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FV ➢ A glândula tireoide é a primeira glândula endócrina a se desenvolver. ➢ Começa a se formar com aproximadamente 24 dias a partir de um espessamento endodérmico mediano no assoalho da faringe primitiva. Esse espessamento logo forma uma pequena saliência – o primórdio da tireoide. ➢ Com o crescimento do embrião e da língua, a tireoide em desenvolvimento desce pelo pescoço, passando ventralmente ao osso hioide e às cartilagens laríngeas em desenvolvimento. Por um curto período, a tireoide fica conectada à língua pelo ducto tireoglosso. ➢ Como resultado da rápida proliferação celular, o lúmen do divertículo da tireoide logo oblitera e se divide em lobos direito e esquerdo, que são conectados pelo istmo da tireoide da glândula tireoide. ➢ Na sétima semana, a glândula tireoide assume sua forma definitiva e, em geral, já atingiu sua localização final no pescoço. ➢ Nessa ocasião, geralmente o ducto tireoglosso já degenerou e desapareceu. A abertura proximal do ducto tireoglosso persiste como uma pequena fosseta – o forame cego no dorso da língua. ➢ Um lobo piramidal da glândula tireoide se estende superiormente a partir do istmo em aproximadamente 50% das pessoas. Esse lobo pode estar preso ao osso hioide por tecido fibroso, músculo liso ou ambos. ➢ A Síndrome de DiGeorge (SDG) ou velocardiofacial é um distúrbio congênito resultante de defeito embrionário das células da crista neural das terceira e quarta bolsas faríngeas, que vão dar origem ao timo, glândulas paratireoides e parte do arco aórtico, levando a hipoplasia ou aplasia do timo, defeitos da paratireoide e arco aórtico, causando principalmente imunodeficiência de células T e hipoparatireoidismo. (DA SILVA, 2019) ➢ A glândula tireoide, em formato de borboleta, está localizada logo abaixo da laringe. ➢ Possui peso de cerca de 30g e é irrigada de forma abundante, recebendo de 80ml a 120ml de sangue por minuto. ➢ É composta pelos lobos direito e esquerdo, um em cada lado da traqueia, conectados por um istmo, anteriormente à traqueia. Cerca de 50% das glândulas tireoides apresentam um pequeno terceiro lobo, chamado de lobo piramidal, que se estende superiormente a partir do istmo. ➢ A tireoide é composta de milhares de folículos tireoidianos, que são pequenas esferas de 0,2 a 0,9 mm de diâmetro.. ➢ A parede dos folículos é um epitélio simples cujas células são também denominadas tireócitos. A cavidade dos folículos contém uma substância gelatinosa chamada coloide. ➢ A glândula é revestida por uma cápsula de tecido conjuntivo frouxo que envia septos para o parênquima. Os septos se tornam gradualmente mais delgados ao alcançar os folículos, que são separados entre si principalmente por fibras reticulares. ➢ A tireoide é um órgão extremamente vascularizado por uma extensa rede capilar sanguínea e linfática que envolve os folículos. As células endoteliais dos capilares sanguíneos são fenestradas, como é comum também em outras glândulas endócrinas. GLÂNDULA TIREOIDE Anatomia Histologia Embriologia TUTORIA 18 Julia Menezes de Souza Soares – 2º período de Medicina Essa configuração facilita o transporte de substâncias entre as células endócrinas e o sangue. ➢ Em cortes, o aspecto dos folículos tireoidianos é muito variado, o que é consequência de: (1) diferentes maneiras em que foram seccionados os folículos; (2) diversos níveis de atividade funcional exercidos pelos vários folículos. ➢ Alguns folículos são grandes, cheios de coloide e revestidos por epitélio cúbico ou pavimentoso, e outros são menores, com epitélio colunar. De maneira geral, quando a altura média do epitélio de um número grande de folículos é baixa, a glândula é considerada hipoativa. Em