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Prévia do material em texto

Indaial – 2020
Educação FinancEira
Profª Ana Carolina Gadotti Aurélio
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Profª Ana Carolina Gadotti Aurélio
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
A927e
 Aurélio, Ana Carolina Gadotti
 Educação financeira. / Ana Carolina Gadotti Aurélio. – Indaial: UNIASSELVI, 
2020.
 242 p.; il.
 ISBN 978-65-5663-285-8
 ISBN Digital 978-65-5663-286-5
 1. Segurança financeira. - Brasil. 2. Finanças pessoais. – Brasil. II. 
Centro Universitário Leonardo da Vinci.
CDD 332.024
aprEsEntação
Prezado acadêmico! Seja bem-vindo à disciplina de Educação 
Financeira. O objetivo dessa disciplina é fornecer subsídios fundamentais 
para a formação acadêmica do discente na área financeira, para que este possa 
atuar como agente de divulgação da cultura de educação financeira no país. 
Com o estudo dessa disciplina, podemos ampliar o nível de compreensão 
dos discentes para efetuarem escolhas conscientes relativas à administração 
de seus recursos financeiros e colaborar para a preparação dos estudantes 
para o consumo sustentável e para uma vida financeira responsável.
Na Unidade 1, você terá acesso ao estudo da introdução à educação 
financeira. Para isso, no primeiro tópico você estudará sobre a importância da 
educação financeira na educação básica e na vida das pessoas. Em seguida, 
relembrará os conceitos básicos da matemática financeira. No terceiro 
tópico você estudará sobre os juros compostos, e por fim, sobre as séries de 
pagamento.
Na Unidade 2, que trata sobre o estudo do planejamento financeiro, 
está dividido em três tópicos: planejamento financeiro pessoal, investimento 
e poupança, e fundos de investimentos. Nesta unidade, você compreenderá 
o que é e qual a importância de um planejamento financeiro, o que é um 
investimento, conhecer e entender como funciona o Tesouro Direto, e 
estudará sobre poupança e caderneta de poupança.
Por fim, na terceira unidade, que trata sobre o mercado financeiro, 
você terá acesso a algumas noções básicas do mercado financeiro no primeiro 
tópico. Você verá que o mercado financeiro pode ser dividido em quatro 
principais segmentos: mercado monetário, mercado de crédito, mercado 
cambial e mercado de capitais, por isso, no segundo tópico, você estudará 
sobre o mercado monetário e mercado de crédito, e, por fim, no Tópico 3, 
sobre o mercado de capitais e mercado cambial.
Você, aluno da Educação a Distância, deve saber que existem fatores 
importantes para um bom desempenho: disciplina, organização e um horário 
de estudos pré-definido para que obtenha sucesso em seus estudos. Em sua 
caminhada acadêmica, você é quem faz toda a diferença. Por isso, lembre-
se que o estudo é algo primoroso. Aproveite esta motivação para iniciar a 
leitura deste livro. 
Desejo bons estudos a todos! 
Profª Ana Carolina Gadotti Aurélio
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfi m, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
Bons estudos!
NOTA
Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos 
materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais 
os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais 
que possuem o código QR Code, que é um código 
que permite que você acesse um conteúdo interativo 
relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos 
e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar 
mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!
UNI
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você 
terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen-
tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
sumário
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO FINANCEIRA ................................................. 1
TÓPICO 1 — A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA ............................................ 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 O QUE É EDUCAÇÃO FINANCEIRA? ........................................................................................... 5
3 CONSUMISMO E ENDIVIDAMENTO ......................................................................................... 6
4 EDUCAÇÃO FINANCEIRA E CIDADANIA .............................................................................. 11
5 EDUCAÇÃO FINANCEIRA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ............................. 12
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 14
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 16
TÓPICO 2 — CONCEITOS BÁSICOS DA MATEMÁTICA FINANCEIRA ............................ 19
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 19
2 TERMINOLOGIA .............................................................................................................................. 20
2.1 CONCEITOS BÁSICOS ............................................................................................................... 21
3 DIAGRAMA DAS OPERAÇÕES FINANCEIRAS ..................................................................... 23
4 REGIME DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES .................................................................................. 25
4.1 O REGIME DE JUROS SIMPLES ................................................................................................ 25
4.2 PERÍODOS NÃO INTEIROS ....................................................................................................... 27
4.3 EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS A JUROS SIMPLES ............................................................. 32
5 TAXAS DE JUROS NOMINAIS E TAXA PROPORCIONAL .................................................. 35
5.1 TAXA DE JUROS NOMINAIS ....................................................................................................35
5.2 TAXA PROPORCIONAL ............................................................................................................. 36
6 DESCONTOS ..................................................................................................................................... 38
6.1 DESCONTO SIMPLES ................................................................................................................. 39
6.1.1 Desconto racional simples ..................................................................................................... 39
6.1.2 Desconto bancário ou comercial simples ............................................................................ 39
6.2 TAXA DE DESCONTO EFETIVA ............................................................................................... 41
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 44
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 46
TÓPICO 3 — MATEMÁTICA FINANCEIRA: JUROS COMPOSTOS...................................... 49
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 49
2 JUROS COMPOSTOS ...................................................................................................................... 51
2.1 DIFERENÇA ENTRE JUROS SIMPLES E JUROS COMPOSTOS .......................................... 52
3 CÁLCULOS ESPECÍFICOS PARA JUROS COMPOSTOS ....................................................... 54
3.1 VALOR PRESENTE A JUROS COMPOSTOS .......................................................................... 54
3.2 PERÍODO DE CAPITALIZAÇÃO .............................................................................................. 54
3.3 TAXA DE JUROS .......................................................................................................................... 56
4 EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS E TAXAS A JUROS COMPOSTOS .................................... 57
4.1 EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS A JUROS COMPOSTOS .................................................... 57
4.2 TAXA DE JUROS EFETIVA ......................................................................................................... 58
4.3 TAXA OVER (TAXA POR DIA ÚTIL) E CDI ............................................................................ 60
4.4 EQUIVALÊNCIA DE TAXA DE JUROS EFETIVA .................................................................. 60
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 62
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 64
TÓPICO 4 — SÉRIES DE PAGAMENTOS...................................................................................... 65
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 65
2 VALOR PRESENTE ........................................................................................................................... 66
2.1 VALOR PRESENTE PARA SÉRIES POSTECIPADAS ............................................................. 66
2.2 VALOR PRESENTE PARA SÉRIES ANTECIPADAS .............................................................. 67
3 VALOR FUTURO ............................................................................................................................... 68
4 VALOR DAS PARCELAS ................................................................................................................. 70
5 TAXA DE JUROS ............................................................................................................................... 71
6 QUANTIDADE DE PAGAMENTOS ............................................................................................. 74
7 SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO .................................................................................................. 75
7.1 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE UMA OPERAÇÃO DE AMORTIZAÇÃO ................... 77
7.1.1 Tabela de amortização de empréstimos ........................................................................... 77
7.1.2 Diagrama dos fluxos de caixa de um financiamento ...................................................... 77
8 SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO CONSTANTE (SAC) .............................................................. 78
9 SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO FRANCÊS (PRICE)................................................................. 80
10 SISTEMA DE AMORTIZAÇÕES CONSTANTES (SAC) ....................................................... 81
11 SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO MISTO (SAM) ...................................................................... 82
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 85
RESUMO DO TÓPICO 4..................................................................................................................... 88
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 90
UNIDADE 2 — PLANEJAMENTO FINANCEIRO ........................................................................ 93
TÓPICO 1 — PLANEJAMENTO FINANCEIRO PESSOAL ........................................................ 95
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 95
2 O QUE É PLANEJAMENTO FINANCEIRO? .............................................................................. 96
2.1 A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO FINANCEIRO .................................................... 99
3 PLANEJAMENTO FINANCEIRO PESSOAL E NOSSA RELAÇÃO COM 
 O DINHEIRO ..................................................................................................................................... 99
4 ORÇAMENTO PESSOAL .............................................................................................................. 101
4.1 A IMPORTÂNCIA DO ORÇAMENTO ................................................................................... 104
4.2 COMO ELABORAR UM ORÇAMENTO? .............................................................................. 104
4.2.1 Planejamento ...................................................................................................................... 105
4.2.2 Registro ............................................................................................................................... 106
4.2.3 Agrupamento ..................................................................................................................... 106
4.2.4 Avaliação ............................................................................................................................. 106
4.3 DIFERENÇA ENTRE ORÇAMENTO E PLANEJAMENTO FINANCEIRO ..................... 107
5 VANTAGENS DO PLANEJAMENTO FINANCEIRO PESSOAL ......................................... 107
6 ERROS DE UM PLANEJAMENTO FINANCEIRO PESSOAL .............................................. 108
7 COMO FAZER UM PLANEJAMENTO FINANCEIRO PESSOAL ....................................... 109
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 117
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 118
TÓPICO 2 — INVESTIMENTO E POUPANÇA ........................................................................... 121
