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Mayra Maisa – 3º semestre – Medicina UNIFG 1. ESTUDAR O CENÁRIO DAS CONDIÇÕES DE SAÚDE DA CRIANÇA E ADOLESCENTE NO BRASIL. (2019). Nas últimas décadas, o Brasil reduziu significativamente a taxa de desnutrição crônica entre menores de 5 anos (de 19,6% em 1990 para 7% em 2006), atingindo, antes do prazo, a meta dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). Entretanto, a desnutrição crônica ainda é um problema em grupos mais vulneráveis, como indígenas, quilombolas e ribeirinhos. De acordo com o Ministério da Saúde, em 2018, a prevalência de desnutrição crônica entre crianças indígenas menores de 5 anos era de 28,6%. Os números variam entre etnias, alcançando 79,3% das crianças ianomâmis. Ao mesmo tempo, aumenta progressivamente o consumo de alimentos ultra processados (alimentos com baixo valor nutricional e ricos em gorduras, sódio e açúcares) e a prevalência de sobrepeso e obesidade no Brasil. Uma em cada três crianças de 5 a 9 anos possui excesso de peso, 17,1% dos adolescentes estão com sobrepeso e 8,4% são obesos. Entre 1990 e 2018, a taxa de mortalidade infantil caiu de 47,1 para 13,1 mortes para cada 1.000 nascidos vivos, de acordo com o Ministério da Saúde. Em 2016, pela primeira vez em 26 anos, as taxas de mortalidade infantil e na infância cresceram, voltando a cair nos anos posteriores. No entanto, desde 2015, as coberturas vacinais – que vinham se mantendo em patamares de excelência – entraram em uma tendência de queda. De 2015 a 2019, a cobertura vacinal da poliomielite caiu de 98,29% para 79,42%, e a do tríplice viral, de 96,07% para 91,57% (PNI). De 1990 a 2019, o percentual de crianças com idade escolar obrigatória fora da escola caiu de 19,6% para 3,7% (Pnad 2019). No entanto, mesmo com tantos avanços, em 2019, 1,5 milhão de meninos e meninas ainda estavam fora da escola. E essa exclusão escolar tem rosto e endereço: quem está fora da escola são os Mayra Maisa – 3º semestre – Medicina UNIFG pobres, negros, indígenas e quilombolas. Uma parcela tem algum tipo de deficiência. E grande parte vive nas periferias dos grandes centros urbanos, no Semiárido, na Amazônia e na zona rural. Muitos deixam a escola para trabalhar e contribuir com a renda familiar. 2. DISCUTIR OS DADOS EPIDEMIOLÓGICOS REFERENTES À SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. No ano de 2020 houve uma redução global no número absoluto de óbitos, resultando na menor taxa de mortalidade infantil da história do Rio Grande do Sul. Nas causas respiratórias essa redução foi maior tanto em número absoluto, quanto na proporção, sendo que em 2019 ocorreram 47 óbitos (3,31%) e em 2020 foram 17 óbitos, representando 1,51% dos óbitos totais. Ainda com relação às causas de óbito, em 2019 foram 5 óbitos por acidentes automotivos e em 2020 ocorreu apenas 1 óbito por essa causa, provável impacto da redução da mobilidade e deslocamentos durante a pandemia. Também houve redução no número absoluto de óbitos por causas externas, foram 53 em 2019 e 34 óbitos em 2020. O predomínio do componente neonatal do óbito infantil, permanece sendo a realidade de nosso estado e do Brasil, está associado a fatores biológicos, socioeconômicos e, principalmente, relacionado à assistência à gestante e ao recém-nascido. Contudo, nota-se uma redução significativa no ano de 2020 tanto em número absoluto quanto em proporção dos óbitos infantis pós-neonatais, que geralmente estão relacionados a causas exógenas como fatores ambientais, doenças infecciosas e desnutrição. 3. COMPREENDER OS INDICADORES DE SAÚDE VOLTADOS PARA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA. Esses indicadores são divididos em cinco eixos – saúde, nutrição, segurança e proteção, parentalidade e educação infantil – conforme metodologia conhecida como Nurturing Care, estabelecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), Unicef e Banco Mundial, além de dados demográficos. Por esses eixos é possível identificar o perfil e a localização das crianças no município, a cobertura e a necessidade de programas de atenção à saúde, dados da mortalidade por causas evitáveis, o estado nutricional das crianças, a vulnerabilidade em relação à pobreza e à violência e o acesso à educação infantil. É importante notar que os eixos se cruzam: a merenda escolar oferecida nas creches e pré- escolas influi na qualidade da nutrição, a comunicação com professores pode evitar casos de violência doméstica, a visitação