contrapartida, o aumento acentuado na altura epitélio folicular acompanhado por diminuição da quantidade de coloide e do diâmetro dos folículos costuma indicar hiperatividade da glândula. ➢ Entre os folículos, podem ser encontradas algumas ➢ células chamadas de células parafoliculares ou células, que produzem o hormônio calcitonina (CT), que ajuda a regular a homeostasia do cálcio. ➢ A glândula tireoide é a única glândula endócrina que armazena seu produto secretório em grandes quantidades – normalmente o suficiente para cerca de 100 dias. ➢ A síntese e a secreção de T3 e T4 ocorrem da seguinte forma: 1. Retenção de iodeto. As células foliculares da tireoide retêm íons iodeto (I–), transportando-os ativamente do sangue para o citosol. Por conta disso, em geral, a glândula tireoide contém a maioria do iodeto corporal. 2. Síntese de tireoglobulina. Ao mesmo tempo que retêm I–, as células foliculares também sintetizam tireoglobulina (TGB), uma grande glicoproteína produzida no retículo endoplasmático rugoso, modificada no complexo de Golgi e armazenada em vesículas secretoras. As vesículas sofrem exocitose, o que libera TGB para o lúmen do folículo. 3. Oxidação de iodeto. Parte dos aminoácidos na TGB consiste em tirosinas que se tornarão iodadas. Entretanto, íons iodeto com carga elétrica negativa não conseguem se ligar à tirosina até que sofram oxidação (remoção de elétrons) para iodeto: 2 I- → I2. Na medida em que os íons iodeto são oxidados, eles atravessam a membrana para o lúmen do folículo. 4. Iodação da tirosina. Conforme moléculas de iodo (I2) se formam, elas reagem com as tirosinas integrantes das moléculas de tireoglobulina. A ligação de um átomo de iodo produz monoiodotirosina (T1) e a de dois produz di-iodotirosina (T2). A TGB com átomos de iodo fixados é um material viscoso que se acumula e é armazenado no lúmen do folículo da tireoide, chamado de coloide Formação, armazenamento e liberação dos hormônios da tireoide Julia Menezes de Souza Soares – 2º período de Medicina 5. Acoplamento de T1 e T2. Durante a última etapa da síntese dos hormônios da tireoide, duas moléculas de T2 se juntam para formar T4 ou uma de T1 com uma de T2 se unem para formar T3. 6. Pinocitose e digestão de coloide. Gotículas de coloide penetram de novo nas células foliculares por pinocitose e se juntam aos lisossomos. Enzimas digestivas nos lisossomos degradam a TGB, separando moléculas de T3 e T4. 7. Secreção de hormônios da tireoide. Como são lipossolúveis, T3 e T4 se difundem através da membrana plasmática para o líquido intersticial e, em seguida, para o sangue. Em geral, T4 é secretada em maior quantidade que T3, mas T3 é muitas vezes mais potente. Além disso, depois que a T4 entra no corpo celular, a maioria dela é convertida a T3 por remoção de um iodo. 8. Transporte no sangue. Mais de 99% de T3 e T4 se combinam a proteínas transportadoras no sangue, principalmente à globulina transportadora de tiroxina (TBG). ➢ Os hormônios da tireoide são a Tiroxina ou Tetraiodotironina (T4) e o Tri-iodotironina (T3). 1. Os hormônios da tireoide aumentam a taxa metabólica basal (TMB), que consiste no consumo de oxigênio em condições basais ou padrão (acordado, em repouso e jejum) por meio da estimulação do uso de oxigênio celular na produção de ATP. Quando a taxa metabólica basal aumenta, o metabolismo celular dos carboidratos, lipídios e proteínas se torna mais intenso. 