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Relacoes Sociais e Servico Social

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Prévia do material em texto

Material de apoio
Cristiano Costa de Carvalho: Assistente Social;
Doutorando em Psicologia; Mestre em Gestão
Social, educação e desenvolvimento local;
Especialista em Serviço Social: Direitos Sociais e
Competências Profissionais; Professor
universitário na graduação. Professor e
coordenador do curso de Pós-Graduação em
Instrumentalidade e Técnicas-Operativas em
Serviço Social da PUC Minas.
Ficha Técnica:
Este material foi elaborado a partir do livro
intitulado: Serviço Social na
Contemporaneidade, com objetivo contribuir
com o processo de estudos de Assistentes
Sociais.
A reprodução deste material pode ser realizada,
desde que não seja para fins comerciais.
PARTE	I	
Proposta de	
interpretação histórico-
metodológica
O	Serviço	Social	no	processo	de	
reprodução	das	relações	Sociais.
A autora ressalta que o Serviço Social é um tipo de
especialização do trabalho coletivo, situado no
interior da divisão sócio-técnica do trabalho.
É portanto, um elemento que participa da
reprodução das relações sociais (relações de
classe) e do relacionamento contraditório entre as
classes fundamentais presentes na realidade social
(interesses antagônicos entre o capital e o
trabalho).
O	Serviço	Social	no	processo	de	
reprodução	das	relações	Sociais.
A reprodução das relações sociais e
conseqüentemente do capitalismo, é reprodução
da totalidade do processo social, a reprodução de
um determinado modo de vida que envolve o
cotidiano da vida em sociedade; o modo de viver e
trabalhar, de forma socialmente determinada, dos
indivíduos em sociedade.
Marilda chama nossa atenção para o fato de que a
totalidade concreta em movimento encontra-se
sempre, em processo de estruturação.
O	Serviço	Social	no	processo	de	
reprodução	das	relações	Sociais.
A reprodução das realidades sociais atinge a
totalidade da vida cotidiana, expressando-se tanto
no trabalho, na família, no lazer, na escola, no
poder, como também na profissão.
O	Serviço	Social	no	processo	de	
reprodução	das	relações	Sociais.
A profissão Serviço Social é constituída a partir de
dois ângulos que estão imbricados entre si,
formando uma unidade contraditória:
como realidade vivida e representada na/e pela
consciência de seus agentes profissionais, expressa
pelo discurso teórico-ideológico sobre o exercício
profissional;
•a atuação profissional como atividade socialmente
determinada pelas circunstâncias sociais objetivas que
conferem uma direção social à mesma e que
condiciona e mesmo ultrapassa a vontade e/ou
consciência de seus agentes individuais.
1
2
O	Serviço	Social	no	processo	de	
reprodução	das	relações	Sociais.
Ao ressaltamos apenas um ou outro desses
ângulos, a autora afirma que estaremos
acentuando de modo excludente, um pólo do
movimento contraditório do concreto, sendo
nesse sentido, análises unilaterais (Serviço Social
Conservador/Serviço Social Transformador são
afirmativas mecanicistas e voluntaristas).
O	Serviço	Social	no	processo	de	
reprodução	das	relações	Sociais.
SERVIÇO SOCIAL TRANSFORMADOR:
Ao superestimar a eficácia política da atividade
profissional, subestimamos o lugar das
organizações políticas das classes sociais no
processo de transformação da sociedade,
enquanto sujeitos da história; por outro lado
parece desconhecermos a realidade do mercado
de trabalho e os objetivos do mandato
institucional.
O	Serviço	Social	no	processo	de	
reprodução	das	relações	Sociais.
SERVIÇO SOCIAL TRANSFORMADOR:
O Serviço Social é necessariamente polarizado
pelos interesses de tais classes, tendendo a ser
cooptado por aqueles que tem uma aposição
dominante.
Reproduza também, pela mesma atividade,
interesses contrapostos que convivem em tensão
responde tanto as demandas do capital como do
trabalho e só pode fortalecer um ou outro pólo
pela mediação de seu oposto.
O	Serviço	Social	no	processo	de	
reprodução	das	relações	Sociais.
SERVIÇO SOCIAL TRANSFORMADOR:
Iamamotto chama nossa atenção para um aspecto
da realidade social que é a CONTRADIÇÃO; esta é
o motor da história e é através da consideração
de que as relações sociais se caracterizam pela
contraditoriedade, que podemos apontar que os
mecanismo de dominação e as necessidades da
classe trabalhadora são duas faces de uma mesma
moeda.
O	Serviço	Social	no	processo	de	
reprodução	das	relações	Sociais.
SERVIÇO SOCIAL TRANSFORMADOR:
É a partir dessa compreensão que se pode
estabelecer uma estratégia profissional e política,
para fortalecer as metas do capital ou do trabalho,
mas não se pode exclui-las do contexto da prática
profissional, visto que as classes só existem inter
relacionadas.
É isso inclusive, que viabiliza a possibilidade de o
profissional colocar-se no horizonte dos
interesses das classes trabalhadoras.
O	Serviço	Social	no	processo	de	
reprodução	das	relações	Sociais.
SERVIÇO SOCIAL TRANSFORMADOR:
O modo pelo qual a clientela do Serviço Social
compreende o mundo e as relações a sua volta, é
condicionado pelo lugar social que ocupam no
processo de produção.
A individualidade é tida como expressão/manifestação
do seu ser social, de sua vida em sociedade.
O	Serviço	Social	no	processo	de	
reprodução	das	relações	Sociais.
Por que surgiu essa profissão?
O desenvolvimento das forças produtivas e as
relações sociais engendradas nesse processo
determinam novas necessidades sociais e novos
impasses que passam a exigir profissionais
qualificados para o seu atendimento.
A intervenção profissional deveria estar pautada
nos parâmetros de “racionalidade” e “eficiência”
inerentes à sociedade capitalista.
O	Serviço	Social	no	processo	de	
reprodução	das	relações	Sociais.
Por que surgiu essa profissão?
É portanto, no contexto do desenvolvimento do
capitalismo industrial e da expansão urbana, que
se coloca a necessidade do Serviço Social,
enquanto mediador das classes fundamentais de
então; burguesia industrial e proletariado fabril.
A questão social – enquanto manifestação no
cotidiano da vida social, da contradição entre
essas classes – servirá como base de justificação
para a ação do assistente social, para além da
caridade da repressão.
O	Serviço	Social	no	processo	de	
reprodução	das	relações	Sociais.
Por que surgiu essa profissão?
A pauperização absoluta ou relativa gera o
fenômeno do lumpen-proletariado, que não será
mais absorvido pelo mercado de trabalho.
A socialização dos custos de reprodução desta
força de trabalho exige a presença do Estado no
que se refere a constituição de políticas sociais.
O	Serviço	Social	no	processo	de	
reprodução	das	relações	Sociais.
Por que surgiu essa profissão?
A autora volta a sinalizar que o Serviço Social não
tem um caráter de autonomia: não se pode
pensar à profissão no processo de reprodução das
relações sociais independente das organizações
institucionais a que se vincula, como se a atividade
profissional se encerra em si mesma e seus efeitos
sociais derivassem, exclusivamente, da atuação
profissional.
O	Serviço	Social	no	processo	de	
reprodução	das	relações	Sociais.
Por que surgiu essa profissão?
No processo de constituição de sua hegemonia, o
Estado não pode desconsiderar por completo as
necessidades/interesses das classes dominadas,
como condição mesma de sua legitimação; a
incorporação destas necessidades se dá de forma
subordinada, não afetando os interesses da classe
capitalista como um todo.
O	Serviço	Social	no	processo	de	
reprodução	das	relações	Sociais.
Por que surgiu essa profissão?
No ingresso do Serviço Social como profissão,
uma das pré-condições é a transformação de sua
força de trabalho em mercadoria e de seu trabalho
em atividade subordinada à classe capitalista.
A mesma lógica que preside o trabalho
da classe trabalhadora, também preside
a intervenção do Serviço Social.
O	Serviço	Social	no	processo	de	
reprodução	das	relações	Sociais.
