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Fatores determinantes do comportamento APRESENTAÇÃO Seja bem-vindo! O comportamento humano é estudado por várias perspectivas teóricas surgidas a partir do século XIX, quando foi possível estudá-lo com métodos científicos. Estas perspectivas evidenciam diferentes paradigmas com seus métodos próprios e modos de interpretar os dados na pesquisa do comportamento humano. Tem-se, no estudo da cognição humana, o processo pelo qual o ser humano interage com os seus semelhantes e com o meio em que vive, sem perder a sua identidade existencial, que se externaliza no comportamento observável, sendo os fatores percepção, memória, linguagem, aprendizagem e as emoções os mais significativos na influência da personalidade de um indivíduo. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai entender as noções de comportamento de quatro perspectivas teóricas, estudando os fatores que influenciam na dinâmica do psiquismo humano, que compõem a nossa personalidade. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir noções de comportamento.• Identificar fatores que determinam diferentes comportamentos.• Descrever a relação entre comportamento criminal e psicopatia.• DESAFIO Para realizar o Desafio, atente para o fragmento do caso a seguir: Tendo em vista o fragmento do caso apresentado, analise e identifique a que conceito está relacionado esse comportamento do aluno e identifique os aspectos importantes envolvidos, justificando sua resposta. INFOGRÁFICO O desenvolvimento humano se dá em três grandes áreas: desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial. Os cientistas realizam este estudo interdisciplinariamente, que inclui a Psicologia, a Psiquiatria, a Sociologia, a Antropologia, a Biologia, a Genética, a Ciência da Família, a Educação, a Neurologia, a Medicina e a História. No Infográfico a seguir, é abordado o estudo sobre o desenvolvimento humano, que está em constante evolução. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Para a psicanalise: Nascimento até os 18 meses: fase oral - vivencia o prazer e a dor através da satisfação (ou frustração) de pulsões orais. Pela boca. Adultos fixados nesta fase podem comer, fumar ou beber para lidar com a ansiedade. 18 meses até os 3 anos: fase anal - energia libidinal focada no ânus, aprendizado de controlar os esfíncteres. A obsessividade ou a compulsão demonstram a fixação nesta fase. Dos 3 aos 5 anos: fase fálica - descoberta das diferenças de sexo (presença e ausência do falo ou pênis). Complexo de Édipo. Meninos se aproximam mais das mães e as meninas dos pais. Adultos fixados nesta fase demonstram traços histéricos. Dos 6 aos 11 anos: fase da latência - a energia libidinal fica menos ativa. O ego e o superego emergem. Pouco desenvolvimento psicossexual. Dos 11 aos 20 anos: fase genital - as pulsões sexuais se intensificam e se dirigem a uma pessoa do sexo oposto. CONTEÚDO DO LIVRO O comportamento humano é estudado em várias perspectivas teóricas surgidas a partir do século XIX, quando foi possível estudá-lo com métodos científicos. Estas perspectivas evidenciam diferentes paradigmas com seus métodos próprios e modos de interpretar os dados na pesquisa do comportamento humano. Os fatores que influenciam o comportamento serão abordados pela perspectiva da Psicologia Cognitiva em função de sua contribuição para a Psicologia Jurídica, que investiga e pesquisa os processos mentais para entender e compreender a cognição humana por meio da observação do comportamento das pessoas enquanto estas executam diversas tarefas cognitivas. No capítulo Fatores determinantes do comportamento, da obra Psicologia e Criminologia, você conseguirá entender a relação entre comportamento e personalidade. Serão apresentadas as abordagens psicodinâmicas, que consideram que a personalidade é motivada por forças e conflitos internos de pouca consciência e controle pelo indivíduo. O pioneiro foi Sigmund Freud e, posteriormente Carl Jung, Karen Horney e Alfred Adler, onde buscaremos entender esta relação. Revisão técnica: Caroline Bastos Capaverde Graduada em Psicologia Especialista em Psicoterapia Psicanalítica Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin – CRB 10/2147 P974 Psicologia e criminologia [recurso eletrônico] / Eliane Dalla Coletta... [et al.] ; [revisão técnica: Caroline Bastos Capaverde]. – Porto Alegre : SAGAH, 2018. ISBN 978-85-9502-464-9 1. Psicologia. 