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1 ➢ A liberação da maioria dos hormônios ocorre em salvas breves, com pouca ou nenhuma secreção entre as salvas. Quando estimulada, uma glândula endócrina libera seus hormônios em salvas mais frequentes, aumentando a concentração sanguínea do hormônio. Na ausência de estimulação, o nível sanguíneo do hormônio diminui. A regulação da secreção normalmente evita a produção excessiva ou insuficiente de qualquer hormônio, ajudando a manter a homeostasia. (Tortora, 14 ed) ➢ A secreção hormonal é regulada por (1) sinais do sistema nervoso, (2) alterações químicas no sangue e (3) outros hormônios. Por exemplo, impulsos nervosos para a medula da glândula suprarrenal regulam a liberação de epinefrina; o nível sanguíneo de Ca2+ regula a secreção de paratormônio (PTH); um hormônio da adeno-hipófise (hormônio adrenocorticotrófico) estimula a liberação de cortisol pelo córtex da glândula suprarrenal. A maioria dos sistemas regulatórios hormonais atua via feedback negativo, porém alguns operam por feedback positivo. (Tortora, 14 ed) ➢ Por exemplo, durante trabalho de parto, o hormônio ocitocina estimula as contrações do útero que, por sua vez, estimulam ainda mais a liberação de ocitocina, um efeito de feedback positivo. (Tortora, 14 ed) ➢ Por muitos anos, a glândula hipófise foi chamada de glândula endócrina “mestra” porque secreta vários hormônios que controlam outras glândulas endócrinas. (Tortora, 14 ed) ➢ Hoje, sabemos que a hipófise propriamente dita tem um mestre – o hipotálamo. Essa pequena região do encéfalo abaixo do tálamo é a principal conexão entre os sistemas nervoso e endócrino. As células no hipotálamo sintetizam, pelo menos, nove hormônios diferentes e a hipófise secreta sete. (Tortora, 14 ed) ➢ Juntos, esses hormônios desempenham funções importantes na regulação de praticamente todos os aspectos do crescimento, desenvolvimento, metabolismo e homeostasia. (Tortora, 14 ed) ➢ A glândula hipófise é uma estrutura em forma de ervilha. com 1 a 1,5 cm de diâmetro e que se localiza na fossa hipofisial da sela turca do esfenoide. Fixa-se ao hipotálamo por um pedículo, o infundíbulo, e apresenta duas partes anatômica e funcionalmente separadas: a adeno-hipófise (lobo anterior) e a neuro-hipófise (lobo posterior). A adeno-hipófise representa cerca de 75% do peso total da glândula e é composta por tecido epitelial. (Tortora, 14 ed) ➢ No adulto, a adeno-hipófise consiste em duas partes: a parte distal, que é a porção maior, e a parte tuberal que forma uma bainha ao redor do infundíbulo. (Tortora, 14 ed) ➢ A neuro-hipófise é composta por tecido neural. Também consiste em duas partes: a parte nervosa, a porção bulbosa maior, e o infundíbulo. Uma terceira região da glândula hipófise, chamada de parte intermédia, atrofia-se durante o desenvolvimento fetal humano e deixa de existir como um lobo separado nos adultos. Entretanto, algumas de suas células migram para partes adjacentes da adeno-hipófise, onde persistem. (Tortora, 14 ed) ➢ A adeno-hipófise secreta hormônios que regulam uma ampla variedade de atividades corporais, desde o crescimento até a reprodução. A liberação de hormônios da adeno-hipófise é estimulada por hormônios liberadores e suprimida por hormônios inibidores do hipotálamo. Sendo assim, os hormônios hipotalâmicos constituem uma ligação importante entre os sistemas nervoso e endócrino. (Tortora, 14 ed) ➢ Hormônios hipotalâmicos que liberam ou inibem hormônios da adeno-hipófise chegam à adeno- hipófise por meio de um sistema porta. Em geral, o sangue passa do coração, por uma artéria, para um capilar, daí para uma veia e de volta ao coração. Em um sistema porta, o sangue flui de uma rede capilar para uma veia porta e, em seguida, para uma segunda rede capilar antes de retornar ao coração. O nome do sistema porta indica a localização da segunda rede capilar. No sistema porta hipofisário, o sangue flui de capilares no hipotálamo para veias porta que carreiam sangue para capilares da adeno- hipófise. (Tortora, 14 ed) ENDÓCRINO E FEEDBACK HORMONAL Controle da Secreção Hormonal Hipotálamo e Hipófise Adeno-Hipófise Sistema porta-hipofisário