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Adubos Orgânicos com Potencialidades para o Uso na Agricultura do Semiárido Brasileiro - José Roberto Sá

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Adubos orgânicos com potencialidades para o uso 
na agricultura do semiárido brasileiro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A2441 Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do 
semiárido brasileiro/Organizador: Sá, J. R. de. 
 
 ─ Campina Grande: EPTEC, 2020. 
 33 f.: il. color. 
 
 ISBN: 978-65-00-05036-3 
 
1. Fertilização orgânica. 2. Matéria orgânica. 3. Salinidade. I. 
Sá, José Roberto de. II. Título. 
CDU 63 
Os capítulos ou materiais publicados são de inteira responsabilidade de seus autores. 
As opiniões neles emitidas não exprimem, necessariamente, o ponto de vista do Editor responsável. 
Sua reprodução parcial está autorizada desde que cite a fonte. 
Créditos de Imagens da Capa 
José Roberto de Sá - Caprinos da Fazenda Experimental da FAEX-UVA 
 
Editoração, Revisão e Arte da Capa 
Paulo Roberto Megna Francisco 
 
Conselho Editorial 
Djail Santos (CCA-UFPB) 
Dermeval Araújo Furtado (CTRN-UFCG) 
George do Nascimento Ribeiro (CDSA-UFCG) 
Josivanda Palmeira Gomes (CTRN-UFCG) 
João Miguel de Moraes Neto (CTRN-UFCG) 
José Wallace Barbosa do Nascimento (CTRN-UFCG) 
Juarez Paz Pedroza (CTRN-UFCG) 
Lúcia Helena Garófalo Chaves (CTRN-UFCG) 
Luciano Marcelo Fallé Saboya (CTRN-UFCG) 
Paulo da Costa Medeiros (CDSA-UFCG) 
Paulo Roberto Megna Francisco (CTRN-UFCG) 
Soahd Arruda Rached Farias (CTRN-UFCG) 
Virgínia Mirtes de Alcântara Silva (CTRN-UFCG) 
 
Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 
 
3 
José Roberto de Sá 
(Organizador) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Adubos orgânicos com potencialidades para o uso 
na agricultura do semiárido brasileiro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.a Edição 
Campina Grande-PB 
2020 
 
 
Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 
 
4 
Realização 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apoio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 
 
5 
 SUMÁRIO 
 
Capítulo 1 ....................................................................................................................................................... 8 
Composição química de resíduos orgânicos caprino e bovino de Guaraciaba do Norte, CE .................................... 8 
Capítulo 2 ..................................................................................................................................................... 18 
Avaliação química de esterco caprino da fazenda experimental da UVA, Sobral, CE ............................................ 18 
Curriculum dos Autores ................................................................................................................................ 30 
Curriculum do Organizador .......................................................................................................................... 32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 
 
6 
Agradecimentos 
 
 
À Deus pelo dom da vida e proteção em toda nossa caminhada. Aos meus pais, Raimundo Celestino 
de Sá (in memoriam) e a minha mãe Maria de Fátima Sá (minha maior universidade mundial). 
À minha esposa Josefa Alves de Sá, aos meus filhos Roberto Richards de Sá e Arianne de Sá. 
Aos autores estudantes de Zootecnia da UVA, Luiz das Chagas Filho e Antônio Marcos Gonçalves 
Feijão e a Antônia Isabela Soares Ximenes graduada em irrigação pelo IFCE, Campus Sobral, que com 
muita dedicação e empenho trabalharam para a publicação deste livro. 
À professora Dra. Maria Cristina Martins Ribeiro de Souza e ao mestre Dimitri Matos da Silva pela 
dedicação e parceria em apoio e realização das determinações analíticas dos estercos no laboratório de 
Fertilidade do solo do IFCE Campus Sobral, Ceará. 
À Coordenação do curso de Zootecnia/CCAB/Campus da Betânia/UVA e aos professores(as) do 
colegiado de curso pelo total apoio no desenvolvimento das atividades apresentadas ao colegiado. 
Ao agricultor da Fazenda Experimental da UVA – FAEX/UVA, Lourival Vieira da Silva e sua esposa 
dona Selma. 
Ao editor chefe Paulo Megna da Editora EPTEC, que com muito entusiasmo e dedicação nos levou 
a publicação deste livro. 
Ao professor Lourival Ferreira Cavalcante, por sempre ser disponível às vezes que o procuro para 
discutir alguns temas nos meus momentos necessários de complementos científicos. 
 
 
José Roberto de Sá 
Professor Adjunto I 
 Setor de Estudo de Solos 
Curso de Zootecnia 
UVA/CCAB/Sobral/Ceará 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 
 
7 
Prefácio 
 
 
Esta obra de autoria da profissional em Irrigação Antônia Isabela Soares Ximenes, dos estudantes 
Luiz das Chagas Filho e Antônio Marcos Gonçalves Feijão, dos professores(a) José Roberto de Sá, Maria 
Cristina Martins Ribeiro de Souza, Dimitri Matos da Silva e Eliane Minervina de Castro, descreve de 
maneira didática e acessível aos estudantes de graduação, pós-graduação, técnicos e agropecuaristas, a 
importância da determinação analítica dos estercos para o uso dos mesmos nos cultivos agrícolas e 
plantas forrageiras. 
Além da preocupação dos autores com o pouco conhecimento dos agricultores e pecuaristas sobre 
a natureza e reações da matéria orgânica no solo, nesta publicação, os autores dão ênfase a importância 
em conhecer a caracterização química dos adubos orgânicos para uma tomada de decisão em sua 
aplicação ao solo, de forma a não causar danos ao solo e aos demais fatores de produção e suprimento 
das exigências nutricionais das plantas. 
Um dos maiores desafios para o desenvolvimento sustentável do Semiárido brasileiro é 
apresentar aos agropecuaristas opções de uso conscientes dos recursos internos dentro dos seus 
imóveis rurais, na tentativa de favorecer suas necessidades econômicas sem degradar o ambiente. 
Assim, neste livro serão encontradas informações sobre as concentrações de nutrientes, teores de sódio 
trocável, relação C/N, condutividade elétrica e percentagem de sódio trocável nos estercos, que são os 
atributos químicos de grande importância para o manejo dos adubos ou fertilizantes orgânicos nos solos 
da agropecuária do semiárido do Nordeste brasileiro. 
 
 
 
José Roberto de Sá 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 
 
8 
 
Capítulo 1 
 
Composição química de resíduos orgânicos caprino e 
bovino de Guaraciaba do Norte, CE 
 
 
Luiz Das Chagas Filho1 
José Roberto de Sá2 
Maria Cristina Martins Ribeiro de Souza3 
 Dimitri Matos Silva4 
Eliana Minervina de Castro5 
Antônia Isabela Soares Ximenes6 
Antônio Marcos Gonçalves Feijão7 
 
 
1Graduando em Zootecnia, luizgbafilho@gmail.com 
2Professor Dr. Adjunto I, Setor de Estudo de Solos/CCAB/UVA, Campus da Betânia, sajrobert@yahoo.com.br 
3Professora Dra. do Eixo Recursos Naturais do Instituto Federal do Ceará, Campus de Sobral, Ceará, 
cristina2009@ifce.edu.br 
4Msc. em Solos e Nutrição de Plantas, Técnico do Laboratório de Análises de Solo e Água para Irrigação, IFCE, 
Campus Sobral, dimitri.silva@ifce.edu.br 
5Professora do Setor de Estudo em Aquicultura/CCAB/UVA/Campus da Betânia, Sobral, CE, 
elianezootecnia@gmail.com6Graduada em Irrigação, isabelaximenes52@gmail.com 
7Graduando em Zootecnia/UVA, gonsal817@gmail.com 
 
 
RESUMO: Os fertilizantes orgânicos são utilizados na agricultura, como alternativa para melhorar os 
atributos físicos, químicos do solo e promover o crescimento das plantas. Objetivou-se com este trabalho 
avaliar a composição química de dois estercos: caprino e bovino. A coleta dos estercos foi realizada no 
sítio Várzea Redonda Guaraciaba do Norte, CE. Foram retiradas seis amostras simples dos estercos em 
diferentes pontos dos currais para obter uma amostra composta. Os atributos químicos determinados 
foram: carbono orgânico, P, K e Na. Calculou-se os teores de matéria orgânica, Nitrogênio Total (NT), 
relação C/N e relação C/P. Os estercos apresentaram baixo teor de sódio, elevados teores de matéria 
orgânica, N, P, K, Ca, Mg o que confere potencial de uso na agricultura como adubo orgânico. A relação 
C/N é considerada como ideal para a mineralização de N, não favorecendo a imobilização. O esterco 
bovino apresentou elevada relação C/P o que resulta em menor disponibilidade de P no solo comparado 
ao esterco caprino. 
PALAVRAS-CHAVES: fertilização orgânica, matéria orgânica, salinidade. 
 
