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Naiza_final_17._09._2020 revisto

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Universidade Save
AVALIAÇÃO DE NÍVEL DE LICOPENO NAS DIFERENTES VARIEDADES DE TOMATE (LYCOPERSICON ESCULENTUM L.) PRODUZIDAS NO DISTRITO DE MASSINGA
Licenciatura em Agro-pecuária com Habilitações em Ensino
Naiza Juizo Nhambau
Massinga
2020
Universidade Save
Escola Superior de CIÊNCIAS AGRÁRIA
AVALIAÇÃO DE NÍVEL DE LICOPENO NAS DIFERENTES VARIEDADES DE TOMATE (LYCOPERSICON ESCULENTUM L.) PRODUZIDAS NO DISTRITO DE MASSINGA
Monografia científica a ser apresentada na Escola Superior de Ciências Agrária, para obtenção de grau de Licenciatura em Agro-pecuária com Habilitações em Ensino.
Supervisor: dr. Delfino Isac Belarmino Afo
Naiza Juizo Nhambau
Massinga
2020
Índice pág.
Lista de tabelas	v
Lista de siglas e abreviaturas	vi
Lista de figuras	vii
Lista de gráficos	viii
Declaração	ix
Dedicatória	x
Agradecimentos	xi
Resumo	xii
Abstrat	xii
CAPITULO I: INTRODUÇÃO	13
1.1 Problematização	14
1.2 Justificativa	14
1.3 Objectivos	15
1.3.1 Geral:	15
1.3.2 Específicos:	15
1.4 Questões científicas	15
1.5 Delimitação do trabalho	15
CAPITULO II: REFERENCIAL TEÓRICO	16
2.1 Botânica	16
2.2. Exigências edafoclimáticas	17
2.3. Importância económica do tomate	17
2.3.1. Informação nutricional do tomate	18
2.4.1. Importância na alimentação humana	19
2.5. Características das variedades	19
2.5.1 Variedade Rio Grande	19
2.5.2. Variedade Roma vf	20
2.5.3 Variedade Cal J	20
2.6. Quantificação do teor de licopeno	20
CAPÍTULO III: MATERIAIS E MÉTODOS	21
3.1 Localização Geográfica da área de estudo	21
3.2 Métodos de Pesquisa	22
3.2.1 Pesquisa Bibliográfica	22
3.2.2 Trabalho de campo	22
3.2.2.1 Etapas de trabalho de campo	22
3.2.3 Pesquisa no Laboratório	25
3.2.3.1 Obtenção da amostra de laboratório (pó de tomate)	26
3.2.3.2 Procedimento de determinação do teor de licopeno	26
3.3 Análise de dados	27
CAPÍTULO IV: RESULTADOS E DISCUSSÃO	28
4.1. Identificação das diferentes variedades de tomate produzidas no Distrito de Massinga	28
4.2. Quantificação do teor de licopeno nas diferentes variedades de tomate produzido no Distrito de Massinga	29
4.2.1. Análise da variância	29
4.3. Comparação dos teores de licopeno nas diferentes variedades de tomate produzidas no Distrito de Massinga	30
CAPITULO V. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES	31
5.1. Conclusões	31
5.2. Recomendações	31
6. Referências bibliográficas	32
Lista de tabelas
Tabela 1 - Informação nutricional do tomate…………………………………………………19
Tabela 2: Lista de variedades de tomate usadas no estudo…………………………………...23
Tabela 3: Lista de equipamentos e reagentes usados no estudo………………………………26
Tabela 4: Valores de quadrados médios e significância do efeito das variedades no parâmetro avaliado ……….…………………………..…………………………..……………………...31
Lista de siglas e abreviaturas
Hab/km2 – Habitante por quilómetro quadrado 
NPK – Nitrogénio Fósforo Potássio 
SDAE – Serviço Distrital de Actividades Económicas
	
