Resenha de um dos textos de Michele Petit do livro Os jovens e a leitura uma nova perspectiva

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7. Resenha de um dos textos da bibliografia do curso 
Produzir uma resenha crítica acerca de um dos textos teóricos que serão, posteriormente, usados como fundamentação teórica do projeto (atividade individual). 
	Michele Petit em seu livro “Os jovens e a leitura: uma nova perspectiva” discursa sobre a importância da leitura na vida dos jovens. No prefácio da edição brasileira a autora comenta sobre a falta da literatura no nosso cotidiano e associa o fracasso escolar e universitário à falta de preparo/interesse com a cultura escrita. Ela comenta também sobre como as bibliotecas representam um lugar seguro e autônomo para o estudo e que contribuem para encaminhar as crianças, adolescentes e adultos no sentido mais do pensamento do que da violência, ela conclui comentando que “a leitura permite abrir um campo de possibilidades, inclusive onde parecia não existir nenhuma margem de manobra” (p. 13).
Seu livro foi dividido em quatro sessões: “As duas vertentes da leitura”, “O que está em jogo na leitura hoje”, “O medo do livro” e “O papel do mediador”. Neste trabalho de pesquisa, focaremos na segunda sessão “O que está em jogo na leitura hoje”.
Nesta sessão, a autora trata da influência da leitura na maneira que vemos o mundo, na construção de si mesmo, do pensar à própria existência e à própria vida e que também nos auxilia a "dar voz a seu sofrimento, dar forma a seus desejos e sonhos”. (p. 72) e levanta questões como:
“Por que ler é importante? Por que a leitura não é uma atividade anódina, um lazer como outro qualquer? Por que a escassa prática de leitura em certas regiões, bairros, ainda que não chegue ao iletrismo, contribui para torná-los [os jovens] mais frágeis?” “[...] de que maneira a leitura pode se tornar um componente de afirmação pessoal e de desenvolvimento para um bairro, uma região ou um país?” (p. 60)
	A literatura é portanto, como pontuado por ela, uma maneira de se ter acesso ao saber, aos conhecimentos formais, possibilitando o jovem de mudar o rumo de sua vida, em âmbitos educacional, profissional e pessoal. Para Petit, os jovens que têm interesse na literatura também têm mais curiosidade no mundo onde vivem, nas políticas sociais e na atualidade além de humanizar o leitor, que passa a conhecer experiências vividas de nossa época ou de épocas passadas a partir de personagens fictícios e histórias que podem tocar o leitor “[...] para além do parentesco, da localidade, da etnicidade.” (p. 95). Petit, comenta então que
“A leitura contribui assim para criar um pouco de “jogo” no tabuleiro social, para que os jovens se tornem um pouco mais atores de suas vidas, um pouco mais donos de seus destinos e não somente objetos do discurso dos outros. Ajuda-os a sair dos lugares prescritos, a se diferenciar dos rótulos estigmatizantes que os excluem, e também das expectativas dos pais ou dos amigos, ou mesmo que cada um deles acreditava, até então, que era o mais adequado para o definir.” ( p. 100)
Apesar dos pontos positivos, a autora comenta que não se pode sacralizar a leitura. Que existem leituras edificantes ou não ainda pontua sobre a existência de “tiranos letrados”, mas finaliza sua reflexão comentando que a literatura é uma atividade indispensável pois
“pode fazer com que a pessoa se torne um pouco mais rebelde e dar-lhe a ideia de que é possível sair do caminho que tinham traçado para ela, escolher sua própria estrada, sua própria maneira de dizer, ter direito a tomar decisões e participar de um futuro compartilhado, em vez de sempre se submeter aos outros. (p. 100)
Bibliografia: 
PETIT, Michele. “O que está em jogo na leitura hoje em dia”. In: ______ Os jovens e a
leitura: uma nova perspectiva. Trad. Celina Olga de Souza. São Paulo: Ed. 34,
2008.