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DESENVOLVIMENTO-SUSTENTÁVEL-NOVA-1

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1 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4 
2 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ..................................................... 5 
2.1 Alternativas e impasses ........................................................................ 8 
3 INDICE DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL .................................. 9 
4 NEGÓCIOS SUSTENTÁVEIS E SEUS INDICADORES........................... 11 
5 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE ............................................... 14 
6 COMPORTAMENTO HUMANO VOLTADO AO MEIO AMBIENTE .......... 15 
7 ECOSSISTEMA E BIODIVERSIDADE, OS PRINCIPAIS ECOSSISTEMAS 
BRASILEIROS .......................................................................................................... 18 
7.1 Floresta Amazônica ............................................................................ 19 
8 PANTANAL MATO-GROSSENSE ............................................................ 22 
9 CAMPOS SULINOS .................................................................................. 24 
9.1 Fauna deste bioma ............................................................................. 24 
10 CAATINGA ............................................................................................ 25 
10.1 Vegetação .......................................................................................... 26 
10.2 Fauna ................................................................................................. 26 
10.3 Restinga ............................................................................................. 27 
11 MANGUEZAL ........................................................................................ 29 
12 CERRADO ............................................................................................. 30 
13 CERRADO (STRICTU SENSU) ............................................................. 32 
14 FLORESTA MESOFÍTICA DE INTERFLÚVIO (CERRADÃO) ............... 32 
14.1 Campo rupestre .................................................................................. 32 
14.2 Campos litossólicos miscelâneos: ...................................................... 33 
14.3 Vegetação de afloramento de rocha maciça ...................................... 33 
15 MATA ATLÂNTICA ................................................................................ 33 
 
2 
 
16 MATA DE ARAUCÁRIA ......................................................................... 34 
17 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS E RECURSOS 
HÍDRICOS, CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ..................................... 35 
17.1 Resíduos perigosos ............................................................................ 37 
18 LIXO: PROBLEMA DE TODOS ............................................................. 39 
18.1 Reciclagem: a indústria do presente .................................................. 40 
18.2 Destino do lixo .................................................................................... 41 
18.3 Embalagem: quanto mais simples, melhor ......................................... 45 
18.4 A responsabilidade é de quem produz ............................................... 46 
18.5 O lixo e o consumo ............................................................................. 46 
19 POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS – LEI 12.305/2010 ................... 47 
19.1 Quem obedece deve obedecer à nova Lei ......................................... 48 
19.2 A Lei obriga à logística reversa .......................................................... 49 
19.3 Responsabilidade da coleta ............................................................... 49 
19.4 Descumprimento da Lei ...................................................................... 51 
19.5 Resultados e consequências .............................................................. 52 
20 RECURSOS HÍDRICOS ........................................................................ 53 
20.1 Ciclo hidrológico ................................................................................. 54 
20.2 Precipitação ........................................................................................ 54 
20.3 Evaporação e evapotranspiração ....................................................... 55 
20.4 Água subterrânea ............................................................................... 55 
20.5 Escoamento superficial ...................................................................... 56 
20.6 Hidrografia .......................................................................................... 57 
20.7 Processos erosivos ............................................................................ 57 
20.8 Assoreamento de corpos d’água ........................................................ 58 
20.9 Gestão de bacias urbanas .................................................................. 59 
20.10 Cobrança pelo uso da água ............................................................... 60 
 
3 
 
21 CONTROLE DE ENCHENTES .............................................................. 61 
21.1 Medidas para controle de inundações ................................................ 62 
21.2 Zoneamento de áreas de inundações ................................................ 62 
22 USO RACIONAL DOS RECURSOS HÍDRICOS ................................... 63 
22.1 Navegação e aproveitamento hidrelétrico .......................................... 63 
22.2 Abastecimento .................................................................................... 64 
22.3 Irrigação e vazão ecológica ................................................................ 64 
22.4 Transposição de corpos d’água ......................................................... 65 
23 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ................................................................... 65 
23.1 Outras importantes leis a serem citadas ............................................ 66 
24 POLÍTICA AMBIENTAL ......................................................................... 68 
24.1 Ações práticas de uma política ambiental (exemplos) ....................... 68 
25 DIREITO AMBIENTAL, PRINCÍPIOS PRÓPRIOS DO DIREITO 
AMBIENTAL .............................................................................................................. 69 
25.1 Lei de Política Nacional do Meio Ambiente ........................................ 70 
25.2 Licenciamento ambiental .................................................................... 71 
26 DIREITO AMBIENTAL NO BRASIL ....................................................... 72 
26.1 Princípios fundamentais do direito ambiental brasileiro...................... 76 
27 RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS ...................................... 77 
27.1 Áreas degradadas: formas e exemplos de degradação ..................... 78 
27.2 Planejamento Urbano Influindo na degradação ambiental ................. 80 
28 A IMPORTÂNCIA DA MATA CILIAR ..................................................... 82 
28.1 Formas de recuperação da mata ciliar ............................................... 83 
29 PROCEDIMENTOS BÁSICOS PARA O SUCESSO DO 
REFLORESTAMENTO, SELEÇÃO DE ESPÉCIES. ................................................. 84 
30 CONCLUSÃO ........................................................................................ 85 
31 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 86 
 
4 
 
32 BIBLIOGRAFIAS SUGERIDAS ............................................................. 94 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - 
um aluno se levantar,interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum 
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão 
a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as 
perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão 
respondidas em tempo hábil. 
 
5 
 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
 
Fonte: jornaloliberal.net 
Conceito: A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o 
desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem 
 
6 
 
comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o 
desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro. 
Essa definição surgiu na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas para discutir e propor meios de 
harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento econômico e a conservação 
ambiental. (NAÇÕES UNIDAS, 2019). 
Para ser sustentável, o desenvolvimento deve ser economicamente 
sustentado (ou eficiente), socialmente desejável (ou includente) e 
ecologicamente prudente (ou equilibrado). Os dois primeiros critérios 
estavam presentes no debate sobre desenvolvimento econômico que se 
abre no pós-guerra. O terceiro é novo. As expressões "crescimento 
econômico sustentado" e "crescimento econômico excludente" opunham a 
corrente "mainstream" neoclássica às correntes heterodoxas, marxistas e 
estruturalistas. Para a primeira, o crescimento econômico sustentado estava 
aberto como possibilidade a todos os países, sendo uma condição 
necessária e suficiente para a inclusão social. Para a segunda, ao contrário, 
o crescimento econômico e seus benefícios eram para poucos, os países 
capitalistas centrais. Marxistas e estruturalistas discordavam entre si, 
entretanto, em relação às causas do fato. (VEIGA, 2005, apud ROMEIRO, 
2012). 
O Desenvolvimento Sustentável pode ser caracterizado como o 
desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem 
comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias 
necessidades. Ela implica possibilitar às pessoas, agora e no futuro, atingir um nível 
satisfatório de desenvolvimento social e econômico e de realização humana e 
cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e 
preservando as espécies e os habitats naturais. Em resumo, é o desenvolvimento 
que não esgota os recursos para o futuro. 
A aplicação prática de princípios e estratégias do desenvolvimento 
sustentável apresenta-se mais complexa e difícil que a simples 
incorporação de uma dimensão ambiental dentro dos paradigmas 
econômicos, dos instrumentos do planejamento e das estruturas 
institucionais que sustentam a racionalidade produtiva prevalecente (LEFF, 
2002, apud HANAI, 2012). 
Um desenvolvimento sustentável requer planejamento e o reconhecimento de 
que os recursos são finitos. Ele não deve ser confundido com crescimento 
econômico, pois este, em princípio, depende do consumo crescente de energia e 
recursos naturais. O desenvolvimento nestas bases é insustentável, pois leva ao 
esgotamento dos recursos naturais dos quais a humanidade depende. 
 
7 
 
O conceito de desenvolvimento sustentável foi reconhecido 
internacionalmente em 1972, na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio 
Ambiente Humano, realizada em Estocolmo, Suécia. A comunidade internacional 
adotou a ideia de que o desenvolvimento socioeconômico e o meio ambiente, até 
então tratados como questões separadas, podem ser geridos de uma forma 
mutuamente benéfica. 
Em 1983, é estabelecida a Comissão Mundial das Nações Unidas sobre o 
Meio Ambiente e Desenvolvimento. Esta comissão foi incumbida de investigar as 
preocupações levantadas nas décadas anteriores acerca dos graves e negativos 
impactos das atividades humanas sobre o planeta, e como os padrões de 
crescimento e desenvolvimento poderiam se tornar insustentáveis caso os limites 
dos recursos naturais não fossem respeitados. O resultado desta investigação foi o 
Relatório "Nosso Futuro Comum" publicado em abril de 1987. 
O documento ficou conhecido como Relatório Brundtland, em referência à Gro 
Harlem Brundtland, ex- primeira ministra norueguesa e médica que chefiou a 
comissão da ONU responsável pelo trabalho. O Relatório Brundtland formalizou o 
conceito de desenvolvimento sustentável e o tornou conhecido do público. 
E acordo com o Relatório Brundtland (COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO 
AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1988, p. 49), o desenvolvimento 
sustentável deve ser entendido como: [...] um processo de transformação no 
qual a exploração dos recursos, a direção dos investimentos, a orientação 
do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional se harmonizam e 
reforçam o potencial presente e futuro, a fim de atender as necessidades e 
aspirações humanas. (COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E 
DESENVOLVIMENTO, 1988, apud IPIRANGA, 2011). 
"Satisfazer as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das 
gerações futuras de suprir suas próprias necessidades ", cerne do conceito de 
desenvolvimento sustentável se tornou o fundamento da Conferência das Nações 
Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (ECO-92), realizada no Rio de 
Janeiro em 1992. O encontro foi um marco internacional, que reconheceu o 
desenvolvimento sustentável como o grande desafio dos nossos dias, e também 
assinalou a primeira tentativa internacional de elaborar planos de ação e estratégias 
neste sentido. 
A percepção das pessoas sobre a escassez dos recursos naturais e sobre 
os danos ambientais de suas ações pode influenciá-las a adotar 
comportamentos mais ecológicos (PATO, 2004, apud CAIXETA, 2010). 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Comiss%C3%A3o_Mundial_sobre_Meio_Ambiente_e_Desenvolvimento
http://pt.wikipedia.org/wiki/Comiss%C3%A3o_Mundial_sobre_Meio_Ambiente_e_Desenvolvimento
http://pt.wikipedia.org/wiki/Relat%C3%B3rio_Brundtland
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gro_Harlem_Brundtland
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gro_Harlem_Brundtland
http://pt.wikipedia.org/wiki/Eco-92
http://pt.wikipedia.org/wiki/Eco-92
 
