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A IMPORTÂNCIA DA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS NO AMBIENTE HOSPITALAR

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FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIENCIAS – FTC
CURSO DE ENFERMAGEM
GILVANIA APARECIDA SILVA SANTOS
TÍTULO DO PROJETO DE PESQUISA ACADÊMICO
UM ESTUDO A CERCA DA IMPORTÂNCIA DA LAVAGEM DAS MÃOS NO CONTROLE DA INFECÇÃO HOSPITALAR
 
 
Itabuna – Bahia
2017
GILVANIA APARECIDA SILVA SANTOS
TÍTULO DO PROJETO DE PESQUISA ACADÊMICO
UM ESTUDO A CERCA DA IMPORTÂNCIA DA LAVAGEM DAS MÃOS NO CONTROLE DA INFECÇÃO HOSPITALAR
Projeto de Pesquisa Acadêmico apresentado à Faculdade de Tecnologia e Ciências de Itabuna como requisito a obtenção de crédito (nota) na disciplina de TID (Trabalho Interdisciplinar Dirigido), para apreciação do Professor Paulo Rosa 
Itabuna – Bahia
2017
Por mais longa que seja a caminhada o mais 
importante é dar o primeiro passo.
Vinícius de Moraes
	SUMÁRIO	
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................... 04
1.1 Objetivo Geral
1.2 Objetivos Específicos
1.3 Problema
1.4 Justificativa
2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................... 08
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................... 15
 REFERÊNCIAS ......................................................................................... 17
ANEXOS / APÊNDICE ............................................................................... 20
1. INTRODUÇÃO
O atual contexto dos serviços de saúde apresenta características bem diversificadas quanto à finalidade a que se destina que é prestar uma assistência de qualidade visando à cura e/ou atender às necessidades do paciente, e a existência de fatores intervenientes, que comprometem os resultados dos processos ali desenvolvidos. A contradição se instala à medida que avança o desenvolvimento do conhecimento científico e surgem tecnologias de ponta que favorecem o aperfeiçoamento do cuidar da saúde das pessoas que procuram as instituições de saúde, e as barreiras impeditivas desse processo, a exemplo das infecções hospitalares.
Tais infecções são causa de muito sofrimento para aqueles por elas acometidos, considerando que os mesmos já se encontram internados para tratamento de uma doença ou agravo à saúde, portanto, com o organismo debilitado e a imunidade comprometida. Isso aumenta a vulnerabilidade a contrair outras infecções. As infecções hospitalares provocam aumento nos gastos com internamento, decorrentes do prolongamento dos dias de internações, os serviços prestados pelos profissionais, do uso adicional de agentes quimioterápicos, de equipamentos e tecnologias adicionais não previstos, se não fora a infecção cruzada no ambiente hospitalar.
A infecção hospitalar é um tema antigo e recorrente nos seminários e congressos de diversas áreas da saúde no Brasil e no mundo. Sempre são apresentados novos estudos ou direcionamentos para evitar ou minimizar infecção hospitalar. Manuais também são desenvolvidos em diversas instituições como hospitais públicos e particulares, Ministério da Saúde e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) (SANTOS, 2002; ANVISA, 2007).
Infecções hospitalares afetam milhares de doentes em todo o mundo, em todos os anos levando os doentes a doenças mais graves, prolongando sua permanência nos hospitais e alguns à incapacidade por longos períodos (OMS, 2005). A partir de tais pressupostos, surgiu a motivação para o desenvolvimento do presente estudo, que tem como objetivo estudar em que consiste a higienização das mãos, sua contribuição na prevenção e controle das infecções no âmbito hospitalar, as técnicas e procedimentos para sua realização e os fatores que interferem na adesão de profissionais de saúde ao uso dessa ferramenta. Ressaltando-se a importância que a temática impõe sobre segurança para a saúde tanto do paciente como do profissional, o presente estudo foi desenvolvido sob a perspectiva de melhor compreender o fenômeno nele estudado, e de elaborar um texto que possa oferecer subsídios à reflexão de quem tiver interesse pela problemática abordada.
1.1. Objetivo Geral
Descrever a importância da higienização das mãos no controle da infecção hospitalar.
1.2. Objetivos específicos
· Apontar os principais patogenes que os pacientes podem ser acometidos em função da lavagem inadequada das mãos;
· Elencar medidas de controle da infecção hospitalar;
· Identificar a sequência adequada para a lavagem das mãos a fim de evitar a infecção hospitalar.