2. Estimulam a síntese de bombas adicionais de sódio e potássio (Na+-K+ ATPase), o que utiliza grandes quantidades de ATP para continuamente ejetar íons sódio (Na+) do citosol no líquido extracelular e íons potássio (K+) do líquido extracelular no citosol. Com a produção e a utilização de mais ATP pelas células, mais calor é liberado e a temperatura corporal sobe. Esse fenômeno é chamado de efeito calorigênico. Dessa maneira, os hormônios da tireoide têm participação importante na manutenção da temperatura corporal normal. Mamíferos normais são capazes de sobreviver a temperaturas muito baixas,mas aqueles cuja glândula tireoide foi removida não conseguem. 3. Na regulação do metabolismo, os hormônios da tireoide estimulam a síntese de proteína e aumentam o uso de glicose e ácidos graxos para a produção de ATP. Além disso, intensificam a lipólise e a excreção de colesterol, reduzindo, desse modo, o nível de colesterol sanguíneo. 4. Intensificam algumas ações das catecolaminas (norepinefrina e epinefrina), pois promovem a suprarregulação dos receptores beta (β). Por essa razão, os sinais/sintomas do hipertireoidismo incluem frequência cardíaca aumentada, batimentos cardíacos mais fortes e pressão arterial elevada. 5. Junto com o hormônio do crescimento e com a insulina, os hormônios da tireoide aceleram o crescimento corporal, sobretudo o crescimento dos sistemas nervoso e esquelético. A deficiência de hormônios da tireoide durante o desenvolvimento fetal ou infância causa grave retardo mental e restrição do crescimento ósseo. ➢ O hormônio liberador de tireotrofina (TRH) do hipotálamo e o hormônio tireoestimulante (TSH) da adeno-hipófise estimulam a síntese e a liberação dos hormônios da tireoide. 1. Níveis reduzidos de T3 e T4 ou taxa metabólica baixa estimulam o hipotálamo a secretar TRH. 2. O TRH entra nas veias porto-hipofisárias e flui para a adeno-hipófise, onde estimula os tireotrofos a secretar TSH. 3. O TSH estimula praticamente todos os aspectos da atividade celular dos folículos da tireoide, inclusive captação de iodeto, síntese e secreção de hormônio e crescimento das células foliculares. 4. As células foliculares da tireoide liberam T3 e T4 no sangue até que a taxa metabólica volte ao normal. 5. O nível elevado de T3 inibe a liberação de TRH e TSH (inibição por feedback negativo). Ações dos Hormônios da Tireoide Controle da secreção de hormônio da tireoide Julia Menezes de Souza Soares – 2º período de Medicina ➢ O hormônio produzido pelas células parafoliculares da glândula tireoide é a calcitonina (CT). ➢ A CT diminui o nível sanguíneo de cálcio por meio da inibição da ação dos osteoclastos, células que degradam a matriz celular óssea. A secreção de CT é controlada por um sistema de feedback negativo. ➢ Quando o nível sanguíneo de calcitonina está elevado, ocorre queda da concentração sanguínea de cálcio e fosfatos, com inibição da reabsorção óssea (degradação da matriz óssea extracelular) pelos osteoclastos e aceleração da captação de cálcio e fosfatos na matriz óssea extracelular. ➢ A miacalcina, um extrato da calcitonina derivado do salmão que é 10 vezes mais potente que a calcitonina humana, é prescrita no tratamento da osteoporose. ➢ As glândulas paratireoides são derivadas de bolsas faríngeas. Lembrando que as bolsas faríngeas possuem um revestimento epitelial endodérmico e formam importantes órgãos na cabeça e no pescoço. Terceira bolsa faríngea ➢ A expansão da terceira bolsa faríngea faz com que ela possua uma parte bulbar dorsal sólida e uma porção ventral oca alongada. A partir da parte bulbar dorsal sólida da bolsa, por volta da sexta semana de desenvolvimento, que se desenvolverão as glândulas paratireóides inferiores. ➢ As glândulas paratireóides se desenvolvem juntamente com o timo. Esses órgãos perdem a conexão com a faringe quando o encéfalo e as estruturas associadas expandem-se rostralmente, e a faringe e as estruturas cardíacas expandem-se caudalmente. Mais tarde, há a separação entre as glândulas paratireoides e o timo, e