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c u r s o t o p d e l i n h a Todos os direitos reservados cursotopdelinhaonline.com @cursotopdelinha APOSTILA PARA PROFESSOR DE JUAZEIRO EDITAL 2021 SUMÁRIO LÍNGUA PORTUGUESA PÁGINA 1 ATÉ A PÁGINA 137 RACIOCÍNIO LÓGICO PÁGINA 138 ATÉ A PÁGINA 166 CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS PÁGINA 167 ATÉ A PÁGINA 310 CONHECIMENTOS DE JUAZEIRO I PÁGINA 311 ATÉ A PÁGINA 327 CONHECIMENTOS DE JUAZEIRO II PÁGINA 328 ATÉ A PÁGINA 345 P á g i n a 1 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 1. Compreensão e interpretação de textos TEXTO – é um conjunto de ideias organizadas e relacionadas entre si, formando um todo significativo capaz de produzir INTERAÇÃO COMUNICATIVA (capacidade de CODIFICAR E DECODIFICAR). CONTEXTO – um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há uma certa informação que a faz ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome de CONTEXTO. Nota-se que o relacionamento entre as frases é tão grande, que, se uma frase for retirada de seu contexto original e analisada separadamente, poderá ter um significado diferente daquele inicial. INTERTEXTO - comumente, os textos apresentam referências diretas ou indiretas a outros autores através de citações. Esse tipo de recurso denomina-se INTERTEXTO. INTERPRETAÇÃO DE TEXTO - o primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a identificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias, ou fundamentações, as argumentações, ou explicações, que levem ao esclarecimento das questões apresentadas na prova. PONTOS IMPORTANTES PARA UMA BOA COMPREENSÃO/INTERPRETAÇÃO TEXTUAL 1 – Ler duas vezes o texto. A primeira para tomar contato com o assunto; a segunda para observar como o texto está articulado; desenvolvido; 2 – Observar que um parágrafo em relação ao outro pode indicar uma continuação ou uma conclusão ou, ainda, uma falsa oposição; 3 – Sublinhar, em cada parágrafo, a ideia mais importante (tópico frasal); 4 – Ler com muito cuidado os enunciados das questões para entender direito a intenção do que foi pedido; 5 – Sublinhar palavras como: erro, incorreto, correto, para não se confundir no momento de responder à questão; 6 – Escrever, ao lado de cada parágrafo, ou de cada estrofe, a ideia mais importante contida neles; 7 – Não levar em consideração o que o autor quis dizer, mas sim o que ele disse; escreveu; 8 – Se o enunciado mencionar tema ou ideia principal, deve-se examinar com atenção a introdução e/ou a conclusão; 9 – Se o enunciado mencionar argumentação, deve preocupar-se com o desenvolvimento; 10 – Tomar cuidado com os vocábulos relatores (os que remetem a outros vocábulos do texto: pronomes relativos, pronomes pessoais, pronomes demonstrativos). ERROS COMUNS NA ANÁLISE DOS TEXTOS 1 – Extrapolação: É o fato de se fugir do texto. Ocorre quando se interpreta o que não está escrito. Muitas vezes são fatos, mas que não estão expressos no texto. Deve-se ater somente ao que está relatado. 2 – Redução: É o fato de se valorizar uma parte do contexto, deixando de lado a sua totalidade. Deixa- se de considerar o texto como um todo para se ater apenas à parte dele. 3 – Contradição: É o fato de se entender justamente o contrário do que está escrito. É bom que se tome cuidado com algumas palavras, como: “pode”, “deve”, “não”, verbo “ser”, etc. ARGUMENTAÇÃO Para que as ideias estejam adequadamente concatenadas dentro do texto, fazemos uso dos chamados operadores argumentativos: elementos linguísticos, geralmente invariáveis, que ligam as orações estabelecendo relação entre as ideias e indicando o “tom” pretendido pelo autor. Seguem alguns exemplos de operadores argumentativos: 1- Operadores que indicam contradição, oposição de ideias: mas, porém, todavia, entretanto, por mais que, ao contrário, ATENÇÃO - Muitos pensam que há a ótica do escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova de concurso, o que deve ser levado em consideração é o que o AUTOR DIZ e nada mais. P á g i n a 2 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ mesmo que, embora, ainda que, a despeito de. 2- Operadores que indicam conclusão, consequência: logo, portanto, assim, então, de modo que, por isso, por conseguinte, de maneira que, em vista disso, pois (quando usado depois do verbo). 3- Operadores que indicam causa: porque, que, porquanto, senão, por causa de, por razão de, em decorrência de, posto que. • OBS: portanto = indica conclusão porquanto = indica causa 4- Operadores que indicam condição, probabilidade, hipótese: caso, se, desde que, a não ser que, exceto se, a menos que. 5- Operadores que indicam tempo: assim que, logo que, quando, depois de, depois que, mal (Exemplo: Ela mal chegou, fez confusão), antes de, antes que. 6- Operadores que indicam finalidade: com o fim de, a fim de que, com o intuito de, para que, para, com o propósito de. 7- Operadores que indicam relevância da informação: acima de tudo, primeiramente, antes de mais nada, sobretudo. 8- Operadores que indicam adição de ideias: e, não só, como também, nem (com sentido de “e não”), além de, ainda, também, mas também. QUESTÕES Interpretação de texto 1. É assim que acontece a bondade Rubem Alves (...) O que pode ser ensinado são as coisas que moram no mundo de fora: astronomia, física, química, gramática, anatomia, números, letras, palavras. Mas há coisas que não estão do lado de fora, coisas que moram dentro do corpo. Estão enterradas na carne, como se fossem sementes à espera… Sim, sim! Imagine isto: o corpo como um grande canteiro! Nele se encontram, adormecidas, em estado de latência, as mais variadas sementes. Elas poderão acordar, como a Bela Adormecida acordou com um beijo. Mas poderão também não brotar. Tudo depende… As sementes não brotarão se sobre elas houver uma pedra. E também pode acontecer que, depois de brotar, elas sejam arrancadas… De fato, muitas plantas precisam ser arrancadas, antes que cresçam: as pragas, tiriricas, picões… Uma dessas sementes é a “solidariedade”. A solidariedade não é uma entidade do mundo de fora, ao lado de estrelas, pedras, mercadorias, dinheiro, contratos. Se ela fosse uma entidade do mundo de fora poderia ser ensinada e produzida. A solidariedade é uma entidade do mundo interior. Solidariedade nem se ensina, nem se ordena, nem se produz. A solidariedade tem de brotar e crescer como uma semente… Veja o ipê florido! Nasceu de uma semente. Depois de crescer não será necessária nenhuma técnica, nenhum estímulo, nenhum truque para que ele floresça. Angelus Silesius, místico antigo, tem um verso que diz: “A rosa não tem porquês. Ela floresce porque floresce”. O ipê floresce porque floresce. Seu florescer é um simples transbordar natural da sua verdade. A solidariedade é como o ipê: nasce e floresce. Mas não em decorrência de mandamentos éticos ou religiosos. Não se pode ordenar: “Seja solidário!” A solidariedade acontece como um simples transbordamento: as fontes transbordam… Já disse que solidariedade é um sentimento. É esse o sentimento que nos torna humanos. P á g i n a 3 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ A solidariedade me faz sentir sentimentos que não são meus, que são de um outro. Acontece assim: eu vejouma criança vendendo balas num semáforo. Ela me pede que eu compre um pacotinho das suas balas. Eu e a criança – dois corpos separados e distintos. Mas, ao olhar para ela, estremeço: algo em mim me faz imaginar aquilo que ela está sentindo. E então, por uma magia inexplicável, esse sentimento imaginado se aloja junto dos meus próprios sentimentos. Na verdade, desaloja