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Fatores determinantes do comportamento

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Fatores determinantes do 
comportamento
APRESENTAÇÃO
Seja bem-vindo! 
O comportamento humano é estudado por várias perspectivas teóricas surgidas a partir do 
século XIX, quando foi possível estudá-lo com métodos científicos. Estas perspectivas 
evidenciam diferentes paradigmas com seus métodos próprios e modos de interpretar os dados 
na pesquisa do comportamento humano. Tem-se, no estudo da cognição humana, o processo 
pelo qual o ser humano interage com os seus semelhantes e com o meio em que vive, sem 
perder a sua identidade existencial, que se externaliza no comportamento observável, sendo os 
fatores percepção, memória, linguagem, aprendizagem e as emoções os mais significativos na 
influência da personalidade de um indivíduo.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai entender as noções de comportamento de quatro 
perspectivas teóricas, estudando os fatores que influenciam na dinâmica do psiquismo humano, 
que compõem a nossa personalidade. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Definir noções de comportamento.•
Identificar fatores que determinam diferentes comportamentos.•
Descrever a relação entre comportamento criminal e psicopatia.•
DESAFIO
Para realizar o Desafio, atente para o fragmento do caso a seguir: 
 
 
Tendo em vista o fragmento do caso apresentado, analise e identifique a que conceito está 
relacionado esse comportamento do aluno e identifique os aspectos importantes 
envolvidos, justificando sua resposta.
INFOGRÁFICO
O desenvolvimento humano se dá em três grandes áreas: desenvolvimento físico, cognitivo e 
psicossocial. Os cientistas realizam este estudo interdisciplinariamente, que inclui a Psicologia, 
a Psiquiatria, a Sociologia, a Antropologia, a Biologia, a Genética, a Ciência da Família, a 
Educação, a Neurologia, a Medicina e a História. 
No Infográfico a seguir, é abordado o estudo sobre o desenvolvimento humano, que está em 
constante evolução. 
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
 
Para a psicanalise: 
 
Nascimento até os 18 meses: fase oral - vivencia o prazer e a dor através da satisfação (ou 
frustração) de pulsões orais. Pela boca. Adultos fixados nesta fase podem comer, fumar ou beber 
para lidar com a ansiedade.
18 meses até os 3 anos: fase anal - energia libidinal focada no ânus, aprendizado de controlar os 
esfíncteres. A obsessividade ou a compulsão demonstram a fixação nesta fase. 
 
Dos 3 aos 5 anos: fase fálica - descoberta das diferenças de sexo (presença e ausência do falo ou 
pênis). Complexo de Édipo. Meninos se aproximam mais das mães e as meninas dos pais. 
Adultos fixados nesta fase demonstram traços histéricos. 
 
Dos 6 aos 11 anos: fase da latência - a energia libidinal fica menos ativa. O ego e o superego 
emergem. Pouco desenvolvimento psicossexual. 
 
Dos 11 aos 20 anos: fase genital - as pulsões sexuais se intensificam e se dirigem a uma pessoa 
do sexo oposto. 
 
CONTEÚDO DO LIVRO
O comportamento humano é estudado em várias perspectivas teóricas surgidas a partir do século 
XIX, quando foi possível estudá-lo com métodos científicos. Estas perspectivas evidenciam 
diferentes paradigmas com seus métodos próprios e modos de interpretar os dados na pesquisa 
do comportamento humano.
 
Os fatores que influenciam o comportamento serão abordados pela perspectiva da Psicologia 
Cognitiva em função de sua contribuição para a Psicologia Jurídica, que investiga e pesquisa os 
processos mentais para entender e compreender a cognição humana por meio da observação do 
comportamento das pessoas enquanto estas executam diversas tarefas cognitivas.
 
No capítulo Fatores determinantes do comportamento, da obra Psicologia e Criminologia, você 
conseguirá entender a relação entre comportamento e personalidade. Serão apresentadas as 
abordagens psicodinâmicas, que consideram que a personalidade é motivada por forças e 
conflitos internos de pouca consciência e controle pelo indivíduo. O pioneiro foi Sigmund Freud 
e, posteriormente Carl Jung, Karen Horney e Alfred Adler, onde buscaremos entender esta 
relação.
 
Revisão técnica:
Caroline Bastos Capaverde
Graduada em Psicologia
Especialista em Psicoterapia Psicanalítica
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin – CRB 10/2147
P974 Psicologia e criminologia [recurso eletrônico] / Eliane Dalla
Coletta... [et al.] ; [revisão técnica: Caroline Bastos 
Capaverde]. – Porto Alegre : SAGAH, 2018.
ISBN 978-85-9502-464-9
1. Psicologia. 2. Direito penal. I. Dalla Coletta, Eliane.
CDU 159.9:343.1
Fatores determinantes 
do comportamento
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Definir noções de comportamento.
 � Identificar fatores que determinam diferentes comportamentos.
 � Descrever a relação entre comportamento criminal e psicopatia.
Introdução
O comportamento humano passou a ser estudado com métodos cien-
tíficos a partir do século XIX, com base nas diferentes perspectivas teó-
ricas surgidas nesse período. Estas perspectivas evidenciam diferentes 
paradigmas e apresentam métodos e modos próprios de interpretar os 
dados na pesquisa do comportamento humano.
