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TEORIAS APLICADAS NA ADMINISTRAÇÃO (1)

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E-BOOK
TEORIAS APLICADAS 
NA ADMINISTRAÇÃO
Bases históricas da administração
APRESENTAÇÃO
A Administração existe desde o início dos tempos, quando era praticada pelas civilizações mais 
primitivas, que utilizavam técnicas e ferramentas administrativas para alcançar seus objetivos. 
Com o surgimento dos agrupamentos humanos, o homem começou a administrar sua família, 
sua casa, seu clã, sua tribo e aldeias e, quando passou a viver em sociedade, viu-se diante da 
necessidade de administrar vilas, cidades, estados e países. 
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar as origens da Administração, a sua evolução, 
desde o capitalismo mercantil até a Revolução Industrial, e seus aspectos gerais na atualidade. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Explicar as origens da Administração.•
Identificar a evolução administrativa do capitalismo mercantil até a Revolução Industrial.•
Discutir os aspectos gerais da Administração nos tempos atuais.•
DESAFIO
O fenômeno da globalização influenciou e continua influenciando a vida das sociedades e o 
mundo organizacional, bem como as formas de administrar. Sendo assim, as organizações 
necessitam de uma administração de qualidade para crescerem e se manterem com sucesso no 
mercado.
Neste Desafio, imagine o seguinte cenário:
 
Como forma de organizar o seu script, responda:
1) Que aspectos são considerados importantes para a administração das organizações nos dias 
atuais? 
2) Algumas práticas administrativas do passado já não se encaixam no perfil exigido atualmente 
aos administradores. Neste mercado turbulento, complexo e em constantes mudanças, o que é 
necessário aos gestores? 
INFOGRÁFICO
As mudanças em todos os ambientes fizeram com que surgissem novos conceitos e técnicas para 
administrar as organizações.
Acompanhe, neste Infográfico, as origens da Administração e as fases de sua evolução.
CONTEÚDO DO LIVRO
São muitos os conceitos de administração criados pelos primeiros administradores e que foram 
evoluindo ao longo do tempo, ajustando-se às situações da cada momento histórico. Apesar da 
semelhança dos problemas, mesmo em cada período histórico, as soluções sempre foram 
diferentes, uma vez que o contexto muda constantemente.
Muito do que você estuda hoje sobre administração é resultado de ideias e técnicas de inúmeros 
precursores que surgiam com a intenção de resolver problemas enfrentados pelas empresas. 
No capítulo Bases históricas da Administração, da obra Teorias da Administração, você vai 
conhecer as origens da Administração, identificando a sua evolução, desde o capitalismo 
mercantil até a Revolução Industrial, e seus aspectos gerais na atualidade.
Boa leitura.
TEORIAS DA 
ADMINISTRAÇÃO
Ligia Maria 
Fonseca Affonso
Bases históricas da 
administração
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Explicar as origens da administração.
 Identificar a evolução administrativa do capitalismo mercantil até a
Revolução Industrial.
 Discutir os aspectos gerais da administração nos tempos atuais.
Introdução
São muitos os conceitos de administração criados pelos primeiros ad-
ministradores. Esses conceitos foram evoluindo ao longo do tempo, se 
ajustando a cada momento histórico. Assim, muito do que você estuda 
hoje sobre administração é resultado de ideias e técnicas de inúmeros 
precursores que buscavam resolver problemas enfrentados pelas orga-
nizações. Apesar da semelhança entre os problemas, em cada período 
histórico, as soluções sempre foram diferentes, uma vez que o contexto 
era distinto.
Neste capítulo, você vai estudar as origens da administração e sua evo-
lução desde o capitalismo mercantil até a Revolução Industrial. Além disso, 
você vai conhecer os aspectos gerais da administração na atualidade.
Origens da administração
Você já sabe que a administração existe desde o início dos tempos. Você 
mesmo, em seu dia a dia, administra seu tempo, sua casa, sua família, seus 
estudos, seu trabalho, suas finanças, etc. Já reparou que quando você não 
consegue, por exemplo, administrar seu tempo, sua vida fica complicada, 
com tarefas que acabam se acumulando?
Agora considere uma organização que lida com pessoas, materiais, equipa-
mentos, tecnologia, instalações, conhecimentos e informações. Sem a admi-
nistração, seria impossível fazer tudo isso funcionar, não é? Uma organização 
só consegue atingir seus objetivos se for bem administrada. 
Uma organização é uma unidade social, constituída por duas ou mais pessoas, cuja 
finalidade é atender às necessidades da sociedade, gerar resultados (financeiros ou não) 
e atingir objetivos estabelecidos por meio da divisão do trabalho e da coordenação 
dos recursos e esforços (MAXIMIANO, 2012).
Referências históricas demonstram que conceitos administrativos de cerca 
de 1200 a.C. ainda são utilizados hoje. Contudo, a administração surgiu ainda 
com as primeiras comunidades primitivas. Os homens, em suas expedições de 
caça e pesca, além de construírem suas próprias ferramentas, também tomavam 
decisões, planejavam e dividiam o trabalho. Eles precisavam definir a rota de 
caça, o local onde ficariam acampados, as armadilhas, etc. Assim, você pode 
considerar que as expedições já tinham características de organizações, e seus 
líderes, características de gerentes (MAXIMIANO, 2012).
Por volta de 3000 a.C., a arte de administrar já era exercida pelos 
sumerianos, quando buscavam soluções para seus problemas práticos. A 
administração foi utilizada, por exemplo, na formação de uma sociedade de 
irrigação idealizada pelos primeiros colonizadores da Mesopotâmia. Como 
a água era abundante, seu uso foi organizado por pequenas comunidades 
autossuficientes e interligadas. Os coordenadores dessas comunidades 
eram os sacerdotes, que transformaram os templos em centros adminis-
trativos, com funcionários que registravam as atividades de recebimento, 
armazenagem e pagamento de produtos escassos, como madeira e metais, 
que eram comercializados. Os funcionários e esses produtos eram pagos 
com o que sobrava da agricultura irrigada. Além da escrita e da aritmé-
tica, os sumérios criaram a administração pública com funcionários e 
práticas burocráticas. Assim, nessa época era realizada a escrituração de 
operações comerciais e surgiram os primeiros funcionários e dirigentes 
administrativos profissionais.
Em 3100 a.C., o Egito já praticava o planejamento em longo prazo quando 
se preparava para o ciclo de inundação, cultivo e seca. Além disso, man-
Bases históricas da administração2
tinha uma rede de fortes com soldados assalariados e com suprimentos 
suficientes para 12 meses. Outro exemplo de prática administrativa foi a 
construção de suas pirâmides, que exigiram dos egípcios habilidades técnicas 
e administrativas para resolver grandes problemas relacionados à mão de 
obra, aos arquitetos e à logística. Dessa forma, essa época foi marcada pela 
construção de grandes pirâmides, práticas de planejamento, organização e 
controle sofisticadas.
Em 2000 a.C., a decadência dos sumérios abre espaço para o domínio dos 
babilônios, cujo registro de transações comerciais era feito cuidadosamente 
em placas de argila, mostrando sua preocupação com o controle. As cores 
eram utilizadas para o controle da produção, dos estoques de tecidos e dos 
celeiros. O código do rei Hamurabi, com 282 regras, é outro exemplo do uso 
da administração pelos babilônios. Tal documento é um dos primeiros e talvez 
o mais famoso conjunto de leis da história. Em algumas regras, é possível 
identificar princípios de controle e de responsabilidade. Os babilônios foram 
responsáveis ainda pela criação de um sistema de incentivos salariais, como 
o pagamento destinado às mulheres encarregadas da fiação e da tecelagem, 
que recebiam de acordo com a produção individual. 
Destacam-se também os assírios, que contribuíram para o grande avanço 
na área da organizaçãomilitar, servindo de modelo para exércitos posteriores, 
principalmente em relação a depósitos de suprimentos, colunas de transporte 
e companhias para a construção de pontes, demonstrando grande preocupação 
com a logística. 
Entre os anos 2350 e 2256 a.C., na China, o imperador Yao empregou o 
princípio de assessoria, que foi utilizado por outros governantes. Uma técnica 
que se tornou tradicional na administração pública da China foi a de aconse-
lhamento com os assessores, delegando a eles autoridade para a resolução de 
problemas. A constituição da dinastia de Chow (1100 a.C.) é outro exemplo 
de prática de administração pelos chineses. Essa dinastia criou um manual 
de administração com oito regulamentos e regras de administração pública 
a serem seguidos por um primeiro ministro. Assim, fica clara a tentativa de 
definir regras e princípios de administração.
Você pode considerar também Sun Tzu, que escreveu sobre estratégia militar 
e que, no tratado A Arte da Guerra, apresenta teorias para evitar batalhas e 
intimidar psicologicamente os inimigos utilizando o tempo, em vez da força, 
para desgastá-los e atacá-los quando estivessem desprevenidos. As Muralhas 
da China são outro exemplo da adoção de práticas administrativas. A obra 
empregou milhares de pessoas para a construção de 1.500 quilômetros ao 
longo de quase 10 anos.
3Bases históricas da administração
A Arte da Guerra é um manual de recomendações que trata dos princípios fundamentais 
de planejamento, comando, doutrina e outros. Esse manual atravessou os séculos e é 
muito utilizado na administração de todos os tipos de organização (MAXIMIANO, 2012).
A Grécia também marcou significativamente a administração de organi-
zações de todos os tipos. Fez isso por meio da produção de ideias e da solução 
de problemas com debates e proposições sobre temas como democracia, 
estratégia, igualdade de todos diante da lei, ética na administração pública, 
planejamento urbano, entre outros. 
Por fim, você pode considerar Roma, já que princípios e técnicas de admi-
nistração construíram e mantiveram o Império Romano por muitos anos. Entre 
as contribuições dos romanos para a administração, estão: o planejamento e o 
controle das finanças públicas; a autoridade formal e as regras de convivência 
definidas legalmente; os diversos tipos de executivos, como senadores, ma-
gistrados e imperadores; a criação de empresas privadas; a divisão dos povos 
para governar, entre outros (MAXIMIANO, 2012).
