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Fraturas As fraturas são resultantes de forças que, aplicadas ao osso, ultrapassam sua resistência, levando à perda de continuidade. EPIDEMIOLOGIA → Acidentes (trânsito, trabalho). → Acidentes no trabalho, guerras. → Fraturas por traumatismo de alta energia (alto impacto). → Fraturas por traumatismos de baixa energia (rotacional). → Fraturas patológicas (osteoporose, osteosarcoma). → Fratura por estresses (tração da inserção - mais crônica - atletas). CLASSIFICAÇÃO FECHADA: não há a ruptura da pele expondo o osso ou os tecidos moles ao meio exterior (contida, não rompe a pele). EXPOSTAS (aberta): há a ruptura da pele, costumam estar associadas a maiores índices de complicações, como infecções, consolidações viciosas e comprometimentos neurovasculares. INTRARTICULARES: Fratura dentro da articulação. LOCALIZAÇÃO ANATÔMICA A fratura é nomeada em função de sua localização no osso acometido, podendo ocorrer na diáfise, na metáfise, na epífise ou acometer uma ou mais faces articulares. Nesses casos, são classificadas como fraturas diafisárias, metafisárias e epifisárias, respectivamente. → Intracapsular e extracapsular → Epifisária (proximal - distal) → Metafisária (proximal - distal) → Diafisária (1/3 proximal - médio - distal) ALINHAMENTO Alinhada Angulação em valgo e varo Angulação anterior e posterior Encurtamento Translocação Rotação QUANTO AO TRAÇO Incompleto: Galho verde e fissura. Completo: Fratura simples (espiral - oblíqua - transversa) Fratura em cunha (duplo traço - asa de borboleta) Fratura complexa (cominutiva). ANGULAR: que fez um ângulo na parte óssea. TORÇÃO: Fratura espiral. TRAÇÃO: Estiramento ósseo. Fratura por avulsão. COMPRESSIVA: acidente automobilístico - compressão. Fratura por avulsão: decorrente de uma grande força de tração gerada por um tendão ou ligamento em uma determinada porção óssea. Fratura cominutiva: com múltiplos fragmentos ósseos (dois ou mais) que ficam desorganizados no foco da fratura. Fratura por compressão: é um tipo de fratura cominutiva em que há a compressão de dois ou mais fragmentos ósseos. Fratura com deslocamento: em que um dos segmentos ósseos foi deslocado e há a perda da comunicação entre o periósteo dos dois lados. Fratura espiral: o traço da fratura se projeta de forma espiral ao longo da diáfise. Em geral, ocorrem forças de torção. Fratura em galho-verde: fratura incompleta em que uma das corticais do osso fica lascada e a outra permanece conectada, porém deformada. Mais comum em crianças. Fratura longitudinal: o traço da fratura se projeta ao longo do eixo longitudinal do osso, não rompendo o periósteo de maneira significativa. Fratura oblíqua: o traço da fratura se projeta de forma oblíqua ao eixo longitudinal do osso. Em ossos longos, são consideradas oblíquas as fraturas com um ângulo do traço da fratura maior que 30° em relação ao seu eixo. Fratura transversal: o traço da fratura se projeta transversalmente à diáfise, com um ângulo do traço da fratura menor que 30° em relação ao seu eixo. Fratura flutuante: quando ocorre fratura em dois ossos longos, ficando a articulação sem sustentação. Essas fraturas estão frequentemente ligadas a traumas de grande energia. COMPLICAÇÕES → Perda de sangue - em fraturas expostas. → Consolidação viciosa - o osso cicatrizou do jeito que fraturou. → Retardo de consolidação: doença de base que atrapalha; o paciente não segue as indicações do profissional. → Pseudoartrose: não ocorre a cicatrização. (Hipertrófica - Hipotrófica ou atrófica - Normotrófica). → Encurtamento: em fraturas complexas. CICATRIZAÇÃO O processo de cicatrização depende da área fraturada, tipo de fratura, suprimento sanguíneo da região, aposição dos bordos (osteoblastos e osteoplastos), proteção (repouso ósseo e imobilização errada). Toda vez que perde a vascularização há processo de necrose. Princípios de cicatrização das feridas e consolidação das fraturas: → Suprimento sanguíneo → Aposição dos bordos → Proteção (repouso - imobilização) Fatores que interferem na cicatrização: → Idade do paciente → Intensidade do trauma (grau de necrose) → Doenças (desnutrição - infecção - doenças metabólicas, tumorais etc.) TIPOS DE CICATRIZAÇÃO 1ª INTENÇÃO - Limpa - coaptada - vascularizada. o próprio corpo consegue fazer a cicatrização sem maiores intervenções, apenas mobilização. 