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9 MATERIA Teoria e Prática Desportiva Fundamentos Metodológicos do Ensino do Handebol

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FACULDADE ÚNICA 
DE IPATINGA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Marcelo Guimarães Silva 
 
Doutor em Engenharia Mecânica e Ciência pela Universidade Estadual Paulista Júlio de 
Mesquita Filho (2016). Mestre em Engenharia Mecânica e Ciência pela Universidade 
Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2012). Graduado em Educação Física pela Escola 
Superior de Educação Física de Cruzeiro (2003). Atualmente faz Pós-Doutorado em 
Engenharia Mecânica e Ciências pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita 
Filho. É membro da Sociedade Brasileira de Biomecânica e membro titular do comitê de 
Ética e Pesquisa. 
FUNDAMENTOS DA METODOLOGIA DO 
ENSINO DO HANDEBOL 
1ª edição 
Ipatinga – MG 
2021 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
FACULDADE ÚNICA EDITORIAL 
 
Diretor Geral: Valdir Henrique Valério 
Diretor Executivo: William José Ferreira 
Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Cristiane Lelis dos Santos 
Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Gilvânia Barcelos Dias Teixeira 
Revisão Gramatical e Ortográfica: Izabel Cristina da Costa 
Revisão/Diagramação/Estruturação: Bárbara Carla Amorim O. Silva 
 Bruna Luiza Mendes Leite 
 Carla Jordânia G. de Souza 
 Guilherme Prado Salles 
 Rubens Henrique L. de Oliveira 
Design: Brayan Lazarino Santos 
 Élen Cristina Teixeira Oliveira 
 Maria Luiza Filgueiras 
 Taisser Gustavo de Soares Duarte 
 
 
 
 
 
© 2021, Faculdade Única. 
 
Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autorização 
escrita do Editor. 
 
 
 
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920. 
 
 
 
 
 
NEaD – Núcleo de Educação a Distância FACULDADE ÚNICA 
Rua Salermo, 299 
Anexo 03 – Bairro Bethânia – CEP: 35164-779 – Ipatinga/MG 
Tel (31) 2109 -2300 – 0800 724 2300 
www.faculdadeunica.com.br
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
Menu de Ícones 
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo 
aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. Eles 
são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um 
com uma função específica, mostradas a seguir: 
 
 
 
São sugestões de links para vídeos, documentos 
científicos (artigos, monografias, dissertações e teses), 
sites ou links das Bibliotecas Virtuais (Minha Biblioteca e 
Biblioteca Pearson) relacionados com o conteúdo 
abordado. 
 
Trata-se dos conceitos, definições ou afirmações 
importantes nas quais você deve ter um maior grau de 
atenção! 
 
São exercícios de fixação do conteúdo abordado em 
cada unidade do livro. 
 
São para o esclarecimento do significado de 
determinados termos/palavras mostradas ao longo do 
livro. 
 
Este espaço é destinado para a reflexão sobre 
questões citadas em cada unidade, associando-o a 
suas ações, seja no ambiente profissional ou em seu 
cotidiano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
O PROCESSO EVOLUTIVO DA PRÁTICA DO HANDEBOL.......................... 8 
 INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 8 
 O PROCESSO DE CRIAÇÃO E A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO HANDEBOL.......... 8 
 HANDEBOL COMO EXPRESSÃO DA CULTURA CORPORAL DO MOVIMENTO .. 11 
 PANORAMA SOBRE A PRÁTICA DO HANDEBOL NO BRASIL E NO MUNDO ..... 14 
FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 19 
FUNDAMENTOS TÉCNICOS DO HANDEBOL ........................................... 24 
FIXANDO O CONTEÚDO ....................................................................................... 37 
SISTEMAS DE JOGO NO HANDEBOL....................................................... 43 
3.5.1 Sistemas Ofensivos ......................................................................... 55 
3.5.2 Sistemas Defensivos ....................................................................... 56 
FIXANDO O CONTEÚDO ....................................................................................... 59 
A PEDAGOGIA DO HANDEBOL .............................................................. 65 
FIXANDO O CONTEÚDO ....................................................................................... 79 
REGULAMENTAÇÃO E ARBITRAGEM NO HANDEBOL ............................ 84 
FIXANDO O CONTEÚDO ..................................................................................... 103 
 
 
UNIDADE 
01 
UNIDADE 
02 
UNIDADE 
03 
UNIDADE 
04 
UNIDADE 
05 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
O HANDEBOL ENQUANTO PRÁTICA ESPORTIVA DE ALTO RENDIMENTO
 ............................................................................................................... 108 
FIXANDO O CONTEÚDO ..................................................................................... 121 
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO ............................................. 125 
REFERÊNCIAS ......................................................................................... 126 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE 
06 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
CONFIRA NO LIVRO 
 
A Unidade I explora a compreensão do processo evolutivo e 
histórico do handebol no Brasil e no Mundo, destacando sua relação 
não somente com a formação cultural do país, como também 
inserida nas aulas de Educação Física Escolar. 
A Unidade II destaca a importância de compreender os 
fundamentos técnicos e habilidades específicas dos jogadores de 
linha e goleiro, aplicados ao handebol, em situações específicas do 
jogo/partida. 
 
 
Na Unidade III o foco será direcionado ao reconhecimento dos 
diferentes esquemas/sistemas táticos na estruturação de uma 
equipe, em diferentes situações que ocorram em uma partida, de 
ataque, defesa, contra-ataque, entre outras. 
A Unidade IV traz os jogos pré-desportivos como ferramentas a 
serem desenvolvidas no processo ensino-aprendizagem do 
handebol, e ainda a modalidade entendida como meio de 
desenvolvimento dos aspectos sociais e de inclusão. 
 
 
A Unidade V tem como finalidade, a identificação das principais 
regras da modalidade, a importância da arbitragem e da súmula 
aplicadas ao handebol enquanto compreendido como prática 
formal. 
Na Unidade VI o reconhecimento dos aspectos relacionados à 
preparação física, técnica, tática e psicológica serão investigados, 
e ainda a estruturação de uma equipe, no que tange a 
organização, o controle e a avalição do desempenho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
O PROCESSO EVOLUTIVO DA 
PRÁTICA DO HANDEBOL 
 
 
 
 INTRODUÇÃO 
O esporte é considerado um fenômeno sociocultural que movimenta algo que 
vai muito mais além do que a prática de alguma modalidade em si, uma vez que é 
capaz de trazer consigo algo que é inerente ao ser humano: as emoções que 
envolvem o jogo nos mais diferentes âmbitos, seja no lazer, educacional ou mesmo 
de rendimento. Nesse contexto, encontra-se uma das modalidades mais 
competitivas que se conhece quando se fala em prática desportiva, os esportes 
coletivos, como exemplo, o handebol. 
 Particularmente, no Brasil, embora ainda sofra com a não valorização dos 
veículos de comunicação (exemplo: transmissão de jogos pela televisão aberta) e 
estando ainda um pouco longe da popularidade do vôlei e do basquete, é a 
segunda modalidade mais praticada nas escolas brasileiras, atrás somente do futsal. 
E além do mais, é notório seu crescimento quando comparado há décadas atrás. 
 O handebol pode ser considerado uma prática esportiva que aos poucos 
vêm ganhando espaço em nosso país, sobretudo a sua já reconhecida expansão 
mundial, tanto entre os homens quanto entre as mulheres, o handebol traz 
interessantes desafios em sua prática e pode ser desenvolvido com diferentes fins, do 
pedagógico ao competitivo. 
 É importante destacar emrelação a sua origem e evolução que embora 
praticado com as mãos, é considerado uma modalidade esportiva revolucionária de 
certa maneira, pois apresentou uma nova maneira de fazer o gol, ou seja alcançar 
a meta adversária, por meio de aspectos similares ao futebol/futsal e ao basquetebol, 
ambos modalidades consideradas “esportes de invasão” porém com a dinâmica de 
jogo desenvolvida a partir das especificidades que carregam a modalidade desde 
a sua concepção e consolidação em cenário nacional e mundial. 
 
