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c u r s o t o p d e l i n h a Todos os direitos reservados cursotopdelinhaonline.com @cursotopdelinha APOSTILA PARA PROFESSOR DE JUAZEIRO EDITAL 2021 SUMÁRIO LÍNGUA PORTUGUESA PÁGINA 1 ATÉ A PÁGINA 137 RACIOCÍNIO LÓGICO PÁGINA 138 ATÉ A PÁGINA 166 CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS PÁGINA 167 ATÉ A PÁGINA 310 CONHECIMENTOS DE JUAZEIRO I PÁGINA 311 ATÉ A PÁGINA 327 CONHECIMENTOS DE JUAZEIRO II PÁGINA 328 ATÉ A PÁGINA 345 P á g i n a 1 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 1. Compreensão e interpretação de textos TEXTO – é um conjunto de ideias organizadas e relacionadas entre si, formando um todo significativo capaz de produzir INTERAÇÃO COMUNICATIVA (capacidade de CODIFICAR E DECODIFICAR). CONTEXTO – um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há uma certa informação que a faz ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome de CONTEXTO. Nota-se que o relacionamento entre as frases é tão grande, que, se uma frase for retirada de seu contexto original e analisada separadamente, poderá ter um significado diferente daquele inicial. INTERTEXTO - comumente, os textos apresentam referências diretas ou indiretas a outros autores através de citações. Esse tipo de recurso denomina-se INTERTEXTO. INTERPRETAÇÃO DE TEXTO - o primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a identificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias, ou fundamentações, as argumentações, ou explicações, que levem ao esclarecimento das questões apresentadas na prova. PONTOS IMPORTANTES PARA UMA BOA COMPREENSÃO/INTERPRETAÇÃO TEXTUAL 1 – Ler duas vezes o texto. A primeira para tomar contato com o assunto; a segunda para observar como o texto está articulado; desenvolvido; 2 – Observar que um parágrafo em relação ao outro pode indicar uma continuação ou uma conclusão ou, ainda, uma falsa oposição; 3 – Sublinhar, em cada parágrafo, a ideia mais importante (tópico frasal); 4 – Ler com muito cuidado os enunciados das questões para entender direito a intenção do que foi pedido; 5 – Sublinhar palavras como: erro, incorreto, correto, para não se confundir no momento de responder à questão; 6 – Escrever, ao lado de cada parágrafo, ou de cada estrofe, a ideia mais importante contida neles; 7 – Não levar em consideração o que o autor quis dizer, mas sim o que ele disse; escreveu; 8 – Se o enunciado mencionar tema ou ideia principal, deve-se examinar com atenção a introdução e/ou a conclusão; 9 – Se o enunciado mencionar argumentação, deve preocupar-se com o desenvolvimento; 10 – Tomar cuidado com os vocábulos relatores (os que remetem a outros vocábulos do texto: pronomes relativos, pronomes pessoais, pronomes demonstrativos). ERROS COMUNS NA ANÁLISE DOS TEXTOS 1 – Extrapolação: É o fato de se fugir do texto. Ocorre quando se interpreta o que não está escrito. Muitas vezes são fatos, mas que não estão expressos no texto. Deve-se ater somente ao que está relatado. 2 – Redução: É o fato de se valorizar uma parte do contexto, deixando de lado a sua totalidade. Deixa- se de considerar o texto como um todo para se ater apenas à parte dele. 3 – Contradição: É o fato de se entender justamente o contrário do que está escrito. É bom que se tome cuidado com algumas palavras, como: “pode”, “deve”, “não”, verbo “ser”, etc. ARGUMENTAÇÃO Para que as ideias estejam adequadamente concatenadas dentro do texto, fazemos uso dos chamados operadores argumentativos: elementos linguísticos, geralmente invariáveis, que ligam as orações estabelecendo relação entre as ideias e indicando o “tom” pretendido pelo autor. Seguem alguns exemplos de operadores argumentativos: 1- Operadores que indicam contradição, oposição de ideias: mas, porém, todavia, entretanto, por mais que, ao contrário, ATENÇÃO - Muitos pensam que há a ótica do escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova de concurso, o que deve ser levado em consideração é o que o AUTOR DIZ e nada mais. P á g i n a 2 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ mesmo que, embora, ainda que, a despeito de. 2- Operadores que indicam conclusão, consequência: logo, portanto, assim, então, de modo que, por isso, por conseguinte, de maneira que, em vista disso, pois (quando usado depois do verbo). 3- Operadores que indicam causa: porque, que, porquanto, senão, por causa de, por razão de, em decorrência de, posto que. • OBS: portanto = indica conclusão porquanto = indica causa 4- Operadores que indicam condição, probabilidade, hipótese: caso, se, desde que, a não ser que, exceto se, a menos que. 5- Operadores que indicam tempo: assim que, logo que, quando, depois de, depois que, mal (Exemplo: Ela mal chegou, fez confusão), antes de, antes que. 6- Operadores que indicam finalidade: com o fim de, a fim de que, com o intuito de, para que, para, com o propósito de. 7- Operadores que indicam relevância da informação: acima de tudo, primeiramente, antes de mais nada, sobretudo. 8- Operadores que indicam adição de ideias: e, não só, como também, nem (com sentido de “e não”), além de, ainda, também, mas também. QUESTÕES Interpretação de texto 1. É assim que acontece a bondade Rubem Alves (...) O que pode ser ensinado são as coisas que moram no mundo de fora: astronomia, física, química, gramática, anatomia, números, letras, palavras. Mas há coisas que não estão do lado de fora, coisas que moram dentro do corpo. Estão enterradas na carne, como se fossem sementes à espera… Sim, sim! Imagine isto: o corpo como um grande canteiro! Nele se encontram, adormecidas, em estado de latência, as mais variadas sementes. Elas poderão acordar, como a Bela Adormecida acordou com um beijo. Mas poderão também não brotar. Tudo depende… As sementes não brotarão se sobre elas houver uma pedra. E também pode acontecer que, depois de brotar, elas sejam arrancadas… De fato, muitas plantas precisam ser arrancadas, antes que cresçam: as pragas, tiriricas, picões… Uma dessas sementes é a “solidariedade”. A solidariedade não é uma entidade do mundo de fora, ao lado de estrelas, pedras, mercadorias, dinheiro, contratos. Se ela fosse uma entidade do mundo de fora poderia ser ensinada e produzida. A solidariedade é uma entidade do mundo interior. Solidariedade nem se ensina, nem se ordena, nem se produz. A solidariedade tem de brotar e crescer como uma semente… Veja o ipê florido! Nasceu de uma semente. Depois de crescer não será necessária nenhuma técnica, nenhum estímulo, nenhum truque para que ele floresça. Angelus Silesius, místico antigo, tem um verso que diz: “A rosa não tem porquês. Ela floresce porque floresce”. O ipê floresce porque floresce. Seu florescer é um simples transbordar natural da sua verdade. A solidariedade é como o ipê: nasce e floresce. Mas não em decorrência de mandamentos éticos ou religiosos. Não se pode ordenar: “Seja solidário!” A solidariedade acontece como um simples transbordamento: as fontes transbordam… Já disse que solidariedade é um sentimento. É esse o sentimento que nos torna humanos. P á g i n a 3 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ A solidariedade me faz sentir sentimentos que não são meus, que são de um outro. Acontece assim: eu vejouma criança vendendo balas num semáforo. Ela me pede que eu compre um pacotinho das suas balas. Eu e a criança – dois corpos separados e distintos. Mas, ao olhar para ela, estremeço: algo em mim me faz imaginar aquilo que ela está sentindo. E então, por uma magia inexplicável, esse sentimento imaginado se aloja junto dos meus próprios sentimentos. Na verdade, desaloja meus sentimentos, pois eu vinha, no meu carro, com sentimentos leves e alegres, e agora esse novo sentimento se coloca no lugar deles. O que sinto não são meus sentimentos. Foram-se a leveza e a alegria que me faziam cantar. Agora, são os sentimentos daquele menino que estão dentro de mim. Meu corpo sofre uma transformação: ele não é mais limitado pela pele que o cobre. Expande-se. Ele está agora ligado a um outro corpo que passa a ser parte dele mesmo. Isso não acontece nem por decisão racional, nem por convicção religiosa, nem por um mandamento ético. É o jeito natural de ser do meu próprio corpo, movido pela solidariedade. Pela magia do sentimento de solidariedade meu corpo passa a ser morada do outro. É assim que acontece a bondade. O menino me olhou com olhos suplicantes. E, de repente, eu era um menino que olhava com olhos suplicantes… Disponível em https://rubemalvesdois.wordpress.com/2010/09 /11/e-assim-que-acontece-a-bondade/ De acordo com o TEXTO I, para Rubem Alves, a solidariedade é um sentimento que A floresce com a ajuda de mandamentos religiosos. B se aprende por meio de exemplos familiares. C não se ensina, apenas deixa-se florescer. D já faz parte da essência do ser humano. 2. Disponível em https://br.pinterest.com/pin/304274518572701992/. A partir da análise da charge do TEXTO II, é correto inferir que A o preço da conta de luz é muito alto. B os adultos enfrentam melhor os seus medos. C os medos parecem maiores durante a infância. D os medos das crianças são passageiros e podem ser ignorados. 