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Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 2 A2441 Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro/Organizador: Sá, J. R. de. ─ Campina Grande: EPTEC, 2020. 33 f.: il. color. ISBN: 978-65-00-05036-3 1. Fertilização orgânica. 2. Matéria orgânica. 3. Salinidade. I. Sá, José Roberto de. II. Título. CDU 63 Os capítulos ou materiais publicados são de inteira responsabilidade de seus autores. As opiniões neles emitidas não exprimem, necessariamente, o ponto de vista do Editor responsável. Sua reprodução parcial está autorizada desde que cite a fonte. Créditos de Imagens da Capa José Roberto de Sá - Caprinos da Fazenda Experimental da FAEX-UVA Editoração, Revisão e Arte da Capa Paulo Roberto Megna Francisco Conselho Editorial Djail Santos (CCA-UFPB) Dermeval Araújo Furtado (CTRN-UFCG) George do Nascimento Ribeiro (CDSA-UFCG) Josivanda Palmeira Gomes (CTRN-UFCG) João Miguel de Moraes Neto (CTRN-UFCG) José Wallace Barbosa do Nascimento (CTRN-UFCG) Juarez Paz Pedroza (CTRN-UFCG) Lúcia Helena Garófalo Chaves (CTRN-UFCG) Luciano Marcelo Fallé Saboya (CTRN-UFCG) Paulo da Costa Medeiros (CDSA-UFCG) Paulo Roberto Megna Francisco (CTRN-UFCG) Soahd Arruda Rached Farias (CTRN-UFCG) Virgínia Mirtes de Alcântara Silva (CTRN-UFCG) Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 3 José Roberto de Sá (Organizador) Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro 1.a Edição Campina Grande-PB 2020 Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 4 Realização Apoio Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 5 SUMÁRIO Capítulo 1 ....................................................................................................................................................... 8 Composição química de resíduos orgânicos caprino e bovino de Guaraciaba do Norte, CE .................................... 8 Capítulo 2 ..................................................................................................................................................... 18 Avaliação química de esterco caprino da fazenda experimental da UVA, Sobral, CE ............................................ 18 Curriculum dos Autores ................................................................................................................................ 30 Curriculum do Organizador .......................................................................................................................... 32 Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 6 Agradecimentos À Deus pelo dom da vida e proteção em toda nossa caminhada. Aos meus pais, Raimundo Celestino de Sá (in memoriam) e a minha mãe Maria de Fátima Sá (minha maior universidade mundial). À minha esposa Josefa Alves de Sá, aos meus filhos Roberto Richards de Sá e Arianne de Sá. Aos autores estudantes de Zootecnia da UVA, Luiz das Chagas Filho e Antônio Marcos Gonçalves Feijão e a Antônia Isabela Soares Ximenes graduada em irrigação pelo IFCE, Campus Sobral, que com muita dedicação e empenho trabalharam para a publicação deste livro. À professora Dra. Maria Cristina Martins Ribeiro de Souza e ao mestre Dimitri Matos da Silva pela dedicação e parceria em apoio e realização das determinações analíticas dos estercos no laboratório de Fertilidade do solo do IFCE Campus Sobral, Ceará. À Coordenação do curso de Zootecnia/CCAB/Campus da Betânia/UVA e aos professores(as) do colegiado de curso pelo total apoio no desenvolvimento das atividades apresentadas ao colegiado. Ao agricultor da Fazenda Experimental da UVA – FAEX/UVA, Lourival Vieira da Silva e sua esposa dona Selma. Ao editor chefe Paulo Megna da Editora EPTEC, que com muito entusiasmo e dedicação nos levou a publicação deste livro. Ao professor Lourival Ferreira Cavalcante, por sempre ser disponível às vezes que o procuro para discutir alguns temas nos meus momentos necessários de complementos científicos. José Roberto de Sá Professor Adjunto I Setor de Estudo de Solos Curso de Zootecnia UVA/CCAB/Sobral/Ceará Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 7 Prefácio Esta obra de autoria da profissional em Irrigação Antônia Isabela Soares Ximenes, dos estudantes Luiz das Chagas Filho e Antônio Marcos Gonçalves Feijão, dos professores(a) José Roberto de Sá, Maria Cristina Martins Ribeiro de Souza, Dimitri Matos da Silva e Eliane Minervina de Castro, descreve de maneira didática e acessível aos estudantes de graduação, pós-graduação, técnicos e agropecuaristas, a importância da determinação analítica dos estercos para o uso dos mesmos nos cultivos agrícolas e plantas forrageiras. Além da preocupação dos autores com o pouco conhecimento dos agricultores e pecuaristas sobre a natureza e reações da matéria orgânica no solo, nesta publicação, os autores dão ênfase a importância em conhecer a caracterização química dos adubos orgânicos para uma tomada de decisão em sua aplicação ao solo, de forma a não causar danos ao solo e aos demais fatores de produção e suprimento das exigências nutricionais das plantas. Um dos maiores desafios para o desenvolvimento sustentável do Semiárido brasileiro é apresentar aos agropecuaristas opções de uso conscientes dos recursos internos dentro dos seus imóveis rurais, na tentativa de favorecer suas necessidades econômicas sem degradar o ambiente. Assim, neste livro serão encontradas informações sobre as concentrações de nutrientes, teores de sódio trocável, relação C/N, condutividade elétrica e percentagem de sódio trocável nos estercos, que são os atributos químicos de grande importância para o manejo dos adubos ou fertilizantes orgânicos nos solos da agropecuária do semiárido do Nordeste brasileiro. José Roberto de Sá Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 8 Capítulo 1 Composição química de resíduos orgânicos caprino e bovino de Guaraciaba do Norte, CE Luiz Das Chagas Filho1 José Roberto de Sá2 Maria Cristina Martins Ribeiro de Souza3 Dimitri Matos Silva4 Eliana Minervina de Castro5 Antônia Isabela Soares Ximenes6 Antônio Marcos Gonçalves Feijão7 1Graduando em Zootecnia, luizgbafilho@gmail.com 2Professor Dr. Adjunto I, Setor de Estudo de Solos/CCAB/UVA, Campus da Betânia, sajrobert@yahoo.com.br 3Professora Dra. do Eixo Recursos Naturais do Instituto Federal do Ceará, Campus de Sobral, Ceará, cristina2009@ifce.edu.br 4Msc. em Solos e Nutrição de Plantas, Técnico do Laboratório de Análises de Solo e Água para Irrigação, IFCE, Campus Sobral, dimitri.silva@ifce.edu.br 5Professora do Setor de Estudo em Aquicultura/CCAB/UVA/Campus da Betânia, Sobral, CE, elianezootecnia@gmail.com6Graduada em Irrigação, isabelaximenes52@gmail.com 7Graduando em Zootecnia/UVA, gonsal817@gmail.com RESUMO: Os fertilizantes orgânicos são utilizados na agricultura, como alternativa para melhorar os atributos físicos, químicos do solo e promover o crescimento das plantas. Objetivou-se com este trabalho avaliar a composição química de dois estercos: caprino e bovino. A coleta dos estercos foi realizada no sítio Várzea Redonda Guaraciaba do Norte, CE. Foram retiradas seis amostras simples dos estercos em diferentes pontos dos currais para obter uma amostra composta. Os atributos químicos determinados foram: carbono orgânico, P, K e Na. Calculou-se os teores de matéria orgânica, Nitrogênio Total (NT), relação C/N e relação C/P. Os estercos apresentaram baixo teor de sódio, elevados teores de matéria orgânica, N, P, K, Ca, Mg o que confere potencial de uso na agricultura como adubo orgânico. A relação C/N é considerada como ideal para a mineralização de N, não favorecendo a imobilização. O esterco bovino apresentou elevada relação C/P o que resulta em menor disponibilidade de P no solo comparado ao esterco caprino. PALAVRAS-CHAVES: fertilização orgânica, matéria orgânica, salinidade. ABSTRACT: The organic fertilizers are used in Agriculture, as an alternative to improve the physical and chemical attributes of soil, and promote the plants growth. The objective of this work was to evaluate the chemical composition of two manures: goat and cattle. The collection of the manure took place at the Várzea Redonda small farm, Guaraciaba do Norte, CE. Six simple samples were taken from the manure at different points of the pens, to obtain a composite sample. The chemical attributes determined were: organic carbon, P, K and Na. The contents of matter, Total Nitrogen (NT), C/N ratio and C/P ratio were calculated. The manures presented low sodium content, high levels of organic matter, N, P, K, Ca, Mg which confers potential for use in agriculture as organic fertilizer. The C/N ratio is considered ideal for N mineralization, not favoring immobilization. Cattle manure presented high C/P ratio which results in lower P availability in soil, compared to goat manure. Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 9 KEY-WORDS: organic fertilization, organic matter, salinity. INTRODUÇÃO A degradação dos solos do semiárido do Nordeste brasileiro é caracterizada pela perda de matéria orgânica que tem como consequência indesejável, baixa CTC, baixa disponibilidade de nutrientes, destruição dos agregados e baixas atividades dos microrganismos (SAHRAWAT, 2016). No Nordeste brasileiro são utilizados fertilizantes orgânicos como fontes de nutrientes na adubação do solo, destacando-se os estercos provenientes da criação de animais, restos de culturas vegetais, como palhas e podas de leguminosas. Nestes resíduos são encontrados nutrientes essenciais às plantas, sendo necessário um manejo adequado desses resíduos para evitar possíveis contaminações e imobilização de nutrientes disponíveis no solo pelos microrganismos (DUTRA et al., 2012). A decomposição de resíduos orgânicos é um processo de grande importância para conhecer sua ciclagem de nutrientes e sua dinâmica, condicionando maior compreensão para incorporar resíduos orgânicos no solo e viabilizar nutrientes disponíveis às plantas. O conhecimento da ciclagem dos nutrientes nos agroecossistemas possibilita sua utilização mais eficiente pelas culturas e na redução dos impactos negativos ao ambiente (SOUTO et al., 2013). Para recuperar solos degradados, uma prática promissora é a adição de resíduos orgânicos que trazem benefícios aos atributos físicos, químicos e biológicos. Nesta condição é importante conhecer a composição química dos estercos e seu potencial em disponibilizar nutrientes no solo para as plantas os absorverem. Portanto, este trabalho objetiva caracterizar alguns atributos químicos dos estercos e avaliar seu potencial como fertilizantes orgânicos para cultivos agrícolas do semiárido do Nordeste brasileiro. REFERENCIAL TEÓRICO Fertilizantes ou adubos orgânicos na agricultura do semiárido do Nordeste brasileiro A região semiárida do Nordeste possui uma alta variabilidade ambiental, em termos de solo, clima, vegetação e relevo, formando um mosaico de ecossistemas únicos, os quais requerem conhecimento específico para o seu manejo. Apresenta um índice pluviométrico de 300-800mm anuais, as chuvas são irregulares e de curto período (3-4 meses) e caracterizada pela alta evapotranspiração e radiação solar, com temperatura média de 26-28°C e baixa umidade (COSTA et al., 2011; ANDRADE et al., 2013). Os sistemas de cultivo agrícola no semiárido do Nordeste brasileiro são caracterizados pela contínua retirada da produção sem práticas que reponham os nutrientes retirados pelas plantas, o que causa deterioração das características físicas, químicas e biológicas dos solos em decorrência da redução dos teores de matéria orgânica e dos nutrientes (PEREZ-MARIN et al., 2006). O desmatamento e o aumento da exploração agrícola vêm reduzindo Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 10 significativamente as coberturas florestais, provocando degradação do bioma Caatinga e diminuindo a fertilidade do solo. Esta redução dos teores de nutrientes do solo é causada pela erosão e pela exportação dos nutrientes dos produtos agrícolas e da pecuária A utilização de esterco é uma solução amplamente adotada para o suprimento de nutrientes, tais como N, P e K nos solos da região semiárida (FRAGA & SALCEDO, 2004). Inicialmente deve-se conhecer a composição química dos estercos que é variável e influenciado por vários fatores, como a espécie animal, a raça, a idade, a alimentação, o material utilizado como cama, o índice de aproveitamento de nutrientes da ração pelos animais, dos produtos veterinários fornecidos aos animais, além de outros fatores (TEDESCO et al., 2008). Para um manejo eficiente de estercos utilizados na adubação de cultivos agrícolas é necessário conhecer a dinâmica de mineralização/imobilização dos nutrientes por meio da relação C/N dos resíduos, buscando promover um equilíbrio na sincronização da disponibilidade de nutrientes no solo com a demanda pelas culturas, controlando a imobilização ou a rápida mineralização de nutrientes durante os períodos de maior ou menor exigência nutricional das plantas (FIGUEIREDO et al., 2012) Silva et al. (2010), constataram que o aumento do custo dos fertilizantes minerais e a crescente poluição ambiental fazem do uso de resíduos orgânicos na agricultura uma opção atrativa do ponto de vista econômico, em razão da ciclagem de C e nutrientes. A adubação orgânica não só incrementa a produtividade, mas também produz plantas com características qualitativas melhores que as cultivadas exclusivamente com adubos minerais podendo, portanto, exercer influência sobre a qualidade nutricional das plantas (SILVA et al., 2011). As tecnologias impostas pela produção vegetal intensiva, advindas da revolução verde, tornam os agricultores, principalmente os de âmbito familiar, cada vez mais, dependentes de insumos externos a propriedade, como por exemplo, fertilizantes químicos. No entanto, no semiárido do Nordeste brasileiro é muito reduzido devido aos custos dos fertilizantes e ao risco proporcionado pela variabilidade do regime de chuvas. Nessas condições, o manejo da fertilidade do solo da região depende principalmente do manejo da matéria orgânica. Comumente para aumentar a produção é usado o esterco como fertilizante ou adubo orgânico para o suprimento de N e P nos solos (MENEZES& SILVA, 2008). Várias fontes de adubos orgânicos são utilizadas nos cultivos agrícolas, proporcionando melhorias no solo e redução nos custos de produção. A adubação orgânica, utilizada como melhoradora da fertilidade do solo também resulta em incremento da matéria orgânica e da atividade biológica do solo, além da adubação verde a prática com maior destaque dos adubos orgânicos mais utilizados na agricultura nordestina é o esterco, especialmente ovino, caprino e bovino, porém sua eficiência depende do grau de decomposição, da origem do material, da dosagem empregada e até da sua aplicação no solo (BULLUCK et al., 2002; SILVA et al., 2005). Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 11 METODOLOGIA A coleta dos estercos foi realizada no dia 11 de junho de 2019 no sítio Várzea Redonda, localizado ao sudoeste do município de Guaraciaba do Norte, Serra da Ibiapaba, CE. Procedeu-se a coleta dos estercos do rebanho caprino e bovino com diferentes faixas etárias, mantidos em sistema extensivo com regime alimentar 100% da pastagem nativa, composta por herbáceas e algumas gramíneas no período chuvoso e arbustos no período seco. Foram retiradas seis amostras simples do esterco caminhando em ziguezague em diferentes pontos da área dos currais (Figuras 1A e B) para obter uma amostra composta de 0,5 kg, sendo feito a homogeneização das mesmas e em seguida foi encaminhada ao Laboratório de Análise do Solo e Água para Irrigação do IFCE, Campus Sobral – CE. As amostras foram secas ao ar livre e passadas na peneira de 2mm de malha (Figuras 1C e D) para a determinação de carbono orgânico (CO), teores de P, K+ e Na+. Os teores de Ca2+ e Mg2+ não foram possíveis serem determinados, sendo estimados pela fórmula 10 x CE – Na+. O carbono orgânico dos estercos foi quantificado por oxidação da matéria orgânica (MO) via úmida, empregando-se solução de dicromato de potássio em meio sulfúrico, com fonte externa de calor. Pela determinação de carbono orgânico determinou-se a matéria orgânica dos estercos caprino e bovino multiplicando pelo fator 2,05 conforme Pascual et al. (1997), que consideram esse fator mais adequado para o cálculo de matéria orgânica em resíduos orgânicos. O nitrogênio total (NT) foi calculado pelo teor de matéria orgânica multiplicado pelo fator 0,05 por considerar que a matéria orgânica humificada do solo contém 5% de nitrogênio (TOMÉ JR., 1997). Os teores de Na e K foram extraídos com o extrator Mehlich-1, sendo determinado em fotômetro de chama (TEIXEIRA et al., 2017). O P foi extraído com a solução extratora de Mehlich-1 constituída por HCl 0,05 mol L-1 + H2SO4 0,0125 mol L-1 e determinado por espectrofotometria visível, com leitura da transmitância, usando filtro de 880 nm (TEIXEIRA et al., 2017). Os teores disponíveis de P e K em mg dm- 3 foram convertidos para os teores totais que correspondem aos teores nas formas totais pesados em uma alíquota de esterco na unidade (g kg-1). A relação C/N e a relação C/P foram obtidas por meio dos teores de carbono orgânico e nitrogênio total. Os teores de carbono orgânico em dag kg-1 e os teores de P (mg dm-3) foram convertidos em g kg-1. Os teores de nitrogênio total também foram expressos em g kg-1. Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 12 Figura 1. Coleta dos estercos nos currais de bovinos e caprinos, sítio Várzea Redonda, Guaraciaba do Norte, CE (A e B), entrega e pesagem dos estercos bovino e caprino no laboratório de análise de solo e água para irrigação, Instituto Federal do Ceará - IFCE, campus Sobral, CE (C e D). RESULTADOS E DISCUSSÃO Os valores de carbono orgânico (CO), matéria orgânica (MO), nitrogênio total (NT), P, K, Ca + Mg, Na, a relação C/N e C/P dos estercos caprino e bovino são apresentados na Tabela 1. Pelos resultados obtidos, observa-se que o carbono orgânico dos estercos caprino e bovino de 319,73 g kg-1 e 304,92 g kg-1, correspondendo a 31,97 e 30,49 dag kg-1 são considerados como muito alto, respectivamente. No esterco caprino e bovino é encontrado o teor de 551,22 g kg-1 e 525,68 g kg-1 de matéria orgânica equivalente a 55,12 dag kg-1 e 52,57 dag kg-1 respectivamente (Tabela 1), tais resultados são confirmados por Sobral et al. (2015). Souto et al. (2013), ao avaliarem amostras de estercos caprino e bovino, oriundos de animais criados em sistema extensivo no sertão do Estado da Paraíba observaram um teor de 359,6 g kg-1 equivalente a 35,96 dag kg-1 e 202,4 g kg-1 equivalente 20,24 dag kg-1 de carbono orgânico respectivamente. Os autores ainda observaram maior teor de carbono orgânico no esterco caprino e menor teor de carbono orgânico no esterco bovino em comparação aos estercos de caprino e bovino dos animais criados no Sítio Várzea Redonda, Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 13 município de Guaraciaba do Norte, Ceará. A diferença nos valores de matéria orgânica dos estercos de origem animal resulta do processo de compostagem, processo de estabilização biológica e alimentação dos animais geradores destes resíduos, devendo-se levar em consideração também o fator utilizado no cálculo da matéria orgânica, neste caso o estudo do esterco caprino foi utilizado o fator 2,05 considerado o mais adequado para o cálculo de matéria orgânica em resíduos orgânicos (PASCUAL et al., 1997). O teor estimado de nitrogênio total calculado pelo teor de matéria orgânica do esterco caprino em estudo é de 32,78 g kg-1 e no esterco bovino foi de 31,25 kg-1, cujos teores são considerados muito alto, sendo maior no esterco caprino (Tabela 1). Tal concentração de N pode ser explicada pela alimentação dos animais com alimentos de forragem oriundas de plantas ricas em proteínas (leguminosas) encontradas na localidade do estudo. Os elevados teores de nitrogênio total nos estercos caprino e bovinos indicam que os estercos podem atuar como fonte imediata de N às plantas. A aplicação dos estercos deve ser feita com cuidado, devendo-se levar em consideração as doses a serem adicionadas ao solo, a textura do solo e a forma de aplicação, para evitar a lixiviação de amônio e nitrato, sendo necessário estudar as doses ideais dos estercos para ser incorporados ao solo, evitando concentrações além da exigência das culturas. Souto et al. (2013), ao avaliarem amostras de esterco caprino e bovino, observaram teores de 16,63 g kg-1 e 7,53 g kg-1 de N, cujos teores foram considerados pelos autores como muito elevados, podendo essa concentração de N no esterco caprino ser explicado provavelmente pela habilidade desses animais na seleção de alimentos. O nitrogênio total obtido nas amostras de estercos caprino e bovino dos animais criados no Sítio várzea redonda do município de Guaraciaba do Norte, CE por serem mais ricos em N apresentam menor relação C/N em comparação a relação C/N dos estercos caprino e bovino dos animais criados no sertão do Estado da Paraíba. Os teores disponíveis de P, K, Ca + Mg dos estercos caprino e bovino são considerados muito altos (Tabela 1). Os teores de P obtido do esterco caprino em estudo é de 2.369 mg dm-3 disponível corresponde a forma total de 2,37 g kg-1 de P, e o esterco bovino de 380, 75 mg dm-3 de P disponível equivale a forma de P total a 0,380 g kg-1 são inferiores aos teores totais de P obtidos por Souto et al. (2013) ao avaliarem amostras de estercos caprino e bovinos criados em sistema extensivo no sertão do Estado da Paraíba, ao observarem um teor total de 2,57 g kg-1 de P no esterco caprino e 1,12 g kg-1de P no esterco bovino. A explicação sobre a inferioridade do P nos estercos caprino e bovino em relação aos obtidos por Souto et al. (2013) pode ser devido ao regime alimentar na criação extensiva dos animais no Sítio Várzea Redonda do município de Guaraciaba do Norte, onde se alimentam de pastagens nativas da Caatinga em solos mais rico em cálcio, precipitando os íons fosfatos, ou pelos baixos teores de P disponível no solo produzindo plantas forrageiras com teores inadequados causando deficiência de P nas Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 14 plantas ou devido ao tipo de pastagem, a idade dos animais, época de pastejo e a não complementação dos alimentos concentrados com suplementos minerais rico em P onde promoveu menor concentração de P nos estercos produzidos pelos caprinos e bovinos. Os valores dos teores de k+ e Ca2+ + Mg2+ são considerados muito alto nos estercos caprino e bovino. As formas disponíveis totais de K, Ca + Mg obtidas no esterco caprino é de 21,42 mg dm-3 e 75,78 cmolc dm-3 e no esterco bovino de 1.320 mg dm-3 e 140,98 cmolc dm-3, segundo os critérios de interpretação dos teores disponíveis (AQUINO et al., 1993; SOBRAL et al., 2015). Os resultados das análises amostrais do esterco caprino observa-se que o teor de K disponível 21,42 mg dm-3 equivale a 0,021g kg-1 de K total e no esterco bovino o teor de K disponível 1.320 mg dm-3 equivale a 1,32 g kg-1 de K, inferior apenas no esterco caprino e superior no esterco bovino ao confrontar com os resultados obtidos por Souto et al. (2013), que ao analisarem amostras de estercos caprino e bovinos de animais criados no sertão do Estado da Paraíba em sistema extensivo, observaram o teor total de 0,59 g kg-1.e 1,13 g kg-1 de K para os estercos respectivamente. O resultado obtido das análises das amostras dos estercos caprino e bovino reforça a recomendação da utilização dos estercos como fertilizantes orgânicos para suprir a demanda nutricional das plantas, além de favorecer as propriedades química, físicas e biológicas do solo. A relação C/N dos estercos caprino e bovino de 10/1 (Tabela 1) reflete uma rápida decomposição do esterco que pode liberar rapidamente o nitrogênio no solo prontamente para as plantas absorverem. Os estercos apresentam valor da relação C/N, que