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RESUMO PATOLOGIA

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Patologia
· Introdução a patologia geral
- Patologia significa o estudo (logos) do sofrimento (pathos). Mais especificamente, é uma disciplina que liga as ciências básicas à prática clínica e se devota ao estudo das alterações estruturais e funcionais que ocorrem nas células, tecidos e órgãos recorrentes de doenças. Usando de técnicas moleculares, microbiológicas, imunológicas e morfológicas, a patologia tenta explicar as causas e os motivos dos sinais e sintomas que os pacientes manifestam fornecendo, ao mesmo tempo, uma base racional para a abordagem clínica e o tratamento. 
- A patologia geral aborda as reações básicas das células e dos tecidos aos estímulos anormais mais relacionados às doenças. 
- As doenças envolvem toda uma ligação biológica, social, psíquica (mental). Um problema biológico desencadeia vários outros problemas, como problemas sociais, mentais, financeiros. 
· Conceito
- Ciência que estuda as causas das doenças, os mecanismos que as produzem, as sedes e as alterações morfológicas e funcionais. 
- Os quatro aspectos das doenças que formam o cerne da patologia são as suas causas (etiologia), os mecanismos de seu desenvolvimento (patogenia), as alterações estruturais induzidas nas células e nos órgãos (alterações morfológicas) e as consequências funcionais das alterações morfológicas (significado clínico). 
- Quando eu quero me referir à doença de um individuo não posso usar o termo patologia para se referir a doença, se eu quero me referir a uma doença em si eu vou utilizar o termo doença, moléstia ou enfermidade. 
· Conceitos gerais da patologia
- Etiologia: Causa das lesões. Atualmente consideramos que existam duas classes principais de fatores etiológicos: Intrínsecos ou genéticos, e adquiridos (isto é, infeccioso, nutricional, químico, físico). Fatores genéticos estão claramente envolvidos em algumas afecções induzidas por fatores ambientais, como a aterosclerose e o câncer, enquanto fatores ambientais também podem ter uma grande influencia em determinadas desordens genéticas. O conhecimento ou descobrimento da causa primária permanece sendo o fundamento sobre o qual o diagnóstico pode ser feito, como as doenças podem ser compreendidas ou como desenvolver um tratamento. 
- Patogenia: Mecanismo de formação. A patogenia se refere á sequencia de eventos da resposta das células ou dos tecidos ao agente etiológico, desde o estímulo inicial até a expressão final da doença em si. Ou seja, como gera uma alteração, como uma lesão (por exemplo), vai ser gerada. A patogenia é conhecer os eventos bioquímicos, imunológicos e morfológicos que levam à formação de uma lesão (por exemplo). 
- Morfopatologia (Alterações Morfológicas): As alterações morfológicas referem-se às alterações estruturais nas células ou nos tecidos que são característicos da doença ou levam ao diagnóstico do processo etiológico. Identifica a natureza e a progressão das doenças por meio do estudo de alterações morfológicas nos tecidos e alterações químicas nos pacientes. 
- Fisiopatologia: Desordens funcionais e manifestações clínicas. Estuda a alteração funcional do órgão afetado. A natureza das alterações morfológicas e sua distribuição nos diversos órgãos ou tecidos influencia a função normal e determina as características clínicas (sinais e sintomas), curso e prognóstico de uma doença. 
Consegue determinar por meio dos sinais e sintomas. 
· Sinais e sintomas
Quando observamos a descrição de alguma doença, frequentemente verificamos uma relação de sinais e sintomas causados por ela. Febre, dor no corpo, manchas na pele, coloração amarelada da pele, coceira e cansaço são algumas manifestações clínicas descritas como sinais e sintomas de algumas doenças.
Mas, afinal, qual a diferença entre sinal e sintoma? Por que esses termos não podem ser usados como sinônimos?
 O que é um sinal?
De uma maneira resumida, podemos dizer que o sinal é uma manifestação clínica que outra pessoa percebe, principalmente profissionais de saúde. Assim sendo, as manifestações são visíveis, sentidas ou ouvidas por outras pessoas e, por isso, não são exclusivamente sentidas e verificadas pelo paciente.
A icterícia, por exemplo, é um sinal de que algum problema no fígado, pâncreas ou vesícula biliar. Esse sinal nada mais é do que a coloração amarelada na pele e nas mucosas, que pode ser facilmente percebida por outra pessoa. Nesse caso, portanto, o paciente não é o único que pode descrever a manifestação.
O sintoma pode ser definido como uma queixa do paciente, uma manifestação relatada e sentida por ele. Em um exame, o médico não pode identificar um sintoma sem que o paciente descreva o que está sentindo, uma vez que essa ocorrência não é percebida por outros.
Como sintomas, podemos citar uma série de manifestações, tais como dores de cabeça, dores nas articulações, cansaço, mal-estar, fraqueza, náusea e coceira. Todas essas manifestações são sentidas pelo próprio paciente e apenas ele pode relatar o que está acontecendo.
· Saúde/Doença 
- Saúde: “Estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença.” 
De acordo com a OMS, portanto, a ausência de doenças é apenas um passo para ter saúde, sendo necessários diversos outros fatores para conseguir atingir completamente esse estado. Entre os outros pontos que devem ser analisados, estão como a pessoa vê seu futuro, se ela apresenta boas interações sociais e, até mesmo, se a pessoa está bem consigo mesma.
Analisando, portanto, o conceito de saúde proposto pela OMS, temos que um indivíduo nem sempre será saudável, apresentando em sua vida apenas momentos de saúde.
- Doença: Conjunto de sinais e sintomas específicos que afetam um ser vivo, alterando seu estado normal de saúde. Ou seja, são alterações biológicas do estado de saúde, manifestadas por um conjunto de sintomas perceptíveis ou não. 
· Estudo da patologia
- Citopatologia: É o estudo das células e suas alterações em casos patológicos. Estuda as doenças a partir de observação ao microscópio de células. 
- Anátomo-patológico: Anatomia patológica é um ramo da patologia e da medicina que lida com o diagnóstico das doenças baseado no exame macroscópico de peças cirúrgicas e microscópicos para o exame de células e tecidos. Os exames anatomopatológicos são realizados através da análise de fragmentos de tecido ou órgão retirados por meio de biópsias, cirurgias, endoscopias, punção aspirativa com agulha grossa, necrópsias, entre outros.
Biopsia A biópsia é um procedimento cirúrgico no qual se colhe uma amostra de tecidos ou células para posterior estudo em laboratório, tal como a evolução de determinada doença crônica. Uma biópsia é frequentemente usada para diagnosticar se um tumor é benigno ou maligno. 
Eu vou tirar tecido de um indivíduo VIVO para estudar. 
Possuem 2 tipos de biopsias: Biopsia excisional e incisional. 
Biopsia incisional é quando eu tiro fragmentos da lesão do paciente, não vou tirar a lesão por completa, apenas uma parte dela. Vou ter uma biopsia mas a lesão continua no paciente. 
Biopsia excisional é quando tira todo o fragmento, toda a lesão do paciente. 
Necropsia É quando se tira fragmentos, tecidos de um cadáver, estudar partes de um cadáver. 
· Doença infectocontagiosa e doença crônica degenerativa
As doenças infectocontagiosas são aquelas de fácil e rápida transmissão, provocadas por agentes patogênicos, como o vírus da gripe e o bacilo da tuberculose. Em algumas ocasiões, para que se produza a doença, é necessário um agente intermediário, transmissor ou vetor.
Doenças crônico degenerativas são aquelas que, aliadas a um conjunto de fatores, levam à deterioração progressiva da saúde. A sua etiologia é multifatorial e sabe-se que existe uma interação entre comportamento, meio ambiente e perfil genético.
Uma doença degenerativa é aquela que vai gradualmente comprometendo funções vitais, como a Doença de Alzheimer e o Diabetes. ... A palavra degenerativa vem de degenerar, que em sua etimologia quer dizer perder as qualidades essenciais.
ADAPTAÇÃO CELULAR
· Conceito
- As adaptaçõessão respostas estruturais e funcionais reversíveis às alterações fisiológicas (p. ex., gestação) ou a alguns estímulos patológicos, durante as quais um novo estado de equilíbrio, alterado, é alcançado, permitindo a sobrevivência e a atividade funcional da célula. 
- A resposta adaptativa pode consistir em um aumento no tamanho das células (hipertrofia) e da sua atividade funcional, um aumento do número de células (hiperplasia), uma diminuição do tamanho e da atividade metabólica das células (atrofia) ou uma mudança do fenótipo das células (metaplasia). Quando o estímulo é eliminado, a célula pode retornar ao seu estado original sem ter sofrido qualquer consequência danosa.
· Objetivos da aula
- Descrever a etiopatogenia e alterações morfofuncionais das adaptações celulares:
– Atrofia 
– Hipertrofia 
– Hiperplasia
 – Metaplasia 
– Displasia
Se os limites das respostas adaptativas forem excedidos ou se as células forem expostas a agentes ou estímulos nocivos, privadas de nutrientes essenciais, ou ficarem comprometidas por mutações que afetem constituintes celulares essenciais, ocorre uma sequência de eventos denominada lesão celular. 
A lesão celular ocorre quando as células são submetidas a um estresse tão severo que não são capazes de se adaptar, ou quando são expostas a agentes perniciosos.  A hipóxia, a isquemia, os agentes físicos/químicos, os agentes infecciosos e as reações imunológicas são algumas das causas de injúria celular.
Inicialmente a lesão se manifesta por meio de alterações funcionais e morfológicas reversíveis. Conforme ocorre a progressão do dano, esse processo pode culminar em alterações irreversíveis e, portanto, morte celular. Existem, ainda, dois tipos de morte celular, a apoptose e a necrose, sendo esta sempre um processo patológico.
A lesão celular é reversível até certo ponto, mas se o estímulo persistir ou for intenso o suficiente desde o início, a célula sofre lesão irreversível e, finalmente, ocorre morte celular. Adaptação, lesão reversível e morte celular podem ser os estágios de um dano progressivo que sucede diferentes tipos de agressões.