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 121
2INVESTIMENTO ............................................................................................................................. 122
2.1 COMPONENTES DE UM INVESTIMENTO.......................................................................... 122
2.1.1 Liquidez .............................................................................................................................. 123
2.1.2 Risco ..................................................................................................................................... 123
2.1.3 Rentabilidade ..................................................................................................................... 124
2.2 O QUE UMA PESSOA PRECISA SABER ANTES DE INVESTIR ....................................... 124
2.2.1 O seu perfil de investidor ................................................................................................. 125
2.2.2 Objetivos do investimento (meta de acumulação) ........................................................ 127
2.2.3 Prazo de aplicação/realização .......................................................................................... 128
2.3 TIPOS E MODALIDADES DE INVESTIMENTOS ................................................................ 128
2.4 RECOMENDAÇÕES AO INVESTIR ....................................................................................... 130
3 POUPANÇA E CADERNETA DE POUPANÇA ....................................................................... 131
3.1 O QUE É POUPANÇA E CADERNETA DE POUPANÇA................................................... 132
3.2 CÁLCULO DO RETORNO DA CADERNETA ...................................................................... 133
3.3 TAXA SELIC ................................................................................................................................ 135
4 TESOURO DIRETO ........................................................................................................................ 136
4.1 O QUE É TESOURO DIRETO? ................................................................................................. 136
4.2 VANTAGENS DO TESOURO DIRETO ................................................................................... 138
4.3 TÍTULOS DO TESOURO DIRETO ........................................................................................... 138
4.3.1 Títulos prefixados .............................................................................................................. 139
4.3.2 Títulos Pós-Fixados ........................................................................................................... 139
4.4 RISCOS DO TESOURO DIRETO .............................................................................................. 140
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 142
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 143
TÓPICO 3 — FUNDO DE INVESTIMENTO ............................................................................... 147
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 147
2 O QUE É FUNDO DE INVESTIMENTO .................................................................................... 147
3 COMO FUNCIONA UM FUNDO DE INVESTIMENTO ....................................................... 148
4 TIPOS DE FUNDOS DE INVESTIMENTO .............................................................................. 151
4.1 FUNDOS DE RENDA FIXA ...................................................................................................... 151
4.1.1 Renda fixa – curto prazo ................................................................................................... 152
 4.1.2 Renda fixa – referenciados ................................................................................................ 152
4.1.3 Renda fixa – simples .......................................................................................................... 153
4.1.4 Renda fixa – dívida externa .............................................................................................. 154
4.2 FUNDOS DE AÇÕES ................................................................................................................. 154
4.3 FUNDOS MULTIMERCADO ................................................................................................... 155
4.4 FUNDOS CAMBIAIS ................................................................................................................. 155
5 RENTABILIDADE DOS FUNDOS DE INVESTIMENTO ...................................................... 156
6 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO FUNDO DE INVESTIMENTO ........................... 156
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 158
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 163
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 164
UNIDADE 3 — MERCADO FINANCEIRO .................................................................................. 165
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO AO MERCADO FINANCEIRO ................................................ 167
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 167
2 NOÇÕES BÁSICAS DO MERCADO FINANCEIRO .............................................................. 169
3 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL ....................................................................................... 174
3.1 ÓRGÃOS NORMATIVOS.......................................................................................................... 175
3.1.1 Conselho Monetário Nacional (CMN) ............................................................................ 175
3.1.2 Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) ......................................................... 176
3.1.3 Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC)....................................... 177
3.2 ENTIDADES SUPERVISORAS ................................................................................................. 177
3.2.1 Banco Central do Brasil (BACEN) ................................................................................... 177
3.2.2 Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ....................................................................... 179
3.3 ÓRGÃOS OPERADORES .......................................................................................................... 180
3.3.1 Bancos de varejo (bancos comerciais) ............................................................................. 181
3.3.2 Bancos de atacado ou bancos de investimento.............................................................. 183
3.3.3 Bancos múltiplos ................................................................................................................ 183
3.3.4 Instituições financeiras não bancárias ............................................................................ 183
3.3.5 Fintechs ................................................................................................................................. 183
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 192
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 193
TÓPICO 2 — MERCADO MONETÁRIO E MERCADO DE CRÉDITO ................................. 195
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................195
2 MERCADO MONETÁRIO ............................................................................................................ 195
2.1 AGENTES PARTICIPANTES .................................................................................................... 198
2.2 OPERAÇÕES DO MERCADO MONETÁRIO ....................................................................... 199
2.2.1 Títulos públicos .................................................................................................................. 200
2.2.2 Mercado aberto .................................................................................................................. 201
2.2.3 Mercado interbancário ...................................................................................................... 203
3 MERCADO DE CRÉDITO ............................................................................................................. 204
3.1 PRODUTOS DO MERCADO DE CRÉDITO .......................................................................... 208
3.1.1 Crédito às pessoas físicas .................................................................................................. 209
3.1.1.1 Modalidade de operações ou limites de crédito às pessoas físicas ...................... 210
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 214
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 215
TÓPICO 3 — MERCADO DE CAPITAIS E MERCADO CAMBIAL ....................................... 217
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 217
2 MERCADO DE CAPITAIS ............................................................................................................ 217
2.1 AÇÕES .......................................................................................................................................... 220
2.2 DEBÊNTURES ............................................................................................................................. 223
2.3 BOLSA DE VALORES ................................................................................................................ 224
3 MERCADO CAMBIAL ................................................................................................................... 225
3.1 ABRANGÊNCIA DO MERCADO CAMBIAL ....................................................................... 227
3.2 POLÍTICA CAMBIAL ................................................................................................................ 228
3.3 RISCO CAMBIAL ....................................................................................................................... 230
3.4 TAXAS DE CÂMBIO .................................................................................................................. 230
3.5 DESVALORIZAÇÃO CAMBIAL .............................................................................................. 231
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 233
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 235
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 237
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 239
1
UNIDADE 1 — 
INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO 
FINANCEIRA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender o que é Educação Financeira;
• reconhecer a importância da Educação Financeira;
• conhecer as terminologias básicas utilizadas na Matemática Financeira;
• compreender os conceitos básicos da Matemática Financeira;
• entender o que é uma taxa;
• diferenciar juros simples de juros compostos;
• entender o que são descontos;
• compreender o que são séries de pagamentos.
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da unidade, 
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo 
apresentado.
TÓPICO 1 – A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA
TÓPICO 2 – CONCEITOS BÁSICOS DA MATEMÁTICA FINANCEIRA
TÓPICO 3 – MATEMÁTICA FINANCEIRA: JUROS COMPOSTOS
TÓPICO 4 – SÉRIES DE PAGAMENTOS
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1 — 
UNIDADE 1
A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO 
FINANCEIRA
1 INTRODUÇÃO
Cada vez mais, seja através das mídias, TV, jornal ou internet, sabemos 
que questões ligadas à economia estão sempre em alta, principalmente quando 
são destacados assuntos que estão relacionados à crise financeira, consumismo e 
ao endividamento das pessoas. 
Não podemos negar que, atualmente, comprar algo do nosso interesse, 
mesmo quando não temos dinheiro, tornou-se algo mais fácil com a opção de 
crédito. Porém, também não podemos negar que o uso incontrolável e inconsciente 
desse crédito tem tornado muitas pessoas consumistas e endividadas. Ainda 
podemos perceber que muitos estabelecimentos comerciais vendem mercadorias 
a prazo e quando o valor mensal é pequeno, as pessoas tendem a adquirir mais 
objetos, pois acreditam que “como as parcelas são baixas, posso comprar”.
Desde 1998, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) de Matemática 
para o terceiro e quarto ciclos do Ensino Fundamental têm apontado que pesquisas 
realizadas sobre os temas trabalho e consumo podem fornecer contextos para que 
os conceitos e os procedimentos estatísticos ganhem significado. O documento 
também nos apresenta que trabalhar em sala de aula situações que envolvam 
Matemática Comercial e Financeira auxiliam os estudantes a compreender, 
decidir e avaliar diversas situações cotidianas, como, por exemplo, a melhor 
forma de pagar uma compra ou escolher um financiamento.
