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jusbrasil.com.br
28 de Março de 2022
Questões corrigidas e comentadas. Prova da OAB – xii
exame FGV - 09/02/2014
Publicado por Fabricio da Mat a Corrêa há 8 anos  16K visualizações
PEÇA
Rita, senhora de 60 anos, foi presa em flagrante no dia
10/11/2011 (quinta-feira) ao sair da filial de uma grande rede
de farmácias após ter furtado cinco tintas de cabelo. Para
subtrair os itens, Rita arrebentou a fechadura do armário onde
estavam os referidos produtos, conforme imagens gravadas
pelas câmeras de segurança do estabelecimento. O valor total
dos itens furtados perfazia a quantia de R$49,95 (quarenta
e nove reais e noventa e cinco centavos).
Instaurado inquérito policial, as investigações seguiram
normalmente. O Ministério Público, então, por entender haver
indícios suficientes de autoria, provas da materialidade e justa
causa, resolveu denunciar Rita pela prática da conduta descrita
no Art. 155, § 4º, inciso I, do CP (furto qualificado pelo
rompimento de obstáculo). A denúncia foi regularmente
recebida pelo juízo da 41ª Vara Criminal da Comarca da
Capital do Estado ‘X’ e a ré foi citada para responder à
acusação, o que foi devidamente feito. O processo teve seu
curso regular e, durante todo o tempo, a ré ficou em liberdade.
https://fabriciocorrea.jusbrasil.com.br/
https://fabriciocorrea.jusbrasil.com.br/
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10619836/artigo-155-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10619710/par%C3%A1grafo-4-artigo-155-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10619669/inciso-i-do-par%C3%A1grafo-4-do-artigo-155-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
https://www.jusbrasil.com.br/
Na audiência de instrução e julgamento, realizada no dia
18/10/2012 (quinta-feira), o Ministério Público apresentou
certidão cartorária apta a atestar que no dia 15/05/2012 (terça-
feira) ocorrera o trânsito em julgado definitivo de
sentença que condenava Rita pela prática do delito de
estelionato. A ré, em seu interrogatório, exerceu o direito ao
silêncio. As alegações finais foram orais; acusação e defesa
manifestaram-se. Finda a instrução criminal, o magistrado
proferiu sentença em audiência. Na dosimetria da pena, o
magistrado entendeu por bem elevar a pena-base em patamar
acima do mínimo, ao argumento de que o trânsito em julgado
de outra sentença condenatória configurava maus
antecedentes; na segunda fase da dosimetria da pena o
magistrado também entendeu ser cabível a incidência da
agravante da reincidência, levando em conta a data do
trânsito em julgado definitivo da sentença de estelionato,
bem como a data do cometimento do furto (ora objeto de
julgamento); não verificando a incidência de nenhuma causa de
aumento ou de diminuição, o magistrado fixou a pena
definitiva em 4 (quatro) anos de reclusão no regime inicial
semiaberto e 80 (oitenta) dias-multa. O valor do dia-multa foi
fixado no patamar mínimo legal. Por entender que a ré não
atendia aos requisitos legais, o magistrado não substituiu a
pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos.
Ao final, assegurou-se à ré o direito de recorrer em liberdade.
O advogado da ré deseja recorrer da decisão.
Atento ao caso narrado e levando em conta tão somente as
informações contidas no texto, elabore o recurso cabível.
OBS: O problema aparentemente é muito simples,
apresentando um caso de atipicidade material onde se deve
requerer a absolvição de Rita, personagem do problema. Na
verdade, o cuidado que candidato deveria ter esta muito
https://www.jusbrasil.com.br/
mais ligado a os outros ponto além da absolvição. Mas isso
nós veremos com calma na elaboração do esqueleto de
petição. Vamos lá!
1.CLIENTE: RITA
2.CRIME/PENA: conforme se viu no problema: Art. 155, § 4º,
inciso I, do CP (furto qualificado pelo rompimento de
obstáculo).
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Furto qualificado
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o
crime é cometido:
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da
coisa;
3.AÇÃO PENAL: Sobre a ação penal não há qualquer tipo de
problema, haja vista que corretamente se viu que foi o MP
quem denunciou. Isso esta certo uma vez que o crime em
questão é de ação penal pública incondicionada.