Lista de figuras 
Figura 1: Mapa de localização geográfica de vila de Massinga………………………………22
Figura 2: Limpeza da área de produção……………………………………………………....24
Figura 3: Danos causados pela broca pequena, (esquerda) e seu controlo (direita). ………...25
Figura 4: Colheita…………………………………………………..…………………………26
Figura 5: Trituração do tomate. …………………………………………………..…………..27
Lista de gráficos 
Gráfico 1. Teores de licopeno nas diferentes variedades de tomate produzidas no Distrito de Massinga…………………………………………………..………………………………….32
Declaração
Eu, Naiza Juizo Nhambau, declaro por minha honra que esta Monografia científica é resultado da minha investigação pessoal e das orientações do meu supervisor, o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final. 
Declaro ainda que este trabalho nunca antes foi apresentado em nenhuma outra Instituição para obtenção de qualquer grau académico. 
Massinga aos_____ de ______________________ de 2020
________________________________________
(Naiza Juizo Nhambau)
Dedicatória
Com maior consideração e satisfação, tenho a honra de dedicar este trabalho a minha querida mãe Saugina Simone Nhavotso pelo incentivo que sempre me deu e continua dando neste desafio estudantil, aos meus irmãos, amigos e colegas que sempre me apoiaram e acreditaram em mim nesta caminhada.
Agradecimentos
Agradeço em primeiro lugar a Deus que sempre ilumina meu caminho dia após dia.
Agradeço ao meu supervisor dr. Delfino Isac Belarmino Afo, pela confiança e paciência durante toda a pesquisa. Agradeço ainda pela sua disponibilidade e valiosos ensinamentos transmitidos para que esta monografia se tornasse uma realidade.
À Universidade Save - Extensão da Massinga, pela oportunidade concedida para cursar Licenciatura em ensino de Agro-pecuária, e aos docentes pelos conhecimentos compartilhados, experiências realizadas e ensinamentos transmitidos ao longo da formação.
A minha mãe Saugina Simone Nhavotso pela minha existência, pela confiança, por acreditar no meu potencial, pelos incentivos e por estar sempre ao meu lado durante a minha formação.
Os meus irmãos Dionísio Juizo Nhambau, Olga Juizo Nhambau, Octávio Juizo Nhambau, Mendita Juizo e Jordão Juizo Nhambau pelos ensinamentos da vida, pela força e apoio moral durante os meus estudos.
Aos meus colegas e amigos Hanifa Águeda Eusébio Macamo, Anabela Luís, Vilma André Chigumane, Paciência Armando, Ivan Cande, Damião Nombora, Paciência Jaime, Ercília Pelágio, Amarildo Pinto e Nércia Luís Mandiga pela força, pela amizade, pelo apoio e carinho. 
E por fim quero agradecer a todos que de forma directa e indirectamente, apoiaram me e contribuíram para tornar possível este trabalho. 
Resumo
O presente trabalho foi realizado na vila municipal do Distrito de Massinga e tem como objectivo avaliar o teor de licopeno nas diferentes variedades de tomate produzidas no Distrito de Massinga, o mesmo limitava-se em obter as variedades de tomateiros produzidas em Massinga e determinar os teores de licopeno, com vista a recomendar a melhor variedade para o cultivo, do ponto de vista nutricional. Esta pesquisa teve como métodos, bibliográfico, trabalho de Campo com uma área total de 106.25m² (12,5mx8.5m), sendo que os canteiros ocuparam uma área de 47,25m² (10,5mx4.5m) onde cada canteiro ocupou uma área de 15.75 m² (10.5mx1.5m). Cada canteiro teve 32 plantas constituindo 96 plantas da área total de produção, com compasso de 1.5m entre linhas e 0.5m entre plantas e pesquisa no laboratório. Analisou-se o teor de licopeno nas variedades de Rio grande, Cal j e Roma vf e as mesmas tiveram a seguinte quantificação: Rio Grande possui 1308.4μg / g de licopeno, Roma vf tem 1151.4μg / g de licopeno e Cal j tem 526.9μg / g de licopeno. Na comparação dos teores de licopeno nas diferentes variedades de tomate produzido no Distrito de Massinga, notou-se uma diferença significativa de 1 % nas variedades de tomate, Rio Grande, Cal j e Roma vf.
A melhor variedade de tomate é Rio Grande pois contém 1308.4μg / g de licopeno, enquanto as outras variedades dispõem de uma menor quantidade de licopeno.
Palavras-chave: Tomate, Produção, Variedade, Licopeno.
Abstrat
The present work was carried out in the municipal village of the District of Massinga and aims to evaluate the content of lycopene in the different varieties of tomatoes produced in the District of Massinga, the same was limited to obtaining the varieties of tomatoes produced in Massinga and determining the levels of lycopene, with a view to recommending the best variety for cultivation, from the nutritional point of view. This research had as bibliographic methods, field work with a total area of 106.25m² (12,5mx8.5m), the beds occupied an area of 47,25m² (10,5mx4.5m), where each jobsite occupied an area of 15.75 m² (10.5mx1.5m). Each bedhead 32 plants constituting 96 plants of the total area of production, with a compass of 1.5m between lines and 0.5m betweenplants and research in the laboratory. Analyzed if the lycopene content in the varieties of Rio Grande, Cal j and Roma vf and the meamas had the following quantification: Rio Grande has 1308.4μg / g lycopene, Roma vf has 1151.4μg / g lycopene and Cal j has 526.9μg / g lycopene. When comparing the levels of lycopene in the different tomato varieties produced in the District of Massinga, significant difference of 1 % was noted in the tomato varieties, Rio Grande, Cal j e Roma vf. The best variety of tomatoes is Rio Grande because it contains 1308.4μg / g lycopene, while the other varieties have a lower amount of lycopene.
Keywords: Tomato, Production, Variety, Lycopene.
 
