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816-Texto do artigo-2676-2-10-20191213

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FEMINICÍDIO: A LUTA DIÁRIA DAS MULHERES PELA SOBREVIVÊNCIA 
FEMINICIDE: WOMEN'S DAILY FIGHT FOR SURVIVAL 
 Karen Marques da Silva1; Adolfo Sakamoto Lopes2 
 
RESUMO 
 O presente trabalho de conclusão de curso relata a violência direcionada as mulheres, buscando um foco no 
crime de feminicídio, partindo de uma análise dos principais fatores que levam a prática do delito, além de 
refletir a origem do crime de feminicídio, das principais características dos autores, da competência do tribunal 
júri para processar e julgar o delito em questão e as principais teses de defesa levantadas no julgamento. Quanto 
à metodologia, a pesquisa tem caráter bibliográfico em torno da discussão sobre a lei nº 13.104/2015 (lei do 
feminicídio) e seus desdobramentos, bem como as dificuldades e desafios da nova legislação, utilizando ainda 
texto jurídicos, legislação penal, buscando assim maior familiaridade, compreensão e acessibilidade com o tema 
apresentado. Com base nos estudos realizados, observa-se que mesmo havendo políticas públicas e medidas 
protetivas para resguardar as vítimas, os casos de feminicídio e de outras violências contra as mulheres 
continuam apresentando altos índices no país, trazendo consigo graves consequências. 
Palavras-chave: Violência. Feminicídio. Mulheres. 
ABSTRACT 
The present course conclusion paper reports the violence directed to women, seeking a focus on the crime of 
femicide, starting from an analysis of the main factors that lead to the practice of the crime, besides reflecting the 
origin of the crime of femicide, the main ones. characteristics of the plaintiffs, the jury's jurisdiction to prosecute 
and prosecute the offense in question and the main defense arguments raised in the trial. As for the methodology, 
the research has bibliographic character around the discussion about the law nº 13.104 / 2015 (law of the 
femicide) and its consequences, as well as the difficulties and challenges of the new legislation, also using legal 
texts, criminal legislation, thus seeking greater familiarity, understanding and accessibility to the theme 
presented. Based on the studies, it is observed that even with public policies and protective measures to protect 
the victims, cases of femicide and other violence against women continue to have high rates in the country, with 
serious consequences. 
Keywords: Violence. Femicide. Women. 
 
1 INTRODUÇÃO 
Verifica-se que há uma conduta extremamente enraizada na sociedade moderna, a 
violência contra a mulher. Neste ponto, o presente estudo apresenta reflexões acerca da 
violência contra a mulher e uma análise dos aspectos da Lei nº 13.104/15 (Lei do 
Feminicídio). 
 
_________________________ 
1
 Bacharel do Curso de Direito da Universidade de Mogi das Cruzes, SP, kareen_ms@hotmail.com 
2
Promotor de Justiça e Professor Universitário pela UMC, Especialista em Direito Penal pela Escola Superior do 
Ministério Público, SP – adolfolopes@mpsp.mp.br 
Revista do Curso de Direito do Centro Universitário Brazcubas 
 V3 N2: Dezembro de 2019 
134 
 
O tema da violência contra a mulher ganhou importância no Brasil a partir da década 
de 1970, quando foi adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas a chamada Convenção 
para Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher, sendo ratificada no 
país em 1º de fevereiro de 1984, porém foi somente em sete de agosto de 2006, com o 
sancionamento da Lei nº 11.340/06 (Lei Maria da Penha) e com a sua posterior entrada em 
vigor, em 22 de setembro de 2006, foi que o Brasil passou a ter uma legislação específica para 
punir atos de violência contra a mulher, legislação esta que mesmo contribuindo para uma 
redução de cerca de 10% na taxa de homicídios contra mulheres, percentual insuficiente para 
sanar o alto índice deste crime. 
Em março de 2015 entrou em vigor a Lei do Feminicídio, criada para alterar o artigo 
121 do Código Penal Brasileiro, incluindo em seu texto os crimes contra a mulher por razões 
de gênero. Sendo assim, o crime de feminicídio configura-se quando as causas do assassinato 
são exclusivamente por questão de gênero-mulher. 
Portanto, trata-se de uma tentativa de encontrar esclarecimentos sobre circunstâncias 
desse crime, abordando a violência contra a mulher, a evolução histórica acerca do 
feminicídio, bem como as relações de gênero e a origem do tipo penal na legislação brasileira 
e em algumas legislações da América Latina. 
A escolha foi pela pesquisa bibliográfica, sendo fontes de coleta livros, artigos 
científicos e legislação. O intuito da realização e construção da pesquisa foi elaborada através 
de referencial teórico e da pesquisa documental, buscando analisar os crimes por questão de 
gênero e dispositivos legais referentes ao tema. 
 
