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Tutoria Reflexão da Prática - Conferência de Alma-Aata - SP 1

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1 
 
1 
 Lucas Ferraz 
Medicina – 2º P 
 
Reflexão da Prática 
OBJETIVOS: 
1) Descrever o que foi a Conferência de Alma-Ata, os três pilares 
dessa conferencia e quais os seus objetivos. 
2) Elucidar as principais mudanças na saúde brasileira após 40 anos 
da Conferência de Alma – Ata. 
3) Apresentar os resultados da conferência de Alma – Ata e quais a 
suas relações com o Sistema Único de Saúde atualmente. 
4) Analisar os atributos da Atenção Básica no Brasil e como é feita 
a aplicação desses atributos. 
5) Conhecer a política integrativa que corrobora para o 
funcionamento da PNAB de 2019. 
6) Compreender o novo financiamento da atenção básica e seu 
prejuízo aos municípios. 
1) DESCREVER O QUE FOI A CONFERÊNCIA DE ALMA -ATA, 
OS TRÊS PILARES DESSA CONFERENCIA E QUAIS OS SEUS 
OBJETIVOS. 
Em setembro de 1978, a Conferência Internacional sobre 
Cuidados Primários de Saúde, realizada pela Organização 
Mundial da Saúde (OMS) em Alma-Ata, na República do 
Cazaquistão, expressava a “necessidade de ação urgente de 
todos os governos, de todos os que trabalham nos campos 
da saúde e do desenvolvimento e da comunidade mundial 
para promover a saúde de todos os povos do mundo”. 
A Declaração de Alma Ata – documento síntese desse 
encontro – afirmava a partir de dez pontos que os cuidados 
primários de saúde precisavam ser desenvolvidos e 
aplicados em todo o mundo com urgência, particularmente 
nos países em desenvolvimento. 
Anteriormente à Alma-Ata, existiam experiências isoladas de 
atenção primária à saúde que estavam muito vinculadas a 
duas ordens de desenvolvimento. Entre 1959 e 60, tivemos 
a Revolução Cubana. Foi quando, de fato, se pensou um 
sistema com serviços de saúde organizados próximos ao 
local de moradia, das residências das pessoas e orientado 
para o atendimento. Não havia definição de um modelo de 
atenção primária à saúde. Alma-Ata foi, então, o primeiro 
destaque dado à atenção primária em termos globais, 
recuperando experiências e reflexões teóricas. Muitas 
dessas experiências foram desenvolvidas, pontualmente, em 
vários países da África, na Ásia e, até mesmo, na América 
Latina, com a participação de profissionais de saúde e, 
particularmente, de médicos vinculados às igrejas católicas 
e protestantes, bastante envolvidas por ocasião da Reforma 
Luterana. 
Alma Ata defende um modelo que em inglês chamamos de 
compliance, ou seja, um modelo de integralidade, que 
abrange o conjunto das necessidades de saúde da 
população. O documento fala em articulações intersetoriais, 
fortalecendo as ideias de nutrição e alimentação, como 
também de participação comunitária popular e de esforços 
de educação. Alma Ata é uma recomendação de dois 
organismos internacionais, OMS e Unicef, e assinada por 
uma grande quantidade de países que concordavam com a 
proposta. 
2) ELUCIDAR AS PRINCIPAIS MUDANÇAS NA SAÚDE 
BRASILEIRA APÓS 40 ANOS DA CONFERÊNCIA DE ALMA – 
ATA. 
Ela foi inspiradora em todos os sentidos, pela sua grande 
abrangência, especialmente para países que não tinham nada. 
Para fazer atenção primária à saúde, temos que formar 
profissionais e equipes. Então, nas universidades, os 
currículos de atenção primária à saúde começaram a se 
desenvolver. Os departamentos de Medicina Social dessas 
universidades, com Alma Ata, começaram a desenvolver 
conteúdos relativos às ações de atendimento primário à saúde 
e de formação dos alunos. 
Portarias, diretrizes e normas passaram a ser implementadas. 
As políticas de saúde como entendemos fizeram parte de um 
contexto de estímulos para a educação, a pesquisa, a 
prestação de serviços, bem como para a organização de 
sistema. 
Alma-Ata foi inspiradora para a Estratégia Saúde da Família, 
que em boa medida pode ser considerada uma das 
experiências mais bem sucedidas. No Brasil, a Reforma 
Sanitária partiu de dentro da academia, de profissionais de 
saúde vinculados aos departamentos de Medicina Preventiva, 
Enfermagem e todas as áreas que estavam se mobilizando por 
um sistema público universal de saúde. 
 