iii
CAPITULO I: INTRODUÇÃO 
O tomate (Lycopersicon esculentum L.) é um produto agrícola que ocupa o segundo lugar entre as hortaliças no que se refere à área cultivada e o primeiro lugar em volume industrializado. O seu uso como alimento é universal, no ano de 2012 a produção mundial de tomate foi por volta de 161.79 milhões de toneladas. A importância do tomate, também como alimento funcional, é atribuída ao seu principal constituinte bioactivo, o licopeno (CAMARGO, 2005). 
É originária da América do Sul e está amplamente distribuída pelo mundo inteiro (DELAZARI, 2014). É importante a sua produção em grande escala e com boa qualidade porque contribui para a segurança alimentar das famílias produtoras e também aumenta a renda familiar. 
O tomateiro apresenta caule flexível, incapaz de suportar o peso dos frutos e manter a posição vertical (FIORI, 2006). O tomate é um fruto climatérico e seu processo de amadurecimento percebe-se pela mudança de cor que inicia em volta das sementes e depois passa para o pericárpio, tem uma alta capacidade de deteriorar-se, não pode ser armazenado por muito tempo, devido a sua natureza (NAIKA et. al., 2006). 
O consumo dos frutos contribui para uma dieta saudável e bem equilibrada. Estes são ricos em minerais, vitaminas, aminoácidos essenciais, açúcares e fibras dietéticas. O tomate contém grandes quantidades de vitaminas B e C, ferro e fósforo. Consomem-se os frutos do tomate frescos, em saladas, ou cozidos, em molhos, sopas e carnes ou pratos de peixe. Podem ser processados em sumos e molho de tomate. Também os frutos enlatados e secos constituem produtos processados de importância económica (CAMARGO, 2005). 
O licopeno é um pigmento vermelho que não é produzido pelo corpo humano, mas é essencial para a saúde dos órgãos como o fígado, pulmões, pele, próstata, pois o licopeno é ingerido através de muitos alimentos, mas com a maior concentração disponível na natureza está no tomate. Este funciona como um agente antioxidante, diminuindo o envelhecimento das células e contribuindo para o aumento da função imunológica. E também responsável pela diminuição na probabilidade de casos de câncer de próstata, actuando na protecção contra a oxidação (COSTA, 2009). 
Desse modo, o trabalho visa avaliar a quantidade do teor de licopeno nas seguintes variedades de tomate produzidas no distrito de Massinga: Roma vf, Rio Grande e Cal j, na conservação do tomate através da secagem natural.
1.1 Problematização
O homem é assolado por várias doenças que podem levar – lo à morte, no entanto pode se combater ou reduzir o risco dessas doenças com o consumo de vários alimentos dentre os quais, o tomate que contêm uma substância muito importante na saúde humana (licopeno). 
O Distrito de Massinga conta com baixas de produção de hortícolas por exemplo tomate de diferentes variedades como: Roma vf, Cal J e Rio Grande com fins de subsistência e de comercialização. Do tomate produzido no distrito, não se conhece as reais quantidades do licopeno por cada variedade, tornado difícil a melhor recomendação da melhor variedade para o cultivo, comercialização e consumo na comunidade.
Face a essa situação, coloca-se a seguinte questão: Qual das variedades produzidas no Distrito de Massinga possui elevadas concentrações de teor de licopeno para minimizar essas doenças?
1.2 Justificativa 
O tomate é um fruto delicado e quando não é tratado cuidadosamente, deteriora-se rapidamente, o que afecta o sabor, o aroma e o valor nutritivo. Os sistemas de produção de tomate precisam combinar produtividade e garantia de propriedades nutricionais dos alimentos. Julga se importante a realização deste estudo no Distrito de Massinga porque o Distrito tem como um dos objectivos na actividade agrícola, a produção de tomate, produto muito importante, bastante consumido pela população local e acessível em relação a sua aquisição. 
No entanto, existem numerosas variedades de tomate com diferentes cores, tamanhos e sabores. Porém, destaca-se o tomate vermelho, devido ao seu valor nutricional. Contudo, é o seu teor em licopeno que tem sido objecto de inúmeros e importantes estudos nas últimas décadas.
Neste caso, importa nos avaliar o teor de licopeno nas diferentes variedades de tomate, como antioxidante, o licopeno possui capacidades para neutralizar os radicais livres que atacam as células saudáveis do organismo, ajudando assim a prevenir a ocorrência de doenças degenerativas como o cancro e doenças cardiovasculares.
No estudo poderá se comparar os teores de licopeno nas diferentes variedades de tomate (Roma vf, Cal J e Rio Grande), onde irá se divulgar a variedade com maior concentração de licopeno bem como os respectivos benefícios associados ao seu consumo, pode despertar ou incentivar a produção, comercialização e consumo dessa variedade, garantindo assim os ganhos nutricionais a saúde das populações do distrito de Massinga. 
1.3 Objectivos 
1.3.1 Geral: 
· Avaliar o teor de licopeno nas diferentes variedades de tomate produzidas no Distrito de Massinga. 
1.3.2 Específicos:
· Identificar as diferentes variedades de tomate produzidas no Distrito de Massinga; 
· Quantificar o teor de licopeno nas diferentes variedades de tomate produzidas no Distrito de Massinga; 
· Comparar os teores de licopeno nas diferentes variedades de tomate produzidas no Distrito de Massinga.
1.4 Questões científicas 
Q1: Quais as diferentes variedades de tomate produzidas no Distrito de Massinga? 
Q2: Qual é o teor de licopeno nas diferentes variedades de tomate produzidas no Distrito de Massinga?
Q3: Qual das diferentes variedades de tomate produzidas no Distrito de Massinga possui teores elevados de licopeno?
1.5 Delimitação do trabalho 
O trabalho limitou-se em obter as variedades de tomateiros produzidas em Massinga de Abril a Agosto de 2019 e determinar os teores de licopeno, com vista a recomendar a melhor variedade para o cultivo, do ponto de vista nutricional.
CAPITULO II: REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Botânica	