ABSTRACT: The organic fertilizers are used in Agriculture, as an alternative to improve the physical 
and chemical attributes of soil, and promote the plants growth. The objective of this work was to 
evaluate the chemical composition of two manures: goat and cattle. The collection of the manure took 
place at the Várzea Redonda small farm, Guaraciaba do Norte, CE. Six simple samples were taken from 
the manure at different points of the pens, to obtain a composite sample. The chemical attributes 
determined were: organic carbon, P, K and Na. The contents of matter, Total Nitrogen (NT), C/N ratio 
and C/P ratio were calculated. The manures presented low sodium content, high levels of organic 
matter, N, P, K, Ca, Mg which confers potential for use in agriculture as organic fertilizer. The C/N ratio 
is considered ideal for N mineralization, not favoring immobilization. Cattle manure presented high C/P 
ratio which results in lower P availability in soil, compared to goat manure. 
Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 
 
9 
KEY-WORDS: organic fertilization, organic matter, salinity. 
INTRODUÇÃO 
 
 A degradação dos solos do semiárido do 
Nordeste brasileiro é caracterizada pela perda 
de matéria orgânica que tem como 
consequência indesejável, baixa CTC, baixa 
disponibilidade de nutrientes, destruição dos 
agregados e baixas atividades dos 
microrganismos (SAHRAWAT, 2016). 
No Nordeste brasileiro são utilizados 
fertilizantes orgânicos como fontes de 
nutrientes na adubação do solo, destacando-se 
os estercos provenientes da criação de animais, 
restos de culturas vegetais, como palhas e podas 
de leguminosas. Nestes resíduos são 
encontrados nutrientes essenciais às plantas, 
sendo necessário um manejo adequado desses 
resíduos para evitar possíveis contaminações e 
imobilização de nutrientes disponíveis no solo 
pelos microrganismos (DUTRA et al., 2012). 
A decomposição de resíduos orgânicos é 
um processo de grande importância para 
conhecer sua ciclagem de nutrientes e sua 
dinâmica, condicionando maior compreensão 
para incorporar resíduos orgânicos no solo e 
viabilizar nutrientes disponíveis às plantas. O 
conhecimento da ciclagem dos nutrientes nos 
agroecossistemas possibilita sua utilização mais 
eficiente pelas culturas e na redução dos 
impactos negativos ao ambiente (SOUTO et al., 
2013). 
Para recuperar solos degradados, uma 
prática promissora é a adição de resíduos 
orgânicos que trazem benefícios aos atributos 
físicos, químicos e biológicos. Nesta condição é 
importante conhecer a composição química dos 
estercos e seu potencial em disponibilizar 
nutrientes no solo para as plantas os 
absorverem. 
Portanto, este trabalho objetiva 
caracterizar alguns atributos químicos dos 
estercos e avaliar seu potencial como 
fertilizantes orgânicos para cultivos agrícolas 
do semiárido do Nordeste brasileiro. 
 
REFERENCIAL TEÓRICO 
 
Fertilizantes ou adubos orgânicos na 
agricultura do semiárido do Nordeste 
brasileiro 
 
A região semiárida do Nordeste possui 
uma alta variabilidade ambiental, em termos de 
solo, clima, vegetação e relevo, formando um 
mosaico de ecossistemas únicos, os quais 
requerem conhecimento específico para o seu 
manejo. Apresenta um índice pluviométrico de 
300-800mm anuais, as chuvas são irregulares e 
de curto período (3-4 meses) e caracterizada 
pela alta evapotranspiração e radiação solar, 
com temperatura média de 26-28°C e baixa 
umidade (COSTA et al., 2011; ANDRADE et al., 
2013). 
Os sistemas de cultivo agrícola no 
semiárido do Nordeste brasileiro são 
caracterizados pela contínua retirada da 
produção sem práticas que reponham os 
nutrientes retirados pelas plantas, o que causa 
deterioração das características físicas, 
químicas e biológicas dos solos em decorrência 
da redução dos teores de matéria orgânica e dos 
nutrientes (PEREZ-MARIN et al., 2006). 
O desmatamento e o aumento da 
exploração agrícola vêm reduzindo 
Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 
 
10 
significativamente as coberturas florestais, 
provocando degradação do bioma Caatinga e 
diminuindo a fertilidade do solo. Esta redução 
dos teores de nutrientes do solo é causada pela 
erosão e pela exportação dos nutrientes dos 
produtos agrícolas e da pecuária A utilização de 
esterco é uma solução amplamente adotada 
para o suprimento de nutrientes, tais como N, P 
e K nos solos da região semiárida (FRAGA & 
SALCEDO, 2004). 
Inicialmente deve-se conhecer a 
composição química dos estercos que é variável 
e influenciado por vários fatores, como a espécie 
animal, a raça, a idade, a alimentação, o material 
utilizado como cama, o índice de 
aproveitamento de nutrientes da ração pelos 
animais, dos produtos veterinários fornecidos 
aos animais, além de outros fatores (TEDESCO 
et al., 2008). 
 Para um manejo eficiente de estercos 
utilizados na adubação de cultivos agrícolas é 
necessário conhecer a dinâmica de 
mineralização/imobilização dos nutrientes por 
meio da relação C/N dos resíduos, buscando 
promover um equilíbrio na sincronização da 
disponibilidade de nutrientes no solo com a 
demanda pelas culturas, controlando a 
imobilização ou a rápida mineralização de 
nutrientes durante os períodos de maior ou 
menor exigência nutricional das plantas 
(FIGUEIREDO et al., 2012) 
 Silva et al. (2010), constataram que o 
aumento do custo dos fertilizantes minerais e a 
crescente poluição ambiental fazem do uso de 
resíduos orgânicos na agricultura uma opção 
atrativa do ponto de vista econômico, em razão 
da ciclagem de C e nutrientes. A adubação 
orgânica não só incrementa a produtividade, 
mas também produz plantas com características 
qualitativas melhores que as cultivadas 
exclusivamente com adubos minerais podendo, 
portanto, exercer influência sobre a qualidade 
nutricional das plantas (SILVA et al., 2011). 
As tecnologias impostas pela produção 
vegetal intensiva, advindas da revolução verde, 
tornam os agricultores, principalmente os de 
âmbito familiar, cada vez mais, dependentes de 
insumos externos a propriedade, como por 
exemplo, fertilizantes químicos. No entanto, no 
semiárido do Nordeste brasileiro é muito 
reduzido devido aos custos dos fertilizantes e ao 
risco proporcionado pela variabilidade do 
regime de chuvas. Nessas condições, o manejo 
da fertilidade do solo da região depende 
principalmente do manejo da matéria orgânica. 
Comumente para aumentar a produção é usado 
o esterco como fertilizante ou adubo orgânico 
para o suprimento de N e P nos solos (MENEZES& SILVA, 2008). 
 Várias fontes de adubos orgânicos são 
utilizadas nos cultivos agrícolas, 
proporcionando melhorias no solo e redução 
nos custos de produção. A adubação orgânica, 
utilizada como melhoradora da fertilidade do 
solo também resulta em incremento da matéria 
orgânica e da atividade biológica do solo, além 
da adubação verde a prática com maior 
destaque dos adubos orgânicos mais utilizados 
na agricultura nordestina é o esterco, 
especialmente ovino, caprino e bovino, porém 
sua eficiência depende do grau de 
decomposição, da origem do material, da 
dosagem empregada e até da sua aplicação no 
solo (BULLUCK et al., 2002; SILVA et al., 2005). 
Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 
 