Já na versão atual (2017) da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), 
no ensino da Matemática, a BNCC propõe cinco unidades temáticas (números; 
álgebra; geometria; grandezas e medidas; probabilidade e estatística), que 
orientam a formulação de habilidades a serem desenvolvidas ao longo do Ensino 
Fundamental. Na unidade temática números, a BNCC aponta que deve ser 
considerado o estudo dos conceitos básicos de economia e finanças, visando à 
educação financeira dos alunos e, assim, 
[...] podem ser discutidos assuntos como taxas de juros, inflação, 
aplicações financeiras (rentabilidade e liquidez de um investimento) e 
impostos. Essa unidade temática favorece um estudo interdisciplinar 
envolvendo as dimensões culturais, sociais, políticas e psicológicas, 
além da econômica, sobre as questões do consumo, trabalho e 
dinheiro. É possível, por exemplo, desenvolver um projeto com a 
História, visando ao estudo do dinheiro e sua função na sociedade, da 
relação entre dinheiro e tempo, dos impostos em sociedades diversas, 
do consumo em diferentes momentos históricos, incluindo estratégias 
atuais de marketing (BRASIL, 2017, p. 269).
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO FINANCEIRA
4
A BNCC também aponta que essas questões, além de promover o 
desenvolvimento de competências pessoais e sociais dos estudantes, podem 
também se constituir em excelentes contextos para as aplicações dos conceitos da 
Matemática Financeira, e também proporcionar contextos para ampliar e também 
aprofundar esses conceitos (BRASIL, 2017).
Acadêmico, sabemos que o estudo de temas matemáticos fornece 
instrumentos para uma leitura do mundo (SCHNEIDER, 2009), porém, isso só 
é possível quando os conteúdos ensinados pelos professores possuem um real 
significado para osestudantes. Diante disso, podemos destacar que a Educação 
Financeira contribui para os estudantes associarem os conteúdos matemáticos 
ensinados em sala de aula com o seu cotidiano, visto que o seu ensino envolve 
várias situações presentes no dia a dia das pessoas.
Peretti (2008), autor do livro Educação financeira: aprenda a cuidar do seu 
dinheiro, destaca que o objetivo da Educação Financeira é atingir a maturidade 
financeira, sendo importante para formação da consciência do controle e também 
do bom senso. O autor também destaca que a Educação Financeira desenvolve o 
caráter e a personalidade das pessoas, afastando-as do medo e fazendo que elas 
criem coragem para resolver os seus problemas financeiros. 
Nesse sentido, podemos destacar que, com o ensino da Educação 
Financeira, as pessoas podem aprender a cuidar do seu dinheiro e dos seus 
investimentos. Se todos os estudantes tivessem a oportunidade de aprender sobre 
Educação Financeira nas escolas, a formação do cidadão crítico poderia acontecer, 
colaborando para todos terem consumos e uma vida financeira conscientes. O 
ensino da Educação Financeira nas escolas pode ajudar também no processo da 
construção da cidadania, colaborando para o desenvolvimento de um estudante 
mais autônomo e preparado para tomar melhores decisões no campo econômico 
e financeiro (BRASIL, 2018).
Com relação à importância da Educação Financeira, sabemos que o mundo 
mudou e muitos jovens possuem cartão de crédito, porém, muitos não foram 
educados sobre investimentos, finanças, economia e impostos, ou seja, muitos 
jovens estão despreparados diante do mundo consumista (PERETTI, 2008). Já 
as pessoas alfabetizadas financeiramente sabem lidar com o seu dinheiro, como 
também sabem gastar, ganhar, poupar e também investir. A Educação Financeira 
é um instrumento capaz de proporcionar às pessoas melhor bem-estar e melhor 
qualidade de vida (PERETTI, 2008).
Neste sentido, o ensino da Educação Financeira em sala de aula pode 
ajudar os estudantes a refletirem sobre essas práticas financeiras, auxiliando na 
tomada de decisões em diversas situações do cotidiano, bem como o conhecimento 
da diferença paga quando é comprado algum produto à vista ou no crediário, e 
quais as vantagens de cada opção de pagamento. 
TÓPICO 1 — A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA
5
Como a Educação Financeira está ligada à autonomia e à formação do 
cidadão, a partir do momento que ela é ensinada para o estudante, o professor 
está construindo um saber que auxiliará os educandos nas decisões em diversas 
situações relacionadas ao seu dia a dia, bem como na construção de sua autonomia. 
Assim, educando desde cedo as crianças e os jovens com situações financeiras 
úteis para o seu dia a dia e implementando a Educação Financeira nas escolas, 
podemos ajudar na formação das crianças e dos jovens estudantes em pessoas e 
cidadãos mais preparados não somente para o momento presente, mas também 
para o futuro.
2 O QUE É EDUCAÇÃO FINANCEIRA?
Afinal, o que é Educação Financeira? Peretti (2008, p. 17) destaca que:
É proporcionar uma mentalidade inteligente e saudável sobre 
dinheiro. É criar consciência do limite. É saber ganhar, gastar, poupar, 
investir e doar dinheiro. É a capacidade de administrar o seu rico 
dinheiro [...]. É fazer tudo o que se deseja com responsabilidade, ética e 
maturidade. Educação financeira é despertar a inteligência financeira, 
ou seja, dinheiro trabalhando para você. Ser inteligente é ser capaz de 
responder o que a vida nos propõe. É saber plantar para depois colher. 
Por fim, o autor defende que Educação Financeira é criar o hábito de 
poupar para aprender a investir; é criar a independência financeira.
No site da ENEF (Estratégia Nacional de Educação Financeira) é 
apresentado o conceito de Educação Financeira no Brasil segundo a OCDE 
(Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), no ano de 2005, 
apontando que a Educação Financeira é o processo através do qual os indivíduos 
e as sociedades em um todo melhoram a sua compreensão sobre conceitos e 
produtos financeiros, sendo que, com informações, formações e orientações, 
todos possam desenvolver valores e competências que são necessários para 
se tornarem pessoas mais conscientes das oportunidades e também dos riscos 
neles envolvidos. Com isso, todos podem ter escolhas bem informadas, ter o 
conhecimento de, se necessário, onde procurar ajuda, como também adotar 
outras ações que favorecem o seu bem-estar. Desse modo, segundo a OCDE, a 
Educação Financeira pode contribuir com a formação de indivíduos e sociedades 
mais responsáveis e comprometidos com o futuro (ENEF, s.d.).
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO FINANCEIRA
6
A Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF) é uma mobilização 
multissetorial em torno da promoção de ações de educação financeira no Brasil. A estratégia 
foi instituída como política de Estado de caráter permanente e suas características principais 
são a garantia de gratuidade das iniciativas que desenvolve ou apoia e sua imparcialidade 
comercial. O objetivo da ENEF, criada através do Decreto Federal n° 7.397/2010, é contribuir 
para o fortalecimento da cidadania ao fornecer e apoiar ações que ajudem a população a 
tomar decisões financeiras mais autônomas e conscientes. A estratégia foi criada através 
da articulação de nove órgãos e entidades governamentais e quatro organizações da 
sociedade civil, que juntos integram o Comitê Nacional de Educação Financeira (CONEF). 
FONTE: <http://www.vidaedinheiro.gov.br/quemsomos/>. Acesso em: 20 mar. 2020.
IMPORTANT
E
3 CONSUMISMO E ENDIVIDAMENTO
Acadêmico, é fato que o consumismo tem se tornado, aos poucos, um 
assunto cada vez mais presente no dia a dia das pessoas. Como já mencionado 
anteriormente, sabemos que um dos problemas do consumismo é o uso exagerado 
e inconsciente do cartão de crédito (PEREIRA, 2013). O consumismo é o ato que 
está relacionado ao consumo excessivo, ou seja, a compra de produtos ou serviços 
de um modo exagerado.
Consumo: o consumo está associado à prática econômica de adquirir bens e 
serviços. Quando se compra algum item, está se consumindo aquela unidade.
Pessoa consumista: uma pessoa consumista é aquela que compra de modo excessivo, 
exagerado.
NOTA
O autor Peretti (2008) destaca que o mundo mudou e que a maioria dos 
jovens de hoje já possuem cartão de crédito, porém, nunca tiveram uma aula 
sobre investimento, economia, finanças e até sobre impostos. A partir dessa 
constatação, o autor conclui que os jovens continuam sem experiência financeira, 
despreparados para o mundo consumista que estamos vivendo na atualidade, 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Decreto/D7397.htm
TÓPICO 1 — A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA
7
sem responsabilidade com o seu futuro e sem o entendimento de que precisamos 
poupar para saber investir. O autor também enfatiza que essa falta de experiência 
dos jovens, ou seja, esse despreparo, traz consequências desagradáveis para a 
família, como, por exemplo, aborrecimentos e intrigas.