8 
 
O campo do desenvolvimento sustentável pode ser dividido em quatro 
componentes: a sustentabilidade ambiental, a sustentabilidade econômica, 
a sustentabilidade sociopolítica e a sustentabilidade cultural. 
Sustentabilidade ambiental: consiste na manutenção das funções e 
componentes dos ecossistemas para assegurar que continuem viáveis – capazes de 
se auto reproduzir e se adaptar a alterações, para manter a sua variedade biológica. 
É também a capacidade que o ambiente natural tem de manter as condições de vida 
para as pessoas e para os outros seres vivos, tendo em conta a habitabilidade, a 
beleza do ambiente e a sua função como fonte de energias renováveis. 
Sustentabilidade econômica: é um conjunto de medidas e políticas que 
visam a incorporação de preocupações e conceitos ambientais e sociais. O lucro 
passa a ser também medido através da perspectiva social e ambiental, o que leva à 
otimização do uso de recursos limitados e à gestão de tecnologias de poupança de 
materiais e energia. A exploração sustentável dos recursos evita o seu esgotamento. 
Sustentabilidade sociopolítica: é orientada para o desenvolvimento 
humano, a estabilidade das instituições públicas e culturais, bem como a redução de 
conflitos sociais. É um veículo de humanização da economia, e, ao mesmo tempo, 
pretendedesenvolver o tecido social nos seus componentes humanos e culturais. 
Vê o ser humano não como objeto, mas sim como objetivo do 
desenvolvimento. Ele participa na formação de políticas que o afetam, decide, 
controla e executa decisões. 
Sustentabilidade cultural: leva em consideração como os povos encaram os 
seus recursos naturais, e sobretudo como são construídas e tratadas as relações 
com outros povos a curto e longo prazo, com vista à criação de um mundo mais 
sustentável a todos os níveis sociais. A integração das especificidades culturais na 
concepção, medição e prática do desenvolvimento sustentável é fundamental, uma 
vez que assegura a participação da população local nos esforços de 
desenvolvimento. 
2.1 Alternativas e impasses 
Antes mesmo que a ideia de desenvolvimento humano começasse a ser 
assimilada, também ganhava força uma expressão: desenvolvimento sustentável 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sustentabilidade_ambiental
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sustentabilidade_econ%C3%B4mica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Desenvolvimento_sustent%C3%A1vel#Sustentabilidade_s.C3.B3cio-politica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sustentabilidade_Cultural
 
9 
 
(DS). A partir do ano de 1992, um movimento internacional foi lançado pela 
Comissão para o Desenvolvimento Sustentável (CSD) das Nações Unidas com o 
objetivo de construir indicadores de sustentabilidade. 
Reunindo governos nacionais, instituições acadêmicas, ONG’s, 
organizações do sistema das Nações Unidas e especialistas de todo o 
mundo, esse movimento pretende colocar em prática, alguns capítulos da 
“Agenda 21” firmada na Eco- 92, referentes à necessidade de informações 
para a tomada de decisões. (VEIGA, 2015, apud ASSUNÇÃO,2015, p. 17). 
Em 1996, a CSD publicou o documento “Indicadores de desarollo sostenible: 
marco y metodologías”, que ficou conhecido como “Livro Azul”. Continha um 
conjunto de 143 indicadores, que foram quatro anos depois reduzidos a uma lista 
mais curta, com apenas 57, mas acompanhados de fichas metodológicas e diretrizes 
de utilização. Foram cruciais para que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
(IBGE) viesse a publicar em 2002 e 2004, os primeiros indicadores brasileiros de 
desenvolvimento sustentável. 
A importância desses dois pioneiros trabalhos do IBGE não deve ser 
subestimada pelo fato da maioria de suas estatísticas e indicadores se referir mais 
ao tema do desenvolvimento do que ao tema da sustentabilidade. Foi a primeira vez 
que uma publicação dessa natureza incluiu explicitamente a dimensão ambiental ao 
lado da social, da econômica e da institucional. 
3 INDICE DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
 
Fonte: jornalggn.com.br 
 
10 
 
Todavia, uma rápida consulta aos resultados desses dois primeiros esforços 
certamente provocará a seguinte indagação: poderá surgir daí um índice sintético de 
desenvolvimento sustentável? A resposta mais sensata parece ser negativa, porque 
índices compostos por várias dimensões (que, por sua vez, resultam de diversas 
variáveis) costumam ser contraproducentes, para não dizer enganosos ou 
traiçoeiros. Por outro lado, sem um bom termômetro de sustentabilidade, o mais 
provável é que todo mundo continue a usar apenas índices de desenvolvimento 
(quando não de crescimento), deixando de lado a dimensão ambiental. 
Tanto quanto um piloto precisa estar permanentemente monitorando os 
diversos indicadores que compõem seu painel, qualquer observador do 
desenvolvimento sustentável será necessariamente obrigado a consultar dezenas de 
estatísticas, sem que seja possível amalgamá-las em um único índice. Talvez seja 
essa a razão que faz o Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio 
Ambiente) não ter se lançado na construção de um índice de desenvolvimento 
sustentável equivalente ao IDH. 
Isto não impede, contudo, que se procure elaborar um índice de 
sustentabilidade ambiental, em vez de desenvolvimento sustentável, para que possa 
ser comparado com outros índices de desenvolvimento, como os que foram 
mencionados no início deste livro. Ou ainda, que se prefira representações gráficas 
multifacetadas, em vez de um número índice. A ideia foi apresentada em 2002 ao 
Fórum Econômico Mundial por um grupo de trabalho formado por pesquisadores de 
duas universidades americanas. 
Indicadores de Desenvolvimento Sustentável: Primeira geração: nesta 
fase, os indicadores eram os ambientais clássicos que não incorporavam 
interrelações entre os componentes de um sistema, como por exemplo: 
emissões de CO2, desmatamento, erosão, qualidade das águas, entre 
outros; segunda geração: os indicadores são compostos por quatro 
dimensões: econômica, social, institucional e ambiental, mas não 
estabelecem vinculações entre os temas. O maior exemplo desse tipo de 
iniciativa seria o Livro Azul da CSD (1996); terceira geração: 
Correspondem aos indicadores vinculantes, sinérgicos e transversais, que 
incorporam simultaneamente vários atributos ou dimensões do 
Desenvolvimento Sustentável. Não se tratam mais de listas de indicadores 
como os de segunda geração. As variáveis escolhidas têm que possuir 
correlação muito clara com os demais, pois fazem parte de um mesmo 
sistema. (QUIROGA- MARTINEZ, 2003, apud TAYRA, 2006) 
Com 68 variáveis referentes a 20 indicadores essenciais, o índice de 
sustentabilidade ambiental elaborado por pesquisadores de Yale e Columbia pôde 
 
11 
 
ser calculado para 142 países. Esse índice considera cinco dimensões: sistemas 
ambientais, estresses, vulnerabilidade humana, capacidade social e institucional, e 
responsabilidade global. O primeiro envolve quatro sistemas ambientais: ar, água, 
solo e ecossistemas. O segundo considera estresse algum tipo muito crítico de 
poluição, ou qualquer nível exorbitante de exploração de recurso natural. No 
terceiro, a situação nutricional e as doenças relacionadas ao ambiente são 
entendidas como vulnerabilidades humanas. A quarta dimensão se refere à 
existência de capacidade sócio institucional para lidar com os problemas e desafios 
ambientais. E na quinta entram os esforços e esquemas de cooperação 
internacional representativos da responsabilidade global. 
As premissas básicas que norteiam essas cinco dimensões foram bem 
explicitadas pelos pesquisadores. Em primeiro lugar, é necessário que os sistemas 
ambientais vitais sejam saudáveis e não entrem em deterioração. Também é 
essencial que os estresses antrópicos sejam baixos e não causem danos aos 
sistemas ambientais. Em terceiro, a alimentação e a saúde não devem ser 
comprometidas por distúrbios ambientais. Em quarto, é preciso que existam 
instituições, padrões sociais, habilidades, atitudes e redes que fomentem efetivas 
respostas aos desafios ambientais. E, em quinto, há que cooperar para o manejo 
dos problemas ambientais comuns a dois ou mais países, além de reduzir os 
“transbordamentos” de problemas ambientais de um país para outro. 
4 NEGÓCIOS SUSTENTÁVEIS E SEUS INDICADORES 
 