meus sentimentos, pois eu vinha, no meu carro, com sentimentos leves e alegres, e agora esse novo sentimento se coloca no lugar deles. O que sinto não são meus sentimentos. Foram-se a leveza e a alegria que me faziam cantar. Agora, são os sentimentos daquele menino que estão dentro de mim. Meu corpo sofre uma transformação: ele não é mais limitado pela pele que o cobre. Expande-se. Ele está agora ligado a um outro corpo que passa a ser parte dele mesmo. Isso não acontece nem por decisão racional, nem por convicção religiosa, nem por um mandamento ético. É o jeito natural de ser do meu próprio corpo, movido pela solidariedade. Pela magia do sentimento de solidariedade meu corpo passa a ser morada do outro. É assim que acontece a bondade. O menino me olhou com olhos suplicantes. E, de repente, eu era um menino que olhava com olhos suplicantes… Disponível em https://rubemalvesdois.wordpress.com/2010/09 /11/e-assim-que-acontece-a-bondade/ De acordo com o TEXTO I, para Rubem Alves, a solidariedade é um sentimento que A floresce com a ajuda de mandamentos religiosos. B se aprende por meio de exemplos familiares. C não se ensina, apenas deixa-se florescer. D já faz parte da essência do ser humano. 2. Disponível em https://br.pinterest.com/pin/304274518572701992/. A partir da análise da charge do TEXTO II, é correto inferir que A o preço da conta de luz é muito alto. B os adultos enfrentam melhor os seus medos. C os medos parecem maiores durante a infância. D os medos das crianças são passageiros e podem ser ignorados. 3. O Tempo Rubem Alves Há duas formas de marcar o tempo. Uma delas foi inventada por homens que amam a precisão dos números, matemáticos, astrônomos, cientistas, técnicos. Para marcar o tempo de forma precisa, eles fabricaram ampulhetas, relógios, cronômetros, calendários. Nesses artefatos P á g i n a 4 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ técnicos, todos os pedaços do tempo – segundos, minutos, dias, anos – são feitos de uma mesma substância: números, entidades matemáticas. Não há inícios nem fins, apenas a indiferente sucessão de momentos, que nada dizem sobre alegrias e sofrimentos. Apenas um bolso vazio. Nele, a alma não encontra morada. Nas Olimpíadas, a performance dos corredores e nadadores é medida até os centésimos. Fico a me perguntar: “Como é que conseguem? Que diferença faz?”. A outra foi inventada por homens que sabem que a vida não pode ser medida com calendários e relógios. A vida só pode ser marcada com a vida. Os amantes do Cântico dos Cânticos marcavam o tempo do amor pelos frutos maduros que pendiam das árvores. Quando as folhas dos plátanos ficam amarelas sabemos que o outono chegou. Os ipês- rosas e amarelos anunciam o inverno. Qual a magia que informa os ipês, todos eles, em lugares muito diferentes, que é hora de perder as folhas e florescer? E sem misturar as cores. Primeiro os rosas, depois os amarelos e, finalmente, os brancos. Sugeri que algum compositor compusesse uma sinfonia ou uma brincadeira musical em três movimentos. Primeiro movimento, “Ipê-rosa”, andante tranquilo, em que os violoncelos cantam a paz e a segurança. Segundo movimento, “Ipê- amarelo”, rondo vivace, em que os metais, cores parecidas com a dos ipês, fazem soar a exuberância da vida. Terceiro movimento, “Ipê-branco”, moderato, em que o veludo dos oboés canta a mansidão. Seria bom se nós, como os ipês, nos abríssemos para o amor no inverno. A precisão dos números marca o tempo das máquinas e do dinheiro. O tempo do amor se marca com o corpo. Um calendário é coisa precisa: anos, meses, dias, horas, que são marcados com números. Esses números medem o tempo. Mas os pedaços de tempo são bolsos vazios: nada há dentro deles. O bolso vazio do tempo se torna parte do nosso corpo quando o enchemos com vida. Aí o tempo não mais pode ser representado por números. O tempo aparece como um fruto que vai sendo comido: é belo, é colorido, é perfumado. E, à medida que vai sendo comido, vai acabando. Vem a tristeza. O tempo da vida se marca por alegrias e tristezas. Há inícios e há fins. Tempus fugit; o tempo foge. Portanto, carpe diem: colha o dia como um fruto que amanhã estará podre. Viver ao ritmo de alegrias e tristezas é ser sábio. “Sapio”, no latim, quer dizer, “eu saboreio”. O sábio é um degustador da vida. A vida não é para ser medida. Ela é para ser saboreada. Um texto bíblico diz: “Ensina-nos a contar os nossos dias de tal maneira que alcancemos um coração sábio”. Acho que Jesus sorriria se eu acrescentasse ao “Pai-Nosso” outra súplica: “A fruta nossa de cada dia dá-nos hoje…”. Caqui, pitanga, morango à beira do abismo, melancia… Heráclito foi um filósofo grego fascinado pelo tempo. Contemplava o rio e via que tudo é rio. Percebeu que não é possível entrar duas vezes no mesmo rio; na segunda vez, as águas serão outras, o primeiro rio já não existirá. Tudo é água que flui: as montanhas, as casas, as pedras, as árvores, os animais, os filhos, o corpo… Assim é tudo, assim é a vida: tempo que flui sem parar. Daquilo que ele supostamente escreveu, restam apenas fragmentos enigmáticos. Dentre eles, um me encanta: “Tempo é criança brincando, jogando; da criança o reinado”. Para nós, o tempo é um velho, cada vez mais velho, sobre quem se acumulam os anos que passam e de quem a vida foge. Heráclito, ao contrário, diz que o tempo é criança, início permanente, movimento circular, o fim que volta sempre ao início, fonte de juventude eterna, possibilidade de novo começos. Tempo é criança? O que o filósofo queria dizer exatamente eu não sei. Mas sei que as crianças odeiam Chronos, o deus dos cronômetros, dos segundos, dos centésimos de segundos O relógio é o tempo do dever: corpo engaiolado. Disponível em https://www.revistaecosdapaz.com/o-tempo- uma-cronica-encantadora-de-rubem-alves/. P á g i n a 5 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ De acordo com as ideias apresentadas no TEXTO I, com relação à questão do tempo, o escritor Rubem Alves afirma que I. há duas formas de marcar o tempo: a cronológica e a própria vida. II. o tempo criança assusta os mais velhos que têm medo da morte. III. o tempo pode ser aprisionado, encarcerado pelo homem. IV. o tempo é como um rio, flui sem parar, não espera por ninguém. É correto o que se afirma A apenas em I e III. B apenas em II e III. C apenas em I e IV. D apenas em II e IV. 4. Disponível em https://www.conradoleiloeiro.com.br/peca.asp?ID=2185724 .. Pela análise da tirinha do TEXTO II, é correto inferir que A há boas perspectivas para o futuro. B o futuro guarda segredos inimagináveis. C não devemos nos preocupar com o futuro. D o futuro parece ser bastante desagradável. 5. Disponível em https://www.gov.br/saude/pt- br/assuntos/noticias/ministerio-dasaude- lanca- servico-de-combate-a-fake-news. O anúncio do Ministério da Saúde sobre as fake news têm o objetivo principal de A desmentir as falsas informações que foram divulgadas na pandemia. B informar o papel dos profissionais de saúde no combateàs fake news. C esclarecer os procedimentos jurídicos existentes no combate às fake news. D orientar e conscientizar a população sobre a questão das fake news na saúde. 