2 
 
2 
 Lucas Ferraz 
Medicina – 2º P 
A produção de conhecimento e a formação profissional para 
o SUS e para a atenção primária sempre tiveram uma 
vinculação com as universidades e a academia, e isso se 
aprofundou nos últimos anos com a criação da UNA-SUS 
[Universidade Aberta do SUS], que são universidades que 
formam uma rede para a formação profissional em saúde. 
3) APRESENTAR OS RESULTADOS DA CONFERÊNCIA DE 
ALMA – ATA E QUAIS A SUAS RELAÇÕES COM O SISTEMA 
ÚNICO DE SAÚDE ATUALMENTE. 
A conferência alma ata reafirma o conceito ampliado em 
saúde, em que se define a saúde um estado de completo bem-
estar físico, mental e social, e não simplesmente a ausência 
de doença ou enfermidade. 
4) ANALISAR OS ATRIBUTOS DA ATENÇÃO BÁSICA NO 
BRASIL E COMO É FEITA A APLICAÇÃO DESSES 
ATRIBUTOS. 
Uma atenção primária de qualidade, como parte integrante 
das redes de atenção à saúde estrutura-se segundo sete 
atributos e três funções: 
Atributos – Primeiro contato; Longitudinalidade; 
Integralidade; Coordenação; Centralidade na família; 
Abordagem familiar e Orientação comunitária. 
O Primeiro Contato: Evidências demonstram que o 
primeiro contato, pelos profissionais da APS, leva a uma 
atenção mais apropriada e a melhores resultados de saúde a 
custos totais mais baixos. 
A Longitudinalidade: deriva da palavra longitudinal 
e é definida como “lidar com o crescimento e as mudanças 
de indivíduos ou grupos no decorrer de um período de anos” 
(STARFIELD, 2002). É uma relação pessoal de longa duração 
entre profissionais de saúde e usuários em suas unidades de 
saúde, independente do problema de saúde ou até mesmo 
da existência de algum problema. Está associada a diversos 
benefícios: menor utilização dos serviços; melhor atenção 
preventiva; atenção mais oportuna e adequada; melhor 
reconhecimento dos problemas dos usuários; menos 
hospitalizações; custos totais mais baixos. Os maiores 
benefícios estão relacionados ao vínculo com o profissional 
ou equipe de saúde e ao manejo clínico 22 adequado dos 
problemas de saúde, através da adoção dos instrumentos de 
gestão da clínica – diretriz clínica e gestão de patologias. 
A Integralidade da Atenção: A integralidade exige 
que a APS reconheça as necessidades de saúde da população 
e os recursos para abordá-las. A APS deve prestar, 
diretamente, todos os serviços para as necessidades comuns 
e agir como um agente para a prestação de serviços para as 
necessidades que devem ser atendidas em outros pontos de 
atenção. A integralidade da atenção é um mecanismo 
importante porque assegura que os serviços sejam ajustados 
às necessidades de saúde da população. 
A Coordenação: Coordenação é um “estado de 
estar em harmonia numa ação ou esforço comum” 
(SARFIELD, 2002). É um desafio para os profissionais e 
equipes de saúde da APS, pois nem sempre têm acesso às 
informações dos atendimentos de usuários realizados em 
outros pontos de atenção e, portanto, a dificuldade de 
viabilizar a continuidade do cuidado. A essência da 
coordenação é a disponibilidade de informação a respeito 
dos problemas de saúde e dos serviços prestados. Os 
prontuários clínicos eletrônicos e os sistemas informatizados 
podem contribuir para a coordenação da atenção, quando 
possibilitam o compartilhamento de informações referentes 
ao atendimento dos usuários nos diversos pontos de 
atenção, entre os profissionais da APS e especialistas. 
A Centralidade na Família: Remete ao 
conhecimento pela equipe de saúde dos membros da família 
e dos seus problemas de saúde. No Brasil, atualmente, tem 
se adotado um conceito ampliado e a família é reconhecida 
como um grupo de pessoas que convivam sobre o mesmo 
teto, que possuam entre elas uma relação de parentesco 
primordialmente pai e/ou mãe e filhos consanguíneos ou 
não, assim como as demais pessoassignificativas que 
convivam na mesma residência, qualquer que seja ou não o 
grau de parentesco. A centralização na família requer 
mudança na prática das equipes de saúde, através da 
 
