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APOSTILA 1 FASE - DIREITO ADMINISTRATIVO - XXXV

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2 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA BRASILEIRA ..................................................................................................... 4 
1. Desconcentração e descentralização......................................................................................................................... 4 
2. Administração direta e indireta ................................................................................................................................... 4 
3. Entidades da administração indireta .......................................................................................................................... 4 
4. Entidades paraestatais ou terceiro setor .................................................................................................................... 6 
5. Leitura complementar ................................................................................................................................................. 7 
6. Questões do exame da OAB ...................................................................................................................................... 7 
ATO ADMINISTRATIVO .............................................................................................................................................. 10 
1. Elementos do ato administrativo .............................................................................................................................. 10 
2. Atributos do ato administrativo ................................................................................................................................. 10 
3. Atos vinculados e discricionários .............................................................................................................................. 11 
4. Extinção dos atos administrativos ............................................................................................................................ 11 
5. Lei de introdução às normas do Direito Brasileiro .................................................................................................... 12 
6. Leitura complementar ............................................................................................................................................... 13 
7. Questões do exame da OAB .................................................................................................................................... 13 
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA ............................................................................................................................ 15 
1. Sujeito passivo do ato de improbidade .................................................................................................................... 15 
2. Sujeito ativo do ato de improbidade ......................................................................................................................... 15 
3. Espécies de atos de improbidade ............................................................................................................................ 15 
4. Sanções .................................................................................................................................................................... 15 
5. Procedimento administrativo e judicial ..................................................................................................................... 16 
6. Prescrição ................................................................................................................................................................. 17 
7. Leitura complementar ............................................................................................................................................... 17 
8. Questões do exame da OAB .................................................................................................................................... 18 
LICITAÇÃO .................................................................................................................................................................. 20 
1. Contratação direta .................................................................................................................................................... 20 
2. Tipos de licitação ...................................................................................................................................................... 21 
3. Procedimento ............................................................................................................................................................ 21 
4. Modalidades ............................................................................................................................................................. 22 
5. O Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC) ....................................................................................... 24 
6. Licitações das sociedades de economia mista e empresas públicas ...................................................................... 24 
7. Lei n.º 14.133/2021 – Nova Lei de Licitações e Contratos ...................................................................................... 26 
8. Licitações na pandemia ............................................................................................................................................ 29 
9. Leitura complementar ............................................................................................................................................... 29 
10. Questões do exame da OAB .................................................................................................................................. 29 
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS ............................................................................................................................ 31 
1. Regime jurídico ......................................................................................................................................................... 32 
2. Formalização dos contratos ..................................................................................................................................... 32 
3. Equilíbrio econômico financeiro do contrato ............................................................................................................ 33 
4. Convênios ................................................................................................................................................................. 33 
5. Contratos na pandemia ............................................................................................................................................ 33 
6. Contratos na Lei 13.303/2016 (sociedades de economia mista e empresas públicas. ........................................... 33 
7. Lei n.º 14.133/2021 – Nova Lei de Licitações e Contratos ...................................................................................... 33 
8. Leitura complementar ............................................................................................................................................... 35 
9. Questões do exame da OAB .................................................................................................................................... 35 
LEI ANTICORRUPÇÃO ............................................................................................................................................... 36 
1. Atos lesivos ............................................................................................................................................................... 36 
2. Responsabilização administrativa ............................................................................................................................ 36 
3. Acordo de leniência ..................................................................................................................................................37 
4. Responsabilização judicial ....................................................................................................................................... 37 
5. Prescrição ................................................................................................................................................................. 37 
7. Leitura complementar ............................................................................................................................................... 37 
6. Questões do exame da OAB .................................................................................................................................... 37 
3 
 
 
 
SERVIÇOS PÚBLICOS................................................................................................................................................ 38 
1. Classificação ............................................................................................................................................................. 39 
2. Princípios que regem a prestação dos serviços públicos ........................................................................................ 39 
3. Formas de delegação dos serviços públicos ........................................................................................................... 39 
4. Leitura complementar ............................................................................................................................................... 40 
5. Questões do exame da OAB .................................................................................................................................... 40 
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO ................................................................................................................ 43 
1. Teorias sobre a responsabilidade civil do Estado .................................................................................................... 43 
2. Responsabilidade civil do Estado no direito brasileiro ............................................................................................. 43 
3. Responsabilidade por atos legislativos e judiciais ................................................................................................... 43 
4. Questões do exame da OAB .................................................................................................................................... 44 
SERVIDORES PÚBLICOS .......................................................................................................................................... 45 
1. Conceito e espécies ................................................................................................................................................. 45 
2. Estabilidade .............................................................................................................................................................. 46 
3. Investidura ou provimento ........................................................................................................................................ 46 
4. Acumulação .............................................................................................................................................................. 48 
5. Sistema remuneratório ............................................................................................................................................. 48 
6. Direito de greve e associação sindical. .................................................................................................................... 48 
7. Exercício de mandato eletivo ................................................................................................................................... 49 
8. Pensão ...................................................................................................................................................................... 49 
9. Responsabilidade ..................................................................................................................................................... 49 
10. Leitura complementar ............................................................................................................................................. 49 
11. Questões do exame da OAB .................................................................................................................................. 49 
INTERVENÇÃO DO ESTADO SOBRE A PROPRIEDADE PRIVADA ....................................................................... 53 
1. Espécies ................................................................................................................................................................... 53 
2. Procedimento da desapropriação............................................................................................................................. 54 
3. Desapropriação por descumprimento da função social da propriedade .................................................................. 55 
4. Questões do exame da OAB .................................................................................................................................... 56 
PROCESSO ADMINISTRATIVO ................................................................................................................................. 58 
1. Fases do processo administrativo ............................................................................................................................ 59 
2. Prescrição ................................................................................................................................................................. 59 
3. Processo administrativo disciplinar .......................................................................................................................... 59 
3. Leitura complementar ............................................................................................................................................... 62 
4. Questões do exame da OAB .................................................................................................................................... 62 
PODERES E PRINCÍPIOS ........................................................................................................................................... 64 
1. Poderes da Administração Pública ........................................................................................................................... 64 
2. Princípios do direito administrativo ........................................................................................................................... 65 
3. Leitura complementar ............................................................................................................................................... 65 
4. Questões do exame da OAB .................................................................................................................................... 66 
BENS PÚBLICOS ........................................................................................................................................................ 67 
1. Classificação ............................................................................................................................................................. 67 
2. Características .......................................................................................................................................................... 68 
3. Formas de utilização privativa de bens públicos ...................................................................................................... 68 
4. Titularidade dos bens públicos .................................................................................................................................68 
5. Leitura complementar ............................................................................................................................................... 69 
6. Questões do exame da OAB .................................................................................................................................... 69 
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .......................................................................................................... 70 
1. Controle jurisdicional ................................................................................................................................................ 70 
2. Controle legislativo ou parlamentar .......................................................................................................................... 71 
3. Leitura complementar ............................................................................................................................................... 72 
4. Questões do exame da OAB .................................................................................................................................... 72 
TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS PELO PODER PÚBLICO ........................................................................... 73 
1. Entidades alcançadas pelas regras aplicáveis ao Poder Público ............................................................................ 73 
2. Regras aplicáveis ao Poder Público ......................................................................................................................... 74 
3. Leitura complementar ............................................................................................................................................... 74 
 
4 
 
 
 
 
 
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA BRASILEIRA 
 
1. Desconcentração e descentralização 
 
 Desconcentração e descentralização são técnicas de distribuição de competências na Administração 
Pública. 
 A desconcentração se dá no interior das pessoas jurídicas e sua adoção importa na criação de diferentes 
órgãos. Órgãos são unidades que congregam um feixe de atribuições e não possuem personalidade jurídica e nem 
patrimônio próprios, sendo apenas parte integrante de alguma das pessoas jurídicas que compõem a administração 
direta ou indireta 
 Já a descentralização ocorre entre entidades diversas, em um mesmo nível federativo. A descentralização 
sempre envolve uma entidade dotada de personalidade jurídica própria ou, em outras palavras, de capacidade 
genérica para adquirir direitos e obrigações. 
 
