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Direito Constitucional - Exame de Ordem - 1 fase

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DIREITO CONSTITUCIONAL – Exame de Ordem – 1ª fase
Professor: Antônio Kozikoski
• 1ª aula (04.01)
PODER EXECUTIVO: ELEIÇÃO, POSSE, SUBSTITUIÇÃO E SUCESSÃO DO
PRESIDENTE DA REPÚBLICA
ELEIÇÃO PRESIDENCIAL
SISTEMA MAJORITÁRIO DE DOIS TURNOS
Primeiro turno de votação: Ocorre sempre no primeiro domingo de outubro. Os
candidatos buscam, nessa ocasião, a maioria absoluta dos votos, não computados ou
brancos e os nulos.
Ex.: MAIORIA ABSOLUTA DOS VOTOS – Suponhamos que em uma eleição o total de
votos foi 100.000.000, dos quais 10.000.000 eram brancos e/ou nulos. Dessa forma,
apenas 90.000.000 são votos válidos. Divide-se essa quantidade por dois, totalizando
45.000.000 e acrescenta-se mais 1, ficando então 45.000.001. Isto é maioria absoluta. É
mais que a metade de um total.
Segundo turno de votação: Se ninguém atinge este primeiro número, ocorre sempre no
último domingo de outubro. Nele concorrem os dois candidatos mais bem votados no
primeiro turno.
Ex.: Há três candidatos para as eleições, que ficaram em primeiro turno classificados da
seguinte forma: João primeiro, Maria segunda e por último o José. Obviamente, neste
segundo turno concorreria João e Maria. PERGUNTA-SE: E se antes do segundo turno
ocorre a morte, impedimento ou desistência de um desses candidatos, suponha-se a
Maria? O João seria considerado vencedor? NÃO! Obrigatoriamente é convocado entre
os remanescentes o de maior votação, ou seja, o terceiro classificado, neste exemplo aqui
o José.
Ver o art. 77 da Constituição Federal. Atenção para o §5º – Se remanescer, em
segundo lugar, mais de um candidato com a mesma votação (OU SEJA, SE HOUVER
EMPATE), qualificar-se-á o mais idoso. 
Obs.: A eleição para GOVERNADOR ocorre da mesma forma. Porém, já houve questões
que caíram anteriormente nas provas perguntando sobre o PREFEITO. Na eleição para
Prefeito, há duas formas: se for em município com mais de 200 mil eleitores, tem 2 turnos
de votação; mas se for menos de 200 mil eleitores, tem apenas 1 turno.
POSSE PRESIDENCIAL
A posse ocorre em primeiro de janeiro do ano subsequente aos das eleições e é feita no
Congresso Nacional numa sessão legislativa extraordinária. Nesse dia podem ocorrer
quatro possibilidades.
Presidente Vice Presidente
Comparece Comparece Tomam posse
Falta Falta
Se não justificarem em 10 dias, os cargos serão
considerados vagos. “DUPLA VACÂNCIA”
Comparece Falta
Se dará posse ao presidente da república. O vice
só serve para substituir e suceder. Não tem
obrigatoriedade de se ter um vice.
Falta Comparece
Se dará posse ao vice-presidente e este substituirá
o presidente. Após 10 dias se não houver
justificação da falta, o vice sucederá o presidente.
SUBSTITUIÇÃO PRESIDENCIAL
O cargo é do Presidente da República. Se este está doente, ou foi viajar, algo
momentâneo/temporário, quem ocupa seu lugar é o Vice-Presidente da República. Se
este não pode, quem entra no lugar é o Presidente da Câmara dos Deputados, e também
na falta deste, o Presidente do Senado Federal. Mas, caso ninguém possa, quem substitui
é o Presidente do Supremo Tribunal Federal. 
Todos estes cargos são de brasileiro nato (art. 12, §3º, CF).
Será uma sessão conjunta, onde se apresentará a Câmara dos 
Deputados e ao Senado Federal. Como o congresso está fechado, 
abrirá somente para dar a posse ao Presidente da República.
SUCESSÃO PRESIDENCIAL
A sucessão é definitiva, e ocorre em casos como morte, renúncia, ou impedimento do
Presidente da República. Nestes casos, o vice assume. Se acontecer de ficar vago o
cargo de vice, o Presidente continua o mandato normalmente.
E se vagar os dois cargos? Há a dupla vacância e, nesse caso, há regras específicas
para o preenchimento dos cargos nos dois primeiros anos do mandato e nos dois últimos
anos do mandato.
• Se ocorrer nos dois primeiros anos (art. 81, CF):
Serão feitas novas eleições diretas. Aqueles que se elegeram vão cumprir o mandato
apenas da diferença que falta do mandato originário. Ex.: Se o Presidente da República e
seu Vice morreram na virada do primeiro ano pro segundo, o que se eleger agora ficará
por 3 anos. Esta eleição deve ser feita no prazo de 90 dias.
• Se ocorrer nos dois últimos anos (art. 81, §1º, CF):
Serão feitas novas eleições pelo Congresso Nacional (eleições indiretas). O que for eleito
também cumprirá o mandato restante. Deve ser feita no prazo de 30 dias.
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• 2ª aula (04.02)
PODER EXECUTIVO – ATRIBUIÇÕES
As atribuições do Presidente estão inseridas no art. 84 da CF.
A primeira coisa que a gente tem que se perguntar é: as atribuições do Presidente da
República são delegáveis ou não, via de regra? Em regra, cabe a ele fazer, as atribuições
são indelegáveis. Há, contudo, exceções colocados no art. 84, nos incisos VI, XII e XXV
(primeira parte) da CF.
Atribuições delegáveis do Presidente da República
ATRIBUIÇÕES DELEGÁVEIS DELEGATÁRIOS
VI – decreto sobre a organização e
funcionamento da Administração Pública
Ministros de Estado
XII – indulto e comutação de penas Procurador-Geral da República
XXV – prover cargos federais Advogado-Geral da União
Importante → Qualquer uma dessas atribuições pode ser delegada para qualquer um da
coluna dos delegatários!
Ministros de Estado: são os auxiliares do Presidente da República na condução da
administração pública federal. O PR quando é eleito se cerca de pessoas com aptidões
para conduzir determinados seguimentos da administração federal. (ex.: “eu” presidente
quero um Ministro da Educação ou “eu” presidente quero um Ministro da Cultura, etc)
 Procurador-Geral da República: é o chefe do ministério público da união.
 VI – dispor, mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não
implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgão públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos.
O Decreto é um ato normativo estruturado na forma de artigos, muito parecido com uma
lei, e é feito pelo Presidente da República. Naturalmente, ninguém melhor do que o PR
para em um ato normativo dispor sobre a organização e o funcionamento da
administração federal, pois ele é o “líder dela”, é o “chefe”, “dono da coisa”. Mas ele não
poderá fazer este decreto quando isto implicar em aumento de despesa ou
criação/extinção de órgãos públicos.
PERGUNTA: Compete ao PR dispor mediante decreto sobre a organização e
funcionamento da administração federal, salvo se isso resultar em aumento de despesa
ou extinção de cargo público vago? ERRADO! A extinção de funções ou cargos públicos,
quando vagos, ele pode fazer! O que ele não pode é extinguir órgãos públicos. 
 XII – Conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos
órgãos instituídos em lei.
Isto quer dizer, o PR pode perdoar e pode trocar uma pena grave por uma pena não tão
grave assim. Ele também pode delegar esta atribuição para os ministros de estado,
procurador-geral da república e o advogado-geral da união.
 XXV – Prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei.
CUIDADO! A Constituição fala que são delegáveis as atribuições do PR inseridas no art.
84, VI, XII e XXI, primeira parte – então temos que separar assim: 
PROVER | EXTINGUIR
A parte delegável é PROVER. A parte indelegável é EXTINGUIR.