Cerbasi (2003), no seu livro Dinheiro: os segredos de quem tem, ressalta 
que em diversas situações do nosso dia a dia nós deixamos de economizar 
dinheiro porque não analisamos corretamente uma proposta de compra, ou até 
mesmo por não termos negociado, e que, assim como perdemos dinheiro com 
uma grande frequência, “constantemente deixamos de aproveitar ao máximo 
o vendedor potencial que há dentro de nós ou a nossa capacidade de análise” 
(CERBASI, 2003, p. 57). O autor também alerta sobre o “vírus do consumo”, que, 
para ele, foi “criado nos laboratórios de marketing, é extremamente perigoso 
para a humanidade. Ataca o cérebro, mas os efeitos colaterais mais graves surgem 
em um dos pontos mais sensíveis do corpo humano no longo prazo: o bolso” 
(CEBRASI, 2003, p. 57). 
Cerbasi (2003) destaca que muitas compras realizadas pelas pessoas 
acontecem por impulso e a grande razão dessas compras sem planejamento são 
as eficientes estratégiasde marketing criadas pelas empresas. Um dos motivos 
disso acontecer são os grandes investimentos e tecnologias que são utilizados 
pelas empresas para que as pessoas sejam convencidas a levar um produto para 
a sua casa.
A todo instante somos bombardeados por apelos de marketing. 
Durante nossas compras em supermercado não vemos o produto que 
queremos. Ao invés disso, vemos embalagens feitas para chamar nossa 
atenção, letras e formatos chamativos, fotos de lugares e situações 
em que desejaríamos estar, atendentes bonitas oferecendo amostras 
de artigos que nunca pensamos em comprar. Artigos fúteis expostos 
ao lado de bens de primeira necessidade. Embalagens promocionais, 
embalagens novas, brindes que terão utilidade duvidosa em nossos 
armários de casa. Leve doze e pague dez, e tantas outras promoções 
que lhe empurram produtos e quantidades além daqueles que você 
planejava comprar. É claro que há casos em que essas promoções são 
realmente interessantes, desde que você faça uso de todos os itens 
adquiridos (CERBASI, 2003, p. 58)
Acadêmico, é fato que todas essas situações que envolvem apelos de 
marketing e que estão presentes nos dias de hoje fazem com que tenhamos 
cada vez mais pessoas consumistas. Perceba, por exemplo, que os comerciais 
estão sendo criados cada vez mais atraentes, e, muitas vezes, com propagandas 
enganosas, que iludem muitas pessoas. A autora Tolotti (2007), em seu livro As 
armadilhas do consumo: acabe com o endividamento destaca que alguns comerciais: 
“[...] são espetaculares e envolventes, a criatividade aliada ao marketing é uma 
manifestação artística, e é agradável apreciar qualquer expressão de arte. Mas é 
fundamental manter um distanciamento, pois os comerciais são representações e 
não tradutores de sonhos” (TOLOTTI, 2007, p. 24). 
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO FINANCEIRA
8
A autora também alerta: “o problema não está no marketing, nas 
operadoras de cartões de crédito ou nos meios de comunicação. O problema 
está na inversão que ocorreu: a maioria das pessoas passou a acreditar que o 
mais importante é ter e não ser” (TOLOTTI, 2007, p. 25, grifos do original). Nesse 
sentido podemos entender que muitas pessoas acabam tornando-se consumistas 
pelo simples fato de querer ter o que não tem condições de comprar, ou seja, 
por um status que não é compatível com a sua realidade financeira (BANCO 
CENTRAL DO BRASIL, 2013).
O autor Peretti (2008) apresenta concepções sobre compradores 
compulsivos, destacando que esse comportamento é um hábito aprendido e 
seguido por questões emocionais, sendo normalmente a ansiedade e a angústia, e 
suas causas podem ser por insegurança no meio familiar ou até mesmo vivências 
do passado. “O comprador compulsivo é praticamente um dependente do hábito 
de comprar, e precisa fazê-lo sem limites para sentir-se bem, pelo menos naquele 
momento. O comprador compulsivo acaba comprando por comprar e não pela 
necessidade do objeto comprado” (PERETTI, 2008, p. 72). Por esse motivo, sendo 
o consumismo uma compulsão que leva as pessoas a comprarem sem necessidade 
e consciência, um comprador compulsivo é um consumista, ou seja, é aquela 
pessoa que compra sem planejamento.
Os compradores compulsivos são, geralmente, pessoas que estabelecem 
uma relação doentia com o uso do dinheiro, estão, na maioria das vezes, atoladas 
em dívidas e acabam fazendo um empréstimo para cobrir outro. Essas pessoas 
devem ter cuidado para não pegar dinheiro emprestado, pois quanto mais elas 
recebem, mais elas gastam e se endividam (PERETTI, 2008).
 As principais necessidades dos compradores compulsivos estão 
relacionadas com a diversão, o status social, o apelo ao comércio e o modismo, ou 
seja, comprar e usar o que os outros estão comprando e usando (PERETTI, 2008). 
Essas pessoas geralmente compram coisas muito similares, têm a sensação de 
que não podem ficar sem comprar por muito tempo, e, após as compras, acabam 
sentindo culpa e remorso. Também possuem baixa autoestima e falta de controle, 
são depressivas, ansiosas e muito agitadas (PERETTI, 2008).
A pressão do mercado, com propagandas cada vez mais instigantes ao 
ato de comprar, contribui para o aumento de pessoas compradoras compulsivas, 
ou seja, pessoas consumistas. Por esse motivo não podemos desconsiderar que o 
consumismo é um problema, e que, muitas vezes, gera dívidas, crise financeira, 
desequilíbrio individual e familiar, e, até mesmo, a falência. “A falência tem se 
tornado um problema nacional. Débitos com o cartão de crédito se alastram. E 
nossas crianças não sabem o suficiente sobre dinheiro” (GODFREY; EDWARDS, 
2007, p. 11). Esses problemas estão se tornando progressivamente mais presentes 
no cenário brasileiro, o que acaba elevando o número de pessoas endividadas no 
nosso país.
TÓPICO 1 — A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA
9
O livro Dinheiro não dá em árvore: um guia para os pais criarem filhos 
financeiramente responsáveis, das autoras Neale S. Godfrey e Carolina Edwards, é um ótimo 
livro para os pais quando chega o momento de ensinar aos filhos sobre administração 
financeira. Nesse livro é apresentado exercícios e exemplos concretos, desde como 
desenvolver um planejamento financeiro responsável até compreender diferenças entre 
“querer” e “precisar” para jovens de todas as idades.
DICAS
Domingos (2011), no seu livro Terapia financeira: realize seus sonhos com 
educação financeira, ressalta que comprar e gastar faz parte da nossa vida e do nosso 
dia a dia e que muitas das mercadorias que estão a nossa disposição realmente 
são fundamentais, porém, temos que fazer uma análise do nosso comportamento 
de consumo e mudar os hábitos que não fazem bem para a nossa saúde e para 
as nossas finanças. “Vivemos em uma sociedade totalmente consumista, em que 
a maioria dos hábitos de consumo se baseia em padrões sociais” (DOMINGOS, 
2011, p. 49).
Para Domingos (2011), todas as pessoas precisam conhecer o seu “eu” 
financeiro, observando tudo o que consomem e em quais situações do dia a dia 
as compras sem necessidade são feitas. O autor destaca que, antes de comprar, 
as pessoas devem parar e refletir, observando se as suas compras estão sendo 
motivadas pela busca da satisfação emocional ou pela real necessidade de 
determinado produto.
Domingos (2011, p. 50-51) aconselha as pessoas a pensar duas vezes 
em toda e qualquer situação de compra, sendo que, para evitar as compras por 
impulso, o autor sugere:
• Resista ao impulso: deixe para o dia seguinte, pois, se esse item for 
realmente necessário, você retornará depois para comprá-lo.
• Não compre nada que você não tenha certeza de que precisa e que 
realmente irá agregar algo a sua vida.
• Se for possível, experimente o bem desejado para ter certeza de que 
ele lhe agrada.
• Não leve dinheiro ou cartão de crédito ao sair de casa se não tem 
intenção de efetuar uma compra.
• Se não possuir dinheiro suficiente para comprar o que deseja, evite 
comprar a prazo.
• Verifique se esse gasto cabe em seu orçamento.
Acadêmico, nos dias de hoje, dados estatísticos mostram que a cada 
ano acontece o endividamento das pessoas e das famílias principalmente por 
despesas não previstas. Um exemplo dessas despesas não previstas são os gastos 
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO FINANCEIRA
10
não planejados, e muitas dessas compras são realizadas por impulso. Também 
é apontado nas pesquisas que essas compras por impulso e sem planejamento 
ocorrem de modo excessivo principalmente nas épocas que antecedem as datas 
comemorativas, por exemplo, no Natal, na Páscoa, no dia das mães, dos pais, 
das crianças etc. É comum percebermos o quanto as propagandas publicitárias 
instigam as pessoas a comprarem nessas épocas do ano, incentivando a aquisição 
de mercadorias.
Os dados dessas pesquisas atuais você encontra no site do SPC Brasil: https://
www.spcbrasil.org.br/pesquisas.
