partir daí, é importante trabalhar as maneiras de olhar o mundo, que são diversas. Mas não interessa só localizá-las, e sim entender o significado delas. O resultado é que se constrói uma situação de aprendizagem em que os próprios estudantes começam a participar do processo de criação, pois buscam resposta as suas dúvidas. 2. Defina etapas: planejar e organizar as ações para o desenvolvimento do tema - divisão dos grupos, definição dos assuntos a serem pesquisados, procedimentos e delimitação do tempo de duração, realizar o tratamento das informações. 3. Socialize periodicamente: os resultados obtidos nas investigações (identificação de conhecimentos construídos) e discussões de estudo 43 Planejamento e Avaliação Educacional e Institucional CA PÍTU LO 1 devem ser sistematicamente socializados em forma de atividades com os alunos. 4. Defina os critérios de avaliação: estabelecer com o grupo os critérios de avaliação. Avaliar cada etapa do trabalho, realizando os ajustes necessários. O portfólio é uma técnica que tem sido usada e é uma importante estratégia de aprendizagem e feedback. 5. Finalize o projeto: propondo uma produção final, como elaboração de um livro, apresentação de um vídeo, uma cena de teatro ou uma exposição que dê visibilidade a todo processo vivenciado e possa servir de foco para outro projeto educativo. E novas perspectivas para trabalho futuro – outras perguntas para futuros trabalhos. Em síntese, o projeto se organiza observando a seguinte estrutura. Tema ou problema O que se vai pesquisar, estudar ou desenvolver com os alunos? Questões ou hipóteses O que sabemos sobre o assunto? O que os alunos levantam sobre a temática? Quais são as principais curiosidades para que se possa iniciar o estudo? Fontes de informação Onde buscar as informações e fontes para desenvolver o tema – que estratégias vamos usar? Critérios de ordenação e de interpretação das fontes Como vamos tratar os dados coletados? O que vamos fazer com o que vamos coletando? Relações com outros problemas Que relações ainda são possíveis de ser feitas? Avaliação Como será a avaliação do processo junto com o aluno? O que vou avaliar no decorrer das atividades? Conexão com novo tema ou problema Há possibilidade de emendar outro projeto? Isto vai acontecer naturalmente? Produto final O que fazer com o resultado ao longo dos estudos e pesquisas? 44 Universidade do Estado de Santa Catarina CA PÍ TU LO 1 Para Hernandez (2002, p.18-25) “O projeto avança à medida que as perguntas são respondidas e o ideal é fazer anotações para comparar erros e acertos — isso vale para alunos e professores porque facilita a tomada de decisões”. Todo o trabalho deve estar alicerçado nos conteúdos pré- definidos pela escola e pode (ou não) ser interdisciplinar. Antes, defina os problemas a resolver. Depois, escolha a(s) disciplina(s). Nunca o inverso. A conclusão pode ser uma exposição, um relatório ou qualquer outra forma de expressão. Assim, de tudo o que foi abordado, é fundamental que você compreenda que existem muitas maneiras de planejar o ensino e a aprendizagem. É interessante que o professor proporcione diversas alternativas de organização das situações de aprendizagem - aulas expositivas, seminários, trabalho em grupos e individualmente, uso de tecnologias, criação de mídias e ferramentas, como blog, fóruns, ou seja, proporcionar o estudo sob diferentes situações com atividades diversificadas. É importante lembrar, no entanto, que muitas formas de ensino e de conceber o currículo afastam os alunos do mundo real. Segundo Hernandez (2002, p. 18-25), Há muitas maneiras de garantir a aprendizagem. Os projetos são apenas uma delas. É bom e é necessário que os estudantes tenham aulas expositivas, participem de seminários, trabalhem em grupos e individualmente, ou seja, estudem em diferentes situações. É preciso planejar e implementar propostas que promovam aproximação do aluno com o mundo, acolhendo, no interior dos projetos, suas necessidades; certamente, os resultados do professor serão melhores. Síntese do capítulo » Neste capítulo, você teve oportunidade de conhecer aspectos relacionados ao planejamento: o que dá a base para se pensar no planejamento. 45 Planejamento e Avaliação Educacional e Institucional CA PÍTU LO 1 » Conheceu os pressupostos da construção do planejamento e seus elementos essenciais. » Conheceu os níveis de planejamento e suas respectivas aplicabilidades e o que significam no contexto do sistema, do ensino e da aula. » Verificou a importância de planejar todos os momentos da prática educativa – nos espaços formais e não formais da educação. Sobre este assunto ampliou os conhecimentos acerca destas duas dimensões da educação. » Pode aprender um pouco mais sobre o processo de planejamento, a postura do professor diante da atividade de ensinar e as possibilidades de intervenção e organização pedagógica. Você pode anotar a síntese do seu processo de estudo nas linhas a seguir: Atividades de aprendizagem 1. Você estudou que a organização da atividade pedagógica pressupõe uma prática sistêmica de organização do trabalho pedagógico. Estudou também que o planejamento pode ser entendido como um roteiro 46 Universidade do