 
 
 
 
2. Administração direta e indireta 
 
 A administração direta é integrada pela União, Estados, Municípios e Distrito Federal, pessoas jurídicas de 
direito público interno que manifestam sua vontade por meio dos órgãos e dos agentes que os compõem. 
 Já a administração indireta é constituída por entes com personalidade jurídica, patrimônio e quadro de 
pessoal próprios, sempre vinculados a órgão da Administração Pública direta, que exerce sobre eles controle 
administrativo ou tutela, mas não controle hierárquico ou disciplinar. Dada a natureza deste controle, como regra 
geral, não cabe recurso hierárquico dos atos praticados pelas entidades da administração indireta à pessoa jurídica 
da administração direta à qual se encontrem vinculadas, com exceção dos casos em que a própria Lei de criação 
preveja tal possibilidade (hipótese em que se estará diante do chamado recurso hierárquico impróprio). 
 
3. Entidades da administração indireta 
 
a) Autarquias: são pessoas jurídicas de direito público, criadas por lei específica que tem por finalidade 
desempenhar em nome próprio, com especialização, atividades típicas de Estado. Possuem praticamente as 
mesmas prerrogativas e sujeições da administração direta, dentre as quais se podem destacar: 
• contratações sujeitas à licitação regida pelas mesmas regras aplicáveis à administração direta; 
• seus bens têm natureza pública; 
• gozam de imunidade tributária relativa a impostos sobre o patrimônio, rendas ou serviços vinculados a suas 
finalidades essenciais ou às delas decorrentes; 
• quando vinculadas à União, possuem como foro a Justiça Federal; 
• são pessoal e objetivamente responsáveis pelos danos causados a terceiros 
• gozam de privilégios processuais como prazo em dobro para recorrer e quádruplo para contestar, isentas de 
adiantamento de custas, os pagamentos das condenações em juízo são realizados por meio de precatórios, entre 
outros; e 
• o regime de pessoal será o estatutário. 
 São exemplos de autarquias no âmbito federal o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e o BACEN. 
 As chamadas Agências Reguladoras, como é o caso da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) e 
da ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações), entre outras, consistem em autarquias sob regime especial, 
criadas com a finalidade de disciplinar e controlar certas atividades. Atuam na edição de normas setoriais; 
celebração dos contratos administrativos pertinentes à sua atividade; fiscalização do cumprimento dos contratos 
administrativos firmados e da execução dos serviços; aplicação de sanções àqueles que descumprem normas 
vinculadas aos serviços ou atividades de sua competência; ouvidoria de reclamações ou denúncias formalizadas 
pelos usuários, entre outros. 
 O regime especial comumente atribuído às Agências Reguladoras é marcado, principalmente, pela forma 
especial de investidura (Diretor ou Conselheiros escolhidos e nomeados pelo Presidente da República após a 
aprovação pelo Senado Federal) e mandato fixo dos dirigentes que somente serão exonerados durante o período 
de exercício nos casos de renúncia, condenação judicial transitada em julgado ou de condenação em processo 
administrativo disciplinar ou por infringência de vedações impostas. 
 As agências terão como órgão máximo o Conselho Diretor ou a Diretoria Colegiada, que será composto de 
até 4 Conselheiros ou Diretores e 1 Presidente, Diretor-Presidente ou Diretor-Geral. Os mandatos dos membros do 
Conselho Diretor ou da Diretoria Colegiada serão não coincidentes, de modo que, sempre que possível, a cada 
ano, ocorra o término de um mandato e uma consequente nova indicação. Os dirigentes das agências reguladoras 
são escolhidos dentre cidadãos de reputação ilibada e de notório conhecimento no campo de sua especialidade, 
ATENÇÃO! 
DESCONCENTRAÇÃO = ÕRGÃO 
DESCENTRALIZAÇÃO = ENTIDADE (PESSOA JURÍDICA) 
5 
 
 
 
devendo ser atendidos os seguintes requisitos: I - ter experiência profissional de, no mínimo: a) 10 anos, no setor 
público ou privado, no campo de atividade da agência reguladora ou em área a ela conexa, em função de direção 
superior; ou b) 4 anos ocupando cargo de direção ou de chefia superior em empresa no campo de atividade da 
agência reguladora, cargo em comissão ou função de confiança equivalente a DAS-4 ou superior, no setor público, 
cargo de docente ou de pesquisador no campo de atividade da agência reguladora ou em área conexa; ou c) 10 
anos de experiência como profissional liberal no campo de atividade da agência reguladora ou em área conexa; e II 
- ter formação acadêmica compatível com o cargo para o qual foi indicado. 
 O mandato dos membros do Conselho Diretor ou da Diretoria Colegiada das agências reguladoras será de 
5 (cinco) anos, vedada a recondução. 
 Os membros do Conselho Diretor ou da Diretoria Colegiada ficam impedidos de exercer atividade ou de 
prestar qualquer serviço no setor regulado pela respectiva agência, por período de 6 meses, contados da 
exoneração ou do término de seu mandato, assegurada a remuneração compensatória. Incorre na prática de crime 
de advocacia administrativa, sujeitando-se às penas da lei, o ex-dirigente que violar tal impedimento. Durante o 
impedimento, o ex-dirigente ficará vinculado à agência, fazendo jus a remuneração compensatória equivalente à do 
cargo de direção que exerceu e aos benefícios a ele inerentes. Aplica-se a mesma regra aoex-dirigente exonerado 
a pedido, se este já tiver cumprido pelo menos seis meses do seu mandato. Na hipótese de o ex-dirigente ser 
servidor público, poderá ele optar pela remuneração compensatória, ou pelo retorno ao desempenho das funções 
de seu cargo efetivo ou emprego público, desde que não haja conflito de interesse. 
 É vedada a indicação para o Conselho Diretor ou a Diretoria Colegiada: I - de Ministro de Estado, Secretário 
de Estado, Secretário Municipal, dirigente estatutário de partido político e titular de mandato no Poder Legislativo de 
qualquer ente da federação, ainda que licenciados dos cargos (e inclusive de seus parentes consanguíneos ou 
afins até o terceiro grau); II - de pessoa que tenha atuado, nos últimos 36 meses, como participante de estrutura 
decisória de partido político ou em trabalho vinculado a organização, estruturação e realização de campanha 
eleitoral; III - de pessoa que exerça cargo em organização sindical; IV - de pessoa que tenha participação, direta ou 
indireta, em empresa ou entidade que atue no setor sujeito à regulação exercida pela agência reguladora em que 
atuaria, ou que tenha matéria ou ato submetido à apreciação dessa agência reguladora; V - de pessoa que se 
enquadre nas hipóteses de inelegibilidade previstas no inciso I do caput do art. 1º da Lei Complementar nº 64, de 
18 de maio de 1990; VII - de membro de conselho ou de diretoria de associação, regional ou nacional, 
representativa de interesses patronais ou trabalhistas ligados às atividades reguladas pela respectiva agência. 
 Ao membro do Conselho Diretor ou da Diretoria Colegiada é vedado: I - receber, a qualquer título e sob 
qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas; II - exercer qualquer outra atividade profissional, ressalvado 
o exercício do magistério, havendo compatibilidade de horários; III - participar de sociedade simples ou empresária 
ou de empresa de qualquer espécie, na forma de controlador, diretor, administrador, gerente, membro de conselho 
de administração ou conselho fiscal, preposto ou mandatário; IV - emitir parecer sobre matéria de sua 
especialização, ainda que em tese, ou atuar como consultor de qualquer tipo de empresa; V - exercer atividade 
sindical; VI - exercer atividade político-partidária; VII - estar em situação de conflito de interesse. 
 
b) Associações públicas: pessoas jurídicas de direito público, criadas pela lei que ratifica um protocolo de 
intenções, celebrado em virtude da formação de um consórcio entre diferentes entes federativos, visando à gestão 
associada de serviços públicos. 
 Os consórcios públicos são contratos celebrados entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios para a realização de objetivos de interesse comum. A União somente participará de consórcios públicos 
em que também façam parte todos os Estados em cujos territórios estejam situados os Municípios consorciados. 
 O consórcio assumirá personalidade jurídica, constituindo uma associação pública ou uma pessoa jurídica 
de direito privado. A Associação Pública integra a administração indireta de todos os entes da Federação 
consorciados. O consórcio público, com personalidade jurídica de direito público ou privado, observará as normas 
de direito público no que concerne à realização de licitação, à celebração de contratos, à prestação de contas e à 
admissão de pessoal, que será regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COMO SURGE A PESSOA JURÍDICA NO CONSÓRCIO? 
 