Grandes filósofos da Antiguidade também contribuíram para a administra-
ção moderna. Sócrates enxergava a administração como habilidade pessoal; 
Platão, filósofo grego, expôs em sua obra A República sua percepção sobre 
democracia e administração dos negócios públicos; Aristóteles, também 
filósofo grego, em sua obra A Política, se preocupou com a organização do 
Estado, dividindo a administração em monarquia, aristocracia e democracia; 
Confúcio, pensador e filósofo chinês, defendia a ideia da meritocracia e do 
ingresso na burocracia por meio do mérito; Mêncio, também filósofo chinês e 
fiel seguidor de Confúcio, defendia a meritocracia e a democracia, o povo como 
o elemento mais importante de uma nação e a sistematização para a condução 
dos negócios públicos, além de que se preocupava com o profissionalismo na 
administração pública (SILVA, 2013).
Nomes como Francis Bacon, René Descartes, Jean-Jacques Rousseau, Karl 
Marx e Maquiavel também contribuíram significativamente para a ciência 
administrativa, bem como a Igreja Católica Romana. Assim, grande parte da 
história da administração é a história de cidades, governos, exércitos, países e 
organizações religiosas. Foi somente a partir do final do século XIX e início do 
século XX que a administração começou a ser tratada como ciência, tornando-
-se um corpo organizado de conhecimentos e teorias (MAXIMIANO, 2012).
Bases históricas da administração4
Teoria é uma palavra ampla. Além de compreender proposições que explicam a 
realidade prática, compreende também princípios, doutrinas e técnicas que orientam 
os administradores na solução de problemas práticos.
As teorias da administração estão organizadas em escolas ou enfoques, que significam 
uma linha de pensamento sobre as organizações e a sua administração (MAXIMIANO, 2011).
Evolução da administração: do capitalismo 
mercantil à Revolução Industrial
A administração passou por várias fases e vem evoluindo ao longo dos 
tempos, infl uenciando o mundo todo. Como prática inerente ao homem, ela 
sempre existiu. No entanto, conforme foram surgindo e se complexifi cando 
as organizações, ela precisou ser estudada, estruturada e se tornou ciência. 
Cada momento da história da administração se caracterizou por acrescentar 
diferentes experiências ao processo de gerir as organizações. E, quando se 
fala em evolução do estudo da administração, não pode fi car de lado a Re-
volução Industrial, fenômeno que revolucionou a produção e a aplicação de 
conhecimentos administrativos.
Porém, antes de você estudar a Revolução Industrial, é importante conhecer 
resumidamente outro momento que a antecedeu, o capitalismo mercantil ou 
mercantilismo. Ele teve sua expansão a partir do século XV e influenciou 
profundamente as práticas administrativas dos negócios. 
O mercantilismo é um conjunto de práticas econômicas que surgiu na Europa a partir 
do século XV, após o período feudal. Ele se caracteriza principalmente pelo fato de 
a riqueza de uma nação ser obtida por meio da comercialização de ouro e prata 
extraídos de suas colônias. Nesse processo, se destacaram Inglaterra, França, Portugal 
e Espanha (MAXIMIANO, 2011).
O mercantilismo foi um momento de transição entre o feudalismo e o ca-
pitalismo que abriu o caminho para a Revolução Industrial. Os barões feudais 
perdiam seu poder, fazendo com que muitas terras europeias ficassem livres 
5Bases históricas da administração
de seu domínio e se transformassem em cidades, chamadas burgos — seus 
habitantes eram chamados burgueses. Os burgueses começaram a se organizar 
livremente, definindo seus papéis sociais na comunidade, o que fez surgir 
uma atividade econômica e profissionais autônomos, que buscavam atender 
às necessidades das cidades.
A liberdade dos burgueses fez o comércio se expandir e ultrapassar 
as fronteiras europeias, dando início às grandes navegações, em busca 
de novos mercados e fornecedores de matéria-prima. Isso estimulou a 
exploração de novas terras; o descobrimento de novos povos e produtos; 
o aparecimento de vendedores e agenciadores de matéria-prima e mão de 
obra; e o acúmulo de metais oriundos de suas colônias, concedendo o status 
de potência mercantilista à metrópole (MAXIMIANO, 2012; BRESSER-
-PEREIRA et al., 2016). 
Nessa fase, as cidades-estado eram a base do comércio de longa distância, 
ou seja, da compra e da venda de metais preciosos, especiarias e outros bens 
de luxo, realizadas por meio de camelos, mulas e navios à vela. Apesar de o 
comércio de longa distância possibilitar aos comerciantes o acúmulo de capital 
e grande lucro, esses fatores eram instáveis, por isso eles começaram a investir 
em manufatura. No entanto, o modo de produção era bastante rudimentar 
e os produtos eram feitos de forma artesanal, ou seja, com a utilização de 
ferramentas básicas, pois não havia máquinas complexas. Isso fazia com que 
a produção fosse lenta e cara (BRESSER-PEREIRA et al., 2016).
Com o aumento da demanda, as antigas e tradicionais oficinas precisa-
ram ser ampliadas e aos poucos foram se transformando em fábricas, com 
produção em uma escala maior e ritmo intenso. Isso criou a necessidade de 
máquinas para aumentar a produtividade. Nesse contexto, muitas tarefas 
realizadas de forma manual passaram a ser mecanizadas, ou seja, parte da 
mão de obra foi substituída por máquinas, gerando a divisão no trabalho e 
a criação de novas categorias de trabalhadores, uma vez que os artesãos, 
além de serem poucos, eram limitados à produção em pequena escala. Os 
capitalistaspassam então a dominar a produção e a comercialização de bens, 
bem como a tomar decisões sem a participação dos trabalhadores, como 
era feito no período medieval. Dessa forma, além das mudanças nos meios 
de produção e comercialização de bens, houve também uma mudança de 
valores (MAXIMIANO, 2012).
Você deve estar se perguntando: e as práticas de administração, onde 
estavam? Estavam no controle contábil-financeiro da movimentação de merca-
dorias entre regiões; na organização da demanda da produção artesanal e dos 
ganhos e garantias resultantes da comercialização dos produtos; e na divisão 
Bases históricas da administração6
e na especialização do trabalho. Pode-se dizer, então, que o mercantilismo 
foi marcado pela supremacia naval, pela fartura de recursos naturais e pelo 
acúmulo de capital. 
Desde a Antiguidade até cerca de 1780 (início da Revolução Industrial), os produtos 
eram fabricados em pequenas oficinas, de forma artesanal e sem padronização. Era 
a chamada fase artesanal, marcada pelo artesanato rudimentar e pela mão de obra 
intensiva e não qualificada na agricultura, com predomínio de oficinas, granjas e 
agricultura e sistema comercial baseados em trocas nos mercados locais (SILVA, 2013).
Com o surgimento das primeiras fábricas, com a divisão do trabalho e a 
invenção das máquinas a vapor, surge a Revolução Industrial no século XVIII. 
A partir daí, o desenvolvimento da administração passa a ser influenciado 
pelo surgimento de empresas industriais, com maquinários que possibilitavam 
aumento acelerado do processo produtivo, com padronização e maior quali-
dade. Surgem também a hierarquia, a disciplina, a vigilância e o controle de 
tarefas e dos trabalhadores. 
Nesse período, muita riqueza foi gerada, novos empregos surgiram, houve 
crescimento de cidades e regiões, tiveram início novas relações de poder e 
foram criados novos interesses comerciais. Houve também o surgimento do 
comércio exterior, da pesquisa e do desenvolvimento de novos produtos. 
A Revolução Industrial teve duas fases (MAXIMIANO, 2012), como você 
pode ver a seguir.
  Primeira Revolução Industrial (1780 a 1860): marcada pela mecani-
zação das oficinas e da agricultura, ou seja, foi o período de adaptação 
das oficinas à nova tecnologia da máquina a vapor. O carvão como fonte 
de energia e o ferro como material básico da indústria passam a ser os 
principais recursos para o desenvolvimento dos países. As oficinas se 
transformam em fábricas e usinas; as máquinas substituem o trabalho 
humano e há o desenvolvimento do sistema fabril, o crescimento nos 
setores de transporte e comunicação. Surgem as locomotivas a vapor 
e o crescimento da navegação. 
  Segunda Revolução Industrial (1860 a 1914): marcada pelo desenvol-
vimento da indústria. O aço e a eletricidade passam a ser os principais 
7Bases históricas da administração
recursos para o desenvolvimento do país, substituindo o carvão e o 
ferro. Há grande e crescente influência da ciência e da tecnologia na 
indústria. Nessa época, surgem o automóvel, o avião, o telefone e o 
telégrafo sem fio. Com o desenvolvimento crescente das indústrias, 
surgem também os grandes bancos e instituições financeiras, substi-
tuindo o capitalismo industrial pelo capitalismo financeiro, provocando 
grande ampliação do mercado. Houve também a invenção do motor a 
combustão, a substituição do vapor pela eletricidade, o surgimento de 
máquinas automáticas, etc. 
A Revolução Industrial substituiu o artesão pelo operário; contribuiu 
para a criação das fábricas e a evolução dos maquinários; fez surgir as 
organizações sindicais; e contribuiu para o crescimento das cidades. Ou 
seja, proporcionou mudanças econômicas, políticas, sociais, ambientais e 
culturais que se refletem até hoje. 
A Revolução Industrial trouxe também alguns transtornos, como o êxodo rural. As 
pessoas que moravam no campo deixavam suas famílias e iam para as cidades, sedu-
zidas pela possibilidade de trabalhar nas indústrias. No entanto, isso nem sempre dava 
certo, especialmente pela falta de qualificação da mão de obra e pela substituição 
desta pelas máquinas (MOTTA; VASCONCELOS, 2008).