3. O Tempo Rubem Alves Há duas formas de marcar o tempo. Uma delas foi inventada por homens que amam a precisão dos números, matemáticos, astrônomos, cientistas, técnicos. Para marcar o tempo de forma precisa, eles fabricaram ampulhetas, relógios, cronômetros, calendários. Nesses artefatos P á g i n a 4 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ técnicos, todos os pedaços do tempo – segundos, minutos, dias, anos – são feitos de uma mesma substância: números, entidades matemáticas. Não há inícios nem fins, apenas a indiferente sucessão de momentos, que nada dizem sobre alegrias e sofrimentos. Apenas um bolso vazio. Nele, a alma não encontra morada. Nas Olimpíadas, a performance dos corredores e nadadores é medida até os centésimos. Fico a me perguntar: “Como é que conseguem? Que diferença faz?”. A outra foi inventada por homens que sabem que a vida não pode ser medida com calendários e relógios. A vida só pode ser marcada com a vida. Os amantes do Cântico dos Cânticos marcavam o tempo do amor pelos frutos maduros que pendiam das árvores. Quando as folhas dos plátanos ficam amarelas sabemos que o outono chegou. Os ipês- rosas e amarelos anunciam o inverno. Qual a magia que informa os ipês, todos eles, em lugares muito diferentes, que é hora de perder as folhas e florescer? E sem misturar as cores. Primeiro os rosas, depois os amarelos e, finalmente, os brancos. Sugeri que algum compositor compusesse uma sinfonia ou uma brincadeira musical em três movimentos. Primeiro movimento, “Ipê-rosa”, andante tranquilo, em que os violoncelos cantam a paz e a segurança. Segundo movimento, “Ipê- amarelo”, rondo vivace, em que os metais, cores parecidas com a dos ipês, fazem soar a exuberância da vida. Terceiro movimento, “Ipê-branco”, moderato, em que o veludo dos oboés canta a mansidão. Seria bom se nós, como os ipês, nos abríssemos para o amor no inverno. A precisão dos números marca o tempo das máquinas e do dinheiro. O tempo do amor se marca com o corpo. Um calendário é coisa precisa: anos, meses, dias, horas, que são marcados com números. Esses números medem o tempo. Mas os pedaços de tempo são bolsos vazios: nada há dentro deles. O bolso vazio do tempo se torna parte do nosso corpo quando o enchemos com vida. Aí o tempo não mais pode ser representado por números. O tempo aparece como um fruto que vai sendo comido: é belo, é colorido, é perfumado. E, à medida que vai sendo comido, vai acabando. Vem a tristeza. O tempo da vida se marca por alegrias e tristezas. Há inícios e há fins. Tempus fugit; o tempo foge. Portanto, carpe diem: colha o dia como um fruto que amanhã estará podre. Viver ao ritmo de alegrias e tristezas é ser sábio. “Sapio”, no latim, quer dizer, “eu saboreio”. O sábio é um degustador da vida. A vida não é para ser medida. Ela é para ser saboreada. Um texto bíblico diz: “Ensina-nos a contar os nossos dias de tal maneira que alcancemos um coração sábio”. Acho que Jesus sorriria se eu acrescentasse ao “Pai-Nosso” outra súplica: “A fruta nossa de cada dia dá-nos hoje…”. Caqui, pitanga, morango à beira do abismo, melancia… Heráclito foi um filósofo grego fascinado pelo tempo. Contemplava o rio e via que tudo é rio. Percebeu que não é possível entrar duas vezes no mesmo rio; na segunda vez, as águas serão outras, o primeiro rio já não existirá. Tudo é água que flui: as montanhas, as casas, as pedras, as árvores, os animais, os filhos, o corpo… Assim é tudo, assim é a vida: tempo que flui sem parar. Daquilo que ele supostamente escreveu, restam apenas fragmentos enigmáticos. Dentre eles, um me encanta: “Tempo é criança brincando, jogando; da criança o reinado”. Para nós, o tempo é um velho, cada vez mais velho, sobre quem se acumulam os anos que passam e de quem a vida foge. Heráclito, ao contrário, diz que o tempo é criança, início permanente, movimento circular, o fim que volta sempre ao início, fonte de juventude eterna, possibilidade de novo começos. Tempo é criança? O que o filósofo queria dizer exatamente eu não sei. Mas sei que as crianças odeiam Chronos, o deus dos cronômetros, dos segundos, dos centésimos de segundos O relógio é o tempo do dever: corpo engaiolado. Disponível em https://www.revistaecosdapaz.com/o-tempo- uma-cronica-encantadora-de-rubem-alves/. P á g i n a 5 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ De acordo com as ideias apresentadas no TEXTO I, com relação à questão do tempo, o escritor Rubem Alves afirma que I. há duas formas de marcar o tempo: a cronológica e a própria vida. II. o tempo criança assusta os mais velhos que têm medo da morte. III. o tempo pode ser aprisionado, encarcerado pelo homem. IV. o tempo é como um rio, flui sem parar, não espera por ninguém. É correto o que se afirma A apenas em I e III. B apenas em II e III. C apenas em I e IV. D apenas em II e IV. 4. Disponível em https://www.conradoleiloeiro.com.br/peca.asp?ID=2185724 .. Pela análise da tirinha do TEXTO II, é correto inferir que A há boas perspectivas para o futuro. B o futuro guarda segredos inimagináveis. C não devemos nos preocupar com o futuro. D o futuro parece ser bastante desagradável. 5. Disponível em https://www.gov.br/saude/pt- br/assuntos/noticias/ministerio-dasaude- lanca- servico-de-combate-a-fake-news. O anúncio do Ministério da Saúde sobre as fake news têm o objetivo principal de A desmentir as falsas informações que foram divulgadas na pandemia. B informar o papel dos profissionais de saúde no combateàs fake news. C esclarecer os procedimentos jurídicos existentes no combate às fake news. D orientar e conscientizar a população sobre a questão das fake news na saúde. 6. P á g i n a 6 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ O macacão branco Sejamos honestas, colegas de trabalho: quem de nós pode vestir um macacão branco decotado na frente e nas costas, colado ao corpo, sem antes passar por uma lipoescultura, uma sessão de bronzeamento e ficar duas semanas sem comer? Resposta no final dessa coluna. Não teria adjetivos suficientes para comentar o show que Maria Rita fez no Anfiteatro Pôr do Sol, semana passada, cantando músicas da sua mãe, Elis Regina. O espetáculo foi perfeito do início ao fim, e São Pedro ainda deu uma canja, oferecendo um entardecer de cinema, com direito a uma lasca de lua, céu estrelado e brisa suave. Se Elis não fosse gaúcha, teria se naturalizado naquele instante, em algum cartório no céu. Mas voltemos a Maria Rita. Toda de branco, ela entrou no palco com uma túnica diáfana que ia até os pés: praticamente um anjo de bons modos. Até que, quatro ou cinco músicas depois do início do show, ela retirou a túnica e ficou só de macacão branco decotado, com as costas de fora, colado no corpo. Pensei: é peituda essa mulher. Peituda porque, além de peito, Maria Rita tem coxa, tem bunda, tem barriguinha, tem sustância, tem o corpo da brasileira típica, que passa longe das esquálidas das revistas, das ossudas das passarelas. A numeração de Maria Rita não é 36, mas vestiu aquele macacão branco como se fosse. Quaquaraquáquá, quem riu? Quaquaraquáquá, foi ela. Cantando Vou Deitar e Rolar e outros tantos hits da sua talentosa genitora, Maria Rita rebolou, sambou, jogou charme, braço pra cima, braço pro lado, ajeitadinha no cabelo, caras e bocas, dona e senhora do pedaço e com o namorado bonitão (Davi Moraes, na guitarra) ali na retaguarda, babando – se não estava, deveria. Porque Maria Rita, além de cantar divinamente, mostrava 100% seu lado fêmea, segura e incomparável. Que nem as modelos de revista? Quaquaraquaquá. Muito melhor. Fiquei matutando depois: como mulher se preocupa com besteira. Usa roupa preta para afinar, veste bermudas compressoras para chapar a barriga, manga comprida para esconder os braços roliços, e mais isso, e aquilo, quando o maior segredo de beleza consta do seguinte: sinta- se num palco, mesmo que nunca tenha chegado perto de um. Imagine-se com 60 mil pessoas te aplaudindo, te admirando pelo que você faz, pelo que você é, imagine-se com o público na mão, pois você é competente e tem uma elegância natural. Conscientize-se de que sua inteligência é superior às suas medidas, que ser magrinha não atrai amor instantâneo, que sua personalidade é um cartão de visitas, que a felicidade é a melhor maquiagem, que ser leve é que emagrece. E dá-se a mágica. Quem de nós pode vestir um macacão branco decotado na frente e nas costas, colado ao corpo, sem antes passar por uma lipoescultura, uma sessão de bronzeamento e ficar duas semanas sem comer? Qualquer uma de nós, ora. MEDEIROS. Martha. A graça da coisa. 1ª ed. Porto Alegre – RS: L&PM, 2013. De acordo com o TEXTO I, A as mulheres deveriam valorizar valores como inteligência, personalidade, felicidade e leveza, em detrimento de valores relacionados à aparência física. B existe um padrão de beleza e, ao tentar se adequar a ele, a mulher conseguirá afirmar-se na sociedade. C nem todas as mulheres têm condições de se comportar como Maria Rita, em seu show. D o maior segredo da beleza é a mulher seguir os ditames proferidos pela opinião pública. 