Subscrição de protocolo de intenções 
 
Publicação na imprensa oficial 
 
Ratificação, mediante lei 
 
Contrato 
 
Registro dos atos constitutivos 
 
 
Associação Pública 
constituída 
Pessoa jurídica de 
direito privado 
constituída 
6 
 
 
 
 O consórcio público poderá firmar convênios, contratos, acordos de qualquer natureza, receber auxílios, 
contribuições e subvenções sociais ou econômicas de outras entidades e órgãos do governo; promover 
desapropriações e instituir servidões nos termos de declaração de utilidade ou necessidade pública, ou interesse 
social, realizada pelo Poder Público; e ser contratado pela Administração direta ou indireta dos entes da Federação 
consorciados, dispensada a licitação. Poderá, ainda, emitir documentos de cobrança e exercer atividades de 
arrecadação de tarifas e outros preços públicos pela prestação de serviços ou pelo uso ou outorga de uso de bens 
públicos por eles administrados ou, mediante autorização específica, pelo ente da Federação consorciado, bem 
como outorgar concessão, permissão ou autorização de obras ou serviços públicos mediante autorização prevista 
no contrato de consórcio público, que deverá indicar de forma específica o objeto da concessão, permissão ou 
autorização e as condições a que deverá atender. 
 
c) Fundações públicas: conforme prevê o Decreto Lei 200/1967, as fundações públicas consistem em pessoas 
jurídicas de direito privado que desenvolvem de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de 
direito público, como ocorre preponderantemente no âmbito social (saúde, educação, cultura, assistencialismo). 
São criadas por autorização legislativa, o que significa que somente passam a existir após o registro de seus atos 
constitutivos nos órgãos competentes. Modernamente, admite-se a criação de fundações com personalidade 
jurídica de direito público, hipótese em que suas características serão as mesmas das autarquias. Exemplo de 
fundação no âmbito federal é a Fundação Nacional de Amparo ao Índio (FUNAI). 
 
d) Sociedades de economia mista e empresas públicas: revelam a atuação direta do Estado na ordem 
econômica (seja na exploração de atividade econômica, seja na prestação de serviços públicos). São pessoas 
jurídicas de direito privado criadas por autorização legislativa, cujo regime de pessoal é o celetista. A criação das 
sociedades de economia mista e empresas públicas está condicionada à presença de imperativo da segurança 
nacional ou a relevante interesse coletivo que a justifique. As empresas públicas e as sociedades de economia 
mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado. 
 
ATENÇÃO! DIFERENÇAS 
SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA EMPRESAS PÚBLICAS 
Sempre constituídas como sociedades anônimas Assumem qualquer forma empresarial 
A maioria do capital com direito a voto deverá ser público Possuem capital exclusivamente público 
Foro na Justiça Estadual mesmo quando vinculadas à 
União 
Quando vinculadas à União possuem como foro 
a Justiça Federal 
Ex: Banco do Brasil e a Petrobrás Ex: Correios, Caixa Econômica Federal 
 
4. Entidades paraestatais ou terceiro setor 
 
 As entidades paraestatais, também chamadas de terceiro setor, são pessoas jurídicas de direito privado, 
sem fins lucrativos, que colaboram com o Estado ao executar atividade de interesse público, mas não integram a 
Administração Pública. Recebem, em contrapartida à sua atuação, alguma espécie de subsídio pelo Estado. 
 As obras, compras, serviços e alienações a serem realizadas por estas entidades, com os recursos ou bens 
repassados voluntariamente pela União, deverão ser contratados mediante processo de licitação pública, de acordo 
com o estabelecido na legislação federal pertinente. 
 
a) Serviços sociais autônomos: são instituídos por Lei, incumbidos de ministrar assistência ou ensino a 
categorias sociais ou grupos profissionais e mantidos por dotações orçamentárias ou contribuições parafiscais dos 
associados. São exemplos de serviços sociais autônomos o SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), 
SESI (Serviço Social da Indústria), SESC (Serviço Social do Comércio), entre outros. 
 
b) Entidades de apoio: instituídas por servidores públicos para a prestação, em caráter privado, de serviços 
sociais não exclusivos do Estado nas áreas de saúde e ensino. Para o desempenho de suas funções, as entidades 
de apoio celebram convênios com pessoas jurídicas da Administração direta ou indireta, nos quais são delimitadasas atividades a serem desempenhadas e, em contrapartida, previstos os benefícios a serem concedidos a tais 
entidades (como, por exemplo, a utilização de bens móveis, imóveis e servidores públicos). 
 
c) Organizações Sociais (OS) e Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP): qualificação 
que pode ser conferida pelo Poder Público a pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos que 
desempenhem serviços sociais não exclusivos do Estado (ensino, pesquisa científica, ao desenvolvimento 
tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, cultura, saúde). 
 
 
ATENÇÃO! DIFERENÇAS 
 OS - LEI 9.637/98 OSCIP - LEI 9.790/99 
ATO DE QUALIFICAÇÃO Discricionário Vinculado 
VÍNCULO COM O ESTADO Contrato de gestão Termos de parceria 
7 
 
 
 
COMPROVAÇÃO DE 
EXPERIÊNCIA 
Atos constitutivos Efetiva atuação 
QUEM NÃO PODE SE 
QUALIFICAR 
Não há indicação A lei indica entidades que não podem ser 
qualificadas como OSCIP (como é o caso 
dos sindicatos, cooperativas, organizações 
partidárias entre outros) 
OBS É dispensável a licitação para a 
celebração de contratos de prestação 
de serviços com as organizações 
sociais, qualificadas no âmbito das 
respectivas esferas de governo, para 
atividades contempladas no contrato 
de gestão (art. 24, XXIV da Lei 
8.666/93) 
Caso a organização adquira bem imóvel 
com recursos provenientes da celebração 
do Termo de Parceria, este será gravado 
com cláusula de inalienabilidade (art. 15 
da Lei n. 9.790/1999) 
 
 
d) Organizações da Sociedade Civil (OSC): entidade privada sem fins lucrativos, sociedades cooperativas e 
organizações religiosas que celebram termo de colaboração, termo de fomento ou acordo de colaboração com a 
administração pública para a execução de atividades de interesse de toda a coletividade. O termo de colaboração é 
adotado para a execução de planos de trabalho de iniciativa da administração pública, que envolvam a 
transferência de recursos financeiros. O termo de fomento é adotado para a execução de propostas das 
organizações da sociedade civil, que envolvam a transferência de recursos financeiros. A celebração de termo de 
colaboração ou de fomento será precedida de chamamento público voltado a selecionar organizações da sociedade 
civil que tornem mais eficaz a execução do objeto. Já o acordo de cooperação é utilizado quando não houver 
transferência de recursos financeiros. 
 
 
5. Leitura complementar 
 
 Arts 1º a 27 da Lei 13.303/2016 (Sociedades de Economia Mista e Empresas Públicas); Lei 11.107/2005 
(consórcios públicos); Lei nº 13.848/2019 e Lei n.º 9.986/2000 (Agências Reguladoras); Lei nº 9.637/98 
(Organizações Sociais) e Lei nº 9.790/99 (Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público); e Lei nº 
13.019/2014 (organizações da sociedade civil). 
 
6. Questões do exame da OAB 
 
(XVIII EOAB) O Estado XYZ pretende criar uma nova universidade estadual sob a forma de fundação 
pública. Considerando que é intenção do Estado atribuir personalidade jurídica de direito público a tal 
fundação, assinale a afirmativa correta. 
A) Tal fundação há de ser criada com o registro de seus atos 
constitutivos, após a edição de lei ordinária autorizando sua 
instituição. 
Incorreto – Por se tratar de pessoa jurídica 
de direito público a criação é feita 
diretamente por Lei, sem a necessidade de 
registro dos atos constitutivos. 
B) Tal fundação há de ser criada por lei ordinária específica. ALTERNATIVA CORRETA 
C) Não é possível a criação de uma fundação pública com 
personalidade jurídica de direito público. 
Incorreto – As fundações públicas podem 
ter personalidade jurídica de direito público 
ou privado. 
D) Tal fundação há de ser criada por lei complementar específica. 
Incorreto – A criação é feita por Lei 
ordinária. 
 