assim, as paratiroides se situam na correta posição, na superfície dorsal da glândula tireoide. Quarta bolsa faríngea ➢ A quarta bolsa faríngea também se expande em uma porção bulbar dorsal e uma porção ventral alongada. As glândulas paratireóides superiores irão se originar da porção dorsal da bolsa faríngea, que estarão localizadas na superfície dorsal da bolsa faríngea. ➢ As glândulas paratireoides são 4 glândulas pequenas de coloração castanho-amarelada e se localizam na região posterior da glândula tireoide. Calcitonina GLÂNDULA PARATIREOIDE Anatomia Embriologia Julia Menezes de Souza Soares – 2º período de Medicina ➢ Elas possuem cerca de 40mg e, habitualmente, uma glândula paratireoide superior e uma inferior ficam presas a cada lobo da glândula tireoide. ➢ Mais raramente, podem situar-se no interior da tireoide ou no mediastino, próximo ao timo, isso se deve ao fato de as paratireoides e o timo se originarem de esboços embrionários muito próximos entre si. ➢ Cada paratireoide é envolvida por uma cápsula de tecido conjuntivo. Dessa cápsula partem trabéculas para o interior da glândula, que são contínuas com as fibras reticulares que sustentam os grupos de células secretoras ➢ O parênquima da paratireoide é formado por células epiteliais dispostas em cordões separados por capilares sanguíneos.. Há dois tipos de células na paratireoide: as principais e as oxífilas. ➢ As células principais predominam amplamente sobre as outras, têm forma poligonal, núcleo vesicular e citoplasma fracamente acidófilo; essas células são secretoras do hormônio das paratireoides, o paratormônio. ➢ Na espécie humana, as células oxífilas aparecem por volta dos 7 anos de idade e a partir daí aumentam progressivamente de número. São poligonais, maiores e mais claras que as células principais. A função dessas células é desconhecida. ➢ O paratormônio é o principal regulador dos níveis de cálcio (Ca2+), magnésio (Mg2+) e fosfato (HPO42–) no sangue. ➢ A ação específica do PTH é aumentar a quantidade e a atividade dos osteoclastos. ➢ O resultado é reabsorção óssea acentuada, o que libera cálcio (Ca2+) e fosfatos (HPO42–) no sangue. ➢ O PTH também atua nos rins. Primeiro, retarda a perda de Ca2+ e Mg2+ do sangue para a urina. Em segundo lugar, acentua a perda de HPO42– do sangue para a urina. Uma vez que mais HPO42– é perdido na urina do que ganho dos ossos, o PTH diminui o nível sanguíneo de HPO42– e eleva os níveis sanguíneos de Ca2+ e Mg2+. Um terceiro efeito do PTH sobre os rins é a promoção da formação do hormônio calcitriol, que consiste na forma ativa da vitamina D. ➢ O calcitriol, também conhecido como 1,25-di- hidroxivitamina D3, aumenta a taxa de absorção sanguínea de Ca2+, HPO42– e Mg2+ no sistema digestório. ➢ O nível sanguíneo de cálcio controla diretamente a secreção de calcitonina e paratormônio por meio de alças de feedback negativo que não envolvem a glândula hipófise. 1. O nível sanguíneo de íons cálcio (Ca2+) acima do normal estimula as células parafoliculares da glândula tireoide a liberarem mais calcitonina. 2. A calcitonina inibe a atividade dos osteoclastos, diminuindo, dessa forma, o nível sanguíneo de Ca2+. 