2. Direito penal. I. Dalla Coletta, Eliane. CDU 159.9:343.1 Fatores determinantes do comportamento Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Definir noções de comportamento. � Identificar fatores que determinam diferentes comportamentos. � Descrever a relação entre comportamento criminal e psicopatia. Introdução O comportamento humano passou a ser estudado com métodos cien- tíficos a partir do século XIX, com base nas diferentes perspectivas teó- ricas surgidas nesse período. Estas perspectivas evidenciam diferentes paradigmas e apresentam métodos e modos próprios de interpretar os dados na pesquisa do comportamento humano. Neste capítulo você vai estudar as noções de comportamento a partir de quatro perspectivas teóricas: o behaviorismo, a psicanalítica, a teoria da aprendizagem social e a teoria cognitiva. Os fatores que influenciam o comportamento serão abordados pela perspectiva da psicologia cogni- tiva, em função de sua contribuição para a psicologia jurídica. Essa influ- ência se deve ao fato de que a psicologia cognitiva investiga e pesquisa os processos mentais para entender e compreender a cognição humana, por meio da observação do comportamento das pessoas enquanto executam diversas tarefas cognitivas. O comportamento violento também é tema de estudos, desenvolvidos especialmente pelos psicólogos forenses, que apontam relações entre a psicopatia e o comportamento criminal. Neste capítulo você também vai conhecer as possíveis relações entre o comportamento criminal e a psicopatia. Noções de comportamento A partir do estudo do comportamento por meio de métodos científicos, iniciado no século XIX, surgiram diferentes teorias de desenvolvimento humano que estudam e evidenciam paradigmas, métodos próprios e modos de interpretar os dados na pesquisa do comportamento. Com base em Papalia e Feldman (2013), vamos apresentar quatro perspectivas teóricas que amparam a maioria das teorias renomadas e suas pesquisas. Uma das primeiras escolas a estudar o comportamento foi o behaviorismo, que entende o comportamento como uma interação entre a ação do sujeito e o ambiente onde a sua ação acontece. O comportamento, para o behaviorismo, é uma reação ou resposta do “sujeito” observado (homem ou animal) a uma determinada situação. Ou seja, o comportamento é uma resposta do sujeito observado a um estímulo. O estudo do comportamento é possível a partir da variação do estímulo (S) e da observação de cada reação (R) do sujeito de acordo com o estímulo dado, conforme o esquema clássico S R. Skinner (1904 - 1990), um dos mais célebres representantes do behaviorismo, deu início a um amplo e diversifi- cado programa de investigações sobre o comportamento com base em suas consequências; um desses estudos é a teoria do reforço. Reforço é uma força que, se acontece após uma resposta, aumenta a probabilidade desta se repetir; ele pode ser positivo ou negativo. O reforço positivo aumenta a probabilidade futura de repetição da mesma resposta, e o reforço negativo remove ou atenua uma situação desagradável (aumentando, com isso, a probabilidade da repetição da resposta). O experimento clássico do behaviorismo, desenvolvido por Skinner, ocorreu com a utilização de ratos e pombos, cujos comportamentos eram condiciona- dos por meio de estímulos e reforços. Os animais eram colocados dentro das chamadas caixas de Skinner (Figura 1).A experiência tinha como objetivo fazer com que o rato apertasse uma alavanca para receber uma gota de água. A primeira ocorrência foi por acaso, durante a exploração que o rato estava fazendo na caixa; logo que a gota de água apareceu, o rato a consumiu rapi- damente. A expectativa de Skinner era que, se o rato continuasse com sede ou viesse a ter sede depois de um tempo, pressionaria a barra. Nesse experimento, acionar a alavanca era a resposta (R), e o estímulo reforçador (S) era a água. Na formulação da equação representativa R S, a flecha significava “levar a” e o estímulo (S) era o reforço. Fatores determinantes do comportamento2 Figura 1. Caixas de Skinner: artefatos mecânicos complexos que auxiliavam nas pesquisas com ratos e pombos. Registravam todos os movimentos, conforme os reforços recebidos. Fonte: Soares (2013). Foram realizadas inúmeras variações dessa experiência. Por exemplo, a água era disponibilizada depois de três apertos, depois com sete, doze, vinte e assim por diante, com variações sucessivas, medidas com cronometragem criteriosa e com o uso extenso de modelos estatísticos complexos em vários níveis. A partir desse rigor metodológico, nasceu a ciência do comportamento. A partir de outras variações nas quais o estímulo era dado aletoriamente, como a disponibilidade de água depois de trinta apertos, ou, por outro lado, a indisponibilidade de água, era esperado que essas recompensas aleatórias eliminassem o comportamento. No entanto, Skinner percebeu que esses hábitos baseados em recompensas irregulares são os mais difíceis de serem extintos e podem explicar o porquê de as pessoas perderem fortunas nas máquinas caça-níqueis, por exemplo. Ou seja, esses reforços/recompensas intermitentes podem se transformar em comportamento compulsivo (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2001). Contemporaneamente, temos a perspectiva psicanalítica, que surgiu com Sigmund Freud (1856–1939). Para Freud, o desenvolvimento humano advém de forças inconscientes que motivam e controlam o comportamento humano. Segundo Papalia e Feldman (2013, p. 60), 3Fatores determinantes do comportamento [...] a psicanálise se concentrou no desenvolvimento da personalidade, na importância dos pensamentos, sentimentos e motivações inconscientes, nas experiências infantis na formação da personalidade, na ambivalência das respostas emocionais, no papel das representações