DICAS
As dívidas não planejadas podem ser evitadas se as pessoas tiverem 
consciência do quanto ganham e do quanto podem gastar, e uma alternativaé 
controlar e planejar os seus gastos. Tolotti (2007, p. 31) apresenta que uma pessoa 
pode ser considerada endividada, “[...] quando não consegue cumprir seus 
compromissos financeiros e possui um atraso que oscila entre 1 mês e 3 meses”. A 
autora também ressalta que o endividamento pessoal pode ser dividido em dois 
grupos: o endividamento passivo e o endividamento ativo.
O endividamento passivo acontece quando existe um aumento de dívidas 
por consequência de alguma situação que é alheia a vontade da pessoa, por 
exemplo, doença, morte, desemprego, algum acidente ou até mesmo separação. 
Já o endividamento ativo é caracterizado por uma quantidade de dívidas 
adquiridas por escolhas erradas, ou seja, originadas por uma má gestão financeira. 
São considerados endividados ativos aquelas pessoas que, independentemente 
dos rendimentos que possuem, se encontram constantemente endividadas, e, 
geralmente, não se programam para imprevistos (TOLOTTI, 2007). A autora 
também aponta que, de qualquer modo, o endividamento é um problema que no 
mínimo, tira o sossego, a autoestima, e também a segurança do devedor.
Acadêmico, pelos motivos aqui apontados, precisamos evidenciar 
a importância do ensino da Educação Financeira em sala de aula por meio de 
resoluções de problemas com situações que os estudantes se deparam no dia a dia. 
É importante também trazer questões atuais que façam os estudantes refletirem 
sobre suas atitudes financeiras.
TÓPICO 1 — A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA
11
Acadêmico, no site do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito), https://www.
spcbrasil.org.br/, você encontra várias notícias atuais sobre educação financeira no Brasil. 
Acesse ao site e veja quantas notícias você pode utilizar em sala de aula para apresentar 
aos estudantes.
DICAS
4 EDUCAÇÃO FINANCEIRA E CIDADANIA
Para o CONEF (Comitê Nacional de Educação Financeira), um dos objetivos 
da Educação Financeira é formar para a cidadania. Sandra Tiné (2017), presidente 
do Grupo de Apoio Pedagógico do CONEF, destaca que a educação financeira 
vai além do que comumente as pessoas entendem, como algo vinculado apenas 
à matemática; é planejar para ver seus sonhos realizados. É poupar em todas as 
áreas, como economizar água fechando a torneira. Essas são ações que podemos 
trabalhar desde a educação infantil até adolescentes e adultos nas universidades.
Cidadania é o conjunto de direitos e deveres exercidos por um indivíduo que 
vive em sociedade, no que se refere ao seu poder e grau de intervenção no usufruto de 
seus espaços e na sua posição em poder nele intervir e transformá-lo.
NOTA
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), 
Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, a educação básica tem por finalidade 
o desenvolvimento do educando, preparando-o para o exercício da cidadania e 
também para a sua qualificação no mercado de trabalho, fornecendo meios para 
que os estudantes possam progredir no trabalho e também em estudos posteriores. 
Já no ensino médio, sendo a etapa final da educação básica, a lei apresenta 
quatro finalidades, sendo que uma delas é a preparação básica para o trabalho 
e para a cidadania dos educandos, para que assim eles tenham a oportunidade 
de continuar aprendendo, e que sejam capazes de se adaptar com flexibilidade 
às novas condições de ocupação como também a aperfeiçoamentos posteriores 
(BRASIL, 1996).
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO FINANCEIRA
12
Conforme destacam Godfrey e Edwards (2007), quando o estudante 
aprende sobre dinheiro, ele aprende sobre valores, e um desses valores é a 
cidadania. As autoras trazem também um questionamento muito interessante 
que, segundo elas, os pais devem sempre se perguntar: “o que devo dizer ao 
meu filho sobre finanças que eu gostaria que alguém tivesse me dito quando eu 
tinha a idade dele?” (GODFREY; EDWARDS, 2007, p. 170). As autoras também 
defendem que as escolas e as empresas, aos poucos, estão percebendo que a 
Educação Financeira é importante, e que as crianças de hoje não têm conhecimento 
suficiente sobre dinheiro. Por esse motivo, é importante introduzir Educação 
Financeira na vida das pessoas desde cedo.
Nesse sentido, com o ensino e a compreensão da Educação Financeira, 
seja no ambiente escolar ou familiar, os jovens estudantes podem tornar-se 
pessoas mais preparadas para tomar decisões em sua vida, fazendo com que 
eles se tornem cidadãos mais responsáveis no presente e mais preparados 
para o futuro. Por isso, dizemos que a Educação Financeira pode preparar 
as crianças e os jovens para o exercício da cidadania (BANCO CENTRAL DO 
BRASIL, 2013).
5 EDUCAÇÃO FINANCEIRA E DESENVOLVIMENTO 
SUSTENTÁVEL
Como já mencionado, nos dias de hoje a aquisição desenfreada de bens e 
de mercadorias, ocorre, muitas vezes, de forma desnecessária. Por esse motivo, é 
importante que sejam discutidos em sala de aula com os estudantes os problemas 
gerados pelo consumismo. 
Pena (2020) nos apresenta que se entende por desenvolvimento 
sustentável a capacidade de utilizar os recursos e os bens da natureza sem 
comprometer a disponibilidade desses elementos para as gerações futuras, isso 
significa adotar um padrão de consumo e de aproveitamento das matérias-
primas extraídas da natureza de modo a não afetar o futuro da humanidade, 
aliando desenvolvimento econômico e também responsabilidade ambiental. 
Nesse sentido, pode-se compreender que o desenvolvimento humano 
sustentável é uma forma de crescimento que visa uma vida melhor para todos, 
com um consumo consciente e que se preocupe com os impactos causados no 
meio ambiente.
Acadêmico, é sempre importante lembrar que é comum percebermos que 
a mídia tem apresentado mensagens publicitárias dirigidas diretamente para as 
crianças de pouca idade, o que é um problema, pois essas crianças já crescem 
sendo incentivadas para a aquisição de mercadorias desnecessárias. 
TÓPICO 1 — A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA
13
Nesse sentido, podemos destacar que a Educação Financeira contribui 
para o desenvolvimento humano sustentável a partir do momento que as pessoas 
se conscientizarem sobre os problemas gerados pelo consumismo e o quanto o 
consumo exagerado prejudica o meio em que vivemos. É importante ressaltar 
que esse é outro tema muito importante que devemos discutir com os estudantes 
em sala de aula, pois é inegável que nos últimos anos a questão ambiental tornou-
se uma preocupação mundial.
14
 Neste tópico, você aprendeu que:
• Educação Financeira é o processo através do qual os indivíduos e as 
sociedades em um todo melhoram a sua compreensão sobre conceitos e 
produtos financeiros, sendo que, com informações, formações e orientações, 
todos podem desenvolver valores e competências que são necessários para se 
tornarem pessoas mais conscientes das oportunidades e também dos riscos 
neles envolvidos.
• Nos dias de hoje, comprar algo do nosso interesse, mesmo quando não temos 
dinheiro, tornou-se algo mais fácil com a opção de crediário.
• Com o ensino da Educação Financeira, as pessoas podem aprender a cuidar do 
seu dinheiro e dos seus investimentos.
• Se todos os estudantes tivessem a oportunidade de aprender sobre Educação 
Financeira nas escolas, a formação do cidadão crítico poderia acontecer, 
colaborando para todos terem consumos e uma vida financeira conscientes.
• O ensino da Educação Financeira nas escolas pode ajudar também no processo 
da construção da cidadania.
• A Educação Financeira desenvolve o caráter e a personalidade das pessoas, 
afastando-as do medo e fazendo que elas criem coragem para resolver os seus 
problemas financeiros.
• A Educação Financeira pode contribuir com a formação de indivíduos e 
sociedades mais responsáveis e comprometidos com o futuro.
• Uma pessoa pode ser considerada endividada quando não consegue cumprir 
seus compromissos financeiros e possui um atraso que oscila entre 1 mês e 3 
meses.
• O consumismo é o ato que está relacionado ao consumo excessivo, ou seja, a 
compra de produtosou serviços de um modo exagerado.
• Desenvolvimento sustentável é a capacidade de utilizar os recursos e os bens da 
natureza sem comprometer a disponibilidade desses elementos para as gerações 
futuras, e isso significa adotar um padrão de consumo e de aproveitamento 
das matérias-primas extraídas da natureza de modo a não afetar o futuro da 
humanidade, aliando desenvolvimento econômico e também responsabilidade 
ambiental. 
RESUMO DO TÓPICO 1
15
• A Educação Financeira contribui para o desenvolvimento humano sustentável 
a partir do momento que as pessoas se conscientizarem sobre os problemas 
gerados pelo consumismo e o quanto o consumo exagerado prejudica o meio 
em que vivemos.