2ª INTENÇÃO - Falta um dos princípios. Cicatrização mais inferior, tecido fibroso, pra fratura não ficar sem cicatrização. QUAL A DIFERENÇA ENTRE CICATRIZAÇÃO DAS FERIDAS E CONSOLIDAÇÃO ÓSSEA? O tecido fibroso é transformado em tecido ósseo. Princípios fundamentais para a consolidação: → Vascularização do endósteo - periósteo → Captação dos bordos → Imobilização CONSOLIDAÇÃO Fixação absoluta: não permitem o movimento no foco da fratura. Os casos em que a fratura é fixada com restrição absoluta do movimento e compressão do traço da fratura desencadeiam a consolidação chamada de primária. Fixação relativa: permitem algum grau de movimento. Ocorre a formação do calo fibroso, que, posteriormente, transformar-se-á em calo ósseo. CONSOLIDAÇÃO PRIMÁRIA: A consolidação primária (ou consolidação por contato) pode ocorrer apenas como resultado da fixação absoluta, obtida por meio de implantes cirúrgicos (placas e parafusos). Com a redução das extremidades da fratura, o hematoma formado na lesão é eliminado pela compressão da fratura promovida pelo implante utilizado no processo cirúrgico. Esses implantes serão capazes de promover a estabilidade e evitar praticamente todos os movimentos, exceto micromovimentos do traço da fratura. O implante cirúrgico desempenha, então, o papel de um calo mole, promovendo a estabilidade mecânica e possibilitando que os osteoclastos presentes na parte íntegra do osso se projetem em direção à linha de fratura para formar novos canais de Havers, que promoverão a revascularização dos fragmentos. Da mesma forma, os osteoblastos do osso íntegro utilizarão esses novos canais formados para preencher com matriz óssea a fratura e formar novos ósteons, ligando os fragmentos. Espera-se que esse processo ocorra em até seis semanas. Contudo, embora após aproximadamente seis semanas no osso maduro seja possível visualizar uma junção de matriz óssea ligando ambos os fragmentos, esse osso ainda não está pronto para receber carga. O osso recém- formado ainda é fraco, devido a uma deposição de matriz óssea sem orientação mecânica. A remodelação, a deposição de cálcio e a adequação às cargas funcionais ocorrerão como resposta a uma exposição mecânica gradual, maturando, assim, o osso recém-formado em osso lamelar CONSOLIDAÇÃO SECUNDÁRIA Na consolidação secundária há a formação de calo ósseo, sendo resultado de eventos fisiológicos por meio de que o osso cicatrizará e regenerará. A consolidação secundária resulta de um tratamento por meio de métodos de fixação - relativa. esse tipo de consolidação é comumente percebido em fraturas que são tratadas com redução fechada, hastes intramedulares ou fixadores externos. Quem será responsável por promover um ambiente suficientemente estável para a consolidação é o calo ósseo, que, inicialmente, será fibrocartilaginoso e irá se diferenciar mais tardiamente em calo ósseo maduro. ESTÁGIOS DA CONSOLIDAÇÃO INFLAMAÇÃO (estágio 1) FORMAÇÃO DO CALO ÓSSEO (estágio 2) MINERALIZAÇÃO DO CALO ÓSSEO (estágio 3) REMODELAÇÃO ÓSSEA (estágio 4). → após a ocorrência da fratura, há a formação de um coágulo, devido a um sangramento local que cercaos limites dos tecidos lesionados. A matriz óssea local é, então, envolvida em um processo de necrose dos tecidos locais que foram lesionados e perderam vascularização. → ocorre a liberação de mediadores inflamatórios, o que aumenta o fluxo sanguíneo no entorno da lesão e gera uma elevada concentração de neutrófilos, monócitos, fatores de crescimento