8 
 
 
 
 
(XXII EOAB) A Associação Delta se dedica à promoção do voluntariado e foi qualificada como Organização 
da Sociedade Civil sem fins lucrativos – OSCIP, após o que formalizou termo de parceria com a União, por 
meio do qual recebeu recursos que aplicou integralmente na realização de suas atividades, inclusive na 
aquisição de um imóvel, que passou a ser a sede da entidade. Com base nessa situação hipotética, 
assinale a afirmativa correta. 
A) A Associação não poderia ter sido qualificada como OSCIP, 
considerando que o seu objeto é a promoção do voluntariado. 
Incorreto – Trata-se de atividade na área 
social que admite a criação e OSCIPs. 
B) A qualificação como OSCIP é ato discricionário da Administração 
Pública, que poderia indeferi-lo, mesmo que preenchidos os 
requisitos legais. 
Incorreto – A qualificação de OSCIPs é um 
ato vinculado, de forma que atendidas as 
exigências legais não poderá haver 
negativa da Administração Pública. 
C) A qualificação como OSCIP não autoriza o recebimento de 
recursos financeiros por meio de termo de parceria, mas somente 
mediante contrato de gestão. 
Incorreto – Em se tratando de OSCIPs o 
ato que autoriza a transferência de 
recursos é um Termo de Parceria. 
D) A Associação não tem liberdade para alienar livremente os bens 
adquiridos com recursos públicos provenientes de termo de parceria. 
ALTERNATIVA CORRETA 
 
 
(XXVII EOAB) No ano corrente, a União decidiu criar uma nova empresa pública, para a realização de 
atividades de relevante interesse econômico. Para tanto, fez editar a respectiva lei autorizativa e promoveu 
a inscrição dos respectivos atos constitutivos no registro competente. Após a devida estruturação, tal 
entidade administrativa está em vias de iniciar suas atividades. Acerca dessa situação hipotética, na 
qualidade de advogado(a), assinale a afirmativa correta. 
A) A participação de outras pessoas de direito público interno, na 
constituição do capital social da entidade administrativa, é permitida, 
desde que a maioria do capital votante permaneça em propriedade 
da União. 
ALTERNATIVA CORRETA 
B) A União não poderia ter promovido a inscrição dos atos 
constitutivos no registro competente, na medida em que a criação de 
tal entidade administrativa decorre diretamente da lei. 
Incorreto – Os atos constitutivos das 
pessoas jurídicas da administração indireta 
que tenham personalidade jurídica de 
direito privado devem ser registrados. 
C) A entidade administrativa em análise constitui uma pessoa 
jurídica de direito público, que não poderá contar com privilégios 
fiscais e trabalhistas. 
Incorreto – As empresas públicas têm 
personalidade jurídica de direito privado. 
D) Os contratos com terceiros destinados à prestação de serviços 
para a entidade administrativa, em regra, não precisam ser 
precedidos de licitação. 
Incorreto – Os contratos estão sujeitos à 
licitação. 
 
 
(XIV EOAB) Numerosos professores, em recente reunião da categoria, queixaram-se da falta de interesse 
dos alunos pela cultura nacional. O Sindicato dos Professores de Colégios Particulares do Município X 
apresentou, então, um plano para ampliar o acesso à cultura dos alunos com idade entre 10 e 18 anos, 
obter a qualificação de “Organização da Sociedade Civil de Interesse Público” (OSCIP) e celebrar um termo 
de parceria com a União, a fim de unir esforços no sentido de promover a cultura nacional. Considerando a 
proposta apresentada e a disciplina existente sobre o tema, assinale a afirmativa correta. 
A) O sindicato não pode se qualificar como Organização da 
Sociedade Civil de Interesse Público, uma vez que tal qualificação, 
de origem doutrinária, não tem amparo legal. 
Incorreto – A Lei veda expressamente a 
qualificação e sindicatos como OSCIPs. 
B) O sindicato não pode se qualificar como OSCIP, em virtude de 
vedação expressa da lei federal sobre o tema. 
ALTERNATIVA CORRETA 
C) O sindicato pode se qualificar como OSCIP, uma vez que é uma 
entidade sem fins lucrativos e o objetivo pretendido é a promoção da 
cultura nacional. 
Incorreto – A Lei veda expressamente a 
qualificação e sindicatos como OSCIPs. 
D) O sindicato pode se qualificar como OSCIP, mas deve celebrar 
um contratode gestão e não um termo de parceria com o poder 
público. 
Incorreto – A Lei veda expressamente a 
qualificação e sindicatos como OSCIPs. 
 
 
(XXIII EOAB) O Estado Alfa, mediante a respectiva autorização legislativa, constituiu uma sociedade de 
economia mista para o desenvolvimento de certa atividade econômica de relevante interesse coletivo. 
Acerca do Regime de Pessoal de tal entidade, integrante da Administração Indireta, assinale a afirmativa 
correta. 
A) Por se tratar de entidade administrativa que realiza atividade Incorreto – Conforme o art. 37, II da CF/88, 
9 
 
 
 
econômica, não será necessária a realização de concurso público 
para a admissão de pessoal, bastando processo seletivo 
simplificado, mediante análise de currículo 
ainda que se trate de entidade 
administrativa que realize atividade 
econômica, a admissão de seu pessoal 
deverá ser feita mediante concurso 
público. 
B) É imprescindível a realização de concurso público para o 
provimento de cargos e empregos em tal entidade administrativa, 
certo que os servidores ou empregados regularmente nomeados 
poderão alcançar a estabilidade mediante o preenchimento dos 
requisitos estabelecidos na Constituição da República 
Incorreto - Ainda que os empregados da 
entidade devam ser admitidos mediante 
concurso público, eles não possuem direito 
à estabilidade. 
C) Deve ser realizado concurso público para a contratação de 
pessoal por tal entidade administrativa, e a remuneração a ser paga 
aos respectivos empregados não pode ultrapassar o teto 
remuneratório estabelecido na Constituição da República, caso 
sejam recebidos recursos do Estado Alfa para pagamento de 
despesas de pessoal ou de custeio em geral 
ALTERNATIVA CORRETA - Segundo o 
art. 37, §9º da CF/88, as empresas 
públicas e sociedades de economia mista 
e subsidiárias somente são alcançadas 
pelo teto se receberem recursos do ente 
federado para pagamento de despesas de 
pessoal ou de custeio em geral. 
D) A entidade administrativa poderá optar entre o regime estatutário 
e o regime de emprego público para a admissão de pessoal, mas, 
em qualquer dos casos, deverá realizar concurso público para a 
seleção de pessoal 
Incorreto – O regime de pessoal das 
empresas estatais é o regime celetista. 
 
 
(XXV EOAB) A organização religiosa Tenhafé, além dos fins exclusivamente religiosos, também se dedica a 
atividades de interesse público, notadamente à educação e à socialização de crianças em situação de 
risco. Ela não está qualificada como Organização Social (OS), nem como Organização da Sociedade Civil 
de Interesse Público (OSCIP), mas pretende obter verbas da União para a promoção de projetos incluídos 
no plano de Governo Federal, propostos pela própria Administração Pública. Sobre a pretensão da 
organização religiosa Tenhafé, assinale a afirmativa correta 
A) Por ser uma organização religiosa, Tenhafé não poderá receber 
verbas da União. 
Incorreto – Pode receber verbas da União. 
B) A transferência de verbas da União para a organização religiosa 
Tenhafé somente poderá ser formalizada por meio de contrato 
administrativo, mediante a realização de licitação na modalidade 
concorrência. 
Incorreto – Pode ser utilizado o termo de 
colaboração, por meio de chamamento 
público. 
C) Para receber verbas da União para a finalidade em apreço, a 
organização religiosa Tenhafé deverá qualificar-se como OS ou 
OSCIP. 
Incorreto- Pode ser enquadrada como 
Organização da Sociedade Civil 
D) Uma vez selecionada por meio de chamamento público, a 
organização religiosa Tenhafé poderá obter a transferência de 
recursos da União por meio de termo de colaboração. 
ALTERNATIVA CORRETA – O termo de 
colaboração é adotado para a execução de 
planos de trabalho de iniciativa da 
administração pública, que envolvam a 
transferência de recursos financeiros e é 
precedido de chamamento público voltado 
a selecionar a organização da sociedade 
civil que torne mais eficaz a execução do 
objeto. 
 