6. P á g i n a 6 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ O macacão branco Sejamos honestas, colegas de trabalho: quem de nós pode vestir um macacão branco decotado na frente e nas costas, colado ao corpo, sem antes passar por uma lipoescultura, uma sessão de bronzeamento e ficar duas semanas sem comer? Resposta no final dessa coluna. Não teria adjetivos suficientes para comentar o show que Maria Rita fez no Anfiteatro Pôr do Sol, semana passada, cantando músicas da sua mãe, Elis Regina. O espetáculo foi perfeito do início ao fim, e São Pedro ainda deu uma canja, oferecendo um entardecer de cinema, com direito a uma lasca de lua, céu estrelado e brisa suave. Se Elis não fosse gaúcha, teria se naturalizado naquele instante, em algum cartório no céu. Mas voltemos a Maria Rita. Toda de branco, ela entrou no palco com uma túnica diáfana que ia até os pés: praticamente um anjo de bons modos. Até que, quatro ou cinco músicas depois do início do show, ela retirou a túnica e ficou só de macacão branco decotado, com as costas de fora, colado no corpo. Pensei: é peituda essa mulher. Peituda porque, além de peito, Maria Rita tem coxa, tem bunda, tem barriguinha, tem sustância, tem o corpo da brasileira típica, que passa longe das esquálidas das revistas, das ossudas das passarelas. A numeração de Maria Rita não é 36, mas vestiu aquele macacão branco como se fosse. Quaquaraquáquá, quem riu? Quaquaraquáquá, foi ela. Cantando Vou Deitar e Rolar e outros tantos hits da sua talentosa genitora, Maria Rita rebolou, sambou, jogou charme, braço pra cima, braço pro lado, ajeitadinha no cabelo, caras e bocas, dona e senhora do pedaço e com o namorado bonitão (Davi Moraes, na guitarra) ali na retaguarda, babando – se não estava, deveria. Porque Maria Rita, além de cantar divinamente, mostrava 100% seu lado fêmea, segura e incomparável. Que nem as modelos de revista? Quaquaraquaquá. Muito melhor. Fiquei matutando depois: como mulher se preocupa com besteira. Usa roupa preta para afinar, veste bermudas compressoras para chapar a barriga, manga comprida para esconder os braços roliços, e mais isso, e aquilo, quando o maior segredo de beleza consta do seguinte: sinta- se num palco, mesmo que nunca tenha chegado perto de um. Imagine-se com 60 mil pessoas te aplaudindo, te admirando pelo que você faz, pelo que você é, imagine-se com o público na mão, pois você é competente e tem uma elegância natural. Conscientize-se de que sua inteligência é superior às suas medidas, que ser magrinha não atrai amor instantâneo, que sua personalidade é um cartão de visitas, que a felicidade é a melhor maquiagem, que ser leve é que emagrece. E dá-se a mágica. Quem de nós pode vestir um macacão branco decotado na frente e nas costas, colado ao corpo, sem antes passar por uma lipoescultura, uma sessão de bronzeamento e ficar duas semanas sem comer? Qualquer uma de nós, ora. MEDEIROS. Martha. A graça da coisa. 1ª ed. Porto Alegre – RS: L&PM, 2013. De acordo com o TEXTO I, A as mulheres deveriam valorizar valores como inteligência, personalidade, felicidade e leveza, em detrimento de valores relacionados à aparência física. B existe um padrão de beleza e, ao tentar se adequar a ele, a mulher conseguirá afirmar-se na sociedade. C nem todas as mulheres têm condições de se comportar como Maria Rita, em seu show. D o maior segredo da beleza é a mulher seguir os ditames proferidos pela opinião pública. 7. Modernidade líquida O conceito de modernidade líquida foi desenvolvido pelo sociólogo polonês Zygmunt Bauman e diz respeito a uma nova época em que as relações sociais, econômicas e de produção são frágeis, fugazes e maleáveis, como os líquidos. O P á g i n a 7 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ conceito opõe-se, na obra de Bauman, ao conceito de modernidade sólida, quando as relações eram solidamente estabelecidas, tendendo a serem mais fortes e duradouras. O que é modernidade líquida? Bauman definiu como modernidade líquida um período que se iniciou após a Segunda Guerra Mundial e ficou mais perceptível a partir da década de 1960. Esse sociólogo chamou de modernidade sólida o período anterior. A modernidade sólida era caracterizada pela rigidez e solidificação das relações humanas, das relações sociais, da ciência e do pensamento. A busca pela verdade era um compromisso sério para os pensadores da modernidade sólida. As relações sociais e familiares eram rígidas e duradouras, e o que se queria era um cuidado com a tradição. Apesar dos aspectos negativos reconhecidos por Bauman da modernidade sólida, o aspecto positivo era a confiança na rigidez das instituições e na solidificação das relações humanas. A modernidade líquida é totalmente oposta à modernidade sólida e ficou evidente na década de 1960, mas a sua semente estava no início do capitalismo industrial, durante a Revolução Industrial. As relações econômicas ficaram sobrepostas às relações sociais e humanas, e isso abriu espaço para que cada vez mais houvesse uma fragilidade de laço entre pessoas e de pessoas com instituições. A lógica do consumo entrou no lugar da lógica da moral, assim, as pessoas passaram a ser fortemente analisadas não pelo que elas são, mas pelo que elas compram. A ideia de compra também adentrou nas relações sociais, e as pessoas passaram a comprar afeto e atenção. Nesse contexto, as instituições ficaram estremecidas. O emprego tornou-se um empreendimento completamente individual no momento em que o indivíduo tornou-se um “empreendedor” de si mesmo. Se alguém não obtém sucesso nessa lógica da modernidade líquida, a responsabilidade é completamente individual. Assim sendo, a modernidade líquida tem instituições líquidas, pois cada pessoa é uma instituição. A exploração capitalista deixou de ser vista como exploração e passou a ser vista como uma relação natural em que o sujeito, empreendedor de si mesmo, vende a sua força de trabalho ao sujeito empreendedor que possui o capital. A modernidade líquida é ágil, pois ela acompanha a moda e o pensamento de época. A ciência, a técnica, a educação, a saúde, as relações humanas e tudo mais que foi criado pelo ser humano para compor a sociedade são submetidos à lógica capitalista de consumo. Modernidade líquida e relações humanas As relações humanas ficaram extremamente abaladas com o surgimento da modernidade líquida. Bauman usa o termo “conexão” para nomear as relações na modernidade líquida no lugar de relacionamento, pois o que se passa a desejar a partir de então é algo que possa ser acumulado em maior número, mas com superficialidade suficiente para se desligar a qualquer momento. A amizade e os relacionamentos amorosos são substituídos por conexões, que, a qualquer momento, podem ser desfeitas. As redes sociais e a internet serviram de instrumento para a intensificação do que Bauman chamou de amor líquido: a relação pseudoamorosa da modernidade líquida. Não se procura, como na modernidade sólida, uma companhia afetiva e amorosa como era na modernidade sólida, mas se procura uma conexão (que pode ser sexual ou não, sendo que a não sexual substitui o que era a amizade) que resulte em prazer para o indivíduo. O imperativo da modernidade líquida é a busca por prazer a qualquer custo, mesmo que utilizando pessoas como objetos. Aliás, namodernidade líquida, o sujeito torna-se objeto. As conexões estabelecidas entre pessoas são laços banais e eventuais. As pessoas buscam um número grande de conexões, pois isso se tornou motivo de ostentação. Mais parceiros e parceiras sexuais, mais “amigos” (que, na verdade, não passam, na maioria dos casos, de colegas ou conhecidos), pois quanto mais conexões, mais célebre a pessoa é considerada. Basta fazer uma breve análise das P á g i n a 8 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ relações sociais em redes sociais como o Facebook: quanto mais “amigos” (que, na verdade, são apenas contatos virtuais) a pessoa tem, mais requisitada ela se torna. (...) Modernidade líquida e consumismo O consumo tornou-se