Julia Menezes de Souza Soares - 2º período de medicina 2 ➢ As artérias hipofisárias superiores, ramos das artérias carótidas internas, levam sangue para o hipotálamo. Na junção da eminência mediana do hipotálamo e o infundíbulo, essas artérias se dividem em uma rede capilar chamada de plexo primário do sistema porta hipofisário. Do plexo primário, o sangue drena para as veias porto-hipofisárias que passam por baixo da parte externa do infundíbulo. Na adeno-hipófise, as veias porto-hipofisárias se dividem mais uma vez e formam outra rede capilar chamada de plexo secundário do sistema porta hipofisário. (Tortora, 14 ed) ➢ Acima do quiasma óptico há grupos de neurônios especializados chamados de células neurossecretoras.. Essas células sintetizam os hormônios hipotalâmicos liberadores e inibidores em seus corpos celulares e envolvem os hormônios em vesículas, que alcançam os terminais axônicos por transporte axônico. Impulsos nervosos promovem a exocitose das vesículas. Depois disso, os hormônios se difundem para o plexo primário do sistema porta hipofisário. Rapidamente, os hormônios hipotalâmicos fluem com o sangue pelas veias porto-hipofisárias para o plexo secundário. Essa via direta possibilita que os hormônios hipotalâmicos atuem imediatamente nas células da adeno-hipófise, antes que os hormônios sejam diluídos ou destruídos na circulação geral. Os hormônios secretados pelas células da adeno-hipófise passam para os capilares do plexo secundário, que drenam para as veias porto-hipofisárias anteriores e para fora na circulação geral. Os hormônios da adeno-hipófise viajam até os tecidosalvo ao longo do corpo. (Tortora, 14 ed) Os hormônios da adeno-hipófise que atuam em outras glândulas endócrinas são chamados de hormônios tróficos ou trofinas. ➢ Cinco tipos de células da adeno-hipófise – somatotrofos, tireotrofos, gonadotrofos, lactotrofos e corticotrofos – secretam sete hormônios: (Tortora, 14 ed) 1. Os somatotrofos secretam hormônio do crescimento (GH), também conhecido como somatotrofina. O hormônio do crescimento, por sua vez, estimula vários tecidos a secretarem fatores de crescimento insulino-símiles (IGF), hormônios que estimulam o crescimento corporal geral e regulam aspectos do metabolismo. 2. Os tireotrofos secretam hormônio tireoestimulante (TSH), também conhecido como tireotrofina. O TSH controla as secreções e outras atividades da glândula tireoide. 3. Os gonadotrofos secretam duas gonadotrofinas: hormônio foliculoestimulante (FSH) e hormônio luteinizante (LH). O FSH e o LH atuam nas gônadas; estimulam a secreção de estrogênios e progesterona e a maturação de ovócitos nos ovários, além de estimularem a produção de espermatozoides e a secreção de testosterona nos testículos. 4. Os lactotrofos secretam prolactina (PRL), que inicia a produção de leite nas glândulas mamárias. 5. Os corticotrofos secretam hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), também conhecido como corticotrofina, que estimula o córtex da Tipos de células da adeno- hipófise e seus hormônios Julia Menezes de Souza Soares - 2º período de medicina 3 glândula suprarrenal a secretar glicocorticoides como cortisol. Alguns corticotrofos, remanescentes da parte intermédia, também secretam hormônio melanócito-estimulante (MSH). ➢ A secreção dos hormônios da adeno-hipófise é regulada de duas maneiras. (Tortora, 14 ed) ➢ Na primeira, células neurossecretoras no hipotálamo secretam cinco hormônios liberadores, que estimulam a secreção de hormônios da adeno-hipófise, e dois hormônios inibidores, que suprimem a secreção de hormônios da adeno-hipófise. (Tortora, 14 ed) ➢ Na segunda, o feedback negativo na forma de hormônios liberados pelas glândulas-alvo diminui secreções de três tipos de células da adeno- hipófise. Nessas alças de retroalimentação negativa, a atividade secretora dos tireotrofos, gonadotrofos e corticotrofos diminui quando os níveis sanguíneos dos hormônios das suas glândulas-alvo se elevam. (Tortora, 14 ed) ➢ Por exemplo, o ACTH estimula o córtex das glândulas suprarrenais a secretar glicocorticoides, principalmente cortisol. Por sua vez, o nível elevado de cortisol diminui a