7. Modernidade líquida O conceito de modernidade líquida foi desenvolvido pelo sociólogo polonês Zygmunt Bauman e diz respeito a uma nova época em que as relações sociais, econômicas e de produção são frágeis, fugazes e maleáveis, como os líquidos. O P á g i n a 7 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ conceito opõe-se, na obra de Bauman, ao conceito de modernidade sólida, quando as relações eram solidamente estabelecidas, tendendo a serem mais fortes e duradouras. O que é modernidade líquida? Bauman definiu como modernidade líquida um período que se iniciou após a Segunda Guerra Mundial e ficou mais perceptível a partir da década de 1960. Esse sociólogo chamou de modernidade sólida o período anterior. A modernidade sólida era caracterizada pela rigidez e solidificação das relações humanas, das relações sociais, da ciência e do pensamento. A busca pela verdade era um compromisso sério para os pensadores da modernidade sólida. As relações sociais e familiares eram rígidas e duradouras, e o que se queria era um cuidado com a tradição. Apesar dos aspectos negativos reconhecidos por Bauman da modernidade sólida, o aspecto positivo era a confiança na rigidez das instituições e na solidificação das relações humanas. A modernidade líquida é totalmente oposta à modernidade sólida e ficou evidente na década de 1960, mas a sua semente estava no início do capitalismo industrial, durante a Revolução Industrial. As relações econômicas ficaram sobrepostas às relações sociais e humanas, e isso abriu espaço para que cada vez mais houvesse uma fragilidade de laço entre pessoas e de pessoas com instituições. A lógica do consumo entrou no lugar da lógica da moral, assim, as pessoas passaram a ser fortemente analisadas não pelo que elas são, mas pelo que elas compram. A ideia de compra também adentrou nas relações sociais, e as pessoas passaram a comprar afeto e atenção. Nesse contexto, as instituições ficaram estremecidas. O emprego tornou-se um empreendimento completamente individual no momento em que o indivíduo tornou-se um “empreendedor” de si mesmo. Se alguém não obtém sucesso nessa lógica da modernidade líquida, a responsabilidade é completamente individual. Assim sendo, a modernidade líquida tem instituições líquidas, pois cada pessoa é uma instituição. A exploração capitalista deixou de ser vista como exploração e passou a ser vista como uma relação natural em que o sujeito, empreendedor de si mesmo, vende a sua força de trabalho ao sujeito empreendedor que possui o capital. A modernidade líquida é ágil, pois ela acompanha a moda e o pensamento de época. A ciência, a técnica, a educação, a saúde, as relações humanas e tudo mais que foi criado pelo ser humano para compor a sociedade são submetidos à lógica capitalista de consumo. Modernidade líquida e relações humanas As relações humanas ficaram extremamente abaladas com o surgimento da modernidade líquida. Bauman usa o termo “conexão” para nomear as relações na modernidade líquida no lugar de relacionamento, pois o que se passa a desejar a partir de então é algo que possa ser acumulado em maior número, mas com superficialidade suficiente para se desligar a qualquer momento. A amizade e os relacionamentos amorosos são substituídos por conexões, que, a qualquer momento, podem ser desfeitas. As redes sociais e a internet serviram de instrumento para a intensificação do que Bauman chamou de amor líquido: a relação pseudoamorosa da modernidade líquida. Não se procura, como na modernidade sólida, uma companhia afetiva e amorosa como era na modernidade sólida, mas se procura uma conexão (que pode ser sexual ou não, sendo que a não sexual substitui o que era a amizade) que resulte em prazer para o indivíduo. O imperativo da modernidade líquida é a busca por prazer a qualquer custo, mesmo que utilizando pessoas como objetos. Aliás, namodernidade líquida, o sujeito torna-se objeto. As conexões estabelecidas entre pessoas são laços banais e eventuais. As pessoas buscam um número grande de conexões, pois isso se tornou motivo de ostentação. Mais parceiros e parceiras sexuais, mais “amigos” (que, na verdade, não passam, na maioria dos casos, de colegas ou conhecidos), pois quanto mais conexões, mais célebre a pessoa é considerada. Basta fazer uma breve análise das P á g i n a 8 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ relações sociais em redes sociais como o Facebook: quanto mais “amigos” (que, na verdade, são apenas contatos virtuais) a pessoa tem, mais requisitada ela se torna. (...) Modernidade líquida e consumismo O consumo tornou-se um imperativo na modernidade líquida. Criou-se todo um aparato para que o capitalismo consiga progredir desenfreadamente por meio do consumo irracional. Para além do que o filósofo e sociólogo alemão Karl Marx observou em sua época, um fetiche pelo consumo, criou-se um fetiche pelas marcas, deixando de importar o produto em si, mas a sua fabricante e o seu preço. Consumo sempre foi sinônimo de status, mas, na modernidade líquida, o consumo e o status são expressivamente dotados de uma carga simbólica muito mais intensa do que era na modernidade sólida. O sujeito é objetificado pelo capitalismo, tornando-se apenas o que ele consome, e não mais o que ele é. Na lógica da modernidade líquida, o sujeito é aquilo que ele consome. O modo pelo qual o capitalismo consegue efetuar essa mudança de perspectiva é pela promessa de felicidade: os sujeitos estão cada vez mais ansiosos, tristes e sobrecarregados. Associa-se então o prazer momentâneo oferecido pelo consumo à felicidade. Como esse prazer é rapidamente passageiro, o sujeito sente a necessidade de buscá- lo constantemente, na tentativa de alcançar a felicidade. (...) Publicado por Francisco Porfírio Disponível em https://mundoeducacao.uol.com.br/sociologia/modernidade -liquida.htm. De acordo com o TEXTO I, a partir da análise da teoria de Zygmunt Bauman, a era da modernidade líquida foi marcada, principalmente, por uma mudança que diz respeito A à rigidez e à solidificação das relações humanas, das relações sociais, da ciência e do pensamento. B à tendência que o capitalismo instaurou de progredir desenfreadamente por meio do consumo racional. C ao desejo das pessoas de buscarem um número grande de conexões para não se sentirem sós e isoladas. D ao fato de as pessoas passarem a ser fortemente analisadas não pelo que elas são, mas pelo que elas compram. 8. A CULTURA DO CANCELAMENTO No mundo da internet, principalmente no terreno das redes sociais, é fácil ler que determinada pessoa foi cancelada. A expressão diz respeito à chamada cultura do cancelamento, termo que foi considerado o de maior destaque de 2018 e de 2019 pelo Dicionário Macquarie, por causa da __________¹ ocorrida nas redes sociais pelo mundo. Não se sabe ao certo a origem dele, mas foi a partir de 2017, durante as denúncias de assédio sexual em Hollywood, e do surgimento do movimento #MeToo, que ele começou a aparecer com mais força. Embora o movimento tenha decolado em 2017 com a hashtag #MeToo, ele definitivamente manteve seu ímpeto e começou a espalhar suas asas linguísticas para além da hashtag e do nome do movimento, respondendo a uma necessidade óbvia no discurso que cerca essa convulsão social, explicou, em comunicado, o Dicionário Macquarie. No dicionário, a palavra cancelar quer dizer eliminar ou riscar para tornar sem efeito. É exatamente isso que a cultura do cancelamento da web propõe. Basta que uma pessoa pública ou não, apesar de que os famosos acabam sendo as principais vítimas, faça algo errado para que as propostas de cancelamento comecem a surgir. No Brasil nomes como do humorista e influencer Carlinhos Maia, do funkeiro MC Gui, da cantora Anitta e do cantor Nego do Borel já figuraram entre os cancelados. Bullying, preconceito, homofobia e transfobia foram os motivos que os levaram ao boicote do público. Como tudo na vida, a cultura do cancelamento tem bônus e ônus. Como ponto positivo, percebo a indignação das pessoas em relação a situações que antes passavam despercebidas, como casos de preconceito, machismo e racismo, além dos citados acima. O ponto negativo desse movimento está na anulação por completo. Não há uma conversa, não há uma busca por se colocar no lugar do outro. P á g i n a 9 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ É claro que há atitudes que são deploráveis e até criminosas. E, para usar outro termo da internet, não é preciso passar pano, acobertando erros. Mas a decisão de cancelar alguém, muitas vezes, pode ser drástica demais. É como se tivéssemos o poder de eliminar, ao melhor estilo do que ocorre em realities shows, nos quais isso, de fato, é uma brincadeira, parte de uma dinâmica de jogo, sem direito a resposta ou retratação. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br – Texto adaptado A temática principal tratada no TEXTO I é A as atitudes preconceituosas de pessoas famosas. B o surgimento do movimento #MeToo. C o banimento, sobretudo, de pessoas da arena pública nas mídias sociais. D a eliminação em realities shows. 9. De acordo com o TEXTO I (ANTERIOR), é incorreto afirmar que A as atitudes machistas, homofóbicas e racistas são razões para o boicote do público. B a cultura do cancelamento só ocorre com pessoas famosas. C a falta de empatia se apresenta como um aspecto que contribui para o cancelamento. D as pessoas canceladas não têm voz nem defesa. 