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MÓDULO: EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
SEMINÁRIO I - PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO FISCAL
GABRIEL RIBEIRO GONÇALVES RAMOS
1.	Recurso administrativo protocolado intempestivamente tem o condão de suspender a exigibilidade do crédito tributário? Fundamentar sua decisão observando o que dispõe o art. 35 do Decreto Federal n. 70.235/72: “Art. 35. O recurso, mesmo perempto, será encaminhado ao órgão de segunda instância, que julgará a perempção”.
No âmbito do processo administrativo fiscal, quase que todos os princípio constitucionais com aplicação no direito tributário também terão validade. A título de exemplo, tem-se a legalidade, tipicidade, imparcialidade, verdade material, segurança jurídica, ampla defesa, contraditório e presunção de inocência. Também impera o poder da autotutela da administração pública, garantindo-lhe a possibilidade de rever de ofício suas ações (como se extrai da Súmula 473/STF).
Nesse sentido, recurso administrativo intempestivo possui o condão de suspender a exigibilidade do crédito tributário. Aliás, a redação do art. 35 do Decreto Federal nº 70.235/72 é clara e cristalina ao determinar que, mesmo perempto, o recurso será encaminhado ao órgão da segunda instância, que ficará responsável por julgar a perempção. A exigibilidade ficará suspensa até que seja finalizada a discussão administrativa do auto de infração.
Em complemento a essa disposição, o art. 151, III, CTN, dispõe que os recursos no processo tributário administrativo suspendem a exigibilidade do crédito tributário nos termos das leis que regulam esse procedimento. Assim, se o disposto a respeito do processo administrativo determina o processo seguirá seu curso até que seja julgada a perempção, só é possível concluir que a exigibilidade também continuará suspensa.
2.	Considerando a presunção de legitimidade dos atos administrativos, a quem compete o ônus da prova nos recursos e impugnações? Até que momento o contribuinte (recorrente) pode juntar aos autos do processo administrativo provas documentais? Diante do que dispõem os arts. 9º e 10 do CPC/15, apresentadas novas provas pelo contribuinte o julgador administrativo deverá dar oportunidade ao Fisco para se manifestar a respeito antes de afetar o processo para julgamento? (Vide anexo I, II e III).
O art. 16, do Decreto nº 70.235/72, ao tratar sobre o processo administrativo fiscal, determina que cabe ao recorrente a competência do ônus das provas nos recursos e impugnações. Desse entendimento, que visa a proteger o princípio da presunção de legitimidade dos atos administrativos, poder-se-ia entender que o ônus da prova cabe sempre ao contribuinte.
Entretanto, esse entendimento arbitrário e vetusto não merece mais prosperar de forma indefinida. No processo administrativo fiscal, é vigente o princípio da verdade material dos fatos, que determina que a autoridade julgadora pode valer-se de qualquer prova de que tenha conhecimento, desde que a faça trasladar para o processo. Nesse sentido, entende-se que a defesa irrestrita da legitimidade dos atos administrativos pode vir a fazer prevalecer tese carente de veracidade. 
A autoridade administrativa responsável pelo lançamento também pode vir a cometer erros (sanáveis ou não) que terminem por obstar o seguimento do processo administrativo. Nesse diapasão, a doutrina mais moderna entende que a presunção legitimidade dos atos administrativos não pode ser aplicada de forma arbitrária e não exonera a administração pública de provar os fatos por ela alegados em todas as situações. É verdade que cabe ao contribuinte contestar, mas assim que o fizer, o ônus da prova se reverte novamente à Fazenda Pública, que deverá acatar ou mais uma vez contestar a defesa do recorrente, tendo o dever de provar que sua autuação foi bem fundamentada.
 O §4º do mesmo art. 16 do Decreto nº 70.235/72 determina que:
Decreto nº 70.235/72. Art. 16. A impugnação mencionará: (...)
§ 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazê-lo em outro momento processual, a menos que:
a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior;
b) refira-se a fato ou a direito superveniente; 
c) destine-se a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos.
Da leitura desse dispositivo, extrai-se que a prova documental deve ser apresentada na impugnação, salvo nas exceções previstas nas alíneas abaixo (quando se referirem a fato superveniente, quando se destinar a contrapor novos fatos ou quando restar demonstrado que, por força maior, a prova não poderia ter sido juntada antes). Entretanto, também há entendimento doutrinário, fundado na verdade material, que defende a possibilidade de apresentação de provas até o julgamento de primeira instância.