 
12 
 
Fonte: geranegocios.com 
 Retornos sustentados sobre o capital investido no longo prazo e, em 
certa medida, o crescimento dos negócios requerem, cada vez mais, o 
enfrentamento das questões de desenvolvimento social e de sustentabilidade que 
influenciam e são influenciadas pelas ações das empresas no mercado, por 
interesses setoriais, por demandas das comunidades do entorno e pelo próprio 
sistema capitalista em sua versão neoliberal local. 
Na prática, a sustentação de resultados acima da média em prazos mais 
elásticos parece exigir formulações estratégicas e direcionamentos operacionais que 
conjuguem, em uma mesma unidade de performance, retornos econômicos, sociais, 
ambientais e culturais diferenciados. Assim como parece induzir a composição, com 
outros atores, de arranjos produtivos que potencializem ou ampliem, por um lado, 
escala e participação de mercado; por outro, infraestrutura, recursos, tecnologia 
apropriada, competências, sensibilidadesocial e capacidade de inovar. 
A maximização das condições de produzir, comercializar, comunicar, oferecer 
produtos e serviços inovadores, promover desenvolvimento, valorizar direitos 
humanos, dar conta dos impactos no entorno inerentes ao negócio, lidar com a 
concorrência, abrir novos mercados e estar próximo aos clientes onde quer que eles 
estejam neste mundo globalizado parece tender a se viabilizar, cada vez mais, a 
partir de arranjos produtivos capazes de conjugar investidores, especialistas, 
empresas, financiadores, organizações da sociedade civil, instituições de pesquisa e 
desenvolvimento e organismos de governo. 
Entretanto, é preciso resolver antes e sempre, o curto prazo. Sem atingir o 
resultado do dia, da semana, da quinzena, do mês, do semestre e do ano não 
haverá argumento válido para transformações a longo prazo, menos ainda para a 
inclusão da perspectiva socioambiental no ambiente de negócios. Até porque é difícil 
distinguir entre dispersão de recursos e investimentos em iniciativas voltadas a 
resultados de longo prazo; assim como é difícil decidir se a melhor alternativa está 
mesmo no horizonte do tempo. Os resultados imediatos, portanto, precisam ser 
obtidos enquanto se constroem as plataformas do futuro. Presente e futuro são 
pensados e articulados juntos, no presente; e essa é uma tarefa que, em certa 
medida, pode envolver diferentes atores. 
 
13 
 
Explorar sinergias e complementaridades é, portanto, fator de 
competitividade, de promoção do desenvolvimento e de enfrentamento de 
questões de sustentabilidade. A melhor performance depende, entretanto, 
da qualidade intrínseca dos arranjos produtivos. Em outras palavras, 
depende da natureza do engajamento (legitimidade, motivação, visão de 
futuro e compartilhamento de crenças, significados e valores dos diferentes 
atores), da capacidade de construírem, consolidarem e manterem em 
permanente desenvolvimento um ambiente capaz de gerar resultados 
(econômicos, sociais, ambientais e culturais) sustentados a longo prazo, da 
qualidade dos vínculos (transparência, confiança e proximidade entre os 
atores), da eficácia dos mecanismos de interação e cooperação e da 
capacidade de reconhecimento sincero dos interesses legítimos dos atores 
envolvidos. No plano operacional, depende do empenho em se encontrar 
uma fórmula aceita para a responsabilização, o acompanhamento, controle 
e auditoria dos processos e a apropriação dos resultados e dos impactos 
decorrentes da ação conjunta, tanto os de natureza econômico-financeira 
como os sociais, ambientais e culturais; tanto os tangíveis quanto os 
intangíveis. KEINERT , 2007, apud DANDAL, 2014, p. 29 
Trata-se de um desafio enorme para a gestão contemporânea por conta, 
principalmente, de alguns fatores: da baixa competência das organizações para se 
integrarem à lógica e às dinâmicas sociais típicas de ambientes multi- stakeholders, 
naturalmente inclusivas e, portanto, complexas; da prevalência do individualismo, 
mesmo quando há valorização do teamwork; das dificuldades de formulação e 
legitimação de decisões complexas em ambientes organizacionais que 
supervalorizam a lógica exclusiva e direta do capital, as relações de poder, o 
imediatismo, o autoritarismo e o pragmatismo, que são aspectos culturais cultuados 
no neoliberalismo. Soma-se a isso, a existência de interesses imbricados de 
diferentes arranjos produtivos com que os mesmos atores, ou parte deles, possam 
estar envolvidos, e que são cada vez mais prováveis pela necessidade de ampliação 
das fontes de geração de riqueza e minimização dos riscos além das incertezas 
impostas tanto pelo ambiente competitivo como pelo ambiente social. 
Uma estratégia corporativa ampla e de longo-prazo, integrada com os 
objetivos centrais do negócio e com as suas competências essenciais atuando para 
criar mudança social positiva e valor para o negócio e que está inserida nas 
operações negociais do dia a dia é o que se pode chamar de CSR Estratégica ou 
ainda Sustentabilidade Estratégica. 
 
14 
 
5 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE 
As análises realizadas através do uso de indicadores vêm ganhando peso nas 
metodologias utilizadas para resumir a informação de caráter técnico e científico, 
permitindo sua transmissão de forma sintética, desde que preservada a essência da 
informação e utilizadas apenas as variáveis que melhor servem os objetivos e não 
todas as que podem ser medidas ou analisadas. A informação é assim mais 
facilmente utilizável por tomadores de decisão, gestores, políticos, grupos de 
interesse ou pelo público em geral. 
A formulação de indicadores pressupõe a disponibilidade de informações e 
dados confiáveis e comparáveis num determinado período de tempo. Esse é o 
principal desafio que se apresenta, ou seja, apontar caminhos para a identificação 
de parâmetros confiáveis e comparáveis no tempo para a averiguação do 
cumprimento e do progresso das práticas de gestão sustentável de maneira custo-
efetiva. Há grande variabilidade de tipos e qualidade de informações que podem 
impedir sua comparação, daí ser necessário identificar alguns parâmetros 
comparáveis, legitimados pelas partes interessadas e convenientes para o sistema 
em questão. 
 Indicadores de sustentabilidade tem como objetivo auxiliar empresas e 
instituições a avaliarem se estão caminhando rumo à sustentabilidade. Os 
indicadores usualmente abrangem procedimentos empresariais, desde seus 
conceitos estratégicos até suas relações com fornecedores e consumidores, 
considerando as questões fundamentais da sustentabilidade, social, 
ambiental e econômico (LOUETTE, 2007, apud PENTEADO, 2014, p. 2). 
Não se pode deixar de mencionar que a utilização de indicadores e índices 
não é uma abordagem pacífica. Sempre se recobre de alguma controvérsia, em face 
das simplificações que são efetuadas na aplicação destas metodologias. As 
eventuais perdas (ou descontinuidade) de informação têm constituído um entrave à 
adoção de forma generalizada e consensual dos sistemas de indicadores e índices. 
Indicadores: parâmetros selecionados e considerados isoladamente ou 
combinados entre si, sendo de especial pertinência para refletir determinadas 
condições dos sistemas em análise (normalmente são utilizados com pré-tratamento, 
isto é, são efetuados tratamentos aos dados originais, tais como médias aritméticas 
simples, percentuais, medianas, entre outros). Definidos, aceitos e inseridos nos 
 
15 
 
processos de gestão de uma instituição (governos, empresas ou outras 
organizações da sociedade civil) um dado conjunto de indicadores pode revelar a 
situação atual dessa instituição (e daí permitir compará-la com outras de mesma 
natureza) ou indicar sua evolução em relação a sua própria situação em algum 
momento anterior. 
6 COMPORTAMENTO HUMANO VOLTADO AO MEIO AMBIENTE 
A sede econômico-financeira do homem aliada à hiperexpansão populacional 
vem, nesta Era da Globalização, provocando desenfreada e desrespeitosa 
exploração de recursos naturais sem nenhuma consideração a normas de proteção 
ao meio ambiente levando, consequentemente, à degradação do mesmo. 
Em meio ao desenvolvimento tecnológico está a natureza, não sabemos se 
acuada ou esquecida, deixada de lado pelo homem no que tange aos cuidados 
relativos à preservação. Esta, no entanto, é a única contribuição que nos é cobrada 
em troca do fornecimento de frutos, ar respirável, a biodiversidade de nossos 
ecossistemas, da flora, terras férteis e belíssimas paisagens. 
Esta é uma luta Global e Humanitária onde, independente de campanhas 
como a Rio + 10, dentre muitas outras, o homem deveria conscientizar-se e 
contribuir individual e coletivamente na busca do equilíbrio ecológico do meio. 
 
A lógica do crescimento econômico presente na maioria dos países, 
somado ao avanço tecnológico, entre outros, faz com que as pessoas 
desejem e adquiram uma maior quantidade de bens de consumo e de 
serviços.Isto resultou em uma sociedade atual marcada por um 
consumismo crescente que tem como consequência maior degradação da 
natureza, com implicações inclusive à sobrevivência do ser humano 
(FERREIRA, 2004, apud CAIXETA, 2010). 
Os brasileiros possuem o direito ao meio ambiente garantido 
constitucionalmente. A Carta Magna vigente, em seu art. 225, nos garante o direito 
de usufruir o meio ambiente e o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes 
e futuras gerações. Ocorre que, a maioria das pessoas, sendo raríssimas as 
exceções, tanto naturais como jurídicas, vêm se interessando somente em exercer o 
direito, mas não cumprir o dever. 
 