Por que surgiu essa profissão?
O Serviço Social não se afirma no mercado como
profissional liberal por não dispor de condições
objetivas para esta realização, ele necessita das
políticas sociais, de cunho público ou privado para o
exercícioprofissional se concretizar.
A autora sublinha que o Serviço Social não é função
diretamente produtiva, ele participa, ao lado de
outras profissões, da tarefa de implementação de
condições necessárias ao processo de reprodução
no seu conjunto, integrada como está a divisão
sócio-técnica do trabalho.
O	Serviço	Social	no	processo	de	
reprodução	das	relações	Sociais.
Por que surgiu essa profissão?
A produção e reprodução capitalista inclui, também, uma
gama de atividades, que não sendo diretamente produtivas,
são indispensáveis ou facilitadoras do movimento do
capital.
Embora não sejam geradoras de valor, tornam mais eficiente o
trabalho produtivo, reduzem o limite negativo colocado à
valorização do capital, não deixando de ser para ele uma fonte
de lucro.
Marilda situa o Assistente Social na sua condição de
intelectual; para tanto se utiliza de Gramsci para subsidiar sua
análise.
O	Serviço	Social	no	processo	de	
reprodução	das	relações	Sociais.
Por que surgiu essa profissão?
Cada classe possui seus próprios intelectuais, que tem o
papel de contribuir na luta pela direção sócio-cultural
destas classes na sociedade.
O intelectual é o organizador, dirigente e técnico que coloca
sua capacidade a serviço da criação de condições favoráveis
à organização da própria classe a que se encontra vinculado.
O	Serviço	Social	no	processo	de	
reprodução	das	relações	Sociais.
Por que surgiu essa profissão?
O Assistente Social na sua qualidade de
intelectual, tem como instrumento de
trabalho A LINGUAGEM; historicamente,
não constitui atividade proeminente para
essa categoria profissional a produção de
conhecimento científico.
O Serviço Social emerge e se afirma em sua evolução como
uma categoria voltada para a intervenção na sociedade.
Marilda sublinha que a cisão entre trabalho intelectual e
manual, que se desenvolve à medida que se aprofunda o
capitalismo.
O	Serviço	Social	no	processo	de	
reprodução	das	relações	Sociais.
O SIGNIFICADO DOS SERVIÇOS SOCIAIS
A expansão dos Serviços Sociais, no século XX, está ligada ao
desenvolvimento da noção de CIDADANIA; a luta pelos direitos
sociais é perpassada pela luta contra o estigma do
assistencialismo, presente até os nossos dias.
Os Serviços Sociais nada mais são na sua realidade
substancial, do que uma forma transfigurada de
parcela do valor criado pelos trabalhadores e
apropriado pelos capitalistas e pelo Estado, que é
desenvolvido a toda a sociedade sob a forma de
serviços sociais; assim, aparecem como
BENEFÍCIO, expressão humanitária do Estado e/ou
da empresa privada.
O	Serviço	Social	no	processo	de	
reprodução	das	relações	Sociais.
O SIGNIFICADO DOS SERVIÇOS SOCIAIS
A generalização dos Serviços Sociais é expressão da vitória
da classe operária na luta pelo reconhecimento de sua
cidadania na sociedade burguesa.
O que é direito do trabalhador, reconhecido pelo próprio
capital, é manipulado de tal forma, que se retorna um meio
de esforço de visão paternalista do Estado, que recupera
nesse processo o coronelismo presente na história política
brasileira, agora instaurado no próprio aparelho do Estado.
RELAÇÕES	SOCIAIS	E	O	
SERVIÇO	SOCIAL
O	Serviço	Social	no	processo	de	
reprodução	das	relações	Sociais.
RELAÇÕES SOCIAIS E O SERVIÇO SOCIAL
Considerando a contraditoriedade presente nas
relações sociais, Marilda ressalta a necessidade
de uma reflexão sobre o caráter político da
prática profissional;
Essa reflexão é condição para o estabelecimento
de uma estratégia teórico-prática que possibilite,
dentro de uma perspectiva histórica, a alteração
do caráter de classe da legitimidade desse
exercício profissional.
O	Serviço	Social	no	processo	de	
reprodução	das	relações	Sociais.
RELAÇÕES SOCIAIS E O SERVIÇO SOCIAL
Os múltiplos e complexos problemas
com as quais se depara a classe
trabalhadora – fome, desemprego,
miséria, doença – são expressões de
questão social que por seu turno,
corresponde as desigualdades oriundas
de lógica capitalista de
produção/reprodução das mercadorias.
O	Serviço	Social	no	processo	de	
reprodução	das	relações	Sociais.
RELAÇÕES SOCIAIS E O SERVIÇO SOCIAL
No entanto, as políticas sociais são constituídas a partir de
dimensões particulares e particularizadas da situação de
vida dos trabalhadores: saúde, educação, habitação,
alimentação, etc.
Dessa forma, a fragmentação não permite ao trabalhador a
aquisição de uma consciência mais coletiva sobre seus
problemas.
O	Serviço	Social	no	processo	de	
reprodução	das	relações	Sociais.
RELAÇÕES SOCIAIS E O SERVIÇO SOCIAL
Na linguagem do poder, os “benefícios” sociais
são algumas vezes denominado “salário
indireto”, já que são encarados como uma
“complementação salarial” preferível (para os
patrões, é claro!) à elevação real dos salários, à
proporção que podem ser descontados total ou
parcialmente dos “beneficiários” ou de impostos
governamentais.
O	Serviço	Social	no	processo	de	
reprodução	das	relações	Sociais.
RELAÇÕES SOCIAIS E O SERVIÇO SOCIAL
Os Serviços Sociais tornam-se, portanto, um meio de reduzir
os custos de reprodução da força de trabalho.
A rede de Serviços Sociais viabiliza ao capital uma ampliação
de seu campo de investimentos, subordinando a satisfação
das necessidades humanas às necessidades de reprodução
ampliada do capital.
A pauperização acentuada determina um ambiente fértil à
demergência de utopias, de inconformismos que são
potencialmente ameaçadores à ordem vigente.
O	Serviço	Social	no	processo	de	
reprodução	das	relações	Sociais.
RELAÇÕES SOCIAIS E O SERVIÇO SOCIAL
Controlar e prever as ameaças têm sido uma
estratégia política do poder (como o
empobrecimento generalizado não tem solução
nos marcos do capitalismo, o que o Estado faz é
administrar e controlar a situação de
descontentamento).
O	Serviço	Social	no	processo	de	
reprodução	das	relações	Sociais.
RELAÇÕES SOCIAIS E O SERVIÇO SOCIAL
Os Serviços Sociais têm significados diferentes a partir da
lógica de constituição das classes; para os capitalistas,
representa um caráter complementar à reprodução da força
de trabalho a menor custo; do ponto de vista dos
representantes do trabalho, os Serviços Sociais respondem
às necessidades legítimas, à medida que são, muitas vezes,
temas de lutas político-reinvindicatórias da classe
trabalhadora, no empenho de terem seus direitos sociais
reconhecidos, como estratégia de defesa de sua própria
sobrevivência.
SERVIÇO	SOCIAL	E	
REPRODUÇÃO	DE	
CONTROLE	E	DA	
IDEOLOGIA	DOMINANTE
O	Serviço	Social	no	processo	de	
reprodução	das	relações	Sociais.
SERVIÇO SOCIAL E REPRODUÇÃO DE
CONTROLE E DA IDEOLOGIA DOMINANTE
A autora sublinha que não é para subestimarmos
a importância e a força desta profissão, pois ela é
um instrumento auxiliar e subsidiário, ao lado de
outros de maior eficácia política e mais ampla
abrangência, na concretização do objeto sinalizado
acima.
O	Serviço	Social	no	processo	de	
reprodução	das	relações	Sociais.