e osteoclastos. A conversão do hematoma em tecido granular proporciona a remoção de impurezas e a degradação do coágulo de fibrina local, abrindo caminho para a formação do calo ósseo. → ocorre um processo de revascularização por meio da formação de novos vasos sanguíneos. No periósteo, inicia-se uma maior concentração de osteoblastos, próximo às extremidades da linha de fratura. Essas células depositam matriz óssea intramembranosa de forma desorganizada. De modo simultâneo a esse processo, a proliferação dos condrócitos vindos da porção medular de ambas as extremidades do osso lesado se acumula, formando uma cartilagem que liga as duas extremidades da fratura, dando origem ao calo ósseo imaturo. → o calo ósseo vai sendo remodelado pela ação dos osteoclastos e osteoblastos, que atuam em conjunto. O reticular (esponjoso) e desorganizado calo ósseo vai sendo cada vez mais substituído por osso lamelar (compacto) e organizado conforme os estímulos mecânicos a que é submetido. Mesmo após a união e a maturação mecânica do osso, o excedente do calo ósseo é retirado progressivamente, ao longo de muito tempo, e o osso seguirá se modelando ao longo das linhas de estresse mecânico às quais for submetido. FATORES QUE INFLUENCIAM NA CONSOLIDAÇÃO Idade, estado nutricional, doenças, infecções, mobilidade, vascularização, interposição de partes moles. CONDUTAS NA FRATURA EXPOSTA → Acalmar a vítima → Limpeza → Curativo compressivo → Imobilização em posição de função, funcional → Transporte. TRATAMENTO CONSERVADOR: Em fraturas de ossos que não recebem descarga de peso, em que é possível fazer uma redução completa, sem degrau ósseo, pode ser feita a estabilização com aparelhos de gesso. Fraturas simples: Usa-se quando não se perde o alinhamento ósseo, pois o corpo consegue fazer o processo de consolidação. Este tratamento também é escolhido para pacientes Revascularização óssea (72h) - Tecido de granulação (fibrose / 21 dias) - Calo mole (06 a 12 semanas) - Calo duro (12 a 20 semanas). Hematoma - Organização do hematoma (12h) - Proliferação celular (16h) - Osteoblastos - Osteoclastos 1° min: Hematoma 12h: organização do hematoma 16h: Chegada dos osteoblastos e osteoclastos - proliferação celular 72h: Revascularização hemodinamicamente instáveis, mesmo havendo a necessidade de intervenção cirúrgica. Há exposição gradativa a carga; ganho das amplitudes de movimento; reestabelecimento da função. CIRURGICO: Comum em ossos longos, em que há descarga de peso, o tratamento mais comum é a fixação cirúrgica, que pode ser feita com haste intramedular, placas e parafusos, pinos ou, ainda, fixadores externos. Fratura complexa: maior índice de complicações, infecções e perda de sangue. Tem maior complexidade da lesão pois pode-se não atingir apenas um sistema. EX.: Lesão ligamentar, muscular e dano tecidual. EX.: Fratura no crânio ou na medula: lesão neurológica. COMPARTILHAMENTO DE ESTRESSE: Estabilização cirúrgica - hastes, pinos parafusos, placa em ponte. CONTRA ESTRESSE: Placa de compressão (DCP). HASTES: Têm-se fixação curta ou longa, com intervenção cirúrgica (compartilhamento de estresse. Consolidação secundária, com velocidade rápida e descarga de peso precoce. PLACAS: Fixação por compressão, proteção contra estresse, possui consolidação primária. Além de velocidade de consolidação lenta e descarga de peso tardia. Usa-se quando perdeu estabilidade e precisa de alinhamento PARAFUSO/FIO: Fixação por compressão; compartilhamento de estresse; consolidação secundária. Têm-se velocidade de consolidação rápida e descarga de peso tardia (porque está ligada a áreas mais móveis). FIXAÇÃO EXTERNA: Fixação no exoesqueleto, com compartilhamento de estresse; Consolidação secundária. Possui velocidade de consolidação rápida e descarga de peso precoce. 