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Zona da Mata - Aspectos físicos

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Zona da Mata – Aspectos Físicos
 A Zona da Mata nordestina é também conhecida como litoral oriental do Nordeste e Costa do Descobrimento, isso porque o histórico de ocupação e exploração dos recursos naturais ocorre desde o período da colonização. Estende-se por uma área de 8.738 km2, limitando-se ao norte com a Paraíba, ao sul com Alagoas, ao leste com a Região Metropolitana do Recife e ao oeste com o Agreste. Com uma população estimada em 1.193.661 habitantes. Ela se divide em três microrregiões, que se apresentam seguidas de suas cidades mais importantes:
Vitória de Santo Antão: Vitória de Santo Antão;
Mata Setentrional Pernambucana (Zona da Mata Norte): Carpina, Timbaúba e Paudalho;
Mata Meridional Pernambucana (Zona da Mata Sul): Palmares, Escada e Sirinhaém.
Clima
 O clima predominante na região é o tropical úmido. Apresenta temperaturas elevadas equilibradas ao longo do ano (média de 25 graus) e grande pluviosidade no outono e no inverno, devido a sua proximidade com o oceano.
 Importante notar que as massas úmidas vindas do oceano não conseguem ultrapassar regiões elevadas como o Planalto da Borborema e, portanto, precipitam na Zona da Mata.
Dessa forma, o clima caracteriza-se por ter duas estações bem definidas, com chuvas frontais de outono-inverno mais concentradas, e chuvas de convecção no período mais quente do ano, em dezembro e janeiro, as chamadas localmente de "chuva do caju". A umidade, porém, varia de acordo com as taxas pluviométricas, que diminuem do litoral para o interior e do Sul para o Norte, aumentando nas bordas da Borborema, como já foi explicado.
Relevo
 O revelo da Zona da Mata é ondulado e argiloso, com alturas variando entre o litoral ao interior, aumentando a altura para o interior., e tabuleiros que podem ser entendidos como uma forma muito parecida com o planalto, com altitude variando entre 20 e 50 metros, porém o seu limite termina de forma repentina. Estas feições são formadas pela ação da erosão de águas marinhas.
De forma geral, podem ser identificados três grandes ambientes naturais distintos:
- A Planície Quaternária da orla costeira – ou seja, as praias, formadas pela variação do nível do mar – que é interrompida, em alguns momentos, pelo manguezal;
- Os Interflúvios Largos e Planos, que separam as várzeas dos rios na porção norte do estado. Quando situados sobre substrato sedimentar, nas proximidades do litoral, recebem o nome de "tabuleiros" formações de aparência semelhante à de planaltos formadas pela erosão marinha e que variam entre 20 e 50 metros de altitude. Já quando situados no interior, sobre substrato cristalino, têm o nome de "chãs". 
- A Faixa Cristalina de Relevo Movimentado, situada ao sul do estado entre os paralelos do Recife e Barreiros, e ao norte a retaguarda dos "Tabuleiros". A porção sul da Faixa Cristalina é formada por colina de topo arredondado, enquanto a norte é caracterizada por relevos fortes ondulados e montanhosos de colinas com encostas íngremes.
Junta-se, a esses três grandes ambientes, a Planície Aluvial (Várzeas) dos cursos baixos dos rios que entrecortam as porções meridional e setentrional de zona Litoral-Mata.
Vegetação
 No passado a Mata Atlântica (floresta tropical chuvosa) era a principal forma de vegetação encontrada nessa área, entretanto as atividades de extração, ocupação humana, expansão do cultivo de cana-de-açúcar e a produção do açúcar, foram responsáveis pelo desmatamento de praticamente toda esta forma de vegetação, o que representa uma perda significativa para a biodiversidade do local. 
 Na categoria de vegetação litorânea podemos incluir os mangues, um riquíssimo ecossistema, local de moradia e reprodução dos caranguejos e importante para a preservação de rios e lagoas. Também podemos incluir as restingas e as dunas. As matas ciliares ou matas de galeria são comuns em regiões de cerrados, mas também podem ser vistas na Zona da Mata. São pequenas florestas que acompanham as margens dos rios, onde existe maior concentração de materiais orgânicos no solo, e funcionam como uma proteção para os rios e mares.
Hidrografia
Bacia do Atlântico Leste: compreende uma área de 364.677 km², dividida entre 2 estados do Nordeste (Bahia e Sergipe) e dois do Sudeste (Minas Gerais e Espírito Santo). Na bacia, a pesca é utilizada como atividade de subsistência.
Bacia do Atlântico Nordeste Oriental: ocupa uma área de 287.384 km², que abrange os estados do Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Alagoas. Os rios principais são o Jaguaribe, Piranhas-Açú, Capibaribe, Acaraú, Curimataú, Mundaú, Paraíba, Itapecuru, Mearim e Una, (esses três últimos no estado do Maranhão).
Bacia do Parnaíba: é a segunda mais importante, ocupando uma área de cerca de 344.112 km² (3,9% do território nacional) e drena quase todo o estado do Piauí, parte do Maranhão e Ceará. O rio Parnaíba é um dos poucos no mundo a possuir um delta em mar aberto, com uma área de manguezal de, aproximadamente, 2.700 km².
Solo
 O solo da Zona da Mata Nordestina caracteriza-se por ser argiloso e muito fértil. É um solo aluvial conhecido como massapé. 
Nos interflúvios, principalmente, nos "Tabuleiros" de solos, em geral, arenosos, de baixa-fertilidade e ocorrência de adensamento natural, a ocupação até certa época era pouco expressiva. A cobertura vegetal do tipo "Cerrado" predominava nesses solos, enquanto em áreas de solos menos pobres a vegetação era mais exuberante. Já as "Chãs" possuem solos mais ácidos. Esses solos não eram muito utilizados, devido às duas características, até a expansão do cultivo da cana-de-açúcar.
Já na Faixa Cristalina os solos são aluviais (hidromórficos), das várzeas dos rios e das encostas e topos das colinas. Nas várzeas, os solos são ricos em elementos nutritivos para as plantas, muito embora a presença elevada do lençol freático, em grande parte do ano, restrinja a disponibilidade de oxigênio para um grande número de espécies cultivadas. Nas colinas, a baixa fertilidade natural dos solos é marcante, sendo agravada pela suscetibilidade à erosão, principalmente quando situados nas encostas. É, desse modo, pequena a ocorrência de outras formas e uso da terra, que não o cultivo da cana-de-açúcar.

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