um imperativo na modernidade líquida. Criou-se todo um aparato para que o capitalismo consiga progredir desenfreadamente por meio do consumo irracional. Para além do que o filósofo e sociólogo alemão Karl Marx observou em sua época, um fetiche pelo consumo, criou-se um fetiche pelas marcas, deixando de importar o produto em si, mas a sua fabricante e o seu preço. Consumo sempre foi sinônimo de status, mas, na modernidade líquida, o consumo e o status são expressivamente dotados de uma carga simbólica muito mais intensa do que era na modernidade sólida. O sujeito é objetificado pelo capitalismo, tornando-se apenas o que ele consome, e não mais o que ele é. Na lógica da modernidade líquida, o sujeito é aquilo que ele consome. O modo pelo qual o capitalismo consegue efetuar essa mudança de perspectiva é pela promessa de felicidade: os sujeitos estão cada vez mais ansiosos, tristes e sobrecarregados. Associa-se então o prazer momentâneo oferecido pelo consumo à felicidade. Como esse prazer é rapidamente passageiro, o sujeito sente a necessidade de buscá- lo constantemente, na tentativa de alcançar a felicidade. (...) Publicado por Francisco Porfírio Disponível em https://mundoeducacao.uol.com.br/sociologia/modernidade -liquida.htm. De acordo com o TEXTO I, a partir da análise da teoria de Zygmunt Bauman, a era da modernidade líquida foi marcada, principalmente, por uma mudança que diz respeito A à rigidez e à solidificação das relações humanas, das relações sociais, da ciência e do pensamento. B à tendência que o capitalismo instaurou de progredir desenfreadamente por meio do consumo racional. C ao desejo das pessoas de buscarem um número grande de conexões para não se sentirem sós e isoladas. D ao fato de as pessoas passarem a ser fortemente analisadas não pelo que elas são, mas pelo que elas compram. 8. A CULTURA DO CANCELAMENTO No mundo da internet, principalmente no terreno das redes sociais, é fácil ler que determinada pessoa foi cancelada. A expressão diz respeito à chamada cultura do cancelamento, termo que foi considerado o de maior destaque de 2018 e de 2019 pelo Dicionário Macquarie, por causa da __________¹ ocorrida nas redes sociais pelo mundo. Não se sabe ao certo a origem dele, mas foi a partir de 2017, durante as denúncias de assédio sexual em Hollywood, e do surgimento do movimento #MeToo, que ele começou a aparecer com mais força. Embora o movimento tenha decolado em 2017 com a hashtag #MeToo, ele definitivamente manteve seu ímpeto e começou a espalhar suas asas linguísticas para além da hashtag e do nome do movimento, respondendo a uma necessidade óbvia no discurso que cerca essa convulsão social, explicou, em comunicado, o Dicionário Macquarie. No dicionário, a palavra cancelar quer dizer eliminar ou riscar para tornar sem efeito. É exatamente isso que a cultura do cancelamento da web propõe. Basta que uma pessoa pública ou não, apesar de que os famosos acabam sendo as principais vítimas, faça algo errado para que as propostas de cancelamento comecem a surgir. No Brasil nomes como do humorista e influencer Carlinhos Maia, do funkeiro MC Gui, da cantora Anitta e do cantor Nego do Borel já figuraram entre os cancelados. Bullying, preconceito, homofobia e transfobia foram os motivos que os levaram ao boicote do público. Como tudo na vida, a cultura do cancelamento tem bônus e ônus. Como ponto positivo, percebo a indignação das pessoas em relação a situações que antes passavam despercebidas, como casos de preconceito, machismo e racismo, além dos citados acima. O ponto negativo desse movimento está na anulação por completo. Não há uma conversa, não há uma busca por se colocar no lugar do outro. P á g i n a 9 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ É claro que há atitudes que são deploráveis e até criminosas. E, para usar outro termo da internet, não é preciso passar pano, acobertando erros. Mas a decisão de cancelar alguém, muitas vezes, pode ser drástica demais. É como se tivéssemos o poder de eliminar, ao melhor estilo do que ocorre em realities shows, nos quais isso, de fato, é uma brincadeira, parte de uma dinâmica de jogo, sem direito a resposta ou retratação. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br – Texto adaptado A temática principal tratada no TEXTO I é A as atitudes preconceituosas de pessoas famosas. B o surgimento do movimento #MeToo. C o banimento, sobretudo, de pessoas da arena pública nas mídias sociais. D a eliminação em realities shows. 9. De acordo com o TEXTO I (ANTERIOR), é incorreto afirmar que A as atitudes machistas, homofóbicas e racistas são razões para o boicote do público. B a cultura do cancelamento só ocorre com pessoas famosas. C a falta de empatia se apresenta como um aspecto que contribui para o cancelamento. D as pessoas canceladas não têm voz nem defesa. 10. Anedota Filosófica: Diógenes e Alexandre, o Grande Plutarco Conta-se que, certa manhã, Diógenes tomava sol sentado ao lado de seu barril. Alexandre, o Grande, andava por aquelas terras e, de tanto ouvir falar no homem que morava dentro de um barril, quis conhecê-lo. Informado de onde se encontrava o filósofo, Alexandre, montado em seu Bucéfalo, pôs-se frente a frente com Diógenes e, com este, teve o mais memorável de seus diálogos. Desta forma, apresentou-se o general: – Sou Alexandre, o Grande, diante de mim prostram-se os reinos, eu sou possuidor de muitas riquezas. Diógenes, sem esboçar sinal algum de surpresa, unicamente respondeu ao general: – Eu sou Diógenes e isto me basta. Alexandre, pasmo com a reação indiferente de Diógenes frente a sua imponência, ainda tentou persuadi-lo, com o pretexto de fazer o filósofo segui-lo: – Ouvi muito sobre sua sabedoria e ofereço-te metade de minhas riquezas se quiser acompanhar- me. Diógenes, para a surpresa de Alexandre e de todos que estavam presentes, prontamente respondeu: – De você não desejo nada, quero apenas que saia da frente do meu sol pois estás me fazendo sombra. Os soldados do temível general ainda quiseram zombar de Diógenes, mas foram censurados por Alexandre que lhes repreendeu desta maneira: – Não zombem deste homem, pois se eu não fosse Alexandre Magno, eu queria ser Diógenes. Alexandre então se retirou, deixando em paz o filósofo sem nunca esquecer o exemplo de Diógenes, tendo também a certeza de que estivera diante do mais diferente homem de seu tempo. (Disponível em: https://www.acropole.org.br/simbolismo/anedot a- filosofica- diogenes-e-alexandre-o-grande/ P á g i n a 10 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________A partir da leitura do TEXTO I, assinale a alternativa correta. A A resposta de Diógenes, ao pedir que Alexandre se afastasse do sol, foi irônica. B Alexandre menosprezava o filósofo e ofereceu-lhe riquezas apenas para testá-lo. C Ao final do TEXTO I, pode-se concluir que Alexandre ainda respeitava muito o filósofo. D Diógenes não tinha interesse por bens materiais, pois acreditava em vida após a morte. E Diógenes considerava que a vida não tinha sentido, então não tinha interesse por poder. 11. Ao responder “Não zombem deste homem, pois se eu não fosse Alexandre Magno, eu queria ser Diógenes”, pode-se concluir que Alexandre A gostava de ser general. B apreciava uma vida simples. C aprovou a reação dos soldados. D desejava ser sábio como Diógenes. E era muito ambicioso e prepotente. 12. Memórias Póstumas de Brás Cubas Machado de Assis Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no introito, mas no cabo; diferença radical entre este livro e o Pentateuco. [...] ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. (Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/te xto/bv000215.pdf) A partir da leitura do TEXTO II, assinale a alternativa correta. A Brás quer sair da vulgaridade. B O autor deseja viver eternamente. C Trata-se de um texto religioso. D O autor é otimista por seu futuro literário. E Brás deseja escrever bem como Moisés. 13. Quem quer viver para sempre? Eu já deveria estar morto. Ou a caminho de. Para alguns leitores, nunca uma frase soou tão verdadeira. Mas eu falo da história, não de afetos. Se tivesse nascido em Portugal, cem anos atrás, já haveria lápide e caixão. Dá para acreditar que, em inícios do século XX, a esperança média de vida para os homens portugueses rondasse os 35-40 anos? Hoje, andará pelos oitenta. O que significa que, com sorte e algum bom humor do Altíssimo, eu estou apenas a meio da viagem. Se juntarmos os progressos da medicina no futuro próximo, é possível que a viagem seja alargada mais um pouco. Cem anos, cento e tal. Nada mau. Um artigo recente da Nature, aliás, promete revoluções para a minha pobre carcaça. O segredo está no hipotálamo cerebral e numa proteína do dito cujo que regula o envelhecimento humano. Não entro em pormenores, até porque eu próprio não os entendo. Mas eis o negócio: se a proteína é P á g i n a 11 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ estimulada, os ratinhos morrem mais depressa. Se a proteína é inibida, acontece o inverso. Falamos de ratos, por enquanto, o que significa que a descoberta só terá aplicação imediata entre a classe política. Mas o leitor entende onde quero chegar. E eu quero chegar à maior promessa de todas: o dia em que seremos finalmente imortais. Na história da cultura ocidental, esse dia pode estar no passado distante (ler Hesíodo, ler a Bíblia). Ou pode estar no futuro, como garantem os “trans- humanistas”. Falo de uma corrente bioética perfeitamente respeitável que se dedica a essa causa: o destino da humanidade não está em morrer aos cem. Está em viver indefinidamente depois dos cem, através dos avanços da tecnologia. Porque só a tecnologia permitirá aos homens suplantar a sua infantil condição mortal. O nosso corpo é apenas a primeira casca de todas as cascas que estarão por vir. E quem não gostaria de viver para sempre? Curiosamente, há quem não queira. O filósofo Roger Scruton, em ensaio recente, dedica um capítulo específico aos transhumanistas. O livro intitula-se The Uses of Pessimism and the Dangers of False Hope. Segundo sei, será publicado no Brasil em breve. Recomendo. Primeiro, porque é uma súmula perfeita do pensamento de Scruton, escrito com elegância habitual do autor. Mas sobretudo porque é a mais brilhante refutação do pensamento utópico, e em particular do pensamento utópico trans-humanista de autores como Ray Kurzweil ou Max More, que me lembro de ter lido. Isso se deve, em grande parte, ao fato corajoso de Scruton ter sido capaz de virar o debate do avesso e perguntar: por que motivo a doença e a morte devem ser vistas como males intoleráveis que devemos erradicar? Não será possível olhar para eles como bens necessários? Certo, certo: ninguém ama a doença e, tirando casos extremos, ninguém deseja morrer. Mas sem a doença e a morte, a vida não teria qualquer valor em si mesma. Os projetos que fazemos; as viagens com que sonhamos; os amores que temos, perdemos, procuramos; e até a descendência que deixamos – tudo isso parte da mesma premissa: o fato singelo de não termos todo o tempo do mundo. Vivemos, escolhemos, amamos – porque temos urgência em viver, escolher e amar. Se retirarmos a urgência da equação, podemos ainda viver eternamente. Mas viveremos uma eternidade de tédio em que nada tem sentido porque nada precisa ter sentido. Sem importância do efêmero, nada se torna importante. Os trans- humanistas sonham com um mundo pós- humano. É provável que esse mundo seja possível no futuro, quando a técnica suplantar a nossa casca primitiva. Mas esse mundo, até pela sua própria definição, será um filme diferente. Não será um filme para seres humanos tal como os conhecemos e reconhecemos. Viver até os cem? Agradeço. Cento e vinte também serve. Mas se me dissessem hoje mesmo que o meu futuro duraria uma eternidade, eu seria o primeiro a pular da janela sem hesitar. COUTINHO, João Pereira. Vamos ao que interessa: cem crônicas da era da brutalidade. São Paulo: Três Estrelas, 2015. De acordo com o autor do TEXTO I, A a doença e a morte nos fazem perseguir nossos projetos, nossos sonhos, pois tememos não termos uma outra oportunidade. B mesmo com o progresso da medicina, dificilmente conseguiremos aumentar nossa expectativa de vida. C o que nos faz seres humanos é o nosso desejo incessante pela eternidade, procurando sempre levar uma vida saudável e plena. D todos querem viver para sempre, mas não querem adoecer, por isso se preocupam tanto com a saúde mental e física. 14. Energias alternativas podem gerar 1 milhão de empregos no Brasil Com investimentos em energias alternativas, o Brasil pode gerar mais de 1 milhão de empregos e reduzir em 28 toneladas a emissão de CO² até 2025. P á g i n a 12 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ Nos próximos cinco anos, os investimentos da indústria de energia alternativa, como a solar e a eólica, e o impacto da digitalização das cidades podem gerar mais de 1,2 milhão de novos empregos no país. A análise é do Fórum Econômico Mundial, em parceria com a Accenture, empresa global de serviços profissionais, que ouviu mais de 25 empresas de serviços públicos globais e empresas de tecnologia de energia. Além dos empregos, esses investimentos deverão resultar na redução de 28 toneladas de emissão de CO² (dióxido de carbono). O estudo foi feito em várias regiões, explorando o caminho das concessionárias em meio à pandemia e as oportunidades para acelerar o crescimento econômico e a transição para a energia limpa. O Grupo de Ação da Indústria, formado por mais de 25 empresas, buscou avaliarde forma holística os resultados econômicos, ambientais, sociais, bem como desdobramentos técnicos de potenciais soluções de energia. Segundo a Accenture, foram mapeados diversos elementos da cadeia de valor do setor elétrico no país, como emissão de gás carbônico, pegadas d’água, acesso a eletricidade, qualidade do ar, resiliência e segurança do setor, qualidade de serviços e flexibilidade. No entanto, foram outros aspectos que se destacaram no cenário nacional, como: impactos no emprego e na economia, eficiência do setor e produtividade, investimento estrangeiro, atualização de sistemas e competitividade. Setor elétrico deve triplicar até 2050 Com o mapeamento do setor elétrico brasileiro, foi possível identificar um modelo que pode direcionar a transformação e atualização do país em termos de energia, utilizando sua grande fonte de energia hidrelétrica como alicerce para sustentar a população. Simultaneamente a isso, investimentos em fontes alternativas de energia ganham força, como a solar e a eólica, bem como investimentos em cidades integradas e inteligentes. A demanda por energia no país deve triplicar até 2050, fortalecendo a necessidade de investimentos. Para isso, segundo o estudo, o Brasil deverá precisar de, pelo menos, 38 novas linhas de distribuição de energia com mais de 5 mil km de extensão. Na prática, isso significa um investimento de mais de R$10 bilhões, segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética, articulada com o Ministério de Minas e Energia e o Ministério da Economia. (...) Folha Dirigida. Reportagem: Energias Alternativas podem gerar 1 milhão de empregos no