 O PROCESSO DE CRIAÇÃO E A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO HANDEBOL 
UNIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
Embora existam diferentes visões a respeito do início/origem do handebol, 
assim como outras modalidades esportivas, existem muitas sugestões divergentes 
acerca do surgimento do handebol, entretanto, pode-se entender que o handebol 
surgiu a partir da modificação de outros jogos disputados com as mãos em contato 
com a bola. 
Para Almeida e Dechechi (2012) o handebol pode ser descrito como um jogo 
coletivo, jogado com as mãos, cujo objetivo é marcar mais gols que o adversário. De 
forma global, podemos considerar o handebol um tanto quanto parecido com o 
futebol, mais precisamente o futsal, por serem modalidades desenvolvidas em 
quadras, com a diferença obvia que o handebol é jogado com as mãos e, por isso, 
recebe este nome em inglês (handball): hand = mão e ball = bola. 
Em relação a sua criação, os primeiros relatos ocorreram na Grécia Antiga (600 
a.C.), em que um jogo conhecido como “Urania”, descrito por Homero na Odisseia, 
era praticado com uma bola do tamanho de uma maçã, com as mãos e sem balizas. 
E ainda, o médico Claudius Galenus relatou que em Roma (130-200 d.C.) se praticava 
um jogo com as mãos denominado Harpaston (ALMEIDA; DECHECHI, 2012). 
Na Idade Média também temos exemplos de jogos de bola com as mãos, 
como o Fangballspiel (jogo de pegar a bola), que aparece nos versos do poeta lírico 
alemão Walther von der Vogelweide, entre os anos 1170 e 1230. Um fato histórico 
interessante acerca da prática do handebol, ocorreu na França (1494-1533), onde o 
escritor Rabelais citou o Esprés Jouaiant à Balle, à la Paume. No final do século XVIII, 
os inuítes da Groenlândia jogavam um jogo similar ao handebol, conforme descreve 
Tenroler (2004). 
Até chegar-se ao formato que conhecemos atualmente, o handebol passou 
ainda por algumas transformações, sendo reconhecido em toda Europa já no 
formato mais atualizado, inicialmente na Áustria e na Suíça e, depois, na Alemanha, 
onde se tornou oficial em 1920, após sua introdução feita por Karl Schellenz, em 1915. 
De acordo com Almeida e Dechechi (2012), a prática do handebol de campo 
pode ser considerada como a primeira manifestação da prática do handebol, e que 
foi oficializada pouco tempo depois, tornando-se popular graças aos professores 
alemães de ginástica que utilizavam o jogo como alternativa para o futebol, 
principalmente para as mulheres. Essa modalidade era disputada por onze jogadores 
em cada equipe, em um campo com dimensões semelhantes às do futebol. O 
professor Schellenz, além de oficializar a modalidade, foi também responsável por 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
divulgar o handebol de campo, uma vez que havia muitos estrangeiros que 
praticavam, e estes consequentemente, difundiram suas regras por diversos países, 
conforme destaca (ALMEIDA; DECHECHI, 2012). Porém, o handebol de campo se 
estabeleceu completamente quando Carl Diem, diretor da Escola Superior de 
Educação Física Alemã, reconheceu oficialmente o jogo como esporte, em 1920. Em 
1925, foi disputada a primeira partida internacional de handebol, entre Alemanha e 
Áustria, vencida pelos austríacos por 6 a 3 (CONFEDERAÇÃO INTERNACIONAL DO 
HANDEBOLL, 2010). 
A partir de 1927, as regras alemãs foram consideradas, então, as oficiais a 
serem aplicadas ao redor do mundo, além de ter sido solicitada a inclusão do esporte 
no programa olímpico, o que se deu em 1934, por meio do Comitê Olímpico 
Internacional – COI (TENROLER, 2004). 
Já em 1936, o handebol alcançou um dos momentos mais marcantes de sua 
trajetória histórica, quando tornou-se de fato uma das modalidades esportivas 
presentes nas Olimpíadas de Berlim. Vale destacar que ainda naquele período, a 
modalidade era praticada em campos, porém, em 1938, também na Alemanha, foi 
disputado o primeiro campeonato mundial, tanto no campo quanto no salão 
(quadra). E em 1946, criou-se a Federação Internacional de Handebol – IHF (em 
inglês), cuja sede atual está localizada na Suíça. 
Em adição, uma outra modalidade do handebol, o de quadra, originado do 
Haandbold dinamarquês, como é praticado atualmente, começou a ganhar muitos 
adeptos desde então, devido a duas razões principais: a primeira, pelas condições 
climáticas dos países escandinavos, e a segunda, por ser mais veloz e não concorrer 
pelo espaço do campo com o futebol. Entretanto, conforme detalha Almeida e 
Dechechi (2012) sua prática ficou limitada aos países escandinavos, devido ao 
inverno rigoroso, tinham que buscar algo para exercitarem-se mesmo nesses 
períodos, e então o handebol surgiu como uma excelente alternativa. Vale destacar 
acerca das regras que estas foram unificadas e internacionalizadas somente em 
1934, a partir do Congresso da FIHA, em Estocolmo, Suécia. 
Aos poucos, de acordo com Almeida e Dechechi (2012), passou-se a praticar 
o handebol apenas no salão/quadra, possivelmente, devido ao clima do inverno 
europeu rigoroso, em que manteve-se o campo para a prática do futebol, e as 
quadras, pelas características do piso serem mais adequadas à prática do handebol, 
sobretudo pelo quicar da bola, e a velocidade necessária para o desenvolvimento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
das partidas. E isso corroborou para que de fato, em 1966, suspendeu-se a realização 
de campeonatos de campo, mantendo-se somente a prática em quadras, e após 
um período sem participações nas Olimpíadas, o handebol voltou a ser uma das 
modalidades presentes nos Jogos Olímpicos de Montreal (1976), com regras 
reformuladas e partidas disputadas apenas em quadra (FRANKE, 2018; TENROLER, 
2004). 
 
 
 
 HANDEBOL COMO EXPRESSÃO DA CULTURA CORPORAL DO MOVIMENTO 
A cultura corporal do movimento é entendida como uma maneira de produzir, 
reproduzir e criar a cultura de um povo por meio dos movimentos corporais, podendo 
ser apresentadas com diversas roupagens e formas. Assim, as práticas corporais são 
apresentadas como fenômeno de estudo e como formas de expressão (BRASIL, 
1998): 
 
[...] Dentro desse universo de produções da cultura corporal de 
movimento, algumas foram incorporadas pela Educação Física como 
objetos de ação e reflexão: os jogos e brincadeiras, os esportes, as 
danças, as ginásticas e as lutas, que têm em comum a representação 
corporal de diversos aspectos da cultura humana. São atividades que 
ressignificam a cultura corporal humana e o fazem utilizando ora uma 
intenção mais próxima do caráter lúdico, ora mais próxima do 
pragmatismo e da objetividade. 
 
De fato, o ser humano sempre produziu cultura; sua história é uma história de 
cultura, conforme é mencionado nos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs 
(BRASIL, 1998). Neste sentido, é de esperar-se que a cultura esteja associado a um 
conjunto de fazeres com sentido, significado e relevância, no qual a cultura é 
constantemente transformada de acordo com o contexto. Portanto, cultura pode ser 
definida como o produto da sociedade, da coletividade a qual o indivíduo pertence. 
E ainda de acordo com os PCNs (1998), cabe ao homem transformar-se a partir de 
suas relações sociais buscando adaptar-se em condições/situações diferentes. E por 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
fim, o documento traz uma importante contextualização, a qual está associada à 
fragilidade de recursos biológicos encontradas na antiguidade, o que mostrou a 
necessidade dereinventar-se, cujo contexto histórico nos apresenta um “homem” 
que buscava constantemente novos recursos para suprir as insuficiências do período, 
por meio de diferentes aspectos, dentre os quais: a busca por uma maior eficiência 
na execução dos movimentos, uma melhor amplitude e domínio do uso de espaço, 
além de aperfeiçoamento relacionado às tecnologias de caça, pesca e agricultura, 
seja por razões religiosas, comemorativas ou lúdicas. Nota-se, que todo essa 
transformação que vem ocorrendo desde o início dos tempos está em constante 
evolução, assim como a humanidade em geral, deixando claro que essas em 
representações podem, de fato, serem chamadas de cultura corporal do 
movimento. 
A partir deste contexto, entender o handebol como modalidade esportiva 
coletiva que cresce e tem se tornado referência em diferentes cenários, torna-se 
fundamental, sobretudo por tratar-se de uma prática dinâmica, capaz de 
desenvolver vários aspectos sociais, cognitivos e motores, tais, como cooperação, 
sociabilização e inclusão, lateralidade, agilidade e flexibilidade, além de habilidades 
como correr, saltar e arremessar, conforme descreve Gallati (2004), e que 
representam a cultura corporal do movimento, conforme pode ser visto pela 
evolução ocorrida na modalidade ao longo dos tempos. 
É importante também pensarmos no handebol e suas possibilidades, inseridas 
no contexto sócio-cultural esportivo, tendo em vista sua representatividade 
alcançada no ambiente educacional. Tendo em vista que o fenômeno “esporte” 
está esporte presente na vida dos indivíduos, este deve ser trabalhado nos conteúdos 
curriculares, haja vista sua enorme contribuição para a formação do indivíduo, 
preparando-o para a sociedade, e que tem na Educação Física Escolar, um dos 
melhores mecanismos de fazê-lo de forma real, transformadora e significativa. Assim, 
a sua presença na escola tem como objetivo a formação do cidadão para atuação 
direta na sociedade, assim como outras modalidades esportivas, jogos, brincadeiras, 
entre outros possuem um papel significativo dentro deste contexto (GALLATI, 2010; 
PAES, 2002). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
 
 
De acordo com Galatti et al. (2010), os esportes coletivos possuem diversas 
características importantes que devem ser exploradas pelo professor dentro do 
contexto das aulas, que resgatem diversos valores diretamente conectados à 
formação do cidadão de forma integral. Reforça-se a ideia de complementaridade, 
de agregar-se às atividades práticas propostas pelo professor de Educação Física, 
por meio de um vasto material associado as questões técnicas, táticas, de regras, e 
valores morais que não se restringem somente a sala de aula. 
Uma maior organização no processo de ensino e aprendizagem destas 
modalidades, faz-se necessário, dando a estas um caráter pedagógico mais 
direcionado ao que deve ser tratado como formal, usufruindo da prática em todas 
as suas possibilidades. Desta forma, é possível estender sua presença na escola, 
visando ampliar aspectos relacionados ao lado afetivo, psicomotor e cognitivo dos 
alunos (GALATTI et al., 2010). 
Neste sentido, cabe ao professor de educação física buscar uma prática 
pedagógica pautada na cultura corporal do movimento, assim como descreve 
Daolio (2004), que, além da ludicidade e das diferentes experiências motoras, 
possibilite a construção de valores como cooperação, integração, respeito aos 
adversários, favorecendo a análise e a construção crítica do conhecimento, 
buscando atender as necessidade e expectativas do grupo, e a ferramenta 
handebol apresenta de fato, os requisitos necessários para que este desenvolvimento 
ocorra da forma mais eficaz o quanto possível. 
 Para explicar seu raciocínio com relação à ressignificação do conceito de 
cultura na Educação Física a partir do início dos anos de 1980, Daolio (2004, p. 41) 
afirma que: 
A discussão de cultura estaria libertando a educação física dos 
chamados elementos da ordem, a subjetividade, o indivíduo e a 
história, para permitir sua transformação em elementos de desordem, 
a intersubjetividade, a individualidade e a historicidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
 
 
Enfim, a cultura corporal tem a intenção de ser socialmente compartilhada, 
como uma prática ativa e valorizada pela sociedade; assim, figura-se como um 
objeto de estudo e apreciação. Tendo em vista que a cultura corporal pode ser 
entendida como um amplo espectro de conhecimento, como ginástica, 
condicionamento físico para a saúde, motricidade, esporte e manifestações 
corporais tradicionais, é mais do que evidente a compreensão do handebol como 
uma das possibilidades de modalidades esportivas coletivas que podem explorar de 
forma positiva esse aspecto. 
 