mentais do eu e dos outros no estabelecimento das relações íntimas, e no curso do desenvolvimento normal partindo de um estado imaturo e dependente para um estado maduro e independente. Em 1924 surge a teoria da aprendizagem social, desenvolvida pelo psi- cólogo Albert Bandura, o qual fez contribuições para os campos da psicologia social e cognitiva, da psicoterapia e da pedagogia. Esta teoria propõe que o desenvolvimento humano é bidirecional – o que Bandura denomina determi- nismo recíproco. Isso significa que a pessoa age sobre o mundo à medida que o mundo age sobre a pessoa, em uma interação simultânea, em contraposição à teoria behaviorista que defendia a primazia da ação do ambiente sobre a pessoa como impulso significativo e determinante no seu desenvolvimento. Bandura defendeu a ideia de que a pessoa aprende o comportamento social por meio da admiração por outras pessoas, como os pais, os professores, os heróis esportivos, ou seja, os modelos que possuem notoriedade e que ganham recompensas pelos seus feitos. Segundo Papalia e Feldman (2013, p. 64), na teoria da aprendizagem social, “[...] a imitação de modelos é o elemento mais importante para a criança aprender uma língua, lidar com a agressão, desen- volver um senso moral e aprender os comportamentos apropriados de gênero”. A versão mais atualizada desta teoria, de 1989, é a teoria social cognitiva, com destaque para os processos cognitivos. A perspectiva cognitiva defende que o comportamento humano representa os estágios cognitivos do desenvolvimento humano. Na perspectiva cognitiva, destacaram-se estudiosos como Piaget e Vygotsky, entre outros. Para Piaget (1896–1980), o desenvolvimento humano ocorre por meio dos aspectos físico- -motor, intelectual, afetivo-emocional e social. Para o estudioso, somente por meio destes aspectos é possível entender como e por que o indivíduo se comporta de determinada maneira, em certa situação, em determinado momento de sua vida. Segundo Bock, Furtado e Teixeira (2001, p. 129), [...] os estudos e pesquisas de Piaget demonstraram que existem formas de perceber, compreender e se comportar diante do mundo, próprias de cada faixa etária, isto é, existe uma assimilação progressiva do meio ambiente, que implica uma acomodação das estruturas mentais a este novo dado do mundo exterior. Fatores determinantes do comportamento4 Nessa teoria, para entendermos o comportamento, temos que conhecer as características comuns de cada faixa etária para que possamos diferenciar individualidades. Piaget propôs quatro estágios de desenvolvimento: de 01 a 02 anos (sensório-motor), de 2 a 7 anos (pré-operatório), de 7 a 12 anos (ope- rações concretas) e de 12 anos em diante (operações formais). Essa teoria foi amplamente utilizada na educação, possibilitando aos pais e professores uma maior compreensão da criança e do adolescente e embasando teoricamente o currículo escolar, apropriado a cada faixa de desenvolvimento. Segundo Papalia e Feldman (2013, p. 66), [...] a pesquisa com adultos indica que o foco de Piaget na lógica formal como o ápice do desenvolvimento cognitivo é por demais estreito. Não explica a emergência de habilidades maduras como a resolução de problemas práticos, a sabedoria e a capacidade de lidar com situações ambíguas. Vygotsky (1896–1934), por sua vez, tem por foco o desenvolvimento humano com base nos processos sociais e culturais do desenvolvimento cognitivo. O autor defende que o processo cognitivo ocorre por meio da interação social, com colaboração. Para ele, as pessoas adquirem as habilidades cognitivas por meio da linguagem, ao exercerem atividades compartilhadas. Os adultos devem ajudar a criança a transpor a zona de desenvolvimento proximal (ZDP), que é o intervalo entre o que a criança já faz sozinha e o que ela pode realizar com a ajuda dos adultos (PAPALIA; FELDMAN, 2013). A corrente cognitiva mais atual é a do processamento da informação, a qual estuda o desenvolvimento cognitivo e os processos mentais envolvidos na percepção e no tratamento da informação, investigando os processos de compreensão da informação recebida e de desenvolvimento eficaz das tarefas, que envolvem atenção, memória, estratégias de planejamento, tomadas de decisão e estabelecimento de metas (PAPALIA; FELDMAN, 2013). Nessa perspectiva, o desenvolvimento humano é constante e cumulativo, acontecendo conforme a idade, a prontidão, a complexidade e efetividade do processo mental, e a capacidade e diversidade do que pode ser armazenado na memória. A atenção e a memória são integradoras do comportamento, mantido pelos processos cerebrais centrais. Dessa forma, podemos entender como [...] psicologia cognitiva aquela que estuda os processos internos (atenção, percepção, aprendizagem, memória, linguagem resolução de problemas, raciocínio e pensamento) envolvidos em extrair sentido do ambiente e decidir 5Fatores determinantes do comportamento que ação deve ser apropriada. Visa a compreender a cognição humana por meio da observação do comportamento das pessoas enquanto executam várias tarefas cognitivas (EYSENCK; KEANE, 2017, p. 01). Com