4.RITO PROCESSUAL/PROCEDIMENTO: Na verdade por se
tratar de um crime de furto, cujo procedimento é o comum
ordinário, e tendo em vista que isso foi seguido sem
problemas, não há o que considerar sobre o rito e o
procedimento.
5.MOMENTO PROCESSUAL: Esse ponto é importante para
identificação da peça processual. Muito embora isso esteja de
forma clara, não custa dizer que o processo já possui sentença.
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10619836/artigo-155-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10619710/par%C3%A1grafo-4-artigo-155-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10619669/inciso-i-do-par%C3%A1grafo-4-do-artigo-155-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
https://www.jusbrasil.com.br/
Segundo o problema:
“Finda a instrução criminal, o magistrado proferiu sentença em
audiência.”
Portanto, o momento processual é o fim da instrução com
sentença proferida sem trânsito em julgado, o que indica
possibilidade de recurso.
6.PEÇA: Conforme acusa o momento processual (sentença não
transitada em julgado), fica fácil identificar que a peça
adequada ao caso é uma APELAÇÃO, conforme artigo 593, inciso
I do Código de Processo Penal, que diz:
Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias:
I - das sentenças definitivas de condenação ou absolvição
proferidas por juiz singular;
Por se tratar de um recurso que é recebido por um juízo e
julgado por outro, o candidato deveria lembrar que a Apelação
deve ser interposta em duas peças, uma de interposição que é
dirigida ao juiz a quo, e a petição contendo as razões do recurso
que é dirigida ao juízo ad quem.
1ª Peça:
2ª Peça:
7.COMPETÊNCIA:
Aqui o cuidado era para não inserir dado que pudesse ser
interpretado como identificador de peça. O problema só
informou a vara criminal competente (41ª) e disse ser da
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10616608/artigo-593-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10616572/inciso-i-do-artigo-593-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41
https://www.jusbrasil.com.br/
Capital. Agora, o Estado não foi informado, por isso deveria o
candidato repetir a mesma alusão feita pelo examinador, ou
seja, ‘X’.
Excelentíssimo (a) Senhor (a) Doutor (a) Juiz (íza) de
direito da 41ª Vara Criminal da Capital de ‘X’
8.TESES:
Identificada a peça e o foro competente, o próximo passo é
identificar as teses. Sempre lembrando de organizar primeiro
as preliminares.
Assim como fez na última prova, a FGV neste novo exame não
cobrou tese preliminar. Não obstante não tenha ela cobrado tal
tese, pela leitura que se faz do problema, verifica-se que
poderia sim ter sido cobrada tese preliminar de nulidade
processual porque deveria o juiz da causa ter rejeitado a peça
acusatória.
O cerne do problema é a atipicidade material da conduta de
Rita. Pois bem, havendo informações suficientes no problema
para essa verificação, e considerando que a atipicidade de
conduta gera a inexistência do interesse processual do MP, (art.
395, inciso II do CPP), deveria o juiz da causa ter rejeitado a peça
acusatória ao invés de tê-la recebido.
Além dessa, poderia inclusive o candidato trabalhar com a ideia
de falta de justa causa, que geraria a mesma nulidade, qual
seja, aquela vista no artigo 564, IV do CPP.
Vejam, a observação que faço é porque imagino que muitos
fizeramtal tese, e por não aparecer no gabarito da FGV, não
será valorada. Às vezes são os pontos que faltarão para a
aprovação de alguém.
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10642160/artigo-395-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10642073/inciso-ii-do-artigo-395-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10620716/artigo-564-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10620016/inciso-iv-do-artigo-564-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41
https://www.jusbrasil.com.br/
Se a ideologia é demonstrar o conhecimento exigindo do
candidato que faça tudo. Penso que se era possível tal pedido,
ele deve sim ser valorado.
No Mérito
1ª tese – Atipicidade da Conduta
Já estamos falando dessa tese desde o início da correção, por
isso não é segredo. A tese principal de mérito é a absolvição de
Rita pela ausência de tipicidade material.