(XIX EOAB) O Estado X e os Municípios A, B e C subscreveram protocolo de intenções para a constituição 
de um consórcio com personalidade jurídica de direito privado para atuação na coleta, descarte e 
reciclagem de lixo produzido no limite territorial daqueles municípios. Com base no caso apresentado, 
assinale a afirmativa correta. 
A) Por se tratar de consórcio a ser constituído entre entes de 
hierarquias diversas, a saber, Estado e Municípios, é obrigatória a 
participação da União. 
Incorreto – O consórcio público pode ser 
integrado por Municípios e Estados 
independentemente da participação da 
União. 
B) O consórcio de direito privado a ser constituído pelo Estado e 
pelos Municípios não está alcançado pela exigência de prévia 
licitação para os contratos que vier a celebrar. 
Incorreto – O consórcio público de direito 
privado está obrigado a licitar. 
C) O consórcio entre o Estado e os Municípios será constituído por 
contrato e adquirirá personalidade jurídica mediante o atendimento 
dos requisitos da legislação civil. 
ALTERNATIVA CORRETA 
D) Por se tratar de consórcio para atuação em área de relevante 
interesse coletivo, não se admite que seja constituído com 
Incorreto – Os consórcios podem ter 
personalidade jurídica de direito público ou 
10 
 
 
 
personalidade de direito privado. privado. 
 
 
(XV EOAB) Os municípios A, B e C formam o consórcio ABC, com personalidade jurídica de direito 
privado, para a realização de objetivos de interesse comum. Para o desempenho das atividades, o 
consórcio pretende promover desapropriações, com vistas a obter terrenos, onde, futuramente casas 
populares com recursos transferidos pelo Governo Federal. Considerando a disciplina legislativa acerca 
dos consórcios públicos, assinale a afirmativa correta. 
A) Os Municípios A, B e C não podem constituir consórcio que não 
se revista de personalidade jurídica de direito público. 
Incorreto – Os consórcios podem ter 
personalidade jurídica de direito público ou 
privado. 
B) O consórcio público que tenha personalidade jurídica de direito 
privado, ainda que constituído por entes públicos, não pode 
promover desapropriações. 
Incorreto – O consórcio público de direito 
privado também pode promover 
desapropriações. 
C) A União poderá firmar convênios com o consórcio ABC para fins 
de transferência voluntária de recursos. 
ALTERNATIVA CORRETA 
D) Apenas os consórcios constituídos sob a forma de pessoas 
jurídicas de direito público podem receber recursos transferidos pela 
União. 
Incorreto – O consórcio público de direito 
privado também pode receber recursos 
transferidos pela União. 
 
ATO ADMINISTRATIVO 
 
 Atos administrativos consistem na forma pela qual o Estado, ou quem atue em seu nome, manifesta sua 
vontade, com vistas a dar fiel cumprimento à Lei. Os atos administrativos estão sempre sujeitos ao controle de 
legalidade pelo Poder Judiciário. 
 
1. Elementos do ato administrativo 
 
 mpetência 
 
 nalidade 
 
 rma 
 
 otivo 
 
 jeto 
 
a) Competência (agente ou sujeito): a lei atribui a competência para a prática dos atos administrativos, dizendo 
quem pode praticá-lo. A competência é irrenunciável, mas pode ser objeto de delegação e avocação. 
 • Delegação: consiste na transferência de competências para outros órgãos ou titulares, ainda que estes 
não sejam subordinados ao delegante. A delegação é sempre parcial e se justifica diante de circunstâncias de 
índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. Não podem ser objeto de delegação a edição de atos decaráter normativo; a decisão de recursos administrativos; e as matérias de competência exclusiva do órgão ou 
autoridade. 
 • Avocação: ocorre quando a autoridade pública chama para si a competência de órgão hierarquicamente 
inferior. Ocorre em caráter excepcional e temporário por motivos relevantes devidamente justificados. 
 
b) Objeto ou conteúdo: efeito jurídico imediato que o ato produz. O que o ato enuncia, prescreve ou dispõe. 
 
c) Motivo: abrange os pressupostos de fato (circunstâncias) e de direito (dispositivo legal) que servem de 
fundamento para a prática do ato. 
 
d) Forma: é o modo pelo qual o ato se exterioriza (Ex: escrita, verbal, decreto para desapropriação, portaria para 
licitação). A motivação (exposição das razões que fundamentam a prática do ato) integra a forma. De acordo com a 
teoria dos motivos determinantes, a validade do ato está ligada aos motivos indicados como fundamento. Se os 
motivos declarados forem falsos ou inexistentes, o ato deve ser anulado. 
 
e) Finalidade: é o resultado que a Administração Pública quer alcançar com o ato. A finalidade é sempre pública, 
mas a finalidade específica do ato é estabelecida em lei. Se finalidade não for observada, o ato é nulo por desvio de 
poder ou desvio de finalidade. 
 
2. Atributos do ato administrativo 
 
CO 
FI 
FO 
M 
OB 
11 
 
 
 
 Os atributos consistem nas características dos atos administrativos. São eles: 
 
a) Presunção de legitimidade e veracidade: presume-se que os atos administrativos são praticados em 
observância das leis e princípios assim como são verdadeiros os fatos alegados pela Administração Pública para 
sua prática. Trata-se de uma presunção relativa e que, por isso, admite prova em contrário por parte de quem 
alegue a irregularidade. Contudo, até que se demonstre eventual vício, o ato continuará produzindo seus efeitos 
regularmente. Trata-se de atributo presente em todos os atos administrativos 
 
b) Imperatividade: os atos administrativos impõem-se aos particulares independentemente de sua vontade ou 
concordância. Este atributo está presente apenas nos atos que impõem obrigações aos particulares. Atos que 
conferem direitos ao administrado (licença, autorização, permissão) ou atos enunciativos (certidões, atestados) não 
são dotados de imperatividade. 
 
c) Exigibilidade ou coercibilidade: envolve a possibilidade de a Administração Pública exigir o cumprimento de 
uma obrigação imposta valendo-se de meio indiretos como a multa. Nem sempre está presente nos atos 
administrativos. 
 
d) Autoexecutoriedade: refere-se à possibilidade de o ato ser executado pela autoridade administrativa 
independentemente de manifestação do Poder Judiciário. No direito privado, a autoexecutoriedade é exceção; no 
direito administrativo é a regra, mas depende de previsão legal ou da existência de situação de urgência 
(internamento de pessoa com doença contagiosa, dissolução de passeata que comprometa segurança). 
 
3. Atos vinculados e discricionários 
 
 Levando em consideração a liberdade do agente, os atos administrativos são ditos vinculados ou 
discricionários. 
 • Ato vinculado: aquele que se encontra minuciosamente descrito na lei, não restando margem de 
liberdade para a ação do agente. Nesta situação, o interessado tem direito subjetivo de exigir que o ato seja 
praticado na estrita conformidade da previsão legal. Via de regra, são vinculados os elementos forma, finalidade e 
competência. 
 • Ato discricionário: a Lei confere certa margem de liberdade para o administrador escolher, diante do 
caso concreto, a forma de agir que melhor atenderá ao interesse público. Essa margem de liberdade normalmente 
se faz presente na descrição legal do motivo e do objeto do ato administrativo. A escolha feita pelo administrador é 
o que se denomina de mérito do ato administrativo. 
 
 otivo 
 
 
 
 bjeto 
 
 
4. Extinção dos atos administrativos 
 
 Os atos administrativos podem ser extintos das seguintes formas: 
 
a) Exaurimento de efeitos: cumpridos os efeitos do ato, ele deixa de existir. 
b) Cassação: retirada de ato que beneficia particular porque este deixa de cumprir determinadas condições legais. 
c) Caducidade: retirada de ato porque sobreveio norma jurídica que tornou inadmissível situação anterior. 
d) Contraposição: retirada do ato se dá foi emitido ato com efeitos contrários. 
e) Renúncia: rejeição pelo beneficiário de situação jurídica favorável. 
f) Revogação: extinção do ato por motivo de conveniência e oportunidade e por isso recai apenas sobre atos 
discricionários. Considerando que tal juízo é privativo do administrador, o Poder Judiciário não pode revogar atos 
administrativos sob pena de invasão das competências da Administração Pública. 
 A revogação não pode alcançar: • direitos adquiridos, razão pela qual tem efeito ex nunc (não retroage). 
• atos vinculados; 
• atos que já exauriram seus efeitos. 
g) Anulação: a extinção do ato decorre de razões de ilegalidade. Nem mesmo a existência de direitos adquiridos 
justifica a manutenção do ato administrativo, conforme dispõe a primeira parte da Súmula 473 do STF: “a 
administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se 
originam direitos”. Esta a razão pela qual a anulação possui efeitos ex tunc (retroagem). A anulação pode ser feita 
tanto pela Administração Pública quanto pelo Poder Judiciário quando provocado. 
 São nulos os atos que a lei assim declare ou aqueles que não puderem ser corrigidos como ocorre, 
normalmente, com os vícios que atingem o motivo, o objeto e a finalidade. Em decisão na qual se evidencie não 
M 
ÉRIT
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12 
 
 
 
acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis 
poderão ser convalidados pela própria Administração. A convalidação tem efeitos ex tunc. 
O direito da Administração Pública de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para 
os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. No 
caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento. 
 