1.3. Problema
Qual a importância da lavagem das mãos para o controle da infecção hospitalar?
1.4. Justificativa
É de extrema importância os cuidados que se deve ter em um ambiente hospitalar, principalmente no que se diz respeito a higiene, pois com a realização desses atos culminam no não surgimento de doenças, infecções e até mesmo o agravamento das doenças que os pacientes possuem. Por isso o estudo sobre o devido cuidado na higienização das mãos e de um nível alto, pois leva a conscientização das pessoas no cuidado que se deve ter para se evitar esses tipos de situações, fazendo assim os devidos cuidados e higienizações com as mãos para manuseio e ações no ambiente hospitalar.
2. REFERENCIAL TEÓRICO 
As infecções hospitalares têm, normalmente, uma origem multifacetada e estão relacionadas aos sistemas e processos de prestação de assistência à saúde, ao comportamento humano condicionado pela educação e limitações econômicas e políticas dos países (OMS, 2005). Elas ocorrem por diversas razões e existem muitos mecanismos que favorecem seu aparecimento, sendo a principal a transmissão de microrganismos pelos profissionais da área da saúde aos pacientes. Essa transmissão pode ser realizada direta ou indiretamente e a maior parte da transmissão aos pacientes vulneráveis é de microrganismos patogênicos (RICKARD, 2004; FÉLIX, 2009).
O Ministério da Saúde define infecção hospitalar como “aquela infecção adquirida, institucional ou nosocomial, após a admissão do paciente na unidade hospitalar e que se manifesta durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares” (BRASIL, 1989b).
O agrupamento de hospitais que aconteceu com o passar dos séculos agravou a problemática da infecção hospitalar. Inicialmente essas instituições eram tidas como casas de caridade, na medida em que se restringiam a atender inválidos e excluídos, posteriormente passaram a ser locais de cura, favorecendo o conhecimento do corpo biológico. Entretanto, a conduta e a postura dos profissionais de saúde interferem nos mecanismos naturais de defesa orgânica, favorecendo a aquisição de infecções hospitalares (DANTAS et al., 2010). Diversos especialistas acreditam que aproximadamente um terço das infecções hospitalares podem ser prevenidas com medidas de controle à infecção, sendo que uma destas medidas é a adequada higiene das mãos (RICKARD, 2004; FÉLIX, 2009).
As infecções podem ser classificadas como maiores causas de morte de todas as idades, principalmente entre os membros mais vulneráveis da população. Quanto mais doente está o paciente, maior o risco de adquirir uma infecção associada com cuidados de saúde e de morrer por causa dela (OMS, 2009).
Estudos epidemiológicos na área de infecção hospitalar têm-se destacado nos últimos anos. Segundo Couto e colaboradores (2003), entende-se como prevalência de infecção a proporção da população que tem o evento ou doença de interesse em um determinado momento ou período de tempo específico, e também aponta algumas fontes que podem influenciar nesses resultados. Esses índices podem aumentar com a maior duração da doença, aumento da sobrevida e da incidência, imigração de casos e a emigração de indivíduos sadios, assim como a mudança do método diagnóstico (COUTO et al., 2003; SANTOS et al., 2008).
A lavagem das mãos deve ser um hábito entre os profissionais de saúde ea adesão a esta prática é um desafio para a equipe de controle de infecção. Esta categoria identifica a adesão das equipes de saúde quanto a higienização das mãos. Dentre os sessenta e quatro estudos selecionados, sete abordaram sobre a adesão dos profissionais quanto à higienização das mãos, onde se observa que, apesar da campanha para controle da infecção em hospitais, clínicas e outros serviços de saúde, as mãos dos profissionais continuam sendo a fonte mais frequente de contaminação e disseminação da infecção, necessitando de intervenções para que a técnica seja devidamente utilizada.
Estudos de ocorrência de infecção hospitalar são importantes, na medida em que são causas frequentes de complicações e morte. Cerca de 5% dos pacientes admitidos em hospitais gerais contraem infecção durante a internação, nos países desenvolvidos. As estatísticas internacionais de incidência mostravam na década de 80 taxas variáveis de 3,5 a 15,5%, com letalidade entre 13% a 17%, nos Estados Unidos, e uma prevalência de 9,2% nessa mesma década no Reino Unido (BRASIL, 1998a; BRASIL, 1998b; OMS, 2009).