Atribuições indelegáveis do Presidente da República
I. Nomear e exonerar os Ministros de Estado;
II. Exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração
federal;
III. Iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;
IV. Sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e
regulamentos para sua fiel execução;
Há dois tipos de decretos que o Presidente da República pode fazer:
Decreto: fiel execução da lei (art. 84, IV)
Decreto:organização e funcionamento da
Administração Pública (art. 84, VI)
Indelegável
Constituição
↓ 
Lei
↓ 
Decreto
Delegável
Constituição
↓ 
Decreto
V. Vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
VII. Manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes
diplomáticos;
VIII. Celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do
Congresso Nacional;
IX. Decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
X. Decretar e executar a intervenção federal;
XI. remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da
abertura da sessão legislativa, expondo a situação do País e solicitando as providências
que julgar necessárias;
XIII. exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da
Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para
os cargos que lhes são privativos;
XIV. nomear, após aprovação pelo Senado Federal (isso se chama sabatina), os
Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de
Territórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores do banco central
e outros servidores, quando determinado em lei;
XV. nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da
União;
XVI. nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-
Geral da União (sem sabatina);
XVII. nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;
XVIII. convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional;
XIX. declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso
Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e,
nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;
XX. celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional;
XXI. conferir condecorações e distinções honoríficas;
XXII. permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem
pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente;
XXIII. enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes
orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição;
XXIV. prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a
abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;
XXVI. editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;
XXVII. exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.
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• 3ª aula (04.03)
PODER EXECUTIVO – RESPONSABILIDADE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA
O Presidente pode praticar crimes comuns ou crimes de responsabilidade. Há regras
específicas de processamento para cada um deles:
CRIMES COMUNS: aqueles que podem ser praticados por qualquer um. O Presidente,
contudo, goza de algumas prerrogativas/imunidade.
• Primeira prerrogativa: o Presidente da República só pode ser preso após
sentença penal condenatória! (art. 86, §3º).
• Segunda prerrogativa: durante o mandato, o Presidente da República somente
pode ser responsabilizado por atos que se relacionam com a função presidencial.
De outro lado, o Presidente não pode ser responsabilizado, durante o mandato, por
atos que não tenham conexão com a função presidencial (ex.: homicídio no
trânsito). (art. 86, §4º)
Então, na ocorrência de um crime, devemos nos perguntar: tem relação com a
função presidencial? Se não, a responsabilização ocorre apenas após o final do
mandato. Não corre prescrição. Se sim, a responsabilidade é imediata. Ocorre
durante o mandato.
Como é julgado o Presidente quando ocorre um crime comum funcional, ou seja,
quando tem relação com a função?
→ Primeiro há a DENÚNCIA feita pelo Procurador Geral da República;
→ A AUTORIZAÇÃO do processamento deve ser feita pela Câmara dos Deputados. É
eles quem dizer se pode ou não processar o Presidente. Necessário aprovação de 2/3.
2/3 de 513 = 342
PERGUNTA: Em um dia chuvoso, compareceu a Câmara dos Deputados apenas 381
deputados. Houve uma votação sobre um processo contra o Presidente, e teve a
autorização de 339 daqueles que estavam presentes. Está, então, autorizado? NÃO! Toda
vez que a Constituição fala de quorum ela está se referindo ao total. A única exceção que
se leva em conta o número de presentes, é a maioria simples, que é empregada para
criação de lei ordinária. 
→ O FORO será o STF (art. 102, inciso I, alínea “b” + art. 86, CF)
→ Assim que há o RECEBIMENTO DA DENÚNCIA PELO STF, o Presidente da
República é imediatamente suspenso por 180 dias.
→ Se ocorrer a NÃO CONCLUSÃO DO PROCESSO EM 180 DIAS, o Presidente da
República retorna ao cargo.
→ As PENAS serão as penas do tipo, de acordo com o crime que ele cometeu.
CRIMES DE RESPONSABILIDADE: não é qualquer um que pode praticar, só quem tem
algum tipo de conexão com o público, algum cargo político.
O crime de responsabilidade nada mais é do que um “impeachment ou impedimento”.
NATUREZA JURÍDICA: Infração político administrativa.
Importante DECORAR o artigo 85 onde dita de forma genérica os crimes de
responsabilidade!
Art. 85, parágrafo único: Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá
as normas de processo e julgamento. (esta lei especial é a LEI FEDERAL 1.079/1950 –
está muito ultrapassada para os tempos de hoje – melhor não ler para não confundir)
Súmula Vinculante n. 46: “A definição dos crimes de responsabilidade e o
estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento são de competência
legislativa privativa da União.”
PERGUNTA: O crime de responsabilidade do PR é regulado por Lei Federal. E o crime de
responsabilidade praticado pelo Governador? É regulado pela Lei Federal também!
Como é julgado o Presidente quando ocorre um crime de responsabilidade?
→ A DENÚNCIA é feita por qualquer cidadão
→ A AUTORIZAÇÃO do processamento é feita pela Câmara dos Deputados (2/3)
→ O FORO é o Senado Federal, presidido pelo Presidente do STF (art. 52, inciso I + art.
86 + art. 52, parágrafo único, CF)
→ Assim que há o RECEBIMENTO DA DENÚNCIA PELO SENADO, o Presidente da
República é imediatamente suspenso por 180 dias.
→ Se ocorrer a NÃO CONCLUSÃO DO PROCESSO EM 180 DIAS, o Presidente da
República retorna ao cargo.
→ As PENAS são a perda do cargo + inabilitação para função pública por 8 anos (2/3).
(nesta inabilitação para função pública também está incluso concursos, qualquer função
pública, não só político)
PROCEDIMENTO NA CÂMARA DOS DEPUTADOS
Na Câmara dos Deputados o Presidente da Casa somente autoriza a colocação do
processo em pauta. Caso aceite, será formada uma comissão especial com 65 Deputados
de todos os partidos (atendida a proporcionalidade). Na Comissão será elaborado um
parecer sobre a instauração do processo. Se o parecer for favorável, o Presidente terá o
prazo de 10 sessões (encontros) para se defender (defesa feita pelo AGU). Após a
defesa, a Comissão tem um prazo de 5 sessões para votar o relatório final criado pela
Comissão. Em seguida, encaminha-se o processo para Plenário, no qual o quórum de 2/3
deve ser atingido para a abertura do processo. 
PROCEDIMENTO NO SENADO FEDERAL
No Senado Federal é formada uma comissão com 21 Senadores e 21 Suplentes. Nesta
Comissão haverá um relator que criará um parecer pela admissibilidade ou não da
abertura do processo. Tal parecer vai à votação por maioria absoluta dos membros da
Comissão. Em seguida, ocorre a votação em Plenário para a admissibilidade, o que é
feito por maioria absoluta dos membros do Senado Federal. Se for arquivado, o processo
é arquivado. Se for aceito, o Presidente é suspenso por 180 dias ante a instauração do
processo. Neste momento, começam os interrogatóriose a apresentação das provas. Um
novo parecer é criado e votado no âmbito da Comissão.
Independentemente do parecer, o processo vai à Plenário onde uma nova votação é feita.
Nesta votação, os Senadores se manifestam no sentido de ser procedente, ou não, a
acusação. Se a votação for no sentido de inexistência de fundamento, o Presidente
reassume e o processo é arquivado. Se a votação for no sentido de se admitir a
acusação, há uma nova votação no Senado para decidir se a acusação é procedente ou
não. Em caso negativo, arquiva-se. Em caso Com o parecer finalizado, há uma votação
na própria Comissão, a qual se dá por maioria absoluta dos votos. 
Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença do
Congresso Nacional, ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de
perda do cargo.
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• 4ª aula (04.04)
PODER LEGISLATIVO: ORGANIZAÇÃO DO CONGRESSO NACIONAL
Agora começaremos a falar sobre o poder LEGISLATIVO, e focaremos também no âmbito
federal, assim como fizemos com o poder executivo. Lá focamos no Presidente da
República, aqui focaremos no Congresso Nacional, mais especificamente sobre a sua
organização.
O Congresso Nacional é bicameral, ou seja, possui duas casas: a Câmara de Deputados
e o Senado Federal. 
A atuação dessas casas, via de regra, é feita de modo isolado, cada casa fazendo o seu
trabalho, só de vez em quando se juntam.
CÂMARA DOS DEPUTADOSSENADO FEDERAL
CÂMARA DE DEPUTADOS (art. 45, CF)
A Câmara de Deputados está regulada no art. 45 da CF. É formada pelos representantes
do povo nos Estados, no DF e nos Territórios. 
A composição é proporcional (ao número de povo [habitantes]). A CF não define qual é
exatamente a quantidade que terá um estado mais populoso e um menos populoso,
apenas diz que terá no mínimo 8 e no máximo 70 (ex.: o Acre tem 8 deputados, e SP tem
70 deputados). A definição de quantos deputados terá cada estado foi feita através de Lei
Complementar, de forma que totalizando a soma de todos os deputados, dará a
quantidade exata de 513 deputados.