16
1 Vimos que a Educação Financeira pode ajudar as pessoas a cuidarem 
do seu dinheiro e dos investimentos, colaborando para que elas tenham 
consumos e uma vida financeira consciente. Por isso, diante do que você 
estudou nesse tópico, defina e explique o que é Educação Financeira.
2 Com relação à Educação Financeira, sua crescente relevância nos últimos 
anos vem ocorrendo em decorrência do desenvolvimento dos mercados 
financeiros e das mudanças demográficas, econômicas e políticas. 
Nesse sentido, analise as sentenças e classifique V para as sentenças 
VERDADEIRAS e F para as FALSAS: 
( ) A Educação Financeira é importante para os consumidores, visto que ela 
auxilia as pessoas a gerirem a sua renda com responsabilidade.
( ) A Educação Financeira é importante apenas para pessoas com baixa 
renda.
( ) A Educação Financeira contribui para as pessoas pouparem e investirem 
com responsabilidade e consciência.
( ) A Educação Financeira é um tema que está relacionado à forma como 
compreendemos o dinheiro e todas as informações relacionados a ele.
Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – V – F – F.
b) ( ) F – V – V – F.
c) ( ) V – F – V – V.
d) ( ) F – F – F – V.
3 Vimos, neste primeiro tópico, que as pessoas estão sempre envolvidas com 
finanças, seja no ambiente escolar, familiar ou profissional. Diante disso, 
qual a importância da Educação Financeira na vida das pessoas?
4 Alguns autores estudiosos sobre Educação Financeira alertam que o ensino 
da Educação Financeira é pouco trabalhado no ambiente escolar, logo, 
muitos jovens estão concluindo a educação básica sem nenhum aprendizado 
sobre situações financeiras. Nesse sentido, sobre a importância do ensino 
da Educação Financeira em sala de aula, analise as sentenças a seguir: 
I- Para iniciar o estudo da Educação Financeira em sala de aula, primeiramente, 
o professor deve deixar claro para os estudantes o que é Educação Financeira.
II- A Educação Financeira deve ser abordada pelos professores somente nas 
séries finais do ensino fundamental e no ensino médio.
III- Quando a Educação Financeira é ensinada em sala de aula, os estudantes 
podem se tornar cidadãos mais responsáveis e conscientes com o seu 
futuro financeiro.
AUTOATIVIDADE
17
Agora, assinale a alternativa que corresponda às sentenças CORRETAS: 
a) ( ) I e II.
b) ( ) II e III.
c) ( ) I e III.
d) ( ) I, II e III.
5 É fato que o consumismo é um problema que afeta muitas pessoas e famílias 
nos dias de hoje. Nesse sentido, responda: quais as contribuições do ensino 
da Educação Financeira para evitar o consumismo?
6 Neste tópico, vimos que, nos dias de hoje, muito mais que a alguns anos 
atrás, ouve-se falar sobre o endividamento da população, consumismo e 
crise financeira. Diante disso, disserte sobre a importância da Educação 
Financeira para evitar o endividamento das pessoas e das famílias.
18
19
TÓPICO 2 — 
UNIDADE 1
CONCEITOS BÁSICOS DA 
MATEMÁTICA FINANCEIRA
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, para iniciaremos nosso estudo sobre Matemática Financeira, 
conteúdo deste segundo tópico, primeiramente precisamos entender o que ela 
significa. 
Santos (2017, p. 10) destaca que “a Matemática Financeira é um ramo 
da matemática que tem como objeto de estudo o comportamento do dinheiro 
ao longo do tempo. Esse tema avalia a forma como esse dinheiro é ou será 
empregado, visando maximizar o resultado”. Santos (2017, p. 10) ainda destaca 
que “a Matemática Financeira busca quantificar as transições que ocorrem no 
meio financeiro, levando em conta o valor monetário no tempo. No atual cenário 
de economia globalizada, nenhum projeto prossegue sem que sejam levados em 
conta todos seus aspectos financeiros”. Nesse sentido, podemos destacar que a 
matemática financeira é a aplicação de métodos matemáticos para problemas 
financeiros.
Sabemos também que a Matemática Financeira pode ser aplicada em 
várias situações do dia a dia, como, por exemplo, calcular as prestações de um 
financiamento de um móvel ou imóvel, optando pela forma de pagamento à vista 
ou parcelado. Desse modo, o estudo da Matemática Financeira se mostra como 
uma ferramenta essencial para qualquer pessoa que deseja entender o fluxo de 
capital corrente pelo mundo (SANTOS, 2017).
O autor Gimenes (2009, p. 19) nos apresenta o motivo do porquê estudar 
Matemática Financeira:
A matemática financeira pode ser sua maior ferramenta na tomada de 
decisões no dia a dia. O mercado está estruturado para vender cada 
vez mais rápido, ‘por impulso’, para você, ‘consumidor’. Nem sempre 
as operações são claras e bem explicadas, e isso faz com que, em certas 
situações, o consumidor não saiba decidir o que é melhor para ele. 
Cálculos financeiros, algumas vezes básicos, são muito úteis; eles o 
ajudarão a fazer bons negócios e a economizar seu dinheiro, acredite!
Afinal, qual o objetivo da Matemática Financeira? “A matemática 
financeira trata, em essência, do estudo do valor do dinheiro ao longo do tempo. 
O seu objetivo básico é o de efetuar análises e comparações dos vários fluxos 
de entrada e saída de dinheiro de caixa verificados em diferentes momentos” 
(ASSAF NETO, 2012, p. 1). O autor também destaca:
20
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO FINANCEIRA
Receber uma quantia hoje ou no futuro não são evidentemente a 
mesma coisa. Em princípio, uma unidade monetária hoje é preferível 
à mesma unidade monetária disponível amanhã. Postergar uma 
entrada de caixa (recebimento) por certo tempo envolve um sacrifício, 
o qual deve ser pago mediante uma recompensa, definida pelos juros. 
Desta forma, são os juros que efetivamente induzem o adiamento 
do consumo, permitindo a formação de poupanças e de novos 
investimentos (ASSAF NETO, 2012, p. 1).
Acadêmico, mais adiante estudaremos sobre os juros.
ESTUDOS FU
TUROS
2 TERMINOLOGIA
Toda operação financeira, como a contratação de empréstimos, como, 
por exemplo, as dívidas em cartão de crédito e os financiamentos bancários, 
tem quatro componentes essenciais: o valor presente, o tempo, os juros e o valor 
futuro.
O valor presente funciona como ponto de partida da operação. Exemplo: 
o montante que você pega emprestado de um banco ao fazer o financiamento 
do seu carro ou da sua casa. A notação para o valor presente é a letra P. O valor 
presente também é chamado de origem (O), principal (P), ou capital (C).
O segundo componente essencial é o tempo. Toda operação se passa 
dentro de uma quantidade específica de tempo, certo? Pense, por exemplo, nos 
financiamentos de imóveis que se estendem até 30 anos, de acordo com o plano. 
Para nos referirmos à quantidade de tempo, usamos a letra n. É importante 
lembrar que não há uma regra nos dizendo se devemos utilizar dia, mês ou ano 
como unidade de medida, pois tudo depende do cálculo que desenvolveremos.
Tudo isso tem relação com o próximo componente, que são os juros. 
Sabemos que os juros podem ser aplicados por mês, dia, ano ou qualquer outro 
prazo estabelecido. O importante é que façam referência ao n (tempo), ou seja, 
quando falamos de 10% de juros ao mês, todos os nossos cálculos terão o mês 
como unidade de tempo e assim sucessivamente. I é a notação para a taxa de juros 
quando expressa em porcentagem e i para a citação em decimal.
O último componente,valor futuro, é o resultado da ação dos juros sobre 
o valor presente. Sua notação é Fn (esse n é o mesmo n da quantidade de tempo). 
O valor futuro é essencial para que o investidor saiba o quanto ele receberá no 
fim do investimento. Observação: os termos montante (M) e saldo (S) também são 
usados para designar o valor futuro.
TÓPICO 2 — CONCEITOS BÁSICOS DA MATEMÁTICA FINANCEIRA
21
Acadêmico, mais adiante trataremos sobre juros compostos, quando 
utilizaremos essas terminologias aqui apresentadas.
ESTUDOS FU
TUROS
2.1 CONCEITOS BÁSICOS 
Quando uma pessoa deseja pegar dinheiro emprestado em um banco, ela 
deve pagar uma espécie de “aluguel” pelo tempo que ficará com o dinheiro. Por 
esse motivo, quando termina o prazo do empréstimo, a pessoa precisará pagar ao 
banco um valor maior do que pediu emprestado. 