3. O nível sanguíneo de íons cálcio (Ca2+) abaixo do normal estimula as células principais da glândula paratireoide a liberarem mais PTH. 4. O PTH promove a reabsorção de matriz óssea extracelular, o que libera Ca2+ no sangue e retarda a perda de Ca2+ na urina, elevando o nível de Ca2+ no sangue. ➢ O cálcio é uma molécula de sinalização muito importante. Seu movimento de um compartimento corporal para outro cria sinais de cálcio. ➢ O cálcio que entra no citoplasma inicia a exocitose de vesículas sinápticas e secretoras, a contração de Histologia Paratormônio Controle da secreção da calcitonina e do paratormônio Equilíbrio do Cálcio Julia Menezes de Souza Soares – 2º período de Medicina fibras musculares ou altera a atividade de enzimas e transportadores, e a remoção desse cálcio do citoplasma requer transporte ativo. ➢ Ele é parte do cimento intercelular que mantém unidas as junções apertadas, além de ser um cofator na cascata de coagulação. ➢ Embora o cálcio seja essencial para a coagulação sanguínea, as concentrações corporais de cálcio nunca diminuem a pontode a coagulação ser inibida. ➢ As concentrações plasmáticas de cálcio afetam a excitabilidade dos neurônios. ➢ Se a concentração plasmática de Ca2 diminui, hipocalcemia, a permeabilidade neuronal ao Na aumenta, os neurônios despolarizam, e o sistema nervoso torna-se hiperexcitável. ➢ Na sua forma mais extrema, a hipocalcemia causa contração sustentada (tetania) dos músculos respiratórios, resultando em asfixia. ➢ Já a hipercalcemia tem o efeito oposto, causando uma diminuição da atividade neuromuscular. ➢ Devido à importância do cálcio para diversas funções no organismo, a sua concentração plasmática é estreitamente regulada. ➢ Cálcio corporal total é todo o cálcio presente no corpo, distribuído ao longo dos três compartimentos: (a) líquido extracelular. o O cálcio ionizado é concentrado no Líquido Extracelular. No plasma, cerca da metade do Ca2 está ligado a proteínas plasmáticas e a outras moléculas. O Cálcio não ligado é livre para se difundir através das membranas pelos canais de Ca2 abertos. o O cálcio intracelular está concentrado no interior da mitocôndria e do retículo sarcoplasmático. Os gradientes eletroquímicos favorecem o movimento de cálcio para o citosol (livre) quando os canais de cálcio se abrem. o O cálcio da matriz extracelular está no osso, que é o maior reservatório de Ca2 no corpo, com grande parte em forma de cristais de hidroxiapatita. O Ca2 ósseo forma um reservatório que pode ser aproveitado para manter a homeostasia plasmática do Ca2. ➢ Somente cerca de um terço do cálcio ingerido é absorvido, e, diferentemente de outros nutrientes, a absorção de cálcio é regulada hormonalmente. ➢ Muitas pessoas não ingerem quantidades suficientes de alimentos que contêm cálcio, no entanto, a entrada pode não coincidir com a saída. ➢ A absorção intestinal de cálcio é aparentemente transcelular e paracelular (entre as células). ➢ A saída ou perda de cálcio pelo corpo ocorre principalmente pelos rins, com uma pequena quantidade excretada pelas fezes. ➢ O cálcio ionizado é livremente filtrado no glomérulo e então reabsorvido ao longo do comprimento do néfron. ➢ A reabsorção hormonalmente regulada ocorre somente no néfron distal e utiliza transportadores similares àqueles encontrados no intestino, não havendo transporte paracelular nos rins. ➢ Os hormônios que regulam o movimento de cálcio entre osso, rim e intestino são 3: o hormônio da paratireoide, o calcitriol (vitamina D3) e a calcitonina. ➢ Destes 3, o hormônio da paratireoide e o calcitriol são os mais importantes em adultos. Paratormônio e o controle do cálcio ➢ O PTH atua nos ossos, nos rins e no intestino para aumentar as concentrações plasmáticas de cálcio. ➢ O cálcio plasmático elevado atua como retroalimentação negativa e desliga a secreção de PTH. ➢ O hormônio da paratireoide aumenta o cálcio plasmático de três formas: o Mobilizando o cálcio dos ossos: o aumento da reabsorção óssea pelos osteoclastos leva aproximadamente 12 horas para se tornar mensurável. Embora os osteoclastos sejam responsáveis por dissolver a matriz calcificada e serem um alvo lógico para o PTH, eles não possuem receptores para PTH. Em vez disso, os efeitos do PTH são mediados por um conjunto de