Administração nos tempos atuais
Após a fase da segunda Revolução Industrial, veio a fase do gigantismo in-
dustrial, de 1914 e 1945, época entre as duas grandes guerras mundiais. Nesse 
período, a organização e a tecnologia eram utilizadas na indústria bélica. As 
empresas encontravam-se em franca expansão, passando a atuar também no 
mercado internacional. Houve uma signifi cativa aplicação tecnocientífi ca nas 
indústrias, principalmente com ênfase em materiais petroquímicos, o que 
contribuiu para o aperfeiçoamento dos setores de transporte e comunicação 
(SILVA, 2013).
Em seguida, começou a fase moderna, entre 1945 e 1980, com o apare-
cimento de produtos e processos mais sofisticados decorrentes dos avanços 
Bases históricas da administração8
tecnológicos. Surgiram também as primeiras empresas de grande porte no 
Brasil, bem como problemas econômicos, gerando incerteza e imprevisibi-
lidade no mercado. Após 1980, se inicia a fase da globalização ou incerteza, 
marcada por grandes e novos desafios, dificuldades, oportunidades e ameaças, 
gerando um ambiente complexo e dinâmico. Foi uma época caracterizada por 
escassez de recursos, concorrência cada vez mais acirrada, dificuldade de 
compreensão do mercado e de informações, mudança brusca no modelo de 
gestão das organizações e revolução dos computadores, que passam a substituir 
o ser humano em termos físicos e intelectuais (SILVA, 2013). 
A globalização influenciou e continua influenciando a vida das socieda-
des e o mundo organizacional, bem como as formas de administrar. Com as 
mudanças cada vez mais rápidas, novas necessidades são geradas, fazendo 
com que as organizações se tornem mais complexas e sem fronteiras, depen-
dendo de uma administração de qualidade que garanta seu crescimento e seu 
sucesso no mercado. A globalização tornou o mercado altamente competitivo 
e alvo de rápidas transformações políticas, sociais, ambientais e tecnológicas, 
originando novos perfis de atores sociais, novos concorrentes, novos padrões 
de consumo, etc. (SOBRAL; PECI, 2013). 
Dessa forma, as organizações precisam estar preparadas para todo tipo de 
mudanças. Elas devem adotar novas estratégias e novas formas de administrar 
que as ajudem a enfrentar o mercado cada vez mais competitivo, encontrando 
respostas para as exigências que se impõem e garantindo sua sobrevivência. Ou 
seja, o mercado é dinâmico e está em constante transformação, fazendo com que 
as organizações convivam permanentemente com a necessidade de adaptação. 
Isso exige delas a capacidade de realizar mudanças em seus processos, relacio-
namentos, modelos de gestão, estruturas, cultura, etc. (SOBRAL; PECI, 2013).
O conhecimento e a informação são outros aspectos fundamentais na admi-
nistração atual. São considerados uma das principais vantagens competitivas da 
organização. Saber administrá-los é fator crítico de sucesso para as empresas. 
Os fatores críticos de sucesso (FCS) são aspectos fundamentais para a organização, que 
precisam ser bem executados para garantir seu desenvolvimento, seu crescimento e o 
alcance dos objetivos. São aspectos que, se mal executados, podem levar a organização 
ao fracasso (MAXIMIANO, 2012).
9Bases históricas da administração
Na sociedade contemporânea, o acesso às informações é cada vez mais 
amplo, e a comunicação independe do tempo e da distância. Por isso, as infor-
mações precisam ser administradas para que cumpram seu papel. É importante 
compreender os fluxos de informação como processos que agregam valor à 
informação e que podem ser explorados para promover melhorias. Uma das 
funções do administrador é tomar decisões. Para tal, ele precisa estar bem 
informado e conhecer o ambiente em que a organização está inserida, não 
só o ambiente interno, mas os fatores externos que influenciam sua gestão. 
Nesse contexto, a informação é essencial(SIQUEIRA, 2005). 
O conhecimento, por sua vez, é o conjunto de informações valiosas da mente 
humana (argumentos, reflexão e síntese), que precisa ser bem gerenciado. A 
informação e o conhecimento são essenciais nas organizações, pois são a base 
de todas as atividades desenvolvidas, desde o planejamento até a execução 
das ações planejadas, assim como o processo de decisão. Por isso, devem ser 
geridos para a busca de novas fontes de vantagem competitiva, melhorando o 
funcionamento da organização e tornando-a mais eficiente (SIQUEIRA, 2005). 
A gestão do conhecimento é um conjunto de atividades cuja finalidade é promover 
o conhecimento dentro da organização, possibilitando que ela e seus colaboradores 
utilizem as melhores informações e os melhores conhecimentos disponíveis. Nesse 
sentido, são fundamentais uma visão estratégica e a promoção da aquisição, da criação, 
da codificação e da transferência de conhecimentos para o alcance dos objetivos 
organizacionais e a maximização da competitividade (ALVARENGA NETO, 2002).
Outros aspectos importantes para a administração nos dias atuais é a 
mudança de estratégias de gestão e a adoção de práticas de descentralização, 
que incentivem a criatividade e a inovação. Contar com trabalhadores esti-
mulados, comprometidos e envolvidos com a missão da organização de forma 
a realizar as mudanças necessárias também é fundamental. É nesse contexto 
que surge a necessidade de aprimoramento da gestão. Ou seja, além de possuir 
conhecimentos técnicos e teóricos sobre a arte e a ciência da administração, 
os administradores precisam estar atualizados, acompanhando as mudanças 
que ocorrem não somente no ambiente que envolve as organizações, mas 
nos conhecimentos produzidos no campo da administração. Além disso, é 
necessário compreender o universo que envolve as relações interpessoais e 
Bases históricas da administração10
as motivações das pessoas. Ou seja, o administrador precisa estar em cons-
tante processo de aprendizagem, uma vez que o mundo da administração é 
altamente complexo.
Veja, a seguir, alguns dos desafios que se colocam à administração e aos 
administradores (LACOMBE; HEILBORN, 2008).
  Desafios tecnológicos: necessidade e capacidade de introduzir no-
vas tecnologias para agilizar, flexibilizar e modernizar os processos 
administrativos.
  Desafios sociais e humanos: dirigir pessoas e grupos com competên-
cias, experiências e culturas diferentes e particulares. Capacidade de 
lidar com a diversidade.
  Desafios de mercado: conhecer os clientes, a concorrência, os clientes 
potenciais, o ambiente interno e externo da organização. Satisfazer as 
necessidades e desejos dos clientes, agregando valor ao produto ou serviço.
  Desafios de negócio: gerar lucros e dividendos para os stakeholders.
  Desafios comunitários: manter um bom relacionamento com a comu-
nidade em que está inserida e contribuir para o seu desenvolvimento.
  Desafios ambientais: adotar produção consciente, ou seja, respeitar 
as leis e normas ambientais, não causando danos ao meio ambiente e 
buscando a sustentabilidade do negócio.
  Desafios globais: administrar global e localmente ao mesmo tempo.
  Desafios de inovação: criar produtos, processos e sistemas inovadores, 
agregando valor aos clientes e desenvolvendo produtos personalizados.
  Desafios da concorrência: buscar continuamente meios de alcançar 
vantagem competitiva e superar a concorrência.
  Desafios éticos e sociais: dirigir o negócio com ética e transparência e ser 
uma empresa socialmente responsável com seu público interno e externo.
A administração é uma combinação de arte e ciência. Ciência porque 
tem por base princípios, técnicas e conhecimentos; e arte porque exige do 
administrador a capacidade de lidar com o inesperado, usando sua intuição 
e sua sensibilidade. Dessa forma, o administrador deve estudá-la cientifica-
mente, mas também estar atento a aspectos aos quais teorias não podem ser 
aplicadas, como é o caso do relacionamento interpessoal. O maior desafio do 
administrador é estimular a motivação nas pessoas para um desempenho de 
excelência, criando um clima organizacional adequado para o trabalho em 
equipe, incentivando comportamentos de cooperação, criando propósitos 
comuns e transformando-os em ação (LACOMBE; HEILBORN, 2008).
11Bases históricas da administração
ALVARENGA NETO, R. C. D. Gestão da informação e do conhecimento nas organizações: 
análise de casos relatados em organizações públicas e privada. 2002. 235 f. Dissertação 
(Mestrado em Ciência da Informação) – Programa de Pós-Graduação em Ciência da 
Informação, Escola de Ciência da informação, Universidade Federal de Minas Gerais, 
Belo Horizonte, 2002.
BRESSER-PEREIRA, L. C.; NASSIF, A. FEIJÓ, C. A reconstrução da indústria brasileira: a 
conexão entre o regime macroeconômico e a política industrial. Revista de Economia 
Política 36 (3), p. 493-513, 2016.
LACOMBE, F.; HEILBORN, G. Administração: princípios e tendências. 2. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2008.
MAXIMIANO, A. C. A. Introdução à administração. 8. ed. rev. ampl. São Paulo: Atlas, 2011.
MAXIMIANO, A. C. A. Teoria geral da administração: da revolução urbana à revolução 
digital. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
MOTTA, F. C. P.; VASCONCELOS, I. F. G. Teoria geral da administração. 3. ed. São Paulo: 
Cengage Learning, 2008.
SILVA, R. O. Teorias da administração. 3. ed. São Paulo: Pearson, 2013.
SIQUEIRA, M. C. Gestão estratégica da informação. Rio de Janeiro: Brasport, 2005.
SOBRAL, F.; PECI, A. Administração: teoria e prática no contexto brasileiro. 2. ed. São 
Paulo: Pearson, 2013.
Leitura recomendada
CHOO, C. W. A organização do conhecimento: como as organizações usam a infor-
mação para criar significado, construir conhecimento e tomar decisões. São Paulo: 
Senac, 2003.
Bases históricas da administração12
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
 
DICA DO PROFESSOR
A Administração passou por diversas fases e vem evoluindo ao longo do tempo, marcando e 
influenciando o mundo. Cada momento da história da Administração se caracterizou por 
acrescentar diferentes experiências ao processo de gerir as organizações.