o que foi exposto, você pode perceber que o comportamento é estudado há muito tempo por diferentes pesquisadores, originando várias abordagens que contribuem para o entendimento do comportamento humano. Cada abordagem apresenta subsídios para a atuação do psicólogo no enten- dimento da subjetividade dos indivíduos e das suas manifestações compor- tamentais, utilizando conhecimentos e técnicas da psicologia na promoção da saúde. A psicologiajurídica, dessa forma, também está alicerçada sobre esses conhecimentos e técnicas psicológicas para avaliação, diagnóstico e parecer técnico para auxiliar juízes, desembargadores e promotores na elucidação dos processos judiciais. Fatores determinantes no estudo do comportamento O comportamento humano é influenciado por diversos fatores que variam de acordo com o ângulo ou a especificidade pela qual queremos entendê-lo e abordá-lo. Por exemplo, os fatores que determinam o comportamento de um gerente administrativo não são necessariamente os mesmos que determinam o comportamento de um atleta de alto rendimento, de uma dona de casa, de um psicopata, de um criminoso ou de um delinquente juvenil. As condições do meio, da maturação neurofisiológica e da hereditariedade também fazem parte dos fatores que influenciam o comportamento das pessoas. Como vimos anteriormente, o comportamento humano é objeto de análise de diferentes perspectivas teóricas. Para Piaget, os aspectos que atuam no desenvolvimento humano, como o aspecto físico-motor, o intelectual, o afetivo-emocional e o social, se complementam, e somente a partir de uma análise que considera essa multiplicidade é possível entender como e por que o indivíduo se comporta de uma maneira em determinada situação da sua vida. Para o behaviorismo, o comportamento é uma reação ou resposta do “sujeito” observado (homem ou animal) a uma determinada situação. O ambiente in- fluencia (estimula) o comportamento de cada pessoa. Para a psicanálise, são as forças do inconsciente que motivam e controlam o comportamento. Para Bandura, as pessoas aprendem o comportamento social por meio da admiração por outras pessoas, como os pais, os professores, os heróis esportivos, ou Fatores determinantes do comportamento6 seja, os modelos que possuem notoriedade e que ganham recompensas pelos seus feitos. Para o cognitivismo, na perspectiva do processamento da infor- mação, o comportamento é influenciado pela percepção, atenção e memória, especificamente. No estudo da cognição humana, outras áreas também estão envolvidas, interdisciplinarmente, com aportes da psicologia cognitiva e experimental, das neurociências, da medicina, da biologia, da linguística, da educação, entre outras. Diversos saberes são mobilizados para o entendimento da cognição humana. Na área jurídica, observamos a contribuição substancial da psicologia, especialmente da psicologia cognitiva e da neuropsicologia (mais recentemente). Por esse motivo, neste capítulo abordaremos os fatores da cognição humana: a percepção, a memória, a linguagem, a aprendizagem e as emoções. Estes fatores são processos internos utilizados pelo indivíduo para captar os estímulos do ambiente, possibilitando a escolha da ação mais apropriada (expressão do comportamento). São também estes os fatores mais investigados nas avaliações psicológicas na área jurídica. Poderíamos acrescentar, ainda, segundo Papalia e Feldman (2013), o pensamento, o raciocínio, a inteligência, a motivação, a autoestima, a autoconfiança, a ansiedade, a agressividade, a sexualidade e a dinâmica familiar. Iniciaremos a abordagem da cognição humana pela percepção. Para Ey- senck e Keane (2017, p. 37) a “[...] percepção é a aquisição e o processamento da informação sensorial para ver, ouvir, provar ou sentir os objetos no mundo; também guia as ações de um organismo no que diz respeito a estes objetos”, em um entendimento da psicologia cognitiva mais voltada para o processamento da informação. A Gestalt fez uma importante contribuição para a psicologia com a des- coberta da influência da percepção no comportamento humano a partir dos estudos voltados para a relação entre o todo e a parte, revolucionando princí- pios fundamentais da ciência. Nesse ponto, o todo influencia a compreensão do objeto, demonstrando que o comportamento das pessoas é determinado por sua percepção da realidade e não da realidade em si, uma vez que duas pessoas olhando para o mesmo objeto ou para a mesma situação podem vê-los de diferentes formas. Disso decorre que a percepção é induzida por vários fatores que podem distorcê-la ou moldá-la; eles podem estar relacionados a quem percebe, ao objeto percebido, a como ele é visto, ou à situação em que a percepção ocorre. Essa distorção, às vezes, pode ser patológica – como as ilusões ou alucinações, que são as distorções em seu nível extremo. 