As infecções hospitalares infligem altos custos inesperados aos doentes e suas famílias como também levam a uma pesada carga financeira adicional sobre os sistemas de assistência a saúde e por último, mas não menos importantes contribuem para mortes desnecessárias de doentes (OMS, 2005).
Os custos dessas infecções impõem um encarecimento do atendimento, na medida em que aumentam os custos diretos com gastos da terapêutica, principalmente com novos antibióticos, permanência hospitalar e da morbimortalidade (BRASIL,1998a; BRASIL, 1998b; OMS, 2009).
As Infecções hospitalares aumentam também os custos indiretos que estão relacionados às despesas com os pacientes atingidos pelas infecções como afastamento de trabalho, sequelas de doença ou mesmo morte e os custos que são impossíveis de serem medidos economicamente como distúrbios provocados pela dor, mal-estar, isolamento, angústia e pelo sofrimento experimentado pelo paciente no ambiente hospitalar (BRASIL,1998a; BRASIL. 1998b; OMS, 2009).
Os pacientes que se encontram internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI)apresentam risco de adquirir infecção, estimado entre cinco e dez vezes maior que os demais. Isso ocorre devido à vulnerabilidade intrínseca e a exposição aos fatores de risco, que incluem principalmente os procedimentos invasivos, medicamentos imunossupressores e antimicrobianos demasiados e o contato com os profissionais de saúde (PRADO et al.,2012). Estima-se que grande parte das infecções relacionadas à assistência à saúde no âmbito hospitalar são consideradas como preveníeis, por medidas simples, sendo a higienização das mãos pelos profissionais de saúde a mais efetiva delas. Pois são as mãos que transportam o maior número de microrganismos aos pacientes, por meio de contato direto ou através de objetos contaminados (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE-OMS, 2006).
A infecção hospitalar está relacionada à condicionante da hospitalização, sendo considerada quando o período de incubação do patógeno causador da infecção for desconhecido, e também quando não houver evidência clínica que comprove que é fruto de uma infecção comunitária, ou seja, que já estava presente no momento da internação. Pode-se considerar ainda que a infecção hospitalar ocorra 48h após a admissão do paciente, porém o Center for Disease Controland Prevention (CDC) adota como parâmetro o período de 72 horas (PRADO et al.,2012; NOGUEIRA et al., 2009).
A admissão de microrganismos ocorre geralmente pelo contato existente entre as mãos do profissional e o paciente, podendo ocorrer também pelo contato com o ambiente e objetos contaminados. Essa disseminação ocorre principalmente pelo uso indiscriminado, excessivo e por vezes abusivo de antibióticos, alterando significativamente a população microbiana. Esses microrganismos predominantes nas infecções hospitalares em outras condições não causariam infecções, pois apresentam baixa virulência, mas em virtude das condições imunológicas do hospedeiro o processo infeccioso se desenvolve (PEREIRA et al.,2005).
Além do uso de antimicrobianos de forma irracional, as técnicas de cunho invasivo, como a sondagem vesical, a intubação traqueal, a ventilação mecânica e acessos vasculares são os principais responsáveis por grande número das infecções. A possibilidade de ocorrência de infecção após a alta é ainda possível, desde que estejam presentes fatores relacionados à hospitalização, por exemplo, no caso de ocorrência de infecção de sítio cirúrgico, a infecção poderá ocorrer até 30 dias após o ato cirúrgico, e no caso de utilização de prótese, este prazo é estendido por um ano (PRADO et al.,2012; NOGUEIRA et al., 2009).
A maioria das mortes e sofrimentos de doentes atribuíveis a infecções relacionadas à assistência à saúde pode ser evitada. Já existem práticas simples e de baixo custo para evitar estas infecções. A higienização das mãos, uma ação muito simples, que continua sendo a principal medida para reduzir as infecções relacionadas à assistência à saúde e a disseminação da resistência microbiana, o que aumentaria a segurança do paciente em todos os ambientes (SANTOS, 2002; STONE et al., 2007). Apesar disto, a observância da higienização das mãos ainda é muito baixa em todo o mundo, portanto os governos deveriam garantir que a promoção desta prática recebesse atenção e financiamento suficientes para ser bem-sucedida (OMS, 2005). Em 1988, Larson revisou 423 artigos publicados entre 1879 e 1986, sendo que metade desses trabalhos (50,8%) avaliava produtos para a higienização da pele e 10,9% apresentavam estudos sobre comportamento, sendo detectado um aumento de artigos que tinham como tema infecção hospitalares, principalmente na década 80, onde se produziu o maior número de artigos (SANTOS, 2002; STONE et al., 2007).