A morte celular, o resultado final da lesão celular progressiva, é um dos mais cruciais eventos na evolução de uma doença em qualquer tecido ou órgão. Ela resulta de várias causas, incluindo isquemia (redução do fluxo sanguíneo), infecção e substâncias tóxicas. A morte celular constitui também um processo normal e essencial na embriogênese, no desenvolvimento dos órgãos e na manutenção da homeostase. Existem duas vias principais de morte celular, a necrose e a apoptose. A privação de nutrientes induz uma resposta celular adaptativa chamada autofagia, que pode culminar em morte celular.
NECROSE
A necrose se caracteriza pelo tamanho celular aumentado (edema), alterações nucleares (picnose, cariorréxis, cariólise), membrana plasmática danificada e extravasamento de conteúdo celular para fora da célula, além do aumento da eosinofilia.               
Já a aparência morfológica da necrose resulta da desnaturação das proteínas intracelulares e/ou da digestão enzimática. A partir disso, esse processo de morte celular pode ser classificado em diversos tipos de necrose:
Necrose de Coagulação: é característica da morte por hipóxia em todos os tecidos, à exceção do cérebro. Com isso a acidose intracelular desnatura proteínas e enzimas, bloqueando a proteólise celular. O tecido, ainda, apresenta a textura firme e a manutenção da sua arquitetura, com preservação do contorno celular por pelo menos alguns dias.
Necrose de liquefação: é característica de infecções bacterianas ou fúngicas, pois estas estimulam o acúmulo de células inflamatórias, sendo as células mortas completamente digeridas por enzimas. O resultado final é a transformação do tecido em massa viscosa.
Necrose caseosa: Esse termo é derivado da aparência semelhante a queijo branco da área necrótica. É uma forma distinta de necrose de coagulação, encontrada comumente em focos de tuberculose, os quais são caracterizados por reação granulomatosa. 
Necrose gordurosa: se refere a áreas de destruição de gordura que ocorre como resultado da liberação de lípases pancreáticas ativadas no parênquima pancreático.
APOPTOSE
Apoptose é a via de morte celular que é induzida por um programa intracelular altamente regulado, no qual as células destinadas a morrer ativam enzimas que degradam seu DNA nuclear e as proteínas citoplasmáticas. Os sinais que induzem a apoptose incluem a ausência de fatores de crescimento ou hormônios, a ação específica dos receptores de morte e os agentes nocivos. Esse fenômeno, portanto, pode estar presente em situações fisiológicas e em condições patológicas.
Em situações fisiológicas esse fenômeno pode estar relacionado à destruição programada de células durante a embriogênese, à involução dependente de hormônios (colapso endometrial no ciclo menstrual), à eliminação celular em células em proliferação, à eliminação de linfócitos auto reativos, etc. Já em condições patológicas, esse processo pode ser desencadeado por estímulos nocivos, doenças viróticas e tumores.  
Dentre as principais características morfológicas que definem as células em apoptose, observa-se o encolhimento celular, condensação da cromatina, formação de bolhas citoplasmáticas, corpos apoptóticos e fagocitose das células, geralmente mediada por macrófagos.
Além disso, a célula é rapidamente eliminada, antes que seu conteúdo possa extravasar e causar reação inflamatória, tornando sua detecção histológica mais difícil.
Em resumo: Apoptose é uma forma de morte celular programada, ou "suicídio celular". É diferente de necrose, na qual as células morrem por causa de uma lesão. A apoptose é um processo ordenado, no qual o conteúdo da célula é compactado em pequenos pacotes de membrana para a "coleta de lixo" pelas células do sistema imunológico.
· Para relembrar: METABOLISMO- ANABOLISMO E CATABOLISMO
Metabolismo é o conjunto de reações químicas que ocorre na célula e que lhe permite manter-se viva, crescer e se dividir.
Em resumo, podemos dizer que o metabolismo refere-se a todos os processos bioquímicos de construção e quebra de moléculas que ocorrem nos organismos.
O metabolismo só ocorre no interior das células e pode ser dividido em duas etapas: o catabolismo e anabolismo.
O metabolismo tem quatro funções específicas: 
( 1 ) obter energia energia química química pela degradação degradação de nutrientes nutrientes ricos em energia oriundos do ambiente; 
(2) converter as moléculas dos nutrientes em unidades fundamentais precursoras das macromoléculas celulares; 
(3) reunir e organizar estas unidades fundamentais em proteínas, ácidos nucléicos e outros componentes celulares; 
(4) sintetizar e degradar biomoléculas necessárias às funções especializadas das células.
Catabolismo
Catabolismo é um conjunto de reações enzimáticas de degradação, em que compostos orgânicos de alto peso molecular são convertidos em moléculas mais simples.
Neste processo, ocorre liberação de energia, sendo uma parte conservada em moléculas de alta energia (ATP) e a outra dissipada na forma de calor.
Exemplo: Quebra da glicose e de proteínas.
Anabolismo
Anabolismo é um conjunto de reações enzimáticas de síntese, onde moléculas simples dão origem a compostos orgânicos de peso molecular mais alto.
No processo há gasto de energia, que está armazenada na molécula de ATP.
Exemplo: Síntese de proteínas a partir dos aminoácidos.
· Hipertrofia
- A hipertrofia refere-se ao aumento do tamanho das células que resulta no aumento do tamanho do órgão afetado
- O órgão hipertrofiado não possui novas células, apenas células maiores. O tamanho aumentado das células é devido à síntese e à incorporação de novos componentes estruturais intracelulares.
– Não é decorrente de edema 
– implica em síntese de elementos estruturais das células 
– A hipertrofia pode ser fisiológica ou patológica e é causada pelo aumento da demanda funcional ou por estimulação de hormônios e fatores de crescimento
– Geralmente acompanhada de hiperplasia
- Aumento do tamanho dascélulas e, consequentemente, dos órgãos, e de parte do corpo. As células hipertróficas têm aumento na síntese de suas estruturas subcelulares (organelas, citoesqueleto, etc). Pode ser fisiológica, como a por aumento na demanda funcional vista na hipertrofia muscular estriada esquelética no exercício físico; a por estímulo hormonal, como a hipertrofia e a hiperplasia das fibras musculares lisas do útero durante a gravidez; a hipertrofia secundária à hiperplasia mamária durante a lactação; ou patológica, como a hipertrofia cardíaca devido à sobrecarga de pressão na hipertensão arterial ou na estenose valvar; a hipertrofia do rim na hidronefrose, etc.
- O estímulo mais comum para a hipertrofia do músculo é o aumento da carga de trabalho. Por exemplo, os músculos avantajados dos fisiculturistas praticantes de musculação resultam do aumento do tamanho das fibras musculares individuais, em resposta ao aumento da demanda. No coração, o estímulo para a hipertrofia é geralmente uma sobrecarga hemodinâmica crônica, devido ou à hipertensão arterial ou a valvas deficientes. Em ambos os tecidos, as células musculares sintetizam mais proteínas e o número de miofilamentos aumenta. Isso aumenta a quantidade de força que cada miócito pode gerar, aumentando assim a força e a capacidade de trabalho do músculo como um todo. 
- O proeminente crescimento fisiológico do útero durante a gestação constitui um bom exemplo de aumento de órgão induzido por hormônios, resultante principalmente de hipertrofia das fibras musculares. A hipertrofia uterina é estimulada por hormônios estrogênicos que agem nos receptores de estrogênio do músculo liso, resultando em maior síntese de proteínas no músculo liso e em aumento do tamanho celular.
· Hipertrofia cardíaca
Constitui-se num mecanismo adaptativo do coração, em resposta a um aumento de sua atividade ou de sobrecarga funcional. De maneira sucinta, podemos dizer que esta adaptação pode se dar em resposta a:
A) Aumento de necessidade metabólica que impõe um aumento do débito cardíaco.
B) Aumento de carga pressórica ou de volume, condição observada como resposta adaptativa a condições patológicas como a hipertensão arterial, estenose ou coartação de aorta, etc. (sobrecarga pressórica), ou lesões orovalvulares ou congênitas como a insuficiência aórtica, comunicação interatrial, etc. (sobrecarga de volume). 
O coração tem uma hipertrofia natural no ventrículo esquerdo, por conta de ser o responsável por devolver para o corpo, precisando de mais força. 
Se eu tenho um aumento da pressão arterial (PA), quem vai bombear o sangue é o ventrículo esquerdo (VE), então eu terei uma hipertrofia nesse lado esquerdo do coração. 
· Hiperplasia
- É o aumento do número de células de um tecido ou órgão, cujas células guardam a capacidade de se dividirem frente a um estímulo geralmente reconhecível. 
- Aumento do número de células em um órgão ou tecido em resposta a um estímulo. É um processo adaptativo. – Só pode acontecer em tecidos que possuem células capazes de divisão.
- Para que aconteça a hiperplasia eu preciso de divisão celular.
- Eu não tenho hiperplasia nas células dos tecidos dos neurônios do Sistema Nervoso Central, do músculo estriado esquelético e do músculo estriado cardíaco. A	 fase G0 não faz divisão celular, então eu não vou ter hiperplasia nessas células, nas outras sim. 
- Durante a fase G0, as células apresentam menor atividade metabólica. G0 descreve um período prolongado de repouso, durante o qual as células não respondem aos estímulos que nor- malmente iniciam a síntese de ADN. As células em G0 são sempre derivadas de células em G1, mas não fazem parte do ciclo celular proliferativo.
- É o aumento no número de células (proliferação) em um tecido ou órgão [o qual também pode mostrar aumento de volume (= hipertrofia)], ou de parte do corpo. Pode ser fisiológica (e.g.: pela ação hormonal na mama durante a lactação, e no útero durante a gravidez; compensatória como a que se dá na regeneração hepática, após hepatectomia parcial; a hiperplasia renal contralateral, após nefrectomia; a hiperplasia pulmonar, após retirada de segmentos ou lobo pulmonares, etc) ou patológica (e.g.: por excesso de estímulo hormonal ou por fatores de crescimento, como a hiperplasia endometrial pela ação do estrogênio; a das adrenais na Síndrome de Cushing; a da tireoide no hipertireoidismo; a das paratireoides no hiperparatireoidismo secundário; a hiperplasia linfóide secundária às infecções, entre outras causas, etc].