Neste capítulo você vai estudar as noções de comportamento a partir 
de quatro perspectivas teóricas: o behaviorismo, a psicanalítica, a teoria 
da aprendizagem social e a teoria cognitiva. Os fatores que influenciam o 
comportamento serão abordados pela perspectiva da psicologia cogni-
tiva, em função de sua contribuição para a psicologia jurídica. Essa influ-
ência se deve ao fato de que a psicologia cognitiva investiga e pesquisa os 
processos mentais para entender e compreender a cognição humana, por 
meio da observação do comportamento das pessoas enquanto executam 
diversas tarefas cognitivas. O comportamento violento também é tema 
de estudos, desenvolvidos especialmente pelos psicólogos forenses, 
que apontam relações entre a psicopatia e o comportamento criminal. 
Neste capítulo você também vai conhecer as possíveis relações entre o 
comportamento criminal e a psicopatia.
Noções de comportamento
A partir do estudo do comportamento por meio de métodos científicos, iniciado 
no século XIX, surgiram diferentes teorias de desenvolvimento humano que 
estudam e evidenciam paradigmas, métodos próprios e modos de interpretar 
os dados na pesquisa do comportamento. Com base em Papalia e Feldman 
(2013), vamos apresentar quatro perspectivas teóricas que amparam a maioria 
das teorias renomadas e suas pesquisas.
Uma das primeiras escolas a estudar o comportamento foi o behaviorismo, 
que entende o comportamento como uma interação entre a ação do sujeito e o 
ambiente onde a sua ação acontece. O comportamento, para o behaviorismo, 
é uma reação ou resposta do “sujeito” observado (homem ou animal) a uma 
determinada situação. Ou seja, o comportamento é uma resposta do sujeito 
observado a um estímulo.
O estudo do comportamento é possível a partir da variação do estímulo 
(S) e da observação de cada reação (R) do sujeito de acordo com o estímulo 
dado, conforme o esquema clássico S R. Skinner (1904 - 1990), um dos mais 
célebres representantes do behaviorismo, deu início a um amplo e diversifi-
cado programa de investigações sobre o comportamento com base em suas 
consequências; um desses estudos é a teoria do reforço. Reforço é uma força 
que, se acontece após uma resposta, aumenta a probabilidade desta se repetir; 
ele pode ser positivo ou negativo. O reforço positivo aumenta a probabilidade 
futura de repetição da mesma resposta, e o reforço negativo remove ou 
atenua uma situação desagradável (aumentando, com isso, a probabilidade 
da repetição da resposta).
O experimento clássico do behaviorismo, desenvolvido por Skinner, ocorreu 
com a utilização de ratos e pombos, cujos comportamentos eram condiciona-
dos por meio de estímulos e reforços. Os animais eram colocados dentro das 
chamadas caixas de Skinner (Figura 1).A experiência tinha como objetivo 
fazer com que o rato apertasse uma alavanca para receber uma gota de água. 
A primeira ocorrência foi por acaso, durante a exploração que o rato estava 
fazendo na caixa; logo que a gota de água apareceu, o rato a consumiu rapi-
damente. A expectativa de Skinner era que, se o rato continuasse com sede ou 
viesse a ter sede depois de um tempo, pressionaria a barra. Nesse experimento, 
acionar a alavanca era a resposta (R), e o estímulo reforçador (S) era a água. 
Na formulação da equação representativa R S, a flecha significava “levar a” 
e o estímulo (S) era o reforço.
Fatores determinantes do comportamento2
Figura 1. Caixas de Skinner: artefatos mecânicos complexos que auxiliavam nas pesquisas 
com ratos e pombos. Registravam todos os movimentos, conforme os reforços recebidos.
Fonte: Soares (2013). 
Foram realizadas inúmeras variações dessa experiência. Por exemplo, a 
água era disponibilizada depois de três apertos, depois com sete, doze, vinte 
e assim por diante, com variações sucessivas, medidas com cronometragem 
criteriosa e com o uso extenso de modelos estatísticos complexos em vários 
níveis. A partir desse rigor metodológico, nasceu a ciência do comportamento. 
A partir de outras variações nas quais o estímulo era dado aletoriamente, 
como a disponibilidade de água depois de trinta apertos, ou, por outro lado, 
a indisponibilidade de água, era esperado que essas recompensas aleatórias 
eliminassem o comportamento. No entanto, Skinner percebeu que esses hábitos 
baseados em recompensas irregulares são os mais difíceis de serem extintos 
e podem explicar o porquê de as pessoas perderem fortunas nas máquinas 
caça-níqueis, por exemplo. Ou seja, esses reforços/recompensas intermitentes 
podem se transformar em comportamento compulsivo (BOCK; FURTADO; 
TEIXEIRA, 2001).
Contemporaneamente, temos a perspectiva psicanalítica, que surgiu com 
Sigmund Freud (1856–1939). Para Freud, o desenvolvimento humano advém 
de forças inconscientes que motivam e controlam o comportamento humano. 
Segundo Papalia e Feldman (2013, p. 60), 
3Fatores determinantes do comportamento
[...] a psicanálise se concentrou no desenvolvimento da personalidade, na 
importância dos pensamentos, sentimentos e motivações inconscientes, nas 
experiências infantis na formação da personalidade, na ambivalência das 
respostas emocionais, no papel das representações mentais do eu e dos outros 
no estabelecimento das relações íntimas, e no curso do desenvolvimento 
normal partindo de um estado imaturo e dependente para um estado maduro 
e independente.
