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Geriatria Júlia Araújo Medicina → DEFINIÇÃO: deslocamento não intencional do corpo para um nível inferior à posição inicial com incapacidade de correção em tempo hábil, determinado por circunstâncias multifatoriais e comprometendo a estabilidade - Incidência das quedas aumenta consideravelmente com a idade, cerca de 1/3 dos idosos acima de 65 anos cai ao menos uma vez ao ano e em cerca de 50% dos casos as quedas são recorrentes - Resultam de uma interação entre diversos fatores que comprometem os sistemas envolvidos com a manutenção do equilíbrio, associando-se alterações fisiológicas próprias do envelhecimento, condições patológicas, efeitos adversos de medicações ou uso concomitante de medicamentos, riscos ambientais, calçados ou comportamentos inadequados → INTRÍNSECOS (relacionados ao indivíduo) - Sociodemográficos: incidência aumenta com a idade (> 74 anos), naqueles com história prévia de uma ou mais quedas no ano anterior, sexo feminino e pele branca e nos que moram sozinho ou têm baixo suporte social - Capacidade físico-funcional: associação com limitações para as atividades de vida diária, com comprometimento na mobilidade e/ou déficit de marcha caracterizado por redução da velocidade, da cadência ou do comprimento da passada - Distúrbios sensoriais e neuromusculares: perda de visão de contraste e redução de acuidade visual, diminuição da sensibilidade vibratória e tátil, redução da força muscular e um maior tempo de reação - Fatores psicológicos: medo de cair e comportamento de risco - Condições de saúde e doenças crônicas: AVE, declínio cognitivo, doença de Parkinson, depressão, incontinência urinária, osteoartrose, deformidades nos pés e tontura - Medicações . Polifarmácia: uso de quatro ou mais medicações, ligado a reações adversas a medicações, às interações medicamentosas ou à sua prescrição inadequada . Psicotrópicos: benzodiazepínicos são aqueles com maior associação de risco → EXTRÍNSECOS (ambientais e relacionados com atividades) - Fatores ambientais: risco importante para quedas no contexto doméstico e em seu entorno, em especial para idosos ativos . Avaliação da segurança doméstica e modificação dos riscos encontrados são efetivos para reduzir a taxa de quedas e o risco de cair - Outros: calçados, órteses (óculos) e dispositivos auxiliares de marcha (bengala, andador, muleta) → ADMISSÃO DO IDOSO NO PRONTO ATENDIMENTO - Oportunidade para identificar idosos de alto risco para novos eventos e instituir medidas de intervenção - Avaliação inicial do idoso que se apresenta com queixo de queda no PA deve iniciar com a pergunta “Se o paciente fosse um jovem de 20 anos, ele(a) teria caído?” . Caso a resposta seja não, esse indivíduo necessita da AGA direcionada para a identificação dos múltiplos fatores de risco para quedas - Abordagem na emergência deve incluir medidas objetivas do exame clínico e teste funcional - Anamnese detalhada com inquérito direcionado para queda - > elemento chave na avaliação do idoso caidor - Dados importantes . Local da queda . Quedas anteriores . Dificuldade para se levantar . Tempo que permaneceu no chão . Mecanismo de queda . Sintomas prodrômicos . Perda de consciência . Uso de álcool . Medicamentos . Capacidade funcional . Uso adequado de calçados . Comorbidades - Mecanismos de queda Mecanismo Achados Clínicos Testes e exames complementares Tropeço - Alteração da função visual - Dificuldade de passar pela fase de balanceio da marcha - Alteração sensitivo motora - Alteração na cognição - Teste de Snellen - Teste de Sensibilidade ao Contraste Visual - Teste de força muscular - Teste de sensibilidade cutâneo- plantar - Radiografia de joelh0 - Glicemia e HbA1c - Bateria breve de rastreio cognitivo - MEEM - Timed Up and Go Escorregão - Alteração dos ajustes reativos do equilíbrio corporal - Teste do empurrão Falseamento da perna - Fraqueza muscular - Dor em MMII ou na coluna lombar - Fadiga muscular de joelho - Instabilidade articular de joelhos - Teste de sentar-se e levantar-se da cadeira - Teste de força muscular Queda súbita da própria altura ou inexplicada - Perda súbita do controle postural - Radiografia de coluna cervical - TC de crânio - Dopples de carótidas e vertebrais - RM de encéfalo - ECG - EEG Geriatria Júlia Araújo Medicina Anteropulsão - Perda da estabilidade postural anteriormente - Avaliação do otorrinolaringologista Retropulsão - Perda da estabilidade postural posteriormente - Avaliação do otorrino - RM de encéfalo Desequilíbrio durante a marcha - Desequilíbrio laterolateral - Incoordenação da marcha - Escoliose - Alterações e dor nos pés - Avaliação qualitativa da marcha - Exame clínico dos pés - Determinação dos fatores relacionados com a queda → TIMED UP AND GO (TUG) Até 10" - Desempenho normal para adultos saudáveis. Baixo risco de queda Entre 11" e 20" - Normal para idosos frágeis ou com deficiências, mas que são independentes para a maioria das atividades da vida diária/ Baixo risco de queda Entre 21" e 30" - Avaliação funcional obrigatória, com abordagem específica para prevenção de quedas/ Risco de queda moderado 30" ou mais - Alto risco de quedas → ESCALA DE BERG (BBS) → ESCALA DE EQUILÍBRIO E MARCHA DE TINETTI (POMA) -> avaliação geriátrica ampla → EXERCÍCIOS - Treino funcional ou exercícios terapêuticos - Treinos devem ser prescritos e supervisionados por um fisioterapeuta ou um educador físico treinados, com duração mínima de 12 semanas e frequência semanal de 1 a 3 vezes - Programa de exercícios deve incluir treino de força, marcha e equilíbrio corporal → AJUSTE DE MEDICAMENTO - Medicamentos psicotrópicos e polifarmácia são associados a risco de quedas, por isso a prescrição do idoso deve ser revisada periodicamente - Retirada gradual ou ajuste da dose de medicamentos podem constituir uma intervenção efetiva → REPOSIÇÃO DE VITAMINA D - Deficiência de vitamina D (colecalciferol) -> déficit de força muscular e maior risco de quedas - Dose diária de suplementação de 1000UI/dia → CORREÇÃO DE DÉFICITS VISUAIS - Cirurgia de catarata - Idosos devem ser orientados a não usar lentes multifocais enquanto caminham → OUTROS - Marca-passo - Correção da hipotensão postural - Modificações ambientais - Cuidados com pés e calçados - Terapia nutricional - Educação em quedas - Intervenção psicológica → ALGORITMO PARA PREVENÇÃO DE QUEDAS
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