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1 Júlia Morbeck – 2º período de medicina @jumorbeck Objetivo 1- Compreender o eixo hipotálamo-hipofisário e glândulas periféricas. *Feedback hormonal positivo e negativo Comparação do controle exercido pelos sistemas nervoso e endócrino ↠ Os sistemas nervoso e endócrino atuam juntos para coordenar funções de todos os sistemas do corpo. Lembre-se de que o sistema nervoso atua por meio de impulsos nervosos (potenciais de ação) conduzidos ao longo dos axônios dos neurônios. Nas sinapses, os impulsos nervosos desencadeiam a liberação de moléculas mediadoras (mensageiras) chamadas de neurotransmissores (TORTORA, 14ª ed.). ↠ O sistema endócrino também controla atividades corporais por meio da liberação de mediadores, chamados hormônios, porém os meios de controle dos dois sistemas são bastante diferentes (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Um hormônio é uma molécula mediadora liberada em alguma parte do corpo que regula a atividade celular em outras partes do corpo. A maioria dos hormônios entra no líquido intersticial e, depois, na corrente sanguínea. O sangue circulante leva hormônios às células de todo o corpo. Tanto os neurotransmissores quanto os hormônios exercem seus efeitos ligando-se a receptores encontrados nas suas “células-alvo” (TORTORA, 14ª ed.). Inúmeros mediadores atuam tanto como neurotransmissor quanto como hormônio. Um exemplo comum é a norepinefrina, que é liberada como neurotransmissor pelos neurônios pós-ganglionares simpáticos e como hormônio pelas células cromafins da medula da glândula suprarrenal (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Muitas vezes, as respostas do sistema endócrino são mais lentas que as respostas do sistema nervoso; embora alguns hormônios ajam em segundos, a maioria demora alguns minutos ou mais para produzir uma resposta. Em geral, os efeitos da ativação pelo sistema nervoso são mais breves que os do sistema endócrino. O sistema nervoso atua em glândulas e músculos específicos. A influência do sistema endócrino é muito mais ampla; ajuda a regular praticamente todos os tipos de células do corpo (TORTORA, 14ª ed.). Sistema Hipotálamo-Hipofisário Por muitos anos, a glândula hipófise foi chamada de glândula endócrina “mestra” porque secreta vários hormônios que controlam outras glândulas endócrinas. Hoje, sabemos que a hipófise propriamente dita tem um mestre – o hipotálamo. Essa pequena região do encéfalo abaixo do tálamo é a principal conexão entre os sistemas nervoso e endócrino. As células no hipotálamo sintetizam, pelo menos, nove hormônios diferentes e a hipófise secreta sete. Juntos, esses hormônios desempenham funções importantes na regulação de praticamente todos os aspectos do crescimento, desenvolvimento, metabolismo e homeostasia (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Há no sistema hipotálamo-hipofisário pelo menos três locais em que são produzidos diferentes grupos de hormônios: (JUNQUEIRA, 13ª ed.). ➢ Peptídios produzidos por agregados de neurônios secretores situados no hipotálamo, nos núcleos supraópticos e paraventriculares. Os hormônios produzidos nos corpos celulares desses neurônios são transportados ao longo dos seus axônios e acumulados nas terminações destes axônios, situadas na pars nervosa da neuro-hipófise. Quando estimulados, esses neurônios liberam a secreção, que se difunde pelo meio extracelular e entra em capilares sanguíneos da neuro-hipófise. Esses capilares originam vênulas e veias que acabam distribuindo os hormônios pelo corpo ➢ Peptídios produzidos por neurônios secretores dos núcleos dorsomediano, dorsoventral e infundibular do hipotálamo. Esses hormônios são levados ao longo dos axônios até suas terminações na eminência mediana, onde são armazenados. Quando liberados, os hormônios entram nos capilares que formam o plexo capilar primário na eminência mediana e são transportados para a pars distalis por vasos que comunicam o plexo capilar primário com o plexo secundário. Esses hormônios controlam a secreção de hormônios da pars distalis. ➢ Proteínas e glicoproteínas produzidas por células da pars distalis. Esses hormônios entram nos vasos que formam o segundo trecho do sistema porta-hipofisário, o plexo capilar secundário. Deste plexo são transportados por veias e distribuídos pela circulação sanguínea. A ocitocina é produzida principalmente pelos neurônios paraventriculares, e o hormônio antidiurético (ADH) é produzido principalmente pelos neurônios supra-ópticos (MARIEB, 3ª ed.). APG 16 – “TODO DIA ELE FAZ TUDO SEMPRE IGUAL” 2 Júlia Morbeck – 2º período de medicina @jumorbeck Sistema porta-hipofisário ↠ A pars distalis é responsável pela secreção de hormônios que controlam outros órgãos endócrinos importantes. Para entender bem o controle da secreção de hormônios pela pars distalis é necessário conhecer o suprimento sanguíneo da hipófise como um todo (JUNQUEIRA, 13ª ed.). ↠ Ele é feito por dois grupos de artérias originadas das artérias carótidas internas: as artérias hipofisárias superiores, direita e esquerda, irrigam a eminência mediana e o infundíbulo; as artérias hipofisárias inferiores, direita e esquerda, irrigam principalmente a neuro-hipófise, mas enviam alguns ramos para o pedículo da hipófise (JUNQUEIRA, 13ª