Em 1924 surge a teoria da aprendizagem social, desenvolvida pelo psi-
cólogo Albert Bandura, o qual fez contribuições para os campos da psicologia 
social e cognitiva, da psicoterapia e da pedagogia. Esta teoria propõe que o 
desenvolvimento humano é bidirecional – o que Bandura denomina determi-
nismo recíproco. Isso significa que a pessoa age sobre o mundo à medida que 
o mundo age sobre a pessoa, em uma interação simultânea, em contraposição 
à teoria behaviorista que defendia a primazia da ação do ambiente sobre a 
pessoa como impulso significativo e determinante no seu desenvolvimento. 
Bandura defendeu a ideia de que a pessoa aprende o comportamento social 
por meio da admiração por outras pessoas, como os pais, os professores, os 
heróis esportivos, ou seja, os modelos que possuem notoriedade e que ganham 
recompensas pelos seus feitos. Segundo Papalia e Feldman (2013, p. 64), na 
teoria da aprendizagem social, “[...] a imitação de modelos é o elemento mais 
importante para a criança aprender uma língua, lidar com a agressão, desen-
volver um senso moral e aprender os comportamentos apropriados de gênero”. 
A versão mais atualizada desta teoria, de 1989, é a teoria social cognitiva, 
com destaque para os processos cognitivos.
A perspectiva cognitiva defende que o comportamento humano representa 
os estágios cognitivos do desenvolvimento humano. Na perspectiva cognitiva, 
destacaram-se estudiosos como Piaget e Vygotsky, entre outros. Para Piaget 
(1896–1980), o desenvolvimento humano ocorre por meio dos aspectos físico-
-motor, intelectual, afetivo-emocional e social. Para o estudioso, somente 
por meio destes aspectos é possível entender como e por que o indivíduo 
se comporta de determinada maneira, em certa situação, em determinado 
momento de sua vida. 
Segundo Bock, Furtado e Teixeira (2001, p. 129), 
[...] os estudos e pesquisas de Piaget demonstraram que existem formas de 
perceber, compreender e se comportar diante do mundo, próprias de cada 
faixa etária, isto é, existe uma assimilação progressiva do meio ambiente, 
que implica uma acomodação das estruturas mentais a este novo dado do 
mundo exterior.
Fatores determinantes do comportamento4
Nessa teoria, para entendermos o comportamento, temos que conhecer 
as características comuns de cada faixa etária para que possamos diferenciar 
individualidades. Piaget propôs quatro estágios de desenvolvimento: de 01 a 
02 anos (sensório-motor), de 2 a 7 anos (pré-operatório), de 7 a 12 anos (ope-
rações concretas) e de 12 anos em diante (operações formais). Essa teoria foi 
amplamente utilizada na educação, possibilitando aos pais e professores uma 
maior compreensão da criança e do adolescente e embasando teoricamente 
o currículo escolar, apropriado a cada faixa de desenvolvimento. Segundo 
Papalia e Feldman (2013, p. 66), 
[...] a pesquisa com adultos indica que o foco de Piaget na lógica formal como 
o ápice do desenvolvimento cognitivo é por demais estreito. Não explica a 
emergência de habilidades maduras como a resolução de problemas práticos, 
a sabedoria e a capacidade de lidar com situações ambíguas.
Vygotsky (1896–1934), por sua vez, tem por foco o desenvolvimento humano 
com base nos processos sociais e culturais do desenvolvimento cognitivo. O 
autor defende que o processo cognitivo ocorre por meio da interação social, 
com colaboração. Para ele, as pessoas adquirem as habilidades cognitivas por 
meio da linguagem, ao exercerem atividades compartilhadas. Os adultos devem 
ajudar a criança a transpor a zona de desenvolvimento proximal (ZDP), que 
é o intervalo entre o que a criança já faz sozinha e o que ela pode realizar com 
a ajuda dos adultos (PAPALIA; FELDMAN, 2013).
A corrente cognitiva mais atual é a do processamento da informação, a 
qual estuda o desenvolvimento cognitivo e os processos mentais envolvidos 
na percepção e no tratamento da informação, investigando os processos de 
compreensão da informação recebida e de desenvolvimento eficaz das tarefas, 
que envolvem atenção, memória, estratégias de planejamento, tomadas de 
decisão e estabelecimento de metas (PAPALIA; FELDMAN, 2013). Nessa 
perspectiva, o desenvolvimento humano é constante e cumulativo, acontecendo 
conforme a idade, a prontidão, a complexidade e efetividade do processo 
mental, e a capacidade e diversidade do que pode ser armazenado na memória. 
A atenção e a memória são integradoras do comportamento, mantido pelos 
processos cerebrais centrais.
Dessa forma, podemos entender como 
[...] psicologia cognitiva aquela que estuda os processos internos (atenção, 
percepção, aprendizagem, memória, linguagem resolução de problemas, 
raciocínio e pensamento) envolvidos em extrair sentido do ambiente e decidir 
5Fatores determinantes do comportamento
que ação deve ser apropriada. Visa a compreender a cognição humana por 
meio da observação do comportamento das pessoas enquanto executam várias 
tarefas cognitivas (EYSENCK; KEANE, 2017, p. 01).
Com o que foi exposto, você pode perceber que o comportamento é 
estudado há muito tempo por diferentes pesquisadores, originando várias 
abordagens que contribuem para o entendimento do comportamento humano. 
Cada abordagem apresenta subsídios para a atuação do psicólogo no enten-
dimento da subjetividade dos indivíduos e das suas manifestações compor-
tamentais, utilizando conhecimentos e técnicas da psicologia na promoção 
da saúde. A psicologiajurídica, dessa forma, também está alicerçada sobre 
esses conhecimentos e técnicas psicológicas para avaliação, diagnóstico 
e parecer técnico para auxiliar juízes, desembargadores e promotores na 
elucidação dos processos judiciais.
