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Sociologia Organizacional

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Universidade Federal Fluminense (UFF)
Curso de administração Publica 
Disciplina: Sociologia Organizacional
Aluno: Jaques Douglas da Silva
Polo: Volta Redonda 
Matricula: 20113110380
Atividade III
Usando como base as leituras indicadas dos capítulos do Livro "A Corrosão do Caráter" (Richard Sennett) e do capítulo "Controle organizacional no processo capitalista de produção" (Alves e Oliveira), escreva um texto respondendo à seguinte questão: quais os principais impactos do moderno capitalismo do século XX sobre os indivíduos e as organizações? 
No livro “A Corrosão do Caráter”, o sociólogo Richard Sennett busca descrever como as diferentes formas de controle se manifestaram nas organizações ao longo da industrialização e de que modo elas se manifestam nas sociedades ditas pós-industriais.
Assim, os autores pretendem fazer um resgate da formação histórica da sociedade industrial, ressaltando como as mudanças que levaram a novos modelos produtivos e técnicas gerenciais relacionam-se com a adoção de diferentes técnicas de controle sobre os operários. 
Segundo os autores, as transformações nos modos de produção se iniciam com a revolução industrial que começou na Inglaterra no século XVIII, com o objetivo de mecanizar os meios pelos quais eram realizados o processo de fabricação dos produtos. Durante os séculos XVII e XVIII o trabalho realizado pelos indivíduos eram para suprir suas necessidades pessoais, as atividades eram realizadas em ambientes domésticos ou em pequenas empresas, o controle de execução das tarefas era gerido pelo próprio trabalhador, podendo ele estabelecer seus próprios horários, suas relações sociais e de trabalho eram interligadas, possuindo assim pouca separação de seu tempo de trabalho com o de sua vida pessoal. Mais por não haver um tempo determinado para finalização de produtos e assim consequentemente reclamações por parte dos mercantilistas a respeito da demora da entrega dos produtos e baixa produtividade surgi no século XIX um debate entre as indústrias a respeito da necessidade de se controlar o tempo de realização das tarefas, a implementação de máquinas e a centralização das atividades nas fábricas tornam-se a forma de se estabelecer o ritmo e controlar o trabalhador. 
A passagem do trabalho “doméstico”, para o trabalho “fabril”, foi a primeira grande mudança na forma de controle do trabalho. Os trabalhadores que antes trabalhavam em suas próprias residências tinham que agora se deslocarem para as fabricas, pois, as ferramentas as quais possuía já não eram mais suficientes para atender as solicitações da produção, uma vez que agora já eram implantadas nas fábricas máquinas para aumentar a produção. Como base de preparação para a utilização de tal ferramenta era distribuída aos trabalhadores manuais para orientação sobre o uso racional de tempo, importância da pontualidade e disciplina no trabalho. É importante ressaltar que a implantação de tais exigências não foi aceita pacificamente em primeiro momento, havendo manifestações por parte dos trabalhadores. 
A primeira manifestação dos trabalhadores teve o nome de luddista que teve como objetivo a destruição das máquinas no interior das fabricas. Mais no final de tudo apesar dos movimentos realizados pelos trabalhadores prevaleceu o discurso da necessidade de industrialização e maior produtividade. Mais adiante surge entre o fim do século XIX e começo do século XX. Taylor e Fayol que foram os principais precursores da teorização sobre o controle nas empresas buscando formas de gestão do trabalho que poderiam ser utilizadas por qualquer empresa.
A partir deste período o uso de novas tecnologias possibilitava a obtenção de ganhos maiores em eficiência e custos, capacidades de respostas as variações da procura, de produtividade, de qualidade e de inovação. As experiências realizadas pela Toyota superam os métodos fordista e taylorista que perduraram até grande parte do século XX. Surge-se então novos modelos ligados as características culturais locais e a necessidade das organizações de se manterem competitivas. Segundo os autores, o modelo adotado pela Toyota acarretou um enxugamento radical da mão de obra, diminuindo custos com salários. Com o desenvolvimento desse sistema flexível surgem novos sistemas de controle.
Por fim, segundo os autores Alves e Oliveira (2011), tem-se uma forma de controle que tornou-se para as empresas uma estratégia, a cultura, um meio de controle que visava a tentativa de aproximar os valores dos indivíduos aos das organizações, um jeito mais sutil de controle organizacional, baseado na flexibilidade e descentralização, como forma efetiva de guiar as ações, as decisões e as relações da empresa, passando a ser considerados como norma para alcançar os objetivos propostos.
Segundo Barbosa (2002), a cultura organizacional tornou-se em 1990 um ativo intangível estratégico das empresas, pois assim como outros bens intangíveis (capacidade de inovação, capital intelectual), é capaz de gerar valor e riqueza no atual capitalismo, tanto quanto os principais fatores de produção; capital terra e trabalho.
As organizações utilizam cada vez mais dos artifícios da cultura como os seus símbolos para tentarem aproximar os valores dos indivíduos aos das organizações, utilizando -se também controle empresa- família, no qual o trabalhador enxerga seu local de trabalho não. 
Apenas como um meio de troca de trabalho em dinheiro, mais sim como a empresa também faz parte de sua família, a utilização e manipulação simbólica aproximam o indivíduo da empresa, estabelecendo um forte laço de dependência em que se vê vinculado a organização pelo compartilhamento da cultura.
Referência Bibliográfica
OLIVEIRA, Sidinei Rocha de; ALVES, Daniela Alves de. Capítulo 7 – Controle organizacional no processo capitalista de produção. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2011.
SENNET, Richard. A Corrosão do Caráter. Tradução Marcos Santarrita - 14ª edição - Rio de Janeiro: Editora Record, 2009.

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