ed.). ↠ No infundíbulo as artérias hipofisárias superiores formam um plexo capilar primário, cujas células endoteliais são fenestradas. Os capilares do plexo primário se reúnem para formar vênulas e pequenos vasos que se encaminham para a pars distalis, onde se ramificam novamente, formando um extenso plexo capilar secundário (JUNQUEIRA, 13ª ed.). ↠ Há, portanto, dois sistemas venosos em cascata, o que caracteriza um sistema porta, denominado sistema porta hipofisário. O suprimento sanguíneo da pars distalis é feito, portanto, de sangue vindo principalmente do infundíbulo através do sistema porta-hipofisário e em escala muito menor de alguns ramos das artérias hipofisárias inferiores (JUNQUEIRA, 13ª ed.). ↠ Através desse sistema vascular, vários neuro- hormônios produzidos no hipotálamo são levados diretamente do infundíbulo à pars distalis, controlando a função de suas células. O sangue venoso desse sistema sai por diversas veias hipofisárias (JUNQUEIRA, 13ª ed.). Os hormônios da adeno-hipófise viajam até os tecidos-alvo ao longo do corpo. Os hormônios da adeno-hipófise que atuam em outras glândulas endócrinas são chamados de hormônios tróficos ou trofinas (TORTORA, 14ª ed.). CONTROLE DA LIBERAÇÃO HORMONAL A síntese e a liberação da maioria dos hormônios são reguladas por algum tipo de sistema de retroalimentação (feedback) negativa. Neste tipo de sistema, a secreção do hormônio é desencadeada por um estímulo interno ou externo. À medida que os níveis do hormônio aumentam, eles produzem seus efeitos no órgão-alvo e inibem a liberação adicional do hormônio. Como resultado, os níveis sanguíneos da maioria dos hormônios variam apenas dentro de uma estreita faixa (MARIEB, 3ª ed.). As glândulas endócrinas são estimuladas a produzir e liberar seus hormônios por três principais tipos de estímulos: humoral, neural e hormonal (MARIEB, 3ª ed.). ESTÍMULOS HUMORAIS ↠ Algumas glândulas endócrinas secretam seus hormônios diretamente em resposta a modificações nos níveis sanguíneos de certos íons e nutrientes importantes. Estes estímulos são chamados de humorais para distingui-los dos estímulos hormonais, os quais também são substâncias químicas presentes no sangue (MARIEB, 3ª ed.). O termo humoral recupera o antigo uso do termo humor, que se refere aos diversos líquidos do corpo (sangue, bile e outros). Este é o mais simples dos sistemas de controle endócrino. Por exemplo, as células das glândulas paratireóides monitoram os níveis sanguíneos de Ca+2 e quando detectam valores abaixo do normal, elas secretam o hormônio paratireoidianoou paratormônio (PTH). Como o PTH age por diversas vias para reverter esta diminuição, os níveis sanguíneos de Ca+2 logo se elevam, e acaba o estímulo para a liberação do PTH. Outros hormônios liberados em resposta a estímulos humorais incluem a insulina, produzida no pâncreas, e a aldosterona, um dos hormônios do córtex da supra-renal (MARIEB, 3ª ed.). ESTÍMULOS NEURAIS ↠ Em alguns casos, fibras nervosas estimulam a liberação de hormônios (MARIEB, 3ª ed.). O exemplo clássico de estímulo neural é a estimulação da medula da glândula supra-renal pelo sistema nervoso simpático para liberar catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) durante períodos de estresse (MARIEB, 3ª ed.). ESTÍMULOS HORMONAIS ↠ Finalmente, muitas glândulas endócrinas liberam seus hormônios em resposta a hormônios produzidos por outros órgãos endócrinos, e os estímulos nestes casos são chamados de estímulos hormonais (MARIEB, 3ª ed.). 3 Júlia Morbeck – 2º período de medicina @jumorbeck Por exemplo, a liberação da maioria dos hormônios da hipófise anterior é regulada por hormônios liberadores e inibidores produzidos pelo hipotálamo, e muitos hormônios da hipófise anterior, por sua vez, estimulam outros órgãos endócrinos a liberarem seus hormônios. À medida que os níveis sanguíneos dos hormônios produzidos na glândula-alvo final aumentam, eles inibem a liberação dos hormônios da hipófise anterior e, consequentemente, sua própria liberação (MARIEB, 3ª ed.). Esta alça de retroalimentação hipotálamo-hipófise-órgão endócrino- alvo está no cerne da endocrinologia. Os estímulos hormonais promovem uma liberação rítmica de hormônios, com um padrão específico de aumento e diminuição dos níveis sanguíneos hormonais (MARIEB, 3ª ed.). Embora estes três mecanismos representem a maioria dos sistemas que controlam a liberação dos hormônios, eles não são, de forma alguma, válidos para todos os hormônios nem são mutuamente exclusivos, e alguns órgãos endócrinos podem responder a múltiplos estímulos (MARIEB, 3ª ed.). Alças de retroalimentação ↠ As vias nas quais os hormônios da adeno-hipófise atuam como hormônios tróficos estão entre os reflexos endócrinos mais complexos, uma vez que envolvem três centros integradores: o hipotálamo, a adeno-hipófise e o alvo endócrino do hormônio hipofisário (SILVERTHORN, 7ª ed.). ↠ A retroalimentação nessas vias segue um padrão diferente. Em vez de a resposta agir como um sinal de retroalimentação negativa, os próprios hormônios são o sinal de retroalimentação (SILVERTHORN, 7ª ed.). ↠ Nos eixos hipotálamo-adeno-hipófise, a forma dominante de retroalimentação é a retroalimentação negativa de alça longa, em que o hormônio secretado pela glândula endócrina periférica “retroalimenta” a