16 
 
O Estudo Prévio de Impacto Ambiental previsto no inciso III do artigo 9º da Lei 
n.º 6.938/81 e no art. 225, § 1º da Constituição Federal, dispõe a respeito da 
obrigatoriedade e importância deste estudo, que é tratado constitucionalmente como 
poder-dever do Poder Público. O Estudo prévio de Impacto Ambiental é uma 
manifestação significativa do princípio da prevenção e constitui um dos instrumentos 
básicos da Política Nacional do Meio Ambiente. Tem a função de apontar os 
possíveis riscos que um projeto pode oferecer à natureza e indicar uma solução para 
a implantação do projeto de forma a combater e prevenir um possível dano 
ambiental. 
São merecedoras de gratificações as grandes empresas de elevada produção 
que, em meio a este escopo, preocupam-se não só com o lucro, mas também com a 
preservação da natureza. Tais empresas são dotadas de certificados como a ISO 
14001, comprovadores e reconhecedores de tal mérito e passam a valorizar cada 
particularidade do sistema natural, ou seja, comprometem-se com a coleta seletiva 
do lixo e a reciclagem do mesmo, gerando economia de energia e proteção 
sistemática do Meio Ambiente. Trabalham intensamente no combate ao desperdício 
de todo gênero natural, como a água, o solo e a energia. 
Apesar de campanhas mundiais e divulgação de estatísticas, a sede humana 
de exploração, consumo e lucro é cada vez maior, aumentando assim as 
consequências do efeito estufa. Podemos citar a título de ilustração, o derretimento 
de geleiras nos polos e degradação da camada de ozônio. 
Na “Guerra Econômica” travada entre Nações, o homem vem destruindo algo 
que lhe pertence e, tal situação, aliada ao hiper crescimento populacional traz como 
consequências o aumento do consumo, a exploração do solo em larga escala, 
descarga de dejetos e emissão de CO2, contribuindo para um meio desequilibrado. 
Populações sofrem com catástrofes meteorológicas, como enchentes, 
passam fome devido à ausência de solos férteis devido à seca, escassez de água 
potável além de problemas respiratórios causados pelo ar impuro impregnado de 
agentes fruto do efeito estufa. Este, um dos maiores demonstradores do descaso 
ambiental, que vem sendo contribuído pela queima de combustíveis fósseis como a 
gasolina e também pelas queimadas de florestas. 
Depois da 2ª Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento (ECO92) foi reconhecido que o crescimento e 
 
17 
 
desenvolvimento econômicos alteram os sistemas naturais, embora não se 
possam pôr em risco os sistemas naturais mais importantes como 
atmosfera, água, solos e seres vivos (HANSEN, 2001, apud COSTA, 2014). 
Desastres ecológicos ocorrem e a não reparação destes pelos seus 
agressores é, muitas vezes, acobertada pela impunidade. Infelizmente, temos que 
acreditar que são necessárias normas impositivas de sanção para que o homem se 
eduque em relação aos cuidados com algo que é seu por direito. Foi preciso a 
criação de legislações de Direito Ambiental com normas coercitivas, onde o homem 
vê-se obrigado a preservar seu ambiente e sobrepujar seu eterno animus 
lucrandi. Foi preciso impor sanções como multas pecuniárias e até mesmo penas 
restritivas de liberdade dentre outras para o homem respeitar seu direito. 
As civilizações estão sendo dominadas pelo consumismo e, em contrapartida, 
pelo desejo desenfreado de poder econômico-financeiro, não tendo a preocupação 
adequada com a preservação de um bem que, se utilizado racionalmente, seria 
contribuindo para a manutenção dessas vontades eternamente, de modo que, como 
vem sendo utilizado está a ponto de desencadear, a níveis mundiais, uma enorme 
catástrofe ambiental e, consequentemente, econômica, política e financeira, 
trazendo uma infinidade de prejuízos para a humanidade, principalmente para as 
gerações futuras. 
A sustentabilidade do Meio Ambiente depende exclusivamente de uma 
consciência universal e respeito os Paradigmas da Ecologia e dos processos 
naturais para a evolução da Humanidade. 
 
18 
 
7 ECOSSISTEMA E BIODIVERSIDADE, OS PRINCIPAIS ECOSSISTEMAS 
BRASILEIROS 
 
 
Fonte: catracalivre.com.br 
O Brasil possui uma grande diversidade de ecossistemas. Quase todo o seu 
território está situado na zona tropical. Por isso, nosso país recebe grande 
quantidade de calor durante todo o ano, o que favorece essa grande diversidade. 
Veja, no mapa a seguir, exemplos dos principais ecossistemas encontrados no 
Brasil. 
 
19 
 
 
Fonte da imagem: sobiologia.com. br 
7.1 Floresta Amazônica 
Estende-se além do território nacional, com chuvas frequentes e abundantes. 
Apresenta flora exuberante, com espécies, como a seringueira, o guaraná, a vitória-
régia, e é habitada por inúmeras espécies de animais, como o peixe-boi, o boto, o 
pirarucu, a arara. Para termos uma ideia da riqueza da biodiversidade desses 
ecossistemas, ele apresenta, até o momento, 1,5 milhão de espécies de vegetais 
identificadas por cientistas. 
 Com uma área de aproximadamente 5,5 milhões de km², a Floresta 
Amazônica é a principal cobertura vegetal do Brasil, ocupando 45% do nosso 
território, além de espaços de mais nove países, sendo também a maior floresta 
tropical do mundo. É chamada de Floresta latifoliada equatorial. 
Mas o futuro da Amazônia não será definido apenas por sua importância 
socioambiental e por seus potenciais. As ameaças de degradação avançam 
em ritmo acelerado. Os dados oficiais elaborados pelo INPE sobre o 
desmatamento na região mostram que ele é extremamente alto e está 
 
20 
 
crescendo. Já foram eliminados cerca de 570 mil quilômetros quadrados de 
florestas na região, uma área equivalente à superfície da França, e a média 
anual dos últimos sete anos é da ordem de 17,6 mil quilômetros quadrados 
(INPE, 2001, apud MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE SECRETARIA DE 
BIODIVERSIDADE E FLORESTAS, 2002, p. 21). 
A Floresta Amazônica caracteriza-se por ser heterogênea, havendo um 
elevado quantitativo de espécies, com cerca de 2500 tipos de árvores e mais de 30 
mil tipos de plantas. Além disso, ela é perene, ou seja, permanece verde durante 
todo o ano, não perdendo as suas folhas no outono. Apresenta uma densidade 
elevada, o que é propício ao grande número de árvores por m². 
Costuma-se classificar essa floresta conforme a proximidade dos cursos 
d’água. Dessa forma, existem três subtipos principais: mata de igapó, mata de 
várzea e mata de terra firme. 
 Mata de igapó: também chamada de floresta alagada, a mata de igapó 
caracteriza-se por se localizar muito próxima aos rios, estando permanentemente 
inundada. Apresenta plantas de pequeno porte em comparação ao restante da 
vegetação da Amazônia e que costumam ser hidrófilas, ou seja, adaptadas à 
umidade. Possui, em geral, raízes elevadas que acompanham os troncos. 
Mata de várzea: assim como a mata de igapó, a várzea também sofre com as 
inundações, porém apenas no período das cheias dos grandes rios, por se encontrar 
em áreas um pouco mais elevadas. É uma mata muito fechada, com elevada 
densidade, árvores altas (em média 20m de altura) e, em geral, com galhos 
espinhosos, o que dificulta o seu acesso. As espécies mais conhecidas são o Jatobá 
e a Seringueira, essa última muito usada na extração de látex, a matéria-prima da 
borracha. 
Matade terra firme: também chamada de caetê, a mata de terra firme 
caracteriza-se por se encontrar relativamente distante dos grandes cursos d’água, 
localizando-se em planaltos sedimentares. Em razão disso, não costuma ser alvo de 
inundações, recobrindo a maior parte da floresta e apresentando as maiores médias 
de altura (algumas árvores chegam a alcançar os 60m). 
A importância da Floresta Amazônica reside, principalmente, em sua função 
ambiental. No entanto, ao contrário do que muitos pensam, ela não é o “pulmão do 
mundo”, pois o oxigênio por ela produzido é consumido pela própria floresta. Sua 
importância ambiental reside no controle das temperaturas, graças ao aumento da 
 
21 
 
umidade, que é resultado da constante evapotranspiração da floresta, produzindo 
massas de ar úmido para todo o continente sul-americano, os chamados Rios 
Voadores. 
É importante não confundir o Bioma Amazônia com a Floresta Amazônica. O 
primeiro termo refere-se às características gerais que envolvem a mata, os animais, 
os rios, os solos e a flora, o segundo limita-se às características da floresta. 
Mata de cocais: A mata de cocais situa-se entre a floresta amazônica e a 
caatinga. São matas de carnaúba, babaçu, buriti e outras palmeiras. Vários tipos de 
animais habitam esse ecossistema, como a arara canga e o macaco cuxiú. É um 
tipo de cobertura vegetal situada entre as florestas úmidas da região Norte e as 
terras semiáridas do Nordeste do Brasil, sendo uma zona de transição entre os 
biomas Caatinga, Floresta Amazônica e Cerrado. Abrange predominantemente o 
Meio-Norte (sub-região formada pelos estados do Maranhão e Piauí), mas também 
se estende pelos estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Tocantins. 
Influenciado pela sua localização, esse bioma possui três tipos de 
climas: equatorial úmido - quente e chuvoso, predominando em menos de 20% do 
bioma; tropical semiúmido - predomina em mais de 65%, com estações secas e 
úmidas bem definidas e temperaturas médias elevadas; tropical semiárido – quente 
e seco, com chuvas escassas e irregulares, predomina em 15% do bioma. 
A Mata dos Cocais se formou ocupando lacunas de outras formações 
vegetais (cerrados e florestas amazonenses), que foram desmatadas para criação 
de pasto e exploração de madeira. Seu solo é rico em minérios como: ferro, ouro, 
diamante, bauxita, alumínio e níquel. Uma característica interessante é que o solo, 
na região dos cocais, possui um lençol freático pouco profundo, permanecendo 
úmido o ano inteiro. 
A vegetação da Mata dos Cocais é dominada pela palmeira babaçu (sendo a 
mais importante a Orbignya speciosa), que predomina nos locais mais úmidos como 
o Maranhão, norte do Tocantins e oeste do Piauí. Na área menos úmida, que 
abrange o leste do Piauí e litorais do Ceará e Rio Grande do Norte, predomina a 
palmeira carnaúba (Copernicia cerifera). As outras principais palmeiras são o buriti 
(Mauritia flexuosa) e a oiticica (Licania rígida). Uma grande quantidade de arbustos e 
vegetações de pequeno porte também são encontradas nos locais de menores 
altitudes. 
http://brasilescola.uol.com.br/brasil/rios-voadores-amazonia.htm
http://brasilescola.uol.com.br/brasil/rios-voadores-amazonia.htm
http://www.infoescola.com/geografia/regiao-norte/
http://www.infoescola.com/geografia/regiao-nordeste/
http://www.infoescola.com/biomas/caatinga/
http://www.infoescola.com/biomas/floresta-amazonica/
http://www.infoescola.com/geografia/cerrados/
http://www.infoescola.com/geografia/clima-equatorial/
http://www.infoescola.com/geografia/bioma/
http://www.infoescola.com/compostos-quimicos/minerios-de-ferro/
http://www.infoescola.com/rochas-e-minerais/bauxita/
http://www.infoescola.com/elementos-quimicos/aluminio/
http://www.infoescola.com/hidrografia/lencol-freatico/
 