Fisiológica
A hiperplasia fisiológica devido à ação de hormônios ou fatores do crescimento ocorre em várias circunstâncias: quando há necessidade de aumentar a capacidade funcional dos órgãos hormôniosensíveis; quando há necessidade de aumento compensatório após lesão ou ressecção. A hiperplasia hormonal é bem ilustrada pela proliferação do epitélio glandular da mama feminina na puberdade e durante a gravidez, geralmente acompanhada por aumento (hipertrofia) das células epiteliais glandulares. A ilustração clássica da hiperplasia compensatória vem do estudo da regeneração hepática. Em indivíduos que doam um lobo do fígado para transplante, as células que permanecem proliferam de modo que o órgão cresça e retorne, em pouco tempo, ao seu tamanho original. Os modelos experimentais de hepatectomia parcial têm sido especialmente úteis para definir os mecanismos que estimulam a regeneração do fígado. É notável a capacidade de a medula óssea sofrer rápida hiperplasia em resposta a uma deficiência de células sanguíneas completamente diferenciadas.
 Patológica
A maioria das formas de hiperplasia patológica é causada pela ação excessiva ou inapropriada de hormônios ou fatores de crescimento sobre suas células-alvo. A hiperplasia endometrial é um exemplo de hiperplasia anormal induzida por hormônio. Normalmente, após a menstruação, há um surto rápido de atividade proliferativa no endométrio que é estimulado por hormônios hipofisários e pelo estrogênio ovariano. Ela permanece até sua parada, pelos níveis crescentes de progesterona, em geral cerca de 10 a 14 dias antes do fim do ciclo menstrual. Em alguns casos, no entanto, o equilíbrio entre estrogênio e progesterona é perturbado, o que resulta em aumentos absolutos ou relativos na quantidade de estrogênio, com consequente hiperplasia das glândulas endometriais. Essa forma de hiperplasia patológica é uma causa comum de sangramento menstrual anormal.
A hiperplasia é uma resposta característica a certas infecções virais, como os papiloma vírus, que causam verrugas cutâneas e várias lesões de mucosa compostas por massas de epitélio hiperplásico. Aqui, os vírus produzem fatores que interferem com as proteínas do hospedeiro que regulam a proliferação celular. Assim como outras formas de hiperplasia, algumas dessas proliferações induzidas por vírus também são precursoras do câncer. 
· Hiperplasia X Neoplasia
A hiperplasia corresponde a um aumento do número de células em um órgão ou tecido, podendo resultar na formação de uma neoplasia benigna ou ainda no aumento do tamanho desse órgão. Em outros casos, a hiperplasia pode ser vista apenas no microscópio.
A neoplasia engloba todos os casos de crescimento exagerado de um tecido, devido à uma proliferação incorreta das células, que pode ser benigna ou maligna.
Quando o tumor se dá por crescimento do número de células, ele é chamado neoplasia - que pode ser benigna ou maligna. Ao contrário do câncer, que é neoplasia maligna, as neoplasias benignas têm seu crescimento de forma organizada, em geral lento, e apresenta limites bem nítidos.
· Atrofia
É a diminuição do tamanho da célula pela perda de elementos intracelulares levando a diminuição do órgão.
É a redução quantitativa dos componentes estruturais celulares, com diminuição do volume das células e dos órgãos (dependendo do número de células envolvidas) ou de parte do corpo. Muitas vezes é também acompanhada de redução no número de células. Em geral há aumento da degradação das proteínas celulares. Diz-se atrofia quando a redução é acentuada. Podeser fisiológica, como a que se dá no desenvolvimento embrionário (atrofia da notocorda; do ducto tireoglosso); a redução uterina no puerpério, etc, ou patológica por: desuso; desnervação (atrofia muscular); redução do fluxo sanguíneo (isquemia); desnutrição protéico-calórica acentuada (marasmo); hipotrofia/atrofia do timo nas crianças com doenças crônicas, desnutrição; redução do estímulo hormonal; senilidade (por redução do metabolismo e da proliferação celulares); pressão (compressão extrínseca, e.g. a hipotrofia do endométrio por leiomioma submucoso, ou aumento da  pressão intrínseca, e.g. hipotrofia do tecido nervoso cerebral na hidrocefalia; a hipotrofia do parênquima renal na hidronefrose), etc. 
A atrofia pode ser fisiológica ou patológica. A atrofia fisiológica é comum durante o desenvolvimento normal. Algumas estruturas embrionárias, como a notocorda e o ducto tireoglosso, sofrem atrofia durante o desenvolvimento fetal. A diminuição do tamanho do útero, que ocorre logo após o parto, é uma outra forma de atrofia fisiológica.
A atrofia patológica tem várias causas, e pode ser local ou generalizada. As causas comuns de atrofia são:
· Redução da carga de trabalho (atrofia de desuso). Quando um osso fraturado é imobilizado com um molde de gesso ou quando um paciente é restrito a repouso absoluto no leito, rapidamente sobrevém atrofia dos músculos esqueléticos. Inicialmente, a redução no tamanho celular é reversível quando a atividade motora é restaurada. Com o desuso mais prolongado, as fibras musculares esqueléticas diminuem em número (devido à apoptose), bem como em tamanho; essa atrofia pode ser acompanhada por aumento da reabsorção óssea, levando à osteoporose por desuso.
· Perda da inervação (atrofia por denervação). O metabolismo e função normais do músculo esquelético dependem de sua inervação. Uma lesão dos nervos leva à atrofia das fibras musculares por eles inervadas. 
· Diminuição do suprimento sanguíneo. Uma redução do suprimento sanguíneo (isquemia) para um tecido em consequência de doença oclusiva arterial que se desenvolve lentamente resulta em atrofia do tecido. Na senescência, o cérebro sofre atrofia progressiva, principalmente por causa da redução do suprimento sanguíneo causada pela aterosclerose. Isso é denominado atrofia senil, que afeta também o coração.
· Nutrição inadequada. Uma desnutrição proteico-calórica profunda (marasmo) está associada ao uso das proteínas do músculo esquelético como fonte de energia, após o esgotamento de outras reservas, como o tecido adiposo. Isso resulta em consumo muscular acentuado
· Perda da estimulação endócrina. Muitos tecidos que respondem a hormônios, como a mama e os órgãos reprodutores, dependem da estimulação endócrina para sua função e metabolismo normais. A perda da estimulação estrogênica após a menopausa resulta em atrofia fisiológica do endométrio, epitélio vaginal e mama.
· Compressão. A compressão tecidual por um certo período de tempo pode causar atrofia. Um tumor benigno em crescimento pode causar atrofia nos tecidos normais circundantes. A atrofia nesse caso é, provavelmente, o resultado de alterações isquêmicas causadas por comprometimento do suprimento sanguíneo devido à pressão exercida pela massa em expansão.
As alterações celulares fundamentais associadas à atrofia são idênticas em todas essas situações. A resposta inicial é uma diminuição do tamanho da célula e das organelas, o que reduz as necessidades metabólicas da célula o suficiente para permitir sua sobrevivência.
 No músculo atrófico, as células contêm menos mitocôndrias e miofilamentos e uma menor quantidade de retículo endoplasmático rugoso (RER). Na busca pela adequação entre a demanda metabólica da célula e níveis menores de suprimento sanguíneo, nutrição ou estimulação trófica, um novo equilíbrio é alcançado. 
No início do processo, as células e tecidos atróficos têm sua função diminuída, mas a morte celular é mínima. Entretanto, a atrofia causada por redução gradual do suprimento sanguíneo pode progredir até o ponto no qual as células são irreversivelmente lesadas e morrem, frequentemente por apoptose. A morte celular por apoptose também contribui para a atrofia dos órgãos endócrinos após privação hormonal.
Obs: A via da ubiquitina-proteossoma é o principal mecanismo para o catabolismo de proteínas no citosol e no núcleo de mamíferos, possuindo enorme importância para a destruição de proteínas durante o Ciclo Celular.
· Metaplasia
- É uma alteração reversível onde um tipo de tecido diferenciado é substituído por outro tipo de tecido adulto. 
– É uma alteração adaptativa 
 – Metaplasia é uma alteração reversível na qual um tipo celular diferenciado (epitelial ou mesenquimal), é substituído por outro tipo celular de mesma linhagem.
- É uma reprogramação da célula-tronco
- Ela, muitas vezes, representa uma resposta adaptativa em que um tipo de célula sensível a um determinado estímulo nocivo é substituído por outro tipo de célula que é mais capaz de suportar o ambiente adverso.
Metaplasia Epitelial 
A metaplasia epitelial mais comum é a colunar para escamosa, como ocorre no trato respiratório em resposta à irritação crônica. No fumante habitual de cigarros, as células epiteliais normais, colunares e ciliadas da traqueia e dos brônquios, são, com frequência, substituídas por células epiteliais escamosas estratificadas. Cálculos nos ductos excretores das glândulas salivares, do pâncreas ou das vias biliares, que normalmente são revestidas por epitélio colunar secretor, também podem provocar a metaplasia escamosa por epitélio escamoso estratificado. 
A deficiência de vitamina A (ácido retinoico) induz metaplasia escamosa no epitélio respiratório. Em todas essas situações, o epitélio escamoso estratificado, mais resistente, é capaz de sobreviver sob circunstâncias nas quais o epitélio colunar especializado, mais frágil, teria sucumbido. Entretanto, a mudança para células escamosas metaplásicas tem um preço. Por exemplo, no trato respiratório, embora o revestimento epitelial se torne resistente, os importantes mecanismos de proteção contra infecções — a secreção de muco e o movimento ciliar do epitélio colunar — são perdidos. 