11 
METODOLOGIA 
 
 A coleta dos estercos foi realizada no dia 
11 de junho de 2019 no sítio Várzea Redonda, 
localizado ao sudoeste do município de 
Guaraciaba do Norte, Serra da Ibiapaba, CE. 
Procedeu-se a coleta dos estercos do rebanho 
caprino e bovino com diferentes faixas etárias, 
mantidos em sistema extensivo com regime 
alimentar 100% da pastagem nativa, composta 
por herbáceas e algumas gramíneas no período 
chuvoso e arbustos no período seco. 
 Foram retiradas seis amostras simples do 
esterco caminhando em ziguezague em 
diferentes pontos da área dos currais (Figuras 
1A e B) para obter uma amostra composta de 
0,5 kg, sendo feito a homogeneização das 
mesmas e em seguida foi encaminhada ao 
Laboratório de Análise do Solo e Água para 
Irrigação do IFCE, Campus Sobral – CE. As 
amostras foram secas ao ar livre e passadas na 
peneira de 2mm de malha (Figuras 1C e D) para 
a determinação de carbono orgânico (CO), 
teores de P, K+ e Na+. Os teores de Ca2+ e Mg2+ 
não foram possíveis serem determinados, sendo 
estimados pela fórmula 10 x CE – Na+. 
 O carbono orgânico dos estercos foi 
quantificado por oxidação da matéria orgânica 
(MO) via úmida, empregando-se solução de 
dicromato de potássio em meio sulfúrico, com 
fonte externa de calor. Pela determinação de 
carbono orgânico determinou-se a matéria 
orgânica dos estercos caprino e bovino 
multiplicando pelo fator 2,05 conforme Pascual 
et al. (1997), que consideram esse fator mais 
adequado para o cálculo de matéria orgânica em 
resíduos orgânicos. 
O nitrogênio total (NT) foi calculado pelo 
teor de matéria orgânica multiplicado pelo fator 
0,05 por considerar que a matéria orgânica 
humificada do solo contém 5% de nitrogênio 
(TOMÉ JR., 1997). Os teores de Na e K foram 
extraídos com o extrator Mehlich-1, sendo 
determinado em fotômetro de chama 
(TEIXEIRA et al., 2017). O P foi extraído com a 
solução extratora de Mehlich-1 constituída por 
HCl 0,05 mol L-1 + H2SO4 0,0125 mol L-1 e 
determinado por espectrofotometria visível, 
com leitura da transmitância, usando filtro de 
880 nm (TEIXEIRA et al., 2017). 
 Os teores disponíveis de P e K em mg dm-
3 foram convertidos para os teores totais que 
correspondem aos teores nas formas totais 
pesados em uma alíquota de esterco na unidade 
(g kg-1). A relação C/N e a relação C/P foram 
obtidas por meio dos teores de carbono 
orgânico e nitrogênio total. Os teores de 
carbono orgânico em dag kg-1 e os teores de P 
(mg dm-3) foram convertidos em g kg-1. Os 
teores de nitrogênio total também foram 
expressos em g kg-1. 
Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 
 
12 
 
Figura 1. Coleta dos estercos nos currais de bovinos e caprinos, sítio Várzea Redonda, Guaraciaba do 
Norte, CE (A e B), entrega e pesagem dos estercos bovino e caprino no laboratório de análise de solo e 
água para irrigação, Instituto Federal do Ceará - IFCE, campus Sobral, CE (C e D). 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
Os valores de carbono orgânico (CO), 
matéria orgânica (MO), nitrogênio total (NT), P, 
K, Ca + Mg, Na, a relação C/N e C/P dos estercos 
caprino e bovino são apresentados na Tabela 1. 
Pelos resultados obtidos, observa-se que o 
carbono orgânico dos estercos caprino e bovino 
de 319,73 g kg-1 e 304,92 g kg-1, correspondendo 
a 31,97 e 30,49 dag kg-1 são considerados como 
muito alto, respectivamente. 
No esterco caprino e bovino é encontrado 
o teor de 551,22 g kg-1 e 525,68 g kg-1 de matéria 
orgânica equivalente a 55,12 dag kg-1 e 52,57 
dag kg-1 respectivamente (Tabela 1), tais 
resultados são confirmados por Sobral et al. 
(2015). Souto et al. (2013), ao avaliarem 
amostras de estercos caprino e bovino, 
oriundos de animais criados em sistema 
extensivo no sertão do Estado da Paraíba 
observaram um teor de 359,6 g kg-1 equivalente 
a 35,96 dag kg-1 e 202,4 g kg-1 equivalente 20,24 
dag kg-1 de carbono orgânico respectivamente. 
Os autores ainda observaram maior teor de 
carbono orgânico no esterco caprino e menor 
teor de carbono orgânico no esterco bovino em 
comparação aos estercos de caprino e bovino 
dos animais criados no Sítio Várzea Redonda, 
Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 
 
13 
município de Guaraciaba do Norte, Ceará. 
 A diferença nos valores de matéria 
orgânica dos estercos de origem animal resulta 
do processo de compostagem, processo de 
estabilização biológica e alimentação dos 
animais geradores destes resíduos, devendo-se 
levar em consideração também o fator utilizado 
no cálculo da matéria orgânica, neste caso o 
estudo do esterco caprino foi utilizado o fator 
2,05 considerado o mais adequado para o 
cálculo de matéria orgânica em resíduos 
orgânicos (PASCUAL et al., 1997). 
O teor estimado de nitrogênio total 
calculado pelo teor de matéria orgânica do 
esterco caprino em estudo é de 32,78 g kg-1 e no 
esterco bovino foi de 31,25 kg-1, cujos teores são 
considerados muito alto, sendo maior no 
esterco caprino (Tabela 1). Tal concentração de 
N pode ser explicada pela alimentação dos 
animais com alimentos de forragem oriundas de 
plantas ricas em proteínas (leguminosas) 
encontradas na localidade do estudo. Os 
elevados teores de nitrogênio total nos estercos 
caprino e bovinos indicam que os estercos 
podem atuar como fonte imediata de N às 
plantas. 
 A aplicação dos estercos deve ser feita 
com cuidado, devendo-se levar em consideração 
as doses a serem adicionadas ao solo, a textura 
do solo e a forma de aplicação, para evitar a 
lixiviação de amônio e nitrato, sendo necessário 
estudar as doses ideais dos estercos para ser 
incorporados ao solo, evitando concentrações 
além da exigência das culturas. Souto et al. 
(2013), ao avaliarem amostras de esterco 
caprino e bovino, observaram teores de 16,63 g 
kg-1 e 7,53 g kg-1 de N, cujos teores foram 
considerados pelos autores como muito 
elevados, podendo essa concentração de N no 
esterco caprino ser explicado provavelmente 
pela habilidade desses animais na seleção de 
alimentos. O nitrogênio total obtido nas 
amostras de estercos caprino e bovino dos 
animais criados no Sítio várzea redonda do 
município de Guaraciaba do Norte, CE por 
serem mais ricos em N apresentam menor 
relação C/N em comparação a relação C/N dos 
estercos caprino e bovino dos animais criados 
no sertão do Estado da Paraíba. 
 Os teores disponíveis de P, K, Ca + Mg dos 
estercos caprino e bovino são considerados 
muito altos (Tabela 1). Os teores de P obtido do 
esterco caprino em estudo é de 2.369 mg dm-3 
disponível corresponde a forma total de 2,37 g 
kg-1 de P, e o esterco bovino de 380, 75 mg dm-3 
de P disponível equivale a forma de P total a 
0,380 g kg-1 são inferiores aos teores totais de P 
obtidos por Souto et al. (2013) ao avaliarem 
amostras de estercos caprino e bovinos criados 
em sistema extensivo no sertão do Estado da 
Paraíba, ao observarem um teor total de 2,57 g 
kg-1 de P no esterco caprino e 1,12 g kg-1de P no 
esterco bovino. 
A explicação sobre a inferioridade do P 
nos estercos caprino e bovino em relação aos 
obtidos por Souto et al. (2013) pode ser devido 
ao regime alimentar na criação extensiva dos 
animais no Sítio Várzea Redonda do município 
de Guaraciaba do Norte, onde se alimentam de 
pastagens nativas da Caatinga em solos mais 
rico em cálcio, precipitando os íons fosfatos, ou 
pelos baixos teores de P disponível no solo 
produzindo plantas forrageiras com teores 
inadequados causando deficiência de P nas 
Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 
 