22 
 
O babaçu chega a atingir 20 metros de altura e uma árvore pode produzir 
até 2.000 frutos (cocos) por ano. Dentro dos frutos existem as amêndoas, 
das quais é extraído um óleo muito utilizado em diversas indústrias 
(alimentícias, farmacêuticas, químicas, etc.). Outras partes do coco também 
são aproveitadas, como o epicarpo (camada externa), que é utilizado na 
produção de estofados, embalagens, vasos, placas, entre outros. (SANTOS, 
2013, apud SUÇUARANA, 2015). 
A carnaúba também é utilizada de várias formas. O uso mais importante é a 
extração da cera de suas folhas, que é utilizada na fabricação de diversos produtos. 
Assim, a Mata dos Cocais representa uma importante fonte de renda para a 
população local. A fauna nesse bioma é muito diversa, destacando-se a arara-
vermelha, gavião-real, jaguatirica, lobo-guará, macaco cuxiú (endêmico do Brasil) e 
outras muitas espécies de mamíferos, aves, répteis e anfíbios. Nos rios vivem a 
ariranha, o boto, o acará-bandeira (peixe), entre outros. 
A Mata dos Cocais está sendo prejudicada pelo desmatamento desordenado 
para desenvolvimento da pecuária e cultura de soja. Além disso, a extração de 
minerais que ocorre nesse ambiente acaba por fragilizá-lo ainda mais. 
8 PANTANAL MATO-GROSSENSE 
No início da colonização do Brasil, a região pantaneira era ocupada índios. 
Acredita-se que espanhóis vindos pela Bolívia iniciaram a colonização da área, por 
volta de 1.550, antes dos portugueses. 
O Pantanal é uma planície sedimentar, com área de 138.183 km2, 
preenchida com depósitos aluviais dos rios da bacia do Alto Paraguai, com 
65% de seu território no estado de Mato Grosso do Sul e 35% no Mato 
Grosso. A região é uma planície aluvial influenciada por rios que drenam a 
bacia do Alto Paraguai, influenciada por quatro grandes biomas: Amazônia, 
Cerrado, Chaco e Mata Atlântica (PRANCE et al.). 
A partir da segunda metade do século XVI, os bandeirantes paulistas 
alcançaram a região, em busca de pedras preciosas e índios como mão-de-obra 
escrava. A hostilidade da região deu origem a muitas lendas e histórias contadas até 
hoje pelos caboclos chamados pantaneiros. Entre elas, há a história do Minhocão, 
uma poderosa cobra, provavelmente identificada como uma sucuri, que derrubava 
barrancos e gritava. Outros contos envolvem onças e seres sobrenaturais. 
http://www.infoescola.com/aves/arara-vermelha/
http://www.infoescola.com/aves/arara-vermelha/
http://www.infoescola.com/aves/gaviao-harpia/
 
23 
 
Uma das últimas regiões a ser ocupada e desenvolvida no Brasil, o Pantanal 
abriga hoje um Parque Nacional, além de muitas fazendas, principalmente de gado. 
O Pantanal Mato-grossense é uma das mais exuberantes e diversificadas 
reservas naturais do Planeta integrando-o ao acervo dos patrimônios da 
humanidade. É a maior extensão úmida contínua do planeta. Hidrograficamente, 
todo o Pantanal faz parte da bacia do rio Paraguai constituindo-se em uma imensa 
planície de áreas alagáveis. Quando do período das cheias justifica a lenda sobre 
sua origem, que seria um imenso mar interior - o mar de Xaraés. 
O clima é tipo quente no verão, com temperatura média em torno de 32°C e 
frio e seco no inverno, com média em torno de 21°C, ocorrendo ocasionalmente, 
geadas nos meses de julho e agosto. A união de fatores tais como o relevo, o clima 
e o regime hidrográfico da região favoreceram o desenvolvimento de numerosas 
espécies animais e vegetais que povoam abundantemente toda sua extensão. 
Existem dez tipos de pantanal na região com características diferentes de 
solo, vegetação e drenagem, são eles: Nabileque - 9,4 %; Miranda, 4,6%; 
Aquidauana, 4,9 %; Abobral - 1,6 %; Nhecolândia - 17,8 %; Paiaguás - 18,3 %; 
Paraguai - 5,3 %; Barão de Melgaço - 13,3 %; Poconé - 12,9 %; Cáceres - 11,9 %. 
A beleza proporcionada pela paisagem pantaneira fascina pessoas de todo o 
mundo fazendo com que o turismo se desenvolva em vários municípios da região. O 
desenvolvimento de um pensamento ambientalista e social para o pantanal mato-
grossense tem levado vários pesquisadores a discutirem o impacto da ocupação 
humana neste ecossistema. 
Dentre os principais problemasambientais destaca-se: A pesca predatória; a 
caça de jacarés; a poluição dos rios da bacia do Paraguai; os garimpos do Estado 
de Mato Grosso; a poluição das águas pelo mercúrio; a hidrovia Paraguai-Paraná. 
Tais questões tem sido alvo de uma extensa discussão e algumas ações 
ambientais por parte dos órgãos ambientais e da comunidade tem coibido tais 
agressões. 
 
24 
 
9 CAMPOS SULINOS 
No Brasil, o bioma Campos Sulinos abrange parte do território do Rio Grande 
do Sul. São cerca de 170 mil Km2. Além das fronteiras do país, ele se estende por 
terras do Uruguai e da Argentina. 
Os campos sulinos são também conhecidos como pampas, palavra de origem 
indígena que quer dizer “região plana”. Na verdade, os pampas são apenas um 
pedaço das terras dos campos sulinos. O bioma engloba também campos mais altos 
e algumas áreas semelhantes a savanas. 
Nos campos do Sul já foram encontradas 102 espécies de mamíferos, 476 de 
aves e 50 de peixes. 
9.1 Fauna deste bioma 
Mamíferos: tatu, o guaxinim, o zorrilho, o graxaim (Pseudalopex 
gymnocercus) e outras duas espécies em risco de extinção: o gato-dos-pampas ou 
gato palheiro (Leopardus pajeros) e a preguiça-de-coleira. 
Aves mais comuns: Cisne-de-pescoço-preto, o marreco, a perdiz, o quero-
quero, o pica-pau do campo e a coruja-buraqueira (que ganhou este nome por fazer 
seus ninhos em buracos cavados no solo). Fazem parte das 50 espécies de peixes 
catalogadas o lambari-listrado, o lambari-azul, o tamboatá, o surubim e o cação-
anjo. 
Répteis: tartaruga-verde-e-amarela, a jararaca-do-banhado, a cobra-cipó e o 
cágado-de-barbicha. 
Insetos: vespa da madeira e o conhecido bicho-da-maçã, também chamado 
traça-das-frutas. 
Nos pampas a vegetação pode ser considerada rala e pobre em espécies, 
porém o solo é fértil. Ainda mais férteis são as áreas com solo do tipo "terra 
roxa", (batizado assim devido ao nome que receberam dos italianos que vieram para 
o Brasil trabalhar na lavoura. Por causa de sua cor avermelhada, eles chamavam o 
solo de terra rossa, pois em italiano, rosso é vermelho). 
Ela vai se tornando mais rica nas proximidades de áreas mais altas. Nas 
encostas de planaltos, existem matas com grandes pinheiros e outras árvores, como 
 
25 
 
a cabreúva, a grápia, a caroba, o angico-vermelho e o cedro. Nestas regiões, 
chamadas de campos altos, é encontrada a Mata de Araucária, onde a espécie 
vegetal predominante é o pinheiro-do-paraná. 
Próximo ao litoral, a paisagem é marcada pela presença de banhados, 
ambientes alagados onde aparecem juncos, gravatás e aguapés. O mais conhecido 
banhado é o de Taim, onde foi criada, em 1998, uma estação ecológica 
administrada pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos 
Naturais Renováveis) para preservação de tão importante ecossistema. 
Destacam-se como rios importantes deste bioma o Santa Maria, o Uruguai, o 
Jacuí, o Ibicuí e o Vacacaí. Estes e outros da região se dividem em duas bacias 
hidrográficas: a Costeira do Sul e a do rio da Prata. Tratam-se de rios que 
apresentam boas condições para navegação, constituindo verdadeiras hidrovias na 
região. 
Próximo ao litoral existem muitos lagos e lagoas. A Lagoa dos Patos, 
localizada no município de São Lourenço do Sul, é a maior laguna do Brasil e a 
segunda maior da América Latina, com 265 km de comprimento. O clima da região é 
o subtropical úmido. O que isso significa? Bom, isso quer dizer que, nos campos 
sulinos, os verões são quentes, os invernos são frios e chove regularmente durante 
todo o ano. 
10 CAATINGA 
A caatinga, palavra originária do tupi-guarani, que significa “mata branca”, é o 
único sistema ambiental exclusivamente brasileiro. Possui extensão territorial de 
734.478 km², correspondendo a cerca de 10% do território nacional. Ela está 
presente nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, 
Sergipe, Alagoas, Bahia, Piauí e norte de Minas Gerais. 
As temperaturas médias anuais são elevadas, oscilam entre 25°C e 29°C. O 
clima é semiárido; e o solo, raso e pedregoso, é composto por vários tipos diferentes 
de rochas. A ação do homem já alterou 80% da cobertura original da caatinga, que 
atualmente tem menos de 1% de sua área protegida em 36 unidades de 
conservação, que não permitem a exploração de recursos naturais. As secas são 
cíclicas e prolongadas, interferindo de maneira direta na vida de uma população de, 
 