O tomate é o fruto da planta Lycopersicon esculentum L, da família das Solanáceas, originária da América Central e do Sul. Apesar de ser composto maioritariamente por água (93-94%), a importância do tomate na alimentação tem vindo a aumentar nos últimos anos, sobretudo devido aos seus teores em micronutrientes com propriedades antioxidantes, particularmente o licopeno, vitaminas C e E, selénio, luteína e polifenóis, principalmente flavonóides. A interacção sinérgica destes diferentes antioxidantes contribui para o benefício final do tomate, como “alimento-remédio” (AGARWAL, et al, 2008).
Para CARVALHO (2017), o tomate é uma planta herbácea, muito ramificada, perene, mas é cultivada como uma planta anual nas regiões tropicais e temperadas. Apresenta um sistema radicular pivotante que cresce a uma profundidade de 50 cm ou mais. O caule é verde piloso com hábito de crescimento que varia entre rasteiro, semi-erecto ou erecto. As flores são hermafroditas e ocorre a autofecundação. 
De acordo com NAIKA (2006), primeira colheita pode-se realizar entre os 45 e 55 dias após a floração, ou entre 90 e 120 dias depois da sementeira. A forma dos frutos difere conforme a variedade cultivada. A cor dos frutos varia entre amarelo e vermelho. 
Segundo ECOLE et. al., (2015), a planta de tomate pode ter crescimento determinado, semi-determinado ou indeterminado. Asvariedades de crescimento determinado têm um menor ciclo vegetativo, ramificam com facilidade e terminam num cacho de flores. Possuem grande número de hastes que crescem até atingir cerca de 1 m de altura. As de crescimento semi-determinado ou indeterminado apresentam dominância apical e a haste principal pode atingir mais de 3 m de altura, necessita de tutoramento e podas para se manterem erectas em plantios comerciais (ECOLE et. al., 2015). 
De acordo com CARVALHO (2017), uma boa variedade de tomateiro deve reunir as seguintes características: resistência ao frio, boa uniformidade, isenta de defeitos, pouca folhagem e seu bom posicionamento, resistência a elevado número de doenças e pragas. O fruto de uma boa variedade deve ser homogéneo na forma, tamanho e cor, sem colo verde, sem manchas descoloridas, resistente ao rachamento, ter boa consistência, bom calibre, ter pouca semente, bom paladar, ser fácil de armazenar e transportar (MELO, 2017).
É um fruto climatérico e seu processo de amadurecimento percebe-se pela mudança de cor que inicia em volta das sementes e depois passa para o pericárpio, tem uma alta capacidade de deteriorar-se, não pode ser armazenado por muito tempo, devido a sua natureza. 
De acordo com CARLSON, et al.; (2000), este fruto é bastante perecível e os métodos de conservação pode contribuir na redução de perdas.
O tomate apresenta como uma das características mas importantes de qualidade em termos industriais a sua textura, sendo que o seu amolecimento é necessário para tornar o fruto comestível e liberar o aroma e sabor durante o consumo. A firmeza do fruto é consideravelmente importante durante o maneio, já que são menos susceptíveis a danos mecânicos (FRENKEL, et al., 2004).
2.2. Exigências edafoclimáticas
De acordo com BANATTO (2014), o tomate tem uma óptima adaptação nos climas subtropical e tropical. A temperatura mais adequada para esta cultura é da faixa de 15ºC a 25ºC, mas tolera a variação de 10ºC a 35ºC. Quando submetidos à temperatura inferiores a 10ºC, retarda-se o crescimento, enquanto temperaturas superiores a 35ºC causam queda das flores, afectam a frutificação e o desenvolvimento dos frutos, e caso os frutos se formem podem ser ocos, pode ocorrer menor aproveitamento de nutrientes e morte prematura de plantas, (SILVA et al., 2012).
Para MELO (2007), a humidade relativa para uma boa produção do tomate oscila entre 60 a 80%. Humidade relativa muito elevada favorece o desenvolvimento de doenças na parte aérea e o aparecimento de desordens como rachaduras dos frutos e dificulta a fecundação pelo facto de o pólen ficar compactado, resultando no aborto de parte das flores. De outro lado, humidade relativa muito baixa dificulta a fixação do pólen ao estigma da flor reduzindo o índice de pegamento de fruto. 
2.3. Importância económica do tomate
O tomate é a segunda hortícola mais consumida em todo o mundo depois da batata reno (ECOLE et.al., 2015). Em Moçambique esta cultura destaca-se pela sua importância socioeconómica, ela é produzida por agricultores comerciais e pequenos agricultores para garantir a subsistência de grande número de famílias (MELO, 2011). Este mesmo autor afirma que o cultivo de tomateiro em Moçambique é feito nas regiões próximas a rios para facilitar o uso da irrigação, não obstante, existem áreas não próximas a rios que também são irrigadas e com boa tecnologia no sul do país como os distritos de Moamba e Boane na província de Maputo e o distrito de Chókwe na província de Gaza, onde o tomate é produzido.
O cultivo de tomate é uma importante fonte de receitas para as famílias de pequenos e médios produtores que se dedicam á sua prática, dado que a sua produção é destinada principalmente á venda nos mercados de grandes concentrações populacionais ou centros urbanos. O cultivo desta cultura é ainda uma opção que emprega grande quantidade de mão-de-obra, sobre tudo na época de colheita (MELO, 2011). 
2.3.1. Informação nutricional do tomate 
Tabela 1 - Informação nutricional do tomate
	Nutriente
	Valor
	Água  (g)
	94
	Proteínas  (g)
	0,7
	Carboidratos  (g)
	4
	Cálcio  (mg)
	12
	Fósforo  (mg)
	24
	Ferro  (mg)
	0,4
	Potássio  (mg)
	222
 Fonte: CORREIA et, al;  (2008)
2.4. Licopeno 
O licopeno é o carotenóide mais abundante no tomate, sendo o grande responsável por sua coloração vermelha. A quantidade de licopeno presente nos tomates depende de sua variedade, de seu estágio de maturação e das condições ambientais de cultivo (HART & SCOTT, 1995).
Segundo COSTA (2009), o licopeno é um anti-oxidante, lipossolúvel, sintetizado sob a forma de pigmentos em regra por plantas conferindo a cor a esse mesmo vegetal. 
De acordo com FABBRI (2009), o processamento térmico do tomate rompe a sua parede celular e permite a extracção do licopeno dos cromoplastos permitindo assim uma maior biodisponibilidade visto que quando o licopeno é ingerido na forma natural é pouco absorvido mas estudos demonstram que o processamento térmico do tomate melhoram a sua biodisponibilidade.