O candidato deveria fundamentar discorrendo sobre o
princípio da insignificância e como isso retira do injusto penal
a tipicidade material que é elemento obrigatório para a
existência de uma infração penal. Teoria Constitucionalista do
Delito (professor – Luiz Flávio Gomes).
Reforçando a defesa da atipicidade, ressaltando que pela
conduta de Rita se pode auferir os vetores permissivos de
aplicação da insignificância, que segundo o STF são:
a) mínima ofensividade da conduta do agente;
b) nenhuma periculosidade social da ação;
c) reduzido grau de reprovabilidade do comportamento do
agente;
d) inexpressividade da lesão jurídica provocada
Indicando que o correto e justo no caso seria a personagem
Rita ser absolvida na forma do artigo 386, inciso III do CPP, por
considerar que o fato e si não constitui infração penal.
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10643765/artigo-386-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10643665/inciso-iii-do-artigo-386-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41
https://www.jusbrasil.com.br/
O cuidado que devemos ressaltar é que não se poderia
fundamentar o pedido de absolvição de Rita com base no artigo
397 do CPP, haja vista que este refere-se à absolvição sumária
que é possível após o recebimento da denúncia, o que não é o
caso!
Teses Subsidiárias de Mérito
1ª tese – Causa especial de redução de pena
Trabalhando com a hipótese da primeira tese não ser acolhida
deveria então o candidato lançar mão da tese subsidiária.
No caso, verifica-se que a sentença condenou Rita pelo crime de
furto. Ocorre que no caso, considerando que a personagem
furtou apenas cinco embalagens de tinta para cabelo, onde
todas somadas revelam valor de R$ 49,95 (quarenta e nove reais
e noventa e cinco centavos), fica evidente o merecimento dela
de ser agraciada pela benesse contida no § 2º do mesmo artigo
155 do CP, que diz:
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa
furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de
detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a
pena de multa.
Talvez aqui pudesse haver confusão com o fato da norma fazer
referência à primariedade do agente, conflitando com o fato de
que: “o Ministério Público apresentou certidão cartorária apta a
atestar que no dia 15/05/2012 (terça-feira) ocorrera o trânsito em
julgado definitivo de sentença que condenava Rita pela prática do
delito de estelionato.”
O candidato deveria apenas considerar as datas informadas
para constatar se Rita era ou não reincidente.
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641837/artigo-397-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10619836/artigo-155-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
https://www.jusbrasil.com.br/
O problema informou que o furto fora praticado em 10/11/2011,
e que o trânsito em julgado pelo estelionato ocorrera em
15/05/2012, isto é, quando da prática do furto ainda não havia
sentença transitada em julgado no processo do crime de
estelionato. O que segundo artigo 63 do CP, não se pode
considerar a reincidência. Rita, portanto, embora não possua
bons antecedentes não pode ser considerada reincidente,
devendo sim ser tratada como primária.
Reincidência
Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete
novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no
País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior.
2ª tese – Bis in idem na fixação da pena provisória
Seguindo com as teses subsidiárias. Outro ponto a ser
impugnado neste momento refere-se ao fato de ter o
magistrado considerado Rita reincidente para elevar sua pena
provisória.
Na fixação da pena base viu-se que o magistrado à considerou
portadora de maus antecedentes. O que é perfeitamente
possível. Contudo, pelas razões que já vimos na tese anterior,
ela não pode ser considerada reincidente, tendo em vista que o
furto foi praticado antes do trânsito em julgado do crime de
estelionato, o que impede a majoração, por esse motivo, da
pena provisória.
Por esse motivo deveria o candidato discorrer no sentido de
justificar o excesso de aplicação de pena, informando que a
condenação pelo crime de estelionato fora utilizada duas vezes
na dosimetria: uma na fixação da pena base a título de maus
antecedentes; e outra, na segunda, como reincidência. Mas
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10632289/artigo-63-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
https://www.jusbrasil.com.br/
além dessa última não ter ocorrido, o fato da condenação do
estelionato ter sido usada duas vezes já apresenta claro bis in
idem.
3ª tese – Fixação do Regime Aberto
Outra tese refere-se ao regime de cumprimento de pena. No
problema viu-se que o juiz fixou o cumprimento de pena no
regime de semiliberdade, quando na verdade deveria ter fixado
no aberto.