14 
plantas ou devido ao tipo de pastagem, a idade 
dos animais, época de pastejo e a não 
complementação dos alimentos concentrados 
com suplementos minerais rico em P onde 
promoveu menor concentração de P nos 
estercos produzidos pelos caprinos e bovinos. 
Os valores dos teores de k+ e Ca2+ + Mg2+ 
são considerados muito alto nos estercos 
caprino e bovino. As formas disponíveis totais 
de K, Ca + Mg obtidas no esterco caprino é de 
21,42 mg dm-3 e 75,78 cmolc dm-3 e no esterco 
bovino de 1.320 mg dm-3 e 140,98 cmolc dm-3, 
segundo os critérios de interpretação dos teores 
disponíveis (AQUINO et al., 1993; SOBRAL et al., 
2015). 
Os resultados das análises amostrais do 
esterco caprino observa-se que o teor de K 
disponível 21,42 mg dm-3 equivale a 0,021g kg-1 
de K total e no esterco bovino o teor de K 
disponível 1.320 mg dm-3 equivale a 1,32 g kg-1 
de K, inferior apenas no esterco caprino e 
superior no esterco bovino ao confrontar com 
os resultados obtidos por Souto et al. (2013), 
que ao analisarem amostras de estercos caprino 
e bovinos de animais criados no sertão do 
Estado da Paraíba em sistema extensivo, 
observaram o teor total de 0,59 g kg-1.e 1,13 g 
kg-1 de K para os estercos respectivamente. O 
resultado obtido das análises das amostras dos 
estercos caprino e bovino reforça a 
recomendação da utilização dos estercos como 
fertilizantes orgânicos para suprir a demanda 
nutricional das plantas, além de favorecer as 
propriedades química, físicas e biológicas do 
solo. 
A relação C/N dos estercos caprino e 
bovino de 10/1 (Tabela 1) reflete uma rápida 
decomposição do esterco que pode liberar 
rapidamente o nitrogênio no solo prontamente 
para as plantas absorverem. Os estercos 
apresentam valor da relação C/N, que favorece 
uma rápida mineralização indicando maior 
potencial de suprimento de N a partir da 
decomposição desses estercos. No entanto, 
doses altas incorporadas ao solo disponibiliza 
excesso de N que pode promover contaminação 
do lençol freático devido à lixiviação do nitrato, 
dependendo da textura do solo e da frequência 
de aplicação. Por outro lado, a aplicação de 
resíduos orgânicos com relação C/N alta resulta 
em imobilização temporária de N pelos 
microrganismos do solo. Os estercos estudados 
caprino e bovino com relação C/N 10/1 não 
altera o equilíbrio microbiológico do solo, não 
promovendo imobilização de N, tais 
observações são corroboradas por Teixeira et 
al. (2011) ao constatarem que, quando a relação 
C/N de um resíduo orgânico for acima de 30/1, 
ocorrerá o predomínio da imobilização do N na 
biomassa microbiana, e que quando a relação 
C/N for abaixo de 30/1 predomina a 
mineralização. 
 A relação C/N dos estercos caprino e 
bovino obtida neste trabalho é menor que a 
relação C/N dos estercos caprino e bovino 
encontrada por Souto et al. (2013) ao avaliarem 
amostras de estercos caprino e bovino de 
animais criados no sertão do Estado da Paraíba 
em sistema extensivo, onde observaram relação 
C/N de 21/1 e 27/1, respectivamente. A 
explicação da menor relação C/N encontrada 
nos estercos caprino e bovino em estudo 
quando comparada a relação C/N obtida por 
Souto et al. (2013) é explicada pelo maior teor 
Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 
 
15 
de N encontrados nos estercos caprino e bovino 
dos animais criados em sistema extensivo no 
sítio Várzea Redonda, município de Guaraciaba 
do Norte, CE. 
A relação C/P do esterco caprino de 135 e 
a relação C/P do esterco bovino de 800 (Tabela 
1) reflete uma rápida decomposição do esterco 
caprino que apresenta baixo valor da relação 
C/P sendo mais facilmente decomposto, 
predominando a mineralização, promovendo 
maior velocidade de disponibilidade de P no 
solo. No entanto, o esterco bovino que apresenta 
elevada relação C/P superior a 300, favorece a 
imobilização de P inorgânico do solo pelos 
microrganismos reduzindo a disponibilidade de 
P no solo temporariamente causando 
deficiência de P disponível no solo às plantas. 
As observações sobre os valores da relação C/P 
são explicados por Maluf et al. (2015), ao 
constatarem que os processos de mineralização 
e imobilização do fósforo são regulados pela 
relação C/P, onde valores superiores ou iguais a 
300 tende à imobilização e valores menores que 
200 favorecem a mineralização. 
 
Tabela 1. Composição química dos estercos caprino e bovino dos animais criados em sistema extensivo 
no sítio Várzea Redonda do município de Guaraciaba do Norte, Serra da Ibiapaba, CE, 2019 
Esterco Caprino 
CO MOEC NT P K Ca + Mg Na C/N C/P 
...............dag Kg-1............ g kg-1 ........mg dm-3............. ......Cmolc dm-3.......... 
 31,97 55,12 32,78 2.369 2.142 75,78 6,22 10/1 135 
Esterco Bovino 
CO MOEB NT P K Ca + Mg Na C/N C/P 
...............dag Kg-1............ g kg-1 .............mg dm-3........ ......Cmolc dm-3.......... 
 30,49 52,57 31,25 380,75 1.320 140,80 1,30 10/1 800 
CO = Carbono orgânico; MOEC = Matéria orgânica do esterco caprino; MOEB = Matéria orgânica do esterco bovino; 
NT = Nitrogênio total; C/N = Relação Carbono/Nitrogênio; C/P = Relação Carbono/Nitrogênio. 
 
CONCLUSÕES 
 
A caracterização química dos estercos 
apresentou baixo teor de sódio, elevados teores 
de MO, N, P, K, Ca e Mg, o que confere potencial 
de uso na agricultura, na implementação de 
capineiras e na preparação de viveiros como 
adubo orgânico. 
O baixo valor da relação C/N dos estercos 
favorece a rápida mineralização de N. O esterco 
bovino apresentou elevada relação C/P o que 
resulta em menor disponibilidade de P no solo 
em relação ao esterco caprino. 
 
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Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 
 
18 
Capítulo 2 
 
 
Avaliação química de esterco caprino da fazenda experimental da 
UVA, Sobral, CE 
 
 
Antônia Isabela Soares Ximenes1 
José Roberto de Sá2 
Maria Cristina Martins Ribeiro de Souza3 
Dimitri Matos Silva4 
Luiz Das Chagas Filho5 
Antônio Marcos Gonçalves Feijão6 
Eliana Minervina de Castro7 
 
 
1Graduada em Irrigação, isabelaximenes52@gmail.com 
2Professor Dr. Adjunto I, Setor de Estudo de Solos/CCAB/UVA, Campus da Betânia, sajrobert@yahoo.com.br 
3Graduando em Zootecnia, luizgbafilho@gmail.com 
4Professora Dra. do Eixo Recursos Naturais do Instituto Federal do Ceará, Campus de Sobral, Ceará, 
cristina2009@ifce.edu.br 
5Mestre em Solos e Nutrição de Plantas, Técnico do Laboratório de Análises de Solo e Água para Irrigação, IFCE, 
Campus Sobral, dimitri.silva@ifce.edu.br 
6Graduando em Zootecnia/UVA, gonsal817@gmail.com 
7Professora do Setor de Estudo em Aquicultura/CCAB/UVA/Campus da Betânia, Sobral, CE, 
elianezootecnia@gmail.com 
 
 
RESUMO: A utilização de estercos como fonte de nutrientes é de fundamental importância na 
recuperação e manutenção da fertilidade dos solos, principalmente no semiárido do Nordeste brasileiro. 
Objetivou-se com este trabalho avaliar a composição química do esterco caprino. A coleta do esterco 
caprino foi realizada na fazenda experimental da UVA – FAEX. O estudo teve como objetivo avaliar a 
composição química do esterco caprino de uma esterqueira da Fazenda Experimental da Universidade 
Estadual Vale do Acaraú, Sobral, Ceará. Procedeu-se coleta do esterco caprino do rebanho com 
diferentes faixas etárias, mantidos em sistema semi-intensivo com regime alimentar composto por 90% 
de volumoso, principalmente capim Tifton 85 (Cynodon spp.) e espécies nativas da caatinga, sendo 
retiradas seis amostras simples do esterco em diferentes pontos da esterqueira para obter uma amostra 
composta de 0,5 kg, após homogeneização das mesmas em seguida foi encaminhada ao laboratório de 
fertilidade do solo do IFCE, campus de Sobral para a determinação do pH, carbono orgânico (CO), 
matéria orgânica do esterco caprino (MOEC), P, K, Ca, Mg, Na, Al, H+Al e calculados os valores da Soma 
de bases (S), capacidade de troca de cátions (CTC pH 7,0), Saturação por bases (V), Percentagem de sódio 
trocável (PST), Condutividade elétrica (CE), Nitrogênio total (NT) e relação C/N. No cálculo da matéria 
orgânica foi utilizado o fator 2,05 considerado o mais adequado para o cálculo de matéria orgânica em 
resíduos orgânicos. O NT foi obtido através do teor de matéria orgânica multiplicado pelo fator 0,05. Os 
resultados obtidos foram: pH (água 1:2,5) = 8,6; CO = 231gkg-1; MOS. = 474,55 gkg-1; relação C/N= 10; 
NT = 23,677 gkg-1; K = 23,35 cmolc dm-3; Ca = 9,65 cmolcdm-3; Mg = 0,35 cmolcdm-3; Na= 4,783 cmolc 
dm-3; P (Mehlich) = 114 mg dm-3; Al3+ = 0,0; (H+Al) = 1,55 cmol cdm-3; S = 38,133 cmol cdm-3; CTCpH7,0 
= 39,683 cmol cdm-3; V(%) = 96; PST(%) = 12 e CE = 0,08 dSm-1. Pela interpretação da análise química 
do esterco caprino, observou-se elevados teores de matéria orgânica, fósforo, potássio e cálcio, baixo 
teor disponível de magnésio, baixa condutividade elétrica, ausência de acidez trocável e alta 
percentagem de sódio trocável. O esterco caprino pode ser utilizado como fertilizante orgânico, contudo, 
é necessário levar em consideração as práticas de cultivos e escolhas das culturas tolerantes ao teor de 
sódio trocável principalmente no preparo de mudas. 
PALAVRAS-CHAVE: ciclagem de nutrientes, matéria orgânica, mineralização, nitrogênio total. 
 
Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 
 
19 
ABSTRACT: Chemical characterization of goat manure from UVA - Experimental Farm, Sobral, CE. The 
utilization of manure as a source of nutrientes have fundamental importance for the recovery and 
maintance of the soil fertility, especially in the semiarid region of brazilian Northest. This study has the 
objetive of analyze the chemical compostion of the goat manure. The goat manure was collect at the 
Experimental Farm from the State University Vale do Acaraú (UVA), Sobral, Ceará. Proceeding the collect 
of goat manure from the herd with different age groups, kept in a semi-intensive system with 90% 
roughage, mainly tifton grass 85 (Cynodon spp.) and native caatinga species, and six simple samples were 
taken. from the dunghill at different pointsof the manure, to obtain a 0.5 kg composite sample after 
homogenization and then, it was sent to the IFCE (Federal Institute of Ceará) soil fertility laboratory, on 
Sobral campus, for the determination of pH, organic carbon (CO), goat manure organic matter (MOEC), 
P, K, Ca, Mg, Na, Al, H + Al and the calculated values of Sums of Bases (S), Cation Exchange Capacity (CTC 
pH 7,0), Base Saturation (V), Exchangeable sodium percentage (ESP), Electrical conductivity (EC), Total 
nitrogen (TN) and C/N ratio. In the calculation of organic matter, it was used the factor 2.05, considered 
the most suitable for the calculation of organic matter in organic waste. The NT was obtained through 
the organic matter contente, multiplied by the factor 0,05. The obtained results were: pH (water 1:2,5) 
= 8,6; CO = 231gkg-1; MOS. = 474,55 gkg-1; relation C/N= 10; NT = 23,677 gkg-1; K = 23,35 cmolc dm-3; Ca 
= 9,65 cmolc dm-3; Mg = 0,35 cmolc dm-3; Na= 4,783 cmolc dm-3; P (Mehlich) = 114 mg dm-3; Al3+ = 0,0; 
(H+Al) = 1,55 cmolc dm-3; S = 38,133 cmolc dm-3; CTCpH7,0 = 39,683 cmolc dm-3; V(%) = 96; PST(%) = 
12 e CE = 0,08 dSm-1. The interpretation of the chemical analysis of goat manure, showed high levels of 
organic matter, phosphorus, potassium and calcium, low available magnesium content, low electrical 
conductivity, absence of exchangeable acidity and high percentage of exchangeable sodium. Goat 
manure can be used as an organic fertilizer, however, it is necessary to take into account cultivation 
practices and crop choices tolerant to exchangeable sodium content especially in seedling preparation. 
Keywords: nutrient cycling, organic matter, mineralization, total nitrogen. 
 
INTRODUÇÃO 
 
A incorporação de estercos nos solos do 
semiárido do Nordeste brasileiro é uma das 
alternativas de grande importância para elevar 
a fertilidade do solo favorecendo maior 
capacidade de disponibilizar nutrientes às 
plantas, especificamente os dois 
macronutrientes mais exigidos pelas plantas, o 
nitrogênio e fósforo. Essa prática é muito viável 
nas áreas de agricultura familiar devido tornar 
os solos mais produtivos, quando os seus 
atributos físicos são adequados aos cultivos 
agrícolas. A reciclagem de nutrientes através da 
utilização de resíduos orgânicos nas 
propriedades tem como finalidade controlar a 
degradação ambiental, e reduzir os custos com 
fertilizantes sintéticos (MENEZES & SALCEDO, 
2007; HIGASNIKAWA et al., 2010). 
Apesar do reconhecimento dos efeitos 
positivos dos resíduos orgânicos sobre os 
atributos químicos, físicos e as atividades dos 
microrganismos do solo, existe uma 
preocupação com o uso de estercos no solo, em 
relação à existência de níveis excessivos de 
nitrogênio e fósforo em sua composição além da 
exigência das culturas, onde dependendo das 
condições físicas do solo podem ocorrer sérios 
problemas ambientais, como por exemplo, a 
eutrofização dos mananciais superficiais e em 
profundidade atingindo os aquíferos e também 
podendo indisponibilizar outros nutrientes 
essenciais às culturas (SILVEIRA et al., 2011). 
A produção de pequenos ruminantes 
caracteriza-se como uma atividade de grande 
importância cultural, social e econômica para a 
agricultura familiar, desempenhando um papel 
fundamental em seu desenvolvimento (SOUZA 
& ROBERTO, 2011). O uso de esterco de origem 
animal empregado nas práticas agrícolas 
Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 
 
20 
necessita de estudos que viabilizem sua 
utilização como componente de substratos, 
assim o presente trabalho tem por objetivo 
interpretar os resultados das análises químicas 
do esterco caprino. 
 
REFERENCIAL TEÓRICO 
 
Agricultura familiar 
 
Estima-se que aproximadamente 84,4% 
dos estabelecimentos agropecuários do país 
pertençam à agricultura familiar, o que em 
termos absolutos, corresponde a 4,36 milhões 
de estabelecimentos agropecuários, entretanto, 
a área ocupada pela agricultura familiar é de 
apenas 80,25 milhões de hectares, o que 
corresponde a 24,3% da área total ocupada por 
estabelecimentos rurais (ALMEIDA, 2006). 
Dados do Portal do Brasil (2015), apresenta que 
a agricultura familiar é responsável pela 
produção e abastecimento de cerca de 70% dos 
alimentos consumidos em todo o país (BRASIL, 
2018). 
A Lei Federal n. 11.326, de 24 de julho de 
2006, no artigo 3º (BRASIL, 2006), destaca 
como características primordiais para se 
enquadrar como agricultores familiares: (i) não 
possuir área maior do que quatro módulos 
fiscais; (ii) a mão de obra utilizada nas 
atividades econômicas ser predominantemente 
familiar; e (iii) o maior percentual da renda ser 
obtido das atividades econômicas do 
estabelecimento. Como agricultura familiar 
tradicional entende-se, neste estudo, os 
agricultores enquadrados na Lei Federal 
11.326, de 24 de julho de 2006, não 
pertencentes à reforma agrária (BEZERRA & 
SCHLINDWWIN, 2017). 
 
Importância da caprinocultura para a 
agricultura familiar 
 
A caprinovinocultura no Nordeste 
brasileiro constitui se numa atividade de 
extrema importância, seja no contexto 
econômico, pela geração de fonte de renda para 
pequenos produtores, seja no contexto 
sociocultural, pela fixação do homem ao campo 
e perpetuação da atividade produtiva para as 
gerações seguintes (BATISTA & SOUZA, 2015). 
A exploração ovina e caprina representa a 
maior fonte produtora de proteína para os 
agricultores e os habitantes das pequenas 
cidades do Nordeste, em função da adaptação 
dessas espécies às condições ambientais das 
caatingas e habilidade de transformar material 
fibroso e de baixo valor nutritivo, em alimentos 
nobres de alto valor proteico para o homem, 
como a carne e o leite (ARAÚJO, 2003). Na 
região Nordeste, o rebanho de caprinos teve 
aumento de 18,38%, passando de cerca de 6,4 
milhões de cabeças para 7,6 milhões entre os 
anos de 2006 e 2017 (EMBRAPA, 2018). 
 
Esterco caprino 
 
Os teores de nutrientes do esterco animal 
podem variar com a fase de decomposição do 
material, a alimentação, o sistema de criação, a 
idade do animal, a raça, entre outros fatores 
(ORRICO et al., 2007; TRANI et al., 2008). As 
quantidades de nutrientes excretados nas fezes 
de caprinos foram avaliadas por Orrico et al. 
Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 
 
21 
(2007), que obtiveram uma média de 1,39% N; 
0,62% P e 0,29% K (percentual de matéria 
seca). 
O esterco caprino é considerado um dos 
adubos mais ativos e concentrados. Estima-se 
que 250 kg de esterco de cabra produzam o 
mesmo efeito que 500 kg de esterco de vaca 
(ALVES & PINHEIRO, 2008). Esse esterco ainda 
é citado como um dos melhores pelas 
quantidades consideráveis de nitrogênio, 
fósforo e potássio (AMORIM, 2002). O esterco 
caprino também é mais sólido e muito menos 
aquoso que o esterco bovinos e suínos, tem a 
estrutura mais fofa, permitindo a aeração, e por 
essa razão apresenta fermentação mais rápida, 
podendo ser aproveitado com sucesso na 
agricultura após um menor período de tempo 
que os demais (HENRIQUE, 1997; TIBAU, 1993). 
A principal dificuldade para o uso dos 
estercos é a falta de conhecimento sobre a 
importância desse insumo para as plantas, 
fazendo com que o produtor venda o esterco 
produzido pelos animais para adicionar renda à 
família (SILVA, 2010) deixando, muitas vezes, 
de melhorar as condições físicas, químicas e 
biológicas do solo e garantir melhores 
rendimentos em suas produções (SOUZA et al., 
2015). 
 