SERVIÇO SOCIAL E REPRODUÇÃO DE
CONTROLE E DA IDEOLOGIA DOMINANTE
Utilizando-se da reflexão tecida por José de Souza Martins, a
autora sublinha que, o modo capitalista de produzir supõe
um modo capitalista de pensar, ou seja, não é a forma como
pensa o capitalista, mas antes de tudo, a forma necessária
de toda a sociedade pensar e agir, fundamental à
reelaboração das bases de sustentação – ideológicas e
sociais – do capitalismo.
O	Serviço	Social	no	processo	de	
reprodução	das	relações	Sociais.
SERVIÇO SOCIAL E REPRODUÇÃO DE
CONTROLE E DA IDEOLOGIA DOMINANTE
Portanto, o controle social não se reduz ao
controle governamental e institucional; é
exercido, também, através de relações
diretas, expressando o poder de influência
de determinados agentes sociais sobre o
cotidiano de vida dos indivíduos, reforçando
a internalização de normas e
comportamentos legitimados socialmente.
O	Serviço	Social	no	processo	de	
reprodução	das	relações	Sociais.
SERVIÇO SOCIAL E REPRODUÇÃO DE
CONTROLE E DA IDEOLOGIA DOMINANTE
Em outros termos: a difusão e reprodução da ideologia
dominante é uma das formas de exercício docontrole social.
Há possibilidades de, no espaço da prática profissional,
construir-se outras formas de pensar e agir?
Marilda ressalta que a linguagem é o meio privilegiado
através do qual se efetiva a peculiar ação persuasiva ou de
controle por esse profissional.
O	Serviço	Social	no	processo	de	
reprodução	das	relações	Sociais.
SERVIÇO SOCIAL E REPRODUÇÃO DE
CONTROLE E DA IDEOLOGIA DOMINANTE
Trata-se de uma ação global de cunho sócio-
educativo ou socializadora, voltada para
mudanças na maneira de ser, de sentir, de ver e
agir dos indivíduos, que busca a adesão dos
sujeitos não sendo, no interior da categoria
profissional, uniforme e unívoco o
direcionamento dessa ação, ele tem sido
orientado, predominantemente, por uma
perspectiva de integração à sociedade.
O	Serviço	Social	no	processo	de	
reprodução	das	relações	Sociais.
SERVIÇO SOCIAL E REPRODUÇÃO DE
CONTROLE E DA IDEOLOGIA DOMINANTE
A autora nos alerta que a compreensão do cotidiano não se
reduz aos aspectos mais aparentes, triviais e rotineiros; se
eles são parte da vida em sociedade, não a esgotam.
O cotidiano é expressão de um modo de vida, historicamente
circunscrito, onde se verifica não só a reprodução de suas
bases, mas onde são, também gestados, os fundamentos de
uma prática inovadora.
O	Serviço	Social	no	processo	de	
reprodução	das	relações	Sociais.
SERVIÇO SOCIAL E REPRODUÇÃO DE
CONTROLE E DA IDEOLOGIA DOMINANTE
Assim, o cotidiano não está apenas mergulhado no falso,
mas referido ao possível.
A descoberta do cotidiano é descoberta das possibilidades
de transformação da realidade.
Por isso, a reflexão sobre o cotidiano acaba sendo crítica e
comprometida com o possível.
O cotidiano é o “solo” da produção e reprodução das
relações sociais.
O	Serviço	Social	no	processo	de	
reprodução	das	relações	Sociais.
SERVIÇO SOCIAL E REPRODUÇÃO DE
CONTROLE E DA IDEOLOGIA DOMINANTE
O acesso que temos as histórias de vida dos sujeitos, muitas
vezes se caracteriza por ser uma “invasão” de privacidade
da “clientela”;
situa-se aqui, a importância do compromisso social do
profissional, orientado no sentido de solidarizar-se como o
projeto de vida do trabalhador ou de usar esse acesso para
objetivos que lhes são estranhos.
O	Serviço	Social	no	processo	de	
reprodução	das	relações	Sociais.
SERVIÇO SOCIAL E REPRODUÇÃO DE
CONTROLE E DA IDEOLOGIA DOMINANTE
Importante considerar que os organismos institucionais
dependem da adesão, pelo menos passiva, de seus agentes,
para a consecução das metas e estratégias de classe que
implementam.
Se o Assistente social, enquanto trabalhador assalariado,
dever responder às exigências básicas da entidade que
contrata seus serviços, ele dispõe de uma RELATIVA
AUTONOMIA no exercício de suas funções institucionais; ele
é co-responsável pelo rumo imprimido às suas atividades
pelas formas de conduzi-las.
O	Serviço	Social	no	processo	de	
reprodução	das	relações	Sociais.
SERVIÇO SOCIAL E REPRODUÇÃO DE
CONTROLE E DA IDEOLOGIA DOMINANTE
A imprecisão quanto à delimitação das atribuições desse
profissional pode ser um fator de ampliação da margem de
possibilidade de redefinição de suas estratégias de trabalho.
A nova qualidade de preocupação com a prática profissional
está dirigida ainda a resgatar, sistematizar e fortalecer o
potencial inovador contido na vivência cotidiana dos
trabalhadores, na criação de alternativas concretas de
resistência ao processo de dominação.
O	Serviço	Social	no	processo	de	
reprodução	das	relações	Sociais.
SERVIÇO SOCIAL E REPRODUÇÃO DE
CONTROLE E DA IDEOLOGIA DOMINANTE
Esse projeto traduz-se na confiança que
move uma prática, na possibilidade
histórica de criação de novas bases de vida
em sociedade, assumido e subvertido em
direção a um novo tempo.
PARTE	II
Aspectos	da	história	do	
Serviço	Social	no	Brasil
Informações	
preliminares
A profissão é pensada pela primeira vez em sua história a
partir de sua insuprimível relação com a
sociedade/realidade, num movimento sempre constante de
verificação de seus conteúdos internos, seus compromissos
político-ideológicos.
É desse imbricamento com a realidade social
que o Serviço Social retira sua dinamicidade e
contabiliza as possibilidades e limites para sua
intervenção.
Informações	
preliminares
Marilda Iamamotto foi a primeira autora a pensar o Serviço
Social – sua constituição e história a partir da relação de
classes e sua característica principal que é a
contraditoriedade.
A história do Serviço Social é a interpretação histórica das
principais forças determinantes na origem e evolução desta
profissão, ou seja, o Serviço Social não pode ser pensado de
per si. Temos de relacioná-lo com os processos sociais e
econômicos da realidade brasileira ao longo de sua história.
Informações	
preliminares
Perspectiva de análise que o livro enseja: o
Serviço Social como profissão, no contexto de
aprofundamento do capitalismo na sociedade
brasileira no período30/60.
Dessa forma, o Serviço Social se insere no processo
contraditório de reprodução das relações sociais.
Objetivo do estudo: desvendar o significado social dessa
instituição e das práticas desenvolvidas em seu interior.
Informações	
preliminares
Surgimento da profissão: a partir da configuração da
chamada questão social que assume essa expressão, a partir
do surgimento do proletariado como expressão política
própria.
A estratégia utilizada pelas classes dominantes, como meio
de exercer sutilmente seu poder na sociedade e para
responder as seqüelas advindas da relação de
assalariamento do proletariado, foi a instituição de políticas
sociais.
Informações	
preliminares
O Serviço Social surge a partir de uma nova
racionalidade que visou superar as ações
caritativas até, muito dispersas, sem um fio
condutor que costurasse uma nova lógica
de enfrentamento da questão social.
A	Questão	Social	nas	
décadas	de	20	e	30	e	
as	bases	para	a	
implantação	do	Serviço	
Social.
A	Questão	Social	nas	décadas	de	20	e	30	e	as	
bases	para	a	implantação	do	Serviço	Social.
O Serviço Social surge a partir de uma nova racionalidade
que visou superar as ações caritativas até, muito dispersas,
sem um fio condutor que costurasse uma nova lógica de
enfrentamento da questão social.
O Trabalho Assalariado: é característica presente no
mercado de trabalho nos moldes capitalistas. A força de
trabalho formalmente livre é mais uma mercadoria como
qualquer outra.
Na relação estabelecida entre a burguesia e o proletariado
convergem interesses contraditórios que exigirão medidas
que visem o controle social da exploração dessa força de
trabalho.