 PANORAMA SOBRE A PRÁTICA DO HANDEBOL NO BRASIL E NO MUNDO 
De fato o handebol enquanto jogo desportivo propriamente dito, com todas 
as especificações que conhecemos, passou por várias modificações, a destacar 
que passou de uma prática inicial realizada em campo para o que é praticado 
atualmente, em quadra. 
 O handebol de campo foi a primeira forma da modalidade a ser oficializada 
e tornou-se popular graças aos professores alemães de ginástica que utilizavam o 
jogo como alternativa para o futebol, principalmente para as mulheres. Max Heiser 
desenvolvia um jogo ao ar livre para as operárias da fábrica Siemens, que era 
derivado do Torball, sendo que, em 1917, elaborou as primeiras regras oficiais do 
handebol para mulheres. Em 1919, Karl Schellenz reformulou as regras para os 
homens, publicando-as pela Federação Alemã de Ginástica conforme descreve 
(FRANKE, 2018). 
 No que tange o handebol, enquanto modalidade esportiva mundialmente 
reconhecida, um dos aspectos considerados fundamentais para esse “status”, de 
acordo com Souza (2012), foi a sua inclusão pelo COI – Comitê Olímpico 
Internacional, como modalidade integrante do quadro de modalidades esportivas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
olímpicas, fato que ocorreu em 1936, nos Jogos Olímpicos de Berlim. Naquela edição 
das Olimpíadas, a modalidade ainda exclusiva para os homens, foi representada 
por apenas seis países, os quais participaram do torneio, tendo a Alemanha 
conquistado a medalha de ouro ao vencer a Áustria por 10 a 6 na final, partida esta 
que foi disputada no Olympia Stadium diante de um público de 100 mil pessoas. 
Como fato histórico, é importante ressaltar que durante a competição, a 
Federação Internacional de Handebol (FIHA) realizou um congresso que reuniu 
quarenta representantes de nações filiadas no intuito de discutir o futuro da 
modalidade e sua expansão a outros países ao redor mundo (INTERNATIONAL 
HANDBALL FEDERATION, 2010). 
Por outro lado, a estreia do handebol de quadra em jogos olímpicos 
aconteceu, de fato, em 1972, na cidade de Munique, Alemanha, com o handebol 
masculino, e em 1976, na cidade de Montreal, Canadá, o handebol feminino 
(FERREIRA [s.d.] apud FRANKE, 2018). 
 Por essa razão, podemos considerar que o handebol é uma modalidade 
esportiva que se espalhou pelo mundo e atualmente existem diversas competições 
que ocorrem a nível nacional e internacional, dentre as quais merecem destaque o 
Campeonato Mundial de Handebol nas categorias feminina e masculina. Outro 
aspecto importante a destacar é a fundação, em 1999, da IHFA – International 
Handball Federation (em inglês), com sede na Basileia, Suíça, foi fundada em 11 de 
julho de 1946. Esse órgão é responsável pelo esporte a nível mundial, e de acordo 
com os números recentes, é praticado em mais de 180 países do mundo. 
No Brasil, apesar de ser uma modalidade que não possui o mesmo 
reconhecimento se comparado à outras modalidades esportivas de quadra, 
percebe-se um crescimento da modalidade, principalmente no meio escolar, 
ocupando atualmente o segundo lugar na preferência dos estudantes 
(CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE HANDEBOLL,2018), embora a divulgação da 
modalidade ainda careça de maior espaço na mídia, haja vista encontra-se abaixo 
do voleibol, bem como do futebol, o que é considerado um fator complicador para 
que o crescimento seja mais significativo ainda. 
A história do handebol é considerada recente em nosso país, principalmente 
em comparação a outros esportes coletivos. Apesar disso, podemos perceber sua 
ascensão, com um aumento vertiginoso em relação à sua prática em escolas e 
clubes, além de sua consequente popularização na nossa sociedade (FRANKE, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
2018). 
De acordo com Almeida e Dechechi (2012) a prática do handebol no Brasil 
teve início na década de 1930, devido a inúmeros imigrantes europeus, mais 
precisamente, alemães, que se estabeleceram nas regiões sul e sudeste do Brasil, os 
quais praticavam o handebol de campo. Um fato histórico marcante acerca do 
handebol o Brasil foi a fundação da Federação Paulista de Handebol (FPH) 
considerada pioneira da modalidade a ser instituída no país, em 1940, presidida na 
época por Otto Schemelling. 
É importante destacar que naquele período, jogava-se ainda o handebol de 
campo. Entretanto, em 1954, disputou-se o Primeiro Torneio Aberto de Handebol de 
Quadra no Brasil, organizado pela FPH – Federação Paulista de Handebol, sendo 
realizado no Esporte Clube Pinheiros. A modalidade agradou tanto os praticantes 
que a CBD, órgão que regia nacionalmente o desporto amador na época e foi 
precursor do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), criou o departamento de handebol, 
responsável pela organização de campeonatos em várias categorias no território 
nacional, conforme mantém-se até os dias atuais (Confederação Brasileira de 
Handebol, 2010) 
Por muitos anos, a prática do handebol limitou-se ao estado de São Paulo, até 
que um professor de origem francesa, chamado Augusto Listello, apresentou o 
esporte (durante um encontro internacional para profissionais da área na cidade de 
Santos) a outros professores que ministravam aulas em outros estados do Brasil, os 
quais, por sua vez, introduziram o esporte em suas respectivas escolas e estados 
(ALMEIDA; DECHECHI, 2012). 
De acordo com Tenroler (2004) e Franke (2018), outro importante 
acontecimento que auxiliou na promoção do handebol no Brasil consistiu na sua 
inclusão entre as modalidades que faziam parte dos Jogos Estudantis Brasileiros (JEB) 
e dos Jogos Universitários Brasileiros (JUB). Isso se deu no ano de 1971 por uma 
iniciativa do Ministério da Educação (MEC), o que culminou em uma maior 
disseminação do handebol pelo país, com resultados positivos e títulos conquistados 
por diferentes estados. 
Almeida e Dechechi (2012) destacam que ainda na década de 1970, mais 
precisamente em 1979, foi fundada a Confederação Brasileira de Handebol (CBHb) 
o que deu à modalidade um caráter de maior profissionalismo e a condição de 
esporte, de fato, não estando restrita sua prática somente no âmbito 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
informal/amador. E então, em 1980, realizou-se na cidade de São Paulo, a primeira 
edição da Taça Brasil de Clubes. 
Em relação à participação da seleção brasileira em âmbito mundial, temos 
os Jogos Olímpicos, competição considerada a mais importante de todas, na qual 
o Brasil participou pela primeira vez em 1992 (Barcelona) com a seleção masculina 
e ficou na 12ª colocação. Um fato importante a destacar é que a vaga da seleção 
brasileira, e consequentemente sua participação nessa Olimpíada foi possível 
somente pelo fato da seleção cubana, dona da vaga pan-americana naquele 
momento, ter desistido de participar daquela edição dos Jogos. Em 1996, nas 
Olimpíadas de Atlanta, o Brasil disputou a competição sob a mesma condição de 
1992 (a desistência de Cuba) e ficou com 11ª colocação. Nos Jogos Pan-americanos 
de Winnipeg, em 1999, o Brasil conquistou a medalha de prata com a seleção 
masculina e a medalha de ouro com a seleção feminina. Esse resultado garantiu à 
seleção brasileira feminina uma vaga para disputar sua primeira olimpíada, em 
Sydney, em 2000, a qual terminou em oitavo lugar (ALMEIDA; DECHECHI 2012). 
Portanto vemos que com o passar dos anos, o Brasil vem alcançando posições mais 
representativas no cenário mundial, embora muito aquém do que obtém os países 
europeus, onde se encontra a hegemonia da modalidade. 
No continente americano, todavia, o Brasil estabeleceu hegemonia graças à 
conquista da medalha de ouro com as seleções masculina e feminina no Pan de 
Santo Domingo, em 2003, repetindo-se o feito no Pan do Rio de Janeiro em 2007. No 
Campeonato Mundial Masculino Adulto, disputado em 2009 na Croácia, o Brasil 
ficou em 21º lugar. No feminino, o Brasil foi o 15º colocado no Mundial da China, 
também em 2009 (ALMEIDA; DECHECHI, 2012). Em 2010, o handebol brasileiro teve 
um momento de destaque no cenário mundial quando obteve excelentes 
resultados nos Jogos Olímpicos da Juventude em Singapura, conquistando a 
medalha de bronze no feminino e a quarta colocação no masculino (COB, 2010 
apud ALMEIDA; DECHECHI, 2012). 
Em 2016, no Campeonato Pan-Americano, em Buenos Aires, o Brasil superou 
o Chile e conquistou o tricampeonato continental da modalidade. Em Olimpíadas, 
o melhor resultado do handebol masculino adulto foi o 7º lugar conquistado nas 
Olímpiadas disputadas no Rio de Janeiro (2016), além do 9º lugar obtido no último 
Mundial disputado na Alemanha/Dinamarca. No feminino, o melhor desempenho 
foi obtido nas Olímpiadas do Rio de Janeiro (2016) com o 5º lugar; e em mundiais, o 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 
handebol feminino brasileiro alcançou a maior conquista em 2013 (Sérvia), onde 
sagrou-se campeã, conquistando o tão sonhado ouro inédito (CONFEDERAÇÃO 
BRASILEIRA DE HANDEBOLL, 2019). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. A história do handebol é considerada recente em nosso país, principalmente em 
comparação a outros esportes coletivos. O handebol de quadra amplamente 
praticado, desde então, sofreu inúmeras contestações até a sua afirmação como 
modalidade esportiva de fato, destacando-se importantes fatos históricos, os quais 
foram marcantes para o reconhecimento da modalidade, como esporte formal, em 
nosso país. 
 