2.4.1. Importância na alimentação humana 
O consumo diário de tomate e produtos derivados estão relacionados a diminuição de riscos de várias doenças, atribuindo este efeito aos antioxidantes e compostos fenólicos existentes no tomate (CLARSON et al., 2000). Sendo que os carotenoides presentes no fruto são os responsáveis por essas propriedades, o licopeno apresenta grande contribuição, (HIENE, 2012). O carotenoide licopeno é um poderoso antioxidante que retarda o envelhecimento e pode proteger contra o câncer, incluído o câncer de próstata (RAUPP et al., 2009).
2.5. Características das variedades
2.5.1 Variedade Rio Grande 
Esta variedade é muito rústica, resistente e produtiva, os frutos do Tomate Rio Grande são muito saborosos e são adequados para consumir em fresco e para a indústria de conservas. O Tomate Rio Grande é baixo em calorias e muito rico em potássio e vitaminas A, C e E.
No entanto, esta variedade gosta de exposição ao sol e adapta-se a qualquer tipo de solo, mas prefere solos enriquecidos com matéria orgânica, soltos e permeáveis. A planta é muito vigorosa, adaptável, produtiva e com boa cobertura foliar. 
O tomate do Rio Grande, como a característica da fruta, é carnudo, com uma pequena quantidade de sementes, uma cor vermelha intensa, oval, em forma de ameixa. Tomates Rio Grande são bons em saladas, eles são adequados para sopas e molhos. Tem um peso de 200g, (VERDE, 2014).
2.5.2. Variedade Roma vf
É uma variedade produtiva, semi-precoce de crescimento determinado, com uma cor vermelho-rosa, de forma oval.
O tomate Roma pode-se semear de Janeiro a Julho, gosta de exposição ao sol e adapta-se a qualquer tipo de solo, mas prefere solos enriquecidos com matéria orgânica, soltos e permeáveis (RIBEIRO, 1999).
2.5.3 Variedade Cal J
De acordo com PRODUCTION (2014), a planta é vigorosa e altamente produtiva, possui frutos de tamanho médio, firme e com cor vermelha. O tomate Cal J cresce em regiões frias, peso médio de 500g. Os maiores tomates pesam até 900g. A forma do fruto é plana, com bordas arredondadas e uma superfície brilhante, no seu cultivo requer controlo frequente de infestantes, solo solto, muita das vezes o tomate é usado fresco nas saladas. 
2.6. Quantificação do teor de licopeno 
A quantificação de teor de licopeno faz-se por meio de um espectrofotómetro. O método espectrofotométrico consiste na leitura de absorvência em um espectrofotómetro, que é um instrumento que permite comparar a radiação absorvida ou transmitida por uma solução que contém uma quantidade desconhecida de soluto, e uma quantidade conhecida do solvente (RODRIGUEZ, 2001). 
CAPÍTULO III: MATERIAIS E MÉTODOS 
3.1 Localização Geográfica da área de estudo 
O estudo foi realizado na vila municipal de Massinga, a norte limitado pelo povoado de Anhane, a Sul pela povoação de Malova, a Oeste pela Povoação de Cofi e a Este pelas povoações de Chilácua e Mangonha. Conta com 14 bairros, nomeadamente: 21 de Abril, Matingane, 7 de Setembro, Eduardo Mondlane, Conze, Mudaúca, Malovécua, Ngongane,Chilácua, Xitsuco, Kape – kape, Malembane, Samora Machel e Macathla. O distrito de Massinga esta situado na zona central da província de Inhambane, tendo como limites, a Sul com o distrito de Morrumbene, a Oeste o distrito de Funhalouro, a Norte com os distritos de Vilankulo e Mabote, e a Este o Oceano Índico (MAE, 2005). 
O clima do distrito é dominado por zonas do tipo tropical seco no interior, e húmido à medida que se caminha para a costa, com duas estações do ano: A quente e chuvosa que vai de Outubro a Março e a fresca e seca, de Abril a Setembro. O distrito apresenta temperaturas médias anuais que variam entre 18-30º C nos meses de Fevereiro e Março. Os solos são franco-arenosos, com uma precipitação média anual de 650-750 mm (MAE, 2005).
De acordo com MAE (2005), a Vila de Massinga tem uma área estimada em 102,5km2 e uma população de 49.635 Habitantes segundo os resultados preliminares do Censo – 2017, correspondendo a uma densidade populacional de 486,6 Hab/km2. 
Figura 1: Mapa de localização geográfica de vila de Massinga
Fonte: PEDD (2014)
3.2 Métodos de Pesquisa 
O trabalho engloba a pesquisa Bibliográfica, Trabalho de Campo e pesquisa no laboratório.
3.2.1 Pesquisa Bibliográfica 
Nesta fase, fez-se a revisão teórica, a partir das fontes escritas e electrónicos já publicados, como livros, artigos científicos, dissertações, que foram citados no trabalho e mencionados na bibliografia final. 
3.2.2 Trabalho de campo
Deslocou-se a área de estudo com vista a produção do tomate, acompanhamento do crescimento dos tomateiros, e recolha de amostras de tomate para análise experimental. 
Campo definitivo	 
Através da conversa formal com os técnicos do SDAE, foi possível saber que as variedades mais produzidas no distrito de Massinga são: Rio grande; Cal j e Roma vf.
O campo de produção teve uma área total de 106.25m² (12,5mx8.5m), sendo que os canteiros ocuparam uma área de 47,25m² (10,5mx4.5m) onde cada canteiro ocupou uma área de 15.75 m² (10.5mx1.5m). Cada canteiro teve 32 plantas constituindo 96 plantas da área total de produção, com compasso de 1.5 entre linhas e 0.5m entre plantas. A distância entre canteiros foi de 1m. Entretanto, o ensaio foi constituído por 3 canteiros, espaçados entre si por 1m. Cada canteiro teve uma variedade numa área de 15.75m².
Tabela 2: Lista de variedades de tomate usadas no estudo
	Tratamento
	Variedades
	V1
	Rio grande
	V2
	Cal j
	V3
	Roma vf
3.2.2.1 Etapas de trabalho de campo 
Preparação do solo
A preparação do solo visava criar cama para melhor desenvolvimento das plantas, esta preparação foi realizada 15 dias antes da sementeira, por meio de lavoura manual, onde usou-se enxada, catana e o ancinho. Neste processo as principais operações que foram executadas são: limpeza que consistiu no corte e remoção de arbustos usando uma catana, lavoura manual que consistiu no revolvimento do solo com o auxílio da enxada, o nivelamento do solo usando o ancinho e por fim fez se a demarcação do terreno. 
 