própria via inibindo a secreção dos seus hormônios hipotalâmicos e adeno-hipofisários (SILVERTHORN, 7ª ed.). Em vias com dois ou três hormônios em sequência, o hormônio seguinte na sequência normalmente retroalimenta para suprimir o(s) hormônio(os) que controla(m) a sua secreção. A grande exceção à via de retroalimentação negativa de alça longa são os hormônios ovarianos, estrogênio e progesterona, em que a retroalimentação é alternada entre positiva e negativa (SILVERTHORN, 7ª ed.). ↠ Alguns hormônios da hipófise também exibem retroalimentação negativa de alça curta e ultracurta. Em uma retroalimentação negativa de alça curta, o hormônio da hipófise retroalimenta a via, diminuindo a secreção hormonal pelo hipotálamo. A prolactina, o GH e o ACTH apresentam retroalimentação negativa de alça curta. Também pode haver retroalimentação de alça ultracurta na hipófise e no hipotálamo, onde um hormônio atua como um sinal autócrino ou parácrino para influenciar a célula que o secreta. As vias de retroalimentação de alça curta são normalmente secundárias às vias de alças longas que são mais significantes (SILVERTHORN, 7ª ed.). A maioria dos sistemas regulatórios hormonais atua via feedback negativo, porém alguns operam por feedback positivo. Por exemplo, durante trabalho de parto, o hormônio ocitocina estimula as contrações do útero que, por sua vez, estimulam ainda mais a liberação de ocitocina, um efeito de feedback positivo (TORTORA, 14ª ed.). Hormônios da adeno-hipófise ↠ Foram identificados seis distintos hormônios adeno- hipofisários, todos eles protéicos. Além disso, uma grande molécula com o nome de pró-opiomelanocortina (POMC) foi isolada da hipófise anterior. A POMC é um pró- hormônio, isto é, uma grande molécula precursora que pode ser enzimaticamente clivada formando um ou mais hormônios ativos (MARIEB, 3ª ed.). ↠ A POMC dá origem ao hormônio adrenocorticotrófico, a dois opióides naturais e ao hormônio estimulante dos melanócitos (MSH) (MARIEB, 3ª ed.). Nos humanos e em outros animais, o MSH é um neurotransmissor do SNC envolvido no controle do apetite. Embora sejam encontrados baixos níveis de MSH no plasma, seu papel sistêmico ainda não está bem compreendido (MARIEB, 3ª ed.). ↠ Quando a adeno-hipófise recebe um estímulo químico adequado do hipotálamo, um ou mais hormônios são liberados por algumas de suas células. Embora muitos hormônios diferentes passem do hipotálamo para o lobo anterior, cada célula-alvo no lobo anterior distingue a mensagem direcionada para ela e responde da mesma forma - secretando o hormônio apropriado em resposta a hormônios liberadores específicos e interrompendo a liberação hormonal, em resposta a hormônios inibitórios específicos (MARIEB, 3ª ed.). ↠ A adeno-hipófise é uma glândula endócrina muito importante que secreta não um, mas seis hormônios fisiologicamente importantes: prolactina (PRL), tireotrofina (TSH), adrenocorticotrofina (ACTH), hormônio do crescimento (GH), hormônio folículo-estimulante (FSH) e hormônio luteinizante (LH) (SILVERTHORN, 7ª ed.). ↠ Dos seis hormônios da adeno-hipófise, somente a prolactina atua sobre um alvo não-endócrino (a mama). Os cinco hormônios remanescentes possuem outra glândula ou célula endócrina como um de seus alvos. Os hormônios que controlam a secreção de outros hormônios são denominados hormônios tróficos (SILVERTHORN, 7ª ed.). 4 Júlia Morbeck – 2º período de medicina @jumorbeck HORMÔNIO DO CRESCIMENTO (GH) ↠ O hormônio do crescimento (GH) é produzido por células chamadas de somatotrofos do lobo anterior (MARIEB, 3ª ed.). ↠ O hormônio do crescimento (GH) é o hormônio mais abundante da adeno-hipófise. A principal função do GH é promover a síntese e a secreção de pequenos hormônios proteicos chamados fatores de crescimento insulino-símiles ou somatomedinas (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Embora o GH estimule a maioria das células a aumentarem de tamanho e se dividirem, seus principais alvos são os ossos e os músculos esqueléticos. A estimulação das placas epifisárias leva ao crescimento dos ossos longos; a estimulação dos músculos esqueléticos aumenta a massa muscular (MARIEB, 3ª ed.). ↠ Em resposta ao hormônio do crescimento, as células no fígado, no músculo esquelético, na cartilagem, nos ossos e em outros tecidos secretam fatores de crescimento insulino-símiles (IGFs), que podem entrar na corrente sanguínea a partir do fígado ou atuar de maneira local em outros tecidos como autócrinos ou parácrinos (TORTORA, 14ª ed.). ↠ As funções dos IGF são: (TORTORA, 14ª ed.). ➢ Os IGF fazem com que as células cresçam e se multipliquem pela intensificação da captação de aminoácidos nas células e aceleração da síntese proteica. Os IGF também reduzem a degradação de proteínas e o uso de aminoácidos para a produção de ATP. Devido a esses efeitos dos IGF, o hormônio do crescimento aumenta a taxa de crescimento do esqueleto e dos músculos esqueléticos durante a infância e a adolescência. Em adultos, o hormônio do crescimento e os IGF ajudam a manter a massa dos músculos e ossos e promovema cicatrização de lesões e o reparo tecidual. ➢ Os IGF também intensificam a lipólise no tecido adiposo, aumentando o uso dos ácidos graxos liberados para a produção de ATP pelas células corporais. ➢ Além de afetar o metabolismo