Por fim, em caso de apresentação de novos documentos nos autos, deve-se dar oportunidade de manifestação ao Fisco antes da afetação do processo para julgamento. Isso se deve ao fato de que os princípios da ampla defesa e do contraditório devem ser plenamente observados no processo administrativo. Assim, caso fosse negada a oportunidade da autoridade fiscal se manifestar, permitir-se-ia a frontal violação desses princípios.
3.	Os tribunais administrativos exercem “jurisdição”? Justifique sua resposta, definindo “jurisdição”. Podem, no ato de julgar, afastar a aplicação de Decreto sob a alegação de sua ilegalidade para com a Lei. Pode a decisão administrativa inovar o feito, agravando o lançamento por ocasião do julgamento da defesa do contribuinte?
O conceito de jurisdição é definido pelo Prof. Paulo Cesar Conrado da seguinte maneira[footnoteRef:1]: [1: CONRADO, Paulo Cesar. Processo Tributário. São Paulo: Quartier Latin, 2012, p. 103.] 
Jurisdição, consoante definição que lançamos em 2.I., é dever estatal que objetiva a composição de conflitos de interesses. Ali também registramos: é dever predominantemente cometido ao Poder Judiciário. O uso do vocábulo em destaque (predominantemente) é proposital: conquanto lhe seja típica, a atividade jurisdicional não é privativa do Poder Judiciário, servindo de exemplo para tal afirmação a atividade que é desenvolvida nos ambientes processuais de que vimos tratando nos itens anteriores, vale dizer, os denominados processos administrativos tributários. 
Partindo da brilhante definição do Prof. Paulo Conrado, pode-se concluir que, ao passo que a atividade jurisdicional objetiva a resolução de conflitos, e que não é atividade de competência exclusiva do Poder Judiciário, é seguro afirmar que a jurisdição pode - e deve - ser exercida nos tribunais administrativos.
Entretanto, no que se refere especificamente ao controle de legalidade da lei, tem-se que esta atividade não é de competência do tribunal administrativo. Definir se determinado decreto é ilegal ou inconstitucional não está na alçada do julgador administrativo, sendo atividade de competência exclusiva do Poder Judiciário.
Por fim, a decisão no processo administrativo não pode inovar no feito. O contribuinte detém o direito de impugnar os atos praticados pela autoridade tributária. Se, no ato do julgamento, a autoridade lançar mão de fato não constituído nos autos para agravar o lançamento, estaria configurando verdadeiro cerceamento de defesa do contribuinte, que se veria impossibilitado de contestar as alegações na via administrativa.
4. Qual a aplicabilidade do CPC/15 ao processo administrativo tributário? Os enunciados das súmulas vinculantes devem ser observados pela Administração Pública? E os demais enunciados das súmulas do STF em matéria constitucional e do STJ em matéria infraconstitucional? E os acórdãos em incidente de resolução de demandas repetitivas (vide art. 928, II, do CPC/15)? 
O CPC/15 tem uma função normativa-integrativa em relação ao processo administrativo tributário. Isso se depreende da leitura do art. 15 do código, que determina que “na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente”.Ou seja, sua função é a de completar os rumos do processo administrativo, quando for cabível.
No que se refere às súmulas vinculantes, enunciados dos tribunais superiores e acórdãos exarados em incidente de resolução de demandas repetitivas, tem-se que estes devem ser observados no processo administrativo tributário. É o que se pode concluir da leitura integrada dos arts. 15, 926, 927 e 928, CPC. Confira-se: 
Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente.
Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:
I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade;
II - os enunciados de súmula vinculante;
III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos;
IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional;
V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados.
Art. 928. Para os fins deste Código, considera-se julgamento de casos repetitivos a decisão proferida em: 
I - incidente de resolução de demandas repetitivas; 
II -recursos especial e extraordinário repetitivos.
Ou seja, sendo a legislação que rege o processo administrativo fiscal silente quanto à observância dessas súmulas e enunciados, aplica-se de forma subsidiária o CPC, conforme determinação do seu art. 15. Este, por sua vez, determina ser papel dos tribunais uniformizar a jurisprudência e replicar entendimentos exarados em sede de repetitivos ou súmulas vinculantes. Logo, pode-se concluir que, por aplicação subsidiária do CPC, é papel dos tribunais administrativos observarem os entendimentos prolatados nesses casos.
5.	A lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro é aplicada ao procedimento/processo administrativo fiscal? Quais as implicações da aplicação da LINDB no PAF? Analisar especificamente os artigos 24[footnoteRef:2] e 28[footnoteRef:3] da referida lei (vide ACÓRDÃOS DO CARF Nª 9202-006.996, 1301-003.284, 9101-003.839). A desconsideração de negócios jurídicos para requalificação dos efeitos tributários por consideração de inexistência de propósito negocial pode ensejar a aplicação do artigo 28 da LINDB? [2: . Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, quanto à validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa cuja produção já se houver completado levará em conta as orientações gerais da época, sendo vedado que, com base em mudança posterior de orientação geral, se declarem inválidas situações plenamente constituídas. ] [3: .Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro. 