moléculas parácrinas, incluindo a osteoprotegerina (OPG) e um fator de diferenciação de osteoclastos, chamado de RANKL. o Aumentando a reabsorção renal de cálcio: a reabsorção regulada de cálcio ocorre no néfron distal. O PTH aumenta simultaneamente a excreção renal do fosfato, reduzindo sua reabsorção. Os efeitos opostos do PTH sobre o cálcio e o fosfato são necessários para manter suas concentrações combinadas abaixo de um nível crítico. Se as concentrações excedem tal nível, formam-se cristais de fosfato de cálcio que precipitam fora da solução. Hormônios que controlam o equilíbrio do cálcio Julia Menezes de Souza Soares – 2º período de Medicina Elevadas concentrações de fosfato de cálcio na urina são algumas das causas da formação de cálculos renais. o Aumentando indiretamente a absorção intestinal de cálcio pela sua influência na vitamina D3. Calcitriol e o Controle de Cálcio ➢ A absorção intestinal de cálcio é estimulada pela ação de um hormônio chamado calcitriol ou vitamina D3. ➢ O corpo forma calcitriol a partir da vitamina D que é obtida pela dieta ou sintetizada na pele. ➢ A vitamina D é modificada em dois passos: primeiro no fígado e depois nos rins, para formar a vitamina D3 ou calcitriol. ➢ O calcitriol é o principal hormônio responsável por aumentar a absorção de cálcio a partir do intestino delgado. Além disso, ele também facilita a reabsorção renal de cálcio e ajuda a mobilizá-lo para fora do osso. ➢ A produção de calcitriol é regulada no rim por ação do PTH. ➢ Concentrações plasmáticas diminuídas de Ca2 estimulam a secreção de PTH, que estimula a síntese de calcitriol. ➢ A absorção renal e intestinal de Ca2 aumenta o Ca2 sanguíneo, desligando o PTH em uma alça de retroalimentação negativa, que diminui a síntese de calcitriol. ➢ A prolactina, o hormônio responsável pela produção do leite em mulheres que estão amamentando (lactantes), também estimula a síntese de calcitriol. Essa ação assegura a absorção máxima de Ca2 a partir da dieta em um momento em que a demanda metabólica para Ca2 está alta. Calcitonina e o controle do cálcio ➢ A calcitonina é um peptídeo produzido pelas células C da tireoide. ➢ Suas ações são opostas às do hormônio da paratireoide, pois ela é liberada quando as concentrações plasmáticas de Ca2 aumentam, ao contrário do PTH. ➢ A calcitonina aparentemente desempenha um papel secundário no equilíbrio diário do cálcio em adultos. ➢ Acredita-se nisso pois os pacientes cujas glândulas tireoides foram removidas não mostram nenhum distúrbio no equilíbrio do cálcio, e pessoas com tumores na tireoide que secretam grandes quantidades de calcitonina também não apresentam efeitos nocivos ➢ Erro médico é a conduta (omissiva ou comissiva) profissional atípica, irregular ou inadequada, contra o paciente durante ou em face de exercício médico que pode ser caracterizada como imperícia, imprudência ou negligência, mas nunca como dolo. ➢ A negligência, forma mais frequente de erro médico no serviço público, decorre do tratamento com descaso, do pouco interesse para com os deveres e compromissos éticos para com o paciente e a instituição. ➢ É a ausência de precaução ou a indiferença em relação ao ato realizado. ➢ O abandono ao doente, o abandono de plantão, o diagnóstico sem o exame cuidadoso do paciente, a medicação por telefone e o esquecimento de corpos estranhos (gases, compressas e pinças) no corpo do paciente são exemplos relacionados com esta falha. ➢ É negligente o anestesiologista que não indica uma traqueostomia, quando de um edema de glote importante, com asfixia do paciente. Aquele que não prescreve uma transfusão de sangue total, após constatar uma hemorragia intra-operatória de monta. O especialista que, no pós-operatório