secreção tanto de corticotrofina quanto de hormônio liberador de corticotrofina (CRH) pela supressão da atividade dos corticotrofos da adeno-hipófise e das células neurossecretoras do hipotálamo. (Tortora, 14 ed) ➢ O hormônio do crescimento (GH) é o hormônio mais abundante da adeno-hipófise. (Tortora, 14 ed) ➢ A principal função do GH é promover a síntese e a secreção de pequenos hormônios proteicos chamados fatores de crescimento insulino-símiles ou somatomedinas. (Tortora, 14 ed) ➢ Em resposta ao hormônio do crescimento, as células no fígado, no músculo esquelético, na cartilagem, nos ossos e em outros tecidos secretam fatores de crescimento insulino-símiles (IGFs), que podem entrar na corrente sanguínea a partir do fígado ou atuar de maneira local em outros tecidos como autócrinos ou parácrinos. (Tortora, 14 ed) ➢ As funções dos IGF são: 1. Os IGF fazem com que as células cresçam e se multipliquem pela intensificação da captação de aminoácidos nas células e aceleração da síntese proteica. Os IGF também reduzem a degradação de proteínas e o uso de aminoácidos para a produção de ATP. Devido a esses efeitos dos IGF, o hormônio do crescimento aumenta a taxa de crescimento do esqueleto e dos músculos esqueléticos Hormônio do crescimento e fatores de crescimento insulino-símiles Controle de secreção pela adeno- hipófise Julia Menezes de Souza Soares - 2º período de medicina 4 durante a infância e a adolescência. Em adultos, o hormônio do crescimento e os IGF ajudam a manter a massa dos músculos e ossos e promovem a cicatrização de lesões e o reparo tecidual. 2. Os IGF também intensificam a lipólise no tecido adiposo, aumentando o uso dos ácidos graxos liberados para a produção de ATP pelas células corporais. 3. Além de afetar o metabolismo proteico e lipídico, o hormônio do crescimento e os IGF influenciam o metabolismo dos carboidratos pela redução da captação de glicose, diminuindo o uso de glicose para a produção de ATP pela maioria das células corporais. Essa ação economiza glicose de forma a deixá-la disponível aos neurônios para produzir ATP nos períodos de escassez de glicose. Os IGF e o hormônio do crescimento também podem estimular os hepatócitos a liberar glicose no sangue. ➢ Os somatotrofos na adeno-hipófise liberam pulsos de hormônio do crescimento em intervalos de poucas horas, especialmente durante o sono. Sua atividade secretora é controlada principalmente por dois hormônios hipotalâmicos: (1) o hormônio liberador do hormônio do crescimento (GHRH), que promove a secreção do GH, e (2) o hormônio inibidor do hormônio do crescimento (GHIH), que o suprime. O principal regulador da secreção de GHRH e de GHIH é o nível de glicose sanguínea. Hormônio tireoestimulante ➢ O hormônio tireoestimulante (TSH) estimula a síntese e a secreção de tri-iodotironina (T3) e tiroxina (T4), que são produzidas pela glândula tireoide. O hormônio liberador de tireotrofina (TRH) do hipotálamo controla a secreção de TSH. A liberação de TRH, por sua vez, depende dos níveis sanguíneos de T3 e T4; níveis elevados de T3 e T4 inibem a secreção de TRH via feedback negativo. Não existe hormônio inibidor da tireotrofina. A liberação de TRH será explicada posteriormente neste capítulo. (Tortora, 14 ed) Hormônio folículo estimulante ➢ Nas mulheres, os ovários são os alvos do hormônio foliculoestimulante (FSH). A cada mês, o FSH inicia o desenvolvimento de vários folículos ovarianos, coleções em forma de saco de células secretoras que rodeiam o ovócito em desenvolvimento. O FSH também estimula as células foliculares a secretar estrogênios (hormônios sexuais femininos). Nos homens, o FSH promove a produção de espermatozoides nos testículos. O hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) do hipotálamo estimula a liberação de FSH. A liberação de GnRH e FSH é suprimida por estrogênios nas mulheres e pela testosterona (principal hormônio sexual masculino) nos homens por sistemas de feedback negativo. Não existe hormônio inibidor da gonadotrofina. (Tortora, 14 ed) Hormônio luteinizante ➢ Nas mulheres, o hormônio luteinizante (LH) desencadeia a ovulação, que consiste na liberação de um ovócito secundário (futuro ovo) por um ovário. O LH estimula a formação do corpo lúteo (estrutura formada após a ovulação) no ovário e a secreção de progesterona (outro hormônio sexual feminino) pelo corpo lúteo. Juntos, o FSH e o LH também promovem a secreção de estrogênios pelas células ovarianas. Os estrogênios e a progesterona preparam o útero para a implantação de um ovo fertilizado e ajudam a preparar as glândulas mamárias para a secreção de leite. Nos homens, o LH estimula células nos testículos a secretarem testosterona. A secreção de LH, assim como a do FSH, é controlada pelo hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH). (Tortora, 14 ed) Prolactina ➢ A prolactina (PRL), junto com outros hormônios, inicia e mantém a produção de leite pelas glândulas mamárias. Sozinha, a prolactina exerce um efeito fraco. Somente depois da preparação das glândulas mamárias promovida pelos estrogênios, progesterona, glicocorticoides, GH, tiroxina e insulina, que exercem efeitos permissivos, que a PRL promove a produção de leite. A ejeção de leite das glândulas mamárias depende do hormônio ocitocina, liberado pela adeno-hipófise. Em conjunto, a produção e a ejeção de leite constituem a lactação. (Tortora, 14 ed) ➢ O hipotálamo secreta hormônios tanto inibitórios quanto excitatórios que regulam a secreção de prolactina. Nas mulheres, o hormônio inibidor de prolactina (PIH), que vem a ser a dopamina, inibe a Julia Menezes de Souza Soares - 2º período de medicina 5 liberação de prolactina da adeno-hipófise na maior parte do tempo. Todo mês, pouco antes de começar a menstruação, a secreção de PIH diminui e o nível sanguíneo de prolactina se eleva, porém não o suficiente para estimular a produção de leite. A hipersensibilidade das mamas pouco antes da menstruação pode ser causada pela elevação do nível de prolactina. Quando o ciclo menstrual começa de novo, o PIH é mais uma vez secretado e o nível de prolactina cai. Durante a gravidez, o nível de prolactina sobe estimulado pelo hormônio liberador de prolactina (PRH) do hipotálamo. A sucção realizada pelo recém-nascido promove a redução da secreção hipotalâmica de PIH. (Tortora, 14 ed) ➢ A função da prolactina não é conhecida nos homens, porém sua hipersecreção causa disfunção erétil (incapacidade de apresentar ou manter ereção do pênis). Nas mulheres, a hipersecreção de prolactina causa galactorreia (lactação inapropriada) e amenorreia (ausência de ciclos menstruais.) (Tortora, 14 ed) Hormônio adrenocorticotrófico ➢ Os corticotrofos secretam principalmente hormônio adrenocorticotrófico (ACTH). O ACTH controla a produção e a secreção de cortisol e outros glicocorticoides pelo córtex das glândulas suprarrenais. O hormônio liberador de corticotrofina (CRH) do hipotálamo promove a secreção de ACTH pelos corticotrofos. Estímulos relacionados com o estresse, como glicose sanguínea baixa ou traumatismo físico, e a interleucina-1, uma substância produzida pelos macrófagos, também estimulam a liberação de ACTH. Os glicocorticoides inibem a liberaçãode CRH e ACTH via feedback negativo. (Tortora, 14 ed). Hormônio melanócito-estimulante ➢ O hormônio melanócito-estimulante (MSH) aumenta a pigmentação da pele em anfíbios pela estimulação da dispersão de grânulos de melanina nos melanócitos. Sua função exata em humanos é desconhecida, porém a presença de receptores de MSH no encéfalo sugere que pode influenciar a atividade encefálica. Há pouco MSH circulante em humanos. Entretanto, a administração contínua de MSH ao longo de vários dias produz escurecimento da pele. Níveis excessivos de hormônio liberador de corticotrofina (CRH) podem estimular a liberação de MSH; a dopamina inibe a liberação de MSH. (Tortora, 14 ed) ➢ Os hormônios influenciam suas células-alvo por meio de ligações a receptores químicos específicos. ➢ Apenas as células-alvo de um dado hormônio possuem receptores que se ligam e reconhecem aquele hormônio. Esses receptores são constantemente sintetizados e degradados. ➢ Se a concentração de um hormônio estiver muito elevada, o número de receptores na célula-alvo pode diminuir (infrarregulação), tornando a célula menos sensível ao hormônio. ➢ Já quando