7Fatores determinantes do comportamento A memória tem sido estudada, pesquisada e investigada no campo das teorias do processamento de informação e da neurociência que tem como foco de estudo a aprendizagem (na resolução de problemas e no raciocínio). Para Reis (2014), a memória é uma das funções cognitivas mais imprescin- díveis e complexas do ser humano, por ser a base de toda a aprendizagem. Um dos mais importantes conceitos desenvolvidos pela teoria cognitiva é a subdivisão da memória em três processos (Figura 2): a codificação (per- cepção da informação), o armazenamento (manutenção desta informação) e a recuperação (recordação da informação previamente armazenada). A recuperação pode ser para uso imediato ou posterior, simultaneamente a mecanismos biológicos e psicológicos, com suporte externo diversificado e elementos culturais. A memória pode ser analisada pelos cientistas por meio de duas perspec- tivas: estrutural e processual. Na perspectiva estrutural, os componentes da memória são a memória de curto prazo (MCP) e a memória de longo prazo (MLP). A informação é, então, processada em cada componente, e os tipos de conhecimentos são armazenados. Já na perspectiva processual, a memória tem sido analisada em suas fases de codificação: retenção e recuperação de informação. As memórias não são armazenadas no cérebro de forma integral e, mesmo quando já definidas e estabelecidas, podem não ser permanentes. É o fenômeno do esquecimento, que é fisiológico e ocorre constantemente, debilitando o traço de memória que foi aprendido. Também existem os casos de amnésias e falsas memórias. Reis (2014, p. 50) faz a seguinte observação sobre a memória e sua complexidade: O cérebro é uma estrutura em permanente construção e a memória está, sem dúvida, entre as mais interessantes abordagens das neurociências. Assim, através das várias técnicas e conceitos neuropsicológicos, devemos não reduzir a memória a modelos sem referência a processos nervosos [...], assim como não devemos reduzi-la a fenômenos puramente celulares, sem referência a processos cognitivos ou comportamentais. Fatores determinantes do comportamento8 Figura 2. Segundo Feldman (2015, p. 205), os processos de codificação, armazenamento e recuperação podem ser pensados numa analogia aos computadores, na qual o teclado representaria o processo de codificação, o disco rígido seria o armazenamento, e o programa que acessa a informação para exibição na tela seria a recuperação. Fonte: Feldman (2015). Dois elementos da cognição humana de extrema complexidade são o pensamento e a linguagem. Vygotsky (2002) afirma que, nos primeiros anos do desenvolvimento da criança, há tanto um período pré-linguístico para a fala quanto um pré-intelectual para o pensamento. Assim, o pensamento e a fala não se encontram relacionados por uma conexão primária; a conexão entre eles é dinâmica, complexa e pode se desenvolver de diversas formas. A linguagem (verbal, gestual e escrita) é o mecanismo utilizado pelo ser humano para se relacionar com os outros, e é por meio dela que o ser humano aprende a pensar. A aptidão da fala pela criança é adquirida durante o seu desenvolvimento, sendo que, na sua evolução, o domínio das palavras, das frases e da gramática lhe possibilita uma comunicação cada vez mais apurada. É por meio de seus conhecimentos práticos, do seu fazer com os outros, que a criança adequa a sua fala ao ouvinte, envolvendo o aspecto social no desenvolvimento da linguagem. Um aspecto importante a ser sinalizado é que “[...] o desenvolvimento dosconceitos, ou dos significados das palavras, pressupõe o desenvolvimento de muitas funções intelectuais: atenção deliberada, memória lógica, abstração, capacidade para comparar e diferenciar” (VYGOTSKY, 2002, p. 112). A linguagem é o instrumento primordial para o psicólogo, pois a forma como as pessoas se comunicam envolverá a interação, os fatores sociais, culturais, afetivos e emocionais e o pensamento, que são os influenciadores principais do comportamento do indivíduo nas suas relações interpessoais. Na avaliação 9Fatores determinantes do comportamento psicológica e/ou neuropsicológica, os dados da linguagem podem ser coletados em observação direta, a partir de relatos do avaliado ou de familiares sobre habilidades ou inabilidade de comunicação, e por meio de testes padronizados (MIRANDA; SENRA, 2012). Outro fator que influencia significativamente o comportamento é a aprendizagem. O processo de aprendizagem é bastante complexo e pode ser desenvolvido a partir de diversas teorias e suas respectivas abordagens. O aprender está relacionado à ordenação e à reordenação de estruturas mentais e do meio ambiente. A teoria behaviorista abriu caminho para o desenvol- vimento do ensino programado, possibilitando o rápido aprendizado por meio de estímulos positivos, enfatizando o reforço, os feedbacks imediatos, os ambientes controlados por meio de simulações e o contato gradual com a disciplina a ser ministrada. A teoria cognitivista estabeleceu que o aprendizado é uma prática social, que perpassa o contexto da estruturação pedagógica e permeia o mundo social. Esta teoria enfatiza as questões de transformação sociocultural e as relações entre o mais experiente e o menos experiente no contexto de uma prática educacional mais eficiente. A aprendizagem realizada por meio da participação ativa e da colaboração são aspectos da