10. Anedota Filosófica: Diógenes e Alexandre, o Grande Plutarco Conta-se que, certa manhã, Diógenes tomava sol sentado ao lado de seu barril. Alexandre, o Grande, andava por aquelas terras e, de tanto ouvir falar no homem que morava dentro de um barril, quis conhecê-lo. Informado de onde se encontrava o filósofo, Alexandre, montado em seu Bucéfalo, pôs-se frente a frente com Diógenes e, com este, teve o mais memorável de seus diálogos. Desta forma, apresentou-se o general: – Sou Alexandre, o Grande, diante de mim prostram-se os reinos, eu sou possuidor de muitas riquezas. Diógenes, sem esboçar sinal algum de surpresa, unicamente respondeu ao general: – Eu sou Diógenes e isto me basta. Alexandre, pasmo com a reação indiferente de Diógenes frente a sua imponência, ainda tentou persuadi-lo, com o pretexto de fazer o filósofo segui-lo: – Ouvi muito sobre sua sabedoria e ofereço-te metade de minhas riquezas se quiser acompanhar- me. Diógenes, para a surpresa de Alexandre e de todos que estavam presentes, prontamente respondeu: – De você não desejo nada, quero apenas que saia da frente do meu sol pois estás me fazendo sombra. Os soldados do temível general ainda quiseram zombar de Diógenes, mas foram censurados por Alexandre que lhes repreendeu desta maneira: – Não zombem deste homem, pois se eu não fosse Alexandre Magno, eu queria ser Diógenes. Alexandre então se retirou, deixando em paz o filósofo sem nunca esquecer o exemplo de Diógenes, tendo também a certeza de que estivera diante do mais diferente homem de seu tempo. (Disponível em: https://www.acropole.org.br/simbolismo/anedot a- filosofica- diogenes-e-alexandre-o-grande/ P á g i n a 10 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________A partir da leitura do TEXTO I, assinale a alternativa correta. A A resposta de Diógenes, ao pedir que Alexandre se afastasse do sol, foi irônica. B Alexandre menosprezava o filósofo e ofereceu-lhe riquezas apenas para testá-lo. C Ao final do TEXTO I, pode-se concluir que Alexandre ainda respeitava muito o filósofo. D Diógenes não tinha interesse por bens materiais, pois acreditava em vida após a morte. E Diógenes considerava que a vida não tinha sentido, então não tinha interesse por poder. 11. Ao responder “Não zombem deste homem, pois se eu não fosse Alexandre Magno, eu queria ser Diógenes”, pode-se concluir que Alexandre A gostava de ser general. B apreciava uma vida simples. C aprovou a reação dos soldados. D desejava ser sábio como Diógenes. E era muito ambicioso e prepotente. 12. Memórias Póstumas de Brás Cubas Machado de Assis Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no introito, mas no cabo; diferença radical entre este livro e o Pentateuco. [...] ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. (Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/te xto/bv000215.pdf) A partir da leitura do TEXTO II, assinale a alternativa correta. A Brás quer sair da vulgaridade. B O autor deseja viver eternamente. C Trata-se de um texto religioso. D O autor é otimista por seu futuro literário. E Brás deseja escrever bem como Moisés. 13. Quem quer viver para sempre? Eu já deveria estar morto. Ou a caminho de. Para alguns leitores, nunca uma frase soou tão verdadeira. Mas eu falo da história, não de afetos. Se tivesse nascido em Portugal, cem anos atrás, já haveria lápide e caixão. Dá para acreditar que, em inícios do século XX, a esperança média de vida para os homens portugueses rondasse os 35-40 anos? Hoje, andará pelos oitenta. O que significa que, com sorte e algum bom humor do Altíssimo, eu estou apenas a meio da viagem. Se juntarmos os progressos da medicina no futuro próximo, é possível que a viagem seja alargada mais um pouco. Cem anos, cento e tal. Nada mau. Um artigo recente da Nature, aliás, promete revoluções para a minha pobre carcaça. O segredo está no hipotálamo cerebral e numa proteína do dito cujo que regula o envelhecimento humano. Não entro em pormenores, até porque eu próprio não os entendo. Mas eis o negócio: se a proteína é P á g i n a 11 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ estimulada, os ratinhos morrem mais depressa. Se a proteína é inibida, acontece o inverso. Falamos de ratos, por enquanto, o que significa que a descoberta só terá aplicação imediata entre a classe política. Mas o leitor entende onde quero chegar. E eu quero chegar à maior promessa de todas: o dia em que seremos finalmente imortais. Na história da cultura ocidental, esse dia pode estar no passado distante (ler Hesíodo, ler a Bíblia). Ou pode estar no futuro, como garantem os “trans- humanistas”. Falo de uma corrente bioética perfeitamente respeitável que se dedica a essa causa: o destino da humanidade não está em morrer aos cem. Está em viver indefinidamente depois dos cem, através dos avanços da tecnologia. Porque só a tecnologia permitirá aos homens suplantar a sua infantil condição mortal. O nosso corpo é apenas a primeira casca de todas as cascas que estarão por vir. E quem não gostaria de viver para sempre? Curiosamente, há quem não queira. O filósofo Roger Scruton, em ensaio recente, dedica um capítulo específico aos transhumanistas. O livro intitula-se The Uses of Pessimism and the Dangers of False Hope. Segundo sei, será publicado no Brasil em breve. Recomendo. Primeiro, porque é uma súmula perfeita do pensamento de Scruton, escrito com elegância habitual do autor. Mas sobretudo porque é a mais brilhante refutação do pensamento utópico, e em particular do pensamento utópico trans-humanista de autores como Ray Kurzweil ou Max More, que me lembro de ter lido. Isso se deve, em grande parte, ao fato corajoso de Scruton ter sido capaz de virar o debate do avesso e perguntar: por que motivo a doença e a morte devem ser vistas como males intoleráveis que devemos erradicar? Não será possível olhar para eles como bens necessários? Certo, certo: ninguém ama a doença e, tirando casos extremos, ninguém deseja morrer. Mas sem a doença e a morte, a vida não teria qualquer valor em si mesma. Os projetos que fazemos; as viagens com que sonhamos; os amores que temos, perdemos, procuramos; e até a descendência que deixamos – tudo isso parte da mesma premissa: o fato singelo de não termos todo o tempo do mundo. Vivemos, escolhemos, amamos – porque temos urgência em viver, escolher e amar. Se retirarmos a urgência da equação, podemos ainda viver eternamente. Mas viveremos uma eternidade de tédio em que nada tem sentido porque nada precisa ter sentido. Sem importância do efêmero, nada se torna importante. Os trans- humanistas sonham com um mundo pós- humano. É provável que esse mundo seja possível no futuro, quando a técnica suplantar a nossa casca primitiva. Mas esse mundo, até pela sua própria definição, será um filme diferente. Não será um filme para seres humanos tal como os conhecemos e reconhecemos. Viver até os cem? Agradeço. Cento e vinte também serve. Mas se me dissessem hoje mesmo que o meu futuro duraria uma eternidade, eu seria o primeiro a pular da janela sem hesitar. COUTINHO, João Pereira. Vamos ao que interessa: cem crônicas da era da brutalidade. São Paulo: Três Estrelas, 2015. De acordo com o autor do TEXTO I, A a doença e a morte nos fazem perseguir nossos projetos, nossos sonhos, pois tememos não termos uma outra oportunidade. B mesmo com o progresso da medicina, dificilmente conseguiremos aumentar nossa expectativa de vida. C o que nos faz seres humanos é o nosso desejo incessante pela eternidade, procurando sempre levar uma vida saudável e plena. D todos querem viver para sempre, mas não querem adoecer, por isso se preocupam tanto com a saúde mental e física. 14. Energias alternativas podem gerar 1 milhão de empregos no Brasil Com investimentos em energias alternativas, o Brasil pode gerar mais de 1 milhão de empregos e reduzir em 28 toneladas a emissão de CO² até 2025. P á g i n a 12 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ Nos próximos cinco anos, os investimentos da indústria de energia alternativa, como a solar e a eólica, e o impacto da digitalização das cidades podem gerar mais de 1,2 milhão de novos empregos no país. A análise é do Fórum Econômico Mundial, em parceria com a Accenture, empresa global de serviços profissionais, que ouviu mais de 25 empresas de serviços públicos globais e empresas de tecnologia de energia. Além dos empregos, esses investimentos deverão resultar na redução de 28 toneladas de emissão de CO² (dióxido de carbono). O estudo foi feito em várias regiões, explorando o caminho das concessionárias em meio à pandemia e as oportunidades para acelerar o crescimento econômico e a transição para a energia limpa. O Grupo de Ação da Indústria, formado por mais de 25 empresas, buscou avaliarde forma holística os resultados econômicos, ambientais, sociais, bem como desdobramentos técnicos de potenciais soluções de energia. Segundo a Accenture, foram mapeados diversos elementos da cadeia de valor do setor elétrico no país, como emissão de gás carbônico, pegadas d’água, acesso a eletricidade, qualidade do ar, resiliência e segurança do setor, qualidade de serviços e flexibilidade. No