] 
O parágrafo único do artigo 24 da LINDB trouxe inovações ao direito tributário. O referido dispositivo estipula que a revisão, quanto à validade de ato, levará em conta as orientações gerais da época. Em seguida, define que por orientações gerais, devem-se entender os atos normativos, as práticas reiteradas e a jurisprudência majoritária. A LINDB é aplicável ao Direito Tributário, pois é ramo do Direito Público e porque possui, de forma expressa em diplomas pertinentes (CTN, CF/88 etc.), aplicabilidade dos princípios de Direito que a nova LINDB veio racionalizar e dar maior concreção: segurança jurídica, irretroatividade, legalidade, isonomia e transparência.
Essa orientação surge com o admirável objetivo de garantir maior segurança jurídica ao ordenamento jurídico. A ideia é fazer com que o juízo administrativo passe a se responsabilizar por também unificar a jurisprudência pátria sobre determinado assunto, bem como a unicidade de critérios, o que trará maior clareza e segurança aos atos dos contribuintes.
Na verdade, o próprio CPC, de aplicação subsidiária ao processo administrativo fiscal, já fazia a previsão de que é necessário se buscar a uniformização de jurisprudência e de critérios a serem adotados pela administração pública. Ou seja, a regra geral prevista na LINDB já encontrava previsão na legislação de regência, não havendo óbice à sua aplicação.
Cumpre-se ressaltar que a observância do art. 24 da LINDB não é empecilho para a superação de jurisprudências ou para a imutabilidade de decisões administrativas. Na verdade, o intuito é o de ressaltar que essa superação deve observar as orientações gerais da época, de modo a se garantir que a tal superação veio por necessidade e com boa fundamentação,
Por fim, se entendido que o agente público cometeu erro grosseiro ao desconsiderar um negócio jurídico para requalificar os seus efeitos tributários, é plenamente possível a aplicação do art. 28 da LINDB. A sensação que se extraía de muitos atos fiscalizatórios é a de que a autoridade fiscal, ao menor sinal de dúvida, ainda que quase infundada, promovia a desqualificação do negócio jurídico para promover a consequente tributação.
O problema é que esse ato trazia enormes consequências ao contribuinte, ainda que saísse vitorioso daquela demanda. Isto porque o sujeito acabava por arcar com custas consideráveis para promover sua defesa administrativa (e até mesmo judicial, tendo em vista a questão do voto de qualidade no CARF), enquanto o agente público passava incólume por tudo. Assim, é louvável que referido dispositivo venha a ser aplicado no direito tributário, já que será usado como mecanismo para se buscar maior qualidade e zelo nos atos do agente público. 
6.	A existência de processo judicial e administrativo concomitantes implica renúncia às instâncias administrativas? (Vide anexos IV, V e VI).
A súmula nº 1 do CARF é clara ao determinar que a existência de processo judicial, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objetivo do processo administrativo, implica na renúncia às instâncias administrativas. Confira-se: “Súmula CARF nº 1. Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial”.
D
7. A Lei n° 13.988/2020 incluiu o art. 19-E na Lei nº 10.522/2002, cujo enunciado prescreve que “em caso de empate no julgamento do processo administrativo de determinação e exigência do crédito tributário, não se aplica o voto de qualidade a que se refere o § 9º do art. 25 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, resolvendo-se favoravelmente ao contribuinte.”. Tomando como base o dispositivo legal ora transcrito, responda:
1. A existência do chamado “voto de qualidade”, tal qual originalmente previsto no art. 25, § 9º, do Decreto nº 70.235/72, afrontava preceitos legais de hierarquia superior e/ou constitucionais? E a extinção desse expediente, imposto pela Lei nº 13.988/2020, pressupõe alguma violação a princípios constitucionais e/ou legais? Responder as questões cotejando os cânones constitucionais da igualdade, do devido processo legal, da presunção de inocência e da supremacia do interesse público, bem como o disposto no art. 112 do CTN.
Entende-se que a aplicação do voto de qualidade violava certos preceitos constitucionais. No direito penal, vigora o princípio do in dubio pro reo, que visa proteger a parte mais fraca da relação, equilibrando a relação entre Estado e cidadão. Entretanto, no tributário, quando uma causa era analisada por um corpo de especialistas (conselheiros do CARF) e havia um empate, se decidia CONTRA a parte mais fraca da relação. 