Figura 2: Limpeza da área de produção 
Fonte: Autora (2019) 
Sementeira 
A sementeira foi feita no alfobre estabelecido antes da preparação do solo no campo definitivo. 
 Adubação 
No alfobre foi feita uma adubação com 4 kg de esterco galináceo e no campo definitivo foi feita a adubação de fundo de forma localizada com 1 kg de substrato de esterco de galináceo por covacho e 15 dias depois do transplante aplicou-se 1 kg de NPK. Por último, no início da floração também aplicou-se 1kg de NKP.
Transplante
O transplante foi feito 23 dias depois da sementeira usando o compasso de 1,50 m x 0,50 m. Foram transplantadas no mesmo dia e colocadas uma plântula por covacho para todo o ensaio. Cada canteiro era constituído por 32 plantas, formando no total 96 plantas no ensaio.	
Rega
No decorrer da produção foi necessário se proceder com a actividade de rega, que era feita nas horas mais frescas do dia (período de manhã e da tarde), com excepção dos dias chuvosos. A rega era feita manualmente, usando-se um regador.
Controlo de infestantes
O controlo de infestantes visa livrar os campos das infestantes que concorrem água e nutrientes com as plântulas. Foram realizadas três sachas no decorrer da produção. A primeira sacha foi realizada aos 15 dias depois do transplante, a segunda foi efectuada aos 30 dias após o transplante e a terceira foi realizada aos 45 dias após o transplante. As sachas foram efectuadas manualmente com auxílio de uma enxada.
Controlo fitossanitário
O controlo de pragas foi feito através de uso de pesticida Hitcel, aplicados com pulverizador. Usou-se uma quantidade de 4.5ml de pesticida numa área de 106.25m². Este foi aplicado três vezes durante toda a produção, sendo que, a primeira foi aos sete dias após o transplante que era para evitar o ataque de pragas do campo nas plântulas. A segunda foi feita no início da fase de floração e visava promover a formação e crescimento saudável dos frutos e a terceira decorreu três semanas depois da segunda por causa do aparecimento de furos causados por uma broca pequena em alguns frutos. Houve o surgimento de uma doença bacteriana (podridão mole dos frutos). 
 