proteico e lipídico, o hormônio do crescimento e os IGF influenciam o metabolismo dos carboidratos pela redução da captação de glicose, diminuindo o uso de glicose para a produção de ATP pela maioria das células corporais. Essa ação economiza glicose de forma a deixa-la disponível aos neurônios para produzir ATP nos períodos de escassez de glicose. Os IGF e o hormônio do crescimento também podem estimular os hepatócitos a liberar glicose no sangue. A elevação nos níveis sanguíneos de glicose, que resulta dessa glicose economizada, é chamada de efeito diabetogênico do GH, pois mimetiza os altos níveis sanguíneos de glicose característicos do diabete melito (MARIEB, 3ª ed.). IMPORTANTE: A secreção de GH é regulada principalmente por dois hormônios hipotalâmicos com efeitos antagônicos. O hormônio liberador do hormônio do crescimento (GHRH) estimula a liberação de GH, enquanto o hormônio inibidor do hormônio do crescimento (GHIH), também chamado de somatostatina, inibe sua liberação (MARIEB, 3ª ed.). A região do hipotálamo onde ocorre a origem da secreção do GHRH é o núcleo ventromedial; essa é a mesma área do hipotálamo sensível à concentração de glicose no sangue, levando à saciedade, nos estados hiperglicêmicos, e à sensação de fome, nos estados hipoglicêmicos (GUYTON, 13ª ed.). ↠ A liberação de GHIH é desencadeada (presumivelmente) pela retroalimentação do GH e dos IGFs. O aumento nos níveis de GH também exerce um efeito de retroalimentação que inibe a sua própria secreção. Tipicamente, a secreção de GH possui um ciclo diário, com os maiores níveis ocorrendo durante o sono da noite. A quantidade total secretada diariamente alcança o pico durante a adolescência e diminui com a idade (MARIEB, 3ª ed.). ↠ Além de inibir a secreção do hormônio do crescimento, o GHIH bloqueia a liberação do hormônio estimulador da tireóide. O GHIH também é produzido em diversas regiões do sistema gastrintestinal, onde ele inibe a liberação de praticamente todas as secreções gastrintestinais e pancreáticas - tanto endócrinas como exócrinas (MARIEB, 3ª ed.). ↠ O principal regulador da secreção de GHRH e de GHIH é o nível de glicose sanguínea: (TORTORA, 14ª ed.). ➢ A hipoglicemia, uma concentração sanguínea de glicose anormalmente baixa, estimula o hipotálamo a secretar GHRH, que flui em sentido à adeno-hipófise nas veias porto-hipofisárias. ➢ Ao chegar à adenohipófise, o GHRH estimula os somatotrofos a liberar hormônio do crescimento humano. 5 Júlia Morbeck – 2º período de medicina @jumorbeck ➢ O hormônio do crescimento estimula a secreção de fatores do crescimento insulino-símiles, que aceleram a degradação de glicogênio hepático em glicose, fazendo com que a glicose entre no sangue com mais rapidez. ➢ Consequentemente, a glicemia se eleva ao nível normal (cerca de 90 mg/100 ml de plasma sanguíneo). ➢ A elevação da glicemia acima do nível normal inibe a liberação de GHRH. ➢ A hiperglicemia, uma concentração sanguínea de glicose anormalmente elevada, estimula o hipotálamo a secretar GHIH (ao mesmo tempo que inibe a secreção de GHRH). ➢ Ao chegar à adeno-hipófise no sangue portal, o GHIH inibe a secreção de hormônio do crescimento pelos somatotrofos. ➢ Níveis baixos de GH e IGF retardam a degradação de glicogênio no fígado e a glicose é liberada no sangue mais lentamente. ➢ A glicemia cai para o nível normal. ➢ A queda da glicemia abaixo do nível normal (hipoglicemia) inibe a liberação de GHIH. Outros estímulos que promovem a secreção do hormônio do crescimento são diminuição de ácidos graxos e aumento de aminoácidos no sangue; sono profundo (estágios 3 e 4 do sono não REM); intensificação da atividade da parte simpática da divisão autônoma do sistema nervoso, como pode ocorrer durante o estresse ou exercícios físicos vigorosos; e outros hormônios, inclusive glucagon, estrogênios, cortisol e insulina. Os fatores que inibem a secreção do hormônio do crescimento humano são nível sanguíneo mais elevado de ácidos graxos e mais baixo de aminoácidos; sono de movimento rápido dos olhos; privação emocional; obesidade; baixos níveis de hormônios da tireoide; e hormônio do crescimento propriamente dito (por meio de feedback negativo). O hormônio inibidor do hormônio do crescimento (GHIH), alternativamente conhecido como somatostatina, também inibe a secreção do hormônio do crescimento (TORTORA, 14ª ed.). O POSSÍVEL PAPEL DA DIMINUIÇÃO DA SECREÇÃO DO HORMÔNIO DO CRESCIMENTO COMO CAUSA DE MUDANÇAS ASSOCIADAS AO ENVELHECIMENTO Nas pessoas que perderam a capacidade de secretar o hormônio do crescimento, algumas características do processo de envelhecimento são aceleradas. Por exemplo, uma pessoa de 50 anos de idade que está há muitos anos sem hormônio do crescimento pode ter o aspecto de uma pessoa com 65 anos de idade. O aspecto envelhecido parece resultar, principalmente, da diminuição da deposição de proteínas na maioria dos tecidos do corpo e do aumento da deposição de gordura em seu lugar. Os efeitos físicos e fisiológicos consistem no aumento do enrugamento da pele, diminuição do funcionamento de alguns dos órgãos e redução da massa e da força muscular (GUYTON, 13ª ed.). Com o envelhecimento, a concentração plasmática média do hormônio do crescimento em uma pessoa de outra forma normal muda, aproximadamente, da seguinte maneira: (GUYTON, 13ª ed.). Dessa maneira, é muito possível que alguns dos efeitos normais do envelhecimento resultem da diminuição da secreção do hormônio do crescimento. De fato, testes múltiplos do tratamento com hormônio do crescimento em pessoas mais idosas demonstraram três efeitos benéficos importantes de ação antienvelhecimento: (GUYTON, 13ª ed.). ➢ Aumento da deposição de proteínas no corpo, especialmente nos músculos; ➢ Redução dos depósitos de gordura; ➢ Sensação de aumento de energia. Outros estudos, no entanto, mostraram que o tratamento de pacientes idosos com hormônio do crescimento recombinante pode produzir vários efeitos adversos indesejáveis, incluindo resistência à insulina e diabetes, edema, síndrome do túnel do carpo e artralgias (dores nas articulações). Portanto, o tratamento com hormônio do crescimento recombinante, geralmente, não é recomendado em pacientes idosos saudáveis, com função endócrina normal (GUYTON, 13ª ed.). HORMÔNIO ESTIMULADOR DA TIREOIDE ↠ O hormônio estimulador da tireóide (TSH), ou tireotrofina, é um hormônio trófico que estimula o desenvolvimento normal e a atividade secretora da glândula tireóide (MARIEB, 3ª ed.). 6 Júlia Morbeck – 2º período de medicina @jumorbeck ↠ O hormônio tireoestimulante (TSH) estimula a síntese e a secreção de triiodotironina (T3) e tiroxina (T4), que são produzidas pela glândula tireoide (TORTORA, 14ª ed.). ↠ A liberação do TSH pelas células da hipófise anterior chamadas de tireotrofos é estimulada por um peptídeo hipotalâmico, o hormônio liberador de tireotrofina (TRH) (MARIEB, 3ª ed.). ↠ A liberação de TRH, por sua vez, depende dos níveis sanguíneos de T3 e T4; níveis elevados de T3 e T4 inibem a secreção de TRH via feedback negativo. Não existe hormônio inibidor da tireotrofina (TORTORA, 14ª ed.). ↠ O aumento nos níveis sanguíneos dos hormônios tireoidianos atua tanto na hipófise como no hipotálamo para inibir a secreção de TSH. O hipotálamo, em resposta, libera GHIH, o qual reforça o bloqueio à liberação de TSH (MARIEB, 3ª ed.). HORMÔNIO ADRENOCORTICOTRÓFICO ↠ O hormônio adreno-corticotrófico (ACTH), ou corticotrofina, é secretado pelos corticotrofos da adeno- hipófise. O ACTH estimula o córtexsupra-renal a liberar os hormônios corticosteróides, principalmente os glicocorticóides que ajudam o corpo a resistir em condições de estresse (MARIEB, 3ª ed.). O ACTH controla a produção e a secreção de cortisol e outros glicocorticoides pelo córtex das glândulas suprarrenais (TORTORA, 14ª ed.). ↠ A liberação de ACTH, estimulada pelo hormônio liberador de corticotrofina (CRH) hipotalâmico, possui um ritmo diário, com um pico matinal logo após o despertar. Os níveis aumentados de glicocorticóides retroalimentam e bloqueiam a secreção de CRH e consequentemente de ACTH (MARIEB, 3ª ed.). ↠ Fatores internos e externos que alteram o ritmo normal de liberação de ACTH pela ativação da secreção de CRH incluem febre, hipoglicemia e todos os tipos de estressores (MARIEB, 3ª ed.). GONADOTROFINAS ↠ O hormônio estimulador do folículo (FSH) e o hormônio luteinizante (LH), referidos coletivamente como gonadotrofinas, regulam a função das gônadas (ovários e testículos) (MARIEB, 3ª ed.). HORMÔNIO FOLICULOESTIMULANTE ↠ Nas mulheres, os ovários são os alvos do hormônio foliculoestimulante (FSH). A cada mês, o FSH inicia o desenvolvimento de vários folículos ovarianos, coleções em forma de saco de células secretoras que rodeiam o ovócito em desenvolvimento. O FSH também estimula as células foliculares a secretar estrogênios (hormônios sexuais femininos). (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Nos homens, o FSH promove a produção de espermatozoides nos testículos (TORTORA, 14ª ed.). ↠ O hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) do hipotálamo estimula a liberação de FSH. A liberação de GnRH e FSH é suprimida por estrogênios nas mulheres e pela testosterona (principal hormônio sexual masculino) nos homens por sistemas de feedback negativo. Não existe hormônio inibidor da gonadotrofina (TORTORA, 14ª ed.). 7 Júlia Morbeck – 2º período de medicina @jumorbeck HORMÔNIO LUTEINIZANTE ↠ Nas mulheres, o hormônio luteinizante (LH) desencadeia a ovulação, que consiste na liberação de um ovócito secundário (futuro ovo) por um ovário. O LH estimula a formação do corpo lúteo (estrutura formada após a ovulação) no ovário e a secreção de progesterona (outro hormônio sexual feminino) pelo corpo lúteo ↠ Juntos, o FSH e o LH também promovem a secreção de estrogênios pelas células ovarianas. Os estrogênios e a progesterona preparam o útero para a implantação de um ovo fertilizado e ajudam a preparar as glândulas mamárias para a secreção de leite ↠ Nos homens, o LH estimula células nos testículos a secretarem testosterona. A secreção de LH, assim como a do FSH, é controlada pelo hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH). As gonadotrofinas estão praticamente ausentes no sangue de meninos e meninas pré-adolescentes. Durante a puberdade, os gonadotrofos na adeno-hipófise são ativados e os níveis de gonadotrofinas começam a se elevar, gerando a maturação das gônadas (MARIEB, 3ª ed.). PROLACTINA ↠ A prolactina (PRL) é um hormônio protéico estruturalmente semelhante ao GH (MARIEB, 3ª ed.). ↠ A prolactina (PRL), junto com outros hormônios, inicia