26 
 
aproximadamente, 25 milhões de habitantes. As chuvas ocorrem no início do ano e 
o poder de recuperação do bioma é muito rápido, surgem pequenas plantas e as 
árvores ficam cobertas de folhas. A região enfrenta também graves problemas 
sociais, entre eles os baixos níveis de renda e de escolaridade, a falta de 
saneamento ambiental e os altos índices de mortalidade infantil. 
Desde o período imperial, tenta-se promover o desenvolvimento econômico 
na caatinga, porém, a dificuldade é imensa em razão da aridez da terra e da 
instabilidade das precipitações pluviométricas. A principal atividade econômica 
desenvolvida na caatinga é a agropecuária. A agricultura destaca-se na região 
através da irrigação artificial, possibilitada pela construção de canais e açudes. 
Alguns projetos de irrigação para a agricultura comercial são desenvolvidos no 
médio vale do São Francisco, o principal rio da região, juntamente ao Parnaíba. 
10.1 Vegetação 
As plantas da caatinga são xerófilas, ou seja, adaptadas ao clima seco e à 
pouca quantidade de água. Algumas armazenam água, outras possuem raízes 
superficiais para captar o máximo de água da chuva. E há as que contam com 
recursos pra diminuir a transpiração, como espinhos e poucas folhas. A vegetação é 
formada por três estratos: o arbóreo, com árvores de 8 a 12 metros de altura; o 
arbustivo, com vegetação de 2 a 5 metros; e o herbáceo, abaixo de 2 metros. Entre 
as espécies mais comuns estão a amburana, o umbuzeiro e o mandacaru. Algumas 
dessas plantas podem produzir cera, fibra, óleo vegetal e, principalmente, frutas. 
10.2 Fauna 
A fauna é bem diversificada, composta por répteis (principalmente lagartos e 
cobras), roedores, insetos, aracnídeos, cachorro-do-mato, arara-azul (ameaçada de 
extinção), sapo-cururu, asa- branca, cutia, gambá, preá, veado-catingueiro, 
tatupeba, sagui-do-nordeste, entre outros animais. 
 
27 
 
10.3 Restinga 
A restinga é uma planície arenosa costeira, de origem marinha, incluindo a 
praia, cordões arenosos, depressões entre cordões, dunas e margem de lagunas, 
com vegetação adaptada às condições ambientais. 
Sobre a restinga é possível se encontrar a vegetação de restinga, que é um 
conjunto das comunidades vegetais, fisionomicamente distintas, sob influência 
marinha e Fúlvio-marinha, que ocorrem distribuídas em mosaico e em áreas de 
grande diversidade ecológica, sendo consideradas comunidades edáficas, por 
dependerem mais da natureza do substrato que do clima. 
 A cobertura vegetal nas restingas pode ser encontrada em praias e dunas, 
sobre cordões arenosos, e associadas a depressões. Na restinga os estágios 
sucessionais diferem das formações ombrófilas e estacionais, ocorrendo 
notadamente de forma mais lenta, em função do substrato que não favorece o 
estabelecimento inicial da vegetação, principalmente por dissecação e ausência de 
nutrientes. O corte da vegetação ocasiona uma reposição lenta, geralmente de porte 
e diversidade menores, onde algumas espécies passam a predominar. Os diferentes 
tipos de vegetação ocorrentes nas restingas brasileiras variam desde formações 
herbáceas, passando por formações arbustivas, abertas ou fechadas, chegando a 
florestas cujo dossel varia em altura, geralmente não ultrapassando os 20m. São em 
geral caracterizada por comunidade com pouca riqueza, quando comparada a outras 
comunidades vegetais, sendo protegidas por lei devido à sua fragilidade. 
Em muitas áreas de restinga no Brasil, especialmente no sul e sudeste, 
ocorremperíodos mais ou menos prolongados de inundação do solo, fator que tem 
grande influência na distribuição de algumas formações vegetacionais. A 
periodicidade com que ocorre o encharcamento e a sua respectiva duração são 
decorrentes principalmente da topografia do terreno, da profundidade do lençol 
freático e da proximidade de corpos d’água (rios ou lagoas), produzindo em muitos 
casos um mosaico de formações inundáveis e não inundáveis, com fisionomias 
variadas, o que até certo ponto justifica o nome de “complexo” que é empregado 
para designar as restingas. 
As formações herbáceas ocorrem principalmente nas faixas de praia e ante-
dunas, em locais que eventualmente podem ser atingidos pelas marés mais altas, ou 
 
28 
 
então em depressões alagáveis. Nas zonas de praia, dunas frontais e dunas mais 
próximas ao mar, predominam espécies herbáceas, em alguns casos com pequenos 
arbustos e árvores, que ocorrem tanto de forma isolada e pouco expressiva, como 
formando agrupamentos mais densos, com variações nas suas respectivas 
fisionomias, composições e graus de cobertura. A vegetação das praias e dunas 
tem ocorrência praticamente ao longo de toda a costa brasileira, mas a sua exata 
circunscrição e os termos empregados para designá-la variam muito. As pressões 
antrópicas no sentido de ocupação e urbanização da zona costeira já suprimiram 
muitas áreas representativas desta formação em vários pontos no litoral brasileiro. 
As formações arbustivas das planícies litorâneas, que para muitos autores 
constituem a restinga propriamente dita são os tipos vegetacionais que mais 
chamam a atenção no litoral brasileiro, tanto pelo seu aspecto peculiar, com 
fisionomia variando desde densos emaranhados de arbustos junto a trepadeiras, 
bromélias terrícolas e cactáceas, até moitas com extensão e altura variáveis, 
intercaladas por áreas abertas que em muitas locais expõem diretamente a areia, 
principal constituinte do substrato nestas formações. Os termos “scrub”, “thicket”, 
“escrube” e “fruticeto” já foram empregados para designar comunidades e/ou 
formações desta natureza, notadamente na região litorânea. 
As formações florestais que ocorrem na planície litorânea brasileira variam 
bastante ao longo da costa, sendo essas variações geralmente atribuídas às 
influências das formações vegetacionais adjacentes e às características do 
substrato, principalmente sua origem, composição e condições de drenagem. 
Estas florestas variam desde formações com altura do estrato superior a partir 
de 5m, em geral livres de inundações periódicas decorrentes da ascensão do lençol 
freático durante os períodos mais chuvosos, até formações mais desenvolvidas, com 
alturas em torno de 15 a 20m, muitas vezes associadas a solos hidro mórficos e/ou 
orgânicos. 
Estes dois tipos de florestas em geral acompanham as variações topográficas 
decorrentes da justaposição dos cordões litorâneos, ao menos onde tais feições são 
bem definidas. Em locais situados mais para o interior da planície costeira, 
geralmente em terrenos mais deprimidos onde tais alinhamentos não são 
claramente definidos e os solos são saturados hidricamente e têm uma espessa 
 
29 
 
camada orgânica superficial, ocorrem florestas mais desenvolvidas semelhantes 
florística e estruturalmente àquelas situadas nas depressões entre os cordões. 
A fauna ocorrente nas restingas brasileiras está relativamente menos 
estudada quando comparada com os conhecimentos que já se acumulam sobre a 
composição e estrutura dos seus diferentes tipos vegetacionais. Dentre os estudos 
tratando de grupos de animais invertebrados, podem ser mencionados os realizados 
com os artrópodes, notadamente com diferentes grupos de insetos, estes 
constituindo a maioria dos relatos encontrados. A fauna de vertebrados ocorrente 
nas restingas brasileiras também é relativamente pouco pesquisada, com destaque 
para os trabalhos realizados no litoral do Rio de Janeiro, principalmente com 
pequenos mamíferos e répteis. 
11 MANGUEZAL 
Os mangues ou manguezais são um ecossistema típico de áreas litorâneas, 
alagadas, onde há o encontro da água do mar com a dos rios dando um aspecto 
salobro à água dessas regiões. É de sua característica a transição entre aspectos 
marinhos e terrestres e sua presença em locais com clima tropical ou subtropical. 
Sua vegetação é composta por três tipos de árvores que podem atingir até 20 
metros de altura em certos pontos do país: Rhizophora mangle (mangue-bravo ou 
vermelho), Laguncularia racemosa (mangue-branco) Schaueriana (mangue-seriba 
ou seriúba). 
Os manguezais são ecossistemas costeiros que se originaram nas regiões 
dos oceanos Índico e Pacífico e que distribuíram suas espécies pelo mundo 
com auxílio das correntes marinhas durante o processo da separação dos 
continentes (HERZ, 1987, apud SEMADS, 2001). 
Os mangues estão presentes em diversas partes do mundo como Oceania, 
África, Ásia, alguns países da América e Brasil. No Brasil esse ecossistema pode ser 
encontrado no nordeste do país em Cabo Orange no estado do Amapá até a região 
sul em Laguna em Santa Catarina compreendendo um total de 20 mil quilômetros 
quadrados, 15 % do total em todo o mundo. 
Este é um ecossistema rico em diversas espécies de animais como peixe-boi-
marinho, caranguejo, lontra, jacaré, cobras, mexilhão, aranhas, craca, lagartos, 
http://www.estudopratico.com.br/clima-tropical/
 