prática social que envolvem a pessoa como um todo, propiciando não somente a interação em atividades específicas, mas também nas comunidades sociais (MIRANDA, 2009). As emoções auxiliam o ser humano a garantir a sobrevivência por meio do medo e da ousadia. A tomada de decisão é influenciada pelas emoções, que são uma parte indispensável da nossa vida racional. Assim, ao contrário do que propõe Descartes, e mesmo Kant, o raciocínio não pode ser realizado de forma pura, dissociada das emoções. Na verdade, são as emoções que permitem o equilíbrio das nossas decisões. Biologicamente, as emoções podem contribuir para a regulação dos mecanismos corporais; por exemplo, em uma fuga, as emoções podem direcionar o corpo a aumentar o fluxo sanguíneo nos membros inferiores. Se a emoção é uma resposta do corpo a um estímulo externo, o que são sentimentos? Sentimento pode ser a forma como o cérebro interpreta as emo- ções. É a experiência mental que será gerada após as reações do corpo a um incentivo externo. Essa distinção entre sentimento e emoção é defendida por Damásio (PIRES, 2017, documento on-line): [...] a emoção é um conjunto de todas as respostas motoras que o cérebro faz aparecer no corpo em resposta a algum evento. É um programa de movimen- Fatores determinantes do comportamento10 tos como a aceleração ou desaceleração do batimento do coração, tensão ou relaxamento dos músculos e assim por diante. Existe um programa para o medo, um para a raiva, outro para a compaixão, etc. Já o sentimento, é a forma como a mente vai interpretar todo esse conjunto de movimentos. Nesse caso, é a experiência mental. O autor complementa [...] alguns sentimentos não têm a ver com a emoção, mas sempre têm a ver com os movimentos do corpo. Por exemplo, quando você sente fome, isso é uma interpretação da mente de que o nível de glicose no sangue está baixando e você precisa se alimentar (PIRES, 2017, documento on-line). Esses fatores apresentados são significativos para a cognição humana – o processo que transforma o mundo em significados. Através da interação com o seu meio, o indivíduo capta o mundo (o cérebro percebe, aprende, recorda e pensa) e o converte para seu mundo interno. Assimilamos e processamos as informações que recebemos por meio de diferentes meios e processos cognitivos como a percepção, a memória, a linguagem, a aprendizagem e as emoções. Conforme Eysenck e Keane (2017, p. 1), “[...] a psicologia cognitiva investiga e pesquisa estes processos mentais para entender e compreender a cognição humana por meio da observação do comportamento das pessoas enquanto executam diversas tarefas cognitivas”. Relação entre o comportamento criminal e a psicopatia Ao pensarmos em comportamento criminal, a primeira imagem que nos vem à mente é a dos psicopatas que cometem crimes graves; porém, o compor- tamento psicopático é encontrado nas mais diversas situações do convívio em sociedade. Para os agentes forenses, principalmente os psicólogos, que se deparam diariamente com indivíduos com características psicopáticas, é fundamental o entendimento desse comportamento. A psicopatia não está listada oficialmente no DSM-IV (Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais) e nem no CID-10 (Classificação Estatística Internacio- nal de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde), que a reconhecem como um tipo de transtorno da personalidade antissocial (TPA), relativo a comportamentos objetivos (Figura 3). 11Fatores determinantes do comportamento Figura 3. Diagnóstico para o transtorno da personalidade antissocial, de acordo com o DSM-IV. Fonte: Huss (2010). Huss (2010, p. 89-95) aborda as escalas desenvolvidas por Robert Hare para medir a psicopatia: Robert Hare é frequentemente creditado como o responsável pela explosão das pesquisas durante as últimas décadas devido à sua criação da medida da psicopatia mais amplamente utilizada, o Psychopathy Checklist (PCL) e o atual Psychopathy Checklist-Revised (PCL-R), [...] frequentemente a medida padrão para avaliar a psicopatia [...]. [...] o PCL-R é, na verdade, uma lista de 20 sintomas, e requer o julgamento clínico de um especialista para pontuá- -lo por meio do exame de informações colaterais e de uma entrevista clínica estruturada, para fins clínicos e legais. Porém, o PCL-R não é válido para avaliar o risco de violência futuro. O PCL-R avalia as características listadas em duas categorias, denominadas fatores: o fator 1, relacionado ao comportamento interpessoal e à manifestação afetiva; e o fator 2, relacionado ao comportamento socialmente desviante/antissocial. Veja o quadro a seguir. Fatores determinantes do comportamento12 Fonte: adaptado de Huss (2010). Itens do PCL-R 1. Lábia/ charme superficial – Fator 1 2. Senso grandioso de autoestima – Fator 1 3. Mentira patológica – Fator 1 4. Ausência de remorso – Fator 1 5. Afeto superficial – Fator 1 6. Crueldade/falta de empatia – Fator 1 7. Comportamento sexual promíscuo – Fator 1 8. Falta de objetivos realistas de longo prazo – Fator 2 9. Impulsividade – Fator 2 10. Irresponsabilidade – Fator 2 11. Falha em aceitar responsabilidade