Portanto, a metaplasia epitelial é uma faca de dois gumes e, na maioria das circunstâncias, representa uma alteração não desejada. Além disso, as influências que predispõem à metaplasia, se persistentes, podem iniciar a transformação maligna no epitélio metaplásico. Assim, um tipo comum de câncer no trato respiratório é composto por células escamosas, que podem surgir nas áreas onde o epitélio colunar normal foi substituído pelo epitélio escamoso.
A metaplasia do tipo escamoso para colunar também pode ocorrer, como no esôfago de Barrett, no qual o epitélio escamoso do esôfago é substituído por células colunares tipo intestinais, sob a influência do refluxo do ácido gástrico. Cânceres podem surgir nessas áreas e são tipicamente glandulares (adenocarcinomas).
A metaplasia do tecido conjuntivo é a formação de cartilagem, osso ou tecido adiposo (tecidos mesenquimais) em tecidos que normalmente não contêm esses elementos. Por exemplo, a formação de osso no músculo, designada miosite ossificante, ocorre, ocasionalmente, após uma hemorragia intramuscular. Esse tipo de metaplasia não é interpretado como uma resposta adaptativa e pode ser o resultado de uma lesão celular ou tecidual.
· Mecanismos da Metaplasia
A metaplasia não resulta de uma alteração no fenótipo de um tipo celular já diferenciado; ao contrário, ela é o resultado de uma reprogramação de células-tronco que sabidamente existem nos tecidos normais ou de células mesenquimais indiferenciadas presentes no tecido conjuntivo.
Em uma alteração metaplásica, essas células precursoras diferenciam-se ao longo de um novo caminho. A diferenciação de células tronco para uma linhagem particular é provocada por sinais gerados por citocinas, fatores de crescimento e componentes da matriz extracelular presentes no ambiente celular.
Esses estímulos externos promovem a expressão de genes que dirigemas células para uma via de diferenciação específica. A relação direta entre a desregulação de um fator de transcrição e a metaplasia é vista em caso de deficiência ou excesso de vitamina A (ácido retinoico), que podem, ambos, causar metaplasia. O ácido retinoico regula a transcrição do gene diretamente através de receptores retinoides nucleares, que podem influenciar a diferenciação de células progenitoras derivadas de células-tronco teciduais.
Desconhece-se como outros estímulos externos causam metaplasia, mas é claro que, de algum modo, eles também alteram a atividade dos fatores de transcrição que regulam a diferenciação.
· Displasia (último momento da reversibilidade)
- O termo displasia literalmente significa “crescimento desordenado”. Ela pode ser encontrada principalmente em epitélios, e é caracterizada por uma constelação de alterações que incluem a perda da uniformidade das células individuais, assim como a perda de sua orientação arquitetural.
- Desenvolvimento anormal dos tecidos, dividido conforme a gravidade em leve, moderado ou grave, e que envolve problemas de multiplicação e anomalias celulares ger. observadas nas mucosas genitais, respiratórias, digestivas, ou ainda nas mamas.
- É uma resposta adaptativa reversível caracterizada por alteração no tamanho, forma e organização dos elementos celulares de um tecido metaplásico ou hiperplásico.
- Displasia, no contexto da saúde, é um termo generalista utilizado para designar a ocorrência de anomalias relacionadas ao desenvolvimento de um órgão ou tecido, intimamente relacionadas alterações genéticas e agressão continuada. Ocorre em todos animais, inclusive em humanos.
- Usado com vários significados em patologia: Displasia como alteração malformativa, displasia como alterações da organização tecidual, displasia como lesão préneoplásica (resposta adaptativa). 
É o exemplo extremo de adaptação celular 
• Associado com a proliferação celular exagerada:
 – bordas de úlceras de mucosas 
– nódulos regenerativos do fígado 
– pólipos inflamatórios ou adenomatosos
DEGENERAÇÃO E DISTÚRBIOS DO METABOLISMO CELULAR
São alterações celulares, geralmente reversíveis quando o estímulo cessa, e que podem ou não evoluir para a morte celular. O citoplasma apresenta-se lesionado, com acúmulo de substâncias exógenas ou pré-existentes, o que reduz ou cessa a função celular.
Obs: Acúmulo é sempre patológico. 
· Etiologia da degeneração
- Alterações genéticas.
- Deficiências nutricionais (alcoolista, por exemplo).
- Distúrbios endócrinos (diabetes melitus) (falta de insulina).
- Doenças imunológicas (sistema imunológico provocando doença, levando ao processo degenerativo).
- Agentes físicos e químicos (Agentes físicos como o calor, por exemplo) (Agentes químicos como medicamentos, por exemplo). 
- Infecções (bactérias, fungos e vírus)
- Anóxia (ausência de oxigênio)
· Sistemas interdependentes da célula (uma estrutura que depende da outra)
1. Membranas que mantém a homeostasia iônica e osmótica da célula e das organelas. 
Membranas fosfolipidicas São fundamentais, se eu tenho uma degeneração dessas células vai ocorrer todo um desequilíbrio. 
2. Respiração aeróbica Fosforilação oxidativa com produção de ATP (mitocôndrias) 
3. Síntese de proteínas e manutenção do citoesqueleto
4. DNA (Se eu tiver um dano no DNA, eu vou ter dano em tudo). 
· Proteínas de estresse 
- Heat Shock Proteins (HSP) são proteínas de choque térmico. Essas proteínas atuam no mecanismo de defesa celular.
- Essas proteínas têm por função “limpar” malformações de outros tipos de células, se tornando assim um tratamento promissor para doenças degenerativas que surgem a partir da má formação de celular.
- São proteínas de choque térmico, proteínas como HSP 60 e 70. Essas proteínas são chaperonas que são proteínas que protegem outras proteínas que são essenciais para a vida celular. 
Obs: Você só não produz chaperona se tiver deficiências nutricionais. 
- Ubiquitina: A ubiquitina é uma proteína encontrada nas células eucariotas constituída por 76 aminoácidos que desempenha uma função importante na regulação de proteínas. Ela marca proteínas indesejadas para que sejam degradadas por um complexo multiproteíco denominado proteassoma.
· Lesão por isquemia
- Isquemia: Diminuição do fluxo sanguúneo. 
Preciso de oxigênio para tirar a água da célula. Se não tem oxigênio a água se acumula na célula e para a produção de energia. Quanto mais água mais vai ficar inervado e vai danificar os ribossomos, não tendo mais produção proteica. 
Privação de Oxigênio
A hipoxia é uma deficiência de oxigênio que causa lesão celular por reduzir a respiração oxidativa aeróbica. A hipoxia é uma causa extremamente importante e comum de lesão e morte celulares. As causas da hipoxia incluem a redução do fluxo sanguíneo (isquemia), a oxigenação inadequada do sangue devido à insuficiência cardiorrespiratória, e a redução da capacidade de transporte de oxigênio do sangue, como na anemia ou no envenenamento por monóxido de carbono (produzindo a carboxi-hemoglobina, um composto muito estável que bloqueia o transporte de oxigênio) ou após grave perda sanguínea. Dependendo da gravidade do estado hipóxico, as células podem se adaptar, sofrer lesão ou morrer. Por exemplo, se uma artéria tiver sua luz reduzida, o tecido suprido por esse vaso pode, inicialmente, diminuir de tamanho (atrofia), enquanto uma hipoxia súbita ou mais intensa produz lesão e morte celular.
· Degeneração hidrópica ou vacuolar 
- É o acúmulo de água nas células, devido a alterações na bomba de sódio e potássio, retendo sódio na célula, e consequentemente, retendo água. Suas principais causas são hipóxia, hipertermia, intoxicação, infecção de caráter agudo, toxinas, hipopotassemia e distúrbios circulatórios. No inicio o líquido se acumula no citoplasma, causando aumento de volume e aspecto de citoplasma diluído. Conforme o processo degenerativo progride, há formação de vacúolos com contornos imprecisos, deixando o citoplasma com aspecto rendilhado. O órgão se apresenta pálido e com aumento de volume. É reversível desde que seja retirada sua causa.
- O agente etiológico foi a carência de oxigênio 
· Degeneração gordurosa (esteatose, lipidose)
- É o acúmulo excessivo de triglicerídeos no citoplasma de células parenquimatosas, formando vacúolos que podem ser pequenos e múltiplos ou coalescentes e volumosos, deslocam o núcleo para a periferia, e de limites nítidos, dando à célula um aspecto pálido e esponjoso, dependendo do órgão em que está localizada. Macroscopicamente, o órgão se apresenta amarelado e gorduroso. Deve ser diferenciado de degeneração hidrópica, por métodos histoquímicos recomendados como as colorações Azul do Nilo e Sudan IV (necessitam fixação e processamento específicos), que não degradam a gordura presente nas células. Os vacúolos pequenos são por doenças metabólicas agudas, vacúolos grandes são por lesões tóxicas ou virais de desenvolvimento lento. Os órgãos acometidos são as musculaturas cardíaca e esquelética, rins e principalmente o fígado, pois é o órgão que metaboliza a gordura.
· Degeneração glicogênica 
- Acúmulo anormal de glicogênio nas células, decorrente de distúrbios metabólicos. Nos hepatócitos, ocorre por hiperglicemia, doença metabólica induzida por fármacos (ex: corticosteróides); deficiência enzimática relacionada a doenças de armazenamento de glicogênio, ou por tumores hepatocelulares. Macroscopicamente não há lesão aparente se for induzida por corticóides. Ao microscópio apresenta vacúolos claros mal delimitados de diferentes tamanhos, levando ao aumento de volume celular e a um aspecto fosco, podendo estar dentro do núcleo; um exemplo clássico é o diabetes mellitus. Utiliza-se o método do ácido periódico de Schiff (PAS) de coloração para diferenciar glicogênio de água.
