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Patologia do Esôfago Revisão – Anatomia e Funções à Tubo muscular de cerca de 25cm, que vai da epiglote até a junção com o estômago à Divisão em superior (músculo estriado esquelético), médio (alternância entre fibras estriadas e lisas) e inferior (fibras musculares lisas) à Histologia: 4 camadas – mucosa, submucosa, muscular e adventícia à Plexos nervosos: Meissner e Auerbach à Linfonodos à Esfíncteres: esofágico superior e inferior à Condução de alimentos e líquidos da faringe ao estômago à Evitar refluxo gastroesofagiano Identificação da patologia esofagiana: à Anomalias congênitas à Alterações da motilidade à Alterações vasculares à Inflamações à Corpos estranhos à Neoplasias Considerações gerais: à Disfagia à Dor em queimação, azia à Hematêmese à Odinofagia Procedimentos especializados: à Esofagoscopia à Rx contrastado com bário à Manometria (avalia força e função dos músculos do esôfago) 1) Anomalias congênitas – Atresia à Rara, em geral associada a outras mal-formações à Sem fístula (tipo A) ou com fístula esôfago-traqueal (tipos B, C e D) à 80% das anomalias congênitas, com cordão fino na bifurcação traqueal à Clínica: salivação excessiva, vômito, tosse por regurgitação do muco aspirado, cianose e/ou asfixia à Síndrome de Vater: Atresia + fístula ET + vértebras anômalas, displasia do rádio e ânus mal-formado à Tratamento cirúrgico 2) Anomalias da motilidade – Acalásia ou megaesôfago à Dificuldade de engolir + dilatação progressiva e irregular do esôfago + incapacidade de relaxamento do esfíncter inferior do esôfago à Origem na disfunção do plexo de Auerbach, com barragem na passagem do bolo alimentar para o estômago, o que progride para dilatação do esôfago à Distúrbio primário de origem desconhecida à Brasil: pode ser adquirida na doença de Chagas, a partir da ampla destruição de células ganglionares à Sintoma clássico: disfagia progressiva à Possíveis complicações: CA de células escamosas, esofagite, divertículo esofágico e pneumonia Hérnia de hiato à Parte do conteúdo abdominal sobre para a cavidade torácica à Tipo 1: esôfago curto (congênito ou adquirido), com tração do estômago para o tórax à Tipo 2: hérnia por rolamento (paraesofágica) – devido a um aumento da pressão intra-abdominal (obesidade, tosse, vômito, gravidez etc.), um segmento do fundo gástrico se insinua entre o esôfago e hiato Obs: diagnóstico diferencial de enfarto agudo do miocárdio à Tipo 3: 90% dos casos, no qual o esôfago, cárdia e parte do estômago sobe para o tórax. Costuma estar associada a doença do refluxo gastroesofágico à Tipo 4: outras vísceras também sobem para o tórax, como o baço e os intestinos, geralmente associadas a situações traumáticas. Clínica – esofagite de refluxo. Complicações: úlcera péptica, hematêmese, anemia, estenose e carcinoma superposto Síndrome de Mallory-Weiss à Laceração gastroesofágica aguda linear longitudinal superficial à Associada a alcoolismo, uso contínuo de AAS e hérnias de hiato à Sinais e sintomas: hematêmese, precedida de vômitos à 10 a 15% das hemorragias altas à Se sobreviver ao sangramento, cicatriza passadas 48-72h Síndrome de Boerhaave à Sangramento maciço e fatal, após episódios de tosse violenta ou vômitos repetidos, alimentação ou ingestão de bebidas alcoólicas exageradas à Fisiopatogenia: aumento da pressão esofágica provoca ruptura à Morte em 100% dos casos Síndrome de Plummer-Vinson à Hipotrofia da orofaringe + inflamação crônica da porção superior do esôfago + anemia ferropriva à Epidemiologia: mulheres (90%), entre 40 e 45 anos à Deve ser feito acompanhamento, pois 50% dos casos evoluem para CA de esôfago e orofaringe Divertículos à Pequenas projeções para fora da parede esofagiana à Divertículo de Zenker: abaixo do EES, por fraqueza muscular ou incoordenação motora em homens com idade superior a 60 anos. Clínica: desconforto com sensação de corpo estranho, sialorréia, dor e regurgitação de alimentos, disfagia, aspiração pulmonar, sussurro e “cacarejo de galinha” àDivertículo de tração: mais frequente no 1/3 médio e inferior do esôfago, por aderências periesofágicas inflamatórias, TB ganglionar ou disfunção motora. Geralmente assintomática. Complicações: inflamação, que evolui para ulceração e por fim ruptura com hemorragia e mediastinite fatal ou condicionar DPOC e/ou pneumonia por aspiração 3) Alterações Vasculares à Mais comuns nos terços distal e médio do esôfago, quando o fluxo portal é desviado do fígado para veias coronárias do estômago e para o plexo esofagiano submucoso. Aumento da pressão ~ dilatação vascular à Situações que evoluem para rupturas: erosão inflamatória crônica, tensão nas veias dilatadas por aumento brusco da pressão ou vômitos que provoquem o aumento da pressão hidrostática à Causa mais comum de varizes esofageanas: cirrose com hipertensão porta. 