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Os anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) são bastante utilizados na medicina humana e veterinária e tem o objetivo de aliviar sintomaticamente o tratamento de condições dolorosas e inflamatórias agudas ou crônicas. A reação inflamatória nada mais é do que uma resposta de proteção do organismo a um agente ou lesão considerada nociva por este. Sinais da inflamação - calor - rubor - dor - edema - perca de função “os sinais de um processo crônico não apresentam um padrão tão bem definido” Sequencia da inflamação Lesão tecidual – elementos do sague migram para o interstício – aumenta a permeabilidade capilar – leucócitos migram para o tecido inflamado • Prostaglandinas São mediadores liberados durante o processo de inflamação. Um de seus principais percursores é o ácido araquidônico, o mesmo origina as prostaglandinas através da ação de duas importantes vias enzimáticas a via da clicoxigenase e a via da lipoxigenase. • Mecanismo de ação Consiste basicamente na inibição da COX o que afeta diretamente as prostaglandinas. Existem 3 tipos de isoformas da COX: COX1, COX2 e COX3. COX 1 − constitutiva − Presente na mucosa gástrica, plaquetas, rins e endotélio vascular − Pequena quantidade de PGs (normal) − Importantes para a manutenção da homeostase − Mantem as funções das prostaglandinas **COX 2 é constitutiva do coração e rins** COX 2 − Induzida − Sintetizada pelos macrófagos, monócitos, neutrófilos e células endoteliais − Grande quantidade de PGs − Presença de sítios inflamatórios − Ativada quando há um processo de inflamação ativo Ações farmacológicas As principais ações são: anti-inflamatórias e analgésicas. Anti-inflamatório – diminuição das PG e da resposta inflamatória. Analgésica – diminuição das PG que sensibilizam os nociceptores da dor. E também possui uma ação antipirética apenas quando há liberação de pirógenos endógenos, agindo então no hipotálamo reduzindo as PGe. ** são produtos do metabolismo de organismos, como bactérias e fungos** Principais efeitos adversos – AINEs não específicos A maioria dos AINEs inibe indiscriminadamente tanto a COX1 quanto a COX2. Sendo os maiores efeitos colaterais causados pela inibição da COX1, pois a mesma mantem as funções fisiológicas das prostaglandinas em estomago, intestino, rins, fígado e plaquetas. Logo sua inibição irá causar: gastrite, lesões renais ou hepáticas. • Inibição da agregação plaquetária • Aumento do tempo de sangramento - 1 fator da cascata de coagulação é produzido no fígado • Alteração nos testes de função hepática e renal • Interação com outras drogas - NÃO devem ser associados com corticóides = exarcebam os efeitos colaterais, princ. os gastrointestinais • Meia vida de eliminação - quanto mais tempo passar no organismo = maior chance de intoxicação • Tempo de tratamento • Estado de saúde do paciente - desidratados, nefropatas, hepatopatas e cardiopatas Efeitos colaterais • Sistema digestório São os efeitos mais importantes do grupo e são decorrentes da inibição da COX 1. Causam o aumento da secreção de HCl (bloqueia as PG gástricas), ocasionado o aparecimento de gastrites, úlceras, hematoemese e gastroenterites. • Sistema renal Mesmo os específicos para COX 2 podem desencadear IRA e HAS (hipertensão arterial sistêmica) – RAA • Lesão da cartilagem articular Medicamentos como ibuprofeno, naproxeno e AAS, podem causar degeneração da cartilagem articular (atuam na enzima que degrada o ac. hialurônico = lenta cicatrização) • Alterações circulatórias Causam bloqueio da agregação plaquetária, devido a inibição da síntese de tromboxanos. Também pode ocorrer trombocitopenia e leucopenia • Fígado Lesões hepáticas, principalmente quando há nefropatias associadas Contraindicações • Pacientes com insuficiência renal e hepática • Hipoalbunemia – aumenta o número de fármaco livre • Desidratação – intoxicação, devido