EXCEÇÕES: Territórios (se criados, porque hoje em dia não existe mais) terão 4
deputados federais.
• Mandato: 4 anos (1 legislatura)
• Idade mínima: 21 anos
• Sistema eleitoral: proporcional (quando um parlamentar recebe um número
gigante de votos, ele puxa consigo parlamentares que não foram tão bem votados)
– Obs.: a partir de 2019 ficou proibida a coligação (isto é, a reunião de partidos
políticos para disputa de determinados cargos) art. 17, §1º.
SENADO FEDERAL (art. 46, CF)
O Senado Federal é formado por representantes do Estado e do DF. Agora não estamos
falando do representante do povo de um estado, mas de um representante do estado. A
representativa então é da pessoa jurídica. Teoricamente, a Câmara tem que votar no que
for relacionado ao interesse do povo, e o Senado no que for de interesse do estado (ex.:
um projeto de aumento de tributos – a câmara deveria votar contra e o senado a favor).
Sua composição é fixa, não tem diferença entre estado no Brasil. Cada estado e o DF
elegerão 3 senadores com 2 suplentes cada (total de 81 senadores).
Mas por que já tem que se eleger 2 suplentes? Porque o mandato do senador é muito
longo, tem duração de 8 anos. Por isso, já tem que se escolher o senador com 2
suplentes que são os reservas, cuja atribuição é praticamente “ficar gorando pro titular
morrer pro suplente entrar”. 
• Mandato: 8 anos (2 legislaturas) – Eleições de 4 em 4 anos (renovação na
proporção 1/3 – 2/3) 
Eleições:
2018 (elege 2) -------------------------- 2036 (elege 2) -------------------------- 2034 (elege 2)
-------------------------- 2022 (elege 1) ---------------------------- 2030 (elege 1)
• Idade mínima: 35 anos
• Sistema eleitoral: Majoritário (o mais votado entra)
Obs.: Aqui a coligação é permitida!
F UNCIONAMENTO DO CONGRESSO NACIONAL 
A legislatura é um período de 4 anos. E cada ano desse é uma sessão legislativa ou
sessão legislativa ordinária que é quando o parlamentar trabalha. 
2/3 2/3 2/31/3 1/3
➢ SESSÃO LEGISLATIVA EXTRAORDINÁRIA (art. 57, §6º)
Recesso parlamentar.
Convocação pelo Presidente do Senado Federal em caso de Estado de Defesa, Estado
de Sítio, Intervenção Federal e compromisso e posse do PR.
Convocação pelo Presidente da República, Presidente da Câmara e do Senado ou
maioria absoluta dos membros de ambas as casas em casos de urgência ou interesse
público relevante.
Vedada a deliberação a respeito de matéria diversa daquela para qual foi convocada.
Exceção: Medidas Provisórias. 
Vedado o pagamento de parcela indenizatória.
1º de fevereiro do primeiro ano de uma legislatura.
Posse de seus membros e eleição das respectivas mesas para mandato de 2 anos,
vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente. 
➢ SESSÃO CONJUNTA (art. 57, §3º, CF)
Inaugurar a sessão legislativa.
Elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas Casas.
Receber o compromisso e a posse do Presidente da República.
Conhecer do veto e sobre ele deliberar.
Funcionamento do Congresso Nacional.
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• 5ª aula (04.05)
PROCESSO LEGISLATIVO – art. 59, CF
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• 6ª aula (04.06)
PODER LEGISLATIVO: PROCESSO LEGISLATIVO ORDINÁRIO (INICIATIVA)
Processo que dá origem a lei ordinária e a lei complementar. A nomenclatura é utilizada
para diferenciá-lo do processo legislativo sumário.
Na LEI ORDINÁRIA é necessário aprovação por maioria simples/relativa, ou seja,
aprovação de mais da metade dos presentes. Por exemplo, em um determinado dia
estavam presentes no Senado Federal 60 dos 81 senadores. Nesse dia, qual seria o
número para aprovação da lei ordinária? 31.
Já na LEI COMPLEMENTAR é necessário aprovação por maioria absoluta, ou seja, mais
da metade do total de membros. No mesmo exemplo, mesmo sendo 60 presentes, será
necessário ter 41 votos para aprovação desta lei.
Existe uma maior dificuldade na aprovação da Lei Complementar, pois precisa de um
número maior de votos do que pra aprovar uma Lei Ordinária. Mas isso não faz da Lei
Complementar uma lei de hierarquia superior. O que existe de diferença na essência
destas duas leis é que na LC existem matérias específicas que obrigatoriamente devem
ser reguladas por ela; existe uma reserva constitucional para a LC (quando a constituição
quer que uma determinada matéria passe por um processo legislativo um pouco mais
encorpado, por uma adesão de um número maior de complementares, ela vem e fala
“essa matéria deve ser regulada por LC” – logo, para saber se deve ou não ser regulada
por uma LC, basta ler a Constituição).
PERGUNTA (caiu em uma questão dificílima da OAB): Quando a CF diz que uma matéria
deve ser regulada por LC, a única lei possível de ser criada é a LC. E quando ela silencia,
aí pode usar tanto LC quanto LO? O art. 18, §3º, CF, fala que a criação de Estados é feita
por LC. De outro lado, o art. 22, I, CF, diz que compete a União dispor/legislar sobre
direito civil. Então, no primeiro artigo citado somente é possível se fazer pela LC, se
fizermos uma LO ela será declarada inconstitucional. Mas, no segundo artigo citado, a CF
não disse qual é o ato normativo que deve ser empregado, logo, pode fazer LC ou LO.
Mas a questão da OAB falava o seguinte: esta matéria que não é reservada para LC, logo
pode fazer tanto uma LC quanto uma LO, e consequentemente, a alteração de uma ou de
outra é feita por uma ou por outra? O legislador aprovou a Lei 1 na forma de LC, mas
entenda, essa matéria não era reservada para LC, então poderia também ter sido feita
uma LO. E a alteração dessa LC, por exemplo uma revogação,ela tem que se dar por
uma LC ou LO? TANTO FAZ! Quando estivermos falando sobre matéria específica de LC,
então somente pode ser alterada por LC, MAS nesta problemática, mesmo ela tendo sido
feita na forma de LC, pode ser revogada por LO também.
A LO é aprovada por maioria simples e no exemplo citado chegamos ao número de 31
porque tinha 60 presentes. Mas e se em um determinado dia estiverem presentes 3
parlamentares? Eles podem aprovar LO se 2 votaram a favor? Não faz sentido. O art. 47
da CF fala basicamente o seguinte: as deliberações em qualquer uma das casas apenas
iniciam se presentes na sessão maioria absoluta dos membros. É essa previsão que irá
impedir que se comece uma discussão e se aprova uma discussão com 3 presentes.
Então, por exemplo, o SF tem 81 senadores, para começar uma sessão tem que ter no
mínimo 41 presentes. Se quiser, neste dia, aprovar uma LO, o número necessário é 21
(mais da metade dos presentes), mas nesse mesmo dia, se precisar aprovar LC, vai
precisar dos 41 votos.
Fases do processo legislativo ordinário:
INICIATIVA → FASE CONSTITUTIVA → FASE COMPLEMENTAR
INICIATIVA
A iniciativa é a apresentação de um projeto. Quem pode apresentar esse projeto?
a) GERAL (art. 61, CF): A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer
membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso
Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais
Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos
previstos nesta Constituição. (então todos estes podem apresentar projeto de LC e LO)
Onde deve apresentar o projeto? Qual a “casa inicial”? 
Obs.: “comissão do CN” → O CN é formado por CD e por SF; pode se ter uma comissão
da CD e uma comissão do SF, que irão apresentar seus projetos em suas respectivas
casas. Mas pode ter, em um determinado momento, uma comissão do CN, e quando
acontece isso e os integrantes das duas casas apresentam um projeto, na CF não diz
qual é a casa inicial, mas criou-se um costume assim “o projeto 1 vai pra câmara, o
projeto 2 vai pro senado, o projeto 3 vai pra câmara, o projeto 4 vai pro senado…” e assim
alternadamente.
IMPORTANTE! Já caiu 
muito na OAB
Se apresentar em outra casa 
e for aprovado, será 
inconstitucional!
b) PRIVATIVA DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA (art. 61, §1º, CF): 
Art. 61, § 1º. São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que: 
I. fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;
II. disponham sobre:
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica
ou aumento de sua remuneração; 
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços
públicos e pessoal da administração dos Territórios; 
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos,
estabilidade e aposentadoria;
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como normas
gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados, do
Distrito Federal e dos Territórios;
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o
disposto no art. 84, VI; 
f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções,
estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a reserva. 