entanto, foram outros aspectos que se destacaram no cenário nacional, como: impactos no emprego e na economia, eficiência do setor e produtividade, investimento estrangeiro, atualização de sistemas e competitividade. Setor elétrico deve triplicar até 2050 Com o mapeamento do setor elétrico brasileiro, foi possível identificar um modelo que pode direcionar a transformação e atualização do país em termos de energia, utilizando sua grande fonte de energia hidrelétrica como alicerce para sustentar a população. Simultaneamente a isso, investimentos em fontes alternativas de energia ganham força, como a solar e a eólica, bem como investimentos em cidades integradas e inteligentes. A demanda por energia no país deve triplicar até 2050, fortalecendo a necessidade de investimentos. Para isso, segundo o estudo, o Brasil deverá precisar de, pelo menos, 38 novas linhas de distribuição de energia com mais de 5 mil km de extensão. Na prática, isso significa um investimento de mais de R$10 bilhões, segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética, articulada com o Ministério de Minas e Energia e o Ministério da Economia. (...) Folha Dirigida. Reportagem: Energias Alternativas podem gerar 1 milhão de empregos no Brasil. [Fragmento]. (Disponível em: https://folhadirigida.com.br/mais/noticias/suste ntabilidade/energias-alternativas-podem-gerar- 1-milhao-de-empregos-no-brasil .) De acordo com o TEXTO I, é correto afirmar que A a análise é do Fórum Econômico Mundial, em parceria com a Accenture, empresa global de serviços profissionais, que ouviu mais de 25 empresas estatais. B a pesquisa sinaliza que, até 2050, o Brasil triplicará a demanda de energia, necessitando de mais 38 linhas de distribuição e investimento acima de R$ 10 bilhões. C na cadeia de valor do setor elétrico no país, tiveram destaque os impactos no emprego e na economia, a eficiência do setor e produtividade e o investimento estrangeiro. D no Brasil, os investimentos em energias alternativas já asseguram mais de 1 milhão de empregos e até 2050 reduzirão em 28 toneladas a emissão de CO². E o cenário brasileiro apresentou como aspectos relevantes a emissão de gás carbônico, pegadas d'água, acesso a eletricidade e qualidade do ar. P á g i n a 13 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 15. O objetivo principal do autor com o TEXTO I é A alertar sobre um grande crescimento econômico por meio de energias renováveis. B denunciar os atuais prejuízos do consumo de energias nãorenováveis no planeta. C estimular que as empresas estrangeiras invistam na preservação ambiental. D informar sobre a relação entre criação de empregos e energias renováveis. E utilizar argumentos para ampliar o consumo de energias nãorenováveis. 16. A CRUZ DA ESTRADA Castro Alves Caminheiro que passas pela estrada, Seguindo pelo rumo do sertão, Quando vires a cruz abandonada, Deixa-a em paz dormir na solidão. Que vale o ramo do alecrim cheiroso Que lhe atiras nos braços ao passar? Vais espantar o bando buliçoso Das borboletas, que lá vão pousar. É de um escravo humilde sepultura, Foi-lhe a vida o velar de insônia atroz. Deixa-o dormir no leito de verdura, Que o Senhor dentre as selvas lhe compôs. [...] Quando, à noite, o silêncio habita as matas, A sepultura fala a sós com Deus. Prende-se a voz na boca das cascatas, E as asas de ouro aos astros lá nos céus. Caminheiro! Do escravo desgraçado O sono agora mesmo começou! Não lhe toques no leito de noivado, Há pouco a liberdade o desposou. (Disponível em https://www.escritas.org/pt/t/5023/a-cruz-da- estrada.). Após a leitura do TEXTO III, assinale a alternativa correta. A Ao escravo morto valem apenas o bando buliçoso das borboletas e o alecrim cheiroso. B O poema retrata que a liberdade dos escravos era conquistada apenas com a morte. C O poeta discorre sobre a sensibilidade do escravo liberto ao falar a sós com Deus. D A cruz da estrada representa o sofrimento do escravo humilde na solidão do sertão. E Castro Alves convida o caminheiro a conversar com a sepultura do escravo humilde. 17. TEXTO I Bitcoin O Bitcoin funciona como uma espécie de “dinheiro da internet” e conta com carteira virtual e um site específico para transações comerciais. O Bitcoin (BTC) é um tipo de moeda virtual também chamado de criptomoeda. É como se fosse uma espécie de dinheiro da internet, mas que não apresenta um sistema centralizado de controle sobre as suas trocas comerciais, tais como um banco central, ao contrário do que acontece com as moedas do “mundo real”. O termo bitcoin também é designado para o software utilizado para a criação e controle da moeda. O nome bit não faz referência a byte, como muitos podem pensar, mas sim a uma rede de P á g i n a 14 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ compartilhamento ponto a ponto (P2P), chamada de BitTorrent, em que cada usuário é anônimo e possui o mesmo valor. É o que acontece com a moeda virtual. Apesar de ser a mais conhecida e amplamente aclamada no mundo da internet, o Bitcoin não é a única criptomoeda existente. Os destaques da concorrência vão para o Litecoin e o Mastercoin, mas nenhum deles possui a representatividade do Bitcoin, a principal moeda virtual do mundo atualmente. A origem do Bitcoin é atribuída a Dorian Nakamoto, um codinome que seria utilizado por Satoshi Nakamoto, apesar de ele sempre negar a suposta criação que, ao menos oficialmente, permanece no anonimato. Como adquirir bitcoins? Para poder adquirir dinheiro em forma de bitcoins, seja para investimento, seja para diversão, o usuário primeiramente precisa criar a sua carteira virtual, que funciona como uma espécie de ponto virtual onde todos os bitcoins ficam armazenados, categorizando um tipo de conta bancária livre de taxas e impostos. Essa carteira só pode ser criada no site oficial da blockchain (cadeia de blocos). Cada unidade possui uma numeração específica, protegida por criptografia. Para evitar fraudes ou golpes, como a cópia ou duplicação de moedas, além de falsas transações e outros tipos de crimes, há um poderoso sistema de segurança e controle. Basicamente, quando há uma troca comercial entre duas carteiras virtuais, ela é publicada no site da blockchain em forma de código, que é verificado por softwares específicos voltados para essa função. Para que uma pessoa obtenha bitcoins, ela pode fazer uma transação comercial, recebendo a moeda virtual em troca de serviços ou produtos, como uma negociação comum. Outro método é comprar diretamente bitcoins, trocando as moedas oficiais (tais como o real e o dólar) de acordo com a cotação de mercado, de forma que, quanto mais caro for o bitcoin, mais dinheiro você precisará para adquirilo. Esse processo poderá ser feito on-line somente no próprio site da blockchain, o mesmo da carteira virtual, além de caixas eletrônicos criados para isso, o que praticamente não existe no Brasil. Há, dessa forma, muitas pessoas que utilizam o bitcoin como uma forma de especulação, comprando moedas quando elas estão desvalorizadas e barataspara depois revendê-las quando elas valorizarem em relação às moedas oficiais. Há relatos de pessoas que se tornaram rapidamente ricas com esse tipo de especulação, que, no entanto, é um processo bastante arriscado. [...] Vantagens e desvantagens da moeda digital Criptomoedas com esse tipo de funcionamento possuem pontos positivos e negativos. Entre as vantagens do bitcoin, podemos citar a falta de um governo ou banco central para controlar e alterar o funcionamento da moeda e o baixo número de transações. Entre as desvantagens do bitcoin, destacam-se a instabilidade da moeda, que hoje pode valer muito e amanhã nem tanto, o seu risco em termos de falha na segurança e, principalmente, o seu uso indiscriminado em atividades ilícitas, facilitando lavagens de dinheiro. Independentemente de suas vantagens e riscos, o bitcoin vem crescendo substancialmente nos últimos anos, embora vários governos não reconheçam o seu uso, havendo alguns que se posicionam totalmente contrários a esse tipo de prática, a exemplo da Rússia. No Brasil, com o crescimento dessa moeda alternativa (que é vista oficialmente como um tipo de ação, e não como moeda propriamente dita), existe um estudo para garantir que elas sejam incluídas no sistema de declaração do imposto de renda. (Disponível em: Bitcoin. Como funciona o Bitcoin? - https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/bit coin.htm). De acordo com o TEXTO I, é correto afirmar que A embora o bitcoin tenha alta volatilidade, estes tiveram uma grande valorização e enriqueceram muitos investidores. B P á g i n a 15 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ o autor é contra as criptomoedas, principalmente devido ao seu uso indiscriminado em atividades ilícitas, facilitando a lavagem de dinheiro. C a Rússia, por sua economia tradicionalmente centralizada, tem feito muitas reclamações à comunidade internacional para banir as criptomoedas. D no Brasil, o bitcoin ainda não é reconhecido como moeda, impossibilitando assim os investidores a terem acesso a tal opção de investimento. E embora ainda isentas de fiscalização dos órgãos reguladores, as criptomoedas já podem ser inclusas nas declarações anuais de imposto de renda no Brasil. 