a concentração do hormônio está baixa, os números de receptores na célula podem aumentar (suprarregulação) tornando a célula mais sensível ao hormônio. ➢ Os hormônios circulantes são aqueles que passam das células secretoras que os produzem para o líquido intersticial e depois para o sangue. ➢ Já os hormônios locais atuam nas células vizinhas ou nas mesmas células que os secretam, sem primeiro entrar na corrente sanguínea. Sistemas de Feedbacks Julia Menezes de Souza Soares - 2º período de medicina 6 ➢ Os que atuam nas células vizinhas são parácrinos e os que atuam na mesma célula que o secreta são autócrinos. ➢ A produção hormonal se baseia no equilíbrio entre estímulo e inibição da síntese e secreção do hormônio. Este equilíbrio tem como base funcional o mecanismo de feedback (ou retroalimentação), negativo na maioria dos sistemas hormonais e tem por objetivo assegurar o nível apropriado de atividade hormonal no tecido – alvo. ➢ Para isso, uma vez que a concentração do hormônio aumente, são ativados mecanismo inibidores da sua produção (retroalimentação negativa); e, uma vez que a concentração do hormônio diminua, são ativados mecanismos estimuladores da sua produção (retroalimentação positiva), mas são poucos os casos em que isso acontece. ➢ Dessa maneira, ao longo do tempo, a concentração do hormônio se mantém oscilando em torno de um valor constante, o que chamamos de manutenção do equilíbrio de secreção. ➢ De forma geral, as glândulas endócrinas tendem a hipersecretar o hormônio, que controla a função da célula-alvo. ➢ Quando há o excesso de ações hormonais sobre a célulaalvo, as condições ou os produtos resultantes dão feedback para a glândula endócrina e causam um efeito negativo sobre a glândula, diminuindo sua taxa de secreção. FEEDBACK NEGATIVO ➢ O feedback negativo consiste em um mecanismo que reduz um certo estímulo, revertendo a direção da mudança, ou seja, um estímulo contrário àquele que levou ao desequilíbrio. ➢ Se algum fator se torna excessivo ou deficiente, um sistema de controle inicia um feedback negativo que consiste em uma série de alterações que restabelecem o valor médio do fator, mantendo, assim, a homeostasia. ➢ O ganho do sistema é calculado pela seguinte fórmula: Ganho = correção/erro. ➢ O controle da pressão sanguínea é feito por feedback negativo. Quando ela está abaixo do normal, o corpo percebe que houve um desequilíbrio e iniciam-se os processos, que voltam a pressão sanguínea aos valores adequados. FEEDBACK POSITIVO ➢ O feedback positivo consiste no aumento do estímulo que gera desequilíbrio, fazendo com que os valores estejam cada vez mais diferentes do padrão. ➢ Pode causar danos ao corpo, uma vez que não programa o organismo para voltar ao estado de estabilidade. ➢ As contrações uterinas no momento do parto são um exemplo de feedback positivo útil. ➢ Na hora do parto, as contrações da musculatura uterina aumentam devido ao aumento da produção de ocitocina. ➢ Quanto mais contrações, mais ocitocina é produzida e mais contrações são realizadas ➢ A neurohipófise, embora não sintetize hormônios, armazena e libera dois hormônios. (Tortora, 14 ed) ➢ É composta por axônios e terminais axônicos de mais de 10.000 células hipotalâmicas neurossecretoras. (Tortora, 14 ed) ➢ Os corpos celulares das células neurossecretoras se encontram nos núcleos paraventricular e supraóptico do hipotálamo e seus axônios formam o trato hipotálamohipofisial. (Tortora, 14 ed) ➢ Esse trato começa no hipotálamo e termina perto de capilares sanguíneos na neurohipófise. (Tortora, 14 ed) ➢ Os corpos das células neuronais dos dois núcleos paraventricular e supraóptico sintetizam o hormônio ocitocina (OT) e o hormônio antidiurético (ADH), também chamado de vasopressina. (Tortora, 14 ed) ➢ Após sua produção nos corpos celulares das células neurossecretoras, a ocitocina e o hormônio antidiurético são envolvidos em vesículas secretoras, que se movimentam por transporte axônico rápido até os terminais axônicos na neurohipófise, onde são armazenados até que impulsos nervosos desencadeiam a exocitose e a liberação hormonal. (Tortora, 14 ed) ➢ O sangue chega à neuro-hipófise pelas artérias