Estado de Santa Catarina CA PÍ TU LO 1 metodológico, definido por fases que determinam ações para que haja a coerência entre o ensinar e o aprender. Fale da importância do planejamento na escola e escreva quais os momentos de elaboração de um planejamento. Caracterize-os. 2. Você estudou neste capítulo que “o planejamento deve servir para pensar a prática antes de realizá-la” (SACRISTÀN, 2000, p. 297). Também estudou que o planejamento é importante em todos os contextos da educação – nos espaços formais e não formais. Com o apoio da tecnologia (por meio da pesquisa na internet) ou no uso das mídias que você tem disponíveis elabore um plano de ensino, fazendo a opção por um “modelo de planejamento”. A seguir faça uma análise crítica da opção que você fez. 47 Planejamento e Avaliação Educacional e Institucional CA PÍTU LO 1 Aprenda mais... Para aprofundar seus conhecimentos sobre o assunto sugerimos a leitura de dois livros, um por possibilitar uma leitura crítica da educação e seus determinantes e o segundo sobre o planejamento e seus pressupostos teóricos e práticos. São eles: SACRISTÁN, J. G. Poderes instáveis em educação. Porto Alegre: Artes Médicas. GANDIN, D. Planejamento como prática educativa. 7.ed. São Paulo: Loyola, 1994. Sugestão de filme: » Onde fica a casa do meu amigo (Irã, 1987) Este filme nos permite compreender que o mundo dos adultos e o das crianças é diferente e que a escola muitas vezes define suas políticas educativas sem conhecer os seus alunos. As exigências dessa escola e a forma como organiza suas propostas, não raro, estão na contramão das perspectivas e necessidades dos seus alunos e age arbitrariamente, sem considerar todos os sujeitos do processo. Sinopse: ao fazer o seu dever de casa, Ahmad descobre que pegou o caderno do seu amigo por engano. Sabendo que o professor exige que as tarefas sejam feitas no caderno, ele vai à vila vizinha com o intuito de encontrar o amigo e então devolver o caderno. Ahmad não consegue encontrar seu amigo, pois não sabe onde ele mora. Ele decide, então, voltar para casa e fazer a lição do seu amigo. Duração: 90min. Direção de Abbas Kiarostami. Figura 1.6 - Onde fica a casa do meu amigo CAPÍTULO 2 Projeto Político-Pedagógico: uma Ação Educativa Necessária à Realidade Nesse capítulo, você será convidado a refletir sobre a importância do Projeto Político-Pedagógico como instrumento teórico-metodológico, bem como compreender seu significado,e a relação que se estabelece com a escola. Você verá também aspectos que definem e caracterizam um projeto, bem como conhecer as possibilidades de se estruturar um PPP. Vanessa de Almeida Maciel CAPÍTULO 2 Compreender a importância e a finalidade do Projeto Político- Pedagógico no contexto educacional a partir de um processo que é coletivo, reflexivo e dinâmico. Objetivo geral de aprendizagem Seções de estudo Seção 1 – Planejar a ação: a escola como projeto Seção 2 – Projeto Político-Pedagógico: princípios, finalidade e construção Projeto Político-Pedagógico: uma Ação Educativa Necessária à Realidade Iniciando o estudo do capítulo Neste capítulo, você verá como o Projeto Político-Pedagógico é importante para o incentivo a uma aprendizagem motivadora e permeada por desafios. Neste sentido, poderá compreender que sua eficácia enquanto ferramenta norteadora de todas as ações de uma instituição educacional demandará de uma mobilização de grande equipe, composta por diretor, professores, técnicos, funcionários, pais, alunos e membros da comunidade. Você verá também como o Projeto Político-Pedagógico contribui para a organização do trabalho pedagógico como um todo, ajudando a construir a unidade no processo de ensino-aprendizagem. O nosso objetivo é que, a partir do estudo deste capítulo, você se sinta estimulado a pensar sobre o Projeto Político-Pedagógico da sua escola no sentido de transformar a sua realidade escolar. 53 Planejamento e Avaliação Educacional e Institucional CA PÍTU LO 2 Seção 1 – Planejar a ação: a escola como um projeto Objetivos de aprendizagem » Conhecer as principais definições que envolvem o conceito de Projeto Político-Pedagógico. » Compreender a importância do Projeto Político-Pedagógico nas ações norteadoras da unidade escolar. Atualmente fala-se muito em planejamento, isto porque esta é uma necessidade em todos os campos da atividade humana, considerando que, quanto mais complexos os problemas, maior é a necessidade de planejamento. Portanto, se qualquer atividade exige planejamento, a educação não foge à regra, pois o planejamento escolar faz parte deste contexto de organização do ensino didático-pedagógico. É importante você compreender que independente do nível (infantil, fundamental, ensino médio ou superior) a educação sempre precisa ser planejada e nunca improvisada. A escola se relaciona com a sociedade através da definição de suas funções (o papel que ela cumpre) – sua dimensão política e a realização destas finalidades - sua dimensão pedagógica, envolvendo as diversas dimensões do currículo. Além disso, a escola funciona em diferentes âmbitos, sobretudo o administrativo, o financeiro e o pedagógico. Para entender melhor sobre o papel do Projeto Político- Pedagógico é importante pensar em como construir uma escola que atenda às necessidades sociais, não é mesmo? 