Para compreender melhor este artigo:
O PR é o chefe da Administração Pública Federal (União), logo, ele está no topo de uma
organização que envolve cargos, empregos, funções, remunerações, etc. Nesse contexto,
todo projeto de lei que versa sobre cargo, emprego, função, remuneração na
Administração Pública Federal deve partir da iniciativa do PR. Não quer dizer que ele tem
que fazer a lei, mas tem que ter a iniciativa (ex.: aumentar a remuneração dos servidores
públicos do poder executivo federal – esse aumento de remuneração deve ser proposto
por um projeto de lei de iniciativa do PR). (alínea “a” e “c”)
Os territórios pertencem à União. A União é comandada pelo PR. Logo, quem faz projetos
de lei versando sobre territórios é o PR. (alínea “b” e “c”)
O PR é auxiliado pelos Ministros de Estado. Para criar ou extinguir um ministério,
somente o PR pode tomar esta iniciativa. (alínea “e”)
Finalizando, o PR é o comandante supremo das forças armadas. Logo, qualquer lei que
verse sobre as forças armadas deve vir de iniciativa dele. (alínea “a” e “f”)
c) INICIATIVA POPULAR: está presente em todos os níveis da Federação brasileira.
A iniciativa popular permite que qualquer cidadão apresente um projeto de lei.
Art. 61, § 2º. A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos
Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional,
distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos
eleitores de cada um deles. 
Art. 29, XIII, CF: Iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município,
da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do
eleitorado; 
Art. 27, § 4º. A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual. 
FEDERAL ESTADUAL MUNICIPAL
1% Eleitores
5 Estados-membros
0,3%
CD
LO/LC
? 5%
d) INICIATIVA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (art. 93, CF):
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o
Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:
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• 7ª aula (04.07)
PODER LEGISLATIVO: PROCESSO LEGISLATIVO ORDINÁRIO
(FASE CONSTITUTIVA)
Agora que já sabemos quem pode apresentar o projeto de lei ordinária e lei
complementar, e sabemos onde pode ser apresentado, vamos começar a discutir como
se vota esse projeto – aí vem a fase constitutiva, onde vamos passar por uma deliberação
do Congresso primeiramente, depois por uma deliberação de certa forma executiva.
PROCESSO LEGISLATIVO ORDINÁRIO
O
projeto é iniciado por uma casa inicial (CI), que via de regra é a Câmara dos Deputados.
Ao receber o projeto, a CI pode, em primeiro lugar, rejeitá-lo e ele vai para o arquivo (art.
67, CF). Por outro lado, a CI pode aprovar, e se aprovar o projeto vai para a casa revisora
(CR) que é outra, é vizinha. Então se a casa inicial é a câmara, a casa revisora é o
senado; e quando a casa inicial for o senado, a casa revisora será a câmara. E essa casa
revisora pode dar o projeto por aprovado, dando fim a fase de deliberação parlamentar, e
vai para o PR sancionar ou vetar. No entanto, a casa revisora também pode rejeitar, e o
projeto irá para o arquivo.
A CR pode, além de aprovar e rejeitar, emendar, pode mudar o projeto. E se a CR mudou
o projeto, ele é devolvido para a CI a fim de que esta se manifeste sobre o trabalho feito
pela sua CR. Ao analisar a emenda, a CI pode aprová-lo e ela irá diretamente para o PR
com as anotações feitas pela CR. Mas, se a CI rejeitá-la, as emendas vão para o arquivo
e o projeto segue para o PR sem as alterações feitas pela CR, ou seja, exatamente como
feito pela CI. 
Ex.: Imagine que a um parlamentar apresentou um projeto aumentando a pena de
homicídio. A CI deliberou e rejeitou, portanto o projeto foi para o arquivo, não virou lei.
Mas, suponha-se que a CI tenha aprovado e mandado pra CR. Se a CR quiser agora
rejeitar, ele vai para arquivo também. Mas por outro lado, a CR pode aprovar e vai para o
PR sancionar ou vetar o projeto de lei. Só que a CR pode querer também emendar,
aproveitar e já aumentar a pena de roubo. Se mudou o projeto com a emenda, tem que
voltar pra CI analisar e se aprovar, vai direto para o PR o projeto aumentando a pena de
homicídio e de roubo; mas se rejeitar a emenda, o projeto vai apenas sobre o aumento da
pena de homicídio para o PR. 
Obs.1: Quando a casa inicial recebe a emenda,ela pode aprová-la ou rejeitá-la, mas não
pode de jeito nenhum “emendar” a emenda, não pode mudar de novo o projeto.
Obs.2: Toda emenda tem que guardar uma certa conexão com o projeto, não pode uma
emenda descaracterizar totalmente o projeto. (como no exemplo acima, não poderia a CR
fazer uma emenda dizendo que “fica aumentada a alíquota do imposto tal”, não tem nada
a ver, pois nasceria uma lei bizarra: um artigo de tributário, um artigo de penal). Por fim,
não se admite aquilo que a doutrina chama de “emenda jabuti”.
Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de
novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos
membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional.
Regra: Rejeitado um projeto de lei por uma Casa do Congresso, o projeto somente pode
ser reapresentado na próxima sessão legislativa! (ex.: se apresentou um projeto e foi
rejeitado em 2019; pode apresentar ele de novo em 2020)
Exceção: O projeto rejeitado por qualquer uma das Casas do Congresso pode ser
reapresentado na mesma sessão legislativa se for representado com a assinatura da
maioria absoluta dos membros! (ex.: imagine que o congresso se depare com um projeto
muito controvertido de lei de liberação de aborto – um projeto bem polêmico. No Senado
Federal 40 votou que sim e 41 votaram que não. Normalmente, o autor do projeto tenta
convencer alguém que votou não a mudar de lado. Se ele conseguir, e houver 41
favoráveis, significa que se ele apresentar no mesmo ano, ele terá aprovação. Se existe
uma maioria favorável ao projeto, pode ser reapresentado no mesmo ano)
Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de
suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de
seus membros.
Para começar a votação de um projeto de lei numa determinada Casa do Congresso
Nacional, é necessário ter um número mínimo de parlamentares presentes!
Quando o projeto chega ao Presidente da República, a primeira coisa que ele pode fazer
é sancionar, concordar com o projeto, e através da sanção vem a promulgação e a
publicação. A promulgação é um ato pelo qual o PR certifica que o projeto teve início,
meio e fim, e está tudo certo. Mas, o PR também pode vetar, discordando do projeto de
lei. Se ele vetar com tudo, ele deve comunicar o Presidente do Senado que convocará
uma sessão conjunta no CN para deliberar sobre o veto, ou seja, discutir o veto. Eles vão
discutir para ver se mantém o veto e o projeto é arquivado, ou derrubam o veto e o PR
deve promulgar (nesse caso o legislativo vai mandar mais que o executivo – trata-se de
processo legislativo). Se o PR se negar a promulgar e ficar em silêncio por 48 horas, o
Presidente do Senado Federal promulgará. E se este PSF também se manter em silêncio
por 48 horas, o Vice Presidente do Senado Federal irá promulgar. Além do PR poder
sancionar e vetar, ele também pode ficar em silêncio; situação na qual, se em 15 dias
úteis o PR não se manifestar, ocorre a sanção tácita. Após a sanção tácita, o PR deve
promulgar; e se esse não quiser, segue o mesmo esquema citado acima.
 VETO:
 – O veto é relativo, significa então que ele não é absoluto, pode ser derrubado;
 – Ele também deve ser fundamentado, dizendo se está vetando por inconstitucionalidade
ou por contrariedade ao interesse público;
– Poder ser vetado totalmente ou parcialmente, ou seja, o PR pode vetar a lei inteira ou
parte dela. Detalhe: o PR pode vetar artigo, parágrafo, inciso… ele só não pode vetar
palavras! Porque se pudesse, poderia manipular a norma jurídica (ex.: artigo que diga
“não é proibido fumar” e ele veta o “não”, mudaria todo o sentido);
 – O veto também é irretratável, não existe “desveto”;
– O veto é insuscetível de apreciação judicial, de forma que não se pode entrar com uma
ação questionando a escolha do PR, nem mesmo uma arguição de descumprimento de
preceito fundamental.
Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em um só turno
de discussão e votação, e enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora o
aprovar, ou arquivado, se o rejeitar.
Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à Casa iniciadora. 
Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao
Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará. 
§ 1º Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte,
inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo
de quinze dias úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta
e oito horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto. 
§ 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou
de alínea. 
§ 3º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Presidente da República importará
sanção. 
§ 4º O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu
recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e
Senadores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 76, de 2013) 
§ 5º Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para promulgação, ao Presidente
da República. 
§ 6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4º, o veto será colocado na
ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação
final. 
§ 7º Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Presidente da
República, nos casos dos § 3º e § 5º, o Presidente do Senado a promulgará, e, se este
não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado fazê-lo. 
PROCESSO LEGISLATIVO SUMÁRIO
• Igual ao processo legislativo ordinário, mas agora há prazos fixados. 
• Quem solicita a urgência é o Presidente da República em projetos de sua iniciativa.
• Solicitada a urgência, a Câmara dos Deputados (Casa Inicial) tem prazo de 45
dias para se manifestar. Igual prazo incide para o Senado Federal (Casa
Revisora). Emendas devem ser apreciada em 10 dias. 
Art. 64 (...) 
§ 1º O Presidente da República poderá solicitar urgência para apreciação de projetos de
sua iniciativa.
§ 2º Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal não se
manifestarem sobre a proposição, cada qual sucessivamente, em até quarenta e cinco
dias, sobrestar-se-ão todas as demais deliberações legislativas da respectiva Casa, com
exceção das que tenham prazo constitucional determinado, até que se ultime a votação.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) (ou seja, se a CI não analisar
em 45 dias, ficam sobrestadas as demais deliberações, tranca a pauta da casa: a casa
não poderá votar outra coisa a não ser o projeto de lei – com exceção das que tenham
prazo determinado, por exemplo as medidas provisórias.)
§ 3º A apreciação das emendas do Senado Federal pela Câmara dos Deputados far-se-á
no prazo de dez dias, observado quanto ao mais o disposto no parágrafo anterior. 
§ 4º Os prazos do § 2º não correm nos períodos de recesso do Congresso Nacional, nem
se aplicam aos projetos de código.
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• 8ª aula (04.08)
PODER LEGISLATIVO: EMENDAS CONSTITUCIONAIS
EMENDAS CONSTITUCIONAIS
A emenda constitucional é um ato normativo muito importante, pois ela muda a
constituição. Estudaremos o que ela não pode fazer, como ela é aprovada, quando ela
não pode ser feitas, ou seja, os limites das emendas constitucionais.
O poder constituinte se divide em dois: originário e derivado. O poder constituinte
originário cria a constituição, por isso ele é um poder inicial; ele também é
incondicionado, na medida em que não há forma para o seu exercício; e é ilimitado
juridicamente, quer dizer, ele não está vinculado ao direitoanterior ou mesmo ao direito
natural, ele não tem vínculo jurídico com ninguém. O poder constituinte derivado é
secundário, porque ele não cria uma constituição, e sim muda aquela feita; é
condicionado, porque agora existe uma forma para as chamadas emendas
constitucionais; e essas emendas não podem mudar tudo que querem, logo o poder
constituinte derivado é limitado.
 Limites materiais expressos:
Matérias que, em razão de determinação expressa, não podem ser abolidas por Emenda.
(cláusulas pétreas)
Art. 60, § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I. a forma federativa de Estado; (vivemos em uma Federação que é formada pela união
da União, Estados, Municípios e Distrito Federal. Esse desenho institucional não pode ser
abolido, não se pode fazer uma emenda para transformar a União em um Estado Unitário,
acabar com a autonomia desses entes)
II. o voto direto, secreto, universal e periódico; (o voto tem alguns atributos que são
pétreos, entre eles o “periódico”, vivemos em uma república onde temos uma alternância
de poder, não pode um ser eleito e ficar para sempre, tem que ter alternância. O voto é
universal, de modo que não se pode criar distinção entre as pessoas. O voto é direto, ou
seja, a pessoa vai lá e vota diretamente em quem ela quer, não tem uma intermediação.
O voto obrigatório pode ser transformado em facultativo? Pode, claro, porque voto
obrigatório não é cláusula pétrea)
III. a separação dos Poderes; (temos três poderes independentes e harmônicos entre si,
que são o Legislativo, Executivo e Judiciário, cada um tem o seu âmbito de abrangência,
e direitos e garantias individuais, que conduzem a uma unanimidade)
IV. os direitos e garantias individuais. (o art. 5º não pode ser mudado para abolir algum
direito mencionado. Só se pode mudar o art. 5º se for pra aumentar a proteção)
 Limites circunstanciais:
Em determinadas circunstâncias, o texto constitucional não pode ser alterado.
Normalmente são situações de instabilidade política ou institucional. (quando estamos em
crise, não podemos tomar decisões precipitadas)
Art. 60, § 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal,
de estado de defesa (art. 136) ou de estado de sítio (art. 137). (existem dois tipos de
intervenção federal: existe intervenção federal onde a União intervem nos Estados e no
DF, e é na vigência desta que a cláusula não pode ser alterada; e temos a intervenção
estadual onde os Estados intervem nos Municípios)
 Limites formais:
Estabelecem condições para a criação das emendas constitucionais. Não é livre, portanto,
o processo de criação das emendas constitucionais! Existem limites relacionados à
iniciativa para a propositura das emendas (não é qualquer um que pode apresentar um
projeto), limites relacionados ao processo de votação das emendas constitucionais (há
uma lógica especial para a aprovação das emendas constitucionais, mais difícil, se
comparada ao processo de aprovação de uma lei ordinária ou de uma lei complementar),
etc.
a) Iniciativa restrita:
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
I. de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado
Federal; (1/3 da CD é 171 deputados – 1/3 do SF é 27 senadores – ISTO NÃO É
APROVAÇÃO, é a quantidade de deputados ou senadores que precisa para apresentar
uma PROPOSTA)
II. do Presidente da República;
III. de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação,
manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. (No Brasil
existe uma assembleia legislativa para cada Estado, se mais da metade delas se unirem,
ou seja, se 14 se unirem em prol da mudança da constituição, apresentando um projeto,
aí pode)
Obs.: Não existe iniciativa popular de emenda. O povo então não pode apresentar uma
proposta de emenda constitucional.
b) Procedimento mais complexo:
Art. 60, § 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional,
em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos
votos dos respectivos membros. 
Ex.: Suponha-se que a casa inicial sera a Câmera de Deputados. Em primeiro turno deve
ter no mínimo 3/5 dos votos e em segundo turno 3/5 dos votos novamente; depois a
proposta vai para a casa revisora, neste caso o Senado Federal, e também deve ter
aprovação de no mínimo 3/5 em primeiro turno e no segundo turno. 
c) Inexistência de sanção, veto ou promulgação presidencial:
Art. 60, § 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.
Muitos acham que no fim da votação, o projeto vai para o PR sancionar ou vetar. Mas não
vai, não existe sanção ou veto de poder constituinte. O PR pode sancionar ou vetar a lei,
mas a proposta de emenda constitucional, nunca! Então como se encerra? Com uma
promulgação feita pela mesa da CD e do SF.
d) Proibição de reapresentação, na mesma sessão legislativa, da emenda
constitucional rejeitada ou prejudicada:
Art. 60, § 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por
prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
Apesar de lembrar bastante o processo da lei ordinária/complementar (art. 67, CF), aqui
não há exceção, não poderá nunca ser apresentada na mesma sessão legislativa.
MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL!
Existe uma alteração da norma sem mudança no texto. O texto nada mais é do que a
somatória de letras que formam palavras em uma língua específica. Da leitura do texto, o
intérprete produz a norma. 
Ex.: o art. 7, inciso XVIII fala em “licença gestante”, é um direito das trabalhadoras
urbanas e rurais. Então a mãe tem direito? Não é isso que está escrito, e sim “gestante”,
aqui compreendido como aquela que carrega uma criança em seu ventre. Mas antes da
lei ter estendido para as mães adotivas o direito, já se interpretava o direito constitucional
de forma a acolher também esta. Aqui mudamos a norma, passou-se a entender que
onde está escrito LICENÇA GESTANTE leia-se LICENÇA MATERNIDADE.