Fatores determinantes no estudo do 
comportamento
O comportamento humano é influenciado por diversos fatores que variam 
de acordo com o ângulo ou a especificidade pela qual queremos entendê-lo e 
abordá-lo. Por exemplo, os fatores que determinam o comportamento de um 
gerente administrativo não são necessariamente os mesmos que determinam 
o comportamento de um atleta de alto rendimento, de uma dona de casa, de 
um psicopata, de um criminoso ou de um delinquente juvenil. As condições 
do meio, da maturação neurofisiológica e da hereditariedade também fazem 
parte dos fatores que influenciam o comportamento das pessoas.
Como vimos anteriormente, o comportamento humano é objeto de análise 
de diferentes perspectivas teóricas. Para Piaget, os aspectos que atuam no 
desenvolvimento humano, como o aspecto físico-motor, o intelectual, o 
afetivo-emocional e o social, se complementam, e somente a partir de uma 
análise que considera essa multiplicidade é possível entender como e por que o 
indivíduo se comporta de uma maneira em determinada situação da sua vida. 
Para o behaviorismo, o comportamento é uma reação ou resposta do “sujeito” 
observado (homem ou animal) a uma determinada situação. O ambiente in-
fluencia (estimula) o comportamento de cada pessoa. Para a psicanálise, são 
as forças do inconsciente que motivam e controlam o comportamento. Para 
Bandura, as pessoas aprendem o comportamento social por meio da admiração 
por outras pessoas, como os pais, os professores, os heróis esportivos, ou 
Fatores determinantes do comportamento6
seja, os modelos que possuem notoriedade e que ganham recompensas pelos 
seus feitos. Para o cognitivismo, na perspectiva do processamento da infor-
mação, o comportamento é influenciado pela percepção, atenção e memória, 
especificamente.
No estudo da cognição humana, outras áreas também estão envolvidas, 
interdisciplinarmente, com aportes da psicologia cognitiva e experimental, 
das neurociências, da medicina, da biologia, da linguística, da educação, entre 
outras. Diversos saberes são mobilizados para o entendimento da cognição 
humana.
Na área jurídica, observamos a contribuição substancial da psicologia, 
especialmente da psicologia cognitiva e da neuropsicologia (mais recentemente). 
Por esse motivo, neste capítulo abordaremos os fatores da cognição humana: 
a percepção, a memória, a linguagem, a aprendizagem e as emoções. Estes 
fatores são processos internos utilizados pelo indivíduo para captar os estímulos 
do ambiente, possibilitando a escolha da ação mais apropriada (expressão do 
comportamento). São também estes os fatores mais investigados nas avaliações 
psicológicas na área jurídica. Poderíamos acrescentar, ainda, segundo Papalia 
e Feldman (2013), o pensamento, o raciocínio, a inteligência, a motivação, a 
autoestima, a autoconfiança, a ansiedade, a agressividade, a sexualidade e a 
dinâmica familiar.
Iniciaremos a abordagem da cognição humana pela percepção. Para Ey-
senck e Keane (2017, p. 37) a “[...] percepção é a aquisição e o processamento 
da informação sensorial para ver, ouvir, provar ou sentir os objetos no mundo; 
também guia as ações de um organismo no que diz respeito a estes objetos”, em 
um entendimento da psicologia cognitiva mais voltada para o processamento 
da informação.
A Gestalt fez uma importante contribuição para a psicologia com a des-
coberta da influência da percepção no comportamento humano a partir dos 
estudos voltados para a relação entre o todo e a parte, revolucionando princí-
pios fundamentais da ciência. Nesse ponto, o todo influencia a compreensão 
do objeto, demonstrando que o comportamento das pessoas é determinado 
por sua percepção da realidade e não da realidade em si, uma vez que duas 
pessoas olhando para o mesmo objeto ou para a mesma situação podem vê-los 
de diferentes formas. Disso decorre que a percepção é induzida por vários 
fatores que podem distorcê-la ou moldá-la; eles podem estar relacionados a 
quem percebe, ao objeto percebido, a como ele é visto, ou à situação em que 
a percepção ocorre. Essa distorção, às vezes, pode ser patológica – como as 
ilusões ou alucinações, que são as distorções em seu nível extremo. 
7Fatores determinantes do comportamento
A memória tem sido estudada, pesquisada e investigada no campo das 
teorias do processamento de informação e da neurociência que tem como 
foco de estudo a aprendizagem (na resolução de problemas e no raciocínio). 
Para Reis (2014), a memória é uma das funções cognitivas mais imprescin-
díveis e complexas do ser humano, por ser a base de toda a aprendizagem. 
Um dos mais importantes conceitos desenvolvidos pela teoria cognitiva é 
a subdivisão da memória em três processos (Figura 2): a codificação (per-
cepção da informação), o armazenamento (manutenção desta informação) 
e a recuperação (recordação da informação previamente armazenada). A 
recuperação pode ser para uso imediato ou posterior, simultaneamente a 
mecanismos biológicos e psicológicos, com suporte externo diversificado 
e elementos culturais.