Nesta Dica do Professor, você verá aspectos da fase artesanal e da produção industrial. 
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EXERCÍCIOS
1) São muitos os conceitos de administração criados pelos primeiros administradores e 
que foram evoluindo ao longo do tempo, ajustando-se às situações da cada momento 
histórico. Como é chamado o documento que possui 282 regras e é considerado um 
dos primeiros e, talvez, o mais famoso conjunto de leis da história, contendo os 
princípios da administração?
A) Dinastia de Chow.
B) Código do Rei Hamurábi.
C) Código de Sun Tzu.
D) Pensamento de Sócrates.
E) Manual de Confúcio.
Foram muitos os povos a demonstrarem práticas administrativas quando a 
administração ainda não existia como ciência. O princípio de assessoria, que consistia 
no aconselhamento com assessores e o exercício da delegação de autoridade, foi 
2) 
empregado por quem?
A) Mêncio.
B) Maquiavel.
C) Francis Bacon.
D) Chow.
E) Imperador Yao.
3) A Administração passou por diversas fases e vem evoluindo ao longo do tempo, 
marcando e influenciando o mundo. Qual foi o momento de transição entre o 
feudalismo e o capitalismo que abriu o caminho para a Revolução Industrial?
A) Renascimento.
B) Período Medieval.
C) Mercantilismo.
D) Revolução Urbana.
E) Reforma.
4) O administrador tem como um de seus desafios estimular seus funcionários, para um 
desempenho de excelência. Outros desafios também se apresentam no cenário atual. 
Criar mercadorias, processos e sistemas, agregando valor aos clientes e 
desenvolvendo produtos personalizados diz respeito a que desafio?
A) Desafio ambiental.
B) Desafio de inovação.
C) Desafio de padronização.
D) Desafio denegócio.
E) Desafio tecnológico.
5) A globalização influenciou e continua influenciando a vida das sociedades e o mundo 
organizacional, bem como as formas de administrar. Dessa forma, são muitos os 
desafios do administrador. Conhecer os clientes (potenciais ou não), a concorrência, o 
ambiente interno e externo da organização e satisfazer as necessidades e desejos do 
consumidor, agregando valor ao produto ou serviço, diz respeito a que desafio?
A) Desafio de mercado.
B) Desafio de negócio. 
C) Desafio social e humano.
D) Desafio global.
E) Desafio da concorrência.
NA PRÁTICA
A produção em série foi a inovação mais importante da era industrial e continua a ser 
aperfeiçoada continuamente. As formas de produzir e de administrar vêm evoluindo ao longo 
do tempo, adaptando-se às mudanças sociais, políticas, econômicas, ambientais e culturais.
Na produção de automóveis, por exemplo, há mais de 100 anos, Henry Ford aperfeiçoou a 
fabricação de carros mais baratos, que fossem acessíveis aos cidadãos comuns. Para isso, 
estudou métodos de produção e chegou à conclusão de que estes deveriam ser todos iguais, ou 
seja, ele iria massificar a produção.
Para tanto, desenvolveu um sistema de esteiras, em que o veículo era movimentado e cada 
operário era responsável por uma fase da montagem. A linha foi inaugurada em 1913 e construía 
o Ford T em 84 etapas – percebe-se, aqui, a divisão do trabalho (um dos princípios da 
Administração elaborados por Fayol) e o princípio da produção em massa e linha de montagem 
de Taylor.
Conheça, Na Prática, mais detalhes dessa evolução de automóveis no decorrer das décadas e 
perceba a forma como a Administração contribui para o sucesso das empresas.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Relação capitalismo & administração: mudanças na Administração ? luz das fases do 
capitalismo
Este artigo aborda a relação entre capitalismo e administração, discorrendo sobre as 
características desta nas fases recentes do capitalismo.
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Gestão do conhecimento: um estudo de modelos e sua relação com a inovação nas 
organizações
Este artigo busca analisar modelos de gestão do conhecimento e sua aplicação nas empresas.
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Evolução e correntes de pensamento da Administração
O material indicado apresenta uma análise contemporânea da Administração.
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Fordismo
APRESENTAÇÃO
O aumento da produção, decorrente da expansão da Revolução Industrial, no final do século 
XIX e início do século XX, exigiu métodos totalmente novos de administração. Dentre as 
pessoas que participaram desse processo de inovação, destaca-se Henry Ford, devido à sua 
contribuição prática para a resolução de problemas de eficiência.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer os níveis de planejamento e execução, 
segundo Ford; os princípios de produtividade, intensificação e economicidade; e o conceito de 
eficiência relacionado ao bem-estar do trabalhador.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Diferenciar os níveis de planejamento e de execução na visão de Ford.•
Descrever os princípios de produtividade, de intensificação e de economicidade.•
Relacionar o conceito de eficiência ao de bem-estar do trabalhador.•
DESAFIO
Ford desejava tornar a sua empresa eficiente. Para ele, a eficiência estava relacionada à 
produção, à motivação e ao salário, bem como à minimização de custos e preços.
Neste Desafio, considere que seu professor de Administração gosta muito de contextualizar as 
teorias que ensina em sala de aula. Atualmente, vocês estão estudando sobre as contribuições de 
Ford para a Teoria da Administração. Assim, ele marcou com a turma um encontro no shopping 
mais movimentado de sua cidade, mais precisamente em uma das redes de fast food mais 
famosas do mundo.
 
Então, com base no que foi relatado, você se arriscaria? 
1) Identifique pelo menos dois processos padronizados observados no interior da loja.
2) Destaque uma vantagem e uma desvantagem da padronização de processos.
INFOGRÁFICO
Ford marcou a teoria e prática da administração inovando não só no campo da produção, como 
também no modelo de remuneração e da jornada de trabalho de seus empregados. 
No Infográfico a seguir, você vai conhecer o significado de Fordismo e de planejamento e 
execução, além dos princípios de Ford.
Confira.
CONTEÚDO DO LIVRO
Aperfeiçoando os princípios de Taylor, de padronização e de simplificação, Ford desenvolveu 
outras técnicas que tornaram seu processo de produção altamente eficiente. Ele acreditava que o 
trabalho deveria ser dividido, contínuo, repetitivo e em cadeia e que para que fosse dinâmico, 
produtivo e sem interrupções, deveria ir até ao homem e não o homem até ele. A linha de 
montagem móvel foi um das inovações que Ford levou para a indústria. 
No capítulo Fordismo, da obra Teorias da Administração, você vai estudar os níveis de 
planejamento e de execução, segundo Ford, bem como os princípios da produtividade, da 
intensificação e da economicidade. Por fim, vai identificar o conceito de eficiência, 
relacionando-o ao bem-estar do trabalhador.
Boa leitura.
TEORIAS DA 
ADMINISTRAÇÃO 
Ligia Maria Fonseca Affonso
Fordismo
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Diferenciar os níveis de planejamento e execução na visão de Ford.
  Descrever os princípios da produtividade, intensificação e da 
economicidade.
  Relacionar o conceito de eficiência ao de bem-estar do trabalhador.
Introdução
Ford levou os princípios da administração científica para o ambiente 
industrial de uma forma inédita. Ele implantou a divisão do trabalho, 
definiu que era necessário escolher o trabalhador certo para cada tarefa 
e criou a linha de montagem móvel, em que os produtos se movem 
enquanto as estações de trabalho permanecem estáticas. Com isso, 
conseguiu aumentar a produtividade e, adotando a padronização de 
tarefas, alcançar a tão sonhada eficiência.
Neste capítulo, você vai estudar os níveis de planejamento e execução, 
segundo Ford. Também vai conhecer os princípios da produtividade, da 
intensificação e da economicidade. Por fim, vai ver como o conceito de 
eficiência se relaciona ao bem-estar do trabalhador.
Planejamento e execução
Na passagem do século XIX para o século XX, a Revolução Industrial 
representou um marco na administração, fazendo com que ela avançasse 
signifi cativamente e mudasse a realidade das organizações. Para você ter uma 
ideia, em 1880 existiam cerca de 2,7 milhões de trabalhadores na indústria 
americana; em 1900, esse número cresceu para 4,5 milhões. Neste mesmo 
ano, existiam fábricas que empregavam 500, mil e mais de mil pessoas. 
As fábricas maiores, as usinas siderúrgicas, empregavam entre 8 e 10 mil 
pessoas. Essas fábricas não tinham concorrência em tamanho até a chegada 
da indústria automotiva.
Em 1914, a fábrica de Henry Ford situada em Highland Park, no estado de 
Illinois (Estados Unidos), contava com 13 mil trabalhadores. Com o passar 
dos anos, esse número foi aumentando e, em 1924, já eram 42 mil pessoas 
empregadas. No mesmo ano, a fábrica de Ford em River Rouge, no estado do 
Michigan, empregava 70 mil pessoas, sendo considerada a maior fábrica do 
mundo (CORRÊA, 2003).
O aumento da produção exigiu métodos totalmente novos de administração 
e foram muitas as pessoas que participaram desse processo de inovação. A 
mais importante delas foi Taylor, que, com seus seguidores, transformou a 
administração da eficiência do trabalho em um conjunto de conhecimentos. 
Destaca-se também nesse processo a contribuição prática de Ford para a 
resolução de problemas de eficiência.
Frederick W. Taylor foi o engenheiro americano que crioua administração científica, 
uma das teorias da administração, no final do século XIX e início do século XX. Ele 
aplicou métodos científicos para solucionar os problemas administrativos da época. 
Sua ideia era controlar o desperdício nas indústrias e elevar os níveis de produtividade 
(MAXIMIANO, 2012).
Ford marcou a teoria e a prática da administração. Além de levar os prin-
cípios da administração científica para o ambiente industrial em uma escala 
inédita, com a divisão do trabalho e a escolha do trabalhador certo para cada 
tarefa, criou a linha de montagem móvel, em que os produtos se movem 
enquanto as estações de trabalho permanecem estáticas (Figura 1). Com 
isso, ele conseguiu aumentar a produtividade, uma vez que não havia perda 
de tempo com a movimentação dos trabalhadores para a busca de peças em 
estoque e dentro da fábrica. 