Mais uma vez é uma tese que se fundamenta no erro de
verificação da reincidência.
Aproveitando o que já dissemos sobre isso, o candidato deveria
fazer nova referência ao erro do juiz ao considerar a recorrente
reincidente, e por esse motivo não ter dado a ela o regime
aberto de cumprimento de pena, quando na verdade isso era
um direito.
O juiz até poderia considerar, conforme artigo 33, § 3º do CP, os
maus antecedentes de Rita na hora de fixar seu regime de
cumprimento de pena. Contudo, o candidato deveria
fundamentar segundo artigo 33, § 2º, alínea c, para requerer
que o regime fixado fosse o aberto, por não ser ela reincidente,
por ser a pena inferior a 4 anos (considerando tese anterior de
bis in idem) e ainda por ser essa medida a mais adequada ao
caso.
4ª tese – Conversão da pena privativa para restritivas de
direitos
Outro direito que foi suprimido da personagem, também
devido a falsa reincidência, foi a não conversão da pena
privativa de liberdade em restritiva de direito.
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10636569/artigo-33-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10636262/par%C3%A1grafo-3-artigo-33-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
https://www.jusbrasil.com.br/
O candidato aqui deveria trabalhar para demonstrar que Rita é
sim merecedora da conversão, e que preenche todos os
requisitos do artigo 44 do CP:
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e
substituem as privativas de liberdade, quando:
I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro
anos e o crime não forcometido com violência ou grave
ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o
crime for culposo;
II – o réu não for reincidente em crime doloso;
III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a
personalidade do condenado, bem como os motivos e as
circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.
OBS – Essas são as teses cobradas pela FGV.
9.PEDIDOS
Quanto aos pedidos, considerando que estes são próprios da
segunda peça do recurso (razões), lembrar que devem ser feitos
para a câmara requerendo que:
Seja a presente Apelação conhecida e provida, reformando no
mérito a respeitável decisão que condenou a recorrente pelo
crime de furto qualificado na forma do artigo 155, § 4º, inciso I,
do CP, para absolvê-la na forma do artigo 386, inciso III do
Código de Processo Penal, por ter sido sua conduta
materialmente atípica por força do princípio da insignificância.
Todavia, no caso de ser mantida a condenação, o que não se
espera, seja então a pena diminuída em razão da causa especial
de diminuição de pena vista no artigo 155, § 2º, do CP, tendo em
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10635164/artigo-44-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10619836/artigo-155-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10619710/par%C3%A1grafo-4-artigo-155-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10619669/inciso-i-do-par%C3%A1grafo-4-do-artigo-155-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10643765/artigo-386-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10643665/inciso-iii-do-artigo-386-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10619836/artigo-155-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10619772/par%C3%A1grafo-2-artigo-155-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
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vista que a recorrente faz jus. Seja ainda desconsiderada a
majoração feita na pena provisória, haja vista trata-se de bis in
idem.
Outrossim, seja estabelecido o regime aberto para o
cumprimento da pena tendo em vista que todos os requisitos
vistos no artigo art. 33, § 2º, alínea c, foram preenchidos
pela recorrente.
Por fim, seja ainda convertida pena privativa de liberdade
em restritiva de direito na forma estabelecida no artigo 44
do Código Penal.
OBS – Nesse exame a FGV não pediu para que o recurso fosse
datado. Logo, era para deixar a petição sem data e sem
menção ao local.
Questões
1ª QUESTÃO
Carolina foi denunciada pela prática do delito de estelionato
mediante emissão de cheque sem suficiente provisão de
fundos. Narra, a inicial acusatória, que Carolina emitiu o
cheque número 000, contra o Banco ABC S/A, quando efetuou
compra no estabelecimento X, que fica na cidade de Y. Como a
conta corrente de Carolina pertencia à agência bancária que
ficava na cidade vizinha Z, a gerência da loja, objetivando maior
rapidez no recebimento, resolveu lá apresentar o cheque,
ocasião em que o título foi devolvido.