A memória pode ser analisada pelos cientistas por meio de duas perspec-
tivas: estrutural e processual. Na perspectiva estrutural, os componentes da 
memória são a memória de curto prazo (MCP) e a memória de longo prazo 
(MLP). A informação é, então, processada em cada componente, e os tipos de 
conhecimentos são armazenados. Já na perspectiva processual, a memória 
tem sido analisada em suas fases de codificação: retenção e recuperação de 
informação. As memórias não são armazenadas no cérebro de forma integral 
e, mesmo quando já definidas e estabelecidas, podem não ser permanentes. 
É o fenômeno do esquecimento, que é fisiológico e ocorre constantemente, 
debilitando o traço de memória que foi aprendido. Também existem os casos 
de amnésias e falsas memórias.
Reis (2014, p. 50) faz a seguinte observação sobre a memória e sua 
complexidade:
O cérebro é uma estrutura em permanente construção e a memória está, sem 
dúvida, entre as mais interessantes abordagens das neurociências. Assim, 
através das várias técnicas e conceitos neuropsicológicos, devemos não reduzir 
a memória a modelos sem referência a processos nervosos [...], assim como 
não devemos reduzi-la a fenômenos puramente celulares, sem referência a 
processos cognitivos ou comportamentais. 
Fatores determinantes do comportamento8
Figura 2. Segundo Feldman (2015, p. 205), os processos de codificação, armazenamento 
e recuperação podem ser pensados numa analogia aos computadores, na qual o teclado 
representaria o processo de codificação, o disco rígido seria o armazenamento, e o programa 
que acessa a informação para exibição na tela seria a recuperação.
Fonte: Feldman (2015).
Dois elementos da cognição humana de extrema complexidade são o 
pensamento e a linguagem. Vygotsky (2002) afirma que, nos primeiros anos 
do desenvolvimento da criança, há tanto um período pré-linguístico para a 
fala quanto um pré-intelectual para o pensamento. Assim, o pensamento e 
a fala não se encontram relacionados por uma conexão primária; a conexão 
entre eles é dinâmica, complexa e pode se desenvolver de diversas formas. 
A linguagem (verbal, gestual e escrita) é o mecanismo utilizado pelo ser 
humano para se relacionar com os outros, e é por meio dela que o ser humano 
aprende a pensar. A aptidão da fala pela criança é adquirida durante o seu 
desenvolvimento, sendo que, na sua evolução, o domínio das palavras, das 
frases e da gramática lhe possibilita uma comunicação cada vez mais apurada. 
É por meio de seus conhecimentos práticos, do seu fazer com os outros, 
que a criança adequa a sua fala ao ouvinte, envolvendo o aspecto social no 
desenvolvimento da linguagem.
Um aspecto importante a ser sinalizado é que “[...] o desenvolvimento dosconceitos, ou dos significados das palavras, pressupõe o desenvolvimento de 
muitas funções intelectuais: atenção deliberada, memória lógica, abstração, 
capacidade para comparar e diferenciar” (VYGOTSKY, 2002, p. 112). A 
linguagem é o instrumento primordial para o psicólogo, pois a forma como 
as pessoas se comunicam envolverá a interação, os fatores sociais, culturais, 
afetivos e emocionais e o pensamento, que são os influenciadores principais 
do comportamento do indivíduo nas suas relações interpessoais. Na avaliação 
9Fatores determinantes do comportamento
psicológica e/ou neuropsicológica, os dados da linguagem podem ser coletados 
em observação direta, a partir de relatos do avaliado ou de familiares sobre 
habilidades ou inabilidade de comunicação, e por meio de testes padronizados 
(MIRANDA; SENRA, 2012).
Outro fator que influencia significativamente o comportamento é a 
aprendizagem. O processo de aprendizagem é bastante complexo e pode 
ser desenvolvido a partir de diversas teorias e suas respectivas abordagens. O 
aprender está relacionado à ordenação e à reordenação de estruturas mentais 
e do meio ambiente. A teoria behaviorista abriu caminho para o desenvol-
vimento do ensino programado, possibilitando o rápido aprendizado por 
meio de estímulos positivos, enfatizando o reforço, os feedbacks imediatos, 
os ambientes controlados por meio de simulações e o contato gradual com a 
disciplina a ser ministrada. A teoria cognitivista estabeleceu que o aprendizado 
é uma prática social, que perpassa o contexto da estruturação pedagógica e 
permeia o mundo social. Esta teoria enfatiza as questões de transformação 
sociocultural e as relações entre o mais experiente e o menos experiente 
no contexto de uma prática educacional mais eficiente. A aprendizagem 
realizada por meio da participação ativa e da colaboração são aspectos da 
prática social que envolvem a pessoa como um todo, propiciando não somente 
a interação em atividades específicas, mas também nas comunidades sociais 
(MIRANDA, 2009).
As emoções auxiliam o ser humano a garantir a sobrevivência por meio 
do medo e da ousadia. A tomada de decisão é influenciada pelas emoções, 
que são uma parte indispensável da nossa vida racional. Assim, ao contrário 
do que propõe Descartes, e mesmo Kant, o raciocínio não pode ser realizado 
de forma pura, dissociada das emoções. Na verdade, são as emoções que 
permitem o equilíbrio das nossas decisões. Biologicamente, as emoções podem 
contribuir para a regulação dos mecanismos corporais; por exemplo, em uma 
fuga, as emoções podem direcionar o corpo a aumentar o fluxo sanguíneo 
nos membros inferiores. 