favorece uma rápida mineralização indicando maior potencial de suprimento de N a partir da decomposição desses estercos. No entanto, doses altas incorporadas ao solo disponibiliza excesso de N que pode promover contaminação do lençol freático devido à lixiviação do nitrato, dependendo da textura do solo e da frequência de aplicação. Por outro lado, a aplicação de resíduos orgânicos com relação C/N alta resulta em imobilização temporária de N pelos microrganismos do solo. Os estercos estudados caprino e bovino com relação C/N 10/1 não altera o equilíbrio microbiológico do solo, não promovendo imobilização de N, tais observações são corroboradas por Teixeira et al. (2011) ao constatarem que, quando a relação C/N de um resíduo orgânico for acima de 30/1, ocorrerá o predomínio da imobilização do N na biomassa microbiana, e que quando a relação C/N for abaixo de 30/1 predomina a mineralização. A relação C/N dos estercos caprino e bovino obtida neste trabalho é menor que a relação C/N dos estercos caprino e bovino encontrada por Souto et al. (2013) ao avaliarem amostras de estercos caprino e bovino de animais criados no sertão do Estado da Paraíba em sistema extensivo, onde observaram relação C/N de 21/1 e 27/1, respectivamente. A explicação da menor relação C/N encontrada nos estercos caprino e bovino em estudo quando comparada a relação C/N obtida por Souto et al. (2013) é explicada pelo maior teor Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 15 de N encontrados nos estercos caprino e bovino dos animais criados em sistema extensivo no sítio Várzea Redonda, município de Guaraciaba do Norte, CE. A relação C/P do esterco caprino de 135 e a relação C/P do esterco bovino de 800 (Tabela 1) reflete uma rápida decomposição do esterco caprino que apresenta baixo valor da relação C/P sendo mais facilmente decomposto, predominando a mineralização, promovendo maior velocidade de disponibilidade de P no solo. No entanto, o esterco bovino que apresenta elevada relação C/P superior a 300, favorece a imobilização de P inorgânico do solo pelos microrganismos reduzindo a disponibilidade de P no solo temporariamente causando deficiência de P disponível no solo às plantas. As observações sobre os valores da relação C/P são explicados por Maluf et al. (2015), ao constatarem que os processos de mineralização e imobilização do fósforo são regulados pela relação C/P, onde valores superiores ou iguais a 300 tende à imobilização e valores menores que 200 favorecem a mineralização. Tabela 1. Composição química dos estercos caprino e bovino dos animais criados em sistema extensivo no sítio Várzea Redonda do município de Guaraciaba do Norte, Serra da Ibiapaba, CE, 2019 Esterco Caprino CO MOEC NT P K Ca + Mg Na C/N C/P ...............dag Kg-1............ g kg-1 ........mg dm-3............. ......Cmolc dm-3.......... 31,97 55,12 32,78 2.369 2.142 75,78 6,22 10/1 135 Esterco Bovino CO MOEB NT P K Ca + Mg Na C/N C/P ...............dag Kg-1............ g kg-1 .............mg dm-3........ ......Cmolc dm-3.......... 30,49 52,57 31,25 380,75 1.320 140,80 1,30 10/1 800 CO = Carbono orgânico; MOEC = Matéria orgânica do esterco caprino; MOEB = Matéria orgânica do esterco bovino; NT = Nitrogênio total; C/N = Relação Carbono/Nitrogênio; C/P = Relação Carbono/Nitrogênio. CONCLUSÕES A caracterização química dos estercos apresentou baixo teor de sódio, elevados teores de MO, N, P, K, Ca e Mg, o que confere potencial de uso na agricultura, na implementação de capineiras e na preparação de viveiros como adubo orgânico. O baixo valor da relação C/N dos estercos favorece a rápida mineralização de N. O esterco bovino apresentou elevada relação C/P o que resulta em menor disponibilidade de P no solo em relação ao esterco caprino. REFRÊNCIAS ANDRADE, A. P. et al. A Caatinga no contexto da variabilidade sazonal da disponibilidade de forragem. In: ALENCAR, G. S. S.; GUERRA, I. (Orgs.). Diversidade do Saber Científico: Reflexões sobre Ciência, Saúde e Esporte. 1. ed. Juazeiro do Norte: IFCE, 2013, p.17-46. AQUINO, A. B.; AQUINO, B. F.; HERNANDEZ, F. F. F.; HOLANDA, F. J. M.; FREIRE, J. M.; CRISÓSTIMO, L. A.; COSTA, R. I.; UCHOA, S. C. P. FERNANDES, V. L. B. Manual de recomendações de adubação e calagem para o Estado do Ceará. Universidade Federal do Ceará. 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R. de (2020) 18 Capítulo 2 Avaliação química de esterco caprino da fazenda experimental da UVA, Sobral, CE Antônia Isabela Soares Ximenes1 José Roberto de Sá2 Maria Cristina Martins Ribeiro de Souza3 Dimitri Matos Silva4 Luiz Das Chagas Filho5 Antônio Marcos Gonçalves Feijão6 Eliana Minervina de Castro7 1Graduada em Irrigação, isabelaximenes52@gmail.com 2Professor Dr. Adjunto I, Setor de Estudo de Solos/CCAB/UVA, Campus da Betânia, sajrobert@yahoo.com.br 3Graduando em Zootecnia, luizgbafilho@gmail.com 4Professora Dra. do Eixo Recursos Naturais do Instituto Federal do Ceará, Campus de Sobral, Ceará, cristina2009@ifce.edu.br 5Mestre em Solos e Nutrição de Plantas, Técnico do Laboratório de Análises de Solo e Água para Irrigação, IFCE, Campus Sobral, dimitri.silva@ifce.edu.br 6Graduando em Zootecnia/UVA, gonsal817@gmail.com 7Professora do Setor de Estudo em Aquicultura/CCAB/UVA/Campus da Betânia, Sobral, CE, elianezootecnia@gmail.com RESUMO: A utilização de estercos como fonte de nutrientes é de fundamental importância na recuperação e manutenção da fertilidade dos solos, principalmente no semiárido do Nordeste brasileiro. Objetivou-se com este trabalho avaliar a composição química do esterco caprino. A coleta do esterco caprino foi realizada na fazenda experimental da UVA – FAEX. O estudo teve como objetivo avaliar a composição química do esterco caprino de uma esterqueira da Fazenda Experimental da Universidade Estadual Vale do Acaraú, Sobral, Ceará. Procedeu-se coleta do esterco caprino do rebanho com diferentes faixas etárias, mantidos em sistema semi-intensivo com regime alimentar composto por 90% de volumoso, principalmente capim Tifton 85 (Cynodon spp.) e espécies nativas da caatinga, sendo retiradas seis amostras simples do esterco em diferentes pontos da esterqueira para obter uma amostra composta de 0,5 kg, após homogeneização das mesmas em seguida foi encaminhada ao laboratório de fertilidade do solo do IFCE, campus de Sobral para a determinação do pH, carbono orgânico (CO), matéria orgânica do esterco caprino (MOEC), P, K, Ca, Mg, Na, Al, H+Al e calculados os valores da Soma de bases (S), capacidade de troca de cátions (CTC pH 7,0), Saturação por bases (V), Percentagem de sódio trocável (PST), Condutividade elétrica (CE), Nitrogênio total (NT) e relação C/N. No cálculo da matéria orgânica foi utilizado o fator 2,05 considerado o mais adequado para o cálculo de matéria orgânica em resíduos orgânicos. O NT foi obtido através do teor de matéria orgânica multiplicado pelo fator 0,05. Os resultados obtidos foram: pH (água 1:2,5) = 8,6; CO = 231gkg-1; MOS. = 474,55 gkg-1; relação C/N= 10; NT = 23,677 gkg-1; K = 23,35 cmolc dm-3; Ca = 9,65 cmolcdm-3; Mg = 0,35 cmolcdm-3; Na= 4,783 cmolc dm-3; P (Mehlich) = 114 mg dm-3; Al3+ = 0,0; (H+Al) = 1,55 cmol cdm-3; S = 38,133 cmol cdm-3; CTCpH7,0 = 39,683 cmol cdm-3; V(%) = 96; PST(%) = 12 e CE = 0,08 dSm-1. Pela interpretação da análise química do esterco caprino, observou-se elevados teores de matéria orgânica, fósforo, potássio e cálcio, baixo teor disponível de magnésio, baixa condutividade elétrica, ausência de acidez trocável e alta percentagem de sódio trocável. O esterco caprino pode ser utilizado como fertilizante orgânico, contudo, é necessário levar em consideração as práticas de cultivos e escolhas das culturas tolerantes ao teor de sódio trocável principalmente no preparo de mudas. PALAVRAS-CHAVE: ciclagem de nutrientes, matéria orgânica, mineralização, nitrogênio total. Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 19 ABSTRACT: Chemical characterization of goat manure from UVA - Experimental Farm, Sobral, CE. The utilization of manure as a source of nutrientes have fundamental importance for the recovery and maintance of the soil fertility, especially in the semiarid region of brazilian Northest. This study has the objetive of analyze the chemical compostion of the goat manure. The goat manure was collect at the Experimental Farm from the State University Vale do Acaraú (UVA), Sobral, Ceará. Proceeding the collect of goat manure from the herd with different age groups, kept in a semi-intensive system with 90% roughage, mainly tifton grass 85 (Cynodon spp.) and native caatinga species, and six simple samples were taken. from the dunghill at different pointsof the manure, to obtain a 0.5 kg composite sample after homogenization and then, it was sent to the IFCE (Federal Institute of Ceará) soil fertility laboratory, on Sobral campus, for the determination of pH, organic carbon (CO), goat manure organic matter (MOEC), P, K, Ca, Mg, Na, Al, H + Al and the calculated values of Sums of Bases (S), Cation Exchange Capacity (CTC pH 7,0), Base Saturation (V), Exchangeable sodium percentage (ESP), Electrical conductivity (EC), Total nitrogen (TN) and C/N ratio. In the calculation of organic matter, it was used the factor 2.05, considered the most suitable for the calculation of organic matter in organic waste. The NT was obtained through the organic matter contente, multiplied by the factor 0,05. The obtained results were: pH (water 1:2,5) = 8,6; CO = 231gkg-1; MOS. = 474,55 gkg-1; relation C/N= 10; NT = 23,677 gkg-1; K = 23,35 cmolc dm-3; Ca = 9,65 cmolc dm-3; Mg = 0,35 cmolc dm-3; Na= 4,783 cmolc dm-3; P (Mehlich) = 114 mg dm-3; Al3+ = 0,0; (H+Al) = 1,55 cmolc dm-3; S = 38,133 cmolc dm-3; CTCpH7,0 = 39,683 cmolc dm-3; V(%) = 96; PST(%) = 12 e CE = 0,08 dSm-1. The interpretation of the chemical analysis of goat manure, showed high levels of organic matter, phosphorus, potassium and calcium, low available magnesium content, low electrical conductivity, absence of exchangeable acidity and high percentage of exchangeable sodium. Goat manure can be used as an organic fertilizer, however, it is necessary to take into account cultivation practices and crop choices tolerant to exchangeable sodium content especially in seedling preparation. Keywords: nutrient cycling, organic matter, mineralization, total nitrogen. INTRODUÇÃO A incorporação de estercos nos solos do semiárido do Nordeste brasileiro é uma das alternativas de grande importância para elevar a fertilidade do solo favorecendo maior capacidade de disponibilizar nutrientes às plantas, especificamente os dois macronutrientes mais exigidos pelas plantas, o nitrogênio e fósforo. Essa prática é muito viável nas áreas de agricultura familiar devido tornar os solos mais produtivos, quando os seus atributos físicos são adequados aos cultivos agrícolas. A reciclagem de nutrientes através da utilização de resíduos orgânicos nas propriedades tem como finalidade controlar a degradação ambiental, e reduzir os custos com fertilizantes sintéticos (MENEZES & SALCEDO, 2007; HIGASNIKAWA et al., 2010). Apesar do reconhecimento dos efeitos positivos dos resíduos orgânicos sobre os atributos químicos, físicos e as atividades dos microrganismos do solo, existe uma preocupação com o uso de estercos no solo, em relação à existência de níveis excessivos de nitrogênio e fósforo em sua composição além da exigência das culturas, onde dependendo das condições físicas do solo podem ocorrer sérios problemas ambientais, como por exemplo, a eutrofização dos mananciais superficiais e em profundidade atingindo os aquíferos e também podendo indisponibilizar outros nutrientes essenciais às culturas (SILVEIRA et al., 2011). A produção de pequenos ruminantes caracteriza-se como uma atividade de grande importância cultural, social e econômica para a agricultura familiar, desempenhando um papel fundamental em seu desenvolvimento (SOUZA & ROBERTO, 2011). O uso de esterco de origem animal empregado nas práticas agrícolas Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 20 necessita de estudos que viabilizem sua utilização como componente de substratos, assim o presente trabalho tem por objetivo interpretar os resultados das análises químicas do esterco caprino. REFERENCIAL TEÓRICO Agricultura familiar Estima-se que aproximadamente 84,4% dos estabelecimentos agropecuários do país pertençam à agricultura familiar, o que em termos absolutos, corresponde a 4,36 milhões de estabelecimentos agropecuários, entretanto, a área ocupada pela agricultura familiar é de apenas 80,25 milhões de hectares, o que corresponde a 24,3% da área total ocupada por estabelecimentos rurais (ALMEIDA, 2006). Dados do Portal do Brasil (2015), apresenta que a agricultura familiar é responsável pela produção e abastecimento de cerca de 70% dos alimentos consumidos em todo o país (BRASIL, 2018). A Lei Federal n. 11.326, de 24 de julho de 2006, no artigo 3º (BRASIL, 2006), destaca como características primordiais para se enquadrar como agricultores familiares: (i) não possuir área maior do que quatro módulos fiscais; (ii) a mão de obra utilizada nas atividades econômicas ser predominantemente familiar; e (iii) o maior percentual da renda ser obtido das atividades econômicas do estabelecimento. Como agricultura familiar tradicional entende-se, neste estudo, os agricultores enquadrados na Lei Federal 11.326, de 24 de julho de 2006, não pertencentes à reforma agrária (BEZERRA & SCHLINDWWIN, 2017). Importância da caprinocultura para a agricultura familiar A caprinovinocultura no Nordeste brasileiro constitui se numa atividade de extrema importância, seja no contexto econômico, pela geração de fonte de renda para pequenos produtores, seja no contexto sociocultural, pela fixação do homem ao campo e perpetuação da atividade produtiva para as gerações seguintes (BATISTA & SOUZA, 2015). A exploração ovina e caprina representa a maior fonte produtora de proteína para os agricultores e os habitantes das pequenas cidades do Nordeste, em função da adaptação dessas espécies às condições ambientais das caatingas e habilidade de transformar material fibroso e de baixo valor nutritivo, em alimentos nobres de alto valor proteico para o homem, como a carne e o leite (ARAÚJO, 2003). Na região Nordeste, o rebanho de caprinos teve aumento de 18,38%, passando de cerca de 6,4 milhões de cabeças para 7,6 milhões entre os anos de 2006 e 2017 (EMBRAPA, 2018). Esterco caprino Os teores de nutrientes do esterco animal podem variar com a fase de decomposição do material, a alimentação, o sistema de criação, a idade do animal, a raça, entre outros fatores (ORRICO et al., 2007; TRANI et al., 2008). As quantidades de nutrientes excretados nas fezes de caprinos foram avaliadas por Orrico et al. Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 21 (2007), que obtiveram uma média de 1,39% N; 0,62% P e 0,29% K (percentual de matéria seca). O esterco caprino é considerado um dos adubos mais ativos e concentrados. Estima-se que 250 kg de esterco de cabra produzam o mesmo efeito que 500 kg de esterco de vaca (ALVES & PINHEIRO, 2008). Esse esterco ainda é citado como um dos melhores pelas quantidades consideráveis de nitrogênio, fósforo e potássio (AMORIM, 2002). O esterco caprino também é mais sólido e muito menos aquoso que o esterco bovinos e suínos, tem a estrutura mais fofa, permitindo a aeração, e por essa razão apresenta fermentação mais rápida, podendo ser aproveitado com sucesso na agricultura após um menor período de tempo que os demais (HENRIQUE, 1997; TIBAU, 1993). A principal dificuldade para o uso dos estercos é a falta de conhecimento sobre a importância desse insumo para as plantas, fazendo com que o produtor venda o esterco produzido pelos animais para adicionar renda à família (SILVA, 2010) deixando, muitas vezes, de melhorar as condições físicas, químicas e biológicas do solo e garantir melhores rendimentos em suas produções (SOUZA et al., 2015). METODOLOGIA O esterco caprino