Além disso, Ford estabeleceu que o montador, além de não precisar mais 
apanhar peças no estoque enquanto montava o carro, pois elas estariam nos 
postos de trabalho, executaria uma única tarefa, isto é, a montagem e a pro-
dução em si. É importante você notar que a movimentação dos trabalhadores 
Fordismo2
consumia tempo. Como cada um deles tinha uma velocidade diferente de 
trabalho, os que eram mais rápidos perdiam sua eficiência quando tinham de 
esperar pelos mais lentos.
Figura 1. Linha de montagem móvel.
Fonte: Tribuna (2011, documento on-line).
Henry Ford foi um empresário com visão prática. Ele buscou solidificar o conceito de 
eficiência em uma fábrica de automóveis por meio do desenvolvimento de novas 
metodologias de produção e de trabalho (SILVA, 2013).
A linha de montagem móvel teve um desenvolvimento rápido. Em 1912, 
seu conceito, sem mecanização, já era adotado na fabricação de motores, 
radiadores e componentes elétricos. Em 1914, já mecanizada, montava um 
chassi em 1 hora e 33 minutos, enquanto no modo artesanal o mesmo trabalho 
era realizado em 12 horas e 28 minutos. Essa tecnologia também impactava 
as finanças, uma vez que reduzia a necessidade de investimentos de capital. 
Com o aumento da velocidade na produção, diminuíam também os custos de 
estoque de peças que ficavam à espera da montagem. Ou seja, quanto mais 
carros eram produzidos, mais baratos ficavam (MAXIMIANO, 2012).
3Fordismo
Ford projetou o Modelo T para ser fabricado em linhas de montagem. Seu intuito 
era vender carros a preços populares, garantindo assistência técnica. Ou seja, sua 
intenção era popularizar um produto que antes era fabricado artesanalmente e 
destinado a milionários. Isso gerou uma revolução comercial estratégica na época 
(SOUZA, 2015).
Ford dividia a empresa em dois níveis diferentes: planejamento e execução. 
Para ele, no planejamento, quem elaborava os métodos e o próprio trabalho 
eram os técnicos; e quem os executava eram os operários, cujo trabalho era 
levado às suas mãos (SILVA, 2013).
Veja a diferença entre o sistema de Taylor e o sistema de Ford no Quadro 1.
Fonte: Adaptado de Silva (2013).
Sistema de Taylor Sistema de Ford
O operário tinha um tempo padrão 
para executar sua tarefa com movi-
mentos regulados e prescritos pela 
administração de planejamento.
O operário executava sua tarefa adap-
tando seus movimentos à velocidade 
da esteira rolante, sendo conduzido 
naturalmente a um ritmo involuntário, 
de acordo com o nível de produção.
Havia preocupação exagerada com a 
economia do trabalho humano.
Havia preocupação com a economia 
de material e de tempo.
O trabalho individual era valorizado. O trabalho da equipe era valorizado, 
e o operário era livre para executar a 
tarefa da forma que preferisse.
Os movimentos eram executados sob 
rígido controle.
Os movimentos eram adaptados ao 
ritmo da produção, às aptidões e à 
vontade.
Havia preocupação com o estudo do 
tempo despendido pelo homem e 
pela máquina.
Havia preocupação em trabalhar 
continuamente para eliminar o tempo 
perdido pela matéria-prima.
Quadro 1. Diferença entre o sistema de Taylor e o sistema de Ford
Fordismo4
A principal diferença entre os dois sistemas de administração, como des-
taca Silva (2013), está no fato de que no sistema de Taylor os movimentos dos 
funcionários eram rigidamente controlados. Já no sistema de Ford, havia a 
preocupação de que os movimentos fossem adaptados de modo confortável 
ao ritmo da produção, às aptidões e à vontade dos funcionários.
A padronização do trabalho levava à especialização e imprimia um ritmo 
constante para a sua realização, com rotinas estabelecidas. Dessa forma, era 
o trabalho que dirigia a empresa.
Vantagens da padronização: aumento da produtividade; redução de erros no 
processo; redução de custos; maior eficiência da execução das atividades; simplicidade 
e praticidade na execução das tarefas.
Desvantagens da padronização: trabalho repetitivo e monótono; inibição da cria-
tividade e da inovação; especialização do trabalhador (MAXIMIANO, 2012).
Ford não estava preocupado em organizar a indústria de forma geral ou 
em estudar os reflexos e as interações individuais ou coletivas. O que ele 
queria era tornar a sua empresa eficiente. Para ele, a eficiência era, por um 
lado, a produção, a motivação e o salário; por outro, a minimização de custos 
e preços (SILVA, 2013).
As linhas de montagem da Ford incorporavam os principais elementos da administração 
científica, como os desenhos de produtos padronizados, a produção em massa, os 
baixos custos de produção, as linhas de montagem mecanizadas, a especialização de 
mão de obra e as peças intercambiáveis (peças idênticas que se encaixam em qualquer 
montagem do mesmo tipo) (SOUZA, 2015).
5Fordismo
Você ainda deve notar que, junto ao trabalhador especializado, principal 
sujeito da linha de montagem móvel, novos profissionais ganharam espaço. 
Por exemplo:
  o engenheiro industrial, responsável pelo planejamento e pelo controle 
da montagem;
  o engenheiro de produção, responsável pelo planejamento do processo 
de produção;
  os supervisores, responsáveis por identificar problemas na fábrica, para 
serem corrigidos pela administração;
  os técnicos, responsáveis por calibrar e reparar as ferramentas;
  o reparador, responsável por executar consertos rápidos;
  o pessoal da limpeza, responsável por limpar constantemente as áreas 
de trabalho. 
Infelizmente, os trabalhadores especializados mas sem qualificação não 
possuíam perspectivas de ascensão profissional, privilégio apenas dos enge-
nheiros (MAXIMIANO, 2012).
Você sabe o que é a especialização do trabalhador? No sistema de produção em massa, 
o produto é dividido em partes. Por sua vez, o processo para fabricá-lo é dividido em 
etapas, que correspondem à montagem de uma parte do produto. Nesse sistema, 
cada pessoa ou grupo de pessoas é responsável por uma tarefa única. A divisão do 
trabalho implica a especialização do trabalhador (MAXIMIANO, 2012).
Princípios de Ford
Como você já deve ter notado, Ford era um visionário e possuía bom faro 
para o mercado. Ele revolucionou a indústria automotiva no início do século 
XX, aperfeiçoando o sistema produtivo de Taylor. Além disso, foi ele quem 
colocou os dois princípios da produção em massa — a padronização de peças 
e a especialização do trabalhador — no mais alto patamar da indústria.
Fordismo6
Produção em massa: fabricação de produtos iguais em grandes quantidades.
Padronização: processo produtivo em que todos os produtos são iguais e que, por 
isso, simplifica a produção (LACOMBE, 2009).
Em busca da padronização, Ford adotou um sistema único de calibragem 
para todas as peças, em todo o processo de produção. Além disso, ele diminuiu 
a quantidade de peças de seus produtos, simplificando seu processo produtivo. 
Com isso, quanto maior era a demanda, maior era a produção. Consequen-
temente, menores eram os custos por unidade, uma vez que os custos fixos 
eram diluídos em mais unidades produzidas (economia de escala). Além 
disso, os trabalhadores iam se especializando cada vez mais em suas tarefas 
de produção (curvade aprendizagem); e, ao comprar os insumos em grande 
quantidade, havia redução em seu preço (SOUZA, 2015).
Veja, no Quadro 2, as características dos princípios da produção em massa 
no sistema de Ford.
Fonte: Adaptado de Souza (2015).
Princípios da produção em massa
Peças padronizadas Trabalhador especializado
Máquinas especializadas Tarefa única ou pequeno 
número de tarefas
Sistema universal de 
fabricação e calibragem
Posição fixa em uma 
sequência de tarefas
Controle da qualidade O trabalho chega até o trabalhador
Simplificação de peças Peças e máquinas no 
posto de trabalho
Simplificação do processo produtivo
Quadro 2. Características da produção em massa no sistema de Ford
Veja que a principal característica da padronização foi a simplificação dos 
processos de trabalho e das peças, uma vez que foram diminuídas em quan-
7Fordismo
tidade e seguiam o mesmo padrão. O que marca a especialização do trabalho 
no sistema Ford é a posição fixa do funcionário em seu posto de trabalho.
O sonho da produção em massa de Taylor foi realizado pela genialidade de 
Ford. Ou seja, pela primeira vez na história se produzia um único modelo de 
automóvel em grande quantidade, com custos e preços reduzidos e acessível a 
um maior número de consumidores. Ford conseguiu popularizar um produto 
que antes era restrito a uma pequena parcela de consumidores com alto poder 
aquisitivo (LACOMBE, 2009).
As vantagens do modelo de Ford fizeram com que ele passasse a ser adotado 
pelas indústrias americanas e logo se expandisse para indústrias do mundo todo. 
Assim, Ford iniciou a era das grandes fábricas e indústrias, em que os pátios 
viviam lotados de produtos, os estoques eram volumosos, o número de trabalha-
dores era excessivo e a movimentação interna de materiais, intensa. Nesse sistema 
de produção, os recursos necessários ficavam concentrados em um único lugar. 
Até hoje as linhas de montagem movimentam diversos tipos de produtos, em 
diferentes fases da produção, e os funcionários ainda registram e cronometram 
as operações, visto que o aumento da produtividade com menor custo ainda 
é perseguido pelas organizações (LACOMBE, 2009; MAXIMIANO, 2012).
Veja, na Figura 2, um exemplo de linha de montagem móvel em uma 
fábrica de automóveis.
Figura 2. Linha de montagem móvel
Fonte: Agência Estado (2012, documento on-line).