2 A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER 
Há no Brasil um histórico antigo de violência contra a mulher, mas somente a partir da 
década de 1970 que o movimento feminista passou a ter visibilidade junto às políticas 
públicas, no qual a Convenção para Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a 
Mulher, de 1970, o grande fator para tal, permitindo assim que o referido movimento fizesse 
reivindicações e exigências a favor da mulher, como por exemplo, investimento em políticas 
de enfrentamento à violência contra as mulheres e ainda a garantia de punição aos agressores. 
Porém, foi somente em 2003 que o movimento feminista viu um avanço significativo neste 
sentido, com a criação da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. 
No país, os processos de institucionalização das demandas para combater a violência 
contra a mulher se faz em três importantíssimos momentos: a criação da delegacia da mulher, 
135 
 
dos Juizados Especiais Criminais e ainda a lei nº 11.340/06, a chamada “Lei Maria da Penha”, 
que traz consigo meios legais para coibir a violência doméstica e familiar. 
A partir da criação da Lei Maria da Penha a sociedade brasileira passou a discutir com 
mais clareza e maior visibilidade este tipo de violência como uma verdadeira violação dos 
direitos humanos, sendo essa uma questão de ordem pública, devendo o Estado estar 
preparado socialmente, politicamente e tecnicamente para encontrar soluções para os casos. 
O objetivo principal da lei Maria da Penha é estabelecer proteção para as vítimas de 
violência no âmbito familiar, prevendo medidas protetivas de urgência a serem aplicadas aos 
agressores. 
Importante ressaltar que a lei Maria da Penha sofreu recentes alterações, no qual em 
17 de setembro foi sancionada a lei 13.871/2019 estabelecendo que o agressor se 
responsabilize pelo ressarcimento dos custos de serviços de saúde prestados pelo Sistema 
Único de Saúde (SUS) ás vítimas de violência doméstica e familiar, bem como a lei 
13.827/19 de 13 de maio de 2019 que autoriza, a aplicação das medidas protetivas de urgência 
pelo juiz, e em alguns casos, pela autoridade policial. 
Feminicídio é denominação dada ao homicídio qualificado por questões de gênero. Tal 
crime era praticado com frequência em culturas antigas, nas quais existia o pensamento de 
que a mulher era propriedade do homem, apenas pelo fato de a mulher ter uma posição de 
inferioridade na sociedade patriarcal, no qual os autores destes delitos permaneciam impunes. 
Atualmente, no Brasil, esse tipo de delito teve aumento significativo, pois na maioria 
dos casos o sujeito ativo do crime age de maneira premeditada contra pessoas de sexo 
feminino. 
O crime de feminicídio pode ser praticado por qualquer pessoa, não importando o 
gênero ou sexo, uma vez que a lei não exige qualidade ou condição específica para a prática 
da conduta, bastando que seja reconhecida uma das situações previstas no artigo 121, §2º-A 
do Código Penal. 
A falta de faculdade de julgar as coisas sensatamente, consonantes a forte emoção do 
momento do crime, faz com que o agente cometedor do crime de feminicídio não se importe 
com limites, importando-se apenas como resultado morte da mulher. Podendo resumir suas 
características aos sentimentos de posse, egocentrismo, crueldade, impulsividade, além de ser 
um agente que carrega consigo fortes traços do patriarcalismo e machismo. Vale destacar que 
são poucas as vezes que o sujeito ativo deste tipo de crime se arrepende da autoria, 
começando a violência por pequenos fatos e atitudes impondo limites na vida da vítima. 
136 
 