imediato, abandona o paciente deprimido, indefeso ou hipoventilado, que ainda necessita de seus cuidados. ''O abandono ao doente é o tipo mais clássico de negligência médica”. ➢ A imprudência aparece quando o médico, por ação ou omissão, assume procedimento de risco para o paciente, sem respaldo científico ou esclarecimento à parte interessada. ➢ Anestesiar sem cânula para intubação e/ou máscara, realizar cirurgia em paciente com discrasia sanguínea ou aguardar parto normal com feto em sofrimento são exemplos de atitudes imprudentes. ➢ É igualmente imprudente o profissional que utiliza técnica cirúrgica ainda não aceita pela comunidade médica, medicamentos sem a necessária comprovação científica dos resultados ou técnicas de cunho charlatanesco. ➢ Pode ser definida comoa inobservância de atitudes acautelatórias, que possam evitar tudo que leve a erro ou a dano. E agir sem as precauçoes necessárias. É ser precipitado nos seus julgamentos ERROS MÉDICOS Negligência Imprudência Julia Menezes de Souza Soares – 2º período de Medicina e nos seus atos. ''Imprudente, definiu o jurista ilustre, é aquele que julga, com exagero, os seus conhecimentos'''. É o auto-suficiente. ➢ A imperícia decorre da falta de observação das normas técnicas, despreparo prático ou insuficiência de conhecimentos. ➢ Portanto, será imperito o médico que utilizar meio de tratamento já abandonado, por inócuo; o obstetra que, na cesariana, lesa a bexiga da paciente; ou aquele que, utilizando o fórceps, provoca traumatismo cranioencefálico, provocando a morte do concepto. Na prática, há dificuldade em se distinguir a imperícia da imprudência e, algumas vezes, existe a conjugação das três modalidades de erro médico. Legislação (GUIMARÃES, 2020) ➢ O Código Penal brasileiro classifica como crime culposo todo aquele que ''o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia'' (Artigo 15, lII). ➢ E a alínea ''h'' do item li do artigo 44 rotula como circunstância agravante da pena ou qualificadora do crime se o agente cometeu ''com abuso de poder ou violação de dever inerente à profissão''. ➢ A pena para o homicídio culposo é de detenção de um a três anos, podendo ser aumentada de um terço se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão (Artigo 121, parágrafos 3) ➢ Nos casos de lesões corporais culposas, a pena é de detenção de dois meses a um ano, podendo ser aumentada da mesma forma que no homicídio culposo (Artigo 129, parágrafos 6° e 7°). ➢ Já o Código Civil preceitua que nos casos de imprudência, negligência e imperícia o agente fica obrigado a reparar o dano (Artigo 159) e a responsabilidade civil não exclui a criminal (Artigo 1.525). E vai mais além, no artigo 1.545, quando diz, textualmente: ''Os médicos, cirurgiões, farmacêuticos, parteiras e dentistas são obrigados a satisfazer o dano, sempre. que a imprudência, negligência ou imperícia, em atos profissionais, resultar morte, inabilitação de servir, ou ferimento”. ➢ E, evidentemente, as ações movidas na Justiça comum não impedem, nem excluem os procedimentos éticos no âmbito dos Conselhos Regionais de Medicina, já que vem se tornando habitual os representantes do Ministério Público encaminharem os processos instaurados àqueles órgãos de fiscalização médica, independentemente do desejo expresso da parte, que se julga lesada.. Referências: Tortora, 14º edição. Junqueira e Carneiro, 13º edição. Silverthorn, 7º edição. Moore, 9º edição. Livro ERRO MÉDICO E RESPONSABILIDADE CIVIL, Fernando Gomes Correia-Lima da UFRJ, 2012. Conselho Federal de Medicina / Conselho Regional de Medicina do Estado do Piauí. Imperícia Julia Menezes de Souza Soares – 2º período de Medicina
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