e mantém a produção de leite pelas glândulas mamárias. Sozinha, a prolactina exerce um efeito fraco. Somente depois da preparação das glândulas mamárias promovida pelos estrogênios, progesterona, glicocorticoides, GH, tiroxina e insulina, que exercem efeitos permissivos, que a PRL promove a produção de leite (TORTORA, 14ª ed.). A ejeção de leite das glândulas mamárias depende do hormônio ocitocina, liberado pela neuro-hipófise. Em conjunto, a produção e a ejeção de leite constituem a lactação (TORTORA, 14ª ed.). ↠ O hipotálamo secreta hormônios tanto inibitórios quanto excitatórios que regulam a secreção de prolactina. Nas mulheres, o hormônio inibidor de prolactina (PIH), que vem a ser a dopamina, inibe a liberação de prolactina da adeno-hipófise na maior parte do tempo. Todo mês, pouco antes de começar a menstruação, a secreção de PIH diminui e o nível sanguíneo de prolactina se eleva, porém não o suficiente para estimular a produção de leite (TORTORA, 14ª ed.). Nas mulheres, os níveis de prolactina aumentam e diminuem de acordo com os níveis sanguíneos de estro gênio. O estrogênio estimula a liberação de prolactina, tanto direta como indiretamente (MARIEB, 3ª ed.). A hipersensibilidade das mamas pouco antes da menstruação pode ser causada pela elevação do nível de prolactina. Quando o ciclo menstrual começa de novo, o PIH é mais uma vez secretado e o nível de prolactina cai (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Durante a gravidez, o nível de prolactina sobe estimulado pelo hormônio liberador de prolactina (PRH) do hipotálamo. A sucção realizada pelo recém-nascido promove a redução da secreção hipotalâmica de PIH (TORTORA, 14ª ed.). A função da prolactina não é conhecida nos homens, porém sua hipersecreção causa disfunção erétil (incapacidade de apresentar ou manter ereção do pênis). Nas mulheres, a hipersecreção de prolactina causa galactorreia (lactação inapropriada) e amenorreia (ausência de ciclos menstruais) (TORTORA, 14ª ed.). HORMÔNIO MELANÓCITO-ESTIMULANTE ↠ O hormônio melanócito-estimulante (MSH) aumenta a pigmentação da pele em anfíbios pela estimulação da dispersão de grânulos de melanina nos melanócitos. Sua função exata em humanos é desconhecida, porém a presença de receptores de MSH no encéfalo sugere que pode influenciar a atividade encefálica. Há pouco MSH circulante em humanos. Entretanto, a administração contínua de MSH ao longo de vários dias produz escurecimento da pele. Níveis excessivos de hormônio liberador de corticotrofina (CRH) podem estimular a liberação de MSH; a dopamina inibe a liberação de MSH (TORTORA, 14ª ed.). Hormônios da neuro-hipófise e do hipotálamo ↠ Embora não sintetize hormônios, a neuro-hipófise armazena e libera dois hormônios. É composta por axônios e terminais axônicos de mais de 10.000 células hipotalâmicas neurossecretoras (TORTORA, 14ª ed.). Os corpos celulares das células neurossecretoras se encontram nos núcleos paraventricular e supraóptico do hipotálamo; seus axônios formam o trato hipotálamo-hipofisial. Esse trato começa no hipotálamo e termina perto de capilares sanguíneos na neuro-hipófise (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Os corpos das células neuronais dos dois núcleos paraventricular e supraóptico sintetizam o hormônio ocitocina (OT) e o hormônio antidiurético (ADH), também chamado de vasopressina. Os terminais axônicos na neuro-hipófise são associados à neuróglia especializada chamada de pituitócitos. Essas células apresentam uma função de suporte similar a dos astrócitos (TORTORA, 14ª ed.). 8 Júlia Morbeck – 2º período de medicina @jumorbeck ↠ Após sua produção nos corpos celulares das células neurossecretoras, a ocitocina e o hormônio antidiurético são envolvidos em vesículas secretoras, que se movimentam por transporte axônico rápido até os terminais axônicos na neuro-hipófise, onde são armazenados até que impulsos nervosos desencadeiam a exocitose e a liberação hormonal (TORTORA, 14ª ed.). ↠ O ADH e a ocitocina, cada um composto de nove aminoácidos, são quase idênticos. Eles diferem em apenas dois aminoácidos, e mesmo assim possuem efeitos fisiológicos bastante diferentes. O ADH influencia o equilíbrio hídrico, e a ocitocina estimula a contração do músculo liso, particularmente do útero e das mamas (MARIEB, 3ª ed.). OCITOCINA ↠ Durante e depois do parto, a ocitocina atua em dois tecidos-alvo: o útero e as mamas da mãe. Durante o parto, o alongamento do colo do útero estimula a liberação de ocitocina, que, por sua vez, intensifica a contração das células musculares lisas da parede uterina; depois do parto, a ocitocina estimula a ejeção de leite (“descida”) das glândulas mamárias em resposta ao estímulo mecânico produzido pela sucção do bebê (TORTORA,14ª ed.). ↠ O número de receptores para ocitocina no útero alcança seu pico próximo do final da gestação, e o músculo liso uterino se torna cada vez mais sensível ao efeito estimulador desse hormônio. O estiramento do útero e do colo uterino próximo ao parto envia impulsos aferentes para o hipotálamo, o qual responde sintetizando ocitocina e estimulando sua liberação pela neuro-hipófise (MARIEB, 3ª ed.). ↠ A ocitocina age via sistema de segundo mensageiro do PIP-C – Ca+2 para mobilizar o Ca+2 gerando contrações mais poderosas. À medida que os níveis