hipofisárias inferiores, ramos da artéria carótida interna. Na neuro-hipófise, as artérias hipofisárias inferiores drenam para o plexo capilar do infundíbulo, uma rede capilar que recebe a ocitocina e o hormônio antidiurético secretados. Desse plexo, os hormônios passam para as veias Neuro-hipófise Julia Menezes de Souza Soares - 2º período de medicina 7 porto-hipofisárias posteriores para serem distribuídos às células-alvo em outros tecidos. (Tortora, 14 ed) OCITOCINA (Tortora, 14 ed) ➢ A ocitocina (OT), durante e depois do parto, atua em dois tecidos alvo: o útero e as mamas da mãe. ➢ Durante o parto, o alongamento do colo do útero estimula a liberação de ocitocina, que, por sua vez, intensifica a contração das células musculares lisas da parede uterina. ➢ Depois do parto, a ocitocina estimula a ejeção de leite (“descida”) das glândulas mamárias em resposta ao estímulo mecânico produzido pela sucção do bebê. ➢ A função da ocitocina em homens e mulheres não grávidas não é clara. ➢ Alguns experimentos realizados em animais sugerem que a ocitocina exerça ações no encéfalo que promovem o comportamento parental de cuidado em relação ao filho. ➢ Também pode ser responsável, em parte, pelas sensações de prazer sexual durante e depois do intercurso. HORMÔNIO ANTIDIURÉTICO (Tortora, 14 ed) ➢ O hormônio antidiurético (ADH) é responsável por diminuir a produção de urina. ➢ Ele faz com que os rins devolvam mais água ao sangue, diminuindo, desse modo, o volume urinário. ➢ Na ausência de HAD o débito urinário aumenta mais de 10 vezes, passando do normal 1 ou 2 dois litros para cerca de 20 litros por dia. ➢ Muitas vezes, a ingestão de álcool causa micção frequente e copiosa porque o álcool inibe a secreção de hormônio antidiurético. ➢ Ele também diminui a perda de água pela sudorese e causa constrição das arteríolas, o que eleva a pressão do sangue, e é por isso que esse hormônio recebe outro nome, que é a vasopressina. ➢ A quantidade de HAD secretado varia com a pressão osmótica do sangue e com o volume sanguíneo. ➢ A pressão osmótica sanguínea alta (ou diminuição do volume sanguíneo) estimula os osmorreceptores (neurônios no hipotálamo que monitoram a pressão osmótica do sangue). ➢ Eles também recebem estímulo excitatório de outras áreas encefálicas quando o volume de sangue diminui. ➢ Os osmorreceptores ativam as células hipotalâmicas neurossecretorasque sintetizam e liberam hormônio antidiurético. ➢ Quando as células neurossecretoras recebem estímulo excitatório dos osmorreceptores, elas geram impulsos nervosos que promovem a exocitose das vesículas cheias de hormônio antidiurético nos seus terminais axônicos na neurohipófise. ➢ Isso libera hormônio antidiurético, que se difunde para os capilares sanguíneos da neurohipófise. ➢ O sangue transporta hormônio antidiurético para três tecidos alvo: rins, glândulas sudoríferas (suor) e musculatura lisa das paredes dos vasos sanguíneos. ➢ Os rins respondem retendo mais água, o que reduz o débito urinário. ➢ A atividade secretora das glândulas sudoríferas diminui, o que restringe a taxa de perda de água pela perspiração da pele. ➢ A musculatura lisa nas paredes das arteríolas contrai em resposta aos elevados níveis de hormônio antidiurético, causando constrição desses vasos sanguíneos e elevando a pressão sanguínea ➢ A baixa pressão osmótica do sangue (ou aumento do volume sanguíneo) inibe os osmorreceptores. Controle e secreção pela neuro-hipófise Julia Menezes de Souza Soares - 2º período de medicina 8 ➢ A inibição dos osmorreceptores reduz ou cessa a secreção de hormônio antidiurético. ➢ Os rins retêm menos água, formando um volume maior de urina. ➢ A atividade secretora das glândulas sudoríferas se intensifica e as arteríolas se dilatam. ➢ O volume de sangue e a pressão osmótica dos líquidos corporais volta ao normal. ➢ A secreção de HAD também pode ser alterada de outras maneiras como a dor, estresse, trauma, ansiedade, acetilcolina, nicotina e substâncias como morfina, tranquilizantes e alguns anestésicos estimulam a secreção de HAD. Julia Menezes de Souza Soares - 2º período de medicina
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