Esse aluguel é sempre uma porcentagem do valor do empréstimo. Assim, 
se a pessoa fizer um empréstimo maior, ela pagará mais aluguel. Além disso, o 
valor do aluguel é proporcional ao tempo que a pessoa fica com o dinheiro, ou 
seja, quanto maior for o período, maior será o aluguel.
Acadêmico, esse aluguel que comentamos até agora chama-se juros. A 
porcentagem que se paga de aluguel é a taxa de juros. O dinheiro que se pede 
emprestado é o capital, e o total que se paga no final do empréstimo é o montante. 
Veja, na figura a seguir, uma ilustração sobre o dinheiro emprestado pelo banco, 
mais os juros, que será igual ao montante que a pessoa deverá pagar no final do 
empréstimo.
FIGURA 1 – DEFINIÇÃO DE JUROS
FONTE: <https://blog.professorferretto.com.br/wp-content/uploads/2017/12/28.png>. 
Acesso em 20 mar. 2020
Também devemos lembrar que, em vez de pedir dinheiro emprestado ao 
banco, uma pessoa pode também aplicar o dinheiro no banco, e, nesse caso, é a 
pessoa que está emprestando dinheiro ao banco e ele lhe pagará os juros.
https://blog.professorferretto.com.br/wp-content/uploads/2017/12/28.png
22
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO FINANCEIRA
No sistema de juros simples, o percentual é aplicado apenas sobre o valor 
inicial, sendo que, geralmente, o juro simples é usado em situações de curto prazo. 
Já nos juros compostos, a taxa incide sobre o montante de cada mês e não sobre 
o capital inicial. Sendo assim, podemos definir juros como o rendimento de uma 
aplicação financeira, valor referente ao atraso no pagamento de uma prestação ou 
a quantia paga pelo empréstimo de um capital (SANTOS, 2017).
Afinal, o que são juros? Por que eles existem? O autor Samanez (2010, 
p. 1) nos traz uma definição para juros mais técnica: “juro é a remuneração do 
capital empregado”. Isso quer dizer que é a taxa de juros que faz com que um 
capital aplicado ou uma dívida acumulada tenha um valor diferente depois de 
um determinado período de tempo (WAKAMATSU, 2012).
Como vimos anteriormente, a taxa de juros tem notação i em seu formato 
decimal. Sua fórmula pode ser expressa por:
Nessa fórmula, J é o rendimento, ou seja, o quanto o valor inicial evoluiu, 
e P é o valor presente.
Agora, desenvolveremos essa fórmula para chegar a um outro dado 
interessante. Se
temos por extensão que J = P . i. Por definição, o rendimento é a diferença entre P e 
Fn. Daí, concluímos que P 
. i = Fn – P. Colocando P em evidência, temos: Fn= P (1 + i)
Acadêmico, antes de continuarmos nosso estudo sobre os conceitos 
básicos, é importante destacar que os juros podem ter qualquer periodicidade, ou 
seja, podemos usar dias, meses ou anos. O importante é deixar isso bem claro e 
trabalhar sempre com a mesma medida de tempo. Uma boa maneira de explicitar 
isso é com uma notação simples, no formato a.x, em que x se refere a unidade de 
tempo que escolhemos. Ou seja:
a.a. – ao ano.
a.m. – ao mês.
a.d. – significa ao dia.
a.s. – ao semestre.
a.t. – ao trimestre.
TÓPICO 2 — CONCEITOS BÁSICOS DA MATEMÁTICA FINANCEIRA
23
Para compreendermos melhor o que estudamos até aqui, observe esse 
exemplo: vamos supor que temos uma aplicação inicial de R$1.000,00 com juros 
de 6% a.m. Qual valor vamos ter depois de um mês?
Fn= P (1 + i)
Fn= 1.000 (1 + 0,06)
Fn= 1.000 
. 1,06
Fn= 1.060
Ou seja, se aplicarmos R$1.000 com juros de 6% a.m., após um mês, 
teremos R$1.060,00, isso quer dizer que teremos um rendimento de R$60,00.
Acadêmico, note que definimos nesse exemplo uma taxa de juros de 6%, 
porém, para realizar o cálculo, utilizamos 0,06. Essa notação percentual para decimal é 
essencial para a execução do cálculo. Lembre-se que 6% é o mesmo que ou 0,06.
NOTA
3 DIAGRAMA DAS OPERAÇÕES FINANCEIRAS
Para que uma operação financeira exista, é necessário a presença de dois 
agentes: o tomador e o financiador. Acadêmico, sabemos que todos os negócios 
que envolvem juros contêm uma parte de “entrada” e uma de “saída”. Pense, 
por exemplo, em um empréstimo bancário, em que, de um lado está o cliente, 
e, de outro está a instituição financeira que repassa o dinheiro. Para ambos os 
lados, os valores inicial e final do processo são os mesmos. O que modifica é o 
fluxo da quantia, se está “entrando” ou “saindo”. Entre o valor inicial e o final 
está o tempo, variável essencial quando falamos de juros, afinal, sabemos que 
a quantidade de tempo envolvida é o que determinará o tamanho da diferença 
entre o valor presente e o futuro (WAKAMATSU, 2012).
O diagrama das operações financeiras também é conhecido como diagrama 
de fluxo de caixa (entradas e saídas de caixa).
NOTA
24
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO FINANCEIRA
O diagrama das operações financeiras é uma representação gráfica em 
uma reta, dos períodos e dos valores monetários em cada período. É traçado uma 
reta horizontal, que é denominada eixo do tempo e que pode ser expresso em dias, 
meses, anos etc., na qual são representados os valores monetários, considerando 
a seguinte convenção: seta para cima para o dinheiro recebido e seta para baixo 
para o dinheiro pago. Ou seja, o diagrama deve ser feito sempre sob as duas 
óticas: a do tomador e a do recebedor da operação.
Gimenes (2009) nos traz um exemplo prático para ilustrar a produção de 
um diagrama: vamos supor que um amigo pede dinheiro emprestado a outro. 
O amigo A empresta R$1.000,00 ao amigo B, e eles combinam que, 5 meses após 
a realização do empréstimo, B devolverá a A os R$1.000,00 e mais R$100,00 
adicionais (uma espécie de “compensação” pelo tempo de espera). O fluxo de 
caixa, na visão de B, o tomador do empréstimo, teria o aspecto da figura a seguir:
FIGURA 2 – FLUXO DE CAIXA NA VISÃO DO TOMADOR
FONTE: Gimenes (2009, p. 22)
Agora, compreenderemos cada um dos elementos diagrama. A primeira 
figura oval aponta “para cima”, isso significa que ela se refere a uma entrada de 
dinheiro. Nela apontamos o valor do início do processo. Logo, a figura oval da 
direita, que aponta para baixo, representa a saída de dinheiro, onde citamos os 
R$1.100,00, valor que o tomador terá que desembolsar no fim da operação.
Entre uma figura oval e outra, temos a linha do tempo, sendo zero na 
entrada e cinco na saída. Acadêmico, é importante destacar que, se a situação é 
bem descrita, não é necessário esclarecer qual a unidade de tempo representada 
pela linha. Veremos agora como ficará o diagrama na visão do financiador:
TÓPICO 2 — CONCEITOS BÁSICOS DA MATEMÁTICA FINANCEIRA
25
FIGURA 3 – FLUXO DE CAIXA NA VISÃO DO FINANCIADOR
FONTE: Gimenes (2009, p. 22)
Certamente você percebeu que os dois diagramas são praticamente uma 
versão espelhada. A linha do tempo é exatamente a mesma. O segredo está na 
inversão do sentido das duas figuras ovais. O que havia aparecido como entrada 
vem agora como saída e vice-versa. A primeira figura oval, que aponta “para 
baixo”, representa saída de dinheiro para o financiador, R$1.000,00. Logo, a figura 
oval da direta, que aponta “para cima”, significa que ela se refere a entrada de 
dinheiro, ou seja, R$1.100,00.
4 REGIME DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES
Caro acadêmico, para dar continuidade ao nosso estudo, iremos agora 
estudar sobre o regime de juros simples. Vamoslá!
4.1 O REGIME DE JUROS SIMPLES
Acabamos de estudar uma situação em que um valor de empréstimo 
“nasce” em R$1.000,00 e é quitado por R$1.100,00. Sabemos que o que faz uma 
quantia se elevar até a outra são os juros. Nesse exemplo podemos afirmar que 
houve R$100,00 de juros, visto que é essa a diferença entre o valor inicial e o valor 
final.
Podemos definir o regime de juros simples, como aquele em que “os juros 
de cada período são calculados sempre sobre o mesmo principal” (SAMANEZ, 
2010, p. 2). Ou seja: em um intervalo de tempo, os juros incidirão única e 
exclusivamente sobre P, o valor inicial dos procedimentos e não sobre o montante 
já derivado dos próprios juros nas etapas seguintes (WAKAMATSU, 2012). 