Levando em conta que a compra originária da emissão do
cheque sem fundos ocorreu na cidade Y, o ministério público
local fez o referido oferecimento da denúncia, a qual foi
recebida pelo juízo da 1ª Vara Criminal da comarca. Tal
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10635164/artigo-44-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
https://www.jusbrasil.com.br/
magistrado, após o recebimento da inicial acusatória, ordenou
a citação da ré, bem como a intimação para apresentar resposta
à acusação.
Nesse sentido, atento (a) apenas às informações contidas no
enunciado, responda de maneira fundamentada, e levando em
conta o entendimento dos Tribunais Superiores, o que pode ser
arguido em favor de Carolina. (Valor: 1,25)
OBS – mais uma vez a jurisprudência é questão
preponderante no exame de ordem.
RESPOSTA
O candidato deveria conhecer as súmulas 521 do STF e 244 do
STJ, que dizem respectivamente.
STF Súmula nº 521 - Competência - Processo e Julgamento -
Estelionato - Cheque Sem Fundos
O foro competente para o processo e julgamento dos crimes de
estelionato, sob a modalidade da emissão dolosa de cheque
sem provisão de fundos, é o do local onde se deu a recusa do
pagamento pelo sacado
STJ Súmula nº 244 - Competência - Cheque Sem Fundos -
Estelionato - Processo e Julgamento
Compete ao foro do local da recusa processar e julgar o crime
de estelionato mediante cheque sem provisão de fundos.
Considerando que o enunciado pede para arguir algo em favor
Carolina, considerando as súmulas e as cidades envolvidas, se
poderia aguir a incompetência de uma em favor da outra.
2ª QUESTÃO
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Ricardo é delinquente conhecido em sua localidade, famoso por
praticar delitos contra o patrimônio sem deixar rastros que
pudessem incriminá-lo. Já cansando da impunidade, Wilson,
policial e irmão de uma das vítimas de Ricardo, decide que irá
empenhar todos os seus esforços na busca de uma maneira
para prender, em flagrante, o facínora.
Assim, durante meses, se faz passar por amigo de Ricardo e,
com isso, ganhar a confiança deste. Certo dia, decidido que
havia chegada a hora, pergunta se Ricardo poderia ajudá-lo na
próxima empreitada. Wilson diz que elaborou um plano
perfeito para assaltar uma casa lotérica e que bastaria ao amigo
seguir as instruções. O plano era o seguinte: Wilson se faria
passar por um cliente da casa lotérica e, percebendo o melhor
momento, daria um sinal para que Ricardo entrasse no referido
estabelecimento e anunciasse o assalto, ocasião em que o
ajudaria a render as pessoas presentes. Confiante nas suas
próprias habilidades e empolgado com as ideias dadas por
Wilson, Ricardo aceita. No dia marcado por ambos, Ricardo,
seguindo o roteiro traçado por Wilson, espera o sinal e, tão
logo o recebe, entra na casa lotérica e anuncia o assalto.
Todavia, é surpreendido ao constatar que tanto Wilson quanto
todos os “clientes” presentes na casa lotérica eram policiais
disfarçados. Ricardo acaba sendo preso em flagrante, sob os
aplausos da comunidade e dos demais policiais, contentes pelo
sucesso do flagrante. Levado à delegacia, o delegado de plantão
imputa a Ricardo a prática do delito de roubo na modalidade
tentada.
Nesse sentido, atento tão somente às informações contidas no
enunciado, responda justificadamente:
A) Qual a espécie de flagrante sofrido por Ricardo? (Valor:
0,80 )
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B) Qual é a melhor tese defensiva aplicável à situação de
Ricardo relativamente à sua responsabilidade jurídico-
penal? (Valor: 0,45 )
RESPOSTAS
A) trata-se de flagrante preparado/provocado/crime de
ensaio/delito putativo por obra do agente provocador, o
que torna a prisão ilegal devendo ser imediatamente
relaxada.
B) considerando os fatos narrados e considerando que o bem
jurídico patrimônio nunca esteve em risco, a melhor tese
defensiva a ser aplicada em favor do Ricardo é de crime
impossível. Isso é possível segundo artigo 17 do Código Penal
que diz:
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta
do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível
consumar-se o crime.