METODOLOGIA 
 
O esterco caprino utilizado foi coletado no 
setor de caprinocultura da Fazenda 
Experimental – FAEX da Universidade Estadual 
Vale do Acaraú – UVA Sobral, Ceará. Os animais 
vivem em sistemas de cultivo semi-intensivo, 
alimentados com concentrado e tendo como 
volumoso, o capimTifton 85 (Cynodon spp.) e 
espécies nativas da caatinga. Foram coletadas 
seis amostras do montante de esterco caprino 
que passou por um processo de estabilização 
biológica em uma esterqueira localizada na 
fazenda em local aberto durante o ano de 2018. 
As amostras simples foram 
homogeneizadas e utilizadas para formar uma 
amostra composta de 0,5 kg, que em seguida foi 
conduzida ao Laboratório de Fertilidade do Solo 
do Instituto Federal de Educação, Ciência e 
Tecnologia do Ceará, Campus Sobral, secas ao ar 
livre e passadas na peneira de 2mm de malha 
para a determinação de carbono orgânico – 
(CO), pH em água, os teores de P, K+, Ca2+, Mg2+, 
Na+ disponíveis e a condutividade elétrica – 
(CE). 
 O pH foi determinado na relação 
solo/água de 1:2,5 por potenciometria. A acidez 
potencial (H+Al) foi extraída com acetato de 
cálcio a 0,5 mol L-1 e quantificada por 
titulometria com NaOH 0,025 mol L-1. Os teores 
de Ca2+, Mg2+ e Al3+ trocáveis foram extraídos 
em conjunto com KCl 1 mol L-1 titulando-se 
numa fração do extrato, o Al3+ com NaOH na 
presença de azul de bromotimol como 
indicador. Em outra fração do extrato, foram 
titulados o cálcio e o magnésio por 
complexometria com o emprego do EDTA, 
usando como indicador o negro-de-eriocromo–
T. Em uma terceira alíquota foi feita a 
determinação de cálcio por complexometria 
com EDTA e ácido calcon carbônico como 
indicador. Enquanto os teores de Na+ e K+ 
trocáveis foram extraídos com Mehlich-1, sendo 
determinados em fotômetro de chama. O P foi 
extraído com a solução extratora de Mehlich-1 
Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 
 
22 
constituída por HCl 0,05 mol L-1 + H2SO4 0,0125 
mol L-1 e determinado por espectrofotometria 
visível, com leitura da transmitância, usando 
filtro de 880 nm (TEIXEIRA et al., 2017). 
A condutividade elétrica do extrato de 
saturação do esterco (CEes) foi determinada 
utilizando-se 15 g de amostra (base seca) mais 
30 mL de água deionizada, agitando-se por 30 
min. Após 16 h de repouso, as amostras foram 
filtradas e as determinações feitas no extrato 
aquoso, com auxílio de condutivímetro 
calibrado com solução-padrão de KCl 0,01 mol 
L-1 (CE = 1,412 dS m-1 a 25°C). 
O carbono orgânico (CO) do esterco foi 
quantificado por oxidação da matéria orgânica 
via úmida, empregando-se solução de 
dicromato de potássio em meio sulfúrico, com 
fonte externa de calor, pela determinação do 
carbono orgânico determinou-se a matéria 
orgânica do esterco caprino multiplicando pelo 
fator 2,05 conforme Pascual et al. (1997), que 
consideram esse fator mais adequado para o 
cálculo de matéria orgânica em resíduos 
orgânicos. Pelas determinações analíticas, 
calculou-se a soma de bases (S), capacidade de 
troca de cátions a pH 7 (T), capacidade de troca 
de cátions efetiva (t), saturação por bases (V), e 
percentagem de sódio trocável (PST). A relação 
C/N foi obtida por meio dos teores de carbono 
orgânico e nitrogênio total (TEIXEIRA et al., 
2017). O nitrogênio total (NT) foi calculado pelo 
teor de matéria orgânica multiplicado pelo fator 
0,05 por considerar que a matéria orgânica do 
solo contém 5% de nitrogênio (TOMÉ JR, 1997). 
Os teores disponíveis de P e K em mg dm-3 e os 
teores trocáveis de Ca e Mg cmolc dm-3 também 
foram convertidos para os teores totais que 
correspondem aos teores nas formas totais 
pesados em uma alíquota de esterco (gkg-1). 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
Os valores de carbono orgânico, matéria 
orgânica, pH, acidez potencial, soma de bases, 
capacidade de troca de cátions a pH7, saturação 
por bases, percentagem de sódio trocável, 
condutividade elétrica, os teores disponíveis de 
macronutrientes e a relação C/N do esterco 
caprino são apresentados na Tabela 1. 
 
 
Tabela 1. Composição química do esterco caprino de uma esterqueira da Fazenda Experimental-FAEX/ 
UVA, Sobral, CE 
CO MOEC pH (H + Al) S T V PST CEes 
................gkg-1............. (H20) ....................Cmolcdm-3...................... ...............%............. dS m-1 
321 473,55 8,6 1,55 38,133 39,683 96 12 0,08 
NT P K Ca Mg Na Relação C/N 
gkg-1 mgdm-3 ..............................Cmolcdm-3..................................... 
23,677 114 23,35 9,65 0,35 4,783 10/1 
pH – determinado em H2O, relação 1:2,5, equivalente a relação 10 g de solo/25 mL de água destilada. P(Mehlich); 
(T) = Capacidade de troca de cátions a pH 7 – CTC pH 7; CO = Carbono orgânico; MOEC = Matéria orgânica do 
esterco caprino; PST = percentagem de sódio trocável; CE = Condutividade elétrica. Acidez potencial (H+Al). MOEC 
= Matéria orgânica do esterco caprino. Al3+ = 0,00 (acidez trocável desprezível). 
 
Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 
 
23 
Pelos resultados obtidos, observa-se que 
os valores de carbono orgânico e matéria 
orgânica do esterco caprino de 231 e 473,55 
g.kg-1, são considerados como muito alto 
respectivamente (RIBEIRO et al., 1999; SOBRAL 
et al., 2015). Melo et al. (2008) ao avaliarem 
esterco bovino, encontraram teor de matéria 
orgânica de 255 gkg-1. Souto et al. (2013) ao 
avaliarem amostras de esterco caprino, 
observaram um teor de 359, 6 gkg-1 de CO 
superior ao encontrado no esterco caprino em 
estudo. Esse maior teor de CO encontrado pelos 
autores é explicado em relação a maior C/N no 
esterco dos caprinos do sertão paraibano em 
relação ao valor obtido neste esterco caprino 
dos animais da FAEX/UVA, mesorregião norte 
do Ceará. 
A diferença nos valores da matéria 
orgânica dos estercos de origem animal resulta 
do processo de compostagem, processo de 
estabilização biológica e alimentação dos 
animais geradores destes resíduos, devendo-se 
levar em consideração também o fator utilizado 
no cálculo da matéria orgânica, neste caso do 
estudo do esterco caprino da FAEX, foi utilizado 
o fator 2,05 recomendado por Pascual et al. 
(1997), que consideram esse fator mais 
adequado para o cálculo de matéria orgânica em 
resíduos orgânicos. Com o uso desse esterco 
caprino no solo, ocorrerá aumento nos teores de 
matéria orgânica que quando mineralizada 
pelos microrganismos heterotróficos fornece 
nutrientes essenciais às plantas, principalmente 
nitrogênio, enxofre, fósforo e boro (MEURER, 
2007). 
Para o pH do esterco caprino o valor 
obtido de 8,6 (Tabela 1). O alto valor de pH do 
esterco caprino foi influenciado pelos teores de 
sódio (4,783 cmolc dm-3) que provavelmente 
pode estar ligado a alimentação dos animais rica 
em sais. Para Malavolta (2006), o sódio presente 
no meio é adsorvido fracamente às partículas do 
solo, e na presença de água, forma uma base 
(NaOH) forte que se dissocia com facilidade, 
elevando o pH. Com relação ao teor de alumínio 
trocável, não se observa sua presença no esterco 
caprino, confirmando que o esterco não 
apresenta problemas de toxidez às plantas e 
nem interfere na dinâmica dos íons fosfatos no 
solo. A afirmação é corroborada por Sharma et 
al. (1997) que admitem para uso nas lavouras 
resíduos orgânicos com pH em água na faixa de 
6 a 8,5. Neste caso, o esterco caprino aplicado ao 
solo, em doses elevadas, pode modificar o valor 
de pH, para uma faixa acima daquela 
considerada adequada ao crescimento das 
culturas, em razão de sua alcalinidade 
disponibilizando maiores concentrações de 
sódio trocável. 
Os valores da soma de bases (SB) (33,55 
cmolc dm3) e a saturação por base (V%) (96%) 
(Tabela 1) são considerados como muito alto 
(RIBEIRO et al., 1999; SOBRAL et al., 2015) 
quando observado as concentrações avaliadas 
em solos. A soma de bases corresponde à soma 
de cálcio, magnésio, potássio e sódio, todos na 
forma trocável, a SB permite a indicação do 
número de cargas negativas, dos coloides que 
estão ocupadas por bases e atua tambémpara o 
cálculo da saturação de bases (V%) (LOPES, 
1998). Por essa razão ambos os resultados SB e 
V (%), são considerados muito altos, pois a 
saturação de bases apresenta resultado 
superior a 70%. 
Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 
 