São características do modelo de Ford a divisão do trabalho e o trabalho 
repetitivo e contínuo, com base nos princípios da produtividade, da intensifi-
Fordismo8
cação e da economicidade. Nesse contexto, os princípios da produtividade e 
da intensificação estão relacionados ao tempo, e o princípio da economicidade 
está relacionado à matéria. Ford adotou esses princípios para obter um esquema 
que agilizasse a produção, por meio de um trabalho coordenado, contínuo e 
econômico (SILVA, 2013; SOUZA, 2015).
Veja a seguir o que significam os três princípios de Ford (SILVA, 2013).
  Princípio da produtividade: visava a aumentar a capacidade de pro-
dução por meio da especialização do trabalho e da linha de montagem. 
Assim, o trabalhador ganhava mais e o empresário alcançava maior 
volume de produção. Além disso, o consumidor também era beneficiado, 
uma vez que a redução de custos obtida com a adoção desse modelo 
permitia reduzir o preço dos produtos.
  Princípio da intensificação: visava ao aumento do capital de giro, 
com pouca mobilização e rapidez em sua recuperação, por meio da 
utilização imediata dos equipamentos e da matéria-prima e da rápida 
colocação do produto no mercado.
  Princípio da economicidade: visava à redução do volume de estoque 
de matéria-prima em processo de transformação, permitindo que a 
empresa recebesse pela venda do carro antes mesmo do vencimento do 
prazo de pagamento dos salários e da matéria-prima adquirida.
A inspiração de Ford para a linha de montagem móvel veio de uma visita a um 
matadouro em Chicago. Lá, ele observou as carretilhas que transportavam as partes 
dos animais nos trilhos, prontas para o corte final. Ou seja, as partes dos animais, 
presas por ganchos, percorriam as diversas seções de corte, por meio do sistema de 
carretilhas, e os trabalhadores especializados realizavam seus cortes. Nesse sistema, 
quem andava era o produto, não o trabalhador. Este permanecia estático em seu 
posto de trabalho, esperando o produto chegar para realizar a sua tarefa (FORD; 
CROWTHER, 2006).
9Fordismo
Eficiência e bem-estar do trabalhador
Ford era apaixonado por mecânica e iniciou sua produção de automóveis de 
forma artesanal, numa ofi cina que construiu no fundo de sua casa, em 1888. 
Tempos depois, empregado na Detroit Edison Company, montou seu primeiro 
carro, um quadriciclo, que foi às ruas em 1896. Seu segundo carro deveria ser 
construído na Detroit Automobile, onde havia entrado como sócio minoritário. 
No entanto, foi uma tentativa frustrada, pois a empresa faliu um ano mais tarde. 
Ou seja, ele já não era mais um artesão, e sim um industrial com intenções 
claras de produzir carros para toda a população, não somente para ricos. 
Para continuar com suas experiências, Ford alugou um galpão onde mon-
tou alguns carros, como o Arrow e o 999, mas foi somente em 1903, em sua 
fábrica, a Ford Motor Co., que produziu industrialmente o seu primeiro carro, 
o Modelo A (Figura 3), que em seu primeiro ano vendeu 1.708 unidades. Nesse 
processo, o carro era montado em um só lugar e cada trabalhador permanecia 
na sua área de trabalho realizando suas tarefas, se deslocando sempre que 
necessário até o estoque para buscar peças (CORRÊA, 2003; SOUZA. 2015). 
Figura 3. O primeiro Ford Modelo A, de 1903.
Fonte: AmericanAutomobiles (c2012, documento on-line).
Em 1908, Ford lançou o seu Modelo T, que fez muito sucesso entre os 
americanos, com venda de 15 milhões de unidades entre 1908 e 1927, quando 
parou de ser fabricado. Nesse processo, a produção de um carro levava em 
média 514 minutos. Não satisfeito com o desperdício de tempo na produção, 
Ford decidiu que os trabalhadores não sairiam mais de seus postos de trabalho 
Fordismo10
para apanhar peças no estoque. As peças iriam até eles. Decidiu também que 
cada trabalhador iria realizar apenas uma tarefa específica e que os funcionários 
desenvolveriam suas atividades próximos uns dos outros, evitando o deslo-
camento, minimizando seus movimentos e, consequentemente, aumentando 
a produção (CORRÊA, 2003). 
Pensando em diminuir ainda mais o tempo de produção, ele adotou a 
linha de montagem móvel para fabricar seus motores e, em 1914, para montar 
os chassis, fazendo com que o tempo médio de produção caísse para apro-
ximadamente 84 minutos. Ou seja, ao permitir que o trabalho chegasse ao 
trabalhador numa posição fixa, conseguiu aumentar significativamente a sua 
produtividade. Na Figura 4, a seguir, você pode ver uma linha de montagem 
da Ford do início do século XX.
Figura 4. Modelo T e linha de montagem.
Fonte: Cecato (2011, documento on-line).
A adoção da linha de montagem móvel foi uma tentativa de racionalizar 
a organização do trabalho, intensificando, automatizando e mecanizando o 
processo de produção. Na verdade, ela representava um meio de controle do 
ritmo do trabalho, o que desagradou a muitos trabalhadores. Era um ritmo 
exaustivo, o que explica o alto índice de rotatividade nas indústrias Ford 
da época. Muitos dos funcionários não concordavam com essa forma de 
controle e gerência do trabalho. Na fábrica de Highland Park, por exemplo, 
a rotatividade havia chegado a 370% em 1913, levando Ford a contratar mais 
de 50 mil trabalhadores para manter a sua força de trabalho direta, de cerca 
de 13 mil funcionários. Dessa forma, era preciso conquistar a aprovação e o 
engajamento dos trabalhadores (CORRÊA, 2003; SOUZA, 2015).
11Fordismo
Ford exigia uma qualificação diferente da requisitada por outras indústrias. O traba-
lho era penoso e cansativo, aspectos que o salário, em alguns casos, não conseguia 
minimizar (GRAMSCI, 1976).
Ford queria uma empresa eficiente;e a eficiência para ele estava além de 
produção e minimização de custos e preços, motivação e salário. Dessa forma, 
resolveu dar aos empregados uma participação nos lucros da empresa, reduziu 
a jornada de trabalho para 8 horas diárias (na época, o usual eram de 10 a 12 
horas) e aumentou o salário mínimo para 5 dólares por dia (o valor habitual 
era de 2,34 dólares). Ou seja, foi a maior revolução de salários já vista pelo 
mundo industrial da época. Essas medidas fizeram com que o nome de Ford 
ficasse falado no mundo todo (CORRÊA, 2003). 
Eficiência é “fazer certo as coisas” utilizando adequadamente os recursos. Ela refere-se à 
relação entre entradas (insumos) e saídas (produtos): quanto mais saídas forem obtidas 
com as mesmas entradas, maior grau de eficiência é alcançado. Ser eficiente é fazer 
mais com menos (SILVA, 2013). 
Veja que interessante: Ford achava que seus operários deveriam ganhar 
o suficiente para comprar os automóveis que fabricavam, para aproveitar a 
vida com a família. Será que esse pensamento existe nos dias atuais? Você 
concorda que essa foi uma visão inovadora para aquele tempo? Com o aumento 
da produção obtido com a linha de montagem móvel e agora com o salário 
duplicado dos operários, os custos caíam e os preços de venda também, o que 
fazia com que as vendas crescessem e os custos de produção diminuíssem. 
Durante muitos anos, as alterações no Modelo T, fabricado exclusivamente 
na cor preta, foram pouquíssimas. Ford considerava a repetição e a padroni-
zação elementos capazes de aumentar a eficiência. Por isso, manteve seu foco 
na melhoria contínua dos processos de produção de um único produto, cujo 
Fordismo12
design se manteve estável por quase 20 anos. Com isso, além de ser eficiente, 
alcançou um sucesso empresarial excepcional (CORRÊA, 2003).
O termo “fordismo” designa o modelo de produção em massa, baseado na padronização 
e na simplificação, que revolucionou a indústria automotiva no início do século XX, 
com a adoção da primeira linha de montagem automatizada (LACOMBE, 2009).
Como você pôde ver, Ford se apoiou na produção em massa, em série e 
em cadeia contínua. Além disso, pagou altos salários aos seus funcionários e 
estabeleceu preços mínimos para a venda de seus automóveis. Tudo isso fez 
com que conseguisse elevar a produtividade dos operários, aumentar o volume 
de produção e economizar matéria-prima e tempo de fabricação. 
Para você ter uma ideia, os veículos eram fabricados e vendidos antes 
mesmo que o salário dos operários e a matéria-prima utilizada na produção 
fossem pagos. A cada 84 minutos, um carro ficava pronto: velocidade de 
fabricação que espantou o mundo, já surpreso com o preço de venda adotado. 
A produção anual era grandiosa, cerca de 200 mil automóveis por ano. Tudo 
isso aconteceu por meio da adoção do conceito de eficiência como objetivo da 
administração, o que acabou despertando em Ford o interesse pelo bem-estar 
de seus empregados (CORRÊA, 2003; SILVA, 2013). 
Você ainda deve notar que esse sucesso foi devido à atenção que Ford 
dispensou aos trabalhadores de alta competência. Ou seja, ele se cercou de 
técnicos com elevada capacidade para a realização de todas as atividades 
necessárias ao sucesso da fábrica. Além disso, ele adotou, como você viu, 
uma política de benefícios salariais e assistenciais, prática inédita na época. 
Ou seja, Ford também foi inovador na gestão de pessoas (LACOMBE, 2009; 
SILVA, 2013). 
Assim, a satisfação dos funcionários com os benefícios salariais e 
assistenciais recebidos decorreu do modo como Ford lidou com a relação 
existente entre eficiência e bem-estar. Além disso, se destaca a possibi-
lidade que os funcionários de Ford tinham de consumir o produto que 
produziam. Isso os motivava e os engajava na busca pela alta produtividade 
e pela eficiência.