· Degeneração hialina (acúmulo de proteínas defeituosas)
- O acúmulo de proteínas na célula lhe confere um aspecto translúcido, homogêneo e eosinofílico, por isso também é conhecida por degeneração hialina. Proteínas acumuladas podem ser intracelularesou extracelulares. As principais causas (etiologia) de acúmulos intracelulares são a reabsorção de proteínas pelo epitélio tubular renal, produção excessiva de proteínas normais e por defeitos no dobramento das proteínas. Infecções virais apresentam corpúsculos de inclusão, que são patognomônicos para certas doenças como a cinomose e a raiva.
· Degeneração lipofuscina
- Substâncias se acumulando no interior da célula. Acúmulo de lipofuscina.
- Lipofuscina é um pigmento depositado na célula que serve para detectar o tempo de vida celular. Ela está presente em células que não se multiplicam muito e têm vida longa, como as musculares do miocárdio e os neurônios. Normalmente, quanto mais lipofuscina presente, mais velha é a célula.
- São resíduos da autofagia.
- A autofagia é um processo feito por todas as células para eliminar toxinas responsáveis pelo seu envelhecimento. Promove a reciclagem celular e dá a elas novos nutrientes. ... O processo de autofagia é fundamental para que as células vivam mais e pode acontecer quando a célula tem pouco oxigênio ou pouco alimento.
· Degeneração por lesão citopática viral 
- células estão parasitadas por vírus (papiloma vírus HPV)
- Novas partículas de vírus sendo formadas 
- O Papiloma Vírus Humano (HPV) é um vírus capaz de provocar lesões na pele e mucosas, sendo essas infecções frequentes e quase sempre regridem naturalmente. Há mais de cem tipos de HPV, sendo que quarenta podem contaminar o trato ano-genital.
- Quando essas lesões se desenvolvem na região cervical, podem ser classificadas de acordo com a nomenclatura citopatológica brasileira como: Lesão intraepitelial escamosa de baixo grau (LSIL ou NIC I), nas quais alterações citológicas limitam-se ao terço do epitélio de revestimento da cérvice e quase sempre se encontra efeito citopático compatível com HPV; Lesão intraepitelial escamosa de alto grau (HSIL, NIC II ou NIC III), que atinge acima de 50% do epitélio pavimentoso de revestimento do colo uterino; Carcinoma in situ (NIC III), que abrange toda a espessura epitelial; Adenocarcinoma in situ (AIS), que são alterações semelhantes à NIC III, só que em células glandulares da cérvice e Carcinoma invasor, compreendendo células escamosas com grande variação de forma, núcleo e tamanho.
- Quando o indivíduo é infectado pelo HPV, as células do epitélio sofrem maturação e multiplicação acelerada, induzidas pelas oncoproteínas do vírus (E1 a E7, L1, L2 e LCR), gerando um processo neoplásico benigno que, se não detectado, pode evoluir para um processo neoplásico maligno.
INFLAMAÇÃO
A inflamação é uma resposta dos tecidos vascularizados a infecções e tecidos lesados. Consiste em recrutar células e moléculas de defesa do hospedeiro da circulação para os locais onde são necessárias, com a finalidade de eliminar os agentes agressores.
Trata-se de uma resposta protetora essencial à sobrevivência. Destina-se a livrar o organismo tanto da causa inicial da lesão celular (p. ex., microrganismos, toxinas) quanto das respectivas consequências (p. ex., células e tecidos necróticos).
Os mediadores de defesa incluem leucócitos fagócitos, anticorpos e proteínas do complemento. Normalmente, a maioria circula pelo sangue, de onde podem ser rapidamente recrutados para qualquer lugar do corpo; algumas das células também residem nos tecidos.
O processo de inflamação envia essas células e proteínas aos tecidos lesados ou necróticos, bem como aos invasores estranhos, como microrganismos, e ativa as células e moléculas recrutadas, que, então, funcionam de modo a eliminar as substâncias indesejadas ou nocivas.
Sem a inflamação, as infecções poderiam passar despercebidas, feridas poderiam nunca cicatrizar e os tecidos lesados permaneceriam com feridas permanentemente infectadas.
Além das células anti-inflamatórias, os componentes da imunidade inata incluem outras células, como, por exemplo, as células natural killer, células dendríticas e células epiteliais, além de fatores solúveis, como as proteínas do sistema complemento. Juntos, esses componentes da imunidade inata agem como a primeira barreira contra a infecção. Também têm a função de eliminar células danificadas e corpos estranhos.
· Características
Sinais flogísticos/cardinais:
- Tumor: O aumento da permeabilidade e do fluxo sanguíneo, consiste na saída de plasma para o interstício, causando o edema (inchaço).
- Rubor: Com o aumento do fluxo sanguíneo, ocorre o primeiro sinal flogístico, o rubor, que é caracterizado pela vermelhidão.
- Calor: Como o fluxo sanguíneo aumentou e o sangue contém uma certa temperatura, acontece o segundo sinal, o calor, ocasionando o aumento da temperatura do local.
- Dor: Esse edema vai comprimir as terminações nervosas, ocasionando a dor.
- Perda da função: A perda de função vai ser o último sinal flogístico, pois essa inflamação pode ocasionar o impedimento da função fisiológica do local lesionado.
· Desencadeadores da inflamação
- Infecções (bactérias, vírus p/exemplo)
- Necrose tecidual
- Corpo estranho (farpa, vidro)
- Doença inflamatória imunomediata (reações alérgicas): são aquelas em que o sistema imune, normalmente protetor, causa dano nos próprios tecidos do indivíduo. As respostas imunes lesivas são direcionadas contra antígenos próprios, causando as doenças autoimunes, ou são reações excessivas contra substâncias, como em alergias, ou contra microrganismos do ambiente. A inflamação é a principal causa de lesão tecidual nessas doenças. Devido ao fato de os estímulos para as respostas inflamatórias (p. ex.,antígenos próprios e ambientais) não poderem ser eliminados, as reações autoimunes e alérgicas tendem a ser persistentes e dificultar a cura, sendo frequentemente associadas à inflamação crônica, além de serem causas importantes de morbidade e mortalidade. A inflamação é induzida por citocinas produzidas pelos linfócitos T e outras células do sistema imune.
· A reação inflamatória típica se desenvolve por meio de uma série de etapas em sequência:
- O agente agressor, que se situa nos tecidos extravasculares, é reconhecido pelas células e moléculas hospedeiras.
- Os leucócitos e as proteínas do plasma são recrutados da circulação para o local onde o agente agressor está localizado.
- Os leucócitos e as proteínas são ativados e trabalham juntos para destruir e eliminar a substância agressora.
- A reação é controlada e concluída.
- O tecido lesado é reparado.
· Propriedades fundamentais da inflamação
- Componentes da resposta anti-inflamatória: Os maiores participantes da reação inflamatória nos tecidos são os vasos sanguíneos e leucócitos. 
Os vasos sanguíneos se dilatam para reduzir o fluxo sanguíneo e, ao aumentar sua permeabilidade, permitem que proteínas circulatórias selecionadas entrem no local da infecção ou do tecido lesado. As características do endotélio vascular também se alteram de tal forma que, inicialmente, os leucócitos chegam a parar, migrando, em seguida, para os tecidos. Os leucócitos, uma vez recrutados, são ativados e adquirem a habilidade de ingerir e destruir os microrganismos e as células mortas, bem como corpos estranhos e outros materiais indesejados nos tecidos.
Sequência de eventos em uma reação inflamatória. Os macrófagos e outras células reconhecem os microrganismos e as células danificadas que estão liberando mediadores, o que desencadeia reações vasculares e celulares da inflamação.
- Consequências nocivas da inflamação: As reações anti-inflamatórias de proteção contra infecções são, em geral, acompanhadas por lesão tecidual local e seus sinais e sintomas associados (p. ex., dor e perda funcional).
Tipicamente, contudo, essas consequências nocivas são autolimitadas e se resolvem à medida que a inflamação vai se reduzindo, deixando pouco ou nenhum dano. Em contraste, há muitas doenças em que a reação inflamatória é mal direcionada (p. ex., contra os próprios tecidos nas doenças autoimunes), ocorre contra substâncias ambientais normalmente inofensivas (p. ex., em alergias), ou é inadequadamente controlada. Em casos tais, a reação inflamatórianormalmente protetora se torna a causa da doença, e o dano que produz é a característica dominante.
· Inflamação local e sistêmica
Boa parte desta discussão sobre inflamação foca na reação tecidual, que é uma resposta local a uma infecção ou a um dano localizado. Embora até mesmo essas reações locais possam ter manifestações sistêmicas (p. ex., febre no quadro de faringite bacteriana ou viral), a reação é confinada principalmente ao local de infecção ou dano. Em situações raras, como, por exemplo, algumas infecções bacterianas disseminadas, a reação inflamatória é sistêmica e causa anormalidades patológicas generalizadas.
A essa reação, dá-se o nome de sepse, que é uma forma de síndrome de resposta inflamatória sistêmica.
· Mediadores da inflamação
As reações vasculares e celulares da inflamação são deflagradas por fatores solúveis que são produzidos por várias células ou derivados de proteínas plasmáticas e são geradas ou ativadas em resposta aos estímulos inflamatórios. Microrganismos, células necróticas (qualquer que seja a causa da morte celular) e até mesmo a hipóxia podem estimular a produção de mediadores inflamatórios e, então, provocar inflamação. Esses mediadores iniciam e amplificam a resposta inflamatória, determinando seu padrão, severidade e manifestações clínicas e patológicas.
· Inflamação crônica e aguda 
A rápida resposta inicial a infecções e ao dano tecidual é chamada de inflamação aguda. A inflamação aguda é rápida no início (tipicamente, leva minutos) e de curta duração, persistindo por horas ou poucos dias. Suas principais características são a exsudação de fluido e proteínas plasmáticas (edema) e a emigração de leucócitos, predominantemente neutrófilos (também chamados de leucócitos polimorfonucleares). Quando a inflamação aguda atinge o objetivo desejado de eliminar os agressores, a reação é reduzida, mas, se a resposta não for suficiente para remover o estímulo, pode progredir para uma fase prolongada chamada de inflamação crônica. 