A	Questão	Social	nas	décadas	de	20	e	30	e	as	
bases	para	a	implantação	do	Serviço	Social.
A inexistência de uma legislação trabalhista neste início de
século tornará ainda mais visível as sequelas da questão
social.
O trabalho infantil, extensas jornadas de trabalho,
superexploração, etc.
O Serviço Social se constituirá através de frações da classe
burguesa que agirão por intermédio da Igreja Católica e
posteriormente pelo conjunto das classes dominantes.
A	Questão	Social	nas	décadas	de	20	e	30	e	as	
bases	para	a	implantação	do	Serviço	Social.
Entre os anos de 1917/1920 o ANARQUISMO (tendência
política trazida pelo operariado europeu do Brasil)
enquanto força política-ideológica, é presente no cenário
brasileiro.
A densidade das manifestações tornou visível para a
burguesia, a organização dos trabalhadores na luta pela
melhoria das condições de vida e trabalho.
Importante considerar a incapacidade genética do Estado
em gerar políticas sociais que dêem respostas às seqüelas da
superexploração.
A	Questão	Social	nas	décadas	de	20	e	30	e	as	
bases	para	a	implantação	do	Serviço	Social.
A utilização da repressão tanto ideológica quanto física
(ambos poderosos instrumentos de manutenção da paz
social) sempre estiveram presentes em nossa realidade.
Entre as décadas de 1910/1920, o proletariado
(predominantemente de origem européia; italianos, alemãs,
portugueses...) encontra-se ainda numericamente
fragilizado; em sua grande maioria,é o trabalhador oriundo
do campo que vem “engrossar” essa nascente classe; o perfil
ideológico desses ex-campesinos – agora trabalhador urbano
– em nada lembra a identidade dos trabalhadores imigrantes
no que se refere a sua história de lutas na Europa.
A	Questão	Social	nas	décadas	de	20	e	30	e	as	
bases	para	a	implantação	do	Serviço	Social.
A tática de alguns empresários apontou para a construção
de uma política assistencialista: as vilas operárias, as creches,
as escolas, no entanto, havia rebaixamento salarial, controle
de tempo “livre” do trabalhador e um condicionamento do
bom comportamento para acesso à esses salários indiretos
O objetivo dessas estratégias era o de aliar o controle sócio-
político ao incremento da produtividade, através do
aumento da taxa de exploração.
A	Questão	Social	nas	décadas	de	20	e	30	e	as	
bases	para	a	implantação	do	Serviço	Social.
Não há nenhum sentido de redistribuição nessa política e
sim, o intuito de melhorar as condições gerais de
acumulação capitalista.
Onde a Igreja Católica entra nesses processos históricos?
É importante considerar a estreita relação existente entre a
hierarquia católica com Roma (Papa) e a influência dos
E.U.A. com essa hierarquia central.
A	Questão	Social	nas	décadas	de	20	e	30	e	as	
bases	para	a	implantação	do	Serviço	Social.
Alguns aspectos podem ser apontados como
condicionadores do movimento de reação da igreja
católica:
A reforma protestante nos países da Europa
a perda de sua hegemonia no que se refere a visão de
mundo;
preocupação com a ideologia anarquista/comunista que se
propagava no meio operário;
A	Questão	Social	nas	décadas	de	20	e	30	e	as	
bases	para	a	implantação	do	Serviço	Social.
Será a partir destes aspectos que se dará o movimento de
“recatolização da nação”: a Igreja começa a ter uma
preocupação em assumir uma intervenção face à questão
social; vale a pena ressaltar o estreito colaboracionaismo
entre Igreja Católica brasileira e as autoridades constituídas.
As formas de enfrentamento
da questão social pela Igreja
em nenhum momento irão
colidir com os interesses do
Estado brasileiro.
A	Questão	Social	nas	décadas	de	20	e	30	e	as	
bases	para	a	implantação	do	Serviço	Social.
No decorrer da década de 20, perante a movimentação da
classe operária, a igreja reforça o apelo à manutenção da
ordem e o respeito à hierarquia.
No transcorrer da década de 30 o proletariado já se
apresenta com um maior peso numérico e organizativo,
desenvolvimento esse que ocorre concomitante ao
crescimento da indústria na economia brasileira.
A	Questão	Social	nas	décadas	de	20	e	30	e	as	
bases	para	a	implantação	do	Serviço	Social.
No início dessa década e a partir da crise mundial de 1929,
começa a ocorrer uma nova configuração política onde a
burguesia agrária – apesar de continuar a ter o peso na
economia, começa a perder poder político-econômico para
a burguesia industrial.
A conjuntura política e social presente nesse momento
– a crise de hegemonia entre as frações burguesas e a
movimentação das classes subalternas.
A	Questão	Social	nas	décadas	de	20	e	30	e	as	
bases	para	a	implantação	do	Serviço	Social.
Abrirá à Igreja um enorme campo de intervenção na vida
social (movimento político-militar que pôs fim a República
Velha).
O novo bloco no poder buscará o apoio da hierarquia da
Igreja (visto seu compromisso com as forças anteriores)
oferecendo em troca o ensino religioso nas escolas.
Esse período corresponderá a uma situação de
ambigüidade, onde ambos – Igreja e Estado – unidos pela
preocupação comum de resguardar e consolidar a ordem e a
disciplina social, se mobilizarão para estabelecer
mecanismos de influência e controle.
A	Questão	Social	nas	décadas	de	20	e	30	e	as	
bases	para	a	implantação	do	Serviço	Social.
A igreja se lançará à mobilização da opinião pública católica
e à reorganização em escala ampliada do movimento
católico leigo.
A partir de 1932 dá-se a ampliação da intervenção do
movimento católico laico, via:
Ação universitária católica;
Instituto de estudos superiores;
Associação da bibliotecas católicas;
Liga eleitoral católica.
A	Questão	Social	nas	décadas	de	20	e	30	e	as	
bases	para	a	implantação	do	Serviço	Social.
Como se dá a resposta da Igreja aos problemas sociais?
Através da formulação de uma via cristã corporativa para a
harmonia e progresso da sociedade: Deus é fonte de toda
justiça, e apenas uma sociedade baseada nos princípios da
cristandade pode realizar a justiça social.
A visão de sociedade que a Igreja assume, SOFRE
INFLUÊNCIA DIRETA DA PERSPECTIVA POSITIVISTA,
ou seja, é visualizada enquanto um todo unificado
através das conexões através das tradições, dogmas
e princípios morais de que ela é depositária.
Indivíduos e fenômenos sociais coexistem.
A	Questão	Social	nas	décadas	de	20	e	30	e	as	
bases	para	a	implantação	do	Serviço	Social.
Em coesão orgânica com a sociedade em sua totalidade.
Relações entre Igreja e Estado: À Igreja cabe a tarefa de
reunificação e recristianização da sociedade burguesa.
Concluindo pelo alinhamento doutrinário do Estado laico ao
direito natural, orientado por suas normas transcendentes.
Objetivo da Igreja:
recuperar o proletariado da influência de ideologias exóticas
(postura anticomunista); ordenar as relações de produção e
harmonizar as classes em conflito.
A	Questão	Social	nas	décadas	de	20	e	30	e	as	
bases	para	a	implantação	do	Serviço	Social.
Eixos da ação política: a mobilização do eleitorado católico e
o postulado social, a eficácia de sua ação pedagógica e
política pode ser visualizada na eleição de extensa bancada
católica na Assembléia Constituinte de 1933.
Esses representantes estariam, no espaço de construção das
leis, defendendo os interesses da hierarquia católica.
A	Questão	Social	nas	décadas	de	20	e	30	e	as	
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RETOMANDO:
A estratégia da Igreja é o de investir no desenvolvimento do
movimento laico, visando fortalecer sua linha de Ação
Católica (Apostulado Social).