Em pesquisas realizadas, foi possível perceber que um dos pontos mais abrangentes 
para que o delito seja praticado é a recusa de um dos companheiros em manter o 
relacionamento, sendo que o indivíduo com predisposição a praticar o crime persiste de várias 
formas para manter a parceira em suas mãos. 
Os agentes ativos do crime de feminicídio são impelidos por sentimentos passageiros, 
fazendo com que a sociedade veja estes agentes como pessoas equilibradas, tornando difícil a 
identificação do perfil do criminoso. 
A Lei nº 8.305/2014 entrou em vigor em 09 de março de 2015, a Lei do Feminicídio 
estabelecendo em seu contexto uma nova qualificadora ao artigo 121 do Código Penal: 
Art. 121. Matar alguém: 
Pena – reclusão, de seis a vinte anos. 
Homicídio qualificado 
§2º Se o homicídio é cometido: 
Feminicídio (Incluído pela Lei nº 13.104/2015) 
VI- contra mulher por razões da condição de sexo feminino: 
Pena – reclusão, de doze a trinta anos. 
 
Segundo Zanella (2015, p. 2): 
Trata-se, a nosso sentir, de avanço importante no enfrentamento desse problema, nos 
termos estabelecidos na Convenção das Nações Unidas sobre a Eliminação de todas 
as Formas de Discriminação contra a Mulher e na Convenção de Belém do Pará 
(Convenção Interamericana para Prevenir, Sancionar e Erradicar a Violência contra 
a Mulher), ambas ratificadas pelo Brasil. 
 
As convenções citadas por Zanella (2015, p. 2), preceituam novos direitos às 
mulheres, a posto que, se o direito interno falhar na realização da justiça, as vítimas podem 
socorrer-se a instância internacional de decisão, sendo ela competente para examinar petições 
ou comunicações que denunciam violação a direitos internacionalmente garantidos. 
Interessante destacar que dos 98 casos de violação de Direitos Humanos no Brasil 
ocorridos no período de 1970 a 2008, foram levados ao exame da Comissão 
Interamericana, e sendo por ela admitidos, desses apenas três casos (11996, 12051 e 
12630) denunciam a violência contra a mulher e cinco casos contra a Criança e o 
Adolescente. (COSTA et al, s.d, p. 04). 
 
Desses três casos que foram levados a exame da Comissão Interamericana, podemos 
destacar o caso em que Maria da Penha Maia Fernandes sofreu seguidas tentativas de 
homicídio, ficando paraplégica por conta das agressões. 
Em relação à interpretação dos tipos legais relacionados no feminicídio, deve-se 
buscar a essência da norma explicativa do §2º-A, do artigo 121, já que no referido artigo, em 
seus incisos consta que o feminicídio seria o homicídio doloso praticado em razão de gênero. 
137 
 
Antes da entrada em vigor da Lei Maria da Penha não existia um conceito jurídico 
referente à violência doméstica e familiar, mas somente conceitos sociológicos, 
antropológicos e psicológicos. O artigo 5º da Lei Maria da Penha traz tal conceito: 
Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a 
mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, 
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial: 
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio 
permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente 
agregadas; 
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos 
que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou 
por vontade expressa; 
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha 
convivido com a ofendida, independentemente de coabitação. 
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de 
orientação sexual. 
 
Segundo Cavalcanti (2012), o dispositivo legal significa um avanço para a proteção 
dos direitos das mulheres, pois amplia a definição de violência doméstica. Porém em nosso 
ordenamento jurídico não existe um conceito de menosprezo ou discriminação à condição de 
mulher, termos utilizados no inciso II do §2º do referido artigo 121 do Código Penal. 
Importante mencionar, que segundo Zanella (2015, p.07), os conceitos dos referidos termos 
não se confundem com o conceito legal do inciso I do §2º, qual seja, violência doméstica ou 
familiar: 
Trata-se de indicação que amplia o cenário abarcado pela Lei Maria da Penha e que 
com ele não se confunde. Nesse trilho, qualquer situação de fato não correspondente 
ao palco que encerre âmbito doméstico, familiar ou de relação íntima do agente com 
a vítima pode se reportar ao inciso II. 
 