de ocitocina aumentam, as contrações expulsivas do parto aumentam e finalmente terminam no parto. Este processo é um mecanismo de retroalimentação positiva. (MARIEB, 3ª ed.). Tanto a ocitocina natural como a sintética são utilizadas para induzir o parto ou para acelerar o parto normal quando este está progredindo de forma lenta (MARIEB, 3ª ed.). ↠ A função da ocitocina em homens e mulheres não grávidas não é clara. Experimentos realizados em animais sugerem que a ocitocina exerça ações no encéfalo que promovem o comportamento parental de cuidado em relação ao filho. Também pode ser responsável, em parte, pelas sensações de prazer sexual durante e depois do intercurso (TORTORA, 14ª ed.). HORMÔNIO ANTIDIURÉTICO ↠ A diurese é a produção de urina. Assim, um antidiurético é uma substância que inibe ou impede a formação de urina. O hormônio antidiurético (ADH) impede grandes modificações no equilíbrio hídrico, ajudando o corpo a evitar a desidratação e a sobrecarga de água (MARIEB, 3ª ed.). 9 Júlia Morbeck – 2º período de medicina @jumorbeck ↠ O HAD faz com que os rins devolvam mais água ao sangue, diminuindo, desse modo, o volume urinário. Na ausência de HAD o débito urinário aumenta mais de 10 vezes, passando do normal 1 ou 2 dois litros para cerca de 20 l por dia. Muitas vezes, a ingestão de álcool causa micção frequente e copiosa porque o álcool inibe a secreção de hormônio antidiurético (TORTORA, 14ª ed.). ↠ O HAD também diminui a perda de água pela sudorese e causa constrição das arteríolas, o que eleva a pressão do sangue. O outro nome desse hormônio, vasopressina, traduz esse efeito sobre a pressão arterial (TORTORA, 14ª ed.). ↠ A quantidade de HAD secretado varia com a pressão osmótica do sangue e com o volume sanguíneo (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Regulação da secreção do hormônio antidiurético e as ações do HAD: (TORTORA, 14ª ed.). ➢ A pressão osmótica sanguínea alta (ou diminuição do volume sanguíneo) – devido a desidratação ou um declínio no volume sanguíneo em decorrência de hemorragia, diarreia ou sudorese excessiva – estimula os osmorreceptores, neurônios no hipotálamo que monitoram a pressão osmótica do sangue. A pressão osmótica sanguínea elevada ativa os osmorreceptores diretamente; eles também recebem estímulo excitatório de outras áreas encefálicas quando o volume de sangue diminui. ➢ Os osmorreceptores ativam as células hipotalâmicas neurossecretoras que sintetizam e liberam hormônio antidiurético. ➢ Quando as células neurossecretoras recebem estímulo excitatório dos osmorreceptores, elas geram impulsos nervosos que promovem a exocitose das vesículas cheias de hormônio antidiurético nos seus terminais axônicos na neuro-hipófise. Isso libera hormônio antidiurético, que se difunde para os capilares sanguíneos da neurohipófise. ➢ O sangue transporta hormônio antidiurético para três tecidos-alvo: rins, glândulas sudoríferas (suor) e musculatura lisa das paredes dos vasos sanguíneos. Os rins respondem retendo mais água, o que reduz o débito urinário. A atividade secretora das glândulas sudoríferas diminui, o que restringe a taxa de perda de água pela perspiração da pele. A musculatura lisa nas paredes das arteríolas contrai em resposta aos elevados níveis de hormônio antidiurético, causando constrição desses vasos sanguíneos e elevando a pressão sanguínea. ➢ A baixa pressão osmótica do sangue (ou aumento do volume sanguíneo) inibe os osmorreceptores. ➢ A inibição dos osmorreceptores reduz ou cessa a secreção de hormônio antidiurético. Os rins retêm menos água, formando um volume maior de urina, a atividade secretora das glândulas sudoríferas se intensifica e as arteríolas se dilatam. O volume de sangue e a pressão osmótica dos líquidos corporais voltam ao normal. A secreção de HAD também pode ser alterada de outras maneiras. Dor, estresse, trauma, ansiedade, acetilcolina, nicotina e substâncias como morfina, tranquilizantes e alguns anestésicos estimulam a secreção de HAD. O efeito desidratante do álcool etílico, que já foi mencionado, pode causar tanto a sede quanto a cefaleias típicas da ressaca. A hipossecreção de HAD ou receptores não funcionais de HAD causam diabetes insípido (TORTORA, 14ª ed.). O diabete insípido pode ser causado por uma pancada na cabeça que danifique o hipotálamo ou a hipófise posterior. Em ambos os casos, há uma liberação insuficiente de ADH. Mesmo sendo incômodo, esta condição não é tão séria quando o centro da sede continua 10 Júlia Morbeck – 2º período de medicina @jumorbeck funcionando corretamente e a pessoa ingere água suficiente para evitar a desidratação. Entretanto, ela pode ser grave em pacientes inconscientes ou em estado de coma; por isso, vítimas de acidentes com trauma na cabeça devem ser cuidadosamente monitoradas (MARIEB, 3ª ed.). ARTIGOS IMPLICAÇÕES METABÓLICAS DO EXERCÍCIO FÍSICO NO EICCO HIPOTÁLAMO – PITUITÁRIA – ADRENAL (JESUS; ASSUNÇÃO, 2020) Quais as implicações metabólicas do exercício físico no eixo hipotálamo – pituitária – adrenal? A prática de exercício físico de forma exagerada e crônica gera uma sobrecarga metabólica, o cortisol é produzido em excesso circulante na corrente sanguínea causando o aumento da resistência à insulina e aumento da glicemia potencializando no indivíduo o crescimento da gordura