54 Universidade do Estado de Santa Catarina CA PÍ TU LO 2 Isto nos sugere pensar a escola como um projeto, no qual se definem finalidades, metas, princípios e uma maneira de gerenciar todos estes elementos. Este é o objetivo do Projeto Político-Pedagógico (PPP) da escola. Para a construção de um projeto eficiente é importante a participação de todos os envolvidos, no sentido de apontar um diagnóstico da situação atual da escola, assim como a definição de novos objetivos. Sendo assim, cada escola deve elaborar sua proposta pedagógica com a participação de todos aqueles que, direta ou indiretamente, estão ligados à dinâmica do processo educativo: diretor, orientador educacional, professores, alunos e comunidade escolar, conforme indicado na figura a seguir: Alunos Projeto Pedagógico Professores Administração Comunidade Figura 2.1 – Projeto Pedagógico O Projeto Político-Pedagógico é um processo contínuo, nasce do coletivo, se renova, se refaz, se movimenta. Veiga afirma que, [...] pensar o projeto político-pedagógico de uma escola é pensar a escola no conjunto e a sua função social. Se essa reflexão a respeito da escola for realizada de forma participativa por todas as pessoas nela envolvidas, certamente possibilitará a construção de um projeto de escola consistente e possível. (VEIGA, 2010b, p. 57). 55 Planejamento e Avaliação Educacional e Institucional CA PÍTU LO 2 O que o autor está nos dizendo é que, para dar início ao processo de construção do Projeto Político-Pedagógico, é fundamental sensibilizar e comprometer o grupo, a escola e toda comunidade, fazendo-os perceber a necessidade do empenho e dedicação de todos os envolvidos no processo, para que, de fato, se concretize. Tal construção não deve ocorrer simplesmente porque é uma exigência legal, mas, por constituir-se no instrumento que norteia as ações da escola para a promoção da cidadania e, por consequência, para a promoção das mudanças sociais. Até agora abordamos a importância do Projeto Político-Pedagógico e de todos os envolvidos, mas você já parou para pensar sobre o que ele representa e sobre qual o seu real significado? Vamos, nesse momento, buscar entender melhor o que significa Projeto Político-Pedagógico para então compreender a sua importância na prática educativa. Para isso, apresentamos a definição de Veiga (2010a, p. 12), “No sentido etimológico, o termo projeto vem do latim projectu, particípio passado do verbo projicere, que significa lançar para diante. Plano, intento, desígnio”. Pensando em todas as dimensões do termo, podemos dizer que: » O termo Projeto busca um norte, um rumo, uma direção. E se traduz numa ação intencional, num compromisso que é assumido e definido coletivamente. (VEIGA, 2010a). » Já o termo Político se traduz no sentido de que toda a ação pedagógica é também política. E, segundo Vasconcellos (2009, p.20), “Ser político significa tomar posição nos conflitos presentes na Polis; significa, sobretudo, a busca do bem comum. Não deve ser entendido no sentido estrito de uma doutrina ou partido”. Ou seja, é político porque se faz necessário o compromisso de formar o cidadão para um tipo de sociedade. 56 Universidade do Estado de Santa Catarina CA PÍ TU LO 2 » O termo Pedagógico, “no sentido de definir as ações educativas e as características necessárias às escolas de cumprirem seus propósitos e sua intencionalidade.” (VEIGA, 2010a, p. 13). Contudo, esta intencionalidade está intimamente articulada ao compromisso de formar o cidadão participativo, responsável, compromissado, crítico e criativo. Está ligado diretamente à identidade da escola, às suas finalidades, aos seus objetivos, à sua missão como um todo. PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO Projeto: É uma ação intencional de�nido coletivamente. Pedagógico: A construção e sistematização do conhecimento e dos saberes se viabilizam através da ação pedagógica. Projeto: Educar é um ato político. Figura 2.2 – Projeto Político Pedagógico Perceba que o âmbito Político e Pedagógico estão interligados e têm uma significação indissociável. Podemos considerar o projeto político- pedagógico, então, “como um processo permanente de reflexão e discussão dos problemas da escola, na busca de alternativas viáveis à efetivação de sua intencionalidade”. (VEIGA, 2010a, p. 13). Podemos dizer que o PPP passa a ser entendido como a própria organização do trabalho pedagógico da escola como um todo. O plano da escola é o plano pedagógico e administrativo da unidade escolar, onde se explicita a concepção pedagógica do corpo docente, as bases teórico-metodológicas da organização didática, a contextualização social, econômica, política e cultural da escola, a caracterização da clientela escolar, os objetivos educacionais gerais, a estrutura curricular, diretrizes metodológicas gerais, o sistema de avaliação do plano, a estrutura organizacional e administrativa. (LIBÂNEO, 1994, p. 230). 57 Planejamento e Avaliação Educacional e Institucional CA PÍTU LO 2 O projeto político-pedagógico caracteriza-se por ser um documento
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