A normatização do crime de feminicídio se justifica por conta de uma longa história 
sociocultural em que foi incentivado a diferença do homem e da mulher. Sendo assim, foi 
fundamental nomear tal crime de forma específica, tendo em vista que essa normatização 
amplia o valor da vida humana, a vida da mulher, as quais são vítimas da violência de gênero. 
Assim a principal justificativa da criação da Lei do feminicídio foi o desejo de reduzir 
a violência de gênero no Brasil, porém, não basta somente a alteração na legislação penal, 
sendo necessário uma mudança social, na cultura patriarcal e machista presente no país. 
 
3 PRINCIPAIS TESES DE DEFESA UTILIZADAS NO TRIBUNAL DE JÚRI 
 
- Violenta emoção 
Podemos definir violenta emoção como sendo um estado emocional de vontade e de 
sentimentos exacerbados. Nos dias atuais os crimes praticados sobre violenta emoção terão 
138 
 
uma condição atenuante na hora da dosimetria da pena, diferente daquilo que era estabelecido 
no antigo texto do Código Penal, com a comprovação de perturbação dos sentidos e da 
inteligência, o criminoso seria absolvido. 
O Código Penal, em consonância com as atenuantes do crime indica: 
Art. 65 – São circunstâncias que sempre atenuam a pena: 
[…] 
III – ter o agente: 
[…] 
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem 
de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato 
injusto da vítima. 
 
Porém o artigo 121, § 1 do mesmo Código Penal, traz requisitos para concessão da 
causa de diminuição, vejamos: 
Art. 121. […] 
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou 
moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação 
da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 
 
Assim, para alegar a violenta emoção é preciso levar em conta a reação do agente, que 
deverá ocorrer logo após a injusta provocação feita pela vítima. Ocorre que a configuração da 
violenta emoção se torna difícil, já que na maioria dos casos os autores planejam 
detalhadamente cada etapa do crime, tornando assim incompatível com o benefício, visto que 
a emoção não será violenta quando sucede de forma planejada. 
O Recurso de Apelação, 0000597-97.2015.8.26.0630, apresentado perante o Tribunal 
de Justiça de São Paulo, demonstra o uso de tal tese, senão vejamos: 
APELAÇÃO. Homicídio qualificado por motivo fútil e recurso que dificultou a 
defesa da vítima. Feminicído. Pleito de reconhecimento da causa de diminuição 
prevista no artigo 121, § 1º, do Código Penal. Não cabimento. Alegação de domínio 
de violenta emoção em seguida à injusta provocação da vítima que não foi aceita 
pelo Conselho de Sentença. Conclusão dos jurados que não se revela 
manifestamente contrária à prova dos autos. Pedido de afastamento das 
qualificadoras. Impossibilidade. Reconhecimento das qualificadoras respaldado pela 
prova oral produzida. Soberania das decisões do Júri. Hipótese de feminicídiobem 
demonstrada, porquanto o crime em questão foi praticado contra mulher, no 
contexto de violência doméstica e familiar, em razão da condição da vítima de sexo 
feminino. Redução da pena imposta. Cabimento. Regime prisional bem fixado. 
Recurso parcialmente provido. (TJSP; Recurso em Sentido Estrito 0000597-
97.2015.8.26.0630; Relator (a): Leme Garcia; Órgão Julgador: 16ª Câmara de 
Direito Criminal; Data do Julgamento: 17/04/2018). 
 
- Coação moral irresistível 
O CP trata a coação moral irresistível como sendo uma das causas que excluem a 
culpabilidade do criminoso, conforme artigo 22 do Código Penal “Art. 22 – Se o fato é 
cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, 
de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem”. 
139 
 