Para tanto aposta na organização da juventude católica para
atuar junto à classe operária:
• JOC (Juventude Operária Católica);
• JUC (Juventude Universitária Católica);
• JEC (Juventude Estudantil Católica);
• JIC (Juventude Ind. Católica);
• JFC (Juventude Feminina Católica);
A	Questão	Social	nas	décadas	de	20	e	30	e	as	
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O CEAS de São Paulo (Centro de Estudos e Ação
Social), foi a manifestação original do Serviço Social
no Brasil, no ano de 1932.
Seu objetivo foi o de capacitar tecnicamente a prestação de
assistência, seu público seria de jovens católicos que
compunham as diferentes frações das classes emergentes.
Em 1936 dá-se o surgimento da primeira escola de Serviço
Social de São Paulo e em 1935 é criado o Departamento de
Assistência Social do Estado (primeira iniciativa no Brasil).
A	Questão	Social	nas	décadas	de	20	e	30	e	as	
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O Estado começa a legitimar esses quadro técnico que vai
sendo formado e, ao mesmo tempo, passará a regulamentar
essa profissão nascente, incentivando e institucionalizando
sua progressiva transformação em profissão legitimada
dentro da divisão sócio-técnica do trabalho.
Nesse movimento de alargamento da
demanda por assistentes sociais, ocorre
um processo de mercantilização desta
força de trabalho.
A	Questão	Social	nas	décadas	de	20	e	30	e	as	
bases	para	a	implantação	do	Serviço	Social.
O número de profissionais era inferior a necessidade
daquele mercado crescente.
OBS: a Igreja recomenda a tutela estatal para a classe
operária, ao mesmo tempo em que reclama liberdade de
ação para o desenvolvimento de sua ação e o subsídio do
estado para ela.
A extração de classes dos profissionais somada à ideologia
religiosa conformavam um perfil de assistente social que
desconsiderava as condições concreta de vida do
proletariado.
A	Questão	Social	nas	décadas	de	20	e	30	e	as	
bases	para	a	implantação	do	Serviço	Social.
A neutralidade sempre inexistiu no meio profissional, poisera
bastante claro o conteúdo político que atravessava a prática
desenvolvida.
Ocorria um processo de “culpabilização” do proletário por sua
situação: ele era considerado portador de uma “ignorância
natural”, baixo nível cultural, fraca formação moral, insuficiente
em recursos econômicos, enfim, era presa fácil da “fanfarra
subversiva”.
O Discurso caracterizava-se por ser doutrinário e moralista, ou
seja, os profissionais assumiam uma outra postura de
conhecimento e decisão sobre o que era melhor para o outro; o
julgamento moral tem por base o esquecimento das bases
materiais das relações sociais.
A	Questão	Social	nas	décadas	de	20	e	30	e	as	
bases	para	a	implantação	do	Serviço	Social.
O autoritarismo, o paternalismo, o doutrinarismo e
ausência de base técnica (influência do Serviço Social
Europeu) vão encontrar bases sólidas para sua
implementação dos interesses da classe da burguesia
industrial nascente.
A influência do Serviço Social europeu
aqui no Brasil vai até o final dos anos 30;
em 1941 ocorre o Congresso
Interamericano de Serviço Social em
Atlantic City e aí se amarram laços sobre
programas de formação e técnicas de
intervenção.
PROTOFORMAS	DO	
SERVIÇO	SOCIAL
Grupos	Pioneiros	e	as	Primeiras	
Escolas	de	Serviço	Social
A participação do clero no controle direto do operariado
industrial remonta do surgimento das primeiras grandes
unidades industriais, em fins do século passado (XIX).
É viva a presença de religiosos no próprio interior dessas
unidades, que muitas vezes possuíam capelas próprias, onde
diariamente os trabalhadores eram obrigados a assistir a
missa e outras liturgias.
No plano sindical, com o apoio patronal, desenvolvem
iniciativas assistenciais e organizacionais visando contrapor-
se ao sindicalismo autônomo de inspiração anarco-
sindicalista.
Grupos	Pioneiros	e	as	Primeiras	
Escolas	de	Serviço	Social
No contexto internacional, o surgimento da
primeira nação socialista ( antiga União Soviética –
URSS) e a efervescência do movimento popular
operário em toda a Europa caracterizam o
contexto de surgimento das primeiras escolas de
serviço social naquele continente.
A questão social vinha à tona e com ela a necessidade de
procurar soluções para resolvê-la, senão minorá-la.
As instituições assistenciais que surgem nesse momento,
como a Associação das Senhoras Brasileiras (1920) no Rio de
Janeiro, e a Liga das Senhoras Católicas (1923), em São
Paulo, possuem já – não apenas ao nível da retórica – uma
diferenciação face às atividades tradicionais de caridade.
Grupos	Pioneiros	e	as	Primeiras	
Escolas	de	Serviço	Social
Possuem um aporte de recursos e potencial de contatos no âmbito
do Estado que lhes possibilita o planejamento de obras
assistenciais de maior envergadura e eficiência técnica.
O surgimento dessas instituições dá-se dentro da primeira fase do
movimento de “REAÇÃO CATÓLICA”, da divulgação do
pensamento social da Igreja e da formação das bases
organizacionais e doutrinárias do apostolado laico.
Tem em vista não o socorro aos indigentes, mas já dentro de uma
perspectiva embrionária de assistência preventiva, de apostolado
social, atender e atenuar determinadas sequelas do
desenvolvimento capitalista, principalmente no que se refere a
menores e mulheres.
Grupos	Pioneiros	e	as	Primeiras	
Escolas	de	Serviço	Social
É nesse período, também que a incorporação da mulher à
força de trabalho urbana deixa de ser “privilégio” das
famílias operárias, passando a atingir também a parcelas da
pequena burguesia.
Em 1922 é fundada a Confederação Católica – precursora da
Ação Católica – que objetiva centralizar politicamente e
dinamizar esses primeiros embriões de apostolado laico.
O	Centro	de	Estudos	e	Ação	Social	
de	São	Paulo		(CEAS)	e	a	
Necessidade	de	uma	Formação	
Técnica	Especializada	para	a	
Prestação	da	Assistência
O	Centro	de	Estudos	e	Ação	Social	de	São	Paulo	e	a	
Necessidade	de	uma	Formação	Técnica	Especializada	para	a	
Prestação	da	Assistência.
O CEAS – considerado manifestação
original do serviço social no Brasil, surge
em 1932, com o incentivo e sob o controle
da Igreja Católica.
Surge a partir da necessidade de dar maior rendimento às
iniciativas e obras promovidas pela filantropia das classes
dominantes paulistas sob o patrocínio da Igreja e de
dinamizar a mobilização do laicado.
O objetivo central do CEAS será o de promover a formação
de seus membros pelo estudo da doutrina social da igreja e
fundamentar a sua ação nessa formação doutrinária e no
conhecimento aprofundado dos problemas sociais.
O	Centro	de	Estudos	e	Ação	Social	de	São	Paulo	e	a	
Necessidade	de	uma	Formação	Técnica	Especializada	para	a	
Prestação	da	Assistência.
Há também uma clareza quanto ao sentido novo dessa ação
social, se tratará de intervir diretamente junto ao
proletariado para afastá-lo de influências subversivas.
Até dezembro de 1932, o CEAS fundou quatro centros
operários onde suas propagandistas, por meio de aulas de
tricô e trabalhos manuais, conferência, conselhos sobre
higiene, etc, procuraram interessar e atrair as operárias e
entrar assim em contato com as classes trabalhadoras,
estudar-lhes o ambiente e necessidades.
O	Centro	de	Estudos	e	Ação	Social	de	São	Paulo	e	a	
Necessidade	de	uma	Formação	Técnica	Especializada	para	a	
Prestação	da	Assistência.
Aceitando a uma idealização de sua classe sobre
a vocação natural da mulher para as tarefas
educativas e caridosas, essa intervenção
assumia, aos olhos dessas ativistas, a consciência
do posto que cabe a mulher na preservação da
ordem moral e social e o dever de tornarem-se
aptas para agir de acordo com suas convicções e
suas responsabilidades.
Paralelamente, sua posição de classe lhes faculta um
sentimento de superioridade e tutela em relação ao
proletariado, que legitima a intervenção.