à má distribuição do fármaco • Distúrbios pressóricos – hiper ou hipotensão arterial • ICC e ascite – a última indica problemas hepáticos, cardíacos e uma diminuição de proteínas • Coagulopatias • Gastropatias – gastrite, úlceras • Tratamento concomitante com corticóides Classificação dos AINEs Inibidor não seletivo COX 1 geração: inibidor preferencial COX 2 2 geração: inibidor específico (seletivo) de COX 2 outros AAS, ac. mefenâmico, diclofenaco sódico, cetoprofeno, dipirona***, fenilbutazona, flunixim meglumine, ibuprofeno, indometacina, paracetamol***, piroxicam, vedaprofeno etodolac, carprofeno, meloxicam, nimesulida celecoxibe, etoricoxibe, firocoxibe**, lumiracocibe DMSO, tepoxalina, glicosamina + condroitinas e sulfato de condroitina Classificação quanto a estrutura química *Aspirina, diclofenaco, idometacina, cetoprofeno, oxifenilbutazona, fenilbutazona e piroxicam são COX 1 seletivos* ** firocoxibe pode atuar na COX 1** *** A dipirona, assim como o paracetamol não são mais considerados como AINEs, visto que não tem nenhuma ação anti-inflamatória*** Salicilatos • Ac. acetilsalicílico AAS, aspirina − É o mais importante desse grupo. Possui as 3 propriedades: analgésico, antipirético e anti- inflamatório. − Possui ação trombolítica – inibe a agregação plaquetária – casos de dirofilariose - altas doses podem causar um quadro de acidose metabolica − Indicações: antiagregante plaquetário, queratolitico (shampoo), analgesia – leve a moderada, antipirético e anti-inflamatório • Ac. propiônico Carprofeno – rimadyl − É um analgesico, antipirético e anti-inflamatório. − Preferencial para COX 2 − Apresenta menos efeitos colaterias gástricos e renais − Indicado para cães, gatos, bovinos e equinos − Necessidade de dose de ataque − Não deve ser associado a outros AINEs, diuréticos e anticoagulantes *dose de ataque corresponde ao dobro da dose padrão, e é necessária para que a concentração do nível plasmático seja alcançado e possa então ser mantido* Cetoprofeno - profenid, retofen e ketofes − É analgesico, antipirético e anti-inflamatório − Indicado para todas as espécies domésticas − Necessidade da dose de ataque em cães e gatos • Ac. fenilacético Diclofenado de potássio – cataflan Diclofenaco de sódio – voltaren − Contraindicado na veterinária − Seu uso causa hemorragia em cães − Indicado apenas na oftamologia na forma de colírio • Ac. fenâmico Ac. mefemânico – ponstan − Indicado nos casos de dor em displasias coxofemural em cães (VO, SID por 7 dias) − Dor aguda − Indicado para equino em tratamento de osteoartrites e inflamações de tecido moles, alem do controle da anafilaxia. • Ac. aminonicóticos Flunixin meglumine – banamine, flunixina − Anti-inflamatório, antipirética e analgésico − Indicado para todas as espécies domésticas − Fármaco de eleição quando se trata de cólica equina − Empregado em casos de choque septico (IV) − NÃO exceder 3 dias de tratamento em cães e gatos **Não administrar em cães com suspeita de úlceras gástricas e nem aqueles que não estão se alimentando ( HCl)** • Pirazolônicos Fenilbutazona – equipalazone − Anti-inflamatório, antipirético e analgésico − Indicado para o tratamento de disturbios musculoesqueléticos: laminites, osteoartrites e inflamações de tecidos moles em equinos Fenilbutazona – monofenew − Anti-inflamatório, antipirético e analgésico − CUIDADO em cães: cardiotóxico, hepatotóxico e nefrotóxico − Indicado: tratamento de artrites, artroses, miosites, afecções reumáticas, articulares, tendíneas e musculares. − Contraindicações: animais cardiopatas, hepatopatas e nefropatas − NÃO usar em felídeos − NÃO usar concomitantemente com derivados pirazolônicos (dipirona sódica) Dipirona sódica - novalgina, algivet − Analgésico, antipirético e antiespamódico − Empregado na colica equinaou outros distúrbios de hipermotilidade gastrintestinais em grandes e pequenos animais Dipirona associada com