 
ATENÇÃO! DIFERENÇAS 
REVOGAÇÃO ANULAÇÃO 
Conveniência e oportunidade Ilegalidade 
Efeitos ex nunc Efeitos ex tunc (em regra) 
Somente a Administração Pública realiza Tanto a Administração Pública quanto o Poder Judiciário 
(quando provocado) poder anular o ato. 
 
5. Lei de introdução às normas do Direito Brasileiro 
 
 A Lei 13.655/2018 acrescentou dispositivos ao Decreto Lei 4.667/42 (Lei de introdução às normas do Direito 
Brasileiro), estabelecendo requisitos a serem observados na atuação da administração pública: 
• A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, decretar a invalidação de ato, contrato, 
ajuste, processo ou norma administrativa deverá indicar de modo expresso suas consequências jurídicas e 
administrativas e, quando for o caso, as condições para que a regularização ocorra de modo proporcional e 
equânime e sem prejuízo aos interesses gerais, não se podendo impor aos sujeitos atingidos ônus ou perdas que, 
em função das peculiaridades do caso, sejam anormais ou excessivos. 
• Na interpretação de normas sobre gestão pública, serão considerados os obstáculos e as dificuldades 
reais do gestor e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos direitos dos administrados. Em 
decisão sobre regularidade de conduta ou validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, 
serão consideradas as circunstâncias práticas que houverem imposto, limitado ou condicionado a ação do agente. 
Na aplicação de sanções, serão consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela 
provierem para a administraçãopública, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes do agente. 
As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta na dosimetria das demais sanções de mesma natureza e 
relativas ao mesmo fato. 
• A decisão administrativa, controladora ou judicial que estabelecer interpretação ou orientação nova sobre 
norma de conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou novo condicionamento de direito, deverá prever regime 
de transição quando indispensável para que o novo dever ou condicionamento de direito seja cumprido de modo 
proporcional, equânime e eficiente e sem prejuízo aos interesses gerais. 
• A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, quanto à validade de ato, contrato, ajuste, 
processo ou norma administrativa cuja produção já se houver completado levará em conta as orientações gerais da 
época, sendo vedado que, com base em mudança posterior de orientação geral, se declarem inválidas situações 
plenamente constituídas. Consideram-se orientações gerais as interpretações e especificações contidas em atos 
públicos de caráter geral ou em jurisprudência judicial ou administrativa majoritária, e ainda as adotadas por prática 
administrativa reiterada e de amplo conhecimento público. 
• Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação contenciosa na aplicação do direito público, 
inclusive no caso de expedição de licença, a autoridade administrativa poderá, após oitiva do órgão jurídico e, 
quando for o caso, após realização de consulta pública, e presentes razões de relevante interesse geral, celebrar 
compromisso com os interessados, observada a legislação aplicável, o qual só produzirá efeitos a partir de sua 
publicação oficial. O compromisso: I - buscará solução jurídica proporcional, equânime, eficiente e compatível com 
os interesses gerais; III - não poderá conferir desoneração permanente de dever ou condicionamento de direito 
reconhecidos por orientação geral; IV - deverá prever com clareza as obrigações das partes, o prazo para seu 
cumprimento e as sanções aplicáveis em caso de descumprimento. 
• A decisão do processo, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, poderá impor compensação 
por benefícios indevidos ou prejuízos anormais ou injustos resultantes do processo ou da conduta dos envolvidos. A 
decisão sobre a compensação será motivada, ouvidas previamente as partes sobre seu cabimento, sua forma e, se 
for o caso, seu valor. Para prevenir ou regular a compensação, poderá ser celebrado compromisso processual entre 
os envolvidos. 
• O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas em caso de dolo ou 
erro grosseiro. 
• Em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos normativos por autoridade administrativa, salvo os de mera 
organização interna, poderá ser precedida de consulta pública para manifestação de interessados, 
preferencialmente por meio eletrônico, a qual será considerada na decisão. A convocação conterá a minuta do ato 
normativo e fixará o prazo e demais condições da consulta pública, observadas as normas legais e regulamentares 
específicas, se houver. 
• As autoridades públicas devem atuar para aumentar a segurança jurídica na aplicação das normas, 
inclusive por meio de regulamentos, súmulas administrativas e respostas a consultas. Estes instrumentos terão 
caráter vinculante em relação ao órgão ou entidade a que se destinam, até ulterior revisão. 
13 
 
 
 
 
6. Leitura complementar 
 
 Arts 53 a 55 da Lei 9.784/1999 (anulação e revogação); Arts. 20 a 30 do decreto-lei nº 4.657/1942 (Lei de 
Introdução às normas do Direito Brasileiro). 
 
7. Questões do exame da OAB 
 
(XXXI EOAB) Otacílio, novo prefeito do Município Kappa, acredita que o controle interno é uma das 
principais ferramentas da função administrativa, razão pela qual determinou o levantamento de dados nos 
mais diversos setores da Administração local, a fim de apurar se os atos administrativos até então 
praticados continham vícios, bem como se ainda atendiam ao interesse público. Diante dos resultados de 
tal apuração, Otacílio deverá 
A) Revogar os atos administrativos que contenham vícios 
insanáveis, ainda que com base em valores jurídicos abstratos. 
Incorreto – Em caso de ilegalidade a 
medida cabível é a anulação. 
B) convalidar os atos administrativos que apresentem vícios 
sanáveis, mesmo que acarretem lesão ao interesse público. 
Incorreto – A convalidação somente é 
possível quando não houver lesão ao 
interesse público nem prejuízo a terceiros . 
C) desconsiderar as circunstâncias jurídicas e administrativas que 
houvessem imposto, limitado ou condicionado a conduta do agente 
nas decisões sobre a regularidade de ato administrativo. 
Incorreto – A Lei de Introdução às normas 
do Direito Brasileiro determina que tais 
circunstâncias sejam consideradas. 
D) indicar, de modo expresso, as consequências jurídicas e 
administrativas da invalidação de ato administrativo. 
ALTERNATIVA CORRETA 
 
 
 (XXXIV EOAB) O Parque de Diversões Alegrias ABC obteve legalmente autorização do Município Alfa para 
uso de bem público, de maneira a montar suas instalações e exercer suas atividades em determinada 
praça pública, pelo período de três meses. Um mês após a edição do ato de autorização de uso, sobreveio 
legislação municipal, alterando o plano diretor da cidade, tornando aquela área residencial e proibindo 
expressamente sua autorização de uso para fins recreativos, como a instalação de parques de diversão. 
No caso em tela, houve extinção do ato administrativo de autorização de uso inicialmente válido por meio 
da 
A) cassação, devendo a autoridade municipal que emitiu o ato 
revogá-lo expressamente para o fiel cumprimento da lei e o Parque 
de Diversões Alegrias ABC não tem direito à indenização. 
 
Incorreto – Não houve descumprimento de 
condições para manutenção do ato por 
parte do parque de diversões. 
B) caducidade, por força de ilegalidade superveniente causada pela 
alteração legislativa, sem culpa do beneficiário do ato Parque de 
Diversões Alegrias ABC. 
 
ALTERNATIVA CORRETA 
C) anulação, que ocorre de forma tácita, em razão de fato do 
príncipe superveniente, consistente na alteração do plano diretor da 
cidade, com direito de indenização ao Parque de Diversões Alegrias 
ABC. 
 