Brasil. [Fragmento]. (Disponível em: https://folhadirigida.com.br/mais/noticias/suste ntabilidade/energias-alternativas-podem-gerar- 1-milhao-de-empregos-no-brasil .) De acordo com o TEXTO I, é correto afirmar que A a análise é do Fórum Econômico Mundial, em parceria com a Accenture, empresa global de serviços profissionais, que ouviu mais de 25 empresas estatais. B a pesquisa sinaliza que, até 2050, o Brasil triplicará a demanda de energia, necessitando de mais 38 linhas de distribuição e investimento acima de R$ 10 bilhões. C na cadeia de valor do setor elétrico no país, tiveram destaque os impactos no emprego e na economia, a eficiência do setor e produtividade e o investimento estrangeiro. D no Brasil, os investimentos em energias alternativas já asseguram mais de 1 milhão de empregos e até 2050 reduzirão em 28 toneladas a emissão de CO². E o cenário brasileiro apresentou como aspectos relevantes a emissão de gás carbônico, pegadas d'água, acesso a eletricidade e qualidade do ar. P á g i n a 13 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 15. O objetivo principal do autor com o TEXTO I é A alertar sobre um grande crescimento econômico por meio de energias renováveis. B denunciar os atuais prejuízos do consumo de energias nãorenováveis no planeta. C estimular que as empresas estrangeiras invistam na preservação ambiental. D informar sobre a relação entre criação de empregos e energias renováveis. E utilizar argumentos para ampliar o consumo de energias nãorenováveis. 16. A CRUZ DA ESTRADA Castro Alves Caminheiro que passas pela estrada, Seguindo pelo rumo do sertão, Quando vires a cruz abandonada, Deixa-a em paz dormir na solidão. Que vale o ramo do alecrim cheiroso Que lhe atiras nos braços ao passar? Vais espantar o bando buliçoso Das borboletas, que lá vão pousar. É de um escravo humilde sepultura, Foi-lhe a vida o velar de insônia atroz. Deixa-o dormir no leito de verdura, Que o Senhor dentre as selvas lhe compôs. [...] Quando, à noite, o silêncio habita as matas, A sepultura fala a sós com Deus. Prende-se a voz na boca das cascatas, E as asas de ouro aos astros lá nos céus. Caminheiro! Do escravo desgraçado O sono agora mesmo começou! Não lhe toques no leito de noivado, Há pouco a liberdade o desposou. (Disponível em https://www.escritas.org/pt/t/5023/a-cruz-da- estrada.). Após a leitura do TEXTO III, assinale a alternativa correta. A Ao escravo morto valem apenas o bando buliçoso das borboletas e o alecrim cheiroso. B O poema retrata que a liberdade dos escravos era conquistada apenas com a morte. C O poeta discorre sobre a sensibilidade do escravo liberto ao falar a sós com Deus. D A cruz da estrada representa o sofrimento do escravo humilde na solidão do sertão. E Castro Alves convida o caminheiro a conversar com a sepultura do escravo humilde. 17. TEXTO I Bitcoin O Bitcoin funciona como uma espécie de “dinheiro da internet” e conta com carteira virtual e um site específico para transações comerciais. O Bitcoin (BTC) é um tipo de moeda virtual também chamado de criptomoeda. É como se fosse uma espécie de dinheiro da internet, mas que não apresenta um sistema centralizado de controle sobre as suas trocas comerciais, tais como um banco central, ao contrário do que acontece com as moedas do “mundo real”. O termo bitcoin também é designado para o software utilizado para a criação e controle da moeda. O nome bit não faz referência a byte, como muitos podem pensar, mas sim a uma rede de P á g i n a 14 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ compartilhamento ponto a ponto (P2P), chamada de BitTorrent, em que cada usuário é anônimo e possui o mesmo valor. É o que acontece com a moeda virtual. Apesar de ser a mais conhecida e amplamente aclamada no mundo da internet, o Bitcoin não é a única criptomoeda existente. Os destaques da concorrência vão para o Litecoin e o Mastercoin, mas nenhum deles possui a representatividade do Bitcoin, a principal moeda virtual do mundo atualmente. A origem do Bitcoin é atribuída a Dorian Nakamoto, um codinome que seria utilizado por Satoshi Nakamoto, apesar de ele sempre negar a suposta criação que, ao menos oficialmente, permanece no anonimato. Como adquirir bitcoins? Para poder adquirir dinheiro em forma de bitcoins, seja para investimento, seja para diversão, o usuário primeiramente precisa criar a sua carteira virtual, que funciona como uma espécie de ponto virtual onde todos os bitcoins ficam armazenados, categorizando um tipo de conta bancária livre de taxas e impostos. Essa carteira só pode ser criada no site oficial da blockchain (cadeia de blocos). Cada unidade possui uma numeração específica, protegida por criptografia. Para evitar fraudes ou golpes, como a cópia ou duplicação de moedas, além de falsas transações e outros tipos de crimes, há um poderoso sistema de segurança e controle. Basicamente, quando há uma troca comercial entre duas carteiras virtuais, ela é publicada no site da blockchain em forma de código, que é verificado por softwares específicos voltados para essa função. Para que uma pessoa obtenha bitcoins, ela pode fazer uma transação comercial, recebendo a moeda virtual em troca de serviços ou produtos, como uma negociação comum. Outro método é comprar diretamente bitcoins, trocando as moedas oficiais (tais como o real e o dólar) de acordo com a cotação de mercado, de forma que, quanto mais caro for o bitcoin, mais dinheiro você precisará para adquirilo. Esse processo poderá ser feito on-line somente no próprio site da blockchain, o mesmo da carteira virtual, além de caixas eletrônicos criados para isso, o que praticamente não existe no Brasil. Há, dessa forma, muitas pessoas que utilizam o bitcoin como uma forma de especulação, comprando moedas quando elas estão desvalorizadas e barataspara depois revendê-las quando elas valorizarem em relação às moedas oficiais. Há relatos de pessoas que se tornaram rapidamente ricas com esse tipo de especulação, que, no entanto, é um processo bastante arriscado. [...] Vantagens e desvantagens da moeda digital Criptomoedas com esse tipo de funcionamento possuem pontos positivos e negativos. Entre as vantagens do bitcoin, podemos citar a falta de um governo ou banco central para controlar e alterar o funcionamento da moeda e o baixo número de transações. Entre as desvantagens do bitcoin, destacam-se a instabilidade da moeda, que hoje pode valer muito e amanhã nem tanto, o seu risco em termos de falha na segurança e, principalmente, o seu uso indiscriminado em atividades ilícitas, facilitando lavagens de dinheiro. Independentemente de suas vantagens e riscos, o bitcoin vem crescendo substancialmente nos últimos anos, embora vários governos não reconheçam o seu uso, havendo alguns que se posicionam totalmente contrários a esse tipo de prática, a exemplo da Rússia. No Brasil, com o crescimento dessa moeda alternativa (que é vista oficialmente como um tipo de ação, e não como moeda propriamente dita), existe um estudo para garantir que elas sejam incluídas no sistema de declaração do imposto de renda. (Disponível em: Bitcoin. Como funciona o Bitcoin? - https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/bit coin.htm). De acordo com o TEXTO I, é correto afirmar que A embora o bitcoin tenha alta volatilidade, estes tiveram uma grande valorização e enriqueceram muitos investidores. B P á g i n a 15 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ o autor é contra as criptomoedas, principalmente devido ao seu uso indiscriminado em atividades ilícitas, facilitando a lavagem de dinheiro. C a Rússia, por sua economia tradicionalmente centralizada, tem feito muitas reclamações à comunidade internacional para banir as criptomoedas. D no Brasil, o bitcoin ainda não é reconhecido como moeda, impossibilitando assim os investidores a terem acesso a tal opção de investimento. E embora ainda isentas de fiscalização dos órgãos reguladores, as criptomoedas já podem ser inclusas nas declarações anuais de imposto de renda no Brasil. 