24 
A capacidade de troca de cátions (CTC) a 
pH 7 reflete a capacidade do esterco caprino em 
adsorver cátions. A capacidade de troca 
catiônica (CTC) pode ser obtida por soma de 
bases, com acréscimo do alumínio e hidrogênio. 
Esse atributo reflete também o grau de 
maturação do resíduo orgânico em estudo. Com 
a aplicação desse esterco pode contribuir com o 
aumento da CTC do solo, favorecendo a 
adsorção da fase sólida do solo e a 
disponibilidade de nutrientes à solução do solo 
de forma sincronizada com a exigência das 
plantas, controlando as perdas por lixiviação. A 
CTC encontrada no esterco caprino do presente 
trabalho é 35,10 cmolc dm3, que segundo Lopes 
(1998) auxilia na retenção de água no solo. 
O esterco apresenta uma percentagem de 
sódio trocável de 12% e uma condutividade 
elétrica de 0,08 dSm-1 (Tabela 1). Pela 
percentagem de sódio trocável o esterco 
caprino pode apresentar problema para o solo e 
as plantas devido à presença de sódio trocável 
ser alta no esterco. O excesso de sódio 
determinado na amostra do esterco caprino 
quando adicionado ao solo causará distúrbio na 
absorção de nutrientes, alterando as 
concentrações de nutrientes nas plantas. O 
esterco caprino pela percentagem de sódio 
trocável indica alto teor de sódio trocável que 
pode ocasionar sérios problemas físicos no solo 
e interações inadequadas entre os íons de K, Ca 
e Mg disponíveis no solo ocasionando perda de 
crescimento das plantas. No entanto, a 
condutividade elétrica do esterco caprino não 
apresenta risco de uso do esterco com relação 
ao aumento de salinidade do solo. Essas 
observações são confirmadas por Pizarro 
(1978) ao constatar que, um solo pode 
apresentar problemas de sodicidade quando a 
percentagem de sódio trocável for > 7%. 
O teor de nitrogênio total calculado pelo 
teor de matéria orgânica do esterco caprino em 
estudo é de 23,677 gkg-1 é considerado muito 
alto. Tal concentração de N pode ser explicada 
pela alimentação dos animais com alimentos 
ricos em ureia e forragem oriundas de plantas 
ricas em proteínas. Os teores elevados de N total 
nesse esterco caprino indicam que o mesmo 
pode atuar como fonte imediata de N às plantas. 
No entanto, a aplicação do esterco no solo deve 
ser feita com cuidado, observando as doses 
aplicadas, a textura do solo e a forma de 
aplicação, para evitar a lixiviação de amônio e 
nitrato, sendo necessário estudar as doses 
ideais dos estercos para ser incorporados ao 
solo, evitando concentrações além da exigência 
das culturas. Souto et al. (2013) ao avaliarem 
amostras de esterco caprino, observaram teor 
de 16,63 gkg-1 de N, cujos teores foram 
considerados pelos autores como muito 
elevados, podendo essa concentração de N no 
esterco caprino ser explicado provavelmente 
pela habilidade desses animais na seleção de 
alimentos. 
 Os teores de P (Tabela 1) obtido do 
esterco caprino em estudo é de 114 mg dm-3 
disponível correspondendo a forma total de 
11,40 gkg-1 superior a forma total de P obtida 
por Souto et al. (2013), que ao avaliarem 
amostras de esterco caprino criados no sertão 
paraibano, observaram um teor total de 2,57 
gkg-1 de P. A explicação sobre a superioridade 
do P no esterco caprino em relação aos obtidos 
pelos autores pode ser devido ao regime 
Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 
 
25 
alimentar na criação semi extensiva dos animais 
na Fazenda experimental da Universidade 
Estadual Vale do Acaraú, onde se alimentam de 
pastagens nativas da caatinga, levando em 
consideração o tipo de pastagem, a idade dos 
animais, época de pastejo e a complementação 
dos alimentos concentrados com suplementos 
minerais rico em P promovendo maior 
concentração de P no esterco produzidos pelos 
caprinos. 
Os valores dos teores de potássio e cálcio 
são considerados muito alto enquanto o teor de 
magnésio do esterco caprino é considerado 
como baixo (Tabela 1), segundo os critérios de 
interpretação dos teores disponíveis no solo 
(RIBEIRO et al., 1999; SOBRAL et al., 2015). As 
formas totais de K, Ca e Mg obtidos no esterco 
de caprino estudado foi de 9,13 g kg-1, 1,92 g kg-
1 e 0,04g kg-1. Pelos resultados obtidos, observa-
se que apenas o K apesenta maior concentração 
quando confrontado com as observações de 
Souto et al. (2013), que ao avaliarem amostras 
de esterco caprino criado no sertão da Paraíba 
em sistema extensivo, observaram os teores 
totais de 0,59 gkg-1, 24,7 gkg-1 e 9,6 gkg-1 para K, 
Ca e Mg respectivamente. O resultado obtido 
reforça a recomendação da utilização do esterco 
de caprino especialmente de fósforo e dos 
demais nutrientes, além de favorecer as 
propriedades físicas e biológicas do solo. 
A relação C/N do esterco caprino de 10 
(Tabela 1) reflete uma rápida decomposição do 
esterco que pode liberar rapidamente o 
nitrogênio incorporado no esterco. O esterco 
caprino da FAEX apresenta baixo valor da 
relação C/N, indicando maior potencial de 
suprimento de N a partir da decomposição 
desse esterco. Contudo, doses altas ou em 
excesso de N total (todas as formas de incluindo 
a mineral) pode promover contaminação do 
lençol freático devido à lixiviação do nitrato, 
dependendo da textura do solo e da frequência 
de aplicação. Por outro lado, a aplicação de 
resíduos orgânicos com C/N alta resulta em 
imobilização temporária de N pelos 
microrganismos do solo. Neste caso o esterco 
caprino com relação C/N abaixo de 15 não altera 
o equilíbrio microbiológico do solo, não 
promovendo imobilização de N, tais 
observações são corroboradas por Bernal et al. 
(1998a). Souto et al. (2013) ao avaliarem 
amostras de esterco caprino, observaram uma 
relação C/N de 21,62 superior a observada ao 
valor encontrado neste esterco caprino em 
estudo. Pela relação C/N obtida com o esterco 
caprino da FAZEX observa-se em sua 
composição química que o esterco é mais rico 
em N que em carbono, predominando sua 
rápida decomposição e mineralização para 
disponibilizar nutrientes às plantas não 
promovendo o processo de imobilização. Tal 
condição é explicada também por Teixeira et al. 
(2011) ao constatarem que, quando a relação 
C/N do material orgânico for acima de 30/1, 
ocorrerá o predomínio da imobilização dos 
nutrientes na biomassa microbiana. E quando a 
relação C/N for abaixo de 20/1 predomina a 
mineralização. 
 
CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O esterco caprino apresentou elevados 
teores de matéria orgânica, fósforo, potássio e 
cálcio, baixo teor disponível de magnésio, baixa 
Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 
 
26 
condutividade elétrica, ausência de acidez 
trocável e alta percentagem de sódio trocável. O 
esterco caprino pode ser utilizado como 
fertilizante orgânico, contudo, é necessário 
levar em consideração as práticas de cultivos e 
escolhas das culturas tolerantes ao teor de sódio 
trocável principalmente no preparo de mudas. 
O uso dos fertilizantes orgânicos atende o 
grande anseio mundial quanto a produção de 
produtos orgânicos, que buscam alimentos mais 
saudáveis para uma parcela específica de 
consumidores. A produção orgânica favorece, 
também, o produtor rural permitindo maior 
sustentabilidade do sistema de produção, bem 
como conseguir maior lucratividade em razão 
do valor agregado pela qualidade do produto. 
 A adubação orgânica, quando utilizada 
com critérios técnicos poderá substituir ou 
complementar adubação mineral, pois se 
apresenta eficientetanto para o 
desenvolvimento das plantas como para os 
atributos do solo. O uso indiscriminado de doses 
de fertilizantes, sejam eles orgânicos ou 
minerais, sem o conhecimento da análise de 
solo, necessidade nutricional da cultura e o 
prévio conhecimento das características 
químicas destes resíduos, poderá ocasionar 
redução de produtividade, desequilíbrio das 
propriedades do solo, proporcionando como 
consequências a contaminação de solo, água e 
ar. 
 