visceral até mesmo a síndrome metabólica. Por isso destaca- se a importância do monitoramento da variável volume e intensidade e a pausa/intervalos de treino, para que o corpo seja estimulado e exposto ao agente estressor de forma controlada na esfera do treinamento e que tenha tempo para recuperar-se e voltar aos níveis normais de concentração do cortisol. A maioria dos glicocorticoides tem um pico de liberação na faixa da manhã e cai ao longo do dia, com o cortisol não é diferente o pico de liberação dele ocorre nos primeiros 30 minutos da manhã havendo um declínio durante o dia, esse nível pode alterar de indivíduo para indivíduo, mas já foi comprovado que o pico da excreção é no turno matutino mesmo com os valores diferentes em cada pessoa Tendo em vista evidências que esse hormônio liberado em excesso pode desencadear um quadro de hipertensão arterial pois ele estimula os receptores a1 nas arteríolas causando um efeito vasoconstritor das catecolaminas, esse glicocorticoide agem em uma região hipotalâmica responsável pelo monitoramento do apetite podendo induzir a ingestão alimentar por isso em níveis elevados no sangue pode acarretar na obesidade, esse hormônio maior parte dele fica circulante na corrente sanguínea ligada a outras proteínas entretanto com o excesso circulante desse glicocorticoide o efeito pode ser no catabolismo em excesso de proteínas musculares consequentemente astenias Deste modo, as influências do exercício físico no eixo HPA e não saber monitorar as variáveis de treinamento principalmente intensidade/volume pode acarretar a secreção exagerada do cortisol, níveis elevados acabam gerando efeitos negativos para o indivíduo. Todavia, um trabalho executado de forma coesa gera bons resultados em conformidade com a quantidade circulante de cortisol. PERFIL DOS USUÁRIOS DE SOMATROPINA EM UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE (SOUZA et. al., 2020). A deficiência do hormônio docrescimento (DGH) ocorre em algumas crianças não com muita frequência, geralmente na população geral 1:4.000 e 1:10.000, população de baixa estatura normal 3:10.000 e no retardo constitucional do crescimento 100:10.000 O diagnóstico em criança é realizado através do exame laboratorial e clínico, considerando seu histórico, antecedentes e exame físico. A criança diagnosticada com déficit de somatropina apresenta estatura abaixo da esperada pela altura dos pais, segmentos corpóreos proporcionais, e uma velocidade de crescimento baixa para sua idade cronológica, podendo ocasionar retardo significativo ósseo esquelético Para a reposição do hormônio do crescimento recorre-se a terapia com GH humano obtido por tecnologia do DNA recombinante. O tratamento visa a normalização da velocidade do crescimento linear nos períodos da infância e adolescência, dependendo da dose utilizada, o período de início do tratamento, do seu estado nutricional e da resposta do paciente a esta terapêutica. O GH é administrado via subcutânea diariamente seguindo os protocolos da Sociedade de Endocrinologia A coleta de dados para esta pesquisa ocorreu no mês de agosto de 2018, na Unidade Básica de Saúde do Parque Interlagos na cidade de São José dos Campos – São Paulo A partir da análise dos prontuários e da verificação no sistema de informação da prefeitura, identificou-se que no momento encontram- se em utilização do hormônio do crescimento 10 munícipes na abrangência do Parque Interlagos. Deste total de munícipes foram encontrados os seguintes dados: 6 são do sexo feminino e 4 do sexo masculino; as idades destes encontram-se entre os 5 a 15 anos, as comorbidades em maior número de ocorrência são as gastrointestinais seguida pelas dermatológicas. As comorbidades gastrointestinais apresentadas foram: parasitose, constipação, enterorragia, gastroenterite, diarréia, dor abdominal, hemorragia, gastroenterite. As comorbidades dermatológicas apresentadas foram: abscesso pele, furúnculo, antraz cutâneo, dermatite atópica, lesão pele. O perfil do usuário de somatropina apresentado pelas buscas realizadas, reflete em um grupo heterogêneo, onde 4 dos munícipes encontram-se no período da puberdade e 6 no período da infância. Como o hormônio do crescimento tem sua eficácia comprovada anteriormente à puberdade, conclui-se que esta mostra estudada responde às orientações endocrinológicas para esta terapêutica. 11 Júlia Morbeck – 2º período de medicina @jumorbeck Referências JESUS, M. B. N.; ASSUNÇÃO, J. R. Implicações metabólicas do exercício físico no eixo hipotálamo – pituitária – adrenal. Práticas e Cuidado: Revista de Saúde Coletiva, Salvador, v. 1, p. 1-14, 2020. SOUZA et. al. Perfil dos usuários de somatropina em unidade básica de saúde. Brazilian Journal of Development, Curitiba, v. 6, n. 12, 2020. JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018 MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e Fisiologia, 3ª ed., Porto Alegra: Artmed, 2008 SILVERTHORN, Dee U. Fisiologia Humana. Disponível em: Minha Biblioteca, (7th edição). Grupo A, 2017. GUYTON & HALL. Tratado de Fisiologia Médica, 13ª ed. Editora Elsevier Ltda., 2017 TORTORA. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Disponível em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2016.
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