Com isso, na vis compulsiva, a chamada coação moral irresistível, o sujeito é 
impossibilitado de agir de acordo com a sua vontade por conta da coação de ordem moral. 
Essa coação apresenta alguns requisitos, dentre eles, a irresistibilidade da coação, não 
existindo possibilidade de o coagido evitar o constrangimento, havendo uma ameaça grave, 
certa e inevitável. 
Assim por meio deste tipo de coação, o coator obriga o agente a praticar um crime 
contra uma terceira pessoa, sendo impossível qualquer tipo de resistência por parte do 
coagido, desenvolvendo a conduta ilícita sob forte pressão psicológica e moral. 
Portanto, subsiste um fato típico e ilícito, em que o causador não seria considerado 
culpado pelo fato, somente o coator seria punido, como sendo autor mediato. Porém, não 
sendo reconhecida tal tese, de coação moral irresistível, poderá ser considerado como 
concurso de agentes, pois não seria afastada a punibilidade do suposto coagido. 
O Recurso em Sentido Estrito número 0002132-75.2013.8.11.0007 apresentado 
perante o Tribunal de Justiça do Mato Grosso, demonstra o uso de tal tese, senão vejamos: 
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO – HOMICÍDIO QUALIFICADO – 
SENTENÇA DE PRONÚNCIA – IRRESIGNAÇÃO DEFENSIVA – 1. 
PRETENDIDA A ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA DO RECORRENTE – TESE DE 
LEGÍTIMA DEFESA E INEXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA – 
DESCABIMENTO – EXCLUDENTES DE ILICITUDE E DE CULPABILIDADE 
NÃO CONFIGURADAS INDENE DE DÚVIDAS – 2. POSTULADO O 
RECONHECIMENTO DO PRIVILÉGIO DO § 1º DO ART. 121 DO CÓDIGO 
PENAL – IMPOSSIBILIDADE DE ACOLHIMENTO DO PLEITO – MATÉRIA 
ESTRANHA À FASE DE ADMISSIBILIDADE DA ACUSAÇÃO – VEDAÇÃO 
DE ANÁLISE DAS CIRCUNSTÂNCIAS DO CRIME – INTELIGÊNCIA DO 
ART. 7º, DA LEI DE INTRODUÇÃO AO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL – 3. 
ALMEJADO O AFASTAMENTO DA QUALIFICADORA DO MEIO CRUEL – 
INVIABILIDADE – MERO JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE DA ACUSAÇÃO – 
PRESENÇA DE INDÍCIOS SOBRE A PERTINÊNCIA DA REFERIDA 
CIRCUNSTÂNCIA QUE QUALIFICA O DELITO – INCIDÊNCIA DO 
AFORISMO IN DUBIO PRO SOCIETATE – COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL 
DO JÚRI – 4. RECURSO DESPROVIDO. 
(...) 3. A exclusão de qualificadoras do delito de homicídio somente é permitida 
quando forem manifestamente improcedentes, impondo-se ressaltar, por importante, 
que a existência de um lastro mínimo de dúvida sobre a incidência da referida causa 
modificadora de pena, obriga sua apreciação pelo Conselho de Sentença, sob pena 
de se invadir a competência constitucional do Tribunal do Júri. 4. Recurso 
desprovido. (N.U 0002132-75.2013.8.11.0007, LUIZ FERREIRA DA SILVA, 
TERCEIRA CÂMARA CRIMINAL, Julgado em 04/07/2018). 
 
- Legítima defesa da honra 
A tese de legítima defesa da honra acabou perdendo força em sua aplicação, tendo em 
vista que a partir da premissa do artigo 5º, inciso I da CF/88 teve-se um reconhecimento do 
direito de igualdade e obrigações entre homens e mulheres. 
140 
 