Incorreto – O ato não era ileal quando 
praticado. 
D) contraposição, por força de ilegalidade superveniente decorrente 
da nova lei municipal editada, devendo ser perquirida eventual culpa 
do Parque de Diversões Alegrias ABC. 
Incorreto – Não houve prática de ato com 
efeitos contrários. 
 
 
(XXIX EOAB) Luciana, imbuída de má-fé, falsificou documentos com a finalidade de se passar por filha de 
Astolfo (recentemente falecido, com quem ela não tinha qualquer parentesco), movida pela intenção de 
obter pensão por morte do pretenso pai, que era servidor público federal. Para tanto, apresentou os 
aludidos documentos forjados e logrou a concessão do benefício junto ao órgão de origem, em março de 
2011, com registro no Tribunal de Contas da União, em julho de 2014. Contudo, em setembro de 2018, a 
administração verificou a fraude, por meio de processo administrativo em que ficou comprovada a má-fé 
de Luciana, após o devido processo legal. Sobre essa situação hipotética, no que concerne ao exercício da 
autotutela, assinale a afirmativa correta. 
A) A administração tem o poder-dever de anular a concessão do 
benefício diante da má-fé de Luciana, pois não ocorreu a 
decadência. 
ALTERNATIVA CORRETA 
B) O transcurso do prazo de mais de cinco anos da concessão da 
pensão junto ao órgão de origem importa na decadência do poder-
dever da administração de anular a concessão do benefício. 
Incorreto – Como Luciana agiu de má fé 
não se aplica o prazo prescricional. 
14 
 
 
 
C) O controle realizado pelo Tribunal de Contas por meio do registro 
sana o vício do ato administrativo, de modo que a administração não 
mais pode exercer a autotutela. 
Incorreto – A ilegalidade persiste, o quedetermina a anulação do ato 
administrativo. 
D) Ocorreu a prescrição do poder-dever da administração de anular 
a concessão do benefício, na medida em que transcorrido o prazo de 
três anos do registro perante o Tribunal de Contas. 
Incorreto – o prazo de decadência é de 5 
anos e somente se aplica em caso de boa 
fé do beneficiário. 
 
(XXX EOAB) José, servidor público federal ocupante exclusivamente de cargo em comissão, foi exonerado, 
tendo a autoridade competente motivado o ato em reiterado descumprimento da 
carga horária de trabalho pelo servidor. José obteve, junto ao departamento de recursos humanos, 
documento oficial com extrato de seu ponto eletrônico, comprovando o regular cumprimento de sua 
jornada de trabalho. Assim, o servidor buscou assistência jurídica junto a um advogado, que lhe informou 
corretamente, à luz do ordenamento jurídico, que 
A) não é viável o ajuizamento de ação judicial visando a invalidar o 
ato de exoneração, eis que o próprio texto constitucional estabelece 
que cargo em comissão é de livre nomeação e exoneração pela 
autoridade competente, que não está vinculada ou limitada aos 
motivos expostos para a prática do ato administrativo. 
Incorreto – Qualquer ato administrativo 
está sujeito ao controle judicial, mesmo os 
discricionários. 
B) não é viável o ajuizamento de ação judicial visando a invalidar o 
ato de exoneração, eis que tal ato é classificado como vinculado, no 
que tange à liberdade de ação do administrador público, razão pela 
qual o Poder Judiciário não pode se imiscuir no controle do mérito 
administrativo, sob pena de violação à separação dos Poderes. 
Incorreto – O ato em questão é 
discricionário e não vinculado. 
C) é viável o ajuizamento de ação judicial visando a invalidar o ato 
de exoneração, eis que, apesar de ser dispensável a motivação para 
o ato administrativo discricionário de exoneração, uma vez expostos 
os motivos que conduziram à prática do ato, estes passam a vincular 
a Administração Pública, em razão da teoria dos motivos 
determinantes. 
ALTERNATIVA CORRETA 
D) é viável o ajuizamento de ação judicial visando a invalidar o ato 
de exoneração, eis que, por se tratar de um ato administrativo 
vinculado, pode o Poder Judiciário proceder ao exame do mérito 
administrativo, a fim de aferir a conveniência e a oportunidade de 
manutenção do ato, em razão do princípio da inafastabilidade do 
controle jurisdicional. 
Incorreto – O ato em questão é 
discricionário e não vinculado. 
 
(XXIII EOAB) Ao realizar uma auditoria interna, certa entidade administrativa federal, no exercício da 
autotutela, verificou a existência de um ato administrativo portador de vício insanável, que produz efeitos 
favoráveis para a sociedade Tudobeleza S/A, a qual estava de boa fé. O ato foi praticado em 10 de fevereiro 
de 2012. Em razão disso, em 17 de setembro de 2016, a entidade instaurou processo administrativo, que, 
após o exercício da ampla defesa e do contraditório, culminou na anulação do ato em 05 de junho de 2017. 
Com relação ao transcurso do tempo na mencionada situação hipotética, assinale a afirmativa correta. 
A) Não há decadência do direito de anular o ato eivado de vício, 
considerando que o processo que resultou na invalidação foi 
instaurado dentro do prazo de 5 (cinco) anos. 
ALTERNATIVA CORRETA - O direito da 
Administração Pública de anular os atos 
administrativos de que decorram efeitos 
favoráveis para os destinatários, como é o 
caso, decai em cinco anos, contados da 
data em que foram praticados, salvo 
comprovada má-fé. O exercício do direito 
de anular é exercido pela Administração 
quando ela adotar qualquer medida no 
sentido de impugnar a validade do ato. 
Como o processo administrativo foi 
instaurado em 17 de setembro de 2016, o 
direito de anular foi exercido dentro do 
prazo de 5 anos, de modo que não ocorreu 
a decadência, ainda que a efetiva anulação 
somente tenha se consumado 
posteriormente. 
B) Consumou-se o prazo prescricional de 5 (cinco) anos para o 
exercício do poder de polícia por parte da Administração Pública 
federal 
Incorreto - Não houve prescrição, a 
administração exerceu o seu direito dentro 
do prazo. 
C) O transcurso do tempo não surte efeitos no caso em questão, 
considerando que a Administração pode anular seus atos viciados a 
Incorreto – A administração não pode 
anular os seus atos viciados a qualquer 
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qualquer tempo. tempo, conforme se observa acima. 
D) Consumou-se a decadência para o exercício da autotutela, pois, 
entre a prática do ato e a anulação, transcorreram mais de 5 (cinco) 
anos. 
Incorreto – Não há decadência, uma vez 
que a administração exerceu o seu direito 
dentro do prazo. 
 
 
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 
 
 
 A improbidade administrativa está relacionada a condutas praticadas pelo contra a administração pública 
que violam o princípio da moralidade. 
 
1. Sujeito passivo do ato de improbidade 
 
 Aquele contra quem o ato é praticado. 
 Abrange: • Administração direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios; 
• entidade privada que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes 
públicos ou governamentais; 
• entidade privada para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra no seu 
patrimônio ou receita atual, limitado o ressarcimento de prejuízos, nesse caso, à repercussão do ilícito sobre a 
contribuição dos cofres públicos. 
 
2. Sujeito ativo do ato de improbidade 
 
 Aquele que pratica o ato. 
 Abrange: • agentes públicos, assim considerados o agente político, o servidor público e todo aquele que 
exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou 
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função. 
• particular, pessoa física ou jurídica, que celebra ajustes com a administração pública, tais como 
convênio, contrato de repasse, contrato de gestão, termo de parceria, termo de cooperação ou ajuste administrativo 
equivalente. 
• Aquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra dolosamente para a prática 
do ato de improbidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. Espécies de atos de improbidade 
 
 A Lei 8429/92 traz um rol exemplificativo de condutas que configuram improbidade administrativa. Contudo, 
ainda que não tipificado na lei, é punível qualquer ato que: 
 • Importe em enriquecimento ilícito do agente: auferir, mediante a prática de ato doloso, qualquer tipo de 
vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade. 
 • Cause prejuízo ao erário: qualquer ação ou omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprovadamente, 
perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres. 
 • Atente contra os princípios da Administração Pública: qualquer ação ou omissão dolosa que viole os 
deveres de honestidade, de imparcialidade e de legalidade. 
 