Atualmente o termo “lavagem das mãos” foi substituído por “higienização das mãos” por abranger além da higienização das mãos, higienização antisséptica, fricção antisséptica e antisséptica cirúrgica das mãos (ANVISA, 2007; SANTOS et al., 2008).
Muitas publicações científicas demonstram a correlação entre a higienização das mãos e a redução na transmissão de infecções. Estes estudos têm mostrado a importância da implementação de práticas de higienização das mãos na redução das taxas de infecções. Estes estudos são ferramentas importantes para demonstrar a consistência das indicações científicas, também, sobre este tema (SANTOS, 2002; STONE et al., 2007).
A OMS também tem dedicado esforços na elaboração de diretrizes e estratégias de implantação de medidas visando à adesão à prática de higienização das mãos (ANVISA, 2007; SANTOS et al., 2008).
Os profissionais de saúde mesmo com a constatação da importância da higienização das mãos na prevenção da transmissão de infecções, desprezam o valor de uma ação simples e não compreendem os mecanismos básicos da dinâmica de transmissão das doenças infecciosas (SANTOS et al., 2008). A negligência dos profissionais de saúde em não adotar a prática da higienização das mãos com frequência, mesmo sendo um procedimento simples e barato, é um problema mundial. Os dados da OMS sugerem que essa baixa adesão dos profissionais está relacionada à incorporação a pratica diária e ao hábito, e não a falta de conhecimento teórico (PRIMO, 2010).
Em estudo realizado em 2006, foram observados 1.530 procedimentos que necessitavam higienização das mãos. Foi realizada uma intervenção na equipe de profissionais de saúde, onde se obteve um aumento da adesão nos procedimentos de lavagem de mão de 8% para 49% (aumento da adesão de mais de 500%), o que levou a um importante impacto na taxa de infecção hospitalar (3,76 episódios de infecção hospitalar/1000 pacientes/dia para 1,58) (CARVALHO, 2007).
Diversos fatores influenciam na adesão as práticas de higienização das mãos pelos profissionais de saúde. Dentre os fatores podemos citar: a falta ou excesso de pessoal nas unidades de saúde que pode resultar em descontrole da rotina, fazendocom que o profissional de saúde esqueça medidas básicas de higiene; o uso de jaleco e luvas que dão a sensação de limpeza das mãos; falta de estrutura adequada nas unidades de saúde, como falta de pias automatizadas que diminuem o contato das mãos com material contaminado; concentração do trabalho durante a semana, elevando a carga de trabalho dos profissionais de saúde em apenas um período; concentração de diferentes atividades, com alto risco de contaminação em um mesmo profissional de saúde e a contratação de profissionais inadequados para determinadas atividades (OMS, 2005; OMS, 2009).
Mendonça (2003) confirma os dados acima ao relevar que 100 % das equipes de enfermagem, fonoaudiologia e fisioterapia aderiram à lavagem das mãos, porém utilizando, em sua maioria, a técnica incorreta. Isso demonstra que, apesar da alta adesão à lavagem das mãos, os profissionais acabam por negligenciar o procedimento, necessitando de educação permanente para que a técnica seja eficaz.
 O tempo médio de lavagem necessita de se promover maior sensibilização dos profissionais de saúde da importância da lavagem correta e frequente das mãos como coadjuvante no controle de infecção hospitalar. Carvalho (1998) diz que apesar da campanha para o controle da infecção nos hospitais, as mãos dos profissionais continuam sendo a fonte mais frequente de contaminação e disseminação da infecção.
Os humanos são reservatórios naturais de S. aureus, que é encontrado na maioria das vezes na pele e nariz dos indivíduos, a colonização assintomática é mais comum que a, mas podem invadir e causar infecções da pele e também ser repassada a outros lugares CESPEDES et al. (2002).