Essa tese só era reconhecida quando atingidos alguns requisitos, que seriam: agressão 
injusta, podendo ser atual ou iminente, e preservação de direito, tanto próprio como de 
outrem. 
Com passar do tempo, alguns doutrinadores concluíram que essa tese de defesa não 
teria sucesso diante dos jurados do conselho de sentença devido à evolução da sociedade e do 
direito. 
O Recurso em Sentido Estrito, RSE 13630987 apresentado perante o Tribunal de 
Justiça do Paraná, demonstra essa mudança de pensamento, senão vejamos: 
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO - TRIBUNAL DO JÚRI - HOMICÍDIO 
QUALIFICADO - PRONÚNCIA - IRRESIGNAÇÃO - RÉU ANTONIO 
FYDRYSZEWSKI - LEGÍTIMA DEFESA DA HONRA - EXCLUDENTE NÃO 
PREVISTA NO ORDENAMENTO JURÍDICO PÁTRIO - ABSOLVIÇÃO 
SUMÁRIA INVIÁVEL - RÉU GERÔNIMO CORREIA COSTA - 
IMPRONÚNCIA - IMPOSSIBILIDADE - MATERIALIDADE E INDÍCIOS DE 
AUTORIA SUFICIENTES - DESCLASSIFICAÇÃO PARA CRIME DE 
FAVORECIMENTO PESSOAL - NÃO CABIMENTO - MOTIVO TORPE - 
EXCLUSÃO - PEDIDO PREJUDICADO - QUALIFICADORA NÃO 
FUNDAMENTADA - REMESSA DOS AUTOS AO JUÍZO DE ORIGEM PARA 
QUE OUTRA DECISÃO SEJA PROFERIDA EM RELAÇÃO À 
QUALIFICADORA - RECURSO TRIBUNAL DE JUSTIÇADESPROVIDO E, 
DE OFÍCIO, DECLARADA A NULIDADE TÓPICA DA DECISÃO.1. Inexiste 
amparo legal que possibilite a absolvição sumária sob a argumentação de "legítima 
defesa da honra", em tese a conduta do Recorrente estaria inclusa no privilégio 
inserto no § 1º do art. 121 do C.P.B. Não fosse suficiente, a sua análise e 
valoração não cabem nesta fase da pronúncia.2. Restando evidenciados indícios de 
coautoria quanto ao crime de homicídio, resta insubsistente a desclassificação do 
referido delito para o crime previsto no art. 348 (favorecimento pessoal) 3. A 
decisão de pronúncia exige, além da motivação quanto à materialidade do crime e 
indícios de autoria, que o reconhecimento da circunstância qualificadora esteja 
fundamentado em elementos indiciários concretamente verificados nos autos. 
Assim, a carência de fundamentação neste ponto gera nulidade que deve ser 
declarada de ofício. (TJPR - RSE - 1363098-7 - Campo Mourão - Rel.: 
Desembargador Antonio Loyola Vieira - Unânime - 09.07.2015). 
 
Com a perda de forças da tese em questão, a legislação penal revelou-se mais 
inflexível com o crime de feminicídio, de maneira que a pena deste tipo de delito passou a ser 
maior, sendo de 12 a 30 anos de reclusão. 
Apesar da tentativa de adotar políticas e mecanismos com objetivo de pôr fim à 
violência contra mulher existem diversas falhas de prevenção, investigação, julgamento e 
punição dos autores, havendo vários desafios para obter a erradicação de tal violência, mas o 
desinteresse político para confrontar tal questão é, sem dúvida, o principal obstáculo. 
Portanto, é necessária maior efetividade na fiscalização dos órgãos responsáveis, com 
um monitoramento ainda maior e melhor dos delitos praticados contra mulheres, ainda, com a 
utilização de políticas públicas capazes de conscientizar a sociedade sobre as principais 
características deste tipo de crime. 
141 
 
Segundo dados divulgados pelo Conselho Nacional de justiça (CNJ), em setembro de 
2018 o estado de São Paulo julgou o milésimo caso de feminicídio. A Juíza Teresa Cristina 
Cabral, do TJ-SP e integrante da COMESP, menciona que ainda são raros os tribunais que 
classificam o homicídio de uma mulher pela própria condição como feminicídio. 
 