18. O objetivo principal do autor do TEXTO I é A apresentar os prós e contras do investimento em criptomoedas. B utilizar argumentos para ampliar o investimento em criptomoedas. C convencer os leitores a investir em criptomoedas como um hobby. D advertir a todos sobre atividades ilícitas de lavagem de dinheiro. E alertar o leitor para declarar criptomoedas no imposto de renda. 19. Considerando o trecho “A origem do Bitcoin é atribuída a Dorian Nakamoto, um codinome que seria utilizado por Satoshi Nakamoto (...)” assinale a alternativa em que também há um “codinome”. A O jogador Pelé é considerado como um dos melhores futebolistas. B O sanfoneiro Luiz Gonzaga foi denominado pelo povo como Rei do Baião. C O apresentador Faustão também é radialista, repórter e ator brasileiro. D O autor Ian Flemming escreveu romances sobre James Bond, o Agente 007. E O escritor Fernando Pessoa também era conhecido como Álvaro de Campos. 20. Expectativas Extravagantes Casamentos combinados? Nada contra. Mas existem combinações e combinações. Conhecer a noiva ainda no berço não é a ideia perfeita de romantismo. Casar com ela durante a infância também não. Mas confesso inveja pelos indígenas de Tikopia, uma pequena ilha do Pacífico, onde as combinações matrimoniais impostas pela tribo admitem um período de conhecimento e, digamos, "experimentação". Se as coisas não resultarem, nenhum drama: é hora de tentar uma nova combinação. É nessas alturas que uma pessoa pensa nas desvantagens de viver no Ocidente pós-moderno, onde estamos por nossa conta e risco na busca da princesa encantada. E tanto esforço, e tanta despesa, e tanta angústia para quê? Vivesse eu em Tikopia e poderia estar tranquilamente em casa, lendo e escrevendo, enquanto a tribo procurava fêmea compatível para mim. Quando a encontrasse, era só bater na minha porta e eu receberia a noiva do mês para o respectivo período de conhecimento e "experimentação". Haverá coisa mais civilizada? Paul Hollander não se pronuncia. Mas o seu "Extravagant Expectations", onde conheci os tikopianos, é um dos meus livros de 2011. Hollander, como estudioso dos regimes totalitários do século 20, dispensa apresentações. Só que, dessa vez, o sociólogo americano resolveu fazer uma pausa nas suas trincheiras para investigar como amam os americanos. O que procuram eles na carametade. E por qual motivo se desiludem tão P á g i n a 16 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ rapidamente com o parceiro. Essas perguntas exigiram "trabalho de campo": Hollander mergulhou nos classificados pessoais de relacionamento; consultou sites de encontros na internet; e leu a bibliografia popular e a acadêmica sobre o assunto. Conclusão: a crise das relações modernas está, como o título indica, nas "expectativas extravagantes" que os americanos - e, desconfio, os ocidentais em geral - transportam para o matrimônio. Na conjugalidade, o casal não conhece limites em seus desejos contraditórios. Reclama doses homéricas de paixão e de razão; de aventura permanente mas também de segurança permanente; de estabilidade emocional e de excitação emocional; de beleza física e de intelecto apurado. Haverá relação que aguente o peso dessas expectativas? Dificilmente. Mas o interesse do livro de Paul Hollander está sobretudo na explicação genética das "expectativas extravagantes". Que, obviamente, seriam incompreensíveis para nossos antepassados. E seriam incompreensíveis porque a dimensão "romântica" do casamento é recente na história do Ocidente: tradicionalmente, as relações entre homens e mulheres eram tuteladas por "agentes intermediários", a começar pela família, que proviam e promoviam essas relações. Os "sentimentos" das partes envolvidas não eram os argumentos mais preponderantes. O romantismo próprio da modernidade acabaria por enterrar esse mundo, atribuindo ao indivíduo (e ao "sentimento") a construção do seu destino "autêntico". E acabou também por determinar o recuo da família, da tradição e mesmo da religião. Não apenas como "agentes intermediários"; mas também como fontes válidas de conhecimento ou consolação. O problema, escreve Hollander, é que esse recuo não significou o fim das carências - espirituais, éticas, intelectuais - que continuam a pulsar na natureza humana. E que são agora transplantadas pelo indivíduo socialmente isolado para dentro da sua privacidade. Hoje, os ocidentais desejam que as relações íntimas possam suprir todas as exigências que anteriormente estavam repartidas por várias esferas da sociedade. Azar: o casamento não comporta essas exigências múltiplas e contraditórias. A pessoa com quem casamos não consegue reunir as qualidades perfeitas de amante, amigo, confessor, professor, guia turístico, estátua grega e terapeuta. No Ocidente pós-moderno, a taxa de divórcio não para de subir. Brasil incluso. Um cínico diria que o fenômeno tem explicação simples: as pessoas divorciam-se porque podem. Mas é possível oferecer uma explicação alternativa: as pessoas divorciam-se porque casam. E não há casamento que resista quando se exige dele tudo e o seu contrário. COUTINHO, João Pereira. Vamos ao que interessa: cem crônicas da era da brutalidade. São Paulo: Três Estrelas, 2015. 1. De acordo com o TEXTO I, A a crençana idealização amorosa não faz mais parte dos relacionamentos da modernidade e por isso tais relacionamentos são efêmeros. B a crise nos relacionamentos pode ter como motivo a grande expectativa gerada pelos casais, que idealizam seus parceiros e depois se frustram. C é mais fácil encontrar o parceiro ideal por meio de sites de encontros na internet ou consultando os classificados. D fatores como segurança, paixão, beleza física e inteligência fazem parte da idealização amorosa e tornam os relacionamentos duradouros. Gabarito 1.C 2.A 3.C 4.D 5.D 6.A 7.D 8.C 9.B 10.C 11.D P á g i n a 17 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 12.A 13.A 14.B 15.D 16.B 17.A 18.A 19.D 20.B 2. Tipologia textual e gêneros textuais. TIPOLOGIA TEXTUAL Tipo textual é a forma como um texto se apresenta. As tipologias mais usadas são: narração, descrição, dissertação, argumentação, informação e injunção. É importante que não se confunda tipo textual com gênero textual, visto que os gêneros textuais são textos que cumprem uma função social em uma dada situação comunicativa. 1- TEXTO NARRATIVO Modalidade em que se conta um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Refere-se a objetos do mundo real. Há uma relação de anterioridade e posterioridade. O tempo verbal predominante é o passado. Estamos cercados de narrações desde que nos contam histórias infantis até às piadas do cotidiano. É o tipo predominante nos seguintes textos: contos, fábulas, crônicas, romances, novelas, piadas, poemas e lendas. Observe a tirinha que segue, depois leia o texto que narra os acontecimentos da tirinha. Exemplo de texto narrativo A história preferida Certa noite, Cascão estava em seu quarto, quase pronto para dormir. Ele já havia colocado o pijama, sentado em sua cama, sob os cobertores, mas ainda faltava uma coisa: ele queria ouvir uma história. Cheio de expectativa, ele olhou para seu pai e pediu: ---Pai, conta uma história pra eu dormir? Seu pai, já segurando o livro de história respondeu: ---Tá bem, filho! Que história você quer ouvir? ---Cascão todo animado, ajeitou-se na cama. Puxou os cobertores, encostou-se no travesseiro e respondeu: ---Aquela que eu gosto mais! O pai respondeu: ---Já sei! Então, o pai de Cascão puxou uma cadeira, sentou-se ao lado do menino, abriu o livro e começou a ler a história preferida do garoto; --- Era uma vez, três porquinhos... Satisfeito e tranquilo ao ouvir a história de seus personagens favoritos, Cascão se acalmou para ter uma longa noite de sono! 2- TEXTO DESCRITIVO Um texto em que se faz um retrato escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto. A classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, pela sua função caracterizadora. Numa abordagem mais abstrata, pode-se até descrever sensações ou sentimentos. Não há relação de anterioridade e posterioridade. E fazer uma descrição minuciosa do objeto ou da personagem a que o texto refere. Nessa espécie textual as coisas acontecem ao mesmo tempo. É o tipo predominante em textos como o diário, o relato, a biografia e autobiografia, a notícia, o currículo, a lista de compras e o cardápio. UM LUGAR INESQUECÍVEL Localizado no Estado do Piauí, entre as cidades de São Raimundo Nonato e Coronel José Dias, encontra-se um dos locais mais bonitos do Brasil, o Parque Nacional Serra da Capivara, caracterizado pela sua paisagem exuberante e seus "mistérios" históricos. Declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO, este parque sensibiliza qualquer indivíduo que o visita. Suas rochas com formatos especiais, os diferentes animais silvestres e a impressão de estar há milhares de anos nos causam fortes sensações. Os desenhos e pinturas nas cavernas e partes de esqueletos são também urna atração espetacular. Termos noção dos raros vestígios dos povos mais antigos da América é um fato marcante. Estudos revelam que a