Se a emoção é uma resposta do corpo a um estímulo externo, o que são 
sentimentos? Sentimento pode ser a forma como o cérebro interpreta as emo-
ções. É a experiência mental que será gerada após as reações do corpo a um 
incentivo externo. Essa distinção entre sentimento e emoção é defendida por 
Damásio (PIRES, 2017, documento on-line): 
[...] a emoção é um conjunto de todas as respostas motoras que o cérebro faz 
aparecer no corpo em resposta a algum evento. É um programa de movimen-
Fatores determinantes do comportamento10
tos como a aceleração ou desaceleração do batimento do coração, tensão ou 
relaxamento dos músculos e assim por diante. Existe um programa para o 
medo, um para a raiva, outro para a compaixão, etc. Já o sentimento, é a forma 
como a mente vai interpretar todo esse conjunto de movimentos.
Nesse caso, é a experiência mental. O autor complementa
[...] alguns sentimentos não têm a ver com a emoção, mas sempre têm a ver 
com os movimentos do corpo. Por exemplo, quando você sente fome, isso é 
uma interpretação da mente de que o nível de glicose no sangue está baixando 
e você precisa se alimentar (PIRES, 2017, documento on-line).
Esses fatores apresentados são significativos para a cognição humana – o 
processo que transforma o mundo em significados. Através da interação com 
o seu meio, o indivíduo capta o mundo (o cérebro percebe, aprende, recorda 
e pensa) e o converte para seu mundo interno. Assimilamos e processamos 
as informações que recebemos por meio de diferentes meios e processos 
cognitivos como a percepção, a memória, a linguagem, a aprendizagem e as 
emoções. Conforme Eysenck e Keane (2017, p. 1), “[...] a psicologia cognitiva 
investiga e pesquisa estes processos mentais para entender e compreender a 
cognição humana por meio da observação do comportamento das pessoas 
enquanto executam diversas tarefas cognitivas”.
Relação entre o comportamento criminal e a 
psicopatia
Ao pensarmos em comportamento criminal, a primeira imagem que nos vem 
à mente é a dos psicopatas que cometem crimes graves; porém, o compor-
tamento psicopático é encontrado nas mais diversas situações do convívio 
em sociedade. Para os agentes forenses, principalmente os psicólogos, que 
se deparam diariamente com indivíduos com características psicopáticas, é 
fundamental o entendimento desse comportamento. A psicopatia não está 
listada oficialmente no DSM-IV (Manual de Diagnóstico e Estatística das 
Perturbações Mentais) e nem no CID-10 (Classificação Estatística Internacio-
nal de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde), que a reconhecem 
como um tipo de transtorno da personalidade antissocial (TPA), relativo a 
comportamentos objetivos (Figura 3).
11Fatores determinantes do comportamento
Figura 3. Diagnóstico para o transtorno da personalidade antissocial, de acordo com o 
DSM-IV.
Fonte: Huss (2010). 
Huss (2010, p. 89-95) aborda as escalas desenvolvidas por Robert Hare 
para medir a psicopatia:
Robert Hare é frequentemente creditado como o responsável pela explosão 
das pesquisas durante as últimas décadas devido à sua criação da medida da 
psicopatia mais amplamente utilizada, o Psychopathy Checklist (PCL) e o 
atual Psychopathy Checklist-Revised (PCL-R), [...] frequentemente a medida 
padrão para avaliar a psicopatia [...]. [...] o PCL-R é, na verdade, uma lista de 
20 sintomas, e requer o julgamento clínico de um especialista para pontuá-
-lo por meio do exame de informações colaterais e de uma entrevista clínica 
estruturada, para fins clínicos e legais.
Porém, o PCL-R não é válido para avaliar o risco de violência futuro. O 
PCL-R avalia as características listadas em duas categorias, denominadas fatores: 
o fator 1, relacionado ao comportamento interpessoal e à manifestação afetiva; 
e o fator 2, relacionado ao comportamento socialmente desviante/antissocial. 
Veja o quadro a seguir.
Fatores determinantes do comportamento12
Fonte: adaptado de Huss (2010).
Itens do PCL-R
1. Lábia/ charme superficial – Fator 1
2. Senso grandioso de autoestima – Fator 1
3. Mentira patológica – Fator 1
4. Ausência de remorso – Fator 1
5. Afeto superficial – Fator 1
6. Crueldade/falta de empatia – Fator 1
7. Comportamento sexual promíscuo – Fator 1
8. Falta de objetivos realistas de longo prazo – Fator 2
9. Impulsividade – Fator 2
10. Irresponsabilidade – Fator 2
11. Falha em aceitar responsabilidade pelas próprias ações – Fator 1
12. Versatilidade criminal – Fator 2
13. Necessidade de estimulação – Fator 2
14. Ludibriador/ manipulador – Fator 1
15. Estilo de vida parasita – Fator 1
16. Controle deficiente do comportamento – Fator 2
17. Problemas comportamentais precoces – Fator 2
18. Muitas relações conjugais de curta duração – Fator 2
19. Delinquência juvenil – Fator 2
20. Revogação da liberação condicional – Fator 2
Quadro 1. Itens do PCL-R
Segundo Huss (2010, p. 95-96), 
[...] essas categorias de fatores de psicopatia não diferenciam os vários tipos de 
psicopatas; não existem psicopatas fator 1 e fator 2 [...] uma distinção comum 
entre diferentes tipos de psicopatia é a diferenciação entre psicopatia primária 
(prototípica – comete atos antissociais, é irresponsável, não tem empatia e 
é superficialmente charmoso devido a algum déficit inerente) e a psicopatia 
secundária (causada pela desvantagem social, inteligência baixa, ansiedade 
neurótica) [...] a principaldiferença entre estas categorias é a presença de 
ansiedade no psicopata secundário, pois o psicopata secundário comete o 
comportamento antissocial a partir da impulsividade que é ocasionada pela 
ansiedade. 