Ex.2: Art. 5º “… brasileiros e estrangeiros residentes no país…” ou seja, a tutela do
estrangeiro é para aquele que reside no país, aquele que tem casa, domicílio, aluga, tá
morando aqui no Brasil. Se lermos a literalidade do texto, diríamos que estrangeiros em
trânsito pelo país não tem direitos fundamentais. Um dia veio um cara passar um carnaval
no Brasil, no Rio de Janeiro, e dois dias depois estava preso e impetrou um Habeas
Corpus, que está previsto no art. 5º. Aí o juiz disse que ele não teria direito ao HC porque
o HC é só para os estrangeiros residentes no país. Então se ele não tem direitos
fundamentais, poderiam matar ele? Foi subindo então recurso para o STF e o supremo
confirmou que aquele cara poderia sim usar o HC porque onde está escrito “brasileiros e
estrangeiros residentes no país” temos que ler “brasileiros e estrangeiros residentes no
país”.
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• 9ª aula (04.09)
PODER LEGISLATIVO: MEDIDAS PROVISÓRIAS
MEDIDAS PROVISÓRIAS
As medidas provisórias caminham entre o executivo e o legislativo: trata-se de um ato
normativo criado pelo Presidente da República (executivo), mas que vai passar pelo crivo
do Congresso (legislativo) para fins de ser apreciada essa medida provisória, para
rejeição ou conversão em lei, ocasião na qual ela passa a integrar o ordenamento jurídico
não mas como medida provisória, e sim como lei.
 LEGITIMADO PARA EDITÁ-LA: Presidente da República
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar
medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso
Nacional.
 REQUISITOS: relevânciae urgência (deve ser algo muito importante que não pode
esperar a demora tradicional do Congresso Nacional).
(esses dois requisitos submetem-se ao controle de constitucionalidade – há uns 20 anos
atrás o STF tinha o entendimento de que se o Presidente da República diz que algo é
relevante e urgente, não cabe ao STF dizer ao contrário. Quando o STF disse isso, ele
legitimou o PR a fazer medidas provisórias sem se preocupar com a relevância e a
urgência, e de repente começaram a aparecer medidas provisórias que para qualquer um
não era nenhum pouco relevantes ou urgentes. Quando isso começou a acontecer, o STF
mudou de entendimento: hoje ele anula a MP que seja irrelevante ou não urgente. - ex.:
PR cria uma MP para colocar em cada praça brasileira uma estátua sua)
 EFICÁCIA: de lei, a partir da publicação.
Art. 84 – Compete privativamente ao Presidente da República:
(…) inciso XXVI – editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;
EXCEÇÃO: Medidas Provisórias podem instituir ou majorar impostos! Mas nesse caso, a
instituição ou a majoração somente valem no exercício fiscal subsequente ao da
conversão da MP em lei! Isso decorre do princípio da anterioridade da lei tributária!
Art. 62, § 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto
os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro
seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.
Ex.: Se fez a MP em 2020 e ela só foi convertida em lei em 2021, a eficácia dela vai ser
só para 2022. Mas se fez a MP em 2020 e já em 2020 foi convertida em lei, ela já vai
valer em 2021.
Prazo: 60 dias prorrogáveis por mais 60 dias!
(é nesse prazo que o CN tem que analisar para rejeitar ou converter em lei)
Art. 62, § 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão
eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias,
prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso
Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes.
▫ Obs.1: Prazo não corre no recesso parlamentar (no período de “férias” do parlamentar). 
Art. 62, § 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação da medida
provisória, suspendendo-se durante os períodos de recesso do Congresso Nacional 
▫ Obs.2: prorrogação é automática.
Art. 62, § 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida
provisória que, no prazo de sessenta dias, contado de sua publicação, não tiver a sua
votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional.
▫ Obs.3: aprovada no prazo, a MP é convertida em lei (Art. 62, parágrafo 3, CF).
▫ Obs.4: rejeitada ou não apreciada no prazo, a Medida Provisória perde a eficácia.
Nesse caso, cabe ao CN elaborar um decreto legislativo dispondo sobre os efeitos da MP
rejeitada/não apreciada. A MP não pode ser reapresentada na mesma sessão legislativa. 
Art. 62, § 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória
que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo.
▫ Obs.5: projeto de lei de conversão
 PROCEDIMENTO: inicia com o Presidente da República e termina com o Poder
Legislativo, que deve analisar o texto elaborado.
Quem faz a MP é o PR, na concomitância daqueles dois requisitos: relevância e urgência.
O PR publicou a MP, ela já está valendo, ela surte a sua eficácia e começa o prazo de 60
dias, prorrogável por igual período. Mas atenção, ela não vai valer só no final do prazo de
60+60, ela está valendo desde o primeiro dia da sua publicação. Paralelamente a isso, o
PR deve submeter o texto a uma comissão mista do CN que dará um parecer a respeito
dos pressupostos da MP: relevância e urgência. Com o parecer, começa uma votação no
CN: inicia na CD, e se for aprovada, vai para o SF. Neste processo de votação, há três
possibilidades: a MP pode ser aprovada e será convertida em lei e passa a valer
enquanto a lei estiver vigente; se a MP for rejeitada, ela perderá imediatamente a sua
eficácia e o PR não poderá reapresentar a MP na mesma sessão legislativa, e o CN deve
editar um decreto legislativo dispondo sobre os efeitos da MP – ex.: Em 2019 o Bolsonaro
fez uma MP que visava fomentar o empreendedorismo, e a MP trouxe uma disposição
que falava “atividades que não oferecem risco a sociedade podem ser exercidas sem
alvará”, mas após 40 dias a MP foi rejeitada pelo CN. E durante o tempo que esteve em
vigor, uma senhora, por exemplo, que vendia panos de prato abriu as portas da sua casa
para funcionar como comércio para venda de seus panos de prato, sem alvará. Quando
rejeitou-se a MP, o que acontece com essa senhora? Ela será autuada e será pedido um
alvará ou ela poderá comercializar sem o alvará dali pra frente? Essas perguntas serão
respondidas pelo decreto legislativo que o CN deve dispor sobre os efeitos da MP.
PERGUNTA: E se a MP não for apreciada no prazo de 60+60 dias? Ocorre os mesmos
efeitos da rejeição. Por fim, a MP também pode ser “emendada”.
 PROJETO DE LEI DE CONVERSÃO: se emendada, a Medida Provisória
conserva-se válida conforme redação originária, enquanto durar a votação. Isto é, o
prazo deixa de correr.
Art. 62, § 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida
provisória, esta manter-se-á integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o
projeto. 
 REGIME DE URGÊNCIA: serve para impor a apreciação da Medida Provisória
com uma margem temporal de segurança.
Art. 62, § 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias
contados de sua publicação, entrará em regime de urgência, subsequentemente, em
cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a
votação, todas as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando. 
O prazo da eficácia é 60 + 60 dias. É nesse intervalo que ela deve ser apreciada, a fim de
conversão em lei, ou puramente rejeição. Mas, há um outro prazo de 45 dias que impõe
ao CN um agir dentro de uma margem de segurança que evita a perda da eficácia da MP
por decurso de prazo, a caducidade da MP. (ex.: PR fez uma MP que salvou o país, mas
o CN não aprecia e ela perde sua eficácia, e só poderá ser reapresentada na próxima
sessão legislativa – esse prazo de 45 dias vem para evitar esta situação). Como
funciona? Imagine que a MP foi criada e no mesmo dia ela foi para a CD (casa inicial). Até
que 45 dias depois, ela continua sem apreciação, mas aí vem uma consequência: a casa
onde ela está tramitando entra em regime de urgência; com isso ficam sobrestadas, até
que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da casa em que estiver
tramitando. Isso significa que tranca-se a pauta da casa e ela não pode votar outra MP
antes desta.
➢ LIMITES À EDIÇÃO DE MEDIDAS PROVISÓRIAS
Art. 62, § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:
I. relativa a:
a) nacionalidade (não pode naturalizar pessoas ou estabelecer critérios para que isso
aconteça), cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral;
b) direito penal, processual penal e processual civil;
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus
membros;
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento (já foi cobrado na prova da
OAB!) e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;
II. que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro
ativo financeiro; (já foi cobrado na prova da OAB!) - A pergunta era: o PR criou uma MP
visando sequestro de propriedades urbanas com metragem inferiores a 240m² e que não
estivessem sendo utilizadas – Não pode!
III. reservada a lei complementar;
IV. já disciplinada em projetode lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de
sanção ou veto do Presidente da República. (já foi cobrado na prova da OAB 2x!) (ex.: o
CN faz uma projeto de lei sobre “é proibido fumar” e envia para o PR sancionar ou vetar.