O	Centro	de	Estudos	e	Ação	Social	de	São	Paulo	e	a	
Necessidade	de	uma	Formação	Técnica	Especializada	para	a	
Prestação	da	Assistência.
Mas, por que uma associação que reúne moças da
sociedade se ocuparia de problemas da classe operária ?
Essa iniciativa é também legitimada e é explicável – ela se
baseia num sentimento profundo de justiça social e de
caridade cristã, que leva aquelas que dispõem de tempo e
de meios a auxiliarem as classes sociais mais fracas a formar
suas elites, para que estas também possam cumprir
eficientemente o seu dever.
O	Centro	de	Estudos	e	Ação	Social	de	São	Paulo	e	a	
Necessidade	de	uma	Formação	Técnica	Especializada	para	a	
Prestação	da	Assistência.
Elas mostram a essas elites como deverão se organizar para
defender a família e a classe operária contra os ambiciosos e
os agitadores que exploram seu trabalho ou a sua
ignorância.
Em 1936 é fundada a Escola de Serviço Social de São Paulo,
a primeira desse gênero a existir no Brasil.
A partir daí, inicia-se uma demanda por quadros habilitados
por essa formação técnica especializada, partindo de
determinadas instituições estatais.
Através da lei 2497 de 24/12/1935 foi criado o
Departamento de Assistência Social do Estado, primeira
iniciativa desse gênero no Brasil.
O	Centro	de	Estudos	e	Ação	Social	de	São	Paulo	e	a	
Necessidade	de	uma	Formação	Técnica	Especializada	para	a	
Prestação	da	Assistência.
Nesse sentido, quando em 1936 é fundada pelo CEAS a
primeira escola de serviço social, esta não pode ser
considerada como fruto de uma iniciativa exclusiva do
movimento católico laico, pois já existe presente uma
demanda – real ou potencial – a partir do Estado, que
assimilará a formação doutrinária própria do apostolado
social.
É importante situar que ocorre um processo de
“mercantilização” dos portadores daquela formação técnica
especializada que se traduz na sua transformação em força
de trabalho que pode ser comprada.
O	Centro	de	Estudos	e	Ação	Social	de	São	Paulo	e	a	
Necessidade	de	uma	Formação	Técnica	Especializada	para	a	
Prestação	da	Assistência.
O portador dessa qualificação não mais necessariamente
será uma moça de sociedade devotada ao apostolado social.
Progressivamente se transformará num componente de
força detrabalho, possuindo uma determinada qualificação,
englobada na diferença social e técnica do trabalho.
O	Serviço	Social	e	a	
Sistematização	da	
Atividade	Social
O	Serviço	Social	e	a	Sistematização	da	
Atividade	Social
Naquele momento histórico, a cidade do Rio de Janeiro,
além de ser o mais antigo polo industrial da região sudeste –
tendo perdido há pouco para São Paulo a condição de
principal conglomerado industrial – é o grande centro de
serviços, contando com numeroso proletariado.
É ainda, a maior cidade do país, capital federal onde se
concentra a administração federal e os principais aparatos da
igreja católica, os grandes bancos.
O	Serviço	Social	e	a	Sistematização	da	
Atividade	Social
Por essas condições é a cidade onde mais se desenvolveu a
infra estrutura de serviços básicos, inclusive serviços
assistenciais com forte participação do Estado.
A diferença de São Paulo, verifica-se uma participação mais
intensa das instituições públicas e o apoio ainda mais
explícito da alta administração federal e da cúpula
hierárquica da igreja católica e do movimento católico laico.
A primeira semana de ação social do Rio de
Janeiro (1936) é considerado um marco para a
introdução do serviço social na capital da
república.
O	Serviço	Social	e	a	Sistematização	da	
Atividade	Social
Naquele momento a Igreja recomenda a tutela estatal para
a classe operária, ao mesmo tempo em que reclama
liberdade de ação para o desenvolvimento de sua ação social
e o subsídio do Estado para ela.
A necessidade de formação técnica especializada para a
prática de assistência é vista não apenas como uma
necessidade particular ao movimento católico.
Tem-se presente essa necessidade, enquanto necessidade
social que não apenas envolve o aparato religioso, mas
também o Estado e o empresariado.
O	Serviço	Social	e	a	Sistematização	da	
Atividade	Social
A visão da possibilidade de profissionalização do
apostolado social é dada de forma sutil, na medida em que
se encarece a necessidade de colaboradores para as obras
particulares e se prevê a demanda de pessoal permanente
para as instituições oficiais e patronais, reconhecendo nessas
duas instâncias socialmente habilitadas a possibilitar esse
empreendimento.
No ano de 1936 é realizado o primeiro curso “intensivo de
serviço social”, com a duração de três meses constando de
uma série de palestras sobre temas sociais, legais,
educacionais e médicos, com ênfase para o problema da
“infância abandonada”.
O	Serviço	Social	e	a	Sistematização	da	
Atividade	Social
Paralelamente, realizou-se um curso prático de serviço
social, para cuja realização foram requisitadas as duas
primeiras assistentes sociais paulistas recém-formadas na
Bélgica.
Em 1938, começa a funcionar sob orientação leiga o curso
regular da Escola Técnica de Serviço Social, que diploma sua
primeira turma em 1941.
O	Serviço	Social	e	a	Sistematização	da	
Atividade	Social
No decorrer da década de 40 surgem várias escolas de
serviço social nas capitais dos estados, sendo que quatorze
delas enviam representação ao I Congresso Brasileiro de
Serviço Social, realizado em 1947.
A existência de assistentes sociais diplomados se limitará por
um longo período quase apenas ao RJ e SP, sendo que
mesmo aí, seu número é pouco significativo. (a demanda por
assistentes sociais era maior do que o número de
profissionais disponíveis).
Campos	de	Ação	e	
Prática		dos	
Primeiros	Assistentes	
Sociais
Campos	de	Ação	e	Prática		dos	Primeiros	
Assistentes	Sociais
Começa a ser notado um certo alargamento da base de
recrutamento das alunas das escolas; deixa assim de ser um
privilégio das classes médias, para abarcar crescentemente
parcelas da pequena burguesia urbana.
Vão se colocar para as assistentes sociais desta época o
problema do mercado de trabalho mas, de luta pelo
reconhecimento da profissão e pela exclusividade, pelos
diplomados, de inúmeras vagas que foram se abrindo no
serviço público ou instituições para-estatais e autarquias, no
campo dos serviços sociais.
Campos	de	Ação	e	Prática		dos	Primeiros	
Assistentes	Sociais
Os centros familiares organizados pelo CEAS, a partir do
convênio com o departamento de serviço social do Estado,
começaram a funcionar a partir de 1940 nos bairros
operários; estes centros deveriam se constituir como
modelos de prática do serviço social.
Sua finalidade seria a de “separar as famílias das classes
proletárias, prevenindo sua desorganização e decadência e
procurando elevar seu nível econômico e cultural por meio
de serviços de assistência e educação” (atividades
desempenhadas: plantão, visitas domiciliares, bibliotecas
infantis, reuniões educativas, curso primário, curso de
formação familiar, restaurante para os operários).
Campos	de	Ação	e	Prática		dos	Primeiros	
Assistentes	Sociais
Enquanto pesquisadores sociais se dedicarão através de
inquéritos familiares, a diversos levantamentos nos bairros
operários, pesquisando as condições de moradia, situação
sanitária econômica e moral (situação civil, promiscuidade,
alcoolismo, desocupação, etc) do proletariado.
Nas primeiras experiências em serviço social de empresa,
os profissionais atuarão, em geral, na racionalização dos
serviços assistenciais ou na sua implantação, assim como
em atividades de cooperativismo, ajuda mútua e organização
de lazeres educativos.
Campos	de	Ação	e	Prática		dos	Primeiros	
Assistentes	Sociais
Paralelamente, interferirão crescentemente nos
encaminhamentos necessários a obtenção dos benefícios
da legislação social junto aos órgãos de previdência.