13Fordismo
AGÊNCIA ESTADO. Apesar de o lucro da Ford cair, supera a previsão. Época Negócios, 27 
abr. 2012. Disponível em: <https://epocanegocios.globo.com/Informacao/Resultados/
noticia/2012/04/apesar-de-o-lucro-da-ford-cair-supera-previsao.html>. Acesso em: 
12 set. 2018.
AMERICAN AUTOMOBILES. The 1904 Ford model a, model ac, model b and model c auto-
mobiles. c2012. Disponível em: <http://www.american-automobiles.com/Ford/1904-
-Ford.html>. Acesso em: 11 set. 2018.
CECATO, G. C. Ford modelo-T. 2011. Disponível em: <http://nitroxmusclecars.blogspot.
com/2011/02/ford-modelo-t.html>. Acesso em: 11 set. 2018.
CORRÊA, H. L. Teoria geral da administração: abordagem histórica da gestão de produção 
e operações. São Paulo: Atlas. 2003
FORD, H.; CROWTHER, S. My life and work. [S.l.]: Book Jungle, 2006.
GRAMSCI, A. Maquiavel, a política e o estado moderno. São Paulo: Civilização Brasileira, 
1976.
LACOMBE, F. Teoria geral da administração. São Paulo: Saraiva, 2009.
MAXIMIANO, A. C. A. Teoria geral da administração: da revolução urbana à revolução 
digital. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
SILVA, R. O. Teorias da administração. 3. ed. São Paulo: Pearson, 2013.
SOUZA, H. Teoria geral da administração. Rio de Janeiro: SESES, 2015.
TRIBUNA. É da Ford a primeira linha de montagem da história. 2011. Disponível em: 
<https://www.tribunapr.com.br/noticias/automoveis/e-da-ford-a-primeira-linha-de-
-montagem-da-historia/>. Acesso em: 12 set. 2018.
Fordismo14
 
DICA DO PROFESSOR
Henry Ford foi um nome importante não só para a Administração, como para o 
desenvolvimento da indústria. Era um visionário e inovador, que tinha como sonho produzir um 
automóvel que fosse acessível a todos os consumidores, sem distinção.
Nesta Dica do Professor, saiba mais sobre a verticalização, uma das inovações de Ford.
Veja, a seguir.
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EXERCÍCIOS
1) A linha de montagem móvel teve um desenvolvimento rápido. Em 1912, seu conceito, 
sem mecanização, já era adotado na fabricação de motores, radiadores e 
componentes elétricos. Em 1914, já mecanizada, montava um chassi. Qual era o 
modelo de carro que Ford projetou para ser fabricado na linha de montagem?
A) Modelo A.
B) Modelo T.
C) Modelo F.
D) Modelo Arrow.
E) Modelo 999.
Ford achava que seus operários deveriam ganhar o suficiente para comprar os 2) 
automóveis que fabricavam, para aproveitar a vida com a família. Para isso, 
aumentou o salário de seus operários e reduziu a jornada de trabalho. Qual era o 
valor que decidiu pagar aos seus operários por dia de trabalho?
A) 9 dólares.
B) 6 dólares.
C) 2,3 dólares.
D) 8 dólares.
E) 5 dólares.
3) Ford era um visionário e tinha um bom faro para o mercado. Ele revolucionou a 
indústria automotiva no início do século XX, aperfeiçoando o sistema produtivo de 
Taylor. Foi ele quem colocou os dois princípios da produção em massa no mais alto 
patamar da indústria: a padronização de peças e a especialização do trabalhador. Em 
relação à padronização, indique uma de suas características.
A) Sistema universal de fabricação e calibragem.
B) Tarefa única ou pequeno número de tarefas.
C) Posição fixa dentro de uma sequência de tarefas.
D) Peças e máquinas no posto de trabalho.
E) O trabalho até o trabalhador.
4) São características do modelo de Ford a divisão do trabalho e o trabalho repetitivo e 
contínuo, com base nos princípios criados por ele. Qual é o princípio que visa a 
aumentar o capital de giro, com pouca mobilização e rapidez em sua recuperação?
A) Princípio da economicidade.
B) Princípio da produtividade.
C) Princípio do planejamento.
D) Princípio da intensificação.
E) Princípio da redução do estoque.
5) Durante anos, foram poucas as alterações realizadas no projeto de Ford. Qual era a 
cor exclusiva utilizada na fabricação dos automóveis?
A) Verde.
B) Preto e branco.
C) Vinho.
D) Preto.
E) Branco.
NA PRÁTICA
No século XX, uma das preocupações de Ford foi o bem-estar de seus funcionários, além de 
conquistar o engajamento destes, driblando a resistência de muitos ao trabalho exaustivo 
imposto pelo ritmo acelerado da linha de montagemmóvel. Assim, ele resolveu dar aos 
empregados uma participação nos lucros da empresa; reduziu a jornada de trabalho para 8 horas 
diárias e aumentou o salário mínimo para 5 dólares por dia.
Dessa forma, ele acreditava que os funcionários ficariam satisfeitos com os benefícios salariais e 
assistenciais recebidos e com a possibilidade de poderem consumir o produto que produziam. 
Isso os motivava e os engajava na busca pela alta produtividade e pela eficiência.
Essa preocupação da empresa Ford com o bem-estar dos funcionários parece ter perdurado ao 
longo dos séculos, conforme você pode acompanhar a seguir, Na Prática.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Tendências recentes da espacialização das indústrias e serviços em São Paulo e no ABC 
paulista
Leia o artigo sugerido, que aponta as causas e efeitos do processo de concentração e, 
principalmente, de desconcentração industrial brasileira na Região Metropolitana de São Paulo.
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Aplicação de padronização do processo em uma empresa do ramo hospitalar
Confira uma pesquisa exploratória e de caráter quantitativo em uma empresa do ramo hospitalar, 
demonstrando passo a passo como se estabeleceu a realização da padronização.
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A Administração Científica de Taylor
APRESENTAÇÃO
Nesta Unidade de Aprendizagem, iniciaremos os estudos da evolução histórica dos sistemas de 
produção. Começaremos desde o artesão e, nesta unidade, chegaremos até Frederick Taylor. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Entender a influência da Revolução Industrial nos sistemas de produção.•
Reconhecer a importância do estudo dos tempos e métodos de produção.•
Identificar os primeiros desperdícios na produção.•
DESAFIO
Você foi contratado para gerenciar uma empresa na qual a maior parte do serviço são montagens 
manuais. A empresa não tem nenhum tipo de controle sobre as tarefas e os tempos de produção. 
Atualmente, não é conhecido o volume possível de ser realizado em um dia de trabalho, e os 
clientes estão reclamando da qualidade do produto final.
Quais seriam suas primeiras ações para começar a gerenciar esse setor de montagem?
INFOGRÁFICO
Note que, observando pelo PDCA, os trabalhadores apenas fazem o trabalho operacional, ou 
seja, utilizam as mãos e a força física. Os administradores são responsáveis por pensar como 
realizar as tarefas e gerenciar a produção.
CONTEÚDO DO LIVRO
Produzir introdução ao conteúdo do livro.A administração surgiu em 3000 a.C., a partir do povo 
sumério, que, na intenção de fixar raízes em um único local e deixar de ser nômade, 
desenvolveu técnicas para aumentar a produção a fim de prover sua subsistência e solucionar 
problemas cotidianos. No entanto, a administração como ciência encontrou um precursor em 
Frederick W. Taylor, considerado o pai da administração científica e que, impulsionado pela 
Revolução Industrial, desenvolveu princípios e técnicas que balizaram a administração por 
muitos anos. 
Aprofunde seus conhecimentos com a obra Sistema de Produção I através do capítulo A 
Administração Científica de Taylor.
Boa leitura! 
SISTEMAS DE 
PRODUÇÃO I
Ricardo da Silva e Silva
A administração 
científica de Taylor
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Entender a influência da Revolução Industrial nos sistemas de pro- 
dução.
 � Reconhecer a importância do estudo dos tempos e métodos de 
produção.
 � Identificar os primeiros desperdícios na produção.
Introdução
A administração surgiu em 3000 a.C., a partir do povo sumério, que, 
na intenção de fixar raízes em um único local e deixar de ser nômade, 
desenvolveu técnicas para aumentar a produção a fim de prover sua 
subsistência e solucionar problemas cotidianos. Assim, surgiram os pri-
meiros traços da administração. 
No entanto, a administração como ciência encontrou um precursor 
em Frederick W. Taylor, considerado o pai da administração científica e 
que, impulsionado pela Revolução Industrial, desenvolveu princípios 
e técnicas que balizaram a administração por muitos anos, ainda hoje 
influenciando empresas e suas definições de métodos de trabalho, como 
o estudo dos tempos e movimentos e a observância das falhas nos 
métodos de produção.
Neste capítulo, você vai compreender como a Revolução Industrial 
impulsionou os estudos de Taylor no desenvolvimento do entendimento 
sobre administração científica e os sistemas de produção, observar e 
compreender a importância do estudo dos tempos e movimentos no 
período taylorista e a influência desse estudo no contexto contemporâ-
neo e, ainda, analisar o histórico do desperdício nos sistemas de produção. 
1 Revolução Industrial e sistemas de produção
Se indicássemos apenas um fator que tenha impulsionado o capitalismo como 
sistema econômico, certamente ele seria a Revolução Industrial, que teve início 
no século XVIII e a partir da qual foram alteradas as relações de trabalho, 
do mercado e, por consequência, os aspectos organizacionais nas empresas. 
Desse modo, compreender as mudanças sociais nas relações de consumo 
e no funcionamento das empresas decorrentes da Revolução Industrial é 
fundamental para entender a administração como ciência.
A partir da Revolução Industrial, com a utilização do maquinário a vapor 
e o surgimento de uma série de novas fábricas, houve um grande aumento 
nos quadros de funcionários, bem como da produção e, por consequência, 
da necessidade de controle de uma nova forma produtiva. Segundo Maximiano 
(2012), com a Revolução Industrial, a produção relacionada a conhecimentos 
administrativos passou a ser balizada pela inovação do período — a empresa 
industrial. 