O PR vê que é uma boa ideia e pensa em criar uma MP sobre isso pois lhe daria mais
visibilidade. Nisso, ele devolveria para o CN uma coisa que já havia sido votada. Não é
permitido.)
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• 10ª aula (4.10)
PODER LEGISLATIVO: ESTATUTO DOS CONGRESSISTAS
ESTATUTO DOS CONGRESSISTAS (tema muito importante para OAB!)
É um conjunto de regras que estabelecem vantagens e impedimentos para os
congressistas. Aquelas garantem a independência dos membros, estas a imparcialidade.
(basicamente, um conjunto de artigos na constituição que regula uma atuação
parlamentar, estabelecendo pra eles o que eles podem ou não podem fazer)
Incidem no exercício do mandato (por isso suplentes não têm). (depois que o suplente
vira parlamentar, ele passa a estar vinculado também a estas vantagens e impedimentos)
São irrenunciáveis. (porque incidem para o cargo e não para a pessoa)
PRERROGATIVAS DE FORO
Após a expedição do diploma, os Deputados Federais e Senadores serão submetidos a
julgamento perante o Supremo Tribunal Federal.
Art. 53, § 1º – Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão
submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal.
Em qualquer causa? Não, apenas em c ausas criminais (Art. 102, Inciso I, alínea “b”, CF)
Antigamente, não importava a data do crime que foi praticado pelo parlamentar; o que
interessava para fins de prerrogativa de foro era a expedição do diploma.
Porém, essa prerrogativa de foro passou por uma mudança na jurisprudência do STF. O
STF é o foro processante dos deputados e senadores nos crimes comuns. Mas, só é o
foro processante dos crimes comuns que atendam a dois requisitos: tem que ser
praticado após a diplomação (ato através do qual o tribunal eleitoral dá ao parlamentar
eleito um diploma dizendo que ele venceu e eleição) – então, hoje o STF só atuará no
julgamento de crimes comuns praticados após a essa data; e desde que tenha conexão
com a função. (ex.: Se João foi diplomado e começou a mexer com corrupção, venda de
projeto de lei, o STF que julgará o João. Porém, se João se envolver em uma briga de
trânsito, isso não tem nada a ver com a função, então o processo fica em primeiro grau.
Os crimes que João praticou antes da diplomação que ainda estavam tramitando, não
havia julgamento, continua em primeiro grau)
Nesses crimes que o parlamentar praticou após a diplomação e que tenham conexão com
a função, terão ainda uma imunidade que está prevista no art. 53, §§ 2º, 3º, 4º e 5º.
Imunidades formais:
Processo (Art. 53, § § 3º ao 5º): impede o processamento dos parlamentares
federais no curso do mandato, desde que a Casa suste o andamento da ação
penal respectiva!
Prisão (Art. 53, § 2º): impedem prisões, a não ser em casos graves!
 IMUNIDADE FORMAL – processo
“Art. 53. § 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido
após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por
iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros,
poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação.
§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável
de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora.
§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato".
Primeiro o STF recebe a denúncia, depois o STF comunica a casa (por exemplo, se for
um deputado ela encaminhará um ofício a Câmara dos Deputados). Esta casa, querendo,
susta o andamento da ação penal no prazo de 45 dias (pode sustar dizendo “não irá sem
processado agora”). Mas, pode acontecer da casa não sustar o processo, dizer que pode
processar o parlamentar e o processo correrá normalmente.
Quando a casa susta o andamento do processo, o parlamentar será processado apenas
depois que acabar o seu mandato e durante esse tempo não corre prescrição.
As imunidades formais beneficiam:
» Deputados Federais e Senadores
» Deputados Estaduais, Deputados Distritais e Deputados Territoriais
Vereadores não estão beneficiados (prisão ou processo)!
 IMUNIDADE FORMAL – prisão
Art. 53, § 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não
poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão
remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da
maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.
A única possibilidade de prisão do parlamentar federal é aquela decorrente de flagrante
delito de crime inafiançável! E mesmo preso, os autos são enviados com urgência para a
Casa a que pertence, a qual deliberará sobre a manutenção do parlamentar na prisão! (se
o parlamentar fica ou não na prisão)
 IMUNIDADE MATERIAL
Os parlamentares federais são invioláveis civil e penalmente por suas opiniões, palavras e
votos.
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de
suas opiniões, palavras e votos.
Porém, sabemos que nenhum direito é absoluto. Não podem os parlamentares usarem
desta prerrogativa para abusar, como agredir verbalmente um homossexual, ou com uma
mulher, discriminar uma minoria, etc. Essa imunidade material tem um limite: desde que o
parlamentar esteja no exercício do mandato. No exercício do mandato o parlamentar pode
estar tanto dentro como fora do parlamento. (já caiu isso em prova da OAB → dois
parlamentares se encontraram no recesso, em um rol de hotel e começaram a trocar
ofensas, devido a divergências concorridas principalmente no momento de votação de
projetos de lei, e a prova deu que ambos estavam protegidos pela imunidade material)
As imunidades materiais beneficiam:
» Deputados Federais e Senadores.
» Deputados Estaduais, Deputados Distritais e Deputados Territoriais.
» Vereadores, no exercício do mandato e no limite do Município!
• Desobrigação do dever de testemunhar 
§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações
recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que
lhes confiaram ou deles receberam informações.
• Incorporação às forças armadas 
§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e
ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
• Imunidades e estado de sítio 
§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só
podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva,
nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam
incompatíveis com a execução da medida.
• Impedimentos 
Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:
I. desde a expedição do diploma:
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público,
autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa
concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a
cláusulas uniformes;
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de
que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades constantes da alínea
anterior;
II. desde a posse:
a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de
favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela
exercer função remunerada;
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", nas
entidades referidas no inciso I, "a";
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que
se refere o inciso I,"a";
d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.
 PERDA DE CARGO 
Os parlamentares podem perder o cargo na forma do artigo 55. Há hipóteses de perda
automática e não automática. 
Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:
III. que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das
sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta
autorizada
Declaração – Automática
IV. que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
Declaração – Automática
V. quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição;
Declaração – Automática
II. cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;
Decisão – Não automática
I. que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;
Decisão – Não automática
VI. que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.
Decisão – Não automática
§ 1º É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento
interno, o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a
percepção de vantagens indevidas.
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos
Deputados ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da
respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada
ampla defesa.
§ 3º Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa
respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de
partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.
§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda do
mandato, nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais
de que tratam os §§ 2º e 3º.
• Hipóteses nas quais os parlamentares não perdem o cargo!
Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador:
I. investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de
Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de
missão diplomática temporária;
II. licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar, sem
remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento não
ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa.
§ 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em funções previstas
neste artigo ou de licença superior a cento e vinte dias.
§ 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição para preenchê-la se
faltarem mais de quinze meses para o término do mandato.
§ 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador poderá optar pela remuneração do
mandato.
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• 11ª aula (04.11)
PODER JUDICIÁRIO: ORGANIZAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO
DISPOSIÇÕES GERAIS
 ORGANIZAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:
I. o Supremo Tribunal Federal;
I-A o Conselho Nacional de Justiça;
II. o Superior Tribunal de Justiça;
II-A - o Tribunal Superior do Trabalho;
III. os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
IV. os Tribunais e Juízes do Trabalho;
V. os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VI. os Tribunais e Juízes Militares;
VII. os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
Em primeira instância (1º grau), primeiramente temos a JUSTIÇA ESTADUAL (JE) que
tem uma competência residual, ou seja, julga tudo que não está reservado para outro
ramo do Poder Judiciário. Ao lado dela, temos a JUSTIÇA FEDERAL (JF) que julga as
causas nas quais a União tem interesse, mas não apenas estas (em algumas causas,
aparentemente não há interesse da União, mas ainda sim vai para a JF – inclusive, já
cobrado na prova da OAB, a ação que estado estrangeiro move em face de um município
ou de pessoa residente no Brasil, vai pra JF (ex.: se o Paraguai decide processo algum
residente do Brasil, vai pra JF, mesmo que não tenha nada a ver com a União – isto está
1º GRAU
2º GRAU
TRIBUNAIS 
SUPERIORES
previsto no art. 109, II, CF. ex.2: uma causa contra o INSS ou a CAIXA vai para o JF). A
JUSTIÇA DO TRABALHO (JT) julga as relações de trabalho, discussões entre patrão e
empregados. Também temos a JUSTIÇA ELEITORAL (JEL) que vai julgar as ações
eleitorais. A JUSTIÇA MILITAR (JM) basicamente julga crime contra militares.