Figura 3: Danos causados pela broca pequena, (esquerda) e seu controlo (direita)
Fonte: Autora (2019)
 Tutoramento
Para suportar as plantas mais compridas no momento da frutificação, fez se o tutoramento das plantas, que consistiu na colocação de tutores em cada planta para apoia-la.
Colheita
A colheita foi manual e de forma escalonada, onde se colheu apenas o fruto que estivesse maduro. Esta operação teve o seu início cerca de 90 dias depois do transplante. 
 
Figura 4: Colheita
Fonte: Autora (2019) 
3.2.3 Pesquisa no Laboratório 
Esta parte da pesquisa foi realizada no laboratório Multidisciplinar da Universidade Save Extensão de Massinga para a quantificação de licopeno nas amostras, experiências que foram feitas em triplicata, usando o método analítico de espectroscopia.
Materiais 
Os principais materiais, equipamentos e reagentes que foram usados na pesquisa, estão apresentados na tabela. 
Tabela 3: Lista de equipamentos e reagentes usados no estudo
	Equipamentos e materiais 
	Reagentes
	Balança analítica 
Liquidificador ou Almofariz 
Espectrofotómetro 
	Acetona 
Água destilada 
Éter de petróleo 
Fonte: Autora (2019)
3.2.3.1 Obtenção da amostra de laboratório (pó de tomate)
O processo de produção do tomate em pó foi feito considerando as seguintes fases: 
Lavagem – a lavagem do tomate foi feita com água potável corrente, onde o objectivo principal era a retirada das impurezas como folhas e areia diminuindo deste modo o risco de deterioração;
Descasque – consistiu na retirada manual da casca, película responsável pela protecção da camada interna dos frutos e as sementes;
Trituração – foi feita com liquidificador, com objectivo de homogeneizar a polpa e reduzir a dimensão das partículas do tomate garantindo assim maior eficiência na secagem.
Figura 5: Trituração do tomate
Fonte: Autora (2019)
Secagem – foi feita a secagem natural que consistiu em estender um pano limpo em cima da mesa e depois colocar a polpa de tomate durante 1 dia ao sol, depois de secar, retirar e pilar. 
3.2.3.2 Procedimento de determinação do teor de licopeno 
O teor de licopeno no fruto de tomate foi obtido através de uma análise espectrofotométrica na região dos 470nm (RODRIGUEZ, 2001). 
Foram tomadas amostras de 0.4058g do tomate em pó, onde misturou-se com 10 ml de água destilada depois adicionou-se 5ml de acetona em cada amostra. De seguida foi feita a filtração para um balão volumétrico, onde este procedimento foi repetido 4 vezes para permitir a extracção total de pigmentos.
 Depois num copo de becker, adicionou-se 20 ml de éter de petróleo, uma parte do filtrado contido no kitasato.
 Houve o surgimento de duas fases distintas, uma com éter de petróleo e carotenóides (fase colorida) e outra com água e acetona (fase incolor), com ajuda de frasco de sucção separou-se as duas fases. Este extracto foi lavadoquatro vezes com água destilada, descartando-se sempre a fase incolor.
A solução dos pigmentos em éter de petróleo foi transferida para um balão volumétrico completando-se o volume para 100 ml com éter de petróleo. 
Depois fez-se leituras no espectrofotómetro no comprimento de onda de 470 nm.
O teor de licopeno foi obtido pela seguinte fórmula:
Onde:
A = absorvência da solução no comprimento de onda máxima lida no espectrofotómetro; 
V = volume final da solução;
M = massa da amostra tomada para a análise.
 = é o coeficiente de absorção do licopeno em éter de petróleo = 3450
3.3 Análise de dados
Usou-se o pacote estatístico SAS versão 9.4, onde correu-se a Análise de Variância (ANOVA), seguida pelo teste de homogeneidade da variância, usando-se o teste Bartlett a nível de significância de 5%. O modelo da ANOVA usado foi: 
Onde:
 = é o valor observado; 
 = Média geral;
 = Efeito da variedade i;
 = Erro experimental.
Para comparação de médias usou-se o teste de Tukey a 5% de margem de erro.
CAPÍTULO IV: RESULTADOS E DISCUSSÃO
Neste capítulo faz-se a apresentação e discussão de resultados obtidos durante a pesquisa realizada no distrito de Massinga, a qual consistiu na identificação das variedades de tomate, produção de tomate e análise no laboratório do mesmo, e encontra-se em tabelas, gráficos e a justificação em forma de texto. 
4.1. Identificação das diferentes variedades de tomate produzidas no Distrito de Massinga 
No âmbito da pesquisa, face a identificação das variedades de tomate produzidas no distrito de Massinga, identificou-se as seguintes: Rio grande, Cal j e Roma vf. 
O distrito de Massinga opta na produção das variedades de Rio Grande, Cal j e Roma vf porque são precoces, são produtivas, e são saborosas.
Na óptica do SDAE usa-se mais as variedades de Rio Grande, Cal j e Roma vf, devido a facilidade de poder de compra das sementes, são precoces, fácil adaptação e são produtivas, esta apreciação esta em harmonia com VERDE (2014), ao afirmar que variedade Rio Grande é muito resistente e produtiva, os frutos são muito saborosos, tendo uma cor vermelha intensa e são adequados para consumir em fresco, gosta de exposição ao sol, adapta-se a qualquer tipo de solo, mas prefere solos enriquecidos com matéria orgânica, soltos e permeáveis. A planta é muito vigorosa e com boa cobertura foliar.
De acordo com RIBEIRO (1999), a variedade Roma vf é produtiva, semi-precoce de crescimento determinado, com uma cor vermelho-rosa, de forma oval, gosta de exposição ao sol e adapta-se a qualquer tipo de solo, mas prefere solos enriquecidos com matéria orgânica, soltos e permeáveis.
Estudos feitos por PRODUCTION (2014), indicam que a variedade Cal J é uma planta vigorosa e altamente produtiva, adapta-se a qualquer tipo de solo, é resistente a pragas e doenças, possui frutos de tamanho médio, firme e com cor vermelha, prefere solos soltos, e muita das vezes o tomate é usado fresco nas saladas.
4.2. Quantificação do teor de licopeno nas diferentes variedades de tomate produzido no Distrito de Massinga
Neste item faz-se a quantificação do teor de licopeno nas diferentes variedades de tomate produzidas no distrito de Massinga. 
4.2.1. Análise da variância 
O resumo da análise de variância (ANOVA) para o teor de licopeno esta apresentado na Tabela 4. Nesta análise, existiram diferenças significativas entres as variedades. Estatisticamente, as médias das variedades Rio Grande (1308.4μg / g) e Roma vf (1151.4μg / g) não são diferentes entre si, enquanto que, a média da variedade Cal j (526.9μg / g) mostrou-se significativamente diferente das médias das outras variedades. 
Tabela 4. Valores de quadrados médios e significância do efeito das variedades no parâmetro avaliado 
	Variedade
	Licopeno
	Rio Grande
	1308.4 a
	Roma vf
	1151.4 a
	Cal j
	526.9 b
	Quadrado médio das variedades
	512691.06 **
	CV (%)
	15.87
Pares de médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey ao nível de significância de 5%. Níveis de significância: ** diferenças significativas a 1%. CV - coeficiente de variação.
Os teores de licopeno obtidos na amostra do tomate da variedade Rio Grande, Roma vf e Cal j, são aproximados ao teor encontrado por RODRIGUES (2001) que obtiveram amostras de tomate variando da seguinte forma: o Rio Grande com 1312.6μg / g de licopeno, Roma vf com 1151.0μg / g de licopeno, Cal j com 529.1μg / g de licopeno. 
Outra pesquisa feita por TAVARES (1994), mostrou que o teor de licopeno das variedades de tomate Rio Grande, Roma vf e Cal j comporta-se da seguinte maneira: o tomate Rio Grande com 1208.1μg / g; Roma vf com 1120,1μg / g e Cal j com 500μg / g.
A quantificação feita nesta pesquisa, mostrou uma pequena diferença entre as variedades usadas com as variedades que o Rodrigues e Tavares tiveram. Estas diferenças podem se atribuir a época de colheita, o que está de acordo com ABREU & BARCELOS (2012), ao afirmarem que as diferenças entre os valores encontrados nas variedades do tomate podem ser atribuídas à época de colheita, maneio pós-colheita, armazenamento, variedade e tipo de solo cultivado, bem como a influência do estado de maturação, uma vez que frutos com estado de maturação mais elevado apresentam maiores teores de licopeno por haver a finalização das reacções bioquímicas responsáveis pela liberação deste.
4.3. Comparação dos teores de licopeno nas diferentes variedades de tomate produzidas no Distrito de Massinga
Para análise do teor de licopeno em diferentes variedades de tomate observou-se uma discrepância nas diferentes variedades, desta quantificação verificou-se que o Rio Grande possui maior quantidade de licopeno 1308.4μg / g, Roma vf tem uma quantidade intermédia de licopeno 1151.4μg / g e Cal j tem a menor quantidade de licopeno 526.9μg / g, tal como ilustra o gráfico a seguir:
Gráfico 1. Teores de licopeno nas diferentes variedades de tomate produzidas no Distrito de Massinga
 