Neste sentido, assinale a alternativa que apresente um fato histórico que ajudou a 
alavancar a prática do handebol de quadra no Brasil. 
 
a) A organização do Primeiro Campeonato Brasileiro Juvenil de Handebol Masculino, 
feita pela CBD, no ano de 1979, na cidade do Rio de Janeiro. 
b) A fundação da Confederação Brasileira de Handebol (CBHb), ocorrida em 
fevereiro de 1974, na cidade de Porto Alegre. 
c) A participação pela primeira vez das seleções masculina e feminina do Brasil em 
Olimpíadas, ocorrida em Sidney (2000). 
d) Inclusão, no ano de 1971, do handebol como uma das modalidades que faziam 
parte dos Jogos Estudantis Brasileiros (JEB) e dos Jogos Universitários Brasileiros (JUB). 
e) A realização em 1949 do Primeiro Torneio Aberto de Handebol de quadra no Brasil, 
organizado pela FIHB e realizado no Esporte Clube Pinheiros. 
 
2. Embora existam diferentes visões a respeito da origem do handebol, alguns 
pesquisadores consideram que a modalidade surgiu a partir da modificação de 
outros esportes ou jogos, remontando a muitos séculos passados, desde a criação da 
bola e de jogos de pontaria com as mãos. 
 
Neste sentido, assinale a alternativa que apresente alguns destes fatores 
preponderantes para a modificação do ambiente de jogo do handebol. 
 
a) Em virtude, possivelmente, do inverno americano rigoroso, e da preferência em 
utilizar o campo para a prática do críquete. 
b) Visando otimizar uma característica fundamental no jogo de handebol que pôde 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
 
ser otimizada na quadra – a velocidade, além da preferência em utilizar o campo 
para a prática do futebol. 
c) Em virtude,possivelmente do número de espectadores considerado reduzido 
quando as partidas eram realizadas no campo, além do inverno europeu rigoroso. 
d) Devido a uma intervenção da federação internacional de handebol que exigia 
que os esportes coletivos deveriam ser praticados em quadras, além de explorar 
uma das características fundamentais encontradas no handebol – a velocidade 
e a resistência. 
e) Visando alcançar um número maior de praticantes ao redor do mundo, sobretudo, 
na ásia, além de estimular a sua prática entre as crianças e adolescentes, pois as 
dimensões da quadra eram menores, se comparadas ao de um campo de jogo. 
 
3. A origem do handebol é algo que gera algumas contradições, haja vista muitos 
consideram seu surgimento remontando a muitos séculos passados, a partir da 
modificação de outros esportes ou jogos, cujo objetivo era o manuseio da bola, com 
o objetivo de acertar um determinado alvo. Mesmo não se tratando do handebol 
enquanto prática esportiva, pode-se considerar este período como o princípio do 
que vemos desenvolvido atualmente na modalidade. 
Considerando a evolução histórica do handebol, avalie as afirmações a seguir. 
 
I. Para as mulheres, o jogo de handebol era utilizado como alternativa à prática do 
futebol. 
II. No final do século XV, os sulinos da Groenlândia jogavam um jogo similar ao 
handebol. 
III. O handebol, em 1934, torna-se, de fato uma das modalidades esportivas presentes 
nas Olimpíadas de Berlim, praticada por homens e mulheres. 
 
É correto o que se afirma somente em: 
 
a) I. 
b) III. 
c) I e II. 
d) II e III. 
e) I, II e III. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
4. A cultura corporal do movimento é algo que deve ser desenvolvido não somente 
em ambiente escolar, como muitos pensam. Trata-se de uma maneira de produzir, 
reproduzir e criar a cultura de um povo por meio dos movimentos corporais, podendo 
ser apresentadas com diversas roupagens e formas. Neste sentido, pode ser 
representada por diferentes mecanismos, dentre os quais: o esporte, e neste caso 
específico, os coletivos, onde se encaixa o handebol como representante das 
práticas corporais, que apresentam como fenômeno de estudo e como formas de 
expressão, o movimento humano por meio dos esportes. 
 
Tendo por base a afirmação acima, é correto afirmar que: 
 
a) A cultura corporal do movimento está presente somente nas brincadeiras e jogos. 
b) O handebol é capaz de ressignificar a cultura corporal humana. 
c) Por meio dos esportes é difícil de trabalhar-se a cultura corporal do movimento. 
d) O handebol em sua prática formal representa a cultura corporal do movimento. 
e) A cultura corporal do movimento está indiretamente ligada às práticas corporais. 
 
5. O handebol como modalidade esportiva coletiva deve ser entendido não apenas 
como uma modalidade esportiva, sobretudo no âmbito educacional, em que 
representam de forma evidente a cultura corporal do movimento, uma vez que o 
esporte está presente na vida dos indivíduos, nada mais significante ele estar inserido 
na escola, mais especificamente na disciplina Educação Física. Assim, a sua 
presença na escola tem como objetivo direto: 
 
a) Colaborar para a inserção dos cidadãos no mercado de trabalho, de forma 
direta, por meio da prática da modalidade. 
b) Orientar as escolas para receberem alunos-atletas, oferecendo-lhes o melhor 
mecanismo de preparação possível neste contexto. 
c) Formar os cidadãos para suas atuações diretas na sociedade, como seres ativos, 
participativos e transformadores do processo. 
d) Transformar vidas por meio da prática esportiva, e neste caso, o handebol 
enquanto lazer ou de rendimento seriam consideradas os eixos mais adequados 
de trabalho. 
e) Implementar conceitos acerca da aplicação do aprendizado desta modalidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
 
na vida em sociedade, sobretudo dos fundamentos técnicos e táticos. 
 
6. Um dos episódios mais importantes na consolidação do handebol no Brasil foi a 
criação da Confederação Brasileira de Handebol (CBHb). 
 
Em que ano isso ocorreu? 
 
a) 1973. 
b) 1980. 
c) 1982. 
d) 1979. 
e) 1970. 
 
7. No contexto brasileiro, o handebol, apesar de ser uma modalidade que não possui 
o mesmo reconhecimento se comparado à outras modalidades esportivas de 
quadra, percebe-se um crescimento da modalidade, principalmente no meio 
escolar, ocupando atualmente o segundo lugar na preferência dos estudantes 
(CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE HANDEBOLL, 2018), embora a divulgação da 
modalidade ainda careça de maior espaço na mídia, haja vista encontra-se abaixo 
do voleibol, bem como do futebol, o que é considerado um fator complicador para 
que o crescimento seja mais significativo ainda. 
 
Neste sentido, analise as assertivas a seguir, e assinale aquela que representa o fator 
preponderante para a inserção do handebol no contexto brasileiro? 
 
a) Competições de handebol em países vizinhos. 
b) A participação do Brasil em Jogos Para-Olímpicos. 
c) Redução dos praticantes de voleibol. 
d) Colonização de países escandinavos. 
e) Imigração alemã. 
 
8. O handebol é considerado uma modalidade esportiva que se espalhou pelo 
mundo, sendo que vem crescendo ao longo dos anos no Brasil. Existem diversas 
competições que ocorrem a nível nacional e internacional, dentre as quais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
merecem destaque o Campeonato Mundial de Handebol nas categorias feminina 
e masculina. 
 
O órgão responsável pela administração do handebol a nível mundial, é o: 
 
a) CbHb. 
b) IHFA. 
c) AHA. 
d) FIFA. 
e) IHF. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
 
FUNDAMENTOS TÉCNICOS DO 
HANDEBOL 
 
 
 
 INTRODUÇÃO 
Antes de falar sobre os fundamentos técnicos do handebol, é importante 
destacar a técnica, que de acordo com Almeida e Dechechi (2012) é o 
procedimento ou o seu conjunto, que têm como objetivo obter um determinado 
resultado, seja no campo da ciência, da tecnologia, das artes ou no esporte, como 
no caso do handebol, por exemplo. 
Vieira e Freitas (2007) descrevem a técnica no handebol como um elemento 
fundamental que viabiliza toda a concepção do jogo, e serve de apoio ao plano 
tático, uma vez que está apoiada nos fundamentos técnicos. Trata-se, neste sentido, 
da execução dos movimentos ou dos fundamentos técnicos do jogo, e depende de 
alguns aspectos importantes, a destacar: as capacidades físicas e as habilidades 
motoras gerais e específicas dos participantes, além dos aspectos cognitivos, muito 
utilizados nas tomadas de decisões e estratégias a serem adotadas da equipe. 
De fato, a fundamentação técnica também se baseia no processo de 
aprendizagem e desenvolvimento de algumas competências mínimas e específicas 
para o desempenho da modalidade, conforme descreve Abreu e Bergamaschi 
(2016), mostrando a importância do refinamento da técnica como elemento 
primordial para a execução otimizada do gesto técnico de cada jogador. 
É importante entender que os fundamentos técnicos de uma modalidade 
esportiva podem ser considerados os elementos que trazem à modalidade o status 
de prática esportiva, mesmo que não-formal, a execução destes fundamentos 
básicos deve ser implementada, no intuito de buscar-se o melhor desenvolvimento 
do jogo em si. 
De fato, o êxito durante um jogo depende da correta execução de 
movimentos por parte de cada um dos jogadores, e tratando-se de esportes 
coletivos, como é o caso do handebol, os jogadores desempenham funções 
específicas dentro de uma mesma equipe, o que torna mais complexo ainda o 
processo, pois um acaba dependendo do outro, e o sucesso da equipe passa por 
UNIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
 
esse importante ajuste no âmbito técnico. 
Vale destacar que Bayer (1986) apud Almeida e Dechechi (2012) menciona 
que a técnica representa todo um repertório de gestos, desenvolvidos 
individualmente, deacordo com a especificidade da ação no jogo, sendo este fruto 
da história e da evolução de cada jogo esportivo coletivo e baseado na experiência 
acumulada e continuamente enriquecida pelas gerações precedentes de 
desportistas. 
Neste capítulo, você conhecerá os principais fundamentos técnicos 
necessários à prática do handebol, independentemente de sua manifestação 
social: educacional, participativa ou competitiva. 
 