Ou seja, em uma situação em que o próprio corpo de especialistas teve dúvida em relação ao correto procedimento a ser aplicado em uma situação concreta, em caso de empate, o contribuinte era punido por ter “agido errado”, inclusive sofrendo com a aplicação de multas. A supremacia do interesse público não pode ser utilizada para se punir um contribuinteque, na pior das hipóteses, optou por caminho (de forma plausível e de boa fé) tido como incorreto pela autoridade fiscal.
Há, portanto, um conflito irremediável entre o voto de qualidade e o disposto no art. 112, CTN. Este último dispõe que em caso de dúvidas, deve-se aplicar a norma mais favorável ao contribuinte (não só na aplicação de multas, mas do próprio tributo). Entretanto, o voto de qualidade emitia mandamento no sentido completamente inverso, violando frontalmente o disposto no CTN.
1. A expressão “processo administrativo de determinação de crédito” abarca os processos que tenham sido originados da não homologação de declarações de compensação e do indeferimento de pedidos de ressarcimento/restituição de créditos? E os processos administrativos originados e autuações aduaneiras (pena de perdimento, por exemplo)?
O processo administrativo de determinação de crédito tributário abarca aqueles casos em que a existência do crédito tributário se baseia em auto de infração (ou notificação de lançamento) lavrado pela autoridade administrativa, além daqueles em que se discute infração tributária sem exigência de crédito.
8.	A Administração lavra contra determinado contribuinte auto de infração imputando duas condutas que resultaram em ausência de recolhimento de imposto. Em face do auto, o contribuinte se insurge contra apenas uma das imputações, mantendo-se inerte em relação à remanescente. Pode o Fisco segregar o auto de infração para cobrança da parte não expressamente impugnada?
Não. Lavrado o auto de infração, a autoridade fiscal deve aguardar o término da discussão para sua cobrança. Caso entendesse como necessário a cobrança autônoma das duas supostas infrações cometidas, deveria ter lavrado dois autos de infração - um para cada cobrança, como preceitua o art. 9, §4º, Decreto 70.235/72.
9.	Analise os acórdãos lavrados no RE nº 601.314 e na ADIN 2859 e responda, em relação à quebra de sigilo bancário: 
	a) Há diferença entre envio de Declaração de Movimentação Financeira (DIMOF), atual e-FINANCEIRA, pelos bancos à RFB, e a obtenção de extratos bancários pela RFB junto aos bancos, sem autorização judicial. (Vide anexos VII e VIII). 
O intuito da e-FINANCEIRA é o de auxiliar na identificação de prováveis irregularidades tributárias, evitando-se possíveis manobras no intuito de se sonegar tributos. Assim, as instituições financeiras devem comunicar à Receita as movimentações financeiras dos contribuintes, auxiliando na fiscalização dos tributos.
Da análise dos acórdãos propostos, pode-se concluir que a autoridade fiscal pode obter dados bancários sem decisão judicial, já que as informações fornecidas pelos bancos não se traduzem em quebra de sigilo, não encontrando proibição legislativa. Assim, não haveria diferença prática entre o envio da e-FINANCEIRA e a obtenção de extratos bancários pela Receita. 
	b) A declaração efetuada para fins de aproveitamento do Programa que recebeu o nome de “Regime Especial de Regularização Cambial e Tributária” – RERCT, criado pela Lei n. 13.254/16 está protegida pelo sigilo fiscal?
O Prof. Heleno Torres brilhantemente afirma que[footnoteRef:4]: [4: TORRES, Heleno Taveira. Programa de regularização de ativos lícitos no exterior e direitos à proteção da propriedade privada. ] 
A declaração do RERCT vê-se protegida pelo sigilo fiscal, como qualquer declaração de imposto sobre a renda. Só pode ser alcançada por decisão judicial que tenha outros motivos suficientes para autorizar alguma quebra de sigilo de dados, como ocorre em qualquer outro caso. Portanto, não corrobora com a verdade a alegação de haver alguma restrição a investigações. O que se afirma é a segurança jurídica em favor do declarante, para que a declaração de regularização não seja o “único indício ou elemento para efeitos de expediente investigatório ou procedimento criminal” (art. 4º, § 12 da Lei 13.254/2016). Logo, desde que persista motivos adicionais à DERCART para investigações pela Polícia Federal ou pelo Ministério Público, a DERCAT não será obstáculo, caso seja judicialmente quebrado o sigilo fiscal do contribuinte. Tudo conforme o art. 1º, §4º da Lei Complementar 105/2001.
Assim, pode-se concluir que a RERCT está protegida pelo sigilo fiscal.

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