N-Butilescopolamina – buscopan composto − Não usar em animais para consumo humano (residuos) • Oxicans Meloxican – maxican, meloxi vet, maxican puls − Anti-inflamatorio − Prefere a COX 2 − Condroprotetor(interrompe/muda o curso da artrose (maxican plus) – sulfato de condrolitina A − Margem de segurança baixa − Indicado para cães, gatos e equinos − Necessidade da dose de ataque em cães e gatos − Pode interagir com outros fármacos como a aspirina, corticosteroides e IECA (enalapril, benazepril) − É um coadjuvante no tratamento de osteossarcoma Piroxicam – feldene, talcin max − Anti-inflamatorio, analgésico e antipirpetico − Bastante utilizado em bovinos suinos e ovinos − Muitos efeitos colaterais em cães – gastrite, úlceras gástricas e gastrite hemorragica) • Coxibes Firocoxib – previcox − Analgesico e anti-inflamatório − Utilizado em cães e equinos − Indicado em osteoartrites e cirurgia de tecidos moles − Apresenta uma BOA MARGEM DE SEGURANÇA em até 30 dias de tratamento Efeitos adversos − Disturbios gastrointestinais: perca de apetite, diarréia, vômito, lesões de mucosa gástrica (algumas vezes reportada). Tambem podem causar lesões renais importantes principalmente com o uso prolongado − Não deve ser usado em animais durante a gestação, lactação e reprodução − Altas doses aumentam os efitos adversos e podem causar danos aos rins e estômago Mavacoxib – trocoxil − Analgesico e anti-inflamatorio − Utilizado em cães − Indicado no tratamento de dor e inflamação associadas a doença articular degenerativa em cães − Pode ser usado por mais de 30 dias de tratamento Contraindicações − Não usar em cães com menos de 12 meses e/ou menos de 5kg − NÃO usar em cães com disturbios gastrointestinais ou hemorragicos − NÃO usar em nefropatas, hepatopatas e cardiopatas − Não usar em animais prenhes e em lactação − Não administrar outros AINEs ou glicocorticóides concomitantemente dentro de pelo menos 1 mês após a ultima administração Cimicoxib – cimalgex − Analgesico para tratamento da dor e inflamação associada com osteoartrite (tratamento de 6 meses) − Indicado na dor pré e pos operatoria nos casos de cirurgia ortopédicas ou de tecidos moles em cães − Controle da dor pré-operatória: administrar a dose recomendada 2h antes da cirurgia, seguido por 3 a 7 dias de tratamento (pós operatorio) Contraindicações − Cães com menos de 10 semanas de idade − Cães com disturbios gastrointestinais e hemorragicos • Outros AINEs Acetaminofeno ou paracetamol – tylenol − Analgesico, antipirético − Indicado nos disturbios musculesqueleticos de cães − CONTRAINDICADO em gatos − Provavel ação na COX 3 glicuroniltransferase – paracetamol = metabólitos tóxicos – intoxicação/óbito − Nos casos de intoxicação administra-se o antídoto N-acetilcisteina IV ou oral − Lavagem gastrica 2h após a intoxicação DMSO-dimetilsulfóxido – dimesol − Anti-inflamatorio de uso tópico − Indicado em equinos, suinos, caprinos, felinos, cães e avestruz − Necessidade do uso de LUVAS durante a aplicação − Seu uso IV diminui a PIC e edema cerebral em equinos, bovinos, potros e cães Glicosaminoglicanos – condroton, condromax − Anti-inflamatorios em artropatias − Empregado em equinos, bubalinos, ovinos, suínos, caprinos e cães − CUIDADO em pacientes diabeticos Interação medicamentosa Comorbidades + fármacos de uso contínuo = da toxicidade Considerar SEMPRE alterações renais, hepáticas, hemodinamicas, anticoagulantes e ulcerogenicas AINEs com ciclo entero-hepático – efeito de 2 passagem Absorção – distribuição – biotransformação (figado) – intestino (reabsorção) – figado − Etodolaco − Flunixim meglumine − Firocoxibe − Carprofeno ** quanto maior a taxa do cilco entero-hepático, maior o risco de lesão** AINEs com toxidade renal − Cetoprofeno − Carprofeno **quanto maior a taxa de clearence de creatinina (do sangue e urina), maior o risco de lesão**
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