 A IMPORTÂNCIA DO GESTO TÉCNICO APLICADO AO HANDEBOL 
O handebol é uma modalidade coletiva, desenvolvido por meio de ações 
individuais e coletivas. No decorrer do andamento de uma partida serão 
desenvolvidas ações técnicas individuais, como passes, arremessos, dribles, fintas 
etc., e em alguns momentos ocorrerão ações coletivas. 
No caso do jogo de handebol ocorrem em sucessivas ações de ataque e 
defesa, e para vencer uma partida de handebol é necessário que a equipe alcance 
o maior número de gols do que a equipe adversária. Desse modo, enquanto uma 
equipe realiza o ataque, a outra equipe defende. O objetivo final durante um ataque 
é fazer o gol, já o da equipe que está defendendo é defender. Por isso é que durante 
uma partida ocorrerão várias ações de ataque e defesa alternadas, dependendo 
de quem estiver com a posse de bola (FRANKE, 2018). 
Reis (2006) destaca que os fundamentos básicos do handebol são 
desenvolvidos por meio de movimentos que são executados segundo um 
determinado gesto técnico, descrito biomecanicamente, os quais oportunizam a 
execução de um movimento com menor gasto energético, rapidez e velocidade, 
resultando em maior eficácia. 
Neste sentido, o autor ainda destaca que esses fundamentos básicos estão 
também associados aos fundamentos técnicos, considerados, os gestos que 
individualmente cada jogador realiza a partir de movimentos específicos do 
handebol para desenvolvero jogo. No caso do handebol, os gestos são determinados 
pelas limitações que as regras oficiais impõem tanto aos jogadores como ao próprio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
 
contexto do jogo. Por isso que em alguns casos os gestos são limitados e adequados 
de acordo com as situações que o jogo demanda. 
 
 OS FUNDAMENTOS TÉCNICOS UTILIZADOS NO HANDEBOL 
Franke (2018) destaca que as ações dos jogadores no handebol diferem de 
acordo com a situação de jogo, basicamente de quatro formas: 
I. Situação de ataque: uma das equipes tem a posse da bola e busca a 
progressão, trocar passes, infiltrar-se e fazer arremates contra o gol 
adversário; 
II. Situação de defesa: uma das equipes busca preencher os espaços, 
defender o gol e tenta interceptar passes ou tomar a bola do adversário 
para atacar; 
III. Situação de ataque-defesa: fase de transição para a defesa, na qual uma 
das equipes realizou o arremate ou perdeu a posse da bola e precisa postar-
se defensivamente, buscando evitar um contra-ataque; 
IV. Situação de defesa-ataque: fase de transição para o ataque, na qual uma 
das equipes sofreu o arremate ou recuperou a posse da bola e precisa 
postar-se ofensivamente, buscando um contra-ataque. 
 
 
 
Além das quatro situações de jogo apresentadas, destaca-se uma outra, 
conhecida como – situação de bola parada – que corresponde ao reinício do jogo, 
por exemplo, após a marcação de uma infração/penalidade pelo árbitro, em que 
a bola se encontra parada, sendo colocada em ação (movimento), por meio de 
um “tiro” correspondente à situação ocorrida (ex: tiro livre, sete metros, lateral, de 
canto). 
Vieira e Freitas (2007) descrevem que no handebol, os fundamentos técnicos 
se dividem entre aqueles que são utilizados no ataque ou na defesa. Neste sentido, 
é importante destacar que o êxito da equipe e dos jogadores, está associado ao 
alcance de metas, das quais são necessárias como base, o desenvolvimento das 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
habilidades técnicas, além das táticas. Por exemplo, para conservar a bola consigo, 
o jogador deve se deslocar a fim de evitar a marcação, dar bons passes para os 
companheiros de equipe e receber adequadamente a bola, evitando que o 
adversário intercepte a jogada, conforme descreve Menezes (2012). Em adição, na 
progressão, a manutenção da posse de bola de bola é fundamental, executando-
se os fundamentos básicos e táticos, tanto individuais quanto coletivos. Para 
alcançar o gol, todos os passos anteriores devem ser realizados, procurando 
arremessar de posições favoráveis (FRANKE, 2018). 
Por outro lado, nos aspectos defensivos, a equipe precisa de muita 
concentração e disciplina tática para portar-se corretamente no sistema de defesa, 
além de velocidade e elevado tempo de reação para buscar retomar a posse de 
bola, seja por meio de uma interceptação, seja por meio de um desarme por parte 
de um jogador. (FRANKE, 2018; MENEZES, 2012). 
É importante ressaltar, todavia, que junto à fundamentação técnica da 
modalidade, deve-se atentar para o fato de como todo o processo de 
aprendizagem e desenvolvimento de algumas competências mínimas e específicas 
para o desempenho da modalidade podem ser desenvolvidos. 
A seção seguinte abordará as habilidades técnicas específicas dos jogadores 
de linha e também do goleiro, lembrando que existem fundamentos técnicos que 
são associados tanto aos jogadores de linha quanto ao goleiro, exceto o fato de 
que, no handebol, o goleiro pode utilizar os pés para realizar defesas, conforme 
destacado mais a frente nas regras oficiais do handebol. 
 
 
 
 HABILIDADES TÉCNICAS ESPECIFICAS DOS JOGADORES DE LINHA E DO 
GOLEIRO 
Vieira e Freitas (2007) destacam que antes de iniciar qualquer treinamento de 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
algum fundamento ou habilidade técnica, faz-se necessário trabalhar-se o controle 
de corpo, sendo este um fundamento que está presente tanto nas ações ofensivas 
quanto nas defensivas, tanto para os jogadores linha como para o goleiro, sendo 
uma característica encontrada em modalidades esportivas onde é necessário que 
o praticante domine seu próprio corpo durante a realização dos movimentos 
específicos, ou gestos técnicos da modalidade, como vemos no handebol, o passe 
e/ou arremesso que dependem do equilíbrio e o domínio corporal, e que também 
são elementos muito úteis para a execução de jogadas, neste caso, para as saídas 
rápidas, as paradas bruscas, as mudanças de direção, os deslocamentos, os saltos, 
as aterrissagens e etc. Ainda de acordo com os autores, no handebol, a importância 
que se dá ao domínio do corpo deve ser considerada, haja vista, ser considerada, 
haja vista a execução de muitos fundamentos estarem atreladas a um bom domínio 
corporal. E por tratar-se de uma modalidade dinâmica, deve ser desenvolvido 
sempre na intencionalidade de maximizar as ações defensivas e/ou ofensivas. 
As técnicas de ataque, são aquelas cujo objetivo é direcionado à progressão 
ao gol, e para tal deve-se utilizar os fundamentos mais adequados para tal. É 
considerado a maneira como os companheiros de equipe trabalham a jogada (a 
bola), visando dar continuidade ou fluidez ao lance (TENROLER, 2004; VIEIRA e 
FREITAS, 2007). 
Neste sentido, o passe e a recepção, ganham destaque no handebol, pois 
constituem-se como elementos fundamentais da condução de bola entre os 
companheiros, além de permitir a preparação da jogada para as finalizações, tanto 
para os jogadores de linha, como para o goleiro. 
Este fundamento é descrito pela maneira de enviar e dirigir a bola ao 
companheiro, de forma correta, com finalidade de facilitar a continuidade do jogo. 
O passe, junto com a recepção, é considerado elemento fundamental na 
condução da bola, entre os companheiros e na preparação da finalização 
(ZAMBERLAM, 1999 apud ALMEIDA; DECHECHI, 2012). 
Ainda de acordo com Almeida e Dechechi (2012), independentemente do 
tipo de passe utilizado, a bola pode descrever a trajetória reta – cujo objetivo é fazer 
com que a bola chegue o maisrápido possível ao colega de equipe; parabólica – 
em que visa lançar a bola por cima de um defensor que se coloque entre dois 
atacantes; quicada – onde o objetivo é lançar por baixo de um defensor que se 
coloque entre dois atacantes. Todos os tipos de passe que serão apresentados a 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
 
seguir podem ser executados com o jogador parado, em deslocamento ou em 
suspensão. 
Existem cinco tipos de passes, dentre os quais: passe de ombro, por trás do 
quadril, por trás da cabeça, em pronação, o pendular e suas variações). Franke 
(2018) destaca que o trabalho orientado para a iniciação deve ser focado nos 
aspectos mais simples progredindo gradativamente até atingir níveis mas 
complexos. Destacam-se, então, dois tipos de situações metodológicas que podem 
ser adotadas: o tipo simples, onde o trabalho inicial se realiza com pequenos grupos 
de 2 a 3 alunos, com uma bola e sem defensor; e o tipo complexo, onde também 
se trabalha com grupos de 2 a 3 alunos, porém com maior número de bolas e 
defensores em igualdade numérica. Vale ressaltar que no tipo simples deve ser 
aplicado quando o objetivo é orientado ao aprendizado do fundamento, sem a 
preocupação excessiva com as ações defensivas, em um primeiro momento; e no 
caso do tipo complexo, faz-se necessário intensificar o objetivo, no sentido de aplicá-
lo em diferentes situações, dentre as quais, a partir de um contexto em que 
prevaleça as situações de pressão espaço-temporal, na presença de defensores 
(VIEIRA e FREITAS, 2007). A figura 1 mostra ainda dois outros tipos de passes diferentes 
e que são muito utilizados no handebol, o passe de ombro (Figura 1 a) e o passe em 
pronação (Figura 1 b). 
 
Figura 1: Tipos de passes no handebol 
(a) de ombro; (b) em pronação. 
 