O processo inflamatório crônico é de longa duração e está associado a maior destruição tecidual, presença de linfócitos e macrófagos, proliferação de vasos sanguíneos e deposição de tecido conjuntivo. A inflamação crônica será discutida mais adiante, ainda neste capítulo. A inflamação aguda é um dos tipos de reação de defesa do hospedeiro conhecido como imunidade inata, enquanto a inflamação crônica é mais proeminente nas reações de imunidade adaptativa. 
· Término da inflamação e início do reparo tecidual
A inflamação termina quando o agente agressor é eliminado. A reação se resolve porque os mediadores são esgotados e dissipados e os leucócitos têm vida curta nos tecidos. Além disso, os mecanismos anti-inflamatórios são ativados e servem para controlar a resposta e evitar que cause dano excessivo ao hospedeiro. Uma vez que a inflamação tenha atingido seu objetivo de eliminar os agentes agressores, também ativa o processo de reparo tecidual. O reparo consiste em uma série de eventos que restauram o tecido danificado. Nesse processo, o tecido lesado é substituído pela regeneração das células sobreviventes e o preenchimento de defeitos residuais por tecido conjuntivo (cicatrização).
· Reconhecimento de Microrganismos e Células Danificadas
Vários receptores celulares a proteínas circulatórias são capazes de reconhecer microrganismos e produtos de dano celular, e provocar a inflamação.
- Receptores celulares para microrganismos. As células expressam receptores na membrana plasmática (para microrganismos extracelulares), os endossomos (para microrganismos ingeridos) e o citosol (para microrganismos intracelulares), que permitem que as células percebam a presença de invasores estranhos em qualquer compartimento celular.
Os receptores são expressos em muitos tipos de células, incluindo as células epiteliais (através das quais os microrganismos entram a partir do ambiente externo), células dendríticas, macrófagos e outros leucócitos (que podem encontrar microrganismos em vários tecidos). O envolvimento desses receptores deflagra a produção de moléculas abrangidas na inflamação, inclusive as moléculas de adesão nas células endoteliais, citocinas e outros mediadores.
- Sensores de dano celular. Todas as células têm receptores citosólicos que reconhecem um conjunto diverso de moléculas que são liberadas ou alteradas como consequência do dano celular. Essas moléculas incluem ácido úrico (um produto da quebra do DNA), ATP (liberado da mitocôndria danificada), concentrações intracelulares reduzidas de K+ (devido à perda de íons pela lesão da membrana plasmática) e até o DNA quando é liberado no citoplasma e não concentrado no núcleo, como, normalmente, deveria ser, entre outras.
Esses receptores ativam um complexo citosólico multiproteico denominado de inflamassomo, o qual induz a produção da citocina interleucina-1 (IL-1). A IL-1 recruta leucócitos e, então, induz a inflamação.
- Outros receptores celulares envolvidos na inflamação. Além dos microrganismos diretamente reconhecidos, muitos leucócitos expressam receptores para as caudas Fc dos anticorpos e para as proteínas do complemento. Esses receptores reconhecem os microrganismos revestidos com anticorpos e complemento (o processo de revestimento recebe o nome de opsonização) e promovem a ingestão e a destruição dos microrganismos, além de inflamação.
- Proteínas circulatórias Uma proteína circulatória chamada lectina ligante de manose (mannosebinding lectin) reconhece os açúcares dos microrganismos e, então, promove a respectiva ingestão e a ativação do sistema complemento. Outras proteínas chamadas colectinas também se ligam e combatem os microrganismos.
· Inflamação aguda
A inflamação aguda tem três componentes principais: 
(1) dilatação de pequenos vasos levando a aumento no fluxo sanguíneo; 
(2) aumento de permeabilidade da microvasculatura, que permite que as proteínas do plasma e os leucócitos saiam da circulação 
(3) emigração de leucócitos da microcirculação, seu acúmulo no foco da lesão e sua ativação para eliminar o agente agressor. 
Os fagócitos e outras células do tipo sentinela nos tecidos reconhecem a presença da substância estranha ou anormal e reagem por meio da liberação de citocinas, mensageiros lipídicos e outros mediadores da inflamação. Alguns desses mediadores agem nos pequenos vasos sanguíneos no entorno, promovendo o efluxo de plasma e o recrutamento de leucócitos circulantes para o sítio no qual o agente agressor está localizado.
· Reações dos Vasos Sanguíneos na Inflamação Aguda
As reações vasculares da inflamação aguda consistem em alterações no fluxo sanguíneo e na permeabilidade dos vasos, ambas destinados à maximização do movimento das proteínas e leucócitos do plasma para fora da circulação, em direção ao local da infecção ou lesão. O deslocamento de fluidos, proteínas e células sanguíneas do sistema vascular para dentro do tecido intersticial ou das cavidades corporais é conhecido como exsudação.
Exsudato é o fluido extravascular que apresenta uma elevada concentração proteica e contém resíduos celulares. Sua presença implica que há aumento de permeabilidade dos pequenos vasos sanguíneos provocada por algum tipo de lesão tecidual e uma reação inflamatória contínua.
 Em contraste, um transudato é um fluido com baixo conteúdo proteico (a maior parte composta de albumina), pouco ou nenhum material celular e baixa gravidade específica. Trata-se, essencialmente, de um ultrafiltrado de plasma sanguíneo que resulta de desequilíbrio osmótico ou hidrostático ao longo da parede do vaso sem aumento correspondente na permeabilidade vascular. 
O edema denota excesso de fluido no tecido intersticial ou das cavidades serosas, que pode ser ou um exsudato ou um transudato. O pus, um exsudato purulento, é um exsudato inflamatório rico em leucócitos (principalmente neutrófilos), restos de células mortas e, em muitos casos, microrganismos.
· Alterações no Fluxo e no Calibre Vascular
- A vasodilatação é induzida pela ação de vários mediadores, sobretudo a histamina, nos músculos lisosvasculares. É uma das primeiras manifestações de inflamação aguda. Inicialmente, a vasodilatação envolve as arteríolas e, então, leva à abertura de novos leitos capilares na área. O resultado é o fluxo sanguíneo aumentado, que é a causa do calor e da vermelhidão (eritema) no local da inflamação.
- A vasodilatação é rapidamente seguida por aumento de permeabilidade da microvasculatura, com extravasamento de fluido rico em proteína nos tecidos extravasculares.
- A perda de fluido e o diâmetro aumentado do vaso levam a fluxo sanguíneo mais lento, concentração de hemácias em pequenos vasos e aumento de viscosidade do sangue. Essas alterações resultam na obstrução dos pequenos vasos com hemácias se movimentando lentamente, uma condição denominada estase, que é vista como congestão vascular e vermelhidão localizada do tecido envolvido. 
- À medida que a estase se desenvolve, os leucócitos sanguíneos, principalmente os neutrófilos, se acumulam ao longo do endotélio vascular. Ao mesmo tempo, as células endoteliais são ativadas por mediadores produzidos nos locais de infecção e dano tecidual, expressando níveis aumentados de moléculas de adesão. Os leucócitos, então, aderem ao endotélio e, logo depois, migram através da parede vascular para dentro do tecido intersticial.
• A contração das células endoteliais resultando no aumento dos espaços interendoteliais é o mecanismo mais comum de extravasamento. É deflagrada por histamina, bradicinina, leucotrienos e outros mediadores químicos. É chamada resposta transitória imediata, pois ocorre rapidamente após a exposição ao mediador e, em geral, tem vida curta (15 a 30 minutos). Em algumas formas de lesão leve (p. ex., após queimaduras, irradiação ou radiação ultravioleta e exposição a certas toxinas bacterianas), o extravasamento tem início após um atraso de 2 a 12 horas e dura por várias horas ou mesmo dias; esse extravasamento atrasado e prolongado pode ser causado pela contração das células endoteliais ou por dano endotelial leve.
- A lesão endotelial, resultando em necrose e separação das células endoteliais. O dano direto ao endotélio é encontrado em lesões graves, como, por exemplo, em queimaduras, ou é induzido pela ação de microrganismos e suas toxinas, que têm como alvo as células endoteliais. Os neutrófilos que aderem ao endotélio durante a inflamação também podem lesar as células endoteliais e, portanto, amplificar a reação. Na maioria dos exemplos, o extravasamento se inicia imediatamente após a lesão e é mantido por várias horas até que os vasos danificados sejam trombosados ou reparados.
- Aumento no transporte de fluidos e proteínas, denominado de transcitose, através da célula endotelial. Esse processo pode envolver canais intracelulares que são estimulados por determinados fatores, como, por exemplo, o fator de crescimento endotelial vascular (VEGF), que promove o extravasamento vascular. No entanto, a contribuição desse processo para a permeabilidade vascular da inflamação aguda é incerta.
Uma vez que os leucócitos (em especial, os neutrófilos e monócitos) tenham sido recrutados para o local da infecção ou morte celular, devem ser ativados para realizar suas funções. As respostas desses leucócitos consistem em (1) reconhecimento dos agentes agressores pelos TLRs e outros receptores, descritos anteriormente, os quais geram sinais que (2) ativam os leucócitos para a fagocitose e destroem os agentes agressores.
· Fagocitose e Liberação do Agente Agressor
O reconhecimento dos microrganismos ou células mortas induz a várias respostas nos leucócitos que, em conjunto, são chamadas de ativação de leucócitos (Fig. 3-7). A ativação resulta em vias de sinalização que são desencadeadas nos leucócitos, levando a aumento no Ca2+ citosólico e ativação de enzimas como a proteína quinase C e a fosfolipase A2. As respostas funcionais mais importantes para a destruição dos microrganismos e outros agentes lesivos são a fagocitose e a morte intracelular.
· Dano Tecidual Mediado por Leucócitos
Os leucócitos são importantes causas de lesão às células e aos tecidos normais sob várias circunstâncias:
- Como parte da reação de defesa normal contra microrganismos infecciosos, quando tecidos adjacentes sofrem danos colaterais. Em algumas infecções de difícil erradicação, como a tuberculose e certas doenças virais, a resposta prolongada do hospedeiro contribui mais para a doença do que o próprio microrganismo.