3 
 
3 
 Lucas Ferraz 
Medicina – 2º P 
abordagem familiar. A equipe de saúde realiza várias 
intervenções personalizadas ao longo do tempo, a partir da 
compreensão da estrutura familiar. 23 
Abordagem Familiar: A abordagem familiar deve 
ser empregada em vários momentos, como por exemplo, na 
realização do cadastro das famílias, quando das mudanças 
de fase do ciclo de vida das famílias, do surgimento de 
doenças crônicas ou agudas de maior impacto. Estas 
situações permitem que a equipe estabeleça um vínculo com 
o usuário e sua família de forma natural, facilitando a 
aceitação quanto à investigação e intervenção, quando 
necessária. 
A Orientação Comunitária: A APS com orientação 
comunitária utiliza habilidades clínicas, epidemiológicas, 
ciências sociais e pesquisas avaliativas, de forma 
complementar para ajustar os programas para que atendam 
às necessidades específicas de saúde de uma população 
definida. Para tanto, faz-se necessário: 
→ Definir e caracterizar a comunidade; 
→ Identificar os problemas de saúde da comunidade; 
→ Modificar programas para abordar estes problemas; 
→ Monitorar a efetividade das modificações do programa. 
5) CONHECER A POLÍTICA INTEGRATIVA QUE CORROBORA 
PARA O FUNCIONAMENTO DA PNAB DE 2019. 
 