de equipes de saúde pode incentivar a matrícula na pré-escola. Por isso é importante que o planejamento das políticas seja feito de forma integrada. O melhor modo de interpretar essas informações, portanto, é como uma série de fotografias, de diversos ângulos, que permitem visualizar a realidade das crianças como um todo – e ajudam a criar estratégias para promover o seu desenvolvimento pleno. Demografia População na primeira infância Este indicador aponta a quantidade de crianças que o município precisa atender. Também complementa o indicador anterior, sobre a proporção. Às vezes uma área tem proporção menor de crianças, mas número absoluto bastante grande, pelo fato de ser https://nurturing-care.org/ mais densamente habitada. Por isso é importante ter uma ideia da quantidade de crianças pequenas que podem ser beneficiadas por ações em cada localidade. Porcentagem do total de pessoas residentes de cor/raça preta e parda O mapa mostra a distribuição da população preta e parda no território. Como historicamente os grupos pretos e pardos abrigam uma porcentagem maior de famílias vulneráveis por conta do racismo estrutural, o mapa fornece também uma visualização das áreas a serem priorizadas em ações em prol da primeira infância. Evolução na porcentagem de gestantes com mais de 7 consultas pré-natal O aumento das consultas pré-natais está diretamente relacionado à diminuição da mortalidade infantil e da mortalidade materna. Daí a importância de que as gestantes façam pelo menos sete consultas – o que pode ajudar a melhorar vários outros indicadores, como aleitamento, mortalidade infantil por causas evitáveis e bebês de baixo peso. Para além do número de consultas, é crucial que o atendimento seja de qualidade, dando acesso os exames necessários e a detecção precoce de riscos. Total de partos de mães adolescentes Este indicador aponta para múltiplos desafios. A gravidez de adolescentes em alguns casos não é planejada, mas em outros faz parte do projeto de vida para uma pretensa emancipação. Em ambos os casos, gera impactos individuais e sociais, como a interrupção precoce dos estudos e as consequentes desigualdades, riscos de incidência de agravos de saúde e mortalidade, além da probabilidade de o bebê viver em um Mayra Maisa – 3º semestre – Medicina UNIFG arranjo familiar instável, com maiores desafios para receber os cuidados necessários para seu desenvolvimento pleno. Nutrição adequada Total de nascimentos registrados como baixo peso Este é um indicador de quantas crianças já partem em defasagem no seu processo de desenvolvimento. Pode refletir comprometimento nutricional da mãe e falhas na assistência durante o pré-natal. A prematuridade e as cesarianas também são um importante vetor do baixo peso ao nascer. Investir no fortalecimento da atenção básica, na detecção precoce de fatores de risco e acompanhamento nutricional são medidas que podem contribuir para melhorar esse indicador. Aleitamento materno (menores de 6 meses de idade). Não existe melhor forma de nutrição para um bebê até os 6 meses de idade do que o leite materno. Por isso, quanto maior o índice de aleitamento materno, melhor para o município. Não existe melhor forma de nutrição para um bebê até os 6 meses de idade do que o leite materno. Porisso, quanto maior o índice de aleitamento materno, melhor para o município. Vale destacar que o SISVAN tem baixa cobertura, o que pode afetar o indicador. 4. ELUCIDAR AS CAUSAS/VULNERABILIDADES DA MORBIMORTALIDADE DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO BRASIL. Estudos revelam que as crianças e adolescentes são mais vulneráveis aos atropelamentos, além dos acidentes de bicicleta e, ainda, apontam que as principais causas de óbito por causas externas são acidentes de transporte, afogamentos e aspiração de conteúdo gástrico. O principal tipo de agressão encontrada neste estudo foi a violência sexual, por meio de força física. Milhões de crianças e adolescentes são vítimas de violência no Brasil, a qual se expressa de forma associada, constituindo um problema sócio-histórico e considerado, na atualidade, como um grave problema de saúde pública e como uma das principais causas de morbimortalidade na infância e adolescência. Algumas vítimas de violência não a denunciam por diversos motivos, como vergonha, culpa, medo por falta de compreensão e vingança por parte do agressor, os quais se relacionam ao contexto socioeconômico e cultural, fazendo com que os registros sejam