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A capacidade de conhecer a própria voz é descobrir uma das funções mais fantásticas do corpo humano, devendo todo cantor saber um pouco da fisiologia, para que tenha maior domínio sobre sua voz. O mau uso e o abuso da voz são algumas das origens de distúrbios vocais, além do que eles favorecem as mudanças teciduais laríngeas que resultam na formação de lesões. O médico otorrinolaringologista deve ser consultado em média uma vez por ano, ou quando o cantor notar perda de agudos ou muita rouquidão frequente. O fonoaudiólogo fará a fonoterapia, de reabilitação ou adequação vocal do cantor. Já o professor de canto trabalhará as questões técnicas na música, de estilo musical e fará manutenção. Por isso, as áreas que atuam diretamente com o cantor, música e fonoaudiologia, devem ter muitas parcerias e integrações. É importante que o professor de canto conheça e saiba trabalhar a voz do seu cantor, assim como o fonoaudiólogo saiba compreender as ações da voz cantada para, assim, as áreas trabalharem juntas. No trabalho do fonoaudiólogo, está incluída a orientação e treinamento vocal, onde deve constar o parâmetro vocal teórico sobre a produção da voz cantada e falada. A saúde vocal, tem como objetivo preservar e valorizar a adequada produção vocal, para que sejam evitados prejuízos no trato vocal. A rouquidão independente do uso da voz pode estar relacionada a uma patologia laríngea já instalada, pois diferentes tipos de disfonia são caracterizados por diferentes padrões acústicos e o distúrbio vocal pode ser o sintoma de um envolvimento maior. Uma adequada classificação vocal é imprescindível para que se evite a falha da voz nas notas agudas e graves, pois é a partir dela que serão desenvolvidas atividades que propiciem o desenvolvimento das habilidades vocais de cada cantor, levando-se em consideração as suas características vocais. Com relação aos fatores que interferem na saúde vocal, predominaram a exposição à poluição, ao ar-condicionado e a mudanças bruscas de temperatura. Dentre os abusos vocais, os de maior ocorrência foram o ato de pigarrear, falar alto e falar muito, excesso do uso de álcool e o fumo. Orientações aos cuidados com a voz • Falar em tons médios; • Evitar os choques térmicos; • A pessoa precisa dormir bem e alimentar-se corretamente, ingerindo fibras, frutas e verduras em quantidade adequada; • Maçã é uma fruta aconselhada para os profissionais da voz, porque tem efeito adstringente, limpa a faringe e estimula a musculatura mastigatória que é a mesma que usamos para falar; • Beber muita água para manter lubrificadas as paredes vocais; • Evitar falar em ambientes ruidosos e enfumaçados; • Não falar fora do seu tom habitual (mais agudo ou mais grave); • Evitar falar em tom muito alto ou sussurrar causam desgaste pois exigem esforço excessivo; • Evite alimentos ricos em ácidos e gorduras, pois podem prejudicar sua voz, assim como comer tarde da noite e não abuse no consumo de alimentos condimentados e chocolate; • Evite falar em ambiente com ar-condicionado, poeira e muito frio; • Tossir ou pigarrear excessivamente provoca um atrito intenso nas pregas vocais, podendo feri-las. O melhor é controlar a vontade de pigarrear, aumentar hidratação, fazer exercícios de vibração de língua. • Consultar um otorrinolaringologista sempre que necessário. Referências BEHLAU M, REHDER MI. Higiene vocal para o canto coral, Rio de Janeiro: Revinter, 1997, 68 p. COLTON RH, CASPER JK, LEONARD R. Compreendendo os problemas de voz: uma perspectiva fisiológica no diagnóstico e tratamento das disfonias, 3. ed., Porto Alegre: Artes Médicas, 2009, 504 p. COSTA HO, SILVA MAA. Voz cantada: evolução, avaliação e terapia fonoaudiológica, São Paulo: Lovise, 1998, 175 p. LOPES LW. O fonoaudiólogo como assessor técnico e preparador vocal de cantores em gravação de CD: relato de caso [TCC]. João Pessoa: Centro Universitário de João Pessoa; 2002. 127 p.
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