região da Serra da Capivara era coberta por densa floresta tropical. Hoje, sua P á g i n a 18 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ vegetação é diferente, mas não apaga o aspecto de floresta. Turistas de todo o mundo visitam o parque com frequência. Lamentavelmente, os turistas brasileiros são os que possuem menor índice de visitas, até porque não damos valor às belezas naturais e culturais que encontramos em nosso próprio país. TIPOS DE DESCRIÇÃO Conforme a intenção do texto, as descrições são classificadas em: Descrição Subjetiva: apresenta as descrições de algo, todavia, evidencia as impressões pessoais do emissor (locutor) do texto. Exemplos são nos textos literários repletos de impressões dos autores. Exemplo: "A bonita cidade é pequena e pacata. Lá todas as pessoas se conhecem. O que há na cidade se resume em praticamente algumas poucas lojas, uma escola muito boa, uma igreja lindíssima e uma praça muito florida." Descrição Objetiva: nesse caso, o texto procura descrever de forma exata e realista as características concretas e físicas de algo, sem atribuir juízo de valor, ou impressões subjetivas do emissor. Exemplos de descrições objetivas são os retratos falados, manuais de instruções, verbetes de dicionários e enciclopédias. Exemplo: "A cidade é pequena e pacata. Lá todas as pessoas se conhecem. O que há na cidade se resume em praticamente algumas lojas, uma escola, uma igreja e uma praça." Importa referir que mesmo que se trate de uma descrição objetiva, o que é descrito depende da escolha do descritor. Assim, o descritor acima optou por falar do tamanho e do que havia na cidade. Mas podia ter escolhido falar do número e do costume dos seus habitantes. 3- TEXTO DISSERTATIVO Este tipo de texto consiste na defesa de uma ideia por meio de argumentos e explicações, à medida que é dissertativo; bem como seu objetivo central reside na formação de opinião do leitor, ou seja, caracteriza-se por tentar convencer ou persuadir o interlocutor da mensagem, sendo nesse sentido argumentativo. EXEMPLO É importante refletir sobre a importância de preservação do meio ambiente bem como atuar em prol de uma sociedade mais consciente e limpa. Já ficou mais que claro que a maioria dos problemas os quais enfrentamos atualmente nas grandes cidades, foram gerados pela ação humana. De tal modo, podemos pensar nas grandes construções, alicerçadas na urbanização desenfreada, ou no simples ato de jogar lixo nas ruas. A poluição gerada e impregnada nas grandes cidades foi em grande parte fruto da urbanização desenfreada ou da atuação de indústrias; porém, deveres não cumpridos pelos homens também proporcionaram toda essa "sujidade". Nesse sentido, vale lembrar que pequenos atos podem produzir grandes mudanças se realizados por todos os cidadãos. Portanto, um conselho deveras importante: ao invés de jogar o lixo (seja um papelzinho de bala, ou uma anotação de um telefone) nas ruas, guarde-o no bolso e atire somente quando encontrar uma lixeira. Seja um cidadão consciente! Não Jogue lixo nas ruas! 4- TEXTO INJUNTIVO O texto injuntivo ou instrucional está pautado na explicação e no método para a concretização de uma ação. Ele indica o procedimento para realizar algo, por exemplo, uma receita de bolo, bula de remédio, manual de instruções, editais e propagandas. Exemplo: Receita Massa de Panqueca Simples Ingredientes: 1 ovo 1 xícara de farinha de trigo 1 xícara de leite 1 pitada de sal 1 colher de sopa de óleo Modo de Preparo: P á g i n a 19@cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ Bata todos os ingredientes no liquidificador. A seguir, aqueça uma frigideira untada com um fio de óleo em fogo baixo. Coloque um pouco da massa na frigideira não muito quente e esparrame de modo a cobrir todo o fundo e ficar só uma camada fina de massa. Deixe igualar os dois lados, até que fiquem levemente douradas. Retire com a espátula, e sirva com o recheio de sua preferência. Sugestão de recheio: carne moída, queijo e geleia. 5- TEXTO EXPOSITIVO O texto expositivo apresenta informações sobre um objeto ou fato específico, sua descrição e a enumeração de suas características. Esse deve permitir que o leitor identifique, claramente, o tema central do texto. Um fato importante é a apresentação de bastante informação; caso se trate de algo novo esse se faz imprescindível. Quando se trata de temas polêmicos, a apresentação de argumentos se faz necessária para que o autor informe aos leitores sobre as possibilidades de análise do assunto. O texto expositivo deve ser abrangente e deve ser compreendido por diferentes tipos de pessoas. O texto expositivo pode apresentar recursos como a: - instrução, quando apresenta instruções a serem seguidas; - informação, quando apresenta informações sobre o que é apresentado e/ou discutido; - descrição, quando apresenta informações sobre as características do que está sendo apresentado; - definição, quando queremos deixar claro para o nosso leitor do que, exatamente, estamos falando; - enumeração, quando envolve a identificação e apresentação sequencial de informações referentes àquilo que estamos escrevendo; - comparação, quando o autor quer garantir que seu leitor irá compreender bem o que ele quer dizer; CLASSIFICAÇÃO DOS TEXTOS EXPOSITIVOS Os textos expositivos podem ser classificados em dois tipos, de acordo com o objetivo central do texto. Texto Expositivo-argumentativo Quando se trata do texto expositivo- argumentativo, além de referir-se à apresentação do tema, o emissor ainda mantém seu foco em argumentos que são necessários para a explanação das ideias, recorrendo à autores e teorias para conceituar, comparar e ainda para defender a opinião exposta. Texto Expositivo-informativo Esse segundo tipo, refere-se à transmissão das informações a respeito de um determinado tema sem que haja grandes apreciações, abordando, dessa forma, o tema com o máximo de neutralidade. Como exemplo deste caso, podemos citar como exemplo uma apresentação sobre os índices de violência no país, apresentando informações sobre o problema por meio de gráficos e dados sobre o tema, sem que haja defesa de opinião. QUESTÕES 1. O Tempo Rubem Alves Há duas formas de marcar o tempo. Uma delas foi inventada por homens que amam a precisão dos números, matemáticos, astrônomos, cientistas, técnicos. Para marcar o tempo de forma precisa, eles fabricaram ampulhetas, relógios, cronômetros, calendários. Nesses artefatos técnicos, todos os pedaços do tempo – segundos, minutos, dias, anos – são feitos de uma mesma substância: números, entidades matemáticas. Não há inícios nem fins, apenas a indiferente sucessão de momentos, que nada dizem sobre alegrias e sofrimentos. Apenas um bolso vazio. Nele, a alma não encontra morada. Nas Olimpíadas, a performance dos corredores e nadadores é medida até os centésimos. Fico a me perguntar: “Como é que conseguem? Que diferença faz?”. A outra foi inventada por homens que sabem que a vida não pode ser medida com calendários e relógios. A vida só pode ser marcada com a vida. Os amantes do Cântico dos Cânticos marcavam o tempo do amor pelos frutos maduros que pendiam das árvores. Quando as folhas dos plátanos ficam amarelas sabemos que o outono chegou. Os ipês- rosas e amarelos anunciam o inverno. P á g i n a 20 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ Qual a magia que informa os ipês, todos eles, em lugares muito diferentes, que é hora de perder as folhas e florescer? E sem misturar as cores. Primeiro os rosas, depois os amarelos e, finalmente, os brancos. Sugeri que algum compositor compusesse uma sinfonia ou uma brincadeira musical em três movimentos. Primeiro movimento, “Ipê-rosa”, andante tranquilo, em que os violoncelos cantam a paz e a segurança. Segundo movimento, “Ipê- amarelo”, rondo vivace, em que os metais, cores parecidas com a dos ipês, fazem soar a exuberância da vida. Terceiro movimento, “Ipê-branco”, moderato, em que o veludo dos oboés canta a mansidão. Seria bom se nós, como os ipês, nos abríssemos para o amor no inverno. A precisão dos números marca o tempo das máquinas e do dinheiro. O tempo do amor se marca com o corpo. Um calendário é coisa precisa: anos, meses, dias, horas, que são marcados com números. Esses números medem o tempo. Mas os pedaços de tempo são bolsos vazios: nada há dentro deles. O bolso vazio do tempo se torna parte do nosso corpo quando o enchemos com vida. Aí o tempo não mais pode ser representado por números. O tempo aparece como um fruto que vai sendo comido: é belo, é colorido, é perfumado. E, à medida que vai sendo comido, vai acabando. Vem a tristeza. O tempo da vida se marca por alegrias e tristezas. Há inícios e há fins. Tempus fugit; o tempo foge. Portanto, carpe diem: colha o dia como um fruto que amanhã estará podre. Viver ao ritmo de alegrias e tristezas é ser sábio. “Sapio”, no latim, quer dizer, “eu saboreio”. O sábio é um degustador da vida. A vida não é para ser medida. Ela é para ser saboreada. Um texto bíblico diz: “Ensina-nos a contar os nossos dias de tal maneira que alcancemos um coração sábio”. Acho que Jesus sorriria se eu acrescentasse ao “Pai-Nosso” outra súplica: “A fruta nossa de cada dia dá-nos