A probabilidade maior de ocorrer violência por parte do psicopata é quando 
este está sob a influência de álcool ou drogas, por não conseguir manter o 
controle emocional. Os psicopatas apresentam déficits interpessoais e afe-
13Fatores determinantes do comportamento
BOCK, A. M. B.; FURTADO, O.; TEIXEIRA, M. L. T. Psicologias: uma introdução ao estudo 
de psicologia. São Paulo: Saraiva, 2001.
EYSENCK, M. W.; KEANE, M. T. Manual de psicologia cognitiva. 7. ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2017.
FELDMAN, R. S. Introdução à psicologia. 10. ed. Porto Alegre: AMGH, 2015.
HUSS, M. T. Psicologia forense: pesquisa, prática clínica e aplicações. Porto Alegre: 
Artmed, 2010.
MIRANDA, G. L. Teorias da aprendizagem e aplicações educativas programáveis. 
In: MIRANDA, G. L. (Org.). Ensino online e aprendizagem multimédia. Lisboa: Relógio 
d’Água, 2009. p. 101-164.
MIRANDA, J. B.; SENRA, L. X. Aquisição e desenvolvimento da linguagem: contribuições 
de Piaget, Vygotsky e Maturana. Psicologia, 2012. Disponível em: <http://www.psi-
cologia.pt/artigos/textos/TL0306.pdf>. Acesso em: 12 mar. 2018.
PAPALIA, D. E.; FELDMAN, R. D. Desenvolvimento humano. 12. ed. Porto Alegre: AMGH, 
2013.
PATTERSON, C. M.; NEWMAN, J. P. Reflectivity and learning from aversive events: 
toward a psychological mechanism for the syndromes of disinhibition. Psychological 
Review, v. 100, n. 4, p. 716-736, 1993. 
tivos que afetam a capacidade de interagir e manter relações, por isso não 
interagem a longo prazo com outras pessoas. Para camuflar e disfarçar estes 
déficits, o psicopata utiliza linguagem tecnicamente correta, no sentido literal, 
sem conseguir entender a importância emocional da palavra. Os indivíduos 
com psicopatia são incapazes de utilizar os significados semânticos. Eles 
podem, por exemplo, entender as definições do dicionário sobre desespero, 
excitação, medo e ansiedade, mas não possuem a vivência com essas emo-
ções para entendê-las completamente; a raiva expressa pode ser considerada 
como uma pseudoemoção. Outros déficits apresentados pelos psicopatas são 
o cognitivo e o de aprendizagem. Conforme Patterson e Newman (1993), 
pesquisas verificaram uma limitação cognitiva em termos de aprendizagem 
bem específica, que é expressa por um problema com a aprendizagem pas-
siva de evitação, isto é, a incapacidade de aprender com os comportamentos 
punitivos (HUSS, 2010).
Fatores determinantes do comportamento14
PIRES, D. António Damásio: a diferença entre emoção e sentimento. YouTube, 26 fev. 
2017. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=2COAN5Y6S9U>. Acesso 
em: 13 mar. 2018.
REIS, M. A. B. M. N. A memória do testemunho e a influência das emoções na recolha e 
preservação da prova. 2014. Tese (Doutorado) – Universidade de Lisboa, Lisboa, 2014. 
Disponível em: <http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/16155/1/ulsd070014_td_Ma-
ria_Reis.pdf>. Acesso em: 12 mar. 2018.
SOARES, G. O. O comportamentalismo de Pavlov, Watson e Skinner. Psicologia da Edu-
cação, 2013. Disponível em: <http://psicologiadaeducacao-portfolio.blogspot.com.
br/2013/02/o-comportamentalismo-de-pavlov-watson-e.html>. Acesso em: 27 abr. 
2018.
VYGOTSKY, L. S. Pensamento e linguagem. Instituto Elo, 2002. Disponível em: <http://
www.institutoelo.org.br/site/files/publications/5157a7235ffccfd9ca905e359020c413.
pdf>. Acesso em: 12 mar. 2018.
Leituras recomendadas
DAINEZ, D.; SMOLKA, A. L. B. O conceito de compensação no diálogo de Vigotski 
com Adler: desenvolvimento humano, educação e deficiência. Educação e Pesquisa, 
v. 40, n. 4, out./dez. 2014. 
DAMÁSIO, A. R. O erro de Descartes: emoção, razão e cérebro humano. 3. ed. São Paulo: 
Companhia das Letras, 2012.
ROUDINESCO, E.; PLON, M. Dicionário de psicanálise. Rio de Janeiro: Zahar, 1998. 
SERBENA, C. A. Considerações sobre o inconsciente: mito, símbolo e arquétipo na 
psicologia analítica. Revista da Abordagem Gestáltica, v. 16, n. 1, p. 76-82, jan.-jul. 2010. 
Disponível em: <http://www.redalyc.org/html/3577/357735613010/>. Acesso em: 
13 mar. 2018.
15Fatores determinantes do comportamento
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
 
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR
Falsas memórias ocorrem quando um indivíduo lembra de eventos que não aconteceram, 
situações que não vivenciou, lugares que não conheceu.