Em homenagem ao duplo grau de jurisdição, as causas de primeiro grau podem ser
objetos de recurso (2º grau). Acima do JE temos um TRIBUNAL DE JUSTIÇA (TJ) e há
um deles por estado. Acima dos JF temos os TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS (TRF)
que é um por região, não por estado. Acima da JT temos os TRIBUNAIS REGIONAIS DO
TRABALHO (TRT) que é um por região, mas a regionalidade é um pouco confusa: há
TRT que atende dois estados, enquanto há estado que tem dois TRTs. Acima dos JEL
temos os TRIBUNAIS REGIONAIS ELEITORAIS (TRE) há obrigatoriamente um tribunal
por estado. Via em regra não há um tribunal para a JM, a CF fala em tribunal de justiça
militar apenas para estados que tenha mais de 20 mil soldados.
Há mais tribunais acima, chamados de tribunais superiores: Acima do TJ e do TRF temos
o SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) que é um órgão de convergência, então ele
está acima dos 27 TJ e dos outros TRF com a atribuição de tentar pacificar a
jurisprudência deles. Acima do TRT temos o TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO
(TST). Acima do TRE temos o TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE). E acima da JM
temos o SUPREMO TRIBUNAL MILITAR (STM).
Acima de tudo isso, há o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF) que é o guardião da
nossa constituição.
E por fim, costurando tudo isso, orbitando em torno deste judiciário para fins de fiscalizá-
lo, está o CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ). Ele não tem função jurisdicional,
por isto não está incluso no esquema acima. O CNJ integra sim o poder judiciário, mas
com o propósito de fiscalizá-lo, ele não exerce função jurisdicional. Ninguém pode
processar alguém no CNJ.
Obs.: O TRIBUNAL DE CONTAS, embora tenha o nome “tribunal”, não é poder judiciário.
A JUSTIÇA DESPORTIVA também não é poder judiciário.
§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais
Superiores têm sede na Capital Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004) (STJ, TST, TSE, STM, STF e CNJ)
§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o
território nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (STJ, TST, TSE,
STM e STF – O CNJ não tem jurisdição porque não tem função jurisdicional)
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• 12ª aula (4.12)
PODER JUDICIÁRIO: DISPOSIÇÕES GERAIS
ESTATUTO DA MAGISTRATURA
Regras que irão condicionar a atuação dos juízes no Brasil, estabelecendo, por exemplo,
as condições de acesso ao cargo, promoções, órgão especial, etc.
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o
Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: (existe uma lei
complementar, portanto aprovada por maioria absoluta, que regulamenta a carreira do
magistrado e quem criou essa lei foi o STF, então não pode um parlamentar regular a
carreira de um magistrado. Dentro dessa lei complementar estão regulamentadas
situações que de forma genérica foram postas na constituição – ou seja, essa lei
complementar tem que explicar como é o acesso ao cargo de juiz, mas faz isso com base
em premissas que estão na CF. Não é o que está na lei complementar que será cobrado
no exame de ordem, e sim o que está aqui na CF.)
I. ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante
concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogadosdo Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três
anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de
classificação; (para uma pessoa tornar-se juíza é necessário aprovação em um
concurso público de provas e títulos. Deste concurso, participa como observadora
a OAB, e apenas podem fazer os bacharéis de direito com 3 anos de atividade
jurídica – fulano fez um estágio top, isso conta como experiência? Não! Tem que
ser uma experiência contada a partir do bacharelado. Há resoluções do CNJ
regulamentando isso, e dizem que as atividades que contam são: professor,
advogado, promotor, conselhador, e assim por diante… Uma vez no cargo, a
pessoa é levada para uma cidade menor porque em uma cidade menor as
complexidades das causas são menores e só tem uma vara, onde este juiz pega
tudo, do crime ao cível, passando pelo tributário e trabalhista, e por aí vai. Mas ele
pode sair desta cidade? O próximo inciso fala sobre a promoção:)
II. promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antiguidade e
merecimento, atendidas as seguintes normas: (entrância para entrância é tudo em
primeiro grau, de uma cidade pequena, para uma cidade média e para uma cidade
maior. Instância para instância que é de primeiro para segundo grau. Os critérios
de entrância para entrância são: antiguidade e merecimento – ora a gente promove
quem está a mais tempo na carreira, ora a gente promove quem mais merece,
alternadamente.)
a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas
ou cinco alternadas em lista de merecimento;
b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na
respectiva entrância e integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de
antiguidade desta, salvo se não houver com tais requisitos quem aceite o
lugar vago;
c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios
objetivos de produtividade e presteza no exercício da jurisdição e pela
frequência e aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de
aperfeiçoamento; (ex.: um juiz que tem poucas decisões reformadas, que
tem uma pauta de audiência razoável, que julga tanto quanto entra
processo, então merece – agora se um juiz que está fazendo um trabalho de
forma displicente, então não será promovido)
d) na apuração de antiguidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz
mais antigo pelo voto fundamentado de dois terços de seus membros,
conforme procedimento próprio, e assegurada ampla defesa, repetindo-se a
votação até fixar-se a indicação;
e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu
poder além do prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o
devido despacho ou decisão;
III. O acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antiguidade e
merecimento, alternadamente, apurados na última ou única entrância;
IV. previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promoção de
magistrados, constituindo etapa obrigatória do processo de vitaliciamento a
participação em curso oficial ou reconhecido por escola nacional de formação e
aperfeiçoamento de magistrados;
V. o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a noventa e
cinco por cento do subsídio mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal
Federal e os subsídios dos demais magistrados serão fixados em lei e
escalonados, em nível federal e estadual, conforme as respectivas categorias da
estrutura judiciária nacional, não podendo a diferença entre uma e outra ser
superior a dez por cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder a noventa e
cinco por cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais Superiores,
obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37, XI, e 39, § 4º;
VI. A aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes observarão
o disposto no art. 40;
VII. O juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autorização do tribunal;
VIII. O ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por
interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do
respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa;
(muito importante!)
VIII. A. A a remoção a pedido ou a permuta de magistrados de comarca de igual
entrância atenderá, no que couber, ao disposto nas alíneas a , b , c e e do inciso II;
IX. todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a
presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou
somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do
interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; (O CPC foi
criado em 2015 e um monte de gente disse “aí que coisa linda, o novo CPC falou
sobre o poder de fundamentação da decisão”, mas já faz mais de 30 anos que a
CF diz que a decisão tem que ser fundamentada, sob pena de nulidade. Além
disso, a CF fala que os julgamentos do judiciário são públicos, então toda decisão
deve ser publicada e de acesso livre, onde qualquer um pode ver o processo. Só
não poderá ver onde o direito à intimidade deve ser preservado, como nas causas
de direito de família (pensão, guarda, etc).)
X. as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública,
sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros;
XI. nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser
constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco
membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais
delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por
antiguidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno; (muito importante,
será usada no controle de constitucionalidade! A ideia é a seguinte: tem tribunal
que é pequenininho, onde tem por exemplo, 7 desembargadores, mas o TJ de SP
tem 360 desembargadores, é o maior tribunal do mundo! Se cada um demorar 30
minutos para votar, não acaba nunca mais a votação. Então esses tribunais com
mais de 25 julgadores podem criar um órgão especial que é comissão que decide
em nome do todo, essa comissão terá de 11 a 25 membros. Ao invés de
submetermos os 360 a julgamento, elege um órgão especial formado por 15 e os
15 decide em nome do todo.)
XII. a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias coletivas nos
juízos e tribunais de segundo grau, funcionando, nos dias em que não houver
expediente forense normal, juízes em plantão permanente;
XIII. o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à efetiva
demanda judicial e à respectiva população;
XIV. os servidores receberão delegação para a prática de atos de administração e
atos de mero expediente sem caráter decisório; (importante! Tem processo em que
acontece coisas onde não há necessidade de uma decisão e sim de um impulso –
ex.: se um autor junta um documento, a única decisão possível imediatamente
após, é “intima-se a parte contrária para no prazo falar sobre o documento”, não
precisa de um juiz.)
XV. a distribuição de processos será imediata, em todos os graus de jurisdição.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
QUINTO CONSTITUCIONAL (já foi cobrado na OAB)
Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos
Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério
Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de
reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em
lista sêxtupla pelos órgãos

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