- Quando a resposta inflamatória é inapropriadamente direcionada contra os tecidos do hospedeiro, como em certas doenças autoimunes.
- Quando o hospedeiro reage excessivamente contra substâncias do ambiente geralmente inofensivas, como ocorre nas doenças alérgicas, incluindo a asma.
Em todas essas situações, os mecanismos pelos quais os leucócitos danificam os tecidos normais são os mesmos envolvidos na defesa antimicrobiana, porque, uma vez que os leucócitos estejam ativados, seus mecanismos efetores não distinguem entre agressor e hospedeiro. Durante a ativação e a fagocitose, os neutrófilos e macrófagos produzem substâncias microbicidas (ERO, NO e enzimas lisossômicas) dentro do fagolisossomo; essas substâncias também são liberadas no espaço extracelular. Essas substâncias liberadas são capazes de lesar as células normais e o endotélio vascular, podendo, dessa forma, amplificar os efeitos do agente lesivo inicial. De fato, se não controlado ou se for inapropriadamente direcionado contra os tecidos do hospedeiro, o infiltrado leucocitário, por si só, se torna o agressor, sendo a lesão tecidual dependente de leucócitos a base de muitas doenças humanas agudas e crônicas. 
O conteúdo dos grânulos lisossômicos é secretado pelos leucócitos no meio extracelular por meio de vários mecanismos. A secreção controlada de conteúdo granular é uma resposta normal dos leucócitos ativados. Se os fagócitos encontram materiais que não podem ser facilmente ingeridos, como, por exemplo, imunocomplexos depositados em superfícies planas imóveis (p. ex., membrana basal glomerular), a incapacidade dos leucócitos de circundar e ingerir essas substâncias (fagocitose frustrada) desencadeia forte ativação e liberação de grande quantidade de enzimas lisossômicas no espaço extracelular. Algumas substâncias fagocitadas, como os cristais de urato, podem danificar a membrana do fagolisossomo e também levar à liberação do conteúdo granular lisossômico.
· Outras Respostas Funcionais dos Leucócitos Ativados
- Além da eliminação dos microrganismos e células mortas, os leucócitos ativados têm várias outras funções na defesa do hospedeiro. De forma importante, essas células, especialmente os macrófagos, produzem citocinas que podem ou amplificar ou limitar as reações inflamatórias, fatores de crescimento que estimulam a proliferação das células endoteliais e fibroblastos e a síntese de colágeno, além de enzimas que remodelam os tecidos conjuntivos.
Devido a essas atividades, os macrófagos também são células críticas da inflamação crônica e do reparo tecidual, após a diminuição do processo inflamatório.
Nesta discussão sobre a inflamação aguda, enfatizamos a importância dos neutrófilos e macrófagos. No entanto, recentemente tornou-se claro que alguns linfócitos T, que são células de imunidade adaptativa, também contribuem para a inflamação aguda. As mais importantes dentre essas células são aquelas que produzem a citocina Il-17 (as assim-chamadas células TH17. A IL-17 estimula a secreção de quimiocinas que recrutam outros leucócitos. Na ausência de respostas efetivas de TH17, os indivíduos se mostram suscetíveis a infecções fúngicas e bacterianas, e os abscessos cutâneos que se desenvolvem são os “abscessos frios”, que não apresentam as características clássicas da inflamação aguda, como calor e vermelhidão.
· Término da Resposta Inflamatória Aguda
- Um sistema tão potente de defesa do hospedeiro, com capacidade inerente para causar dano tecidual, precisa de controle rigoroso, a fim de minimizar o dano. Em parte, a inflamação diminui depois de os agentes agressores serem removidos, simplesmente porqueos mediadores da inflamação são produzidos em rápidos surtos, somente enquanto o estímulo persiste, têm meias-vidas curtas e são degradados após sua liberação. Os neutrófilos também têm meia-vida curta nos tecidos, morrendo por apoptose dentro de poucas horas após deixarem o sangue. Além disso, à medida que a inflamação se desenvolve, o próprio processo deflagra uma gama de sinais de alerta que ativamente encerram a reação. Esses mecanismos de término ativo incluem um interruptor do tipo de metabólito de ácido araquidônico produzido, de leucotrienos pró-inflamatórios a lipoxinas anti-inflamatórias (descritas adiante), e a liberação de citocinas anti-inflamatórias, incluindo o fator de crescimento transformante β (TGF-β) e a IL-10, a partir de macrófagos e outras células.
· Mediadores da Inflamação
- Os mediadores mais importantes da inflamação aguda são as aminas vasoativas, os produtos lipídicos (prostaglandinas e leucotrienos), as citocinas (incluindo as quimiocinas) e os produtos da ativação do complemento (Tabela 3-4). Esses mediadores induzem vários componentes da resposta inflamatória tipicamente através de mecanismos distintos, e é por isso que inibir cada um deles tem sido terapeuticamente benéfico. Entretanto, há certa sobreposição (redundância) nas ações dos mediadores.
- Mediadores são secretados a partir de células ou produzidos a partir de proteínas plasmáticas. Os mediadores derivados de células são, em geral, concentrados em grânulos intracelulares e podem ser rapidamente secretados por exocitose do grânulo (p. ex., histamina nos grânulos dos mastócitos) ou são sintetizados de novo (p. ex., prostaglandinas e leucotrienos, citocinas) em resposta a um estímulo. Os principais tipos de células que produzem mediadores de inflamação aguda são as sentinelas, que detectam invasores e dano tecidual, ou seja, macrófagos, células dendríticas e mastócitos; no entanto, plaquetas, neutrófilos, células endoteliais e a maioria dos epitélios também podem ser estimulados a produzir alguns dos mediadores. Os mediadores derivados do plasma (p. ex., proteínas do complemento) são produzidos principalmente no fígado e estão presentes na circulação como precursores inativos que têm de ser ativados, em geral por uma série de clivagens proteolíticas, a fim de adquirir suas propriedades biológicas.
- A maioria dos mediadores tem vida curta. Eles declinam rapidamente, são desativados por enzimas ou são, de forma alternativa, depurados ou inibidos.
- Um mediador pode estimular a liberação de outros mediadores. Por exemplo, os produtos da ativação do complemento estimulam a liberação de histamina, e a citocina TNF age nas células endoteliais para estimular a produção de outra citocina, a IL-1, e muitas quimiocinas.
Aminas Vasoativas: Histamina e Serotonina
Estão entre os primeiros mediadores a serem liberados durante a inflamação. As fontes mais ricas de histamina são os mastócitos normalmente presentes no tecido conjuntivo adjacente aos vasos sanguíneos. A histamina também é encontrada nos basófilos do sangue e nas plaquetas. É armazenada nos grânulos dos mastócitos e liberada pela desgranulação em resposta a uma variedade de estímulos, incluindo (1) lesão física, como trauma, frio ou calor; (2) ligação de anticorpos aos mastócitos, que constitui a base das reações alérgicas e produtos do complemento chamados de anafilatoxinas (C3a e C5a), descritos adiante.
A histamina causa dilatação das arteríolas e aumenta a permeabilidade das vênulas. É considerada o principal mediador da fase transitória imediata do aumento na permeabilidade vascular, produzindo espaçosinterendoteliais nas vênulas. 
A serotonina (5-hidroxitriptamina) é um mediador vasoativo preformado presente nas plaquetas e em certas células neuroendócrinas, como naquelas do trato gastrointestinal e nos mastócitos de roedores. Sua função primária é atuar como um neurotransmissor no trato gastrointestinal. Também é um vasoconstritor, mas a importância dessa ação na inflamação não está definida.
· Metabólitos do Ácido Araquidônico
Os mediadores lipídicos, prostaglandinas e leucotrienos, são produzidos a partir do ácido araquidônico (AA), presente nos fosfolipídios da membrana, estimulando as reações vasculares e celulares na inflamação aguda. O AA é um ácido graxo poli-insaturado com 20 carbonos (ácido 5,8,11,14-eicosatetraenoico) que deriva de fontes da dieta ou da conversão a partir do ácido graxo essencial, o ácido linoleico.
Ele não está livre nas células, sendo, em geral, esterificado nos fosfolipídios da membrana. Estímulos mecânicos, químicos e físicos ou outros mediadores (p. ex., C5a) liberam AA dos fosfolipídios da membrana através da ação de fosfolipases celulares, principalmente a fosfolipase A2.
Os sinais bioquímicos envolvidos na ativação da fosfolipase A2 incluem aumento do CA2+ citoplasmático e ativação de várias cinases em resposta a estímulos externos. Os mediadores derivados do AA, também chamados eicosanoides (por serem derivados de ácidos graxos com 20 carbonos; em grego, eicosa = 20), são sintetizados por duas classes principais de enzimas: ciclo-oxigenases (que geram prostaglandinas) e lipo-oxigenases (que produzem leucotrienos e lipoxinas). Os eicosanoides se ligam aos receptores acoplados à proteína G em muitos tipos celulares, podendo mediar praticamente cada etapa da inflamação.
Prostaglandinas
As prostaglandinas (PGs) são produzidas pelos mastócitos, macrófagos, células endoteliais e muitos outros tipos celulares, e estão envolvidas em reações vasculares e sistêmicas da inflamação. São geradas pelas ações de duas ciclo-oxigenases, chamadas COX-1 e COX-2. A COX-1 é produzida em resposta a estímulos anti-inflamatórios,e também é particularmente expressa na maioria dos tecidos, onde pode executar uma função homeostática (p. ex., equilíbrio de fluidos e de eletrólitos nos rins, citoproteção no trato gastrointestinal). Em contraste, a COX-2 é induzida pelos estímulos inflamatórios, gerando, dessa forma, as prostaglandinas que são envolvidas nas reações inflamatórias, porém é baixa ou ausente na maioria dos tecidos normais. 