30 
 
tartaruga, crocodilos entre outros. Possui o solo extremamente rico em nutrientes e 
matéria orgânica, raízes e material vegetal em decomposição. Suas raízes aéreas 
são uma de suas características mais marcantes, e têm como principal função 
proporcionar a respiração das plantas já que o solo é pobre em oxigênio e elas 
obtêm o mesmo fora dele. 
O cheiro dos mangues também é um aspecto bem característico, isso ocorre 
devido à presença de água salobra e matérias vegetais em estado de 
decomposição. 
Uma das principais ameaças a esse ecossistema é a exploração, (como a 
caça do caranguejo) que teve início com fins comerciais em países da Ásia 
ganhando expansão rápida para demais países detentores de mangues. O uso 
desordenado e de maneira não sustentável de seus recursos causa uma 
depredação quase que irrefreável, em países como Tailândia e Filipinas a área de 
manguezal teve grande parte dizimada por conta da super- exploração, chegando a 
ser reduzida em 110.000 hectares da área original de 448.000 nas Filipinas. 
No Brasil não é diferente, porém algumas leis foram estabelecidas com o 
intuito de promover a preservação dos manguezais. A lei de número 4.771 de 15 de 
setembro de 1965 define os mangues como APPs (Área de Preservação 
Permanente), e a Resolução do CONAMA de número 369 de março de 2006 
estabelece a proibição da supressão de vegetação ou qualquer outro tipo de 
intervenção, salvo apenas em casos de utilidade pública para as áreas de mangues. 
Ainda assim esse ecossistema é o mais ameaçado dentre todos nos Brasil. 
A poluição também é outra grande inimiga dos manguezais. A poluição 
proveniente das cidades costeiras e de indústrias instaladas na região como o 
depósito de lixo nos mares e rios, derramamentos de petróleo, são fatores que 
contribuem para a degradação do ecossistema. 
12 CERRADO 
É a segunda maior formação vegetal brasileira. Estendia-se originalmente por 
uma área de 2 milhões de km², abrangendo dez estados do Brasil Central. Hoje, 
restam apenas 20% desse total. Típico de regiões tropicais, o cerrado apresenta 
duas estações bem marcadas: inverno seco e verão chuvoso. Com solo de savana 
http://www.estudopratico.com.br/o-solo-partes-composicao-e-tipos-de-solo/
http://www.estudopratico.com.br/a-decomposicao/
 
31 
 
tropical, deficiente em nutrientes e rico em ferro e alumínio, abriga plantas de 
aparência seca, entre arbustos esparsos e gramíneas, e o cerradão, um tipo mais 
denso de vegetação, de formação florestal. A presença detrês das maiores bacias 
hidrográficas da América do Sul (Tocantins-Araguaia, São Francisco e Prata) na 
região favorece sua biodiversidade. 
Estima-se que 10 mil espécies de vegetais, 837 de aves e 161 de mamíferos 
vivam ali. Essa riqueza biológica, porém, é seriamente afetada pela caça e pelo 
comércio ilegal. O cerrado é o sistema ambiental brasileiro que mais sofreu alteração 
com a ocupação humana. Atualmente, vivem ali cerca de 20 milhões de pessoas. 
Essa população é majoritariamente urbana e enfrenta problemas como desemprego, 
falta de habitação e poluição, entre outros. A atividade garimpeira, por exemplo, 
intensa na região, contaminou os rios de mercúrio e contribuiu para seu 
assoreamento. A mineração favoreceu o desgaste e a erosão dos solos. Na 
economia, também se destaca a agricultura mecanizada de soja, milho e algodão, 
que começa a se expandir principalmente a partir da década de 80. Nos últimos 30 
anos, a pecuária extensiva, as monoculturas e a abertura de estradas destruíram 
boa parte do cerrado. Hoje, menos de 2% está protegido em parques ou reservas. 
Pequenas árvores de troncos torcidos e recurvados e de folhas grossas, 
esparsas em meio a uma vegetação rala e rasteira, misturando-se, às vezes, com 
campos limpos ou matas de árvores não muito altas – esses são os Cerrados, uma 
extensa área de cerca de 200 milhões de hectares, equivalente, em tamanho, a toda 
a Europa Ocidental. A paisagem é agressiva, e por isso, durante muito tempo, foi 
considerada uma área perdida para a economia do país. 
Os Cerrados apresentam relevos variados, embora predominem os amplos 
planaltos. Metade do Cerrado situa-se entre 300 e 600m acima do nível do mar, e 
apenas 5,5% atingem uma altitude acima de 900m. Em pelo menos 2/3 da região o 
inverno é demarcado por um período de seca que se prolonga por cinco a seis 
meses. Seu solo esconde um grande manancial de água, que alimenta seus rios. 
Entre as espécies vegetais que caracterizam o Cerrado estão o barbatimão, o 
pau-santo, a gabiroba, o pequizeiro, o araçá, a sucupira, o pau-terra, a catuaba e o 
indaiá. Debaixo dessas árvores crescem diferentes tipos de capim, como o capim-
flecha, que pode atingir uma altura de 2,5m. Onde corre um rio ou córrego, 
encontram-se as matas ciliares, ou matas de galeria, que são densas florestas 
 
32 
 
estreitas, de árvores maiores, que margeiam os cursos d’água. Nos brejos, próximos 
às nascentes de água, o buriti domina a paisagem e forma as veredas de buriti. 
A presença humana na região data de pelo menos 12 mil anos, com o 
aparecimento de grupos de caçadores e coletores de frutos e outros alimentos 
naturais. Só recentemente, há cerca de 40 anos, é que começou a ser mais 
densamente povoada. 
Os tipos fisionômicos do cerrado (latu sensu) se distribuem de acordo com 
três aspectos do substrato onde se desenvolvem: a fertilidade e o teor de alumínio 
disponível; a profundidade; e o grau de saturação hídrica da camada superficial e 
subsuperficial. Os principais tipos de vegetação são: 
13 CERRADO (STRICTU SENSU) 
É a vegetação característica do cerrado, composta por exemplares arbustivo-
arbóreos, de caules e galhos grossos e retorcidos, distribuídos de forma ligeiramente 
esparsa, intercalados por uma cobertura de ervas, gramíneas e espécies 
semiarbustivas. 
14 FLORESTA MESOFÍTICA DE INTERFLÚVIO (CERRADÃO) 
Este tipo de vegetação cresce sob solos bem drenados e relativamente ricos 
em nutrientes, as copas das árvores, que medem em média de 8-10 metros de 
altura, tocam-se o que denota um aspecto fechado a esta vegetação. 
14.1 Campo rupestre 
Encontrado em áreas de contato do cerrado com o caatinga e floresta 
atlântica, os solos deste tipo fisionômico são quase sempre rasos e sofrem bruscas 
variações em relação a profundidade, drenagem e conteúdo nutricional. É 
caracteristicamente, composto por uma vegetação arbustiva de distribuição aberta 
ou fechada. 
 
33 
 
14.2 Campos litossólicos miscelâneos: 
 É caracterizada pela presença de um substrato duro, rocha mãe, e a quase 
inexistência de solo macio, este quando presente não ocupa mais que poucos 
centímetros de profundidade até se depararem com a camada rochosa pela qual 
não passam nem umidade nem raízes. Sua flora é caracterizada por um tapete de 
ervas latifoliadas ou de gramíneas curtas, havendo em geral a ausências de 
exemplares arbustivos, ou a presença de raríssimos espécimes lenhosos, neste 
caso enraizados em frestas da camada rochosa. 
14.3 Vegetação de afloramento de rocha maciça 
 Representada por cactos, liquens, musgos, bromélias, ervas e raríssimas 
árvores e arbustos, cresce sob penhascos e morros rochosos. 
15 MATA ATLÂNTICA 
A Mata Atlântica é formada por um conjunto de formações florestais 
(Florestas: Ombrófila Densa, Ombrófila Mista, Estacional Semidecidual, Estacional 
Decidual e Ombrófila Aberta) e ecossistemas associados como as restingas, 
manguezais e campos de altitude, que se estendiam originalmente por 
aproximadamente 1.300.000 km2 em 17 estados do território brasileiro. Hoje os 
remanescentes de vegetação nativa estão reduzidos a cerca de 22% de sua 
cobertura original e encontram-se em diferentes estágios de regeneração. Apenas 
cerca de 7% estão bem conservados em fragmentos acima de 100 hectares. Mesmo 
reduzida e muito fragmentada, estima-se que na Mata Atlântica existam cerca de 
20.000 espécies vegetais (cerca de 35% das espécies existentes no Brasil), 
incluindo diversas espécies endêmicas e ameaçadas de extinção. Essa riqueza é 
maior que a de alguns continentes (17.000 espécies na América do Norte e 12.500 
na Europa) e por isso a região da Mata Atlântica é altamente prioritária para a 
conservação da biodiversidade mundial. Em relação à fauna, os levantamentos já 
realizados indicam que a Mata Atlântica abriga 849 espécies de aves, 370 espécies 
 