subestimados e trazendo resultados negativos para a saúde física e mental dessas crianças e adolescentes e para os serviços de saúde que as acolhem. Os agrupamentos que apresentaram maior número de diagnósticos, foram os traumatismos da cabeça, o que vai ao encontro de outros estudos que também apontam esta região, cabeça e pescoço, como a mais afetada. A relevância das pesquisas sobre acidentes e violências na infância e adolescência é evidente, em virtude de sua alta incidência e da possibilidade de subsidiar a prática profissional em saúde na perspectiva da integralidade e, assim, contribuir para sua prevenção e redução. Nesse âmbito, considerando-se a promoção da saúde, é de fundamental importância que a equipe de enfermagem tenha um papel efetivo nos diversos campos de sua atuação, desenvolvendo ações de prevenção de acidentes domésticos e violências, particularmente por meio de atividades educativas junto às famílias, além da busca permanente de evidências que demonstrem a ocorrência destes. Mayra Maisa – 3º semestre – Medicina UNIFG 5. CONHECER OS PROGRAMAS DE SAÚDE PÚBLICA VOLTADOS AO ENFRENTAMENTO DOS PROBLEMAS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. PROGRAMA DE ERRADICAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL (PETI). Criado em 1996, o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) é a principal política pública para erradicação do trabalho infantil vigente no país. Seu trabalho desenvolve-se de forma integrada pelos entes federados, com ações de transferência de renda, trabalho social com as famílias, além da oferta de atividades socioeducativas para crianças e adolescentes retirados do trabalho. O PETI possui abrangência nacional e desenvolve-se de forma articulada pelos entes federados, com a participação da sociedade civil. Seu objetivo é contribuir para a retirada de crianças e adolescentes com idade inferior a 16 anos em situação de trabalho e, ressalvada a condição de aprendiz, a partir de 14 anos. As Ações Estratégicas do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (AEPETI) destinam-se aos municípios com altos índices de trabalho infantil. Conta com o apoio do governo federal, dos estados e da sociedade civil para executar suas ações, que por sua vez, estão estruturadas em cinco eixos: • Apoio e acompanhamento das ações de defesa e responsabilização; • Informação e mobilização a partir das incidências de trabalho infantil, para o desenvolvimento de ações de prevenção e erradicação; • Identificação de crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil; • Proteção social para crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil e suas famílias; • Monitoramento das ações do PETI. https://conteudo.gesuas.com.br/modelo-paf https://conteudo.gesuas.com.br/modelo-paf Mayra Maisa – 3º semestre – Medicina UNIFG Programa Saúde do Adolescente (PROSAD): Dar assistência e proteção aos menores, principalmente àqueles que estivessem em situação de vulnerabilidade social. Regulamentava o trabalho dos menores e proibia menores de 12 anos de trabalhar. 6. DEBATER O PAPEL DA ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE NA SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. A Atenção Básica é responsável pelo cuidado longitudinal de todas as crianças, deve se articular em perspectiva intersetorial e tem papel fundamental no ordenamento do cuidado em relação aos outros pontos de atenção. Organização da Atenção à Saúde da Criança: PNAISC como orientadora das práticas, A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança é diretamente associada ao Sistema Único de Saúde (SUS), pois foi com a intenção de qualificar as estratégias voltadas à saúde da criança no sistema público brasileiro que ela foi criada. A saúde da criança com um olhar integral é a principal orientação da PNAISC. Eixos da PNAISC: 1. Atenção humanizada e qualificada à gestação, ao parto, ao nascimento e ao recém-nascido; 2. Aleitamento materno e alimentação complementar saudável; 3. Promoção e acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento integral; 4. Atenção integral à criança com agravos prevalentes na infância e com doenças crônicas; 5. Atenção integral à criança em situação de violências, prevenção de acidentes e promoção da cultura de paz; 6. Atenção à saúde da criança com deficiência ou em situações específicas e de vulnerabilidade; 7. Vigilância e prevenção do óbito infantil, fetal e materno.
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