No campo do serviço social médico, as iniciativas são ainda
extremamente embrionárias. Estarão ligadas inicialmente à
puericultura e à profilaxia de doenças transmissivas e
hereditárias.
A atuação prática desenvolvida pelos primeiros
profissionais estará, assim, voltada
essencialmente para a organização da assistência,
para a educação popular e para a pesquisa social
Elementos	do	
Discurso	do	Serviço	
Social
Elementos	do	Discurso	do	Serviço	Social
Durante essa fase a produção específica sobre a matéria do
serviço social, como hoje é correntemente entendida, é bastante
limitada.
Constitui-se no essencial, em veículo de doutrinação e
propaganda do pensamento social da igreja, propondo-se a
mobilização da opinião católica para o apostolado social.
O serviço social tem por objeto remediar as
deficiências dos indivíduos e das coletividades;
quando se dirige ao ajustamento de um
determinado quadro, ele o faz para sanar
deficiências acidentais, decorrentes de certas
circunstâncias, e não de um defeito estrutural.
Elementos	do	Discurso	do	Serviço	Social
No que tange a um entendimento mais amplo da sociedade,
o discurso é essencialmente doutrinário e apologético.
Tendo por base o pensamento católico europeu – em sua
vertente mais direitista – e, principalmente, as encíclicas
papais, esse discurso se antepõe ao comunismo totalitário e
à ordenação social do liberalismo, incapaz de resolver o
problema das classes subalternas.
No plano da metodologia e técnicas, também não se
observa por parte dos profissionais, um trabalho de
teorização e adaptação à realidade brasileira.
Elementos	do	Discurso	do	Serviço	Social
A tônica será a do serviço social de casos individuais; só
muito mais tarde se começará a pensar na organização e
desenvolvimento de comunidade, e isto também a partir de
influência externa.
Verifica-se a partir do discurso dos assistentes sociais, a
existência de um projeto teórico de intervenção nos
diversos aspectos da vida do proletariado, tendo em vista a
reordenação do conjunto da vida social.
Elementos	do	Discurso	do	Serviço	Social
A incorporação da força de trabalho feminina e infantil, as
migrações ocasionadas pela transformação da agricultura, as
transformações técnicas da produção industrial, tem por
consequência a existência de um imenso exército industrial
de reserva – vivendo em condições sub-humanas – e
permitindo que o preço da força de trabalho possa ser
depreciado de seu valor.
Neste quadro, a reprodução da forçade trabalho ativa – da
mesma forma que a daqueles, total ou parcialmente
ocupados, componentes do exército industrial de reserva –
só pode realizar-se parcialmente sob a forma valor. Torna-se
necessária a complementação de sua subsistência.
Elementos	do	Discurso	do	Serviço	Social
O componente da formação religiosa dos profissionais e de
sua vocação mística de um apostolado social constitui, por
sua vez, elemento essencial de legitimação de seu projeto.
Recristianizar a sociedade ameaçada pela crise, recuperar o
homem, significam, mais concretamente recristianizar e
recuperar o proletariado.
Frequentemente se tem atribuído à influência européia
determinadas características assumidas pelos processos de
implantação do serviço social entre nós.
Elementos	do	Discurso	do	Serviço	Social
O autoritarismo, paternalismo, doutrinarismo e a ausência
de base técnica, que marcariam a atuação dos primeiros
núcleos que se formariam no Rio e São Paulo, seriam típicos
do serviço social europeu.
O perfil exigido do assistente social era: ser uma pessoa da
mais íntegra formação moral, que a um sólido preparo
técnico alie o desinteresse pessoal, uma grande capacidade
de devotamento e sentimento de amor ao próximo; deve ser
realmente solicitado pela situação penosa de seus irmãos,
pelas injustiças sociais, pela ignorância, pela miséria, e a
esta solicitação devem corresponder a qualidades pessoais
de inteligência e vontade.
Elementos	do	Discurso	do	Serviço	Social
Como marca da influência norte-americana no ensino
especializado no Brasil, situa-se o Congresso Interamericano
de Serviço Social realizado em 1941 em Atlantic City, EUA.
A partir desse evento se amarram os laços que irão
relacionar estreitamente as principais escolas de serviço
social brasileiras com as grandes instituições e escolas
norte-americanas e os programas continentais de bem-
estar social.
Elementos	do	Discurso	do	Serviço	Social
Ainda em relação à ideologia religiosa, fenômenos como a
miséria, o pauperismo do proletariado urbano, aparecerão
como situação patológica, como anomia, cuja origem é
encontrada na crise de formação moral deste mesmo
proletariado.
O julgamento moral do proletariado se sobrepõe às
constatações sobre as causas da miséria e do pauperismo.
Desta forma, esse julgamento tem por base o esquecimento
das bases materiais das relações sociais.
Elementos	do	Discurso	do	Serviço	Social
Essa caracterização contribui para obscurecer e dar
aparência de qualidades profissionais, neutras e caridosas, a
um projeto de classe.
A apreensão da realidade a partir dessa referência
obscurece o sentido e os efeitos políticos e econômicos das
práticas de inculcação ideológica desenvolvidas pelos
assistentes sociais.
(As ações não atacam sobre as causas e sim sobre os efeitos
produzidos na vida e na família operária). A ação destes
profissionais é caracterizada como o de modernos agentes
da caridade e da justiça social.
Instituições	
Assistenciais	e	
Serviço	Social
O	Estado	Novo	e	o	desenvolvimento	das	
grandes	instituições	sociais
Em 1937, ocorre o golpe de estado por Getúlio Vargas; sua
política econômica estava voltada ao incentivo da
industrialização, apoio à capitalização e a acumulação deste
setor.
O estado volta-se ao incremento da infra estrutura básico à
implantação do parque industrial.
Em termos políticos ocorre uma aliança dos burgueses
industriais com os grandes proprietários rurais, o que denota
uma preocupação comum que é a manutenção do status
quo; o pólo industrial passa a ser o centro motor da
acumulação capitalista.
O	Estado	Novo	e	o	desenvolvimento	das	
grandes	instituições	sociais
O crescimento do proletariado urbano se dá via mão-de-
obra liberada pela capitalização interna da agricultura;
entretanto, não estavam adaptadas à lógica do trabalho
urbano-industrial e o regime tentará canalizar para o
fortalecimento do seu projeto, neutralizando os
componentes autônomos e revolucionários dos
trabalhadores mais politizados.
A legislação trabalhista assume a condução de integradora,
legitimadora do regime; é a forma social de exploração da
força de trabalho.
O	Estado	Novo	e	o	desenvolvimento	das	
grandes	instituições	sociais
A repressão física (violência) se fazia acompanhar de uma
política de massa (populismo de Getúlio Vargas); a legislação
sindical dava fecho ao círculo de ataque às formas
autônomas de organização da classe trabalhadora.
Os dissídios tiveram que ser autorizados pelo governo; cria-
se o imposto sindical que possibilita o esquecimento do
trabalho de base por parte dos dirigentes sindicais; atrela-se
o viés assistencialista ao aparelho sindical; são criados os
sindicatos amarelos, simpáticos ao governo.
O	Estado	Novo	e	o	desenvolvimento	das	
grandes	instituições	sociais
O objetivo desta legislação sindical visou
fundamentalmente o enquadramento da força de trabalho
garantindo assim a acumulação do capital.
Ideologicamente, a figura de Getúlio Vargas foi passada para
a história, de forma bastante competente, como o pai dos
“pobres”.
Contexto	sócio-
político	dos	
ANOS	40
O	Estado	Novo	e	o	desenvolvimento	das	
grandes	instituições	sociais
O governo brasileiro usa um discurso para mobilizar a
população quanto ao esforço requerido pela guerra; apesar
da expansão industrial, decresce o salário real; pioram as
condições de vida, aumenta-se o ritmo do trabalho e
intensifica-se a exploração; exarceba-se a impopularidade
do governo, ocorrendo o fortalecimento da oposição e o
reaparecimento do movimento operário.
Getúlio Vargas ao considerar a conjuntura internacional e
nacional busca adesão do movimento popular democrático e
antifascista, objetivando manter em sua essência, o modelo
de dominação. Estrategicamente afrouxa os mecanismos de
controle social (ele é deposto em 1945).