Nesta Dica do Professor, você vai entender a atuação do psicólogo cognitivista no estudo das 
falsas memórias e sua ação na verificação da fidedignidade de um testemunho. O que são e 
como minimizar as falsas memórias, a técnica de entrevista cognitiva, os benefícios e limitações 
das técnicas utilizadas.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) Chamado para fazer uma corrida, um taxista foi vítima de um assalto, no qual sofreu 
ferimentos e foi levado ao hospital. O investigador do caso mostrou ao taxista, que 
ainda estava em fase de recuperação, duas fotografias de suspeitos. O taxista não 
reconheceu os homens apresentados nas fotos como sendo os assaltantes. Passados 
alguns dias, quando foi à delegacia para realizar o reconhecimento dos suspeitos, ele 
identificou dois deles como sendo os autores do assalto. Os homens identificados 
positivamente eram aqueles mesmos das fotos mostradas no hospital. Os suspeitos 
foram presos e acusados pelo assalto. Ao ser questionado em juízo sobre seu grau de 
certeza de que os acusados eram mesmo os assaltantes, o taxista declarou que tinha 
absoluta certeza. Todavia, alguns meses depois, dois rapazes foram presos por assalto 
em uma cidade vizinha e, quando interrogados, confessaram diversos delitos, 
incluindo o assalto ao taxista.
Qual o fator mais significativo que pode ter influenciado o comportamento desse 
taxista?
A) Transtorno de percepção. 
B) Esquecimento. 
C) Falsas memórias. 
D) Amnésia. 
E) Ambivalência. 
2) Analise a seguinte situação: se você está com uma coceira na pele, que é aliviada 
quando você aplica determinada marca de loção, você, na próxima vez que sentir 
coceira, estará propenso a usá-la novamente.
O que motivará a repetição desse comportamento?
A) Experimentação. 
B) Reforço positivo. 
C) Comportamento compulsivo. 
D) Reforçon negativo. 
E) Determinismo recíproco 
3) Qual perspectiva defendeu que a pessoa desenvolve o seu comportamento em função 
da escolha de modelos célebres?
A) Psicanalítica.
B) Gestalt.
C) Cognitivista.
D) Aprendizagem Social.
E) Contextual. 
4) O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), o qual 
compreende a classificação dos transtornos mentais realizada pela Associação 
Americana de Psiquiatria (APA), foi publicado pela primeira vez em 1953, como uma 
lista categorizada de diagnósticos de transtornos mentais. Isso posto, conforme consta 
em edições mais contemporâneas do Manual, como o DSM-IV (1994) e o DSM-V 
(2010), acerca do Transtorno de Personalidade Antissocial (TPA), está correto o que 
se descreve em: 
A) É possível que o diagnóstico de TPA seja associado ao fracasso para planejar o futuro, 
bem como à incapacidade para responder com comportamentos socialmente adequados. 
B) O TPA é caraterizado por padrão global de desrespeito e violação dos direitos alheios e 
ocorre desde os 5 anos de idade, conforme o DSM-IV. 
C) Dentre os critérios diagnósticos do TPA podemos destacar a emergência do remorso a 
partir da propensão para enganar. 
D) O indivíduo que apresenta critérios para diagnóstico de TPA é irresponsável com a 
segurança de terceiros e extremamente cuidadoso com a própria segurança. 
E) A racionalização diante do ferimento causado a terceiros, somada de extrema 
responsabilidade com qualquer tipo de compromisso financeiro são critériosdiagnósticos 
para o TPA. 
5) Sobre o processo de aprendizagem, assinale a alternativa correta.
A Teoria Behaviorista abriu caminho para o desenvolvimento do ensino programado, A) 
possibilitando o rápido aprendizado por meio de estímulos positivos, com ênfase no 
reforço e feedbacks imediatos, ambientes controlados por meio de simulações e contato 
gradual com a disciplina a ser ministrada. 
B) Na avaliação psicológica e/ou neurológica, os dados da linguagem podem ser coletados 
somente através de testes padronizados.
C) As memórias são armazenadas no cérebro de forma integral e, mesmo já definidas e 
estabelecidas, não são permanentes.
D) Piaget defende, em sua teoria, que o desenvolvimento humano, o processo cognitivo, 
ocorre por meio da interação social, num processo colaborativo.
E) A descoberta da relação entre o todo e a parte, onde o todo influencia a compreensão do 
objeto, demonstrou que o comportamento das pessoas é determinado pela memória. 
NA PRÁTICA
Ana é psicóloga forense e trabalha junto ao Instituto de Criminologia do Estado de São Paulo. 
Ela foi chamada para fazer uma avaliação psicológica de um dos presos que vinha cometendo 
crimes em séries.
Os policiais o classificaram como um serial killer e, para comprovar essa hipótese, chamaram 
Ana para analisar os principais fatores que corroborariam com esse estereótipo. 
 
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Ana finalizou seu parecer concluindo que o preso é um serial killer visionário, pois ouvia vozes, 
alucinação e obedecia a uma ordem que estava na sua cabeça.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Skinner - Reforço
Confira este vídeo sobre Modelagem, que é um método da aplicação do reforço para obter novas 
respostas através de um processo gradativo de aprendizagem, para alcançar um novo 
comportamento.
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A diferença entre emoção e sentimento
Entrevista com o neurocientista Antônio Damásio, que explana as diferenças entre emoção e 
sentimento.
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Manual de Psicologia Cognitiva
Este livro aborda os processos cognitivos que desempenham um papel importante no 
desenvolvimento humano, como a atenção, a percepção, a aprendizagem, a memória, a 
linguagem, a resolução de problemas,o raciocínio e o pensamento.

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