4. Sanções 
 
 Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função 
pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário. Independentemente das sanções penais, civis e 
administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito também às 
seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato: 
 
 
ENRIQUECIMENTO 
ILÍCITO 
PREJUÍZO AO 
ERÁRIO 
PRINCÍPIOS DA 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
SUSPENSÃO DOS DIREITOS 
POLÍTICOS 
Até 14 anos Até 12 anos - 
Os sócios, os cotistas, os diretores e os colaboradores de pessoa 
jurídica de direito privado não respondem pelo ato de improbidade que 
venha a ser imputado à pessoa jurídica, salvo se, comprovadamente, 
houver participação e benefícios diretos, caso em que responderão 
nos limites da sua participação. 
16 
 
 
 
PAGAMENTO DE MULTA 
CIVIL 
Valor do acréscimo 
patrimonial 
Valor do dano 
Até 24 vezes o valorda 
remuneração percebida pelo 
agente 
PROIBIÇÃO DE CONTRATAR 
OU RECEBER BENEFÍCIOS 
OU INCENTIVOS FISCAIS OU 
CREDITÍCIOS 
Até 14 anos Até 12 anos Até 4 anos 
 
 Na fixação das penas o juiz levará em conta a extensão do dano causado, assim como o proveito 
patrimonial obtido pelo agente. 
 A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da 
sentença condenatória, podendo, neste ínterim, o agente público ser afastado do exercício do cargo, emprego ou 
função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida for necessária à instrução processual ou para evitar a 
iminente prática de novos ilícitos. 
A sanção de perda da função pública atinge apenas o vínculo de mesma qualidade e natureza que o agente 
público ou político detinha com o poder público na época do cometimento da infração, podendo o magistrado, na 
hipótese de enriquecimento ilícito, e em caráter excepcional, estendê-la aos demais vínculos, consideradas as 
circunstâncias do caso e a gravidade da infração. 
A multa pode ser aumentada até o dobro, se o juiz considerar que, em virtude da situação econômica do réu, 
o valor original seria ineficaz para reprovação e prevenção do ato de improbidade. 
No caso de atos de menor ofensa, a sanção limitar-se-á à aplicação de multa, sem prejuízo do ressarcimento 
do dano e da perda dos valores obtidos, quando for o caso. 
Se ocorrer lesão ao patrimônio público, a reparação do dano a que se refere esta Lei deverá deduzir o 
ressarcimento ocorrido nas instâncias criminal, civil e administrativa que tiver por objeto os mesmos fatos. 
As sanções somente poderão ser executadas após o trânsito em julgado da sentença condenatória. 
Em caso de transformação, de incorporação, de fusão, cisão societária, sucessão ou herança, da pessoa 
jurídica ou física que causar dano ao erário ou que se enriquecer ilicitamente haverá obrigação de reparação até o 
limite do valor da herança ou do patrimônio transferido. As demais penalidades poderão ser aplicadas à pessoa 
jurídica caso a fusão ou incorporação decorram de simulação ou fraude. 
Não configura improbidade a ação ou omissão decorrente de divergência interpretativa da lei, baseada em 
jurisprudência, ainda que não pacificada, mesmo que não venha a ser posteriormente prevalecente nas decisões 
dos órgãos de controle ou dos tribunais do Poder Judiciário. 
As sanções não se aplicarão à pessoa jurídica, caso o ato de improbidade administrativa seja também 
sancionado como ato lesivo à administração pública previsto na lei anticorrupção. 
 
5. Procedimento administrativo e judicial 
 
 Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada 
investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade. No entanto, constitui crime a representação por 
ato de improbidade contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente, 
punível com detenção de seis a dez meses e multa, ficando também o autor da denúncia sujeito à reparação de 
danos. 
 Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata apuração dos fatos que será 
processada de acordo com as regras aplicáveis ao processo administrativo disciplinar. 
 Se houver indícios de ato de improbidade, a autoridade que conhecer dos fatos representará ao Ministério 
Público competente, para as providências necessárias. 
 Na ação por improbidade administrativa poderá ser formulado, em caráter antecedente ou incidente, pedido 
de indisponibilidade de bens dos réus, a fim de garantir a integral recomposição do erário ou do acréscimo 
patrimonial resultante de enriquecimento ilícito. 
O pedido de indisponibilidade de bens apenas será deferido mediante a demonstração no caso concreto de 
perigo de dano irreparável ou de risco ao resultado útil do processo, desde que o juiz se convença da probabilidade 
da ocorrência dos atos descritos na petição inicial com fundamento nos respectivos elementos de instrução. 
Se houver mais de um réu na ação, a somatória dos valores declarados indisponíveis não poderá superar o 
montante indicado na petição inicial como dano ao erário ou como enriquecimento ilícito. 
A indisponibilidade considerará a estimativa de dano indicada na petição inicial, permitida a sua substituição 
por caução idônea, por fiança bancária ou por seguro-garantia judicial, a requerimento do réu, bem como a sua 
readequação durante a instrução do processo, sem incidir sobre os valores a serem eventualmente aplicados a 
título de multa civil ou sobre acréscimo patrimonial decorrente de atividade lícita. 
É vedada a decretação de indisponibilidade da quantia de até 40 (quarenta) salários mínimos depositados 
em caderneta de poupança, em outras aplicações financeiras ou em conta-corrente e do bem de família do réu, 
salvo se comprovado que o imóvel seja fruto de vantagem patrimonial indevida. 
A ação será proposta pelo Ministério Público, perante o foro do local onde ocorrer o dano ou da pessoa 
jurídica prejudicada, e seguirá o procedimento comum previsto no CPC. 
17 
 
 
 
Se a petição inicial estiver em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a citação dos requeridos 
para que a contestem no prazo comum de 30 (trinta) dias. Havendo a possibilidade de solução consensual, poderão 
as partes requerer ao juiz a interrupção do prazo para a contestação, por prazo não superior a 90 (noventa) dias. 
Após a réplica do Ministério Público, o juiz proferirá decisão na qual indicará com precisão a tipificação do 
ato de improbidade administrativa imputável ao réu, sendo-lhe vedado modificar o fato principal e a capitulação 
legal apresentada pelo autor. Para cada ato de improbidade administrativa, deverá necessariamente ser indicado 
apenas um tipo dentre aqueles previstos nos arts. 9º, 10 e 11 da Lei. 
Será nula a sentença que condenar o requerido por tipo diverso daquele definido na petição inicial ou sem a 
produção das provas por ele tempestivamente especificadas. 
Sem prejuízo da citação dos réus, a pessoa jurídica interessada será intimada para, caso queira, intervir no 
processo. 
A qualquer momento, se o magistrado identificar a existência de ilegalidades ou de irregularidades 
administrativas a serem sanadas sem que estejam presentes todos os requisitos para a imposição das sanções aos 
agentes incluídos no polo passivo da demanda, poderá, em decisão motivada, converter a ação de improbidade 
administrativa em ação civil pública. 
Não se aplicam na ação de improbidade administrativa: (i) a presunção de veracidade dos fatos alegados 
pelo autor em caso de revelia; (ii) a imposição de ônus da prova ao réu; (iii) o ajuizamento de mais de uma ação de 
improbidade administrativa pelo mesmo fato. 
O Ministério Público poderá, conforme as circunstâncias do caso concreto, celebrar acordo de não 
persecução civil, desde que dele advenham, ao menos, os seguintes resultados: (i) o integral ressarcimento do 
dano; ou (ii) a reversão à pessoa jurídica lesada da vantagem indevida obtida, ainda que oriunda de agentes 
privados. 
A celebração do acordo dependerá, cumulativamente: (i) da oitiva do ente federativo lesado, em momento 
anterior ou posterior à propositura da ação; (ii) de aprovação, no prazo de até 60 (sessenta) dias, pelo órgão do 
Ministério Público competente para apreciar as promoções de arquivamento de inquéritos civis, se anterior ao 
ajuizamento da ação; e (iii) de homologação judicial, independentemente de o acordo ocorrer antes ou depois do 
ajuizamento da ação de improbidade administrativa. 
Para fins de apuração do valor do dano a ser ressarcido, deverá ser realizada a oitiva do Tribunal de 
Contas competente, que se manifestará, com indicação dos parâmetros utilizados, no prazo de 90 (noventa) 
dias. 
 Em caso de descumprimento do acordo, o investigado ou o demandado ficará impedido de celebrar novo 
acordo pelo prazo de 5 (cinco) anos, contado

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