Fonte: Almeida e Dechechi (2012, p. 59-60) 
 
Em paralelo, aos passes, temos ainda, as recepções, fundamento este que de 
acordo com Tenroler (2004) significa o ato de receber e controlar a bola, sendo 
considerada técnica básica da modalidade, em que o objetivo principal é fazer 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
 
com que o jogador consiga um domínio amplo/controle sobre a bola a ele passada. 
É importante destacar que as recepções visam também reter a bola, protegendo-a 
do adversário e enquadrando o corpo em condições de se executar outros 
movimentos (VIEIRA; FREITAS, 2007). 
De toda maneira, as recepções são considerados gestos específicos de 
receber, amortecer e reter a bola de forma assertiva, tendo em vista as diferentes 
posições e situações dos jogadores, em quadra, onde tem-se o foco de preparação 
para as finalizações e ainda, na manutenção da posse de bola. Almeida e Dechechi 
(2012) destaca que tecnicamente, a recepção deve ser feita com as mãos 
paralelas, ligeiramente côncavas e com as palmas das mãos voltadas para frente. 
Porém, recentemente os atletas tendem a realizar este gesto utilizando apenas uma 
mão. 
No handebol existem seis tipos de recepções: recepção alta, média, baixa, 
em deslocamento, em suspensão e recepção no solo (FRANKE, 2018; VIEIRA e 
FREITAS, 2007). Entretanto, é importante ressaltar que no processo de iniciação 
esportiva, recomenda-se que os seis tipos de recepções sejam desenvolvidos em 
conjunto com os passes, sendo que a ênfase inicial do trabalho deve ser no domínio 
correto sobre a bola, de modo que a mesma não saia da posse de sua equipe, 
conforme descreve Tenroler (2004). 
A empunhadura, trata-se de um importante fundamento o qual está 
associado à recepção, ao passe, enfim, muito importante para a execução de um 
gesto técnico no handebol. De acordo com Franke (2018) é considerado o principal 
fundamento do handebol, e base para os demais fundamentos, a empunhadura 
consiste na forma de segurar com uma das mãos a bola de handebol. Sem uma 
empunhadura adequada, dificilmente serão realizados os demais fundamentos, 
como receber, passar, arremessar, driblar e fintar (ALMEIDA; DECHECHI, 2012). A 
empunhadura pode ser realizada com o jogador parado ou em movimento (Figura 
2). De acordo com Vieira e Freitas (2007) este fundamento está associado ao ato de 
receber a bola e livrar-se dela, de forma orientada, explorando a técnica do 
manuseio, que pode ser executado com uma ou ambas as mãos, segurando-a com 
as falanges distais dos cinco dedos abertos e com a palma da mão em uma posição 
ligeiramente côncava, podendo ser realizada com o jogador parado ou em 
movimento e nos diferentes planos do corpo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 
Figura 2: Empunhadura no handebol. 
 
Fonte: Almeida e Dechechi (2012, p. 58) 
 
O arremesso é considerado um dos fundamentos técnicos mais importantes, 
e que possibilita ao jogador fazer o gol na equipe adversária. Vieira e Freitas (2007) 
destacam que existem três tipos de arremessos no handebol, a destacar: o 
arremesso básico; com salto; e ainda, o arremesso com queda. 
Almeida e Dechechi (2012) descreve que este é um meio técnico realizado 
sempre em direção ao gol. É a maneira de enviar e dirigir a bola em direção ao alvo, 
de forma correta, com finalidade de facilitar a anotação do gol. Para cumprir os 
objetivos ofensivos do jogo de handebol, o praticante deverá estar preparado para 
arremessar a bola em diferentes situações. Por isso, o arremesso pode ser realizado 
com o jogador apoiado no solo, após a bola ter perdido contato com a mão do 
arremessador, a perna que estava posicionada atrás deverá ser levada à frente, 
seguindo o movimento do tronco (Figura 3 a) ou em suspensão (saltando), o qual 
deve ser realizado em deslocamento frontal e vertical simultaneamente, podendo 
ser mais vertical em arremesso de longa distância e mais frontal em arremessos de 
curta distância, a fim de obter maior tempo de vôo/em suspensão (Figura 3 b). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 
Figura 3: Tipos de arremessos no handebol 
(a) apoiado; (b) em suspensão. 
 
Fonte: Almeida e Dechechi (2012, p. 58) 
 
 
 
As progressões, de acordo com Vieira e Freitas (2007), é considerada um 
fundamento técnico, em que o principal objetivo é dar ao jogador condições 
necessárias para a sua progressão em direção à quadra adversária, em posse de 
bola, no intuito de conseguir o melhor posicionamento possível dentro das variantes 
ambientais que o jogo oferece, buscando a meta adversária (gol). No handebol 
existem dois tipos de progressões: o drible e o ritmo (trifásico e o duplo trifásico). 
No caso específico do ritmo trifásico, Tenroler (2004) destaca que este é 
constituído por três passadas consecutivas em que o jogador, em posse da bola, 
pode realizar, independentemente da perna utilizada. Cabe ao jogador identificar, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
 
como executar o ritmo trifásico de acordo com as possibilidades da situação da 
partida. As seguintes possibilidades podem ser desenvolvidas, como por exemplo: 
esquerda + direita + esquerda; esquerda + direita + direita; esquerda + esquerda + 
direita; direita + esquerda + direita; direita + esquerda + esquerda; direita + direita + 
esquerda, conforme descreve (VIEIRA e FREITAS, 2007). 
 Os autores descrevem a possibilidade de uma variação interessante, na qual 
pode ser executada o chamado “duplo ritmo trifásico” ou a dupla passada, 
constituído da realização de sete passos pelo jogador em posse da bola (VIEIRA e 
FREITAS, 2007) e também independentemente da perna utilizada, verificando 
aspectos fundamentais da técnica, em que os três primeiros passos podem ser 
executados com a posse de bola, imediatamente após sua recepção, e, 
simultaneamente à execução do quarto passo, onde o jogador terá que driblar a 
bola no solo uma vez, tornar a empunhá-la e executar mais três passos, com ela 
dominada, onde ao final do sétimo deve passá-la a um companheiro ou arremessá-
la em direção ao gol, conforme descreve Tenroler (2004). 
Em relação aos dribles, Franke (2018)define este fundamento como o ato de 
quicar a bola com uma das mãos contra o solo, parado ou em movimento, deve ser 
feito com a mão em cima da bola, e, durante o deslocamento, deve-se deixar 
preferencialmente a bola em posição lateral e à frente do corpo. Esse fundamento 
é importante quando a equipe/atleta visa a progressão em quadra, mantendo-se a 
posse de bola. De fato, pode ser muito utilizado em situações de contra-ataque, 
para fintar a defesa, sair de marcações, em jogadas individuais e para buscar uma 
posição favorável para o arremesso. De acordo com Almeida e Dechechi (2012) 
existem dois tipos de dribles no handebol: o drible alto, utilizado para deslocamentos 
em grande velocidade, sendo fundamental para um bom contra-ataque; e o drible 
baixo, utilizado basicamente para a proteção de bola. 
Temos ainda as fintas, as quais constituem-se no ato de fingir, do particípio 
passado fintar (VIEIRA e FREITAS, 2007). É importante destacar que este gesto 
(fundamento) é muito utilizado no handebol, devido a sua função de tentar de 
alguma maneira "ludibriar" o adversário, buscando-se livrar-se de uma marcação, 
por exemplo. O objetivo deste fundamento é fazer com que o adversário acredite 
em uma determinada ação técnica ofensiva, que não acontecerá, levando-o a 
tomar uma postura, posição ou atitude ineficiente diante do ataque, sendo que, 
logo após isto, o atacante realiza outro fundamento técnico qualquer, diferente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
 
daquele proposto na finta (ALMEIDA e DECHECHI, 2012). De fato, existe uma enorme 
quantidade de possibilidades de realização das fintas, dentre as quais destacam-se: 
a finta de arremesso, de drible, de passe, de mudança de direção (com ou sem 
bola), de marcação, de desmarcação, de ataque, de velocidade, de corpo, etc. 
 No caso específico dos fundamentos técnicos de defesa, existe a posição 
básica defensiva; o deslocamento básico defensivo; o bloqueio defensivo; a 
marcação por impedimento e as diferentes técnicas de goleiro (ALMEIDA; 
DECHECHI, 2012; SIMÕES, 2002) as quais estão associadas sobretudo aos goleiros, ou 
aos jogadores de linha em situação defensiva, como na formação de uma barreira 
à frente da área do gol, por exemplo. 
Franke (2018) menciona que a posição básica defensiva é definida como 
aquela que favorece todos os deslocamentos dos defensores para se realizar a 
marcação, a partir de posições anatômicas de seus atletas, de forma especifica 
para tal. Por outro lado, no deslocamento básico defensivo, o defensor desloca-se 
em direção ao seu atacante correspondente, com ou sem a bola, ou ainda, 
desloca-se em direção ao espaço proporcionado por outro defensor em fase de 
marcação. Almeida e Dechechi (2012) e Simões (2002) descrevem que o bloqueio 
defensivo, por sua vez, é um fundamento técnico utilizado para interceptar a bola 
lançada ao gol, sendo considerado como o recurso final de um defensor de linha. E 
por fim, a marcação por impedimento consiste na maneira pela qual o defensor 
evita as ações do atacante, segurando o braço de arremesso do ofensor com uma 
das mãos e o quadril com a outra. 
Em relação às habilidades específicas do goleiro (fundamentos), apesar de 
as características de cada jogador serem distintas na quadra de jogo, de modo 
geral todos têm funções semelhantes. Contudo, o jogador que mais difere com 
relação aos fundamentos é o goleiro, cujo treinamento, nesse sentido, também deve 
ser diferenciado, embora, muitas vezes, esse aspecto seja negligenciado em 
algumas equipes. Por isso, a importância de se conscientizar que o goleiro precisa 
de um treinamento de técnicas e fundamentos específicos no processo didático-
pedagógico (FRANKE, 2018; MENEZES, 2012). 
 As técnicas de goleiro, devem ser muito bem executadas, pois exige alguns 
pré-requisitos, como por exemplo, um reflexo apurado, para que as defesas tenham 
alguma chance de serem realizadas, dada a pouca distância e a grande força que 
os atacantes empreendem no momento de se tentar um arremesso ao gol. Sendo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
 
assim, as defesas são realizadas dentro de uma pequena fração de segundo, 
disponível para o goleiro, conforme destaca Simões (2002). 
Franke (2018) menciona que as técnicas de defesa do goleiro são variadas, 
porém existem três consideradas as mais tradicionais: a defesa alta, consiste na 
intenção de interceptação de bolas que os atacantes arremessam acima da linha 
dos ombros dos goleiros. Esse tipo de defesa deve ser executada com uma ou 
ambas as mãos, saltando ou não. Vale ressaltar um outro tipo de defesa, classificado 
como “meia altura”, a qual é derivada das bolas arremessadas pelos atacantes 
entre a linha do joelho e a linha dos ombros dos goleiros, podendo ser realizada com 
as mãos, pernas e/ou quadris. E por fim, temos a defesa baixa deriva das bolas 
arremessadas abaixo da linha do joelho, podendo ser realizada com os pés, as mãos 
alternadas ou simultaneamente, conforme apresentado na Figura 4 (a, b, c). 
 