Obs: COX-1 seja responsável pela produção de prostaglandinas que estão envolvidas em ambas as funções, inflamatória e hemostática.
Enquanto a COX-2 gera as prostaglandinas que estão envolvidas somente nas reações inflamatória. 
Leucotrienos
Os leucotrienos são produzidos por leucócitos e mastócitos através da ação da lipoxigenase, e são envolvidos nas reações vasculares e do músculo liso, bem como no recrutamento de leucócitos. Existem três diferentes lipoxigenases, sendo a 5-lipoxigenase a predominante nos neutrófilos. Essa enzima converte o AA em ácido 5-hidroxieicosatetraenoico, que é quimiotático para neutrófilos e é o precursor dos leucotrienos. O LTB4 é um potente agente quimiotático e ativador de neutrófilos, causando agregação e adesão das células ao endotélio venular, além de gerar ERO e liberar enzimas lisossômicas. Os leucotrienos que contêm cisteinil, LTC4, LTD4 e LTE4 causam vasoconstrição intensa, broncoespasmo (importante na asma) e aumento de permeabilidade de vênulas. Os leucotrienos são muito mais potentes do que a histamina em aumentar a permeabilidade vascular e provocar broncoespasmo.
Lipoxinas
As lipoxinas também são geradas a partir do AA através da via de lipoxigenase, mas, diferentemente das prostaglandinas e leucotrienos, as lipoxinas suprimem a inflamação ao inibir o recrutamento de leucócitos. Elas inibem a quimiotaxia e a adesão dos neutrófilos ao endotélio. Elas são infrequentes, pois duas populações de células são necessárias para a biossíntese transcelular desses mediadores. Os leucócitos, particularmente os neutrófilos, produzem intermediários na síntese da lipoxina, e estes são convertidos em lipoxinas pelas plaquetas através da interação com os leucócitos.
Citocinas e Quimocinas
As citocinas são proteínas produzidas por muitos tipos celulares (principalmente linfócitos, células dendríticas e macrófagos ativados, mas também células endoteliais, epiteliais e do tecido conjuntivo)que medeiam e regulam as reações imunológicas inflamatórias. Por convenção, os fatores de crescimento que agem nas células epiteliais e mesenquimais não são agrupados sob citocinas.
Quimiocinas
Na inflamação aguda. As quimiocinas inflamatórias são aquelas cuja produção é induzida pelos microrganismos e por outros estímulos. Essas quimiocinas estimulam a ligação dos leucócitos ao endotélio ao aumentar a afinidade das integrinas leucocitárias, estimulando ainda a migração (quimiotaxia) dos leucócitos nos tecidos para o local da infecção ou do dano tecidual.
Ações dos Principais Mediadores da Inflamação
Aminas vasoativas, principalmente histamina: vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular.
Metabólitos do ácido araquidônico (prostaglandinas e leucotrienos): existem várias formas, e eles estão envolvidos nas reações vasculares, quimiotaxia dos leucócitos e em outras reações da inflamação; são antagonizados pelas lipoxinas.
Citocinas: proteínas produzidas por muitos tipos de células; em geral, têm curto alcance de ação, principalmente no recrutamento e na migração de leucócitos; as principais que estão presentes na inflamação aguda são o TNF, a IL-1 e as quimiocinas.
Proteínas do Complemento: a ativação do sistema complemento por microrganismos ou anticorpos leva à geração de vários produtos de quebra, que são responsáveis por quimiotaxia leucocitária, opsonização, fagocitose de microrganismos e outras partículas, além de morte celular.
Quininas: produzidas pela clivagem proteolítica de precursores: medeiam a reação vascular e a dor.
INFLAMAÇÃO AGUDA E CRÔNICA
As características morfológicas marcantes de todas as reações inflamatórias agudas são a dilatação de pequenos vasos sanguíneos e o acúmulo de leucócitos e fluido no tecido extravascular. Entretanto, padrões morfológicos específicos são frequentemente sobrepostos nessas características gerais, dependendo da severidade da reação, de sua causa específica, do tipo de tecido e do local envolvidos. A importância do reconhecimento dos padrões macro e microscópicos é que frequentemente fornecem indícios valiosos sobre a causa básica.
Inflamação Serosa
A inflamação serosa é marcada pela exsudação de fluidos com poucas células nos espaços criados pela lesão celular ou em cavidades corporais revestidas pelo peritônio, pleura e pericárdio. Tipicamente, o fluido na inflamação serosa não é infectado pelos organismos destrutivos, e não contém muitos leucócitos (que tendem a produzir inflamação purulenta, descrita adiante). Em cavidades corporais, o fluido pode ser derivado do plasma (como resultado do aumento da permeabilidade vascular) ou das secreções de células mesoteliais (como resultado de irritação local); o acúmulo de fluidos nessas cavidades é chamado de efusão. (As efusões também ocorrem em condições não inflamatórias, como, por exemplo, na redução do efluxo sanguíneo na hipótese de insuficiência cardíaca, ou em níveis reduzidos de proteínas plasmáticas de certas doenças renais e hepáticas). A bolha na pele resultante de uma queimadura ou infecção viral representa acúmulo de fluido seroso, dentro ou imediatamente abaixo da epiderme.
Inflamação Fibrinosa
Com maior aumento na permeabilidade vascular, grandes moléculas, tais como fibrinogênio, passam para fora do vaso, e a fibrina é formada e depositada no espaço extracelular. Um exsudato fibrinoso se desenvolve quando ocorrem grandes extravasamentos ou na presença de um estímulo pró-coagulante local (p. ex., células neoplásicas). O exsudato fibrinoso é característico de inflamação no revestimento das cavidades do corpo, tais como meninges, pericárdio e pleura. Histologicamente, a fibrina se assemelha a uma rede de fios eosinofílica ou, algumas vezes, a um coágulo amorfo. Os exsudatos fibrinosos podem ser dissolvidos pela fibrinólise e removidos pelos macrófagos. Quando a fibrina não é removida, ao longo do tempo ela pode estimular o crescimento dos fibroblastos e vasos sanguíneos e, então, levar à cicatriz. A conversão do exsudato fibrinoso em tecido cicatrizado (organização) dentro do saco pericárdico produz um espessamento fibroso opaco do pericárdio e do epicárdio na área de exsudação e, se a fibrose é extensa, ocorre obliteração do espaço pericárdico.
Inflamação Purulenta (Supurativa), Abscesso
A inflamação purulenta é caracterizada pela produção de pus, um exsudato constituído por neutrófilos, resíduos liquefeitos de células necróticas e fluido de edema. A causa mais frequente da inflamação purulenta (também chamada supurativa) é a infecção por bactérias que causam a necrose por liquefação de tecidos, como os estafilococos; esses patógenos são chamados de bactérias piogênicas (produtoras de pus). Um exemplo comum de inflamação supurativa aguda é a apendicite aguda. Abscessos são coleções localizadas de tecido inflamatório purulento, causados por supuração mantida em um tecido, um órgão ou um espaço confinado. São produzidos pela inoculação de bactérias piogênicas dentro de um tecido. Os abscessos têm uma região central que se parece com uma massa de leucócitos necróticos e células teciduais. Em geral, existe uma zona de neutrófilos preservados em torno desse foco necrótico e, fora dessa região, podem ocorrer dilatação vascular e proliferação parenquimatosa e fibroblástica, indicando inflamação crônica e reparo. Em tempo, o abscesso pode tornar-se confinado por cápsula e, finalmente, ser substituído por tecido conjuntivo.
Inflamação aguda ulcerativa
Uma úlcera é um defeito local ou escavação da superfície de um órgão ou tecido, que é produzida por perda (desprendimento) de tecido necrótico inflamado. A úlcera pode ocorrer somente quando a necrose do tecido e a inflamação resultante existem na superfície ou em suas proximidades. É mais comumente encontrada (1) na mucosa da boca, estômago, intestinos ou trato genitourinário e (2) na pele e no tecido subcutâneo das extremidades inferiores em pessoas mais velhas com distúrbios circulatórios que predispõem a uma extensa necrose isquêmica.
As ulcerações são mais bem exemplificadas pela úlcera péptica do estômago ou do duodeno, onde a inflamação aguda e a crônica coexistem. Durante a fase aguda, há intensa infiltração polimorfonuclear e dilatação vascular nas margens da lesão. Com a cronicidade, as margens e as bases da úlcera desenvolvem proliferação fibroblástica, cicatrização e acúmulo de linfócitos, macrófagos e plasmócitos.
Resultados da Inflamação Aguda
- Resolução completa. Em um cenário perfeito, todas as reações inflamatórias, uma vez que tenham tido sucesso na neutralização e na eliminação do estímulo agressor, deveriam terminar com a restauração do local da inflamação ao normal. Isso é chamado de resolução. É o resultado normal quando a lesão é eliminada ou de curta duração, ou quando houve pouca destruição tecidual e as células parenquimatosas danificadas podem regenerar-se. A resolução envolve a remoção dos restos celulares e microrganismos pelos macrófagos e a reabsorção do fluido de edema pelos linfáticos.
- Reparo pela substituição do tecido conjuntivo (cicatrização ou fibrose). Isso ocorre após importante destruição tecidual, quando a lesão inflamatória envolve tecidos que são incapazes de regeneração ou quando existe exsudação abundante de fibrina no tecido ou em cavidades serosas (pleura, peritônio) que não podem ser adequadamente limpas. Em todas essas situações, o tecido conjuntivo cresce para dentro das áreas de dano ou exsudato, convertendo-as em uma massa de tecido fibroso – processo também chamado de organização.
- Progressão da resposta para inflamação crônica (ver adiante). A transição de aguda para crônica ocorre quando a resposta inflamatória aguda não pode ser resolvida, como resultado da persistência do agente lesivo ou de alguma interferência no processo normal de reparo.
Inflamação Crônica
A inflamação crônica é a inflamação de duração prolongada (semanas ou meses) em que a inflamação, a lesão tecidual e as tentativas de reparo coexistem em variadas combinações. Ela sucede a inflamação aguda,

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