18. O objetivo principal do autor do TEXTO I é A apresentar os prós e contras do investimento em criptomoedas. B utilizar argumentos para ampliar o investimento em criptomoedas. C convencer os leitores a investir em criptomoedas como um hobby. D advertir a todos sobre atividades ilícitas de lavagem de dinheiro. E alertar o leitor para declarar criptomoedas no imposto de renda. 19. Considerando o trecho “A origem do Bitcoin é atribuída a Dorian Nakamoto, um codinome que seria utilizado por Satoshi Nakamoto (...)” assinale a alternativa em que também há um “codinome”. A O jogador Pelé é considerado como um dos melhores futebolistas. B O sanfoneiro Luiz Gonzaga foi denominado pelo povo como Rei do Baião. C O apresentador Faustão também é radialista, repórter e ator brasileiro. D O autor Ian Flemming escreveu romances sobre James Bond, o Agente 007. E O escritor Fernando Pessoa também era conhecido como Álvaro de Campos. 20. Expectativas Extravagantes Casamentos combinados? Nada contra. Mas existem combinações e combinações. Conhecer a noiva ainda no berço não é a ideia perfeita de romantismo. Casar com ela durante a infância também não. Mas confesso inveja pelos indígenas de Tikopia, uma pequena ilha do Pacífico, onde as combinações matrimoniais impostas pela tribo admitem um período de conhecimento e, digamos, "experimentação". Se as coisas não resultarem, nenhum drama: é hora de tentar uma nova combinação. É nessas alturas que uma pessoa pensa nas desvantagens de viver no Ocidente pós-moderno, onde estamos por nossa conta e risco na busca da princesa encantada. E tanto esforço, e tanta despesa, e tanta angústia para quê? Vivesse eu em Tikopia e poderia estar tranquilamente em casa, lendo e escrevendo, enquanto a tribo procurava fêmea compatível para mim. Quando a encontrasse, era só bater na minha porta e eu receberia a noiva do mês para o respectivo período de conhecimento e "experimentação". Haverá coisa mais civilizada? Paul Hollander não se pronuncia. Mas o seu "Extravagant Expectations", onde conheci os tikopianos, é um dos meus livros de 2011. Hollander, como estudioso dos regimes totalitários do século 20, dispensa apresentações. Só que, dessa vez, o sociólogo americano resolveu fazer uma pausa nas suas trincheiras para investigar como amam os americanos. O que procuram eles na carametade. E por qual motivo se desiludem tão P á g i n a 16 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ rapidamente com o parceiro. Essas perguntas exigiram "trabalho de campo": Hollander mergulhou nos classificados pessoais de relacionamento; consultou sites de encontros na internet; e leu a bibliografia popular e a acadêmica sobre o assunto. Conclusão: a crise das relações modernas está, como o título indica, nas "expectativas extravagantes" que os americanos - e, desconfio, os ocidentais em geral - transportam para o matrimônio. Na conjugalidade, o casal não conhece limites em seus desejos contraditórios. Reclama doses homéricas de paixão e de razão; de aventura permanente mas também de segurança permanente; de estabilidade emocional e de excitação emocional; de beleza física e de intelecto apurado. Haverá relação que aguente o peso dessas expectativas? Dificilmente. Mas o interesse do livro de Paul Hollander está sobretudo na explicação genética das "expectativas extravagantes". Que, obviamente, seriam incompreensíveis para nossos antepassados. E seriam incompreensíveis porque a dimensão "romântica" do casamento é recente na história do Ocidente: tradicionalmente, as relações entre homens e mulheres eram tuteladas por "agentes intermediários", a começar pela família, que proviam e promoviam essas relações. Os "sentimentos" das partes envolvidas não eram os argumentos mais preponderantes. O romantismo próprio da modernidade acabaria por enterrar esse mundo, atribuindo ao indivíduo (e ao "sentimento") a construção do seu destino "autêntico". E acabou também por determinar o recuo da família, da tradição e mesmo da religião. Não apenas como "agentes intermediários"; mas também como fontes válidas de conhecimento ou consolação. O problema, escreve Hollander, é que esse recuo não significou o fim das carências - espirituais, éticas, intelectuais - que continuam a pulsar na natureza humana. E que são agora transplantadas pelo indivíduo socialmente isolado para dentro da sua privacidade. Hoje, os ocidentais desejam que as relações íntimas possam suprir todas as exigências que anteriormente estavam repartidas por várias esferas da sociedade. Azar: o casamento não comporta essas exigências múltiplas e contraditórias. A pessoa com quem casamos não consegue reunir as qualidades perfeitas de amante, amigo, confessor, professor, guia turístico, estátua grega e terapeuta. No Ocidente pós-moderno, a taxa de divórcio não para de subir. Brasil incluso. Um cínico diria que o fenômeno tem explicação simples: as pessoas divorciam-se porque podem. Mas é possível oferecer uma explicação alternativa: as pessoas divorciam-se porque casam. E não há casamento que resista quando se exige dele tudo e o seu contrário. COUTINHO, João Pereira. Vamos ao que interessa: cem crônicas da era da brutalidade. São Paulo: Três Estrelas, 2015. 1. De acordo com o TEXTO I, A a crençana idealização amorosa não faz mais parte dos relacionamentos da modernidade e por isso tais relacionamentos são efêmeros. B a crise nos relacionamentos pode ter como motivo a grande expectativa gerada pelos casais, que idealizam seus parceiros e depois se frustram. C é mais fácil encontrar o parceiro ideal por meio de sites de encontros na internet ou consultando os classificados. D fatores como segurança, paixão, beleza física e inteligência fazem parte da idealização amorosa e tornam os relacionamentos duradouros. Gabarito 1.C 2.A 3.C 4.D 5.D 6.A 7.D 8.C 9.B 10.C 11.D P á g i n a 17 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 12.A 13.A 14.B 15.D 16.B 17.A 18.A 19.D 20.B 2. Tipologia textual e gêneros textuais. TIPOLOGIA TEXTUAL Tipo textual é a forma como um texto se apresenta. As tipologias mais usadas são: narração, descrição, dissertação, argumentação, informação e injunção. É importante que não se confunda tipo textual com gênero textual, visto que os gêneros textuais são textos que cumprem uma função social em uma dada situação comunicativa. 