Carvalho (2003) demonstrou que a maioria das infecções hospitalares é veiculada pelas mãos dos profissionais e concluiu que é necessária uma educação contínua para sensibilizar os profissionais de saúde de que a lavagem das mãos é o método mais eficaz no controle de infecção hospitalar.
No que diz respeito à assistência prestada no ambiente hospitalar, as mãos dos profissionais de saúde representam o principal veículo de transmissão de microrganismos. Esses representam o principal fator determinante das infecções hospitalares. Por isso, a higienização das mãos não deve ser vista apenas como uma prática opcional, mas encarada como obrigação, fundamental para a garantia da assistência segura (BRASIL, 2008).
A microbiota da mão é muito complexa, pois envolve uma população transitória e residente. A flora residente é composta por elementos que estão frequentemente aderidos nos estratos mais profundos da camada córnea, formando colônias de microrganismos que se multiplicam e se mantêm em equilíbrio com as defesas do hospedeiro. Estes microrganismos são de difícil remoção e as suas colônias possuem mecanismos de defesa contra a remoção mecânica ou por agentes químicos. Entretanto, com a descamação natural da pele e a produção de suor, alguns destes microrganismos são movidos para camadas mais superficiais e eliminados no ambiente. Muitos deles apresentam baixa patogenicidade, mas podem se tornar invasivos e causar infecções em pessoas suscetíveis (EZAIAS, 2012).
Embora se trate de uma temática bastante debatida em eventos científicos e estudos, os resultados reafirmam a necessidade de ações que subsidiem reflexões frente à higienização das mãos e educação continuada da equipe assistencial dos multiprofissionais para que seja realidade. Os achados bibliográficos revelaram que os profissionais não estão realizando a lavagem de forma completa. Destaca-se aqui o papel importante da lavagem e antissepsia de infecções hospitalares, sendo necessário a sensibilização desse processo.
Quanto a adesão dos profissionais, os resultados demonstram a pouca importância dada a esta prática e evidenciam a necessidade de programas sistemáticos sobre o assunto. E assim, espera-se com este estudo, cooperar para a produção de um conhecimento que possibilite o desenvolvimento de práticas reflexivas e capazes de subsidiar uma maior compreensão e adesão ao processo de higienização das mãos, além de construir um conhecimento compartilhado.
As infecções relacionadas à assistência à saúde continuam a se apresentar como um grave problema de saúde pública no país, aumentando a morbidade e a mortalidade entre os pacientes, além de elevar os custos hospitalares. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária/MS (Anvisa), dentro de suas atribuições, vem desenvolvendo várias atividades preventivas com o objetivo de aperfeiçoar a segurança dos pacientes e reduzir os riscos nos serviços de saúde, em todo o território nacional.
A higienização das mãos é considerada uma medida individual prioritária de maior impacto e comprovada eficácia na prevenção das infecções, uma vez que impede a transmissão cruzada de microrganismos e o risco ao paciente, todos os profissionais que trabalham em serviço de saúde, que mantém contato direto ou indireto, que atuam na manipulação dos medicamentos, alimentos e material estéril ou contaminado, devem higienizar as mãos. Estudos mostram que uma maior adesão às práticas de higienização das mãos está associada a uma redução nas taxas das infecções em serviços de saúde.
Com esta iniciativa, a Anvisa espera proporcionar aos profissionais, administradores e gestores de serviços de saúde, conhecimento técnico para embasar as ações relacionadas à prevenção e à redução da incidência do agravo e dos óbitos provocados pelas infecções relacionadas à assistência à saúde. Enfim, vale ressaltar que a prática da higienização das mãos, pelos profissionais de saúde, evita danos e salva vidas, promovendo a segurança dos pacientes nos serviços de saúde.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Estudos experimentais e não experimentais relacionados à lavagem das mãos foram revisados para verificar evidências de associação entre lavagem das mãos e redução de infecções, onde se conclui a importância da lavagem das mãos para redução da infecção hospitalar e que a permanência da mesma é pertinente e deve ser mantida. Outros estudos bem conduzidos mostram a importância da prática de higienização das mãos para redução das taxas de infecções hospitalares e a maioria absoluta dos especialistas em controle de infecções concorda que esse procedimento é o meio mais simples e eficaz de prevenir a transmissão de microrganismos no ambiente assistencial.