O	Estado	Novo	e	o	desenvolvimento	das	
grandes	instituições	sociais
A implantação e desenvolvimento das
grandes instituições sociais e assistenciais
(que se dá na década de 40) criarão as
condições para a existência de um crescente
mercado de trabalho, permitindo um
desenvolvimento rápido de ensino
especializado do Serviço Social.
O	Estado	Novo	e	o	desenvolvimento	das	
grandes	instituições	sociais
LBA (1942 – Engajamento do Brasil na 2ª Guerra Mundial):
rentabilidade política para o governo diante do que o “
esforço de guerra” iria propiciar.
Nesse processo ocorre a legitimação e a institucionalização
da profissão.
Sua criação se deu a partir da iniciativa privada, sendo
posteriormente, encampada pelo governo.
Organizada em todo o território nacional. Essa instituição
passou a ser responsável por toda estrutura assistencial do
governo (programas de creche, para idosos, gestante, etc).
O	Estado	Novo	e	o	desenvolvimento	das	
grandes	instituições	sociais
SENAI (1942 - empreendimento que visava a necessidade
crescente de qualificação da mão-de-obra exigida pela
industria.
A formação anteriormente dava-se no interior das empresas
ou através da importação de mão-de-obra.
É aqui que podemos situar a iniciativa da atuação coletiva
do empresariado, a estratégia aqui utilizada consistia em
articular a violência simbólica do sistema escolar e a coerção
e autoritarismo das unidades de produção.
O	Estado	Novo	e	o	desenvolvimento	das	
grandes	instituições	sociais
As atividades desenvolvidas eram: saúde bucal e geral,
alimentação, asseio corporal, fornecimento de sopa, leite,
organização de colônia de férias, dentistas, mediadas
assistenciais e educativas.
SESI (1946) – objetivos: estudar, planejar e executar
medidas que contribuam para o bem estar do trabalhador na
indústria, “visando a valorização do homem e os incentivos à
atividade produtora” (bem estar voltado ao incremento da
produtividade).
Sendo assim, extrapola-se o controle interno que ocorre nas
unidades fabris para o cotidiano da vida dos proletários.
O	Estado	Novo	e	o	desenvolvimento	das	
grandes	instituições	sociais
FUNDAÇÃO LEÃO XIII (1946 – através do decreto lei):
atuação focalizada nos habitantes favelados (fenômeno
crescentea partir do êxodo rural).
Âmbito de ação: favelas da cidade do Rio de Janeiro, que era
à época, capital federal.
A extrema precariedade material e moral dessa população,
expunha à influência do comunismo, segundo avaliação das
autoridades.
Serviço Social na Fundação: o “problema da favela” é o
problema da educação/casos individuais, lazer educativo,
educação popular e formal
O	Estado	Novo	e	o	desenvolvimento	das	
grandes	instituições	sociais
O empreendimento de educação e lazer para favelados visa
ocupar o seu tempo livre (resgatado do capitalismo) para
ocupá-lo de forma que neutralizasse seu possível conteúdo
de autonomia e relativa liberdade.
PREVIDÊNCIA SOCIAL: A primeira experiência
oficial da implantação do Serviço Social na
estrutura burocrática do seguro social foi 1942
no IPAC (Instituição de Pensões e Aposentadoria
dos Comerciários).
O	Estado	Novo	e	o	desenvolvimento	das	
grandes	instituições	sociais
A ideologia do assistente social acentuava que o espírito de
imprevidência e insegurança das camadas pobres derivava
de sua ignorância acerca das finalidades do seguro social.
Seria preciso investir na educação social do segurado.
O assistente social passou a ser elemento que esclareceria
sobre o seguro social; é ele quem oferecia uma face humana
à burocracia do órgão e passa a incentivar o pagamento das
prestações, sublinhando as vantagens para o trabalhador.
Institucionalização	
da	prática	
profissional	dos	
assistentes	sociais
Institucionalização	da	prática	profissional	
dos	assistentes	sociais
O rompimento da profissão com sua origem
católica se dá via o surgimento e consolidação
do mercado de trabalho (grandes
instituições/influência do Serviço Social Norte
Americano) e o assalariamento da força de
trabalho ( não eram mais moças de família,
mas camadas médias que tiveram que vender
sua força de trabalho).
O significado social da profissão encontra-se
estreitamente vinculado às políticas sociais do Estado, via
instituições ( de saúde, educação, etc).
Institucionalização	da	prática	profissional	
dos	assistentes	sociais
O processo de institucionalização e de
profissionalização do Serviço Social ocorre
de forma simultânea no processo histórico;
por isso não dá para pensar o
desenvolvimento e até a renovação do social
sem vincula-la aos movimentos da
sociedade brasileira.
As instituições tem uma incapacidade genética de resolver
os problemas dos sujeitos. Essa fragilidade pode ser
visualizada no fenômeno de setorização das políticas sociais
e na manutenção da exclusão enquanto aspecto
fundamental dessas políticas (a demanda crescente e o
caráter seletivo e limitado do acesso).
Institucionalização	da	prática	profissional	
dos	assistentes	sociais
Dessa forma, assistimos o fenômeno de canalização para as
instituições assistenciais e previdenciárias, de uma série de
contradições que se originam no nível das relações sociais de
produção.
O Serviço Social se constitui como instrumento de
esclarecimento e conscientização sobre os direitos,
os serviços, os benefícios da instituição e forma de
acesso a ela; a profissão utiliza em seu cotidiano, A
AÇÃO IDEOLÓGICA DOS ACONSELHAMENTOS.
O Serviço Social está situado entre a demanda institucional (e a
sua incapacidade em resolver as problemáticas dos indivíduos) e
diante da revolta e inconformismo da população.
Em	busca	de	
atualização
Em	busca	de	atualização
O primeiro Congresso Brasileiro de Serviço Social ocorrido
em 1947 foi promovido pelo CEAS/SP (Centro de Estudos e
Ação Social).
Nesse evento fica patente o apoio às entidades e programas
pan-americanos e interamericanos relacionados à
assistência (a influência do serviço Social Norte Americano
já se fazia sentir).
A pauta do encontro indicava: a discussão de normas para
funcionamento das escolas de Serviço Social; a
regulamentação do ensino e a luta pelo reconhecimento
profissional (influência no surgimento da Associação
Brasileira de Escolas de Serviço Social – ABESS e da
Associação Brasileira de Assistentes Sociais – ABAS).
A	expansão	da	
profissão	e	a	
ideologia	
desenvolvimentista	
A	expansão	da	profissão	e	a	ideologia	
desenvolvimentista	
Década de 60 – expansionismo no Serviço
Social/ideologia desenvolvimentista (JK: 50 anos
em 5 – expansão econômica e internacionalização
da economia); alargamento das funções exercidas
pelo assistente social (coordenação e
planejamento); modernização do corpo
teórico/métodos (Serviço Social de grupo e
comunidade) e técnicas.
A partir dessa ideologia desenvolvimentista, o problema
central a atacar era o ATRASO, do qual decorre a posição
secundária ou marginal ocupada pelo Brasil dentro do
mundo capitalista.
O subdesenvolvimento era justificado por conta do
predomínio do modelo agrário – exportador e ao, ainda
fraco, desenvolvimento industrial do país.
A miséria e a pobreza devem ser superadas tendo em vista a
possibilidade de construção de focos de descontentamento
social (fácil presa para o comunismo). A concepção de
desenvolvimento coadunava ordem e segurança num clima
de paz social.
A	expansão	da	profissão	e	a	ideologia	
desenvolvimentista	
O II Congresso Brasileiro de Serviço Social ocorreu em
1961 (estratégia de atualização em relação às ideias que
agitam os setores dominantes e as demandas objetivas que
fazem à instituição Serviço Social), a profissão nesse
momento histórico necessita rearrumar seus pressupostos
interventivos face às novas exigências que a realidade vem
colocando.
A	expansão	da	profissão	e	a	ideologia	
desenvolvimentista

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