utilizado foi coletado no setor de caprinocultura da Fazenda Experimental – FAEX da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA Sobral, Ceará. Os animais vivem em sistemas de cultivo semi-intensivo, alimentados com concentrado e tendo como volumoso, o capimTifton 85 (Cynodon spp.) e espécies nativas da caatinga. Foram coletadas seis amostras do montante de esterco caprino que passou por um processo de estabilização biológica em uma esterqueira localizada na fazenda em local aberto durante o ano de 2018. As amostras simples foram homogeneizadas e utilizadas para formar uma amostra composta de 0,5 kg, que em seguida foi conduzida ao Laboratório de Fertilidade do Solo do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, Campus Sobral, secas ao ar livre e passadas na peneira de 2mm de malha para a determinação de carbono orgânico – (CO), pH em água, os teores de P, K+, Ca2+, Mg2+, Na+ disponíveis e a condutividade elétrica – (CE). O pH foi determinado na relação solo/água de 1:2,5 por potenciometria. A acidez potencial (H+Al) foi extraída com acetato de cálcio a 0,5 mol L-1 e quantificada por titulometria com NaOH 0,025 mol L-1. Os teores de Ca2+, Mg2+ e Al3+ trocáveis foram extraídos em conjunto com KCl 1 mol L-1 titulando-se numa fração do extrato, o Al3+ com NaOH na presença de azul de bromotimol como indicador. Em outra fração do extrato, foram titulados o cálcio e o magnésio por complexometria com o emprego do EDTA, usando como indicador o negro-de-eriocromo– T. Em uma terceira alíquota foi feita a determinação de cálcio por complexometria com EDTA e ácido calcon carbônico como indicador. Enquanto os teores de Na+ e K+ trocáveis foram extraídos com Mehlich-1, sendo determinados em fotômetro de chama. O P foi extraído com a solução extratora de Mehlich-1 Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 22 constituída por HCl 0,05 mol L-1 + H2SO4 0,0125 mol L-1 e determinado por espectrofotometria visível, com leitura da transmitância, usando filtro de 880 nm (TEIXEIRA et al., 2017). A condutividade elétrica do extrato de saturação do esterco (CEes) foi determinada utilizando-se 15 g de amostra (base seca) mais 30 mL de água deionizada, agitando-se por 30 min. Após 16 h de repouso, as amostras foram filtradas e as determinações feitas no extrato aquoso, com auxílio de condutivímetro calibrado com solução-padrão de KCl 0,01 mol L-1 (CE = 1,412 dS m-1 a 25°C). O carbono orgânico (CO) do esterco foi quantificado por oxidação da matéria orgânica via úmida, empregando-se solução de dicromato de potássio em meio sulfúrico, com fonte externa de calor, pela determinação do carbono orgânico determinou-se a matéria orgânica do esterco caprino multiplicando pelo fator 2,05 conforme Pascual et al. (1997), que consideram esse fator mais adequado para o cálculo de matéria orgânica em resíduos orgânicos. Pelas determinações analíticas, calculou-se a soma de bases (S), capacidade de troca de cátions a pH 7 (T), capacidade de troca de cátions efetiva (t), saturação por bases (V), e percentagem de sódio trocável (PST). A relação C/N foi obtida por meio dos teores de carbono orgânico e nitrogênio total (TEIXEIRA et al., 2017). O nitrogênio total (NT) foi calculado pelo teor de matéria orgânica multiplicado pelo fator 0,05 por considerar que a matéria orgânica do solo contém 5% de nitrogênio (TOMÉ JR, 1997). Os teores disponíveis de P e K em mg dm-3 e os teores trocáveis de Ca e Mg cmolc dm-3 também foram convertidos para os teores totais que correspondem aos teores nas formas totais pesados em uma alíquota de esterco (gkg-1). RESULTADOS E DISCUSSÃO Os valores de carbono orgânico, matéria orgânica, pH, acidez potencial, soma de bases, capacidade de troca de cátions a pH7, saturação por bases, percentagem de sódio trocável, condutividade elétrica, os teores disponíveis de macronutrientes e a relação C/N do esterco caprino são apresentados na Tabela 1. Tabela 1. Composição química do esterco caprino de uma esterqueira da Fazenda Experimental-FAEX/ UVA, Sobral, CE CO MOEC pH (H + Al) S T V PST CEes ................gkg-1............. (H20) ....................Cmolcdm-3...................... ...............%............. dS m-1 321 473,55 8,6 1,55 38,133 39,683 96 12 0,08 NT P K Ca Mg Na Relação C/N gkg-1 mgdm-3 ..............................Cmolcdm-3..................................... 23,677 114 23,35 9,65 0,35 4,783 10/1 pH – determinado em H2O, relação 1:2,5, equivalente a relação 10 g de solo/25 mL de água destilada. P(Mehlich); (T) = Capacidade de troca de cátions a pH 7 – CTC pH 7; CO = Carbono orgânico; MOEC = Matéria orgânica do esterco caprino; PST = percentagem de sódio trocável; CE = Condutividade elétrica. Acidez potencial (H+Al). MOEC = Matéria orgânica do esterco caprino. Al3+ = 0,00 (acidez trocável desprezível). Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 23 Pelos resultados obtidos, observa-se que os valores de carbono orgânico e matéria orgânica do esterco caprino de 231 e 473,55 g.kg-1, são considerados como muito alto respectivamente (RIBEIRO et al., 1999; SOBRAL et al., 2015). Melo et al. (2008) ao avaliarem esterco bovino, encontraram teor de matéria orgânica de 255 gkg-1. Souto et al. (2013) ao avaliarem amostras de esterco caprino, observaram um teor de 359, 6 gkg-1 de CO superior ao encontrado no esterco caprino em estudo. Esse maior teor de CO encontrado pelos autores é explicado em relação a maior C/N no esterco dos caprinos do sertão paraibano em relação ao valor obtido neste esterco caprino dos animais da FAEX/UVA, mesorregião norte do Ceará. A diferença nos valores da matéria orgânica dos estercos de origem animal resulta do processo de compostagem, processo de estabilização biológica e alimentação dos animais geradores destes resíduos, devendo-se levar em consideração também o fator utilizado no cálculo da matéria orgânica, neste caso do estudo do esterco caprino da FAEX, foi utilizado o fator 2,05 recomendado por Pascual et al. (1997), que consideram esse fator mais adequado para o cálculo de matéria orgânica em resíduos orgânicos. Com o uso desse esterco caprino no solo, ocorrerá aumento nos teores de matéria orgânica que quando mineralizada pelos microrganismos heterotróficos fornece nutrientes essenciais às plantas, principalmente nitrogênio, enxofre, fósforo e boro (MEURER, 2007). Para o pH do esterco caprino o valor obtido de 8,6 (Tabela 1). O alto valor de pH do esterco caprino foi influenciado pelos teores de sódio (4,783 cmolc dm-3) que provavelmente pode estar ligado a alimentação dos animais rica em sais. Para Malavolta (2006), o sódio presente no meio é adsorvido fracamente às partículas do solo, e na presença de água, forma uma base (NaOH) forte que se dissocia com facilidade, elevando o pH. Com relação ao teor de alumínio trocável, não se observa sua presença no esterco caprino, confirmando que o esterco não apresenta problemas de toxidez às plantas e nem interfere na dinâmica dos íons fosfatos no solo. A afirmação é corroborada por Sharma et al. (1997) que admitem para uso nas lavouras resíduos orgânicos com pH em água na faixa de 6 a 8,5. Neste caso, o esterco caprino aplicado ao solo, em doses elevadas, pode modificar o valor de pH, para uma faixa acima daquela considerada adequada ao crescimento das culturas, em razão de sua alcalinidade disponibilizando maiores concentrações de sódio trocável. Os valores da soma de bases (SB) (33,55 cmolc dm3) e a saturação por base (V%) (96%) (Tabela 1) são considerados como muito alto (RIBEIRO et al., 1999; SOBRAL et al., 2015) quando observado as concentrações avaliadas em solos. A soma de bases corresponde à soma de cálcio, magnésio, potássio e sódio, todos na forma trocável, a SB permite a indicação do número de cargas negativas, dos coloides que estão ocupadas por bases e atua tambémpara o cálculo da saturação de bases (V%) (LOPES, 1998). Por essa razão ambos os resultados SB e V (%), são considerados muito altos, pois a saturação de bases apresenta resultado superior a 70%. Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 24 A capacidade de troca de cátions (CTC) a pH 7 reflete a capacidade do esterco caprino em adsorver cátions. A capacidade de troca catiônica (CTC) pode ser obtida por soma de bases, com acréscimo do alumínio e hidrogênio. Esse atributo reflete também o grau de maturação do resíduo orgânico em estudo. Com a aplicação desse esterco pode contribuir com o aumento da CTC do solo, favorecendo a adsorção da fase sólida do solo e a disponibilidade de nutrientes à solução do solo de forma sincronizada com a exigência das plantas, controlando as perdas por lixiviação. A CTC encontrada no esterco caprino do presente trabalho é 35,10 cmolc dm3, que segundo Lopes (1998) auxilia na retenção de água no solo. O esterco apresenta uma percentagem de sódio trocável de 12% e uma condutividade elétrica de 0,08 dSm-1 (Tabela 1). Pela percentagem de sódio trocável o esterco caprino pode apresentar problema para o solo e as plantas devido à presença de sódio trocável ser alta no esterco. O excesso de sódio determinado na amostra do esterco caprino quando adicionado ao solo causará distúrbio na absorção de nutrientes, alterando as concentrações de nutrientes nas plantas. O esterco caprino pela percentagem de sódio trocável indica alto teor de sódio trocável que pode ocasionar sérios problemas físicos no solo e interações inadequadas entre os íons de K, Ca e Mg disponíveis no solo ocasionando perda de crescimento das plantas. No entanto, a condutividade elétrica do esterco caprino não apresenta risco de uso do esterco com relação ao aumento de salinidade do solo. Essas observações são confirmadas por Pizarro (1978) ao constatar que, um solo pode apresentar problemas de sodicidade quando a percentagem de sódio trocável for > 7%. O teor de nitrogênio total calculado pelo teor de matéria orgânica do esterco caprino em estudo é de 23,677 gkg-1 é considerado muito alto. Tal concentração de N pode ser explicada pela alimentação dos animais com alimentos ricos em ureia e forragem oriundas de plantas ricas em proteínas. Os teores elevados de N total nesse esterco caprino indicam que o mesmo pode atuar como fonte imediata de N às plantas. No entanto, a aplicação do esterco no solo deve ser feita com cuidado, observando as doses aplicadas, a textura do solo e a forma de aplicação, para evitar a lixiviação de amônio e nitrato, sendo necessário estudar as doses ideais dos estercos para ser incorporados ao solo, evitando concentrações além da exigência das culturas. Souto et al. (2013) ao avaliarem amostras de esterco caprino, observaram teor de 16,63 gkg-1 de N, cujos teores foram considerados pelos autores como muito elevados, podendo essa concentração de N no esterco caprino ser explicado provavelmente pela habilidade desses animais na seleção de alimentos. Os teores de P (Tabela 1) obtido do esterco caprino em estudo é de 114 mg dm-3 disponível correspondendo a forma total de 11,40 gkg-1 superior a forma total de P obtida por Souto et al. (2013), que ao avaliarem amostras de esterco caprino criados no sertão paraibano, observaram um teor total de 2,57 gkg-1 de P. A explicação sobre a superioridade do P no esterco caprino em relação aos obtidos pelos autores pode ser devido ao regime Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 25 alimentar na criação semi extensiva dos animais na Fazenda experimental da Universidade Estadual Vale do Acaraú, onde se alimentam de pastagens nativas da caatinga, levando em consideração o tipo de pastagem, a idade dos animais, época de pastejo e a complementação dos alimentos concentrados com suplementos minerais rico em P promovendo maior concentração de P no esterco produzidos pelos caprinos. Os valores dos teores de potássio e cálcio são considerados muito alto enquanto o teor de magnésio do esterco caprino é considerado como baixo (Tabela 1), segundo os critérios de interpretação dos teores disponíveis no solo (RIBEIRO et al., 1999; SOBRAL et al., 2015). As formas totais de K, Ca e Mg obtidos no esterco de caprino estudado foi de 9,13 g kg-1, 1,92 g kg- 1 e 0,04g kg-1. Pelos resultados obtidos, observa- se que apenas o K apesenta maior concentração quando confrontado com as observações de Souto et al. (2013), que ao avaliarem amostras de esterco caprino criado no sertão da Paraíba em sistema extensivo, observaram os teores totais de 0,59 gkg-1, 24,7 gkg-1 e 9,6 gkg-1 para K, Ca e Mg respectivamente. O resultado obtido reforça a recomendação da utilização do esterco de caprino especialmente de fósforo e dos demais nutrientes, além de favorecer as propriedades físicas e biológicas do solo. A relação C/N do esterco caprino de 10 (Tabela 1) reflete uma rápida decomposição do esterco que pode liberar rapidamente o nitrogênio incorporado no esterco. O esterco caprino da FAEX apresenta baixo valor da relação C/N, indicando maior potencial de suprimento de N a partir da decomposição desse esterco. Contudo, doses altas ou em excesso de N total (todas as formas de incluindo a mineral) pode promover contaminação do lençol freático devido à lixiviação do nitrato, dependendo da textura do solo e da frequência de aplicação. Por outro lado, a aplicação de resíduos orgânicos com C/N alta resulta em imobilização temporária de N pelos microrganismos do solo. Neste caso o esterco caprino com relação C/N abaixo de 15 não altera o equilíbrio microbiológico do solo, não promovendo imobilização de N, tais observações são corroboradas por Bernal et al. (1998a). Souto et al. (2013) ao avaliarem amostras de esterco caprino, observaram uma relação C/N de 21,62 superior a observada ao valor encontrado neste esterco caprino em estudo. Pela relação C/N obtida com o esterco caprino da FAZEX observa-se em sua composição química que o esterco é mais rico em N que em carbono, predominando sua rápida decomposição e mineralização para disponibilizar nutrientes às plantas não promovendo o processo de imobilização. Tal condição é explicada também por Teixeira et al. (2011) ao constatarem que, quando a relação C/N do material orgânico for acima de 30/1, ocorrerá o predomínio da imobilização dos nutrientes na biomassa microbiana. E quando a relação C/N for abaixo de 20/1 predomina a mineralização. CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS O esterco caprino apresentou elevados teores de matéria orgânica, fósforo, potássio e cálcio, baixo teor disponível de magnésio, baixa Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 26 condutividade elétrica, ausência de acidez trocável e alta percentagem de sódio trocável. O esterco caprino pode ser utilizado como fertilizante orgânico, contudo, é necessário levar em consideração as práticas de cultivos e escolhas das culturas tolerantes ao teor de sódio trocável principalmente no preparo de mudas. O uso dos fertilizantes orgânicos atende o grande anseio mundial quanto a produção de produtos orgânicos, que buscam alimentos mais saudáveis para uma parcela específica de consumidores. A produção orgânica favorece, também, o produtor rural permitindo maior sustentabilidade do sistema de produção, bem como conseguir maior lucratividade em razão do valor agregado pela qualidade do produto. A adubação orgânica, quando utilizada com critérios técnicos poderá substituir ou complementar adubação mineral, pois se apresenta eficientetanto para o desenvolvimento das plantas como para os atributos do solo. O uso indiscriminado de doses de fertilizantes, sejam eles orgânicos ou minerais, sem o conhecimento da análise de solo, necessidade nutricional da cultura e o prévio conhecimento das características químicas destes resíduos, poderá ocasionar redução de produtividade, desequilíbrio das propriedades do solo, proporcionando como consequências a contaminação de solo, água e ar. REFERÊNCIAS ALMEIDA, R. R. Mundo Educação. Agricultura Familiar. 