Figura 4: Tipos de defesas no handebol. (a) alta; (b) meia altura; (c) baixa. 
 
Fonte: Almeida e Dechechi (2012, p. 73-74) 
 
E, por fim, a defesa em “X”, pode ser realizada sempre que as bolas forem 
arremessadas por pivôs ou atacantes, em fase de contra-ataque, quando a 
intenção do goleiro for diminuir os espaços em arremessos realizados entre a linha 
dos ombros e dos quadris. É um tipo de defesa que é desempenhada por meio de 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
um salto, seguido de um movimento de abdução de ombros e quadris, 
simultaneamente, proporcionando o alinhamento dos braços na linha do ombro e 
das pernas na linha do quadril, onde a defesa pode ser realizada com qualquer 
parte do corpo (SIMÕES, 2002). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. As ações dos jogadores no handebol diferem de acordo com a situação de jogo. 
Neste sentido, para que os jogadores consigam atingir essas metas, são necessárias 
habilidades técnicas e táticas, como por exemplo, para conservar a bola consigo, 
o jogador deve se deslocar a fim de evitar a marcação, dar bons passes para os 
companheiros de equipe e receber adequadamente a bola, evitando que o 
adversário intercepte a jogada. 
 
Baseado nessa afirmativa, assinale a opção que apresente as quatro formas ou 
situações referentes à atuação técnica e tática de um jogador de handebol. 
 
a) Situação de ataque, Situação de transição, Situação de flutuação e Situação de 
defesa-ataque. 
b) Situação de defesa, Situação de ataque, Situação de ataque-defesa e Situação 
de defesa-ataque. 
c) Situação de defesa-ataque, Situação de ataque-defesa, Situação de transição e 
Situação de resolução de problemas. 
d) Situação de ataque, Situação de defesa, Situação de infiltração e Situação 
técnico-tática. 
e) Situação de defesa, Situação de ataque, Situação técnico-tática e Situação de 
defesa-ataque. 
 
2. O handebol é decorrente de sucessivas ações de _________ e ___________, e para 
vencer uma partida é necessário que a equipe alcance o maior número de gols do 
que a equipe adversária. O objetivo final durante um __________ é fazer o gol, já o 
da equipe que está defendendo é defender. Por isso é que durante uma partida 
ocorrerão várias ações de ataque e defesa alternadas, dependendo de quem 
estiver com a posse de bola 
 
Assinale a alternativa que apresente os termos que preencham de forma correta as 
lacunas: 
 
a) Ataque – defesa – lançamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
 
b) Defesa – estratégia – sistema. 
c) Tática – técnica – ataque. 
d) Ataque – defesa – ataque. 
e) Recuo – posse de bola – ataque. 
 
3. (Concurso público UFRJ/2004 – adaptado) Dentre os fundamentos técnicos do 
handebol, de ataque e/ou de defesa, aquele que fornece base para o aprendizado 
dos demais fundamentos do jogo é: 
 
a) O arremesso. 
b) O drible. 
c) A cobrança de faltas.d) A defesa. 
e) O passe. 
 
4. O controle do corpo é um fundamento que deve ser desenvolvido/trabalhado ao 
longo do processo, sobretudo na iniciação do handebol, haja vista tratar-se de um 
elemento que está presente tanto nas ações ofensivas quanto nas defensivas, tanto 
para os jogadores linha como para o goleiro, e se caracteriza no fato de que em 
toda modalidade esportiva é necessário que o praticante domine seu próprio corpo 
durante a realização dos movimentos específicos que envolvem a prática, a 
exemplo do equilíbrio e o domínio corporal necessários as saídas rápidas, as paradas 
bruscas, as mudanças de direção, os deslocamentos, os saltos, as aterrissagens e 
etc. 
 
A partir do excerto acima, e considerando seus conhecimentos sobre o tema, avalie 
as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. 
 
I. O ato de dominar o corpo, é de suma importância sobretudo em modalidades 
dinâmicas, como é o handebol, em que as ações defensivas e/ou ofensivas são 
constantes ao longo da partida. 
 
PORQUE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
 
II. O indivíduo que consegue manter seu corpo em equilíbrio durante as ações ou 
fundamentos técnicos, como por exemplo, o passe, dificilmente conseguirá êxito em 
uma determinada situação de jogo (um passe mais longo, por exemplo). 
 
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta: 
 
a) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. 
b) As asserções I e II são falsas. 
c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. 
d) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da 
I. 
e) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa 
correta da I. 
 
5. (IFB/2017 – adaptado) Em relação aos fundamentos técnicos utilizados no 
handebol e suas aplicações durante o jogo, analise as afirmativas abaixo. 
 
I) O passe é a ação de tomada de contato com a bola, controlando-a para realizar 
na continuação outra ação. 
II) A finta é a ação técnica que oferece ao jogador o máximo de possibilidades de 
progressão espacial com a bola. 
III) O arremesso é a ação de aplicar um impulso à bola de forma que percorra uma 
distância determinada em direção ao gol, procurando superar o goleiro e conseguir 
o gol. 
IV) Uma troca de passes em velocidade no ataque é capaz de provocar um 
desequilíbrio defensivo em determinada situação de jogo. 
V) Um drible pode ser entendido como uma ação realizada pelo jogador com bola 
que, por meio de um engano, tenta iludir uma marcação em proximidade do 
oponente direto. 
 
Neste sentido, assinale a alternativa que apresenta somente as afirmativas 
CORRETAS. 
 
a) III e IV. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
 
b) II e III. 
c) I, III e IV. 
d) I, IV e V. 
e) III, IV e V. 
 
6. O handebol, como qualquer outro esporte coletivo, repleto de imprevisibilidade e 
aleatoriedade, exige de seus jogadores constantes adaptações às situações que 
emergem em busca dos seus objetivos. O número de ações possíveis do atacante 
com a posse de bola é grande e ele deve ser capaz de identificar a ação correta, 
como por exemplo, driblar, passar a bola, fintar o adversário e/ ou arremessar a gol. 
Da mesma forma, o defensor precisa reagir e decidir o que deve ser feito para 
retomar a posse da bola. Para tanto, ambos devem saber executar os fundamentos 
do handebol e saber aplicá-los nos momentos propícios. 
 
Neste sentido, marque V para verdadeiro ou F para falso, no que tange as 
características de alguns dos principais fundamentos do handebol. 
 
( ) A finta é considerada o principal fundamento do handebol, e considerado como 
base para todos os outros fundamentos. 
( ) O passe é utilizado para dar sequência ao jogo e elaborar jogadas, sendo capaz 
de alterar a velocidade do jogo. 
( ) O arremesso é o fundamento utilizado em uma situação de jogo de ataque, 
executado para fazer o gol. 
( ) O drible é o fundamento realizado quando um jogador sem posse de bola 
ameaça fazer um movimento na quadra, mas em seguida muda de direção, com 
o intuito de enganar o adversário. 
( ) A recepção deve ser feita com as duas mãos paralelas, com a palma das mãos 
posicionadas de forma côncava e voltada para frente, na direção em que a bola 
está vindo. 
 
Agora, assinale a alternativa que apresente a sequência CORRETA. 
 
a) V - F - V - F - V. 
b) F - V - V - F - V. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
 
c) F - V - F - V - F. 
d) F - F - V - V - F. 
e) V - F - F - F - V. 
 
7. (Concurso público Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da 
Paraíba – 2013 – questão 45) O handebol é um esporte dinâmico, bastando uma 
bola e alguns jogadores para sua realização. Disputado entre duas equipes, seu 
objetivo é a marcação do maior número de gols possível, algo que a cultura 
brasileira tanto admira no futebol. 
 
Durante um jogo de handebol, caso você segure a bola ao driblar, suas funções 
ficarão limitadas a: 
 
I. Repetir o drible. 
II. Passar a bola. 
III. Deslocamento em até três passos. 
 
Considerando a jogada descrita no enunciado, está(ão) CORRETA(S) as funções 
apresentadas em: 
 
a) I apenas. 
b) II apenas. 
c) I e III apenas. 
d) I e II apenas. 
e) II e III. 
 