26
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO FINANCEIRA
Veja o exemplo do autor Wakamatsu (2012), que ilustra bem o regime 
de juros simples: o cidadão C obtém um empréstimo de R$1.000,00 com seu 
amigo D. Eles combinam entre si que o sistema é de juros simples e que haverá 
uma taxa de 10% ao mês. Após 5 meses, qual o valor exato que C deverá pagar 
a D? Primeiramente, precisamos recorrer à terminologia e às fórmulas que já 
aprendemos anteriormente nesse tópico.
O valor presente, P, é 1.000. A taxa de juros, i, é 10%, e com representação 
decimal i = 0,1. O valor futuro, Fn , é exatamente o que nós queremos calcular.
Agora, entra em cena um componente que ainda não havíamos estudado 
nesse tópico, o tempo. Nesse exemplo, estamos falando sobre um processo que 
dura 5 meses e que tem taxa de juros de aplicação mensal.
Para aferir a passagem do temo, basta inserir a quantidade de tempo 
correspondente multiplicando a taxa na fórmula que já vimos anteriormente:
Fn= P (1 + i)
A qual passa a ser expressa como: 
 
Fn= P [1 + (i . n)]
Aplicando a fórmula no nosso exemplo, temos que:
Fn= P [1 + (i . n)]
Fn= 1.000 [1 + (0,1 . 5)]
Fn= 1.000 [1 + (0,5)]
Fn= 1.000 (1,5)
Fn= 1.500
Logo, após 5 meses, o cidadão C deverá pagar ao seu amigo D, R$1.500,00.
Acadêmico, com base no autor Wakamatsu (2012), entenderemos como 
chegamos à fórmula Fn= P [1 + (i . n)]. Nossa meta era incluir o componente tempo 
para calcular o valor futuro, certo? Por definição, o valor futuro é igual à soma 
entre o valor presente e o rendimento; ou, em notação, Fn= P + Jn. Esses juros 
variam de acordo com o tempo e são resultantes da multiplicação entre o valor 
presente, a taxa de juros (em decimal) e a quantidade de tempo. Então: Jn = P. i . n .
Agora, transpondo o cálculo do rendimento para o do valor futuro, 
ficamos com Fn= P + (P . i . n) , de onde podemos extrair o Fn= P [1 + (i . n)] que 
acabamos de utilizar.
 
TÓPICO 2 — CONCEITOS BÁSICOS DA MATEMÁTICA FINANCEIRA
27
Algumas manipulações na fórmula nos levam a um mecanismo que nos 
permite calcular o rendimento mesmo quando não temos o valor presente. Nesse 
caso, precisamos trabalhar somente com o valor futuro, o tempo, e a taxa de juros. 
Veja:
Se 
 J = P . i . n 
Logo,
P. i . n = J
Logo, isolando P, temos que:
Se J é, por essência, igual a Fn–P, ao substituirmos P pelo que acabamos de 
calcular, teremos:
Outro mecanismo existente para o cálculo dos juros simples é o que 
chamamos de método hamburguês. Esse método pode ser empregado quando 
temos uma mesma taxa de juros, mas com valores presente e contagens de tempo 
distintos – sua aplicação clássica é o cheque especial. A fórmula do método 
hamburguês é:
Jn = i . [(P1. n1) + (P2 . n2) + ... + (Pn . nn)],
Sendo P e n relativos a cada um dos períodos de tempo que estamos 
analisando. Geralmente, o método hamburguês é utilizado com o auxílio de uma 
planilha eletrônica.
4.2 PERÍODOS NÃO INTEIROS
Acabamos de desenvolver um exemplo que tem n com um valor inteiro, 
o da unidade de tempo padrão, que se refere também ao regime de juros. Porém, 
como devemos trabalhar com frações de períodos? O autor Samanez (2010, p. 3) 
28
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO FINANCEIRA
nos traz que, muitas vezes, “o período de investimento é somente uma fração do 
período expresso na taxa de juros. Nesses casos em que a unidade de tempo da taxa 
de juros e do período de investimento são diferentes, é necessário homogeneizá-
las por meio de um ajuste na taxa”.
Acadêmico, pense, por exemplo, em um empréstimo contraído com uma 
taxa de juros de 10% ao ano e do qual queremos saber o valor de quitação no 
prazo de 15 meses. Nesse caso, não podemos simplesmente aplicar a taxa de juros 
anual, certo?
Se ocorrer isso, ou qualquer outra situação em que haja “discordância” 
entre o tempo e a referência temporal da taxa de juros, precisamos utilizar recursos 
matemáticos para efetuar o cálculo dos juros de forma correta (WAKAMATSU, 
2012). Veja agora alguns exemplos de ajuste na taxa de juros:
a) Se a taxa de juros for mensal e o prazo de aplicação referir-se a dias:
 (juro comercial)
b) Se a taxa de juros for anual e o prazo de aplicação referir-se a meses:
 (juro comercial)
c) Se a taxa de juros for anual e o prazo da aplicação referir-se a dias:
 (juros comerciais), e
 (juros exatos)
As taxas entre parênteses representam taxas proporcionais, homogêneas 
em relação ao prazo de aplicação.
O ano comercial tem 360 dias e não 365; assim como atribuímos o total de 
30 dias por mês quando falamos de mês genérico. Além do comercial, temos o ano civil, 
no qual as datas são representadas com exatidão. Antes de qualquer exercício ou atividade 
geral para calcular valores futuros, confirme qual contagem de tempo será adotada.
IMPORTANT
E
TÓPICO 2 — CONCEITOS BÁSICOS DA MATEMÁTICA FINANCEIRA
29
Veja agora dois exemplos de aplicação:
Exemplo 1: qual o rendimento de R$10.000,00 aplicados por um mês à 
taxa de juros simples de 36% a.a.?
Dados:
P = R$10.000,00
n = 1 mês
i = 36% a.a. = 0,36
J = ?
Calculando:
 
Ou seja, o rendimento será de R$300,00.
Exemplo 2: calcular o rendimento de R$12.000,00 aplicados durante os 
primeiros 5 meses do ano à taxa de juros simples de 40% a.a. Efetuar os cálculos 
considerando ano comercial (360 dias) e ano civil (365 dias).
Dados:
P = R$12.000,00
n = 150 dias (comercial) e 151 dias (civil)
i = 40% a.a. = 0,40
J =?
Calculando (ano comercial):
 
Calculando (ano civil):
30
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO FINANCEIRA
Acadêmico, é importante destacar que, em alguns casos, pode ser que o 
tempo chegue até nós de maneira indireta, em vez de termos como ponto de 
partida algo como “10 dias” ou “3 meses”, o exercício nos dá apenas a data inicial 
e a data final da aplicação. Quando isso acontece, podemos recorrer à tábua para 
contagem de dias entre duas datas.
TABELA 1 – TÁBUA PARA CONTAGEM DE DIAS ENTRE DUAS DATAS
JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV. DEZ.
1 32 60 91 121 152 182 213 244 274 305 335
2 33 61 92 122 153 183 214 245 275 306 336
3 34 62 93 123 154 184 215 246 276 307 337
4 35 63 94 124 155 185 216 247 277 308 338
5 36 64 95 125 156 186 217 248 278 309 339
6 37 65 96 126 157 187 218 249 279 310 340
7 38 66 97 127 158 188 219 250 280 311 341
8 39 67 98 128 159 189 220 251 281 312 342
9 40 68 99 129 160 190 221 252 282 313 343
10 41 69 100 130 161 191 222 253 283 314 344
11 42 70 101 131 162 192 223 254 284 315 345
12 43 71 102 132 163 193 224 255 285 316 346
13 44 72 103 133 164 194 225 256 286 317 347
14 45 73 104 134 165 195 226 257 287 318 348
15 46 74 105 135 166 196 227 258 288 319 349
16 47 75 106 136 167 197 228 259 289 320 350
17 48 76 107 137 168 198 229 260 290 321 351
18 49 77 108 138 169 199 230 261 291 322 352
19 50 78 109 139 170 200 231 262 292 323 353
20 51 79 110 140 171 201 232 263 293 324 354
21 52 80 111 141 172 202 233 264 294 325 355
22 53 81 112 142 173 203 234 265 295 326 356
23 54 82 113 143 174 204 235 266 296 327 357
24 55 83 114 144 175 205 236 267 297 328 358
25 56 84 115 145 176 206 237 268 298 329 359
26 57 85 116 146 177 207 238 269 299 330 360
27 58 86 117 147 178 208 239 270 300 331 361
28 59 87 118 148 179 209 240 271 301 332 362
29 88 119 149 180 210 241 272 302 333 363
30 89 120 150 181

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