34 
 
de anfíbios, 200 espécies de répteis, 270 de mamíferos e cerca de 350 espécies de 
peixes. 
Além de ser uma das regiões mais ricas do mundo em biodiversidade, tem 
importância vital para aproximadamente 120 milhões de brasileiros que vivem em 
seu domínio, onde são gerados aproximadamente 70% do PIB brasileiro, prestando 
importantíssimos serviços ambientais. Regula o fluxo dos mananciais hídricos, 
assegura a fertilidade do solo, suas paisagens oferecem belezas cênicas, controla o 
equilíbrio climático e protege escarpas e encostas das serras, além de preservar um 
patrimônio histórico e cultural imenso. Neste contexto, as áreas protegidas, como as 
Unidades de Conservação e as Terras Indígenas, são fundamentais para a 
manutenção de amostras representativas e viáveis da diversidade biológica e 
cultural da Mata Atlântica. 
A cobertura de áreas protegidas na Mata Atlântica avançou expressivamente 
ao longo dos últimos anos, com a contribuição dos governos federais, estaduais e 
mais recentemente dos governos municipais e iniciativa privada. No entanto, a maior 
parte dos remanescentes de vegetação nativa ainda permanece sem proteção. 
Assim, além do investimento na ampliação e consolidação da rede de áreas 
protegidas, as estratégias para a conservação da biodiversidade visam contemplar 
também formas inovadoras de incentivos para a conservação e uso sustentável da 
biodiversidade, tais como a promoção da recuperação de áreas degradadas e do 
uso sustentável da vegetação nativa, bem como o incentivo ao pagamento pelos 
serviços ambientais prestados pela Mata Atlântica. Cabe enfatizar que um 
importante instrumento para a conservação e recuperação ambiental na Mata 
Atlântica, foi a aprovação da Lei 11.428, de 2006 e o Decreto 6.660/2008, que 
regulamentou a referida lei. 
16 MATA DE ARAUCÁRIA 
A mata de araucária situa-se na região subtropical, no sul do Brasil, 
de temperaturas mais baixas. Entre outros tipos de árvores abriga o 
pinheiro-do-paraná, também conhecido como araucária. Da sua fauna 
destacamos, alémda ema, a maior ave das Américas, a gralha-azul, o tatu, 
o quati e o gato-do-mato. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11428.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/decreto/d6660.htm
 
35 
 
17 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS E RECURSOS HÍDRICOS, 
CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS 
 Lixo: Em geral, as pessoas consideram lixo tudo aquilo que se joga fora e 
que não tem mais utilidade. Mas, se olharmos com cuidado, veremos que o lixo não 
é uma massa indiscriminada de materiais. Ele é composto de vários tipos de 
resíduos, que precisam de manejo diferenciado. Assim, pode ser classificado de 
várias maneiras. 
Classificação: Pode ser classificado como seco ou úmido. O lixo seco é 
composto por materiais potencialmente recicláveis (papel, vidro, lata, plástico entre 
outros). Entretanto, alguns materiais não são reciclados por falta de mercado, como 
é o caso de vidros planos, entre outros materiais. O lixo úmido corresponde à parte 
orgânica dos resíduos, como as sobras de alimentos, cascas de frutas, restos de 
poda etc., que pode ser usada para compostagem. Essa classificação é muito usada 
nos programas de coleta seletiva, por ser facilmente compreendida pela população. 
O lixo também pode ser classificado de acordo com seus riscos potenciais. 
De acordo com a NBR/ABNT 10.004 (2004), os resíduos dividem-se em Classe I, 
que são os perigosos, e Classe II, que são os não perigosos. Estes ainda são 
divididos em resíduos Classe IIA, os não inertes (que apresentam características 
como biodegradabilidade, solubilidade ou combustibilidade, como os restos de 
alimentos e o papel) e Classe IIB, os inertes (que não são decompostos facilmente, 
como plásticos e borrachas). Quaisquer materiais resultantes de atividades que 
contenham radionuclídeos e para os quais a reutilização é imprópria são 
considerados rejeitos radioativos e devem obedecer às exigências definidas pela 
Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN. 
No entanto, a compostagem é o apodrecimento controlado dos materiais 
orgânicos descartados. Além disso, a compostagem tem sua aplicação em: 
“horticultura; fruticultura; produção de grãos; jardinagem; projetos 
paisagísticos; reflorestamento; produção de mudas; recuperação de solos 
esgotados; controle de erosão; cobertura de aterros; etc.” (CARVALHO, et 
al, 2000, apud BEZERRA, 2019). 
Existe ainda outra forma de classificação, baseada na origem dos resíduos 
sólidos. Nesse caso, o lixo pode ser, por exemplo, domiciliar ou doméstico, público, 
de serviços de saúde, industrial, agrícola, de construção civil e outros. Essa é a 
 
36 
 
forma de classificação usada nos cálculos de geração de lixo. Principais 
características dessas categorias: 
 Domiciliar: são os resíduos provenientes das residências. É muito 
diversificado, mas contém principalmente restos de alimentos, produtos 
deteriorados, embalagens em geral, retalhos, jornais e revistas, papel higiênico, 
fraldas descartáveis entre outros. 
Comercial: são os resíduos originados nos diversos estabelecimentos 
comerciais e de serviços, tais como supermercados, bancos, lojas, bares, 
restaurantes, entre outros. 
Público: são aqueles originados nos serviços de limpeza urbana, como 
restos de poda e produtos da varrição das áreas públicas, limpeza de praias e 
galerias pluviais, resíduos das feiras livres e outros. 
De serviços de saúde: resíduos provenientes de hospitais, clínicas médicas 
ou odontológicas, laboratórios, farmácias etc. É potencialmente perigoso, pois pode 
conter materiais contaminados com agentes biológicos ou perigosos, produtos 
químicos e quimioterápicos, agulhas, seringas, lâminas, ampolas de vidro, brocas 
entre outros. 
Industrial: são os resíduos resultantes dos processos industriais. O tipo de 
lixo varia de acordo com o ramo de atividade da indústria. Nessa categoria está a 
maior parte dos materiais considerados perigosos ou tóxicos. 
Agrícola: resulta das atividades de agricultura e pecuária. É constituído por 
embalagens de agrotóxicos, rações, adubos, restos de colheita, dejetos da criação 
de animais entre outros. 
Entulho: restos da construção civil, reformas, demolições, solos de 
escavações entre outros. 
No Brasil, a geração de lixo per capita varia de acordo com o porte 
populacional do município. Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saneamento 
Básico (PNSB), elaborada pelo IBGE em 2000, a geração per capita de resíduos no 
Brasil varia entre 450 e 700 gramas para os municípios com população inferior a 200 
mil habitantes e entre 700 e 1.200 gramas em municípios com população superior a 
200 mil habitantes. 
 
37 
 
17.1 Resíduos perigosos 
Os resíduos industriais e alguns domésticos, como restos de tintas, solventes, 
aerossóis, produtos de limpeza, lâmpadas fluorescentes, medicamentos vencidos, 
pilhas e outros, contêm significativa quantidade de substâncias químicas nocivas ao 
meio ambiente. 
Estima-se que existam de 70 a 100 mil produtos químicos sintéticos, 
utilizados de forma comercial na agricultura, na indústria e em produtos domésticos. 
Infelizmente, as suas consequências são percebidas apenas depois de muito tempo 
de uso. Foi o que aconteceu com o clorofluorcarbono, conhecido como CFC, que há 
bem pouco tempo era amplamente usado em aerossóis, isopor, espumas, sistemas 
de ar condicionado, refrigeradores e outros produtos, até descobrir-se que sua 
liberação na atmosfera vinha causando a destruição da camada de ozônio. 
Muitos desses produtos contêm metais pesados, como mercúrio, chumbo, 
cádmio e níquel, que podem se acumular nos tecidos vivos, até atingir níveis 
perigosos para a saúde. 
Os efeitos da exposição prolongada do homem a essas substâncias ainda 
não são totalmente conhecidos. No entanto, testes em animais mostraram que os 
metais pesados provocam sérias alterações no organismo, como o aparecimento de 
câncer, deficiência do sistema nervoso e imunológico, distúrbios genéticos etc. 
Quando não são adequadamente manejados, os resíduos perigosos 
contaminam o solo, as águas e o ar. Veja a seguir alguns exemplos de resíduos 
perigosos, que devem ser dispostos adequadamente para evitar riscos ao homem e 
ao meio ambiente: 
Pilhas: algumas pilhas de uso doméstico ainda possuem elevadas 
concentrações de metais pesados. Porém, como o processo de reciclagem é 
complicado e caro, não é realizado na maioria dos países. Por isso, o consumo de 
pilhas que contêm altas concentrações de metais pesados e de pilhas de origem 
incerta deve ser evitado. A Legislação Brasileira (Resolução CONAMA 257/99) 
estabelece que as pilhas alcalinas do tipo manganês e zinco-manganês, com 
elevados teores de chumbo, mercúrio e cádmio, devem ser recolhidas pelo 
importador ou revendedor. Para melhor informar o consumidor, esta Resolução 
estabelece que as cartelas das pilhas contenham informações sobre o seu descarte. 
 
38 
 
Assim, ao comprar pilhas, verifique na embalagem as informações sobre os metais 
que a compõem e como descartá-las. 
Baterias: as baterias de automóveis, industriais, de telefones celulares (entre 
outras) contêm metais pesados em concentração elevada. Por isso, devem ser 
descartadas de acordo com as normas estabelecidas para proteção do meio 
ambiente e da saúde. O descarte das baterias de carro, que contêm chumbo, e de 
telefones celulares, que contêm cádmio, chumbo, mercúrio e outros metais pesados, 
deve ser feito somente nos postos de coleta mantidos por revendedores, 
assistências técnicas, fabricantes e importadores (pois é deles a responsabilidade 
de recolher e encaminhar esses produtos para destinação final ambientalmente 
adequada). O mesmo vale para qualquer outro tipo de bateria, devendo o usuário 
criar o hábito de ler as instruções de descarte presente nos rótulos ou embalagem 
dos produtos. 
Lâmpadas fluorescentes: mais econômicas, as lâmpadas fluorescentes se 
tornaram muito populares

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