A higienização das mãos é considerada uma medida de grande eficácia na prevenção das infecções relacionadas à assistência a saúde, uma vez que impede principalmente a transmissão cruzada de microrganismos. Já que as mãos dos profissionais de saúde são um dos mecanismos de disseminação de microrganismos hospitalares, onde ocorre à transmissão, contaminação do paciente ao ser manipulado pelo profissional e posterior desencadeamento do processo infeccioso, ou pela manipulação de trato estéril durante os procedimentos invasivos no ambiente hospitalar.
Além do uso de água e sabão, a OMS estabelece como padrão ouro o uso de preparação alcoólica para a fricção das mãos, seu uso é justificado pelas seguintes vantagens, eliminação da maioria dos microrganismos, disponibilidade da preparação alcoólica perto do ponto de assistência e/ou tratamento, pouco tempo necessário para a realização da prática, boa tolerância da pele, além de não ser necessária uma infra- estrutura especial (rede de fornecimento de água limpa, lavatório, sabonete, papel toalha).
As infecções relacionadas à assistência à saúde elevam os custos hospitalares, onde a promoção da higienização das mãos requer vários recursos, onde geralmente os produtos à base de álcool para higienização das mãos são mais caros que os sabonetes comuns. Porém os custos destes produtos são menores quando comparados aos custos adicionais que se tem para a cura dessas infecções. Mesmo a higienização sendo, comprovadamente, uma importante medida para o controle da infecção hospitalar, existe várias razões para dificultar a adoção das recomendações de lavagem das mãos, nos níveis individual, grupal ou institucional, e que para serem sanadas,se faz necessário um processo de mudança comportamental dos profissionais.
De acordo com o Ministério da Saúde, os profissionais que trabalham em serviços de saúde, devem adotar em suas práticas diárias as recomendações básicas de higienização das mãos, o uso de luvas e que as ações educativas são importantes e necessárias para aumentar a adesão dos profissionais de saúde à higienização.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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BRASIL. Ministério da Saúde. Normas para o programa de controle de infecção hospitalar. Brasília (DF): 1998a.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria no 2616, de 12 de maio de 1998b. Institui o Programa	de	Infecção	hospitalar.	Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/legis/portarias/2616_98.htm. 
BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA – ANVISA.
RDC n°. 42, de 25 de outubro de 2010. Dispõe sobre a obrigatoriedade de disponibilização e preparação alcoólica para fricção antisséptica das mãos, pelos serviços de saúde do país e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 26 out. 2010.
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CARVALHO et al. Higienização das mãos como estratégia para a redução da incidência de infecções hospitalares em um único hospital público. Revista Paranaense de Medicina. v. 21, 2007.
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STONE P.W. et al. Effect of Guideline Implementation on Costs of Hand Hygiene. Nurs Econ. v. 25, n. 5, p. 279-284, 2007. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2913245/pdf/nihms216732.pdf.
ANEXO A – TÉCNICA DE HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS, 2005)
· Com a mão em forma de concha, encha-a com o produto e espalhe-o por toda a superfície das mãos;
· Esfregue as palmas das mãos;
· Esfregue a palma da mão direita sobre o dorso da mão esquerda com dedos entrelaçados e vice-versa;
· Palma com palma com os dedos entrelaçados;
· As costas dos dedos virados para a palma da mão oposta com os dedos presos uns aos outros;
· Movimentos de rotação do polegar esquerdo esfregando as costas da mão direita e vice-versa;
· Movimentos de rotação, esfregando para trás e para frente, com os dedos da mão direita unidos esfregando a palma da mão esquerda e vice-versa… depois de secas, suas mãos estão seguras.
TÉCNICA DE HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS COM ÁGUA E SABÃO, MODIFICADA DE ACORDO COM EN1500 (OMS, 2005)
· Molhe as mãos com água;
· Aplique sabão suficiente para cobrir toda a superfície das mãos; 
· Esfregue as mãos palma com palma;
· Palma da mão direita sobre o dorso da mão esquerda com dedos entrelaçados e vice-versa;
· Palma com palma com os dedos entrelaçados;
· As costas dos dedos virados para a palma da mão oposta com os dedos presos uns aos outros;
· Rotação do polegar esquerdo esfregando as costas da mão direita e vice-versa;
· Rotação esfregando para trás e para frente com os dedos da mão direita unidos esfregando a palma da mão esquerda e vice-versa;
· Enxágue com água;
· Seque as mãos com uma toalha descartável e use a toalha para fechar a torneira.
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