 
6) COMPREENDER O NOVO FINANCIAMENTO DA 
ATENÇÃO BÁSICA E SEU PREJUÍZO AOS MUNICÍPIOS. 
O novo modelo de financiamento altera algumas formas de 
repasse das transferências para os municípios, que passam a 
ser distribuídas com base em três critérios: capitação 
ponderada, pagamento por desempenho e incentivo para 
ações estratégicas. 
A proposta tem como princípio a estruturação de um modelo 
de financiamento focado em aumentar o acesso das pessoas 
aos serviços da Atenção Primária e o vínculo entre população 
e equipe, com base em mecanismos que induzem à 
responsabilização dos gestores e dos profissionais pelas 
pessoas que assistem. O Previne Brasil equilibra valores 
financeiros per capita referentes à população efetivamente 
cadastrada nas equipes de Saúde da Família (eSF) e de 
Atenção Primária (eAP), com o grau de desempenho 
assistencial das equipes somado a incentivos específicos, 
como ampliação do horário de atendimento (Programa Saúde 
na Hora), equipes de saúde bucal, informatização 
(Informatiza APS), equipes de Consultório na Rua, equipes 
que estão como campo de prática para formação de residentes 
na APS, entre outros tantos programas. 
CAPITAÇÃO PONDERADA 
A capitação ponderada é um tipo de repasse calculado com 
base no número de pessoas cadastradas e sob 
responsabilidade das equipes de Saúde da Família ou 
equipes de Atenção Primária credenciadas. Ela considera 
fatores de ajuste como a vulnerabilidade socioeconômica, o 
perfil de idade e a classificação rural-urbana do município. 
A partir da competência financeira janeiro de 2020 até a 
competência financeira abril de 2020, o repasse considerará 
como se todas as equipes de Saúde da Família e equipes de 
Atenção Primária tivessem cadastrado todas as pessoas 
esperadas de acordo com o quantitativo potencial de 
pessoas cadastradas por equipe, descrito no anexo da 
portaria do novo financiamento, aplicando os pesos de 
vulnerabilidade socioeconômica, perfil demográfico e 
classificação geográfica. Esse cálculo é chamado de valor 
cheio da capitação. A partir da competência financeira maio 
de 2020, o valor considerará o quantitativo real de pessoas 
cadastradas nas equipes. 
Foram publicadas no dia 31 de janeiro de 2020 três portarias 
que disciplinam os valores per capita referentes ao custeio 
federal para o componente de capitação, assim como a lista 
de municípios de acordo com os dois modelos de transição 
do novo financiamento. 
Portaria nº 169, de 31 de janeiro de 2020 – Define o valor 
per capita para efeito do cálculo do incentivo financeiro da 
capitação ponderada do Programa Previne Brasil. 
 
 
4 
 
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 Lucas Ferraz 
Medicina – 2º P 
Portaria nº 172, de 31 de janeiro de 2020 – Dispõe sobre 
municípios e Distrito Federal que apresentam manutenção 
ou acréscimo dos valores a serem transferidos, conforme as 
regras de financiamento de custeio da Atenção Primária à 
Saúde do Programa Previne Brasil e sobre o valor per capita 
de transição conforme estimativa populacional da Fundação 
IBGE. 
DESEMPENHO 
Um dos componentes que fazem parte do repasse mensal 
aos municípios é o pagamento por desempenho, cujo 
incentivo financeiro é calculado com base nos resultados de 
indicadores de atendimento das equipes de saúde. 
A partir da competência financeira janeiro de 2020 até a 
competência financeira agosto de 2020, será mantido o 
repasse do PMAQ para as equipes certificadas pelo 
programa. A partir da competência financeira setembro de 
2020, o valor considerará o resultado real dos indicadores 
alcançados por todas as equipes de Saúde da Família e 
equipes de Atenção Primária do Brasil, desde que 
credenciadas e cadastradas no SCNES. Isso quer dizer 
também que equipes que não participaram do PMAQ 
somente receberão pagamento por desempenho a partir da 
competência financeira de setembro de 2020. 
Para auxiliar no registro das informações, estão disponíveis 
na plataforma do e-Gestor AB as fichas de qualificação dos 
indicadores (preliminar), bem como os instrutivos de 
registro nos sistemas de prontuário eletrônico e de Coleta de 
Dados Simplificados (CDS). 
INCENTIVO ESTRATÉGICOS 
Os recursos financeiros originários do Orçamento Geral da 
União para financiamento da Atenção Básica continuarão a 
ser transferidos para a conta corrente destinado ao Bloco de 
Custeio das Ações e Serviços Públicos de Saúde, transferidos 
na modalidade fundo a fundo, de forma regular e 
automática. 
No caso dos repasses para Atenção Básica, o Fundo Nacional 
de Saúde disponibilizou em seu site as informações 
financeiras do Grupo Atenção Básica com as seguintes ações 
detalhadas: 
– Incentivo para ações estratégicas 
– Incentivo financeiro da APS – per capita de transição 
– Incentivo financeiro da APS – capitação ponderada 
– Programa de informatização da APS 
– Incentivo financeiro da APS – desempenho 
– Agente comunitário de saúde

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