4 LEGISLAÇÕES ESTRANGEIRAS SOBRE FEMINICÍDIO 
A tipificação do crime de Feminicídio é um fenômeno recente na América Latina. 
Atualmente dezesseis países do continente americano criaram meios de prevenir, reduzir e 
punir esse tipo de crime. 
A Costa Rica foi o primeiro país da América Latina a criminalizar o homicídio contra 
mulher por questão de gênero no ano de 2007, alterando assim a sua legislação penal para 
incluir a Lei nº 8.589/07, a chamada Lei de Penalização da Violência contra as mulheres. El 
Salvador foi outro Estado que tipificou tal conduta, logo em seguida, no ano de 2010 através 
da Lei Especial Integral para uma Vida Livre de Violência para as Mulheres, Lei nº 520. 
Outros países da América Central que tipificaram o crime contra as mulheres por 
questão de gênero, foi: a Guatemala em 15 de maiode 2008, com a entrada em vigor da Lei 
contra o Feminicídio e outras Formas de Violência contra a Mulher (decreto nº 22-2008); 
Honduras, em fevereiro de 2013, com a reforma do Código Penal; Nicarágua em junho de 
2012, com a vigência da Lei Integral contra a Violência feita às Mulheres (Lei nº 779); e por 
último o Panamá, em 24 de outubro de 2013, com a lei nº 82, que tipifica o feminicídio e a 
violência contra as mulheres. 
Na América do Norte, o país que merece destaque é o México, que introduziu em seu 
ordenamento jurídico a Ley General de Acceso de las Mujeres a una Vida Libre de Violencia, 
que combate não só o crime de Feminicídio, mas sim todos os tipos de violência contra a 
mulher, seja ela física, psicológica, famliar, sexual ou econômica. 
A Ley General de Acceso de las Mujeres a una Vida Libre de Violencia trouxe algo 
inovador ao país, o conceito de Feminicídio, onde foi reconhecido que o conjunto de ações 
misóginas exercido pela sociedade e até mesmo pelo estado, seria um dos motivos para a 
definição do crime. Essa legislação tem como principais finalidades, a coordenação de 
diferentes entes que visam o combate à violência contra as mulheres e também a luta contra 
qualquer tipo de manifestação de violência doméstica ou pública. 
No inciso IV, do artigo 8º, a lei mexicana cita um dos Principais métodos de proteção 
da mulher, que seria evitar procedimentos que coloquem a vítima em contato com o agressor, 
evitando assim mais traumas, vejamos: 
142 
 
ARTIGO 8. - Os modelos de atenção, prevenção e sanção estabelecidos pela 
Federação, pelas entidades federativas e pelos municípios, são o conjunto de 
medidas e ações de proteção às vítimas de violência familiar, como parte da 
obrigação do Estado, de garantir às mulheres a sua segurança e o pleno exercício dos 
seus direitos humanos. Para isso, eles devem levar em consideração: 
IV. Evitar procedimentos de mediação ou conciliação, pois não são viáveis em uma 
relação de submissão entre o agressor e a vítima; 
 
Esse artigo estabelece um conjunto de medidas que trazem atenção aos casos de 
violência, assessoria as vítimas, tratamentos especializados; bem como serviço socioeducativo 
ao autor da conduta, como maneira de erradicar essa conduta violenta. 
A legislação penal mexicana verifica-se mais eficaz e flexível comparada a outras, 
quando o assunto é a proteção as mulheres, levando em conta os altos índices de homicídio de 
pessoas do gênero feminino. Ela prevê uma pena mais rígida para o autor do crime de 
feminicídio, mas além da pena também está previsto a reeducação e a reinserção do sujeito na 
sociedade, para que esse não volte a praticar o mesmo delito, sendo essencial para promover a 
justiça e diminuir os altos índices de violência contra mulher. 
Na América do Sul o primeiro país a modificar a legislação penal foi a Colômbia, em 
4 de dezembro de 2008, com a reforma do Código e do Procedimento Penal, Lei nº 1257, que 
modificou o artigo 104 do Código Penal, incluindo o feminicídio como agravante, vejamos: 
SEGUNDO CAPÍTULO 
De homicídio 
Artigo 103. Homicídio. Aquele que mata outro incorrerá em prisão de duzentos e 
oito (208) a quatrocentos e cinquenta (450) meses. 
Artigo 104. Circunstâncias de agravação. A pena será de 400 (quatrocentos) a 
seiscentos (600) meses de prisão, se a conduta descrita no artigo anterior for 
cometida: 
1. Em cônjuges ou parceiros permanentes; no pai e na mãe da família, embora não 
morem no mesmo lar, nos antepassados ou descendentes dos anteriores e dos filhos 
adotados; e em todas as outras pessoas que estão permanentemente integradas na 
unidade doméstica. 
[…] 
11. Se é cometido contra uma mulher porque ela é uma mulher. 
 
O Código penal do Chile também merece destaque, uma vez que no seu artigo 390 
tipificou o crime de femicídio e não o feminicídio vejamos: 
Art. 390 Aquele que, sabendo as relações que os ligam, matar o pai, a mãe ou a 
criança, seja legítimo ou ilegítimo ou qualquer outro dos seus pais ou descendentes 
legítimos ou cônjuge será punido como um parricídio, com pena presidio major em 
seu grau máximo até a morte. 
Se a vítima do crime descrito no parágrafo anterior seja ou tenha sido cônjuge ou 
parceiro do autor, a ofensa terá o nome de femicídio. 
 