E ainda em razão da Súmula 145 do STF, que diz: “não há crime
quando a preparação do flagrante pela policia torna impossível
a sua consumação”
3ª QUESTÃO
Félix, objetivando matar Paola, tenta desferir-lhe diversas
facadas, sem, no entanto, acertar nenhuma. Ainda na tentativa
de atingir a vítima, que continua a esquivar-se dosgolpes, Félix
aproveitando-se do fato de que conseguiu segurar Paola pela
manga da camisa, empunha a arma. No momento, então, que
Félix movimenta seu braço para dar o golpe derradeiro, já
quase atingindo o corpo da vítima com a faca, ele opta por não
continuar e, em seguida, solta Paola que sai correndo sem ter
sofrido sequer um arranhão, apesar do susto.
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10637960/artigo-17-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
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Nesse sentido, com base apenas nos dados fornecidos, poderá
Félix ser responsabilizado por tentativa de homicídio?
Justifique. (Valor: 1,25)
Obs.: A resposta que contenha apenas as expressões “sim” ou “não”
não será pontuada, bem como a mera indicação de artigo legal ou a
resposta que apresente teses contraditórias.
RESPOSTAS
Félix não deverá responder por tentativa de homicídio, tendo
em vista que de forma consciente desistiu voluntariamente de
seguir com a execução do crime de homicídio, exatamente
como diz a primeira parte do artigo 15 do código Penal:
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de
prosseguir na execução ou impede que o resultado se
produza, só responde pelos atos já praticados.
OBS – notem que a questão pergunta foi apenas sobre o crime
de homicídio
4ª QUESTÃO
Marcos, jovem inimputável conforme o Art. 26 do CP, foi
denunciado pela prática de determinado crime. Após o regular
andamento do feito, o magistrado entendeu por bem aplicar
medida de segurança consistente em internação em hospital
psiquiátrico por período mínimo de 03 (três) anos. Após o
cumprimento do período supramencionado, o advogado de
Marcos requer ao juízo de execução que seja realizado o exame
de cessação de periculosidade, requerimento que foi deferido. É
realizada uma rigorosa perícia, e os experts atestam a cura do
internado, opinando, consequentemente, por sua
desinternação. O magistrado então, baseando-se no exame
pericial realizado por médicos psiquiatras, exara sentença
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10638023/artigo-15-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10637167/artigo-26-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
https://www.jusbrasil.com.br/
determinando a desinternação de Marcos. O Parquet,
devidamente intimado da sentença proferida pelo juízo da
execução, interpõe o recurso cabível na espécie.
A partir do caso apresentado, responda, fundamentadamente,
aos itens a seguir.
A) Qual o recurso cabível da sentença proferida pelo
magistrado determinando a desinternação de Marcos?
(Valor: 0,75)
B) Qual o prazo para interposição desse recurso? (Valor:
0,25)
C) A interposição desse recurso suspende ou não a eficácia
da sentença proferida pelo magistrado? (Valor: 0,25)
RESPOSTAS
A) pelo fato do momento processual cuidar da execução da
medida de segurança, assim como seria caso tratar-se de pena,
o recurso cabível é o agravo em execução conforme 197 da lei
de execucoes penais.
B) o prazo para esse recurso é de 5 dias conforme súmula 700
do STF:
STF Súmula nº 700 - Prazo para Interposição de Agravo -
Execução Penal
É de cinco dias o prazo para interposição de agravo contra
decisão do juiz da execução penal.
C) O recurso nesse caso deverá sim ter efeito suspensivo, haja
vista que a norma contida no artigo 179 da lei nº 7.210/84,
determina a expedição da ordem de desinternação.
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11682587/artigo-197-da-lei-n-7210-de-11-de-julho-de-1984
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/109222/lei-de-execu%C3%A7%C3%A3o-penal-lei-7210-84
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11683847/artigo-179-da-lei-n-7210-de-11-de-julho-de-1984
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/109222/lei-de-execu%C3%A7%C3%A3o-penal-lei-7210-84
https://www.jusbrasil.com.br/
Meus prezados, estou na torcida por todos!
#força
Disponível em: https://fabriciocorrea.jusbrasil.com.br/art igos/121941789/questoes-
corrigidas-e-comentadas-prova-da-oab-xii-exame-fgv-09-02-2014
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