hoje…”. Caqui, pitanga, morango à beira do abismo, melancia… Heráclito foi um filósofo grego fascinado pelo tempo. Contemplava o rio e via que tudo é rio. Percebeu que não é possível entrar duas vezes no mesmo rio; na segunda vez, as águas serão outras, o primeiro rio já não existirá. Tudo é água que flui: as montanhas, as casas, as pedras, as árvores, os animais, os filhos, o corpo… Assim é tudo, assim é a vida: tempo que flui sem parar. Daquilo que ele supostamente escreveu, restam apenas fragmentos enigmáticos. Dentre eles, um me encanta: “Tempo é criança brincando, jogando; da criança o reinado”. Para nós, o tempo é um velho, cada vez mais velho, sobre quem se acumulam os anos que passam e de quem a vida foge. Heráclito, ao contrário, diz que o tempo é criança, início permanente, movimento circular, o fim que volta sempre ao início, fonte de juventude eterna, possibilidade de novo começos. Tempo é criança? O que o filósofo queria dizer exatamente eu não sei. Mas sei que as crianças odeiam Chronos, o deus dos cronômetros, dos segundos, dos centésimos de segundos O relógio é o tempo do dever: corpo engaiolado. Disponível em https://www.revistaecosdapaz.com/o-tempo- uma-cronica-encantadora-de-rubem-alves/. Um gênero textual pode ser composto por várias tipologias, desde que elas sejam necessárias para cumprir o objetivo comunicativo em questão. O texto de Rubem Alves, por exemplo, é composto por tipologias textuais diferentes. A esse propósito, analise o trecho a seguir: “Há duas formas de marcar o tempo. Uma delas foi inventada por homens que amam a precisão dos números, matemáticos, astrônomos, cientistas, técnicos. Para marcar o tempo de forma precisa, eles fabricaram ampulhetas, relógios, cronômetros, calendários. Nesses artefatos técnicos, todos os pedaços do tempo – segundos,minutos, dias, anos – são feitos de uma mesma substância: números, entidades matemáticas”. Sobre o trecho analisado, é correto afirmar que a tipologia textual predominante é a A argumentativa. B P á g i n a 21 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ injuntiva. C narrativa. D descritiva. 2. A importância da vacina na prevenção e na erradicação de doenças As vacinas estão há mais de 200 anos combatendo doenças infecciosas como sarampo e H1N1. Produzida pela primeira vez em 1796, a vacina é um dos principais recursos no combate a doenças infecciosas. Foi o médico britânico Edward Jenner que criou a primeira delas, contra o vírus da varíola, que hoje está erradicado graças à descoberta científica. Atualmente, existem imunizações contra vários tipos de doença, como gripe, hepatite, febre amarela, caxumba, tuberculose, sarampo, H1N1, que devem fazer parte da rotina de vacinação de todo indivíduo. Como funciona a vacina? Quando atingido por um agente infeccioso pela primeira vez, o sistema imunológico produz naturalmente anticorpos para combater o invasor. O problema é que essa produção pode não acontecer com a rapidez suficiente para prevenir a infecção, fazendo com que a pessoa fique doente. Porém, caso o organismo entre em contato com o mesmo agente após um tempo, o sistema imunológico já estará preparado para reconhecer a infecção e criar os anticorpos na velocidade necessária, garantindo certa imunidade à doença. O papel da vacina é criar essa defesa e garantir a saúde do indivíduo. Para isso, ela conta com os antígenos que causam a doença, enfraquecidos ou mortos, para estimular o sistema imunológico a produzir os anticorpos necessários. Assim, se a pessoa entrar em contato com a infecção após a vacina, o corpo estará imunizado para combater a doença sem sofrer com os sintomas. Efeitos colaterais da vacina Mesmo sendo essencial para garantir a saúde da população, a vacina pode gerar alguns efeitos adversos. Os mais comuns são dor, vermelhidão e inchaço no local em que foi aplicada a injeção. Em alguns casos, também podem ocorrer febre e mal- estar passageiro. Se a vacina for composta pelo agente infeccioso enfraquecido, algumas pessoas podem apresentar sintomas parecidos com os da doença. Contudo, isso não significa que elas estarão realmente infectadas. Sem vacina, doenças controladas podem voltar. Por conta das campanhas de vacinação em todo o mundo, cada vez mais doenças infecciosas estão se tornando raras. Para garantir que essas infecções sejam realmente erradicadas, é essencial que todos continuem seguindo o Calendário Nacional de Vacinação. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece 19 vacinas para mais de 20 doenças; são mais de 300 milhões de doses para imunizar crianças, adolescentes, adultos, idosos, gestantes e indígenas. As imunizações estão disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) no Brasil. Vacinas são seguras? Por conta das eventuais reações, como febre e inchaço no local da aplicação, parte da sociedade se sente temerosa em tomar vacinas. Contudo, é importante ressaltar que o benefício da imunização é muito mais valioso do que o receio de sofrer com as possíveis reações temporárias. Além disso, antes de a vacina ser licenciada, ela precisa passar por diferentes tipos de critérios e testes, desde o início do seu desenvolvimento até a sua produção e aplicação. É por isso que a liberação de novas vacinas, como as que estão sendo testadas para conter a pandemia do novo coronavírus, levam em média 18 meses para ficarem prontas. No Brasil, as vacinas também passam pela rígida aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão vinculado ao Ministério da Saúde. Depois que é licenciada, a solução continua sendo monitorada para que especialistas possam acompanhar o surgimento de possíveis reações adversas, garantindo segurança e saúde à população. P á g i n a 22 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ Disponível em https://summitsaude.estadao.com.br/desafios-no- brasil/a-importancia-da-vacina-na-prevencao-e-na- erradicacao-de-doencas/ O TEXTO I tem como principal objetivo comunicativo A divulgar os benefícios da vacinação e incentivar a maior comercialização desse produto. B denunciar as irregularidades na produção de vacinas clandestinas e maléficas à população. C fornecer esclarecimentos sobre as vacinas para conscientizar a população da sua importância. D apresentar as reações adversas que as vacinas podem causar e alertar a população sobre seu uso. 3. Modernidade líquida O conceito de modernidade líquida foi desenvolvido pelo sociólogo polonês Zygmunt Bauman e diz respeito a uma nova época em que as relações sociais, econômicas e de produção são frágeis, fugazes e maleáveis, como os líquidos. O conceito opõe-se, na obra de Bauman, ao conceito de modernidade sólida, quando as relações eram solidamente estabelecidas, tendendo a serem mais fortes e duradouras. O que é modernidade líquida? Bauman definiu como modernidade líquida um período que se iniciou após a Segunda Guerra Mundial e ficou mais perceptível a partir da década de 1960. Esse sociólogo chamou de modernidade sólida o período anterior. A modernidade sólida era caracterizada pela rigidez e solidificação das relações humanas, das relações sociais, da ciência e do pensamento. A busca pela verdade era um compromisso sério para os pensadores da modernidade sólida. As relações sociais e familiares eram rígidas e duradouras, e o que se queria era um cuidado com a tradição. Apesar dos aspectos negativos reconhecidos por Bauman da modernidade sólida, o aspecto positivo era a confiança na rigidez das instituições e na solidificação das relações humanas. A modernidade líquida é totalmente oposta à modernidade sólida e ficou evidente na década de 1960, mas a sua semente estava no início do capitalismo industrial, durante a Revolução Industrial. As relações econômicas ficaram sobrepostas às relações sociais e humanas, e isso abriu espaço para que cada vez mais houvesse uma fragilidade de laço entre pessoas e de pessoas com instituições. A lógica do consumo entrou no lugar da lógica da moral, assim, as pessoas passaram a ser fortemente analisadas não pelo que elas são, mas pelo que elas compram. A ideia de compra também adentrou nas relações sociais, e as pessoas passaram a comprar afeto e atenção. Nesse contexto, as instituições ficaram estremecidas. O emprego tornou-se um empreendimento completamente individual no momento em que o indivíduo tornou-se um “empreendedor” de si mesmo. Se alguém não obtém sucesso nessa lógica da modernidade líquida, a responsabilidade é completamente individual. Assim sendo, a modernidade líquida tem instituições líquidas, pois cada pessoa é uma instituição. A exploração capitalista deixou de ser vista como exploração e passou a ser vista como uma relação natural em que o sujeito, empreendedor de si mesmo, vende a sua força de trabalho ao sujeito empreendedor que possui o capital. A modernidade líquida é ágil, pois ela acompanha a moda e o pensamento de época. A ciência, a técnica, a educação, a saúde, as relações humanas e tudo mais que foi criado pelo ser humano para compor a sociedade são submetidos à lógica capitalista de consumo. P á g i n a 23 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________
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