2006. Disponível em: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geograf ia/agricultura-familiar.htm>. Acesso em: 04 de abril de 2018. ALVES, F. S. F.; PINHEIRO, R. R. O esterco caprino e ovino como fonte de renda. Jornal AgroValor, v.2, n.18, 2008. Seção Artigo, 4p. Disponível em: http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstrea m/item/94485/1/Midia-O-esterco-caprino-e- ovino-como-fonte-de-renda.pdf. Acesso em: 18 fev. 2020. AMORIM, A. C. Caracterização dos dejetos de caprinos: reciclagem energética e de nutrientes. 108f. 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Lei nº 11.326, de 24 de julho de 2006. Disponível em: <https://legis.senado.leg.br/sdleg- getter/documento?dm=4080268&disposition= inline>. Acesso em: 20 fev. 2020. BRASIL, S. O. S.; MARQUES, L. D. L.; SOARDI, K.; FREITAS, D. C. L. Agricultura familiar e seus desafios no Ceará. In: Simpósio Nacional de Empreendedorismo Social Enactus Brasil, 3, 2018, Fortaleza. Anais...Fortaleza, 2018. EMBRAPA. Novo Censo Agropecuário mostra crescimento de efetivo de caprinos e ovinos no Nordeste. Notícias. 2018. Disponível em: https://www.embrapa.br/cim-inteligencia-e- mercado-de-caprinos-e-ovinos/busca-de- noticias/-/noticia/36365362/novo-censo- agropecuario-mostra-crescimento-de-efetivo- de-caprinos-e-ovinos-no-nordeste. Acesso em: 20 fev. 2020. HENRIQUES, R. C. Análise da fixação de nitrogênio por bactérias do gênero Rhizobium em diferentes concentrações de fósforo e matéria orgânica na cultura do feijão (Phaseolus vulgaris) em Rego Pólo. 29f. Monografia (Graduação em Agronomia). 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Antônia Isabela Soares Ximenes: Graduada em Tecnologia em Irrigação e Drenagem no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia - IFCE Sobral. Dimitri Matos Silva: Graduando em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal do Ceará, mestrado em ciência do solo pela Universidade Federal do Ceará (2016). Atuação em Agronomia, com experiência nas áreas de Gêneses e Classificação de Solos, Topografia aplicada à experimentação agrícola. Atualmente é bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica. Eliane Minervina de Castro: Engenheira de Pesca pela Universidade Federal do Ceará e Graduada em Formação Especial de Professores, Licenciatura Plena pela Universidade Estadual Vale do Acaraú. Especialista em Economia Rural, pela Universidade Federal do Ceará e em Metodologia da Pesquisa Social pela Universidade Estadual Vale do Acaraú. Mestre em Zootecnia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (2009). Professora assistente F da Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA, desde 1995. Atuou como coordenadora Adjunta do Campus Avançado de Camocim, como membro do Conselho de Pesquisa e Extensão (CEPE), Coordenadora Adjunta de Iniciação Científica, Coordenadora do Curso de Zootecnia e Vice-Diretora do centro de Ciências Agrárias e Biológicas. Coordena o Grupo de estudos em Aquicultura do Curso de Zootecnia da Universidade Estadual Vale do Acaraú. Tem experiência na área de Recursos Pesqueiros e Engenharia de Pesca, com ênfase em Aquicultura, atuando principalmente nos seguintes temas: aquicultura, meio ambiente, piscicultura familiar, piscicultura intensiva. José Roberto de Sá: Graduado em Engenharia Agronômica (1999) campus II CCA/Areia/UFPB, Mestre em Solos e Nutrição de Plantas (2001) CCA/Campus do Pici/UFC/Fortaleza/CE, Doutor em Solos e Nutrição de Plantas (2005) DCS/UFLA/MG e Pós-doutorado na UFERSA/Mossoró, RN. É professor Adjunto I, setor de estudo solos do curso de Zootecnia, campus da Betânia, UVA, Sobral, CE. Atua na área de fertilidade do solo, com orientações de TCC voltadas para a caracterização química dos fertilizantes orgânicos e adubação orgânica em projetos de extensão. É autor de livros e capítulo de livro. Tem experiência na área de Agronomia, com ênfase em Fertilidade do Solo e Adubação, salinidade atuando principalmente nos seguintes temas: fertilidade do solo, salinidade, adubação e hortaliças. Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 31 Luiz Das Chagas Filho: Graduado em Letras com licenciatura em Português e Inglês pela Universidade Estadual Vale do Acaraú – Sobral –CE, no ano de 2004. Pós- graduado em língua portuguesa e literatura pela Faculdade Latino Americana de Educação – FLATED, no ano de 2012. Graduando em Zootecnia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú – Sobral – CE. Atua como monitor voluntário da disciplina ecologia. Participou como organizador da palestra Zootecnia no contexto da agroecologia. Produtor rural e professor de Língua Portuguesa na Educação Básica nos municípios de Guaraciaba do Norte e Croatá – CE. Maria Cristina Martins Ribeiro de Souza: Possui graduação em Curso Especial de Formação Pedagógica pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (2000), graduação em Agronomia pela Universidade Federal do Ceará (1983), mestrado em Agronomia (Solos e Nutrição de Plantas) pela Universidade Federal do Ceará (1995) e doutorado em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal do Ceará (2014). Especialista em Educação Profissional Básica na modalidade EJA pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (2010). Atualmente é professora efetiva do Instituto Federal do Ceará - IFCE - Campus de Sobral, foi coordenadora do Curso Tecnológico em Irrigação e Drenagem do IFCE- Campus Sobral de 2014 a fevereiro de 2018 e é coordenadora do Laboratório de análise de solos e água para irrigação do IFCE. Tem experiência na área de Agronomia, com ênfase em Fertilidade do Solo e Adubação, salinidade atuando principalmente nos seguintes temas: fertilidade do solo, salinidade, adubação e hortaliças. Tem experiência na modalidade de ensino a distância (EAD) atuando como formador e tutor nesta modalidade de ensino. Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 32 Curriculum do Organizador José Roberto de Sá: Graduou-se em Agronomia pelo Centro de Ciências Agrárias, Campus II da Universidade Federal da Paraíba (1999), concluiu mestrado em Agronomia (Solos e Nutrição de Plantas) pela Universidade Federal do Ceará (2001) e doutorado em Agronomia (Solos e Nutrição de Plantas) pela Universidade Federal de Lavras - MG (2005) e Pós-doutorado no Departamento de Ciências Vegetais - UFERSA (2013). Exerceu atividades de professor de agricultura na Faculdade de Agronomia de Pombal (FAP), professor da disciplina Geologia e Mineralogia no Departamento de Ciências Ambientais - UFERSA e da disciplina Matéria Orgânica do Solo, do programa de Pós-Graduação em Fitotecnia - UFERSA - Mossoró - RN. É autor do livro A química do pensar, cuja resenha e comentários encontram-se no site: www.lendo.org. Autor do e-book NaCl/Si sobre o crescimento e acúmulo de nutrientes em plantas de maracujazeiro amarelo cultivadas em solução nutritiva, publicado em novas edições acadêmicas. Tem experiência na área de Agronomia, com ênfase em Fertilidade do solo, Manejo e Conservação do Solo atuando principalmente nos seguintes temas: agroecologia, adubação verde, ciclagem de nutrientes e indicadores de sustentabilidade em agroecossistemas. Desenvolveu as atividades de Extensionista Rural II e gerente da Unidade Operativa da EMATER do Município de São José da Lagoa Tapada, integrante a coordenadoria Regional da EMATER da cidade de Sousa/PB. Atualmente desenvolve atividades como Professor efetivo Adjunto I no setor de Estudo de Solos (disciplinas: fundamento da ciência do solo, fertilidade do solo e ecologia) do Centro de Ciências Agrárias e Biológicas - CCAB do curso de Zootecnia da Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA, Sobral/Ceará. Tem desenvolvidos orientações de TCC com caracterização dos atributos químicos de fertilizantes orgânicos, e, com adubação orgânica em hortaliças. Adubos orgânicos com potencialidades para o uso na agricultura do semiárido brasileiro Sá, J. R. de (2020) 33 Anexo Imagens obtidas da pesquisa realizada. Fonte: Lourival Vieira da Silva.
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