8. Sobre os fundamentos técnicos de base de um goleiro de handebol, como 
deslocamento, postura, posição e tipos de defesa, pode-se afirmar que cada 
técnica aplica-se a uma situação. Neste sentido, em que situação o goleiro deve 
utilizar uma posição adiantada? 
 
a) Para diminuir o ângulo de ataque do adversário. 
b) Quando há um ataque da sua equipe. 
c) Quando os atacantes estão armando a jogada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
 
d) Para ter mais tempo para reagir a um ataque. 
e) Para aumentar o ângulo de ataque do adversário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
 
SISTEMAS DE JOGO NO HANDEBOL 
 
 
 
 INTRODUÇÃO 
A compreensão dos sistemas táticos de jogo é algo fundamental quando o 
handebol é entendido a partir de sua concepção formal, sobretudo. Tanto na 
iniciação (ambiente escolar, por exemplo) como no alto rendimento (equipes 
profissionais) os sistemas táticos são os responsáveis não somente por determinar a 
movimentação da própria equipe, e de seus jogadores, como também a estratégia 
de jogo a ser adotada pelo adversário mediante uma situação surgida dentro da 
partida, de ataque, defesa, contra-ataque, etc. 
Enfim, quando se busca a prática de um esporte, muitas vezes, não se imagina 
a complexidade que tal prática pode exigir de seus praticantes, portanto, o 
compreensão dos aspectos que cerceiam as particularidades dos fundamentos 
técnicos e táticos, apoiados numa metodologia de ensino organizada em seus 
diversos aspectos, pode fazer com que o trabalho desenvolvido seja, de fato 
relevante. 
É importante destacar alguns conceitos atrelados à prática dos esportes 
coletivos, no que tange a estruturação tática de uma equipe, neste caso, do 
handebol. Destacam-se alguns temas importantes de serem conceituados a fim de 
compreendê-los quanto a sua aplicação prática, principalmente. 
De acordo com Greco e Fernández (2015), tática está associada “ao fazer”, 
ou seja, a compreensão das formas de organização, preparação e finalização das 
jogadas (ações de ataque e defesa) que podem ser executadas de forma individual 
ou coletiva, dividindo-se em individual, de grupo, e de equipe, conforme menciona 
Almeida e Dechechi (2012). Em adição, temos ainda, as estratégias de jogo, que 
estão ligadas às táticas, porém aqui o foco está na organização e/ou como os 
jogadores ou equipe irão colocar em prática as ações planejadas desde a 
organização até a finalização de uma jogada, por exemplo, podem ser conhecidas 
também como estratégias táticas de jogo. 
Os sistemas táticos do handebol estão associados aos meios e recursos que 
são empregados pela equipe, no intuito dealcançar um resultado favorável. No 
UNIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
 
handebol são usados diferentes sistemas ofensivos e/ou defensivos, dentre os quais: 
3x2x1, 5x1, 6x0, 4x2, 3x3 e 1x5, conforme descreve Almeida e Dechechi (2015), e que 
serão discutidos ainda neste capítulo. Destaca-se ainda os esquemas táticos, 
considerados elementos essenciais para a adequação do sistema tático da equipe, 
sendo considerados fundamentais para a estruturação da equipe, uma vez que é 
por meio deles que os jogadores conseguem realizar determinadas ações, em 
posições específicas, ofensivas e defensivas, tendo como aplicação prática destas 
ações, os sistemas táticos. 
 
 OS FUNDAMENTOS TÁTICOS DO HANDEBOL 
Os fundamentos táticos aparecem nas situações jogadas, aparecendo 
problemas de quando e como se colocar no espaço de jogo. É no jogo que se 
vivenciará e compreenderá que suas técnicas estão balizadas nas mudanças do 
movimento dos colegas e adversários que ocorrem no espaço e tempo durante o 
jogo, dando-se assim sua iniciação tática, pois o jogo propicia emoções verdadeiras. 
De acordo com Garganta (1998) ações coordenadas podem ser construídas 
visando impedir a progressão da equipe adversária, que esteja com a posse de bola 
do campo de defesa para o ataque, além de buscar o objetivo básico, neste caso, 
que é o de impedir o gol do adversário. Por outro lado, com a posse de bola, faz-se 
necessário realizar movimentos que permitem a manutenção da posse de bola, no 
intuito de superar (ultrapassar) todas as linhas de defesa da equipe adversária, bem 
como atingir a meta – gol adversário. Esses movimentos são considerados ações 
individuais e coletivas, as quais buscam manter o jogo de ataque (sistema ofensivo). 
A prática do handebol tem muitas variações táticas que podem ser 
implantadas em diferentes contextos ao longo de uma partida. É fundamental que 
jogadores mais experientes ou especializados na prática esportiva conheçam os 
conceitos e a estruturação dos mais variados sistemas ofensivos e defensivos, bem 
como saibam fazer transições de um sistema para outro, de acordo com a 
necessidade da partida (FRANKE, 2018). 
Para Bayer (1994) e Garganta (1998), existem princípios gerais que norteiam o 
jogo de ataque e de defesa das equipes nas modalidades esportivas coletivas. Esses 
princípios são ações individuais e coletivas de ataque durante a disputa destas 
modalidades que objetivam a conservação da posse da bola, progressão dos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
 
alunos/atletas de uma equipe com a posse da bola até a meta defendida pela 
equipe adversária, com a finalidade de marcar um ponto/gol. 
Franke (2018) cita ainda que além de conhecer a forma como a equipe deve 
postar-se nos sistemas táticos, defensivos ou ofensivos, é importante conhecer as 
características básicas que norteiam os conceitos táticos, ou seja, o que cada 
jogador busca para que a equipe responda bem coletivamente dentro de um 
determinado sistema. 
De acordo com Garganta (1998), as modalidades esportivas coletivas 
acontecem dentro de um cenário permanente de mudanças de situações e em um 
contexto imprevisível no qual o praticante deve responder. Mahlo (1970) apud 
Garganta (1998) menciona que a ação tática é realizada em três fases: (1) 
Percepção e análise da situação (identificação do problema); (2) Solução mental 
do problema (elaboração da solução); (3) Solução Motora do problema (execução 
do gesto motor). 
 
 
 
Neste sentido, um bom desempenho tático por parte dos praticantes das 
modalidades esportivas coletivas está diretamente ligado com o desenvolvimento 
de competências específicas nas três fases acima mencionadas, obtidas por meio 
de atividades específicas (vivências) relacionadas aos jogos coletivos. E de acordo 
com 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
 
Almeida e Dechechi (2012) no handebol, a existência de três táticas diferentes 
estão presentes de forma contínua, a saber: 
 
I. Tática Individual: consideradas as ações adequadas e econômicas do 
jogador com o objetivo de derrotar o adversário. Pode ser ainda, a ação de 
um jogador, na qual procure uma situação (1×1), sem uma ação direta do seu 
companheiro de equipe para alcançar o objetivo almejado, ou seja, depende 
muito do “talento” ou capacidade individual, neste caso. 
II. Tática de grupo: compreende as ações de grupos de jogadores em ataque e 
defesa, a colaboração direta, respectivamente, de dois ou vários jogadores, 
executada de forma eficaz e com o mínimo de esforço e máximo 
desempenho/performance possível. Envolve parte da tática coletiva para a 
sua execução. 
III. Tática de equipe: classificado como o conjunto de ações e medidas 
orientadas para um objetivo que essa equipe utiliza com a finalidade de 
vencer o adversário. A base deste tipo de tática, é construída a partir da tática 
individual associada à e tática de grupo. Neste caso específico, a colocação 
de ações individuais deve ter um conceito comum a toda equipe, buscando 
trabalhar-se dentro de um mesmo propósito a ser lançado em prática durante 
a partida. 
 
 
 
 AS TÉCNICAS DE ATAQUE E DEFESA NO HANDEBOL 
Almeida e Dechechi (2012) descreve que no handebol, temos as linhas 
ofensivas, as quais referem-se à divisão da quadra de ataque em sua profundidade, 
tomando como referência a área dos 9 metros, conforme mostrado na Figura 5. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
47 
 
 
Figura 5: Divisão da quadra de ataque em linhas. 
 
Fonte: Almeida e Dechechi (2012, p. 17) 
 
 Destaca-se a primeira linha ofensiva, conhecida como um espaço que fica 
entre a linha central e a linha da área de tiro livre (9 metros). Essa linha é ocupada 
pelos jogadores “de armação”. No caso da segunda linha ofensiva, esta pode ser 
compreendida como o espaço compreendido entre a linha da área de tiro livre e a 
linha da área de gol (6 metros). Essa é uma linha ocupada pelos jogadores “de 
finalização” do handebol. 
Ainda de acordo com Almeida e Dechechi (2012), temos as zonas ofensivas 
que são as divisões da quadra de ataque na sua largura, tomando como referência 
as linhas laterais. Em relação ao posicionamento de jogo, Ehret et al. (2002) apud 
Almeida e Dechechi (2012) defendem que este é caracterizado pela ação de cada 
jogador em um determinado setor ofensivo. Neste sentido, a posição do jogador 
dentro da quadra ofensiva determina sua função específica de ataque. Pode-se 
dizer que a distribuição dos jogadores nas linhas e zonas de ataque lhes conferem 
funções, como por exemplo: armadores e finalizadores, funções utilizadas nos 
sistemas ofensivos ou de ataque da equipe. 
A partir destes pontos ou zonas específicas de ataque, Almeida e Dechechi 
(2012), descrevem as fases do ataque, na qual são fases que se iniciam a partir do 
momento que a equipe recupera a posse de bola. Vale ressaltar que a recuperação 
da posse de bola se dá normalmente, quando o adversário comete um erro técnico 
(ex: erro de passe, de recepção ou de arremesso), uma infração (ex: invasão da área 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
48 
 
 
de gol, drible ilegal, sobrepassos, falta de ataque etc.), ou ainda associada à 
marcação de um gol. A fase ofensiva (de ataque) está dividida em: 
 Transição ofensiva: É a passagem da quadra de defesa para a quadra de 
ataque a partir do momento que a equipe recuperou a posse de bola, até 
quando a defesa adversária esteja devidamente organizada. 
 Organização: Período em que os jogadores ocupam suas posições específicas 
de ataque. Após um contra-ataque sem sucesso executado pela equipe ou 
em reposições de bola em jogo, utilizando o tiro livre de saída, são os 
momentos em que o contra-ataque mais ocorre durante a partida. 
 Ataque em sistema: Caracteriza-se pelo momento que ocorre após a 
ocupação das respectivas posições de ataque, onde os jogadores buscam 
uma organização por meio de algum sistema e ainda realizam

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