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esterco caprino e doses de superfosfato simples. 
Revista Agrarian, v.8, n.28, p.139-146, 2015. 
 
TEIXEIRA, P. C.; DONAGEMA, G. K.; FONTANA, 
A.; TEIXEIRA, W. G. Manual de métodos de 
análise de solo. 3ª ed. Revisada e ampliada. 
Brasília: Embrapa, 2017. 573p. 
 
TOMÉ JR., J. B. Manual para interpretação de 
análise de solo. Guaíba: Agropecuária, 1997. 
 
TIBAU, A. O. Matéria orgânica e fertilidade do 
solo. São Paulo: Editora Nobel, 1993. 220p. 
 
TRANI, P. E.; CAMARGO, M. S. do; TRANI, A. L.; 
PASSOS, F. A. Superfosfato simples com esterco 
animal: um bom fertilizante organomineral. 
2008. Artigo em Hypertexto. Disponível em: 
<http://www.infobibos.com/Artigos/2008_2/
organomineral/index.htm>. Acesso em: 
23/6/2020. 
 
Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 
 
29 
ORRICO, A. C. A.; LUCAS JR., J.; ORRICO JR., M. A. 
P. Caracterização e biodigestão anaeróbia dos 
dejetos de caprinos. Engenharia Agrícola, v.27, 
n.3, p.639-647, 2007. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 
 
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Curriculum dos Autores 
 
 
 
 
Antônio Marcos Gonçalves Feijão: graduando em Zootecnia no Centro de Ciências Agrárias e Biológicas 
da Universidade Estadual Vale do Acaraú, Sobral, Ceará. Atua comomonitor bolsista de Extensão e monitor 
voluntário da disciplina ecologia. Participou como organizador da palestra Zootecnia no contexto da 
agroecologia. Participou da XXI semana de Zootecnia, mini curso alimentação de não ruminantes e do 
grupo de estudo em caprinocultura – GECAP. 
 
Antônia Isabela Soares Ximenes: Graduada em Tecnologia em Irrigação e Drenagem no Instituto 
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia - IFCE Sobral. 
 
Dimitri Matos Silva: Graduando em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal do Ceará, 
mestrado em ciência do solo pela Universidade Federal do Ceará (2016). Atuação em Agronomia, com 
experiência nas áreas de Gêneses e Classificação de Solos, Topografia aplicada à experimentação agrícola. 
Atualmente é bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica. 
 
Eliane Minervina de Castro: Engenheira de Pesca pela Universidade Federal do Ceará e Graduada em 
Formação Especial de Professores, Licenciatura Plena pela Universidade Estadual Vale do Acaraú. 
Especialista em Economia Rural, pela Universidade Federal do Ceará e em Metodologia da Pesquisa Social 
pela Universidade Estadual Vale do Acaraú. Mestre em Zootecnia pela Universidade Estadual Vale do 
Acaraú (2009). Professora assistente F da Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA, desde 1995. Atuou 
como coordenadora Adjunta do Campus Avançado de Camocim, como membro do Conselho de Pesquisa e 
Extensão (CEPE), Coordenadora Adjunta de Iniciação Científica, Coordenadora do Curso de Zootecnia e 
Vice-Diretora do centro de Ciências Agrárias e Biológicas. Coordena o Grupo de estudos em Aquicultura do 
Curso de Zootecnia da Universidade Estadual Vale do Acaraú. Tem experiência na área de Recursos 
Pesqueiros e Engenharia de Pesca, com ênfase em Aquicultura, atuando principalmente nos seguintes 
temas: aquicultura, meio ambiente, piscicultura familiar, piscicultura intensiva. 
 
José Roberto de Sá: Graduado em Engenharia Agronômica (1999) campus II CCA/Areia/UFPB, Mestre em 
Solos e Nutrição de Plantas (2001) CCA/Campus do Pici/UFC/Fortaleza/CE, Doutor em Solos e Nutrição 
de Plantas (2005) DCS/UFLA/MG e Pós-doutorado na UFERSA/Mossoró, RN. É professor Adjunto I, setor 
de estudo solos do curso de Zootecnia, campus da Betânia, UVA, Sobral, CE. Atua na área de fertilidade do 
solo, com orientações de TCC voltadas para a caracterização química dos fertilizantes orgânicos e 
adubação orgânica em projetos de extensão. É autor de livros e capítulo de livro. Tem experiência na área 
de Agronomia, com ênfase em Fertilidade do Solo e Adubação, salinidade atuando principalmente nos 
seguintes temas: fertilidade do solo, salinidade, adubação e hortaliças. 
Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 
 
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Luiz Das Chagas Filho: Graduado em Letras com licenciatura em Português e Inglês pela Universidade 
Estadual Vale do Acaraú – Sobral –CE, no ano de 2004. Pós- graduado em língua portuguesa e literatura 
pela Faculdade Latino Americana de Educação – FLATED, no ano de 2012. Graduando em Zootecnia pela 
Universidade Estadual Vale do Acaraú – Sobral – CE. Atua como monitor voluntário da disciplina ecologia. 
Participou como organizador da palestra Zootecnia no contexto da agroecologia. Produtor rural e 
professor de Língua Portuguesa na Educação Básica nos municípios de Guaraciaba do Norte e Croatá – CE. 
 
Maria Cristina Martins Ribeiro de Souza: Possui graduação em Curso Especial de Formação Pedagógica 
pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (2000), graduação em Agronomia pela Universidade Federal 
do Ceará (1983), mestrado em Agronomia (Solos e Nutrição de Plantas) pela Universidade Federal do 
Ceará (1995) e doutorado em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal do Ceará (2014). 
Especialista em Educação Profissional Básica na modalidade EJA pelo Instituto Federal de Educação, 
Ciência e Tecnologia do Ceará (2010). Atualmente é professora efetiva do Instituto Federal do Ceará - IFCE 
- Campus de Sobral, foi coordenadora do Curso Tecnológico em Irrigação e Drenagem do IFCE- Campus 
Sobral de 2014 a fevereiro de 2018 e é coordenadora do Laboratório de análise de solos e água para 
irrigação do IFCE. Tem experiência na área de Agronomia, com ênfase em Fertilidade do Solo e Adubação, 
salinidade atuando principalmente nos seguintes temas: fertilidade do solo, salinidade, adubação e 
hortaliças. Tem experiência na modalidade de ensino a distância (EAD) atuando como formador e tutor 
nesta modalidade de ensino. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 
 
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Curriculum do Organizador 
 
 
 
 
 
 
José Roberto de Sá: Graduou-se em Agronomia pelo Centro de Ciências Agrárias, Campus II da 
Universidade Federal da Paraíba (1999), concluiu mestrado em Agronomia (Solos e Nutrição de Plantas) 
pela Universidade Federal do Ceará (2001) e doutorado em Agronomia (Solos e Nutrição de Plantas) pela 
Universidade Federal de Lavras - MG (2005) e Pós-doutorado no Departamento de Ciências Vegetais - 
UFERSA (2013). Exerceu atividades de professor de agricultura na Faculdade de Agronomia de Pombal 
(FAP), professor da disciplina Geologia e Mineralogia no Departamento de Ciências Ambientais - UFERSA 
e da disciplina Matéria Orgânica do Solo, do programa de Pós-Graduação em Fitotecnia - UFERSA - 
Mossoró - RN. É autor do livro A química do pensar, cuja resenha e comentários encontram-se no site: 
www.lendo.org. Autor do e-book NaCl/Si sobre o crescimento e acúmulo de nutrientes em plantas de 
maracujazeiro amarelo cultivadas em solução nutritiva, publicado em novas edições acadêmicas. Tem 
experiência na área de Agronomia, com ênfase em Fertilidade do solo, Manejo e Conservação do Solo 
atuando principalmente nos seguintes temas: agroecologia, adubação verde, ciclagem de nutrientes e 
indicadores de sustentabilidade em agroecossistemas. Desenvolveu as atividades de Extensionista Rural II 
e gerente da Unidade Operativa da EMATER do Município de São José da Lagoa Tapada, integrante a 
coordenadoria Regional da EMATER da cidade de Sousa/PB. Atualmente desenvolve atividades como 
Professor efetivo Adjunto I no setor de Estudo de Solos (disciplinas: fundamento da ciência do solo, 
fertilidade do solo e ecologia) do Centro de Ciências Agrárias e Biológicas - CCAB do curso de Zootecnia da 
Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA, Sobral/Ceará. Tem desenvolvidos orientações de TCC com 
caracterização dos atributos químicos de fertilizantes orgânicos, e, com adubação orgânica em hortaliças. 
 
Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 
 
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Anexo 
 
 
Imagens obtidas da pesquisa realizada. Fonte: Lourival Vieira da Silva.

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