Da produção artesanal à maquinofatura
A empresa industrial passou a ser uma referência nas relações de trabalho, 
no mercado de consumo e, por consequência, na forma como eram fabricadas 
as mercadorias. Entretanto, outras fases da produção a precederam, cada uma 
com características distintas. Inicialmente, o sistema de produção era total-
mente artesanal, caracterizado pelo trabalho totalmente manual, que visava a 
atender apenas uma demanda local. A atividade produtiva ocorria em oficinas 
caseiras e o artesão, responsável pelo sistema produtivo, conhecia todas as 
etapas da produção e era proprietário dos meios produtivos. 
A expansão mercantilista marcou a necessidade de aumentar a produção 
e deu início ao processo manufatureiro, período a partir do qual o trabalho 
passou a ser organizado em grandes galpões. Nesse momento, mesmo que 
rudimentar, começou a se dar o processo de divisão de trabalho, em que o 
trabalhador continuou conhecedor de todas as etapas do processo de produção 
e, com a expansão dos mercados, o trabalho assalariado passou a se consolidar. 
A administração científica de Taylor2
A invenção da máquina a vapor e o acesso a outras fontes de energia 
também marcaram o início da Revolução Industrial, com o surgimento das 
grandes indústrias e a produção em larga escala, o que representou um grande 
aumento na capacidade produtiva, e o fato de o trabalhador passar a ser um 
operador de máquinas, alienado do sistema produtivo. A Figura 1 apresenta as 
diferentes fases da produção, indicando as principais características de cada 
uma delas e sua relação com os aspectos pertinentes à produção. 
Figura 1. Fases da produção.
Fonte: Adaptada de Maximiano (2012).
ERA ARTESANAL ERA DA MANUFATURA ERA DA MAQUINOFATURA
Produção para
demanda local
Artesão
responsável
por todas as
fases da
produção Meios de
produção e
lucros eram
dos artesãos
Produção
manual
Divisão do
trabalho
Produção em
escala
Consolidação da
classe capitalista
Racionalização do
trabalho
Trabalho em
galpões de
produção
Consolidação do
trabalho
assalariado
O trabalhador
conheceas fases
do sistema
produtivo
Período antes da Revolução industrial Primeira Revolução industrial Segunda Revolução industrial
Contudo, cabe destacar que, apesar de as separações temporais do esquema 
na Figura 1 representarem rupturas, algumas características e, inclusive, 
a própria fase produtiva ocorreram de modo concomitante. Atualmente, por 
exemplo, ainda há a produção de produtos artesanais, mas com um caráter de 
exclusividade, e não para atender ao padrão industrial de fabricação. 
3A administração científica de Taylor
Gerenciamento dos sistemas de produção: 
taylorismo e fordismo
A Revolução Industrial influenciou as novas empresas e elevou a produção 
industrial a outro patamar, moldando os sistemas de produção das grandes 
organizações da época. Para Gaither e Frazier (2006, p. 7), “[…] esse avanço 
envolveu dois elementos principais: a difundida substituição da força humana 
e da água pela forma mecanizada e o estabelecimento do sistema fabril [...]”. 
Os sistemas produtivos das organizações passaram então de uma produção que 
atendia apenas a um mercado local a uma que atendia a uma grande demanda, 
o que levou à necessidade da administração da produção nas fábricas. Corrêa 
e Corrêa (2011, p. 24) definem a administração da produção como a:
[...] atividade de gerenciamento estratégico dos recursos escassos (humanos, 
tecnológicos, informacionais e outros), de sua interação e dos processos que 
produzem e entregam bens e serviços visando atender necessidades e/ou 
desejos de qualidade, tempo e custo de seus clientes [...]. 
Frederick W. Taylor foi um dos precursores no gerenciamento das atividades 
produtivas e o maior teórico da administração científica, também conhecida 
como taylorismo, que reunia uma série de teorias e técnicas de administração 
das indústrias no período da Revolução Industrial. Suas ideias tinham como 
maior objetivo aumentar a produtividade por meio da readequação dos métodos 
de produção, padronizando o trabalho e, por consequência, reduzindo custos. 
Segundo Gaither e Frazier (2006, p. 8), Taylor teorizou sobre “[...] a aplicação 
de racionalidade e métodos científicos à administração do trabalho nas fábricas 
[...]”. Já Quelhas (2008, p. 1) entendem que Taylor “[...] tratava a administração 
como ciência baseada na observação, medição, análise e aprimoramento dos 
métodos de trabalhos [...]”.
Porém, o principal teórico da administração científica observava alguns 
entraves para o aumento da produtividade, já que, para ele, conforme Costa 
(2009, p. 1):
[...] não havia incentivo para melhorar o desempenho do trabalhador; muitos 
trabalhadores não cumpriam as suas responsabilidades; não havia integração 
entre os departamentos da empresa; as decisões se baseavam em intuições 
e palpites; os trabalhadores eram colocados em tarefas para as quais não 
tinham aptidão [...]. 
A administração científica de Taylor4
Nesse sentido, Taylor desenvolveu a administração científica em três mo-
mentos distintos, conforme apresentado na Figura 2, em que se destacam as 
diferentes fases e os princípios que as regem. 
Figura 2. Fases da administração científica.
Fonte: Adaptada de Maximiano (2012).
Primeira fase
Ataque ao problema
dos salários.
Estudo sistemático do
tempo.
De
nição de 
tempos-padrão.
Sistema de
administração de
tarefas.
Terceira fase
Consolidação dos
princípios.
Proposição de divisão
autoridade e
responsabilidade
dentro da empresa.
Distinção entre
técnicas e princípios.
Segunda fase
Ampliação do escopo
da tarefa para a
administração.
De
nição de princípios
de administração do
trabalho.
A administração científica de Taylor trouxe valiosas contribuições para a 
administração, visando à organização e à racionalização do trabalho, cujos 
efeitos podem ser sentidos até hoje. Entre as contribuições do teórico, podemos 
ressaltar a metodologia científica para realização das tarefas, a especialização 
e a divisão do trabalho, a seleção e o treinamento por meio de uma abordagem 
científica e, ainda, a supervisão e orientação dos operários a partir dessa 
mesma abordagem metodológica. 
Ainda no período da Revolução Industrial, outro importante pensador da 
administração e do gerenciamento do sistema de produção foi Henry Ford, 
engenheiro mecânico e fundador da Ford Motor Company. Suas principais 
contribuições foram uma série de inovações com base nos estudos da adminis-
tração científica, elevando a produção a um novo patamar pelo desenvolvimento 
de sua linha de montagem móvel, em que o processo de fabricação ocorria 
em esteiras móveis. Segundo Maximiano (2012, p. 45): 
Assim como o nome de Taylor está associado à administração científica, 
o nome de Henry Ford está associado a linha de montagem móvel. Foi Henry 
Ford que elevou ao mais alto grau os princípios da produção em massa, que 
é a fabricação de produtos não diferenciados em grande quantidade: Peça 
padronizada e trabalho especializado.
5A administração científica de Taylor
Ford foi influenciado pelo taylorismo principalmente quanto aos aspectos 
da divisão do trabalho, à preocupação com os desperdícios e com a linha de 
montagem. Por suas inovações, possibilitou-se a produção em massa, para 
atender ainda mais a amplos mercados e a queda dos custos de produção. 
O taylorismo sofreu diversas críticas ao longo da história, sobretudo em relação ao fato de 
desconsiderar o lado social e humano do trabalhador. Outro ponto negativo destacado 
eram as rígidas formas de tratar os operários, com foco exclusivamente na produtividade. 
Os críticos apontavam que a administração científica tratava o homem como um 
apêndice da máquina, sem nenhum tipo de vontade ou desejo. Essa crítica é eviden-
ciada de forma brilhante no filme Tempos modernos, de 1936.
A seguir, detalharemos as principais teorias da administração científica, 
principalmente os aspectos inerentes à racionalização do trabalho e ao des-
perdício no processo produtivo, além dos reflexos de tais contribuições para 
a administração contemporânea. 
2 Estudo dos tempos e movimentos de Taylor
Uma das principais características da administração científica consistiu na 
otimização e na racionalização do trabalho, adicionando maior eficiência à 
produção das grandes fábricas, além de proporcionar maiores lucros e custos 
reduzidos para os proprietários. A receita de Taylor compreendia organizar o 
trabalho por meio de metodologias que estruturavam o processo de fabricação 
e motivar financeiramente os colaboradores para que fossem mais eficientes.
A administração científica de Taylor6
Segundo Taylor, havia a necessidade de controlar e orientar os operários 
de fábrica para um aumento de produtividade, tendo apontado como os prin-
cipais problemas das fábricas, na obra Princípios da Administração Científica 
(de 1911), considerada a principal que escreveu, a falta de integração entre 
departamentos e o fato de as decisões serem em geral intuitivas. Outro aspecto 
que observava residia na ineficiência dos operários, já que, segundo Taylor 
(1990), havia um grande prejuízo para as fábricas gerado pela ineficiência 
da falta de orientação aos colaboradores, os quais, segundo o autor, eram 
negligentes, preguiçosos e realizavam movimentos inadequados nos processos 
de trabalho.
Embora possamos tecer diversas críticas ao posicionamento de Taylor, 
é importante destacar que o contexto da época para suas formulações era 
diferente, e a obra foi muito importante para aquele período, assim como sua 
influência na administração contemporânea. Chiavenato (2011, p. 65) aponta: 
[...] As críticas não diminuem o mérito e o galardão de pioneiros e desbrava-
dores da nascente teoria da Administração. Na época, a mentalidade reinante 
e os preconceitos, tanto dos dirigentes como dos empregados, a falta de co-
nhecimento sobre assuntos administrativos, a precária experiência industrial 
e empresarial não apresentava condições propícias de formulação de hipóteses 
nem o suporte adequado para elaboração de conceitos rigorosos.

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