1° CONTATO COM O PACIENTE PÓS FRATURA → Avaliação Física FASE INFLAMATÓRIA, o osso acabou de sofrer a fratura (07-14 dias) Avaliação: carga, observar se tem processo de inflamação, pensar na deambulação (pensar no uso das órteses), descarga de peso. Articulações adjacentes (EX.: Exercitar o membro contralateral para não atrofiar devido ao desuso). Trombose (TVP); Aderências cicatriciais. Avaliar ser o paciente está hemodinamicamente estável (PA, FC, Saturação). Posicionamento no leito: orientar para que não haja fibrose na região e consolidação na posição disfuncional, causando diminuição de amplitude, devido as aderências. Inspeção e palpação: Trombose Venosa Profunda e Síndrome Compartimental. TRATAMENTO → Liberação cicatricial e laser. → Mobilização das articulações adjacentes. → Eletroestimulação neuromuscular. → Descarga de peso. (fratura simples - descarga de peso precoce) → Treino de marcha. → Ganho de força e mobilidade dos membros PRINCÍPIOS QUE DETERMINAM UM BOM PROGNÓSTICO PARA O PACIENTE DO TRAUMA 1) Redução anatômica dos fragmentos (comprimentos e rotações) - (quanto melhor e mais rápido essa recuperação, melhor para integridade óssea) 2) Fixação rígida (absoluta e relativas); 3) Preservação da vascularização - (melhor a vascularização, melhor o processo de cicatrização). 4) Mobilização ativa e precoce com fim de evitar enfermidade da fratura - (processo mais rápido para devolver a qualidade de vida). TRATAMENTO NOS ESTÁGIOS DA CONSOLIDAÇÃO Estágio 1 - Inflamação (Laser, exercícios passivos nas articulações adjacentes) (2 semanas). Estágio 2 - Formação do calo ósseo. Estágio 3 - Mineralização do calo ósseo (Descarga de peso). Estágio 4 - Remodelação óssea (Exercícios com descarga de peso, resistido, treino de marcha). Uma experiência sensitiva e emocional desagradável associada, ou semelhante àquela associada, a uma lesão tecidual real ou potencial. A magnitude mador não é relacionada a lesão tecidual. Dor é uma experiência pessoal. O que é nocicepção? Captação dos estímulos nociceptivos que são liberados meio a traumas. Frequente em lesões agudas. MODELO BIOMÉDICO: Centrado em saberes biomédicos EX.: O paciente vem com dor no ombro e quer uma conduta centrada no ombro. MODELO BIOPSICOSSOCIAL: é um modelo da medicina que estuda a causa e a evolução das doenças considerando os aspectos biológicos, psicológicos e sociais. FATORES QUE INFLUENCIAM O TRATAMENTO Catastrofização: Dimensão de que a dor dele é a pior do mundo. Hipervigilância: O paciente tem um problema e fica tentando a correção dessas alterações anatômicas. EX.: Postura cifótica - fica tentando corrigir. Cinesiofobia: Tem pânico e acha que o exercício vai gerar dor. Medo do movimento: O paciente acha que vai sentir dor. Evitação: O paciente evita situações. EX.: Não agacha e não fala sobre isso. Olhávamos para força, ADM, equilíbrios musculares, movimentos corretos. Porém, pode- se haver outros fatores que influenciem nessa dor, não estando ligado apenas a lesão. O processo de educação diminui as chances da cronificação de doenças. AVALIAÇÃO DE DOR: relatos do paciente, escalas, algômero. Dor não é algo subjetivo. Dor nociceptiva: Problema na ativação de nociceptores. Dor nociceptiva é uma sensação que pode ser expressa em graus de desconforto provinda dos receptores específicos. Este tipo de dor estárelacionado com o grau de lesão dos tecidos. Na dor nociceptiva há dois tipos de estímulos que podem levar à geração dos potenciais de ação nos axônios desses nervos EX.: Osteoartrites, artrite reumatoide. Dor nociplástica: Problema na modulação da dor. Está ligada à sensibilização central (SC) da dor, que é a amplificação da sinalização dos neurônios nociceptivos no sistema nervoso central à entrada somatossensorial aferente EX.: Fibromialgia. Dor neuropática: Dor de origem neural. É um tipo de dor crônica que ocorre quando os nervos sensitivos do Sistema Nervoso Central e/ou periférico são feridos ou danificados. EX.: Síndrome do túnel do carpo. Dor
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