pelas próprias ações – Fator 1 12. Versatilidade criminal – Fator 2 13. Necessidade de estimulação – Fator 2 14. Ludibriador/ manipulador – Fator 1 15. Estilo de vida parasita – Fator 1 16. Controle deficiente do comportamento – Fator 2 17. Problemas comportamentais precoces – Fator 2 18. Muitas relações conjugais de curta duração – Fator 2 19. Delinquência juvenil – Fator 2 20. Revogação da liberação condicional – Fator 2 Quadro 1. Itens do PCL-R Segundo Huss (2010, p. 95-96), [...] essas categorias de fatores de psicopatia não diferenciam os vários tipos de psicopatas; não existem psicopatas fator 1 e fator 2 [...] uma distinção comum entre diferentes tipos de psicopatia é a diferenciação entre psicopatia primária (prototípica – comete atos antissociais, é irresponsável, não tem empatia e é superficialmente charmoso devido a algum déficit inerente) e a psicopatia secundária (causada pela desvantagem social, inteligência baixa, ansiedade neurótica) [...] a principaldiferença entre estas categorias é a presença de ansiedade no psicopata secundário, pois o psicopata secundário comete o comportamento antissocial a partir da impulsividade que é ocasionada pela ansiedade. A probabilidade maior de ocorrer violência por parte do psicopata é quando este está sob a influência de álcool ou drogas, por não conseguir manter o controle emocional. Os psicopatas apresentam déficits interpessoais e afe- 13Fatores determinantes do comportamento BOCK, A. M. B.; FURTADO, O.; TEIXEIRA, M. L. T. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. São Paulo: Saraiva, 2001. EYSENCK, M. W.; KEANE, M. T. Manual de psicologia cognitiva. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. FELDMAN, R. S. Introdução à psicologia. 10. ed. Porto Alegre: AMGH, 2015. HUSS, M. T. Psicologia forense: pesquisa, prática clínica e aplicações. Porto Alegre: Artmed, 2010. MIRANDA, G. L. Teorias da aprendizagem e aplicações educativas programáveis. In: MIRANDA, G. L. (Org.). Ensino online e aprendizagem multimédia. Lisboa: Relógio d’Água, 2009. p. 101-164. MIRANDA, J. B.; SENRA, L. X. Aquisição e desenvolvimento da linguagem: contribuições de Piaget, Vygotsky e Maturana. Psicologia, 2012. Disponível em: <http://www.psi- cologia.pt/artigos/textos/TL0306.pdf>. Acesso em: 12 mar. 2018. PAPALIA, D. E.; FELDMAN, R. D. Desenvolvimento humano. 12. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013. PATTERSON, C. M.; NEWMAN, J. P. Reflectivity and learning from aversive events: toward a psychological mechanism for the syndromes of disinhibition. Psychological Review, v. 100, n. 4, p. 716-736, 1993. tivos que afetam a capacidade de interagir e manter relações, por isso não interagem a longo prazo com outras pessoas. Para camuflar e disfarçar estes déficits, o psicopata utiliza linguagem tecnicamente correta, no sentido literal, sem conseguir entender a importância emocional da palavra. Os indivíduos com psicopatia são incapazes de utilizar os significados semânticos. Eles podem, por exemplo, entender as definições do dicionário sobre desespero, excitação, medo e ansiedade, mas não possuem a vivência com essas emo- ções para entendê-las completamente; a raiva expressa pode ser considerada como uma pseudoemoção. Outros déficits apresentados pelos psicopatas são o cognitivo e o de aprendizagem. Conforme Patterson e Newman (1993), pesquisas verificaram uma limitação cognitiva em termos de aprendizagem bem específica, que é expressa por um problema com a aprendizagem pas- siva de evitação, isto é, a incapacidade de aprender com os comportamentos punitivos (HUSS, 2010). Fatores determinantes do comportamento14 PIRES, D. António Damásio: a diferença entre emoção e sentimento. YouTube, 26 fev. 2017. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=2COAN5Y6S9U>. Acesso em: 13 mar. 2018. REIS, M. A. B. M. N. A memória do testemunho e a influência das emoções na recolha e preservação da prova. 2014. Tese (Doutorado) – Universidade de Lisboa, Lisboa, 2014. Disponível em: <http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/16155/1/ulsd070014_td_Ma- ria_Reis.pdf>. Acesso em: 12 mar. 2018. SOARES, G. O. O comportamentalismo de Pavlov, Watson e Skinner. Psicologia da Edu- cação, 2013. 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Acesso em: 13 mar. 2018. 15Fatores determinantes do comportamento Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Conteúdo: DICA DO PROFESSOR Falsas memórias ocorrem quando um indivíduo lembra de eventos que não aconteceram, situações que não vivenciou, lugares que não conheceu. Nesta Dica do Professor, você vai entender a atuação do psicólogo cognitivista no estudo das falsas memórias e sua ação na verificação da fidedignidade de um testemunho. O que são e como minimizar as falsas memórias, a técnica de entrevista cognitiva, os benefícios e limitações das técnicas utilizadas. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Chamado para fazer uma corrida, um taxista foi vítima de um assalto, no qual sofreu ferimentos e foi levado ao hospital. O investigador do caso mostrou ao taxista, que ainda estava em fase de recuperação, duas fotografias de suspeitos. O taxista não reconheceu os homens apresentados nas fotos como sendo os assaltantes. Passados alguns dias, quando foi à delegacia para realizar o reconhecimento dos suspeitos, ele identificou dois deles como sendo os autores do assalto. Os homens identificados positivamente eram aqueles mesmos das fotos mostradas no hospital. Os suspeitos foram presos e acusados pelo assalto. Ao ser questionado em juízo sobre seu grau de certeza de que os acusados eram mesmo os assaltantes, o taxista declarou que tinha absoluta certeza. Todavia, alguns meses depois, dois rapazes foram presos por assalto em uma cidade vizinha e, quando interrogados, confessaram diversos delitos, incluindo o assalto ao taxista. Qual o fator mais significativo que pode ter influenciado o comportamento desse taxista? A) Transtorno de percepção. B) Esquecimento. C) Falsas memórias. D) Amnésia. E) Ambivalência. 2) Analise a seguinte situação: se você está com uma coceira na pele, que é aliviada quando você aplica determinada marca de loção, você, na próxima vez que sentir coceira, estará propenso a usá-la novamente. O que motivará a repetição desse comportamento? A) Experimentação. B) Reforço positivo. C) Comportamento compulsivo. D) Reforçon negativo. E) Determinismo recíproco 3) Qual perspectiva defendeu que a pessoa desenvolve o seu comportamento em função da escolha de modelos célebres? A) Psicanalítica. B) Gestalt. C) Cognitivista. D) Aprendizagem Social. E) Contextual. 4) O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), o qual compreende a classificação dos transtornos mentais realizada pela Associação Americana de Psiquiatria (APA), foi publicado pela primeira vez em 1953, como uma lista categorizada de diagnósticos de transtornos mentais. Isso posto, conforme consta em edições mais contemporâneas do Manual, como o DSM-IV (1994) e o DSM-V (2010), acerca do Transtorno de Personalidade Antissocial (TPA), está correto o que se descreve em: A) É possível que o diagnóstico de TPA seja associado ao fracasso para planejar o futuro, bem como à incapacidade para responder com comportamentos socialmente adequados. B) O TPA é caraterizado por padrão global de desrespeito e violação dos direitos alheios e ocorre desde os 5 anos de idade, conforme o DSM-IV. C) Dentre os critérios diagnósticos do TPA podemos destacar a emergência do remorso a partir da propensão para enganar. D) O indivíduo que apresenta critérios para diagnóstico de TPA é irresponsável com a segurança de terceiros e extremamente cuidadoso com a própria segurança. E) A racionalização diante do ferimento causado a terceiros, somada de extrema responsabilidade com qualquer tipo de compromisso financeiro são critériosdiagnósticos para o TPA. 5) Sobre o processo de aprendizagem, assinale a alternativa correta. A Teoria Behaviorista abriu caminho para o desenvolvimento do ensino programado, A) possibilitando o rápido aprendizado por meio de estímulos positivos, com ênfase no reforço e feedbacks imediatos, ambientes controlados por meio de simulações e contato gradual com a disciplina a ser ministrada. B) Na avaliação psicológica e/ou neurológica, os dados da linguagem podem ser coletados somente através de testes padronizados. C) As memórias são armazenadas no cérebro de forma integral e, mesmo já definidas e estabelecidas, não são permanentes. D) Piaget defende, em sua teoria, que o desenvolvimento humano, o processo cognitivo, ocorre por meio da interação social, num processo colaborativo. E) A descoberta da relação entre o todo e a parte, onde o todo influencia a compreensão do objeto, demonstrou que o comportamento das pessoas é determinado pela memória. NA PRÁTICA Ana é psicóloga forense e trabalha junto ao Instituto de Criminologia do Estado de São Paulo. Ela foi chamada para fazer uma avaliação psicológica de um dos presos que vinha cometendo crimes em séries. Os policiais o classificaram como um serial killer e, para comprovar essa hipótese, chamaram Ana para analisar os principais fatores que corroborariam com esse estereótipo. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Ana finalizou seu parecer concluindo que o preso é um serial killer visionário, pois ouvia vozes, alucinação e obedecia a uma ordem que estava na sua cabeça. SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Skinner - Reforço Confira este vídeo sobre Modelagem, que é um método da aplicação do reforço para obter novas respostas através de um processo gradativo de aprendizagem, para alcançar um novo comportamento. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! A diferença entre emoção e sentimento Entrevista com o neurocientista Antônio Damásio, que explana as diferenças entre emoção e sentimento. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Manual de Psicologia Cognitiva Este livro aborda os processos cognitivos que desempenham um papel importante no desenvolvimento humano, como a atenção, a percepção, a aprendizagem, a memória, a linguagem, a resolução de problemas,o raciocínio e o pensamento.
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