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Agentes tóxicos e carcinogênese Por Helena Benedito @agroeco_eu Encontrou um erro? Me avise! Câncer: doença caracterizada por alteração do ácido desoxirribonucléico (DNA), que leva ao crescimento e desenvolvimento anormal das células. Danos ao DNA: ocorrem todos os dias na vida de um organismo. O corpo possui mecanismos de reparação de danos no DNA, então após uma lesão, a célula poderá (1) reparar a lesão e continuar seu ciclo natural naturalmente. Porém, quando estes mecanismos também falham e a lesão é “fixada”, a célula torna-se uma potencial célula tumoral, havendo a (2) fixação desta mutação, predispondo à carcinogênese. Outra opção é a célula alterada (3) sofrer apoptose, mas caso este mecanismo também falhe, poderá ocorrer a carcinogênese. As fases da carcinogênese são: 1. Iniciação Fenômeno irreversível, a partir do momento que a célula tem um ou mais de seus genes mutado, e essa mutação é fixada. A célula pode ser reparada antes da fixação da mutação, e nesse caso, a iniciação não se completa, pode ocorrer erros no reparo e indução à apoptose, também não sendo completada a fase de iniciação. Quando, no entanto, a mutação é fixada, não é possível revertê-la. Genes envolvidos na carcinogênese: Genes supressores tumorais (p53): codificam proteínas que inibem a proliferação celular; ocorre o desligamento desses genes. Proto-oncogenes (ras): codificam proteínas que estimulam a proliferação celular; ocorre a ativação desses genes. Agentes iniciadores: ativam proto-oncogenes ou inativam genes supressores tumorais. Gera a lesão/mutação no DNA. 2. Promoção Agentes promotores: gera proliferação celular pelo favorecimento da expressão gênica; inibição do mecanismo de apoptose e do reparo do DNA em uma célula já iniciada (após fase de iniciação). Estimula a multiplicação. Ocorre a expansão clonal. É uma fase reversível e com limiar de dose (capaz de ser destruída pela fagocitose por macrófagos). Um paciente deve ter sido exposto PRIMEIRO ao iniciador e EM SEGUNDO ao promotor para desenvolver seguramente a neoplasia. 3. Progressão A maioria dos tumores tem origem unicelular, e sofre expansão clonal. Essas células antes clones passam a desenvolver variações e geram populações com vantagens. Observa-se heterogeneidade celular, e continua-se a observar a expansão clonal. Também é uma fase IRREVERSÍVEL. OCORRE A: Proliferação celular; Instabilidade genotípica; Aneuploidia somática; Caráter de malignidade; Irreversibilidade. AS CARACTERÍSTICAS CELULARES QUE PROPORCIONAM CARCINOGÊNESE: Continuação da evasão da apoptose; Insensibilidade aos sinais inibitórios; Autossuficiência em fatores de crescimento; Estímulo à angiogênese; Potencial replicativo ilimitado. Capacidade de invasão e metástase. 4. Manifestação clínica Diversas e heterogêneas: aumento de volume, sangramentos, odores fétidos, necrose... CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES CARCINOGÊNICOS: A IARC possui um sistema de classificação dos agentes cancerígenos: Categoria Humanos Animais de Experimentação Exemplos Grupo 1 Reconhecidamente cancerígena Reconhecidamente cancerígena Aflatoxina B1 Formaldeído Grupo 2 Provavelmente cancerígena Evidências suficientes de carcinogenicidade Tricloroetileno Grupo 2B Provavelmente cancerígena Limitada evidência de carcinogenicidade Chumbo Fumonisina B1 Grupo 3 Não é classificável como cancerígeno (evidência inadequada em humanos e animais) Aldicarb Aldrin Grupo 4 Provavelmente não é cancerígena Possui evidência de não ser cancerígena Caprolactam Os agentes carcinogênicos podem ser classificados em: Agentes genotóxicos (alteram o DNA) A ação carcinogênica ocorre diretamente no DNA. Pode não ser a primeira ação do xenobiótico no organismo (no caso de pré-carcinogênicos, que precisam passar por ativação no fígado), mas na função carcinogênica, a primeira ação do fármaco ou seu produto metabólico é de lesionar o DNA. Esses agentes possuem relação dose-resposta. Primeiro ocorre a mutação, depois a proliferação celular. Pré-carcinógenos: xenobióticos que, sem ativação hepática, não possuem efeito carcinogênico. Precisam de ativação hepática. Podem formar adutos com o DNA ou induzir troca de bases. Exemplo: A aflatoxina-B1 é considerada um pré-carcinógenos pois passa por reações de oxidação no fígado, sendo transformada em aflatoxina b1 8,9 óxido. Essa aflatoxina b1 8,9 óxido possui afinidade pela guanina do DNA, formando uma ligação indissociável, chamada de aduto, com o nucleotídeo, dificultando a leitura da fita por enzimas, e, consequentemente, alteração da função genética. Ainda podem ser: De ação indireta: xenobióticos não atuam diretamente no DNA. Substâncias que, por exemplo, induzem a liberação de radicais livres, que levam à lesão dos genes. De ação direta: a molécula original do xenobiótico atua diretamente no DNA, como no caso da aflatoxina-B1. Agentes epigenéticos ou não genotóxicos: induzem neoplasia por estimular a proliferação celular. Com a acelerada multiplicação, a ação de enzimas com a DNA polimerase e outras que atuam na manutenção dos genes são incapazes de realizar suas funções, o que resulta em erros, trocando bases, por exemplo (mutações). Não possui relação dose-resposta (NOAEL). Primeiro ocorre a proliferação celular, depois a mutação em decorrência da primeira. AGENTES CARCINÓGENOS QUÍMICOS Aminas aromáticas: corantes amarelo-crepúsculo (amarelo 6), tartrazina, vermelho alura. Essas substâncias passam pelo citocromo p450 sofrendo um processo de esterificação, e tornando-se aptas a formar adutos com o DNA. O potencial carcinogênico é independente da dose-resposta. Aflatoxinas; Pteridium aquilinum (Samambaia): a toxina carcinogênica desta planta é o ptaquilosídeo. Ainda existem: AGENTES CARCINÓGENOS FÍSICOS AGENTES CARCINÓGENOS BIOLÓGICOS FATORES HEREDITÁRIOS FATORES PREDISPONENTES
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