Merece também destaque a legislação penal do Peru, que não tipificou o feminicídio 
ou o femicídio, mas sim o parricídio, artigo 107: 
143 
 
Artigo 107.- Parricídio 
Aquele que intencionalmente mata seu ascendente, descendente, natural ou adotado, 
ou seu cônjuge ou concubina, será reprimida com sentença de prisão não inferior a 
quinze anos. 
 
Além dos já citados dispositivos, Bolívia também criou o artigo 252, a fim de punir 
com mais rigor o homicídio praticado no seio familiar: 
Art. 252 ° . Será sancionado com pena de prisão de trinta anos, sem direito de 
perdoar, quem vai matar: 
1. Para seus descendentes ou cônjuge, ou coabitantes, sabendo quem eles são. 
Nos aspectos gerais, as legislações penais presentes na América do Sul, somente 
catalogam o cônjuge como vítima, não exigindo que seja do sexo feminino ou tampouco 
motivação especial, afastando os conceitos de feminicídio. 
Entretanto, diferente das outras legislações citadas, o Código Penal Colombiano 
encontra-se em total conformidade com o conceito de feminicídio, pois expõem o especial fim 
a que destina o agir do autor, isso quando exige que o delito seja cometido pelo simples fato 
de a vítima ser do sexo feminino. Assim o sentido e o alcance da lei visam resguardar uma 
eficiente investigação e a efetiva punição dos atos de violência praticado contra as mulheres 
por motivo de gênero. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O presente trabalho relatou a história da legislação para coibir a violência e homicídio 
contra o gênero feminino, além de ressaltar o surgimento e aplicação da legislação contra tais 
delitos, resultado de inúmeras manifestações de grupos feministas e organismos 
internacionais. 
Em primeiro momento, foi exposta a construção histórica da subordinação do sexo 
feminino, e a aceitação social da violência contra as mulheres. Tal visão é produto de um 
sistema patriarcal, no qual se manifesta de diversas formas, não importando com as barreiras 
econômicas, sociais, políticas, religiosas ou étnicas. 
Os tribunais e a sociedade passaram a punir de forma enérgica os autores de crimes 
dessa natureza. Tal mudança somente foi possível após a Constituição Federal de 1988, 
quando seu texto trouxe a plena igualdade de direitos entre homens e mulheres. 
A Lei Maria da Penha é um símbolo de grande importância na luta das mulheres 
contra a violência, e complementada pela a Lei nº 13.104/2015 seguiu-se um marco histórico 
no combate da violência contra as mulheres, e ficou conhecida como lei do feminicídio, onde 
estabeleceu um tratamento específico e uma punição rigorosa para o autor do crime. 
144 
 
Também foi abordado no presente trabalho, a competência do tribunal de júri para 
julgar o crime de feminicídio. Foi destacado também as principais teses de defesa utilizadas 
no tribunal de júri: violenta emoção, coação moral irresistível e a legitima defesa da honra. 
Salienta-se que apesar da criação da Lei º 13.104/2015, de políticas públicas, e da 
tentativa de adotar mecanismos para frear o constante aumento dos índices de homicídio 
praticado contra mulher por questão de gênero, o Brasil não tem obtido grande eficácia em 
seu resultado, não sendo tais mecanismos capazes de prevenir, investigar, julgar e punir os 
autores do delito. 
Por último, foram apresentadas legislações penais de países da América Latina que 
tipificaram o crime de homicídio contra as mulheres, observando que em grande parte das 
legislações apresentadas somente é catalogado o cônjuge como vítima, não exigindo que seja 
do sexo feminino ou tampouco motivação especial, afastando os conceitos de feminicídio e 
femicídio, diferente da legislação penalColombiana, que traz o exato conceito de feminicídio. 
Assim, conforme apresentado no trabalho, a Lei nº 13.104/2015, a lei do feminicídio, 
não resolverá sozinha o problema de desigualdade estrutural existente na sociedade, contudo, 
não trata de uma lei de mera exortação do simbolismo penal, visto que é um importante 
instrumento de defesa e proteção capaz de gerar políticas públicas mais efetivas na luta contra 
a violência de gênero. 
 
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