As variedades de tomate em estudo diferem em tamanhos, cores e no seu valor nutricional (teor de licopeno). De acordo com SHAMI (2004), variedade Rio Grande é muito rico em potássio, vitaminas A, C e E. Possui um elevado poder antioxidante (licopeno) que ajuda na redução do risco do desenvolvimento do câncer, especialmente de próstata.
Entretanto, a diferença que existe na quantidade de licopeno nas três variedades de tomate Rio Grande, Cal j e Roma vf varia de acordo com o estágio de maturação dos frutos e variedade de tomate. Contudo, RODRIGUEZ (1997), afirma que a quantidade de licopeno presente nos frutos de tomates está relacionada com a variedade o grau de maturação e aumento da coloração deles, uma vez que, o tomate vermelho maduro contém alto teor de licopeno.
CAPITULO V. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 
5.1. Conclusões 
· As variedades de tomate produzido no Distrito de Massinga são Rio Grande, Roma vf e Cal j.
· O teor de licopeno nas diferentes variedades de tomate produzido no Distrito de Massinga é Rio Grande com 1308.4μg / g de licopeno, Roma vf com 1151.4μg / g de licopeno e Cal j com 526.9μg / g de licopeno.
· Na comparação dos teores de licopeno nas diferentes variedades de tomate produzido no Distrito de Massinga, notou-se uma diferença significativa 1% nas variedades de tomate, como Rio Grande, Cal J e Roma vf.
· A melhor variedade de tomate é Rio Grande pois contém 1308.4μg / g de licopeno, enquanto as outras variedades dispõem de uma menor quantidade de licopeno.
5.2. Recomendações 
Com base nas conclusões feitas na presente pesquisa recomenda-se o seguinte: 
Aos pesquisadores: 
A realização de trabalhos similares e respectiva publicação, dado que são poucas pesquisas relacionadas as variedades de tomate e quantificação de teor de licopeno, o que irá facilitar a discussão dos resultados alcançados. 
As instituições: 
Ao SDAE a distribuição das sementes de tomate da variedade Rio grande aos agricultores e sensibilizar para produção e consumo da mesma visto que mostrou maior teor de licopeno.
A comunidade:
Que pratique e aposte na produção de variedadeRio grande pois apresentou alto teor de licopeno que é benéfica na saúde humana. 
6. Referências bibliográficas 
1. ABREU, C. W; BARCELOS, P. F. M. Actividade Antioxidante Total da Polpa de Tomate Submetida ao Processamento Térmico Doméstico em Diferentes Tempos. Departamento de Ciência dos Alimentos da Universidade Federal de Lavras. Minas Gerais, Brasil, 2012.
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3. BONATTO, Melina Inês. Produtividade E Qualidade Dos Frutos De Dois Híbridos De Tomate Tipo Cereja, Quando Produzidos Em Ambiente Protegido E A Campo, Em Curitibanos – Sc. Curitibanos 2014.
4. CAMARGO, G. A. Novas tecnologias e pré-tratamento: tomate seco embalado à vácuo. 2005. 162 p. Tese (Doutorado em Tecnologia de Alimentos) - Faculdade de Engenharia de Alimentos, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2005.
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7. CORREIA, L. F.; FARAONI, A. S.; PINHEIRO-SANT’ANA, H. M. - Efeitos do processamento industrial de alimentos sobre a estabilidade de vitaminas; Alimentacao e Nutrição, Araraquara, 2008.
8. COSTA, F. F. - Avaliação da composição em micronutrientes do tomate consoante a variedade e modo de colheita; Dissertação (Mestre de Nutrição Clinica) Coimbra, 2009.
9. ECOLE, Carvalho Carlos; MALIA, Hipólito Alberto,Horticultura em Moçambique Características, Tecnologias deProdução e de Pós-Colheita,EMBRAPA, 2015.
10. DELAZARI Fábio Teixeira, Produção e qualidade de frutos do tomateiro no sistema viçosa de tutoramento em função do estado hídrico-nutricional, 2014.
11. FABBRI, A. D. - Estudo da radiação ionizante em tomates in natura (Lycopersicum Esculentum Mill) e no Teor de licopeno no molho. Dissertação (Mestre de Ciências na área de Tecnologia Nuclear – Aplicações); São Paulo, 2009.
12. FIORI. M. P. Comportamento de cultivares de tomateiro quanto à utilização de escória siderúrgicas em ambiente protegido. Marília - SP. Dissertação (Mestrado), Faculdade de Ciências Agrárias - Universidade de Marília 2006.
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18. MELO, P.C.T. Diagnostico Sobre a Viabilidade da Produção de Sementes de Hortaliças no sul de Moçambique. Relatório Final. Maputo 2011.
19. MELO, P.C.T. Produção de Sementes de Tomate. USP/ESALQ – Departamento de Produção Vegetal. 2007.
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21. PEDD, Plano Estratégico do Desenvolvimento do Distrito de Massinga, Perfil do Distrito de Massinga Província de Inhambane 2014.
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29. TAVARES, CA, Carotenoid composition o brazilian tomatoes and tomatoes products. Lebensm Wiss Technol. 1994;
30. VERDE, T. Semente de Tomate Rastero de Rio Grande, 2014.
Apêndice 1: Layout do ensaio
 8.5m
	1m 10,5m 1m 1m
	12,5m
1m 1.5m 1m 1.5m 1m 1.5m 1m
Roma V.f
Cal j
Rio grande
V1
V2
V3
	
Apêndice 2: Resultados obtidos na quantificação de licopeno
	Variedade de tomate 
	Massa (g)
	Absorvância 
	Teor de licopeno (μg/g)
	Rio grande 
	0.4058
	1.8300
	1307.13
	
	0.4058
	1.8408
	1314.84
	
	0.4058
	1.8244
	1303.13
	
	……….
	……..
	1308.03
	Cal J
	0.4058
	0.6845
	488.92
	
	0.4058
	0.5704
	407.42
	
	0.4058
	0.9580
	684.27
	
	…….
	……….
	526.87
	Roma vf
	0.4058
	1.7857
	1275.49
	
	0.4058
	1.8156
	1296.84
	
	0.4058
	1.2345
	881.77
	
	……….
	………..
	1151.36

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