2º causa: esquistossomose Obs: Cerca de 30 a 50% dos pacientes cirróticos morrem pela ruptura das varizes com sangramento maciço (hematêmese), o que provoca choque hipovolêmico à Sangramento crônico = melena (queixa de anemia!) à Pacientes cirróticos possuem trombocitopenia e hipoprotrombinemia, o que dificulta a contenção de sangramentos à A ruptura de varizes esofageanas é uma emergência médica 4) Inflamações à Esofagites podem ser superficiais (restrita à mucosa), erosiva (comprometimento até a camada muscular) ou estenosante (lesões penetram na muscular e tecido periesofagiano, condicionando apareceimento de estenoses cicatriciais) à Esofagites infecciosas mais comuns: Candida, herpes e CMV à Esofagite por Candida: 1/3 médio e distal, relacionada ao maior número de diabéticos, antibioticoterapia prolongada e indivíduos imunossuprimidos. Na endoscopia é visto placas brancacentas ou pequenas ulcerações com halo hiperêmico. Diagnóstico histopatológico confirmado pela presença de hifas. à Esofagite herpética: em indivíduos com neoplasias malignas ou transplantados, que precisem fazer uso de imunodepressores à Esofagite por CMV: imunossuprimidos, com principal sintoma: odinofagia à Esofagite eosinofílica: causada por alérgenos alimentares e associada à asma, dermatite atópica ou rinite alérgica ( = perfil alérgenos) Obs: esofagites podem ser resultados da ação direta do HIV Inflamações Secundárias à Condições que diminuam o tônus do EEI ou aumentam a pressão abdominal podem cursar com ou sem lesões = esofagite de refluxo (DRGE) = Esôfago de Barret à Entubação gástrica prolongada à Ingestão de agentes químicos corrosivos à Ingestão habitual de agentes irritantes ( muito quentes, condimentados, álcool, irradiação externa para tratamento de neoplasia torácica à Uremia associada à insuficiência renal à Micoses profundas 5) Corpos Estranhos à 80% dos casos envolvem crianças, crianças portadoras de deficiência mental ou portadores de doenças psiquiátricas à Apenas 10 a 20% dos casos chega a obstruir a luz e perfurar a parede, sendo feita a remoção por via endoscópica 6) Tumores Benignos à Raríssimos, classificados em localizados, intramurais ou submucosos à Leiomiomas: entre 30 e 50 anos, no 1/3 médio ou inferior do esôfago. Geralmente assintomático, mas se volumoso, pode provocar disfagia à Papiloma escamoso: geralmente único, pequeno e constituído por eixo conjuntivo revestido por epitélio escamoso. Mais comum no sexo masculino, média de 50 anos. Relação com HPV Esôfago de Barret é uma complicação de DRGE de longa duração, caracterizada pela metaplasia (substituição do epitélio escamoso estratificado por epitélio do tipo intestinal. Clínica: associada ou não com hérnia hiatal, queimação retroesternal, pirose persistente e disfagia Predomínio no sexo masculino, brancos, entre 45 e 60 anos Principal fator de risco para o adenocarcinoma Tumores Malignos à 1% de todos os cânceres, principalmente nas regiões sul e sudeste do Brasil à Altas taxas de mortalidade à Brasil: CA de esôfago é o 6º mais frequente em homens e 15ºem mulheres à Proporção 4:1 (homens), acima de 50 anos à Em geral lesões silenciosas e diagnosticadas tardiamente CA de células escamosas/epidermóide à Fatores de risco: • Álcool e tabaco • Pobreza e baixa escolaridade • Lesão esofágica cáustica • Acalasia e divertículos • Síndrome de Plummer-Vinson • Consumo frequente de bebidas muito quentes • Ingesta de alimentos contaminados • Radioterapia anterior para tumores do mediastino à Morfologia: lesões in situ até CA invasivo (principal: exofítico polipoide), 50% no 1/3 médio à Clínica: sintomas tardios, com sobrevida curta. Disfagia e obstrução crônica, odinofagia, perda de peso, infiltrado difuso, hemorragia e septicemia, aspiração de alimentos à Diagnóstico: sinais e sintomas + triagem endoscópica + ultrassom à Prognóstico: sobrevida em 5 anos de 75%, com tendência à recidiva local à Metástases à distância: pulmão, fígado e suprarrenal Adenocarcinoma à ¼ dos CA esofágicos à Maior incidência em homens (7:1) brancos, acima de 40 anos à Principal fator de risco: esôfago de Barret associado a esofagite de refluxo à Outros fatores: tabagismo, obesidade, ingestão de álcool, infecção por H. pylori à Frutas e vegetais frescos atuam como proteção à Clínica: silencioso, pode evoluir com clínica de disfagia, odinofagia, perda de peso, hemorragia digestiva dor torácica e vômitos à Localização principal: 1/3 distal do esôfago à Morfologia: inicialmente planos, podem formar grandes massas com grau severo de infiltração e/ou ulceração à Achados microscópicos: glândulas, mucina, epitélio de Barret, displasia in situ e adenocarcinoma
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