1- TEXTO NARRATIVO Modalidade em que se conta um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Refere-se a objetos do mundo real. Há uma relação de anterioridade e posterioridade. O tempo verbal predominante é o passado. Estamos cercados de narrações desde que nos contam histórias infantis até às piadas do cotidiano. É o tipo predominante nos seguintes textos: contos, fábulas, crônicas, romances, novelas, piadas, poemas e lendas. Observe a tirinha que segue, depois leia o texto que narra os acontecimentos da tirinha. Exemplo de texto narrativo A história preferida Certa noite, Cascão estava em seu quarto, quase pronto para dormir. Ele já havia colocado o pijama, sentado em sua cama, sob os cobertores, mas ainda faltava uma coisa: ele queria ouvir uma história. Cheio de expectativa, ele olhou para seu pai e pediu: ---Pai, conta uma história pra eu dormir? Seu pai, já segurando o livro de história respondeu: ---Tá bem, filho! Que história você quer ouvir? ---Cascão todo animado, ajeitou-se na cama. Puxou os cobertores, encostou-se no travesseiro e respondeu: ---Aquela que eu gosto mais! O pai respondeu: ---Já sei! Então, o pai de Cascão puxou uma cadeira, sentou-se ao lado do menino, abriu o livro e começou a ler a história preferida do garoto; --- Era uma vez, três porquinhos... Satisfeito e tranquilo ao ouvir a história de seus personagens favoritos, Cascão se acalmou para ter uma longa noite de sono! 2- TEXTO DESCRITIVO Um texto em que se faz um retrato escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto. A classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, pela sua função caracterizadora. Numa abordagem mais abstrata, pode-se até descrever sensações ou sentimentos. Não há relação de anterioridade e posterioridade. E fazer uma descrição minuciosa do objeto ou da personagem a que o texto refere. Nessa espécie textual as coisas acontecem ao mesmo tempo. É o tipo predominante em textos como o diário, o relato, a biografia e autobiografia, a notícia, o currículo, a lista de compras e o cardápio. UM LUGAR INESQUECÍVEL Localizado no Estado do Piauí, entre as cidades de São Raimundo Nonato e Coronel José Dias, encontra-se um dos locais mais bonitos do Brasil, o Parque Nacional Serra da Capivara, caracterizado pela sua paisagem exuberante e seus "mistérios" históricos. Declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO, este parque sensibiliza qualquer indivíduo que o visita. Suas rochas com formatos especiais, os diferentes animais silvestres e a impressão de estar há milhares de anos nos causam fortes sensações. Os desenhos e pinturas nas cavernas e partes de esqueletos são também urna atração espetacular. Termos noção dos raros vestígios dos povos mais antigos da América é um fato marcante. Estudos revelam que a região da Serra da Capivara era coberta por densa floresta tropical. Hoje, sua P á g i n a 18 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ vegetação é diferente, mas não apaga o aspecto de floresta. Turistas de todo o mundo visitam o parque com frequência. Lamentavelmente, os turistas brasileiros são os que possuem menor índice de visitas, até porque não damos valor às belezas naturais e culturais que encontramos em nosso próprio país. TIPOS DE DESCRIÇÃO Conforme a intenção do texto, as descrições são classificadas em: Descrição Subjetiva: apresenta as descrições de algo, todavia, evidencia as impressões pessoais do emissor (locutor) do texto. Exemplos são nos textos literários repletos de impressões dos autores. Exemplo: "A bonita cidade é pequena e pacata. Lá todas as pessoas se conhecem. O que há na cidade se resume em praticamente algumas poucas lojas, uma escola muito boa, uma igreja lindíssima e uma praça muito florida." Descrição Objetiva: nesse caso, o texto procura descrever de forma exata e realista as características concretas e físicas de algo, sem atribuir juízo de valor, ou impressões subjetivas do emissor. Exemplos de descrições objetivas são os retratos falados, manuais de instruções, verbetes de dicionários e enciclopédias. Exemplo: "A cidade é pequena e pacata. Lá todas as pessoas se conhecem. O que há na cidade se resume em praticamente algumas lojas, uma escola, uma igreja e uma praça." Importa referir que mesmo que se trate de uma descrição objetiva, o que é descrito depende da escolha do descritor. Assim, o descritor acima optou por falar do tamanho e do que havia na cidade. Mas podia ter escolhido falar do número e do costume dos seus habitantes. 3- TEXTO DISSERTATIVO Este tipo de texto consiste na defesa de uma ideia por meio de argumentos e explicações, à medida que é dissertativo; bem como seu objetivo central reside na formação de opinião do leitor, ou seja, caracteriza-se por tentar convencer ou persuadir o interlocutor da mensagem, sendo nesse sentido argumentativo. EXEMPLO É importante refletir sobre a importância de preservação do meio ambiente bem como atuar em prol de uma sociedade mais consciente e limpa. Já ficou mais que claro que a maioria dos problemas os quais enfrentamos atualmente nas grandes cidades, foram gerados pela ação humana. De tal modo, podemos pensar nas grandes construções, alicerçadas na urbanização desenfreada, ou no simples ato de jogar lixo nas ruas. A poluição gerada e impregnada nas grandes cidades foi em grande parte fruto da urbanização desenfreada ou da atuação de indústrias; porém, deveres não cumpridos pelos homens também proporcionaram toda essa "sujidade". Nesse sentido, vale lembrar que pequenos atos podem produzir grandes mudanças se realizados por todos os cidadãos. Portanto, um conselho deveras importante: ao invés de jogar o lixo (seja um papelzinho de bala, ou uma anotação de um telefone) nas ruas, guarde-o no bolso e atire somente quando encontrar uma lixeira. Seja um cidadão consciente! Não Jogue lixo nas ruas! 4- TEXTO INJUNTIVO O texto injuntivo ou instrucional está pautado na explicação e no método para a concretização de uma ação. Ele indica o procedimento para realizar algo, por exemplo, uma receita de bolo, bula de remédio, manual de instruções, editais e propagandas. Exemplo: Receita Massa de Panqueca Simples Ingredientes: 1 ovo 1 xícara de farinha de trigo 1 xícara de leite 1 pitada de sal 1 colher de sopa de óleo Modo de Preparo: P á g i n a 19@cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ Bata todos os ingredientes no liquidificador. A seguir, aqueça uma frigideira untada com um fio de óleo em fogo baixo. Coloque um pouco da massa na frigideira não muito quente e esparrame de modo a cobrir todo o fundo e ficar só uma camada fina de massa. Deixe igualar os dois lados, até que fiquem levemente douradas. Retire com a espátula, e sirva com o recheio de sua preferência. Sugestão de recheio: carne moída, queijo e geleia. 5- TEXTO EXPOSITIVO O texto expositivo apresenta informações sobre um objeto ou fato específico, sua descrição e a enumeração de suas características. Esse deve permitir que o leitor identifique, claramente, o tema central do texto. Um fato importante é a apresentação de bastante informação; caso se trate de algo novo esse se faz imprescindível. Quando se trata de temas polêmicos, a apresentação de argumentos se faz necessária para que o autor informe aos leitores sobre as possibilidades de análise do assunto. O texto expositivo deve ser abrangente e deve ser compreendido por diferentes tipos de pessoas. O texto expositivo pode apresentar recursos como a: - instrução, quando apresenta instruções a serem seguidas; - informação, quando apresenta informações sobre o que é apresentado e/ou discutido; - descrição, quando apresenta informações sobre as características do que está sendo apresentado; - definição, quando queremos deixar claro para o nosso leitor do que, exatamente, estamos falando; - enumeração, quando envolve a identificação e apresentação sequencial de informações referentes àquilo que estamos escrevendo; - comparação, quando o autor quer garantir que seu leitor irá compreender bem o que ele quer dizer; CLASSIFICAÇÃO DOS TEXTOS EXPOSITIVOS Os textos expositivos podem ser classificados em dois tipos, de acordo com o objetivo central do texto. Texto Expositivo-argumentativo Quando se trata do texto expositivo- argumentativo, além de referir-se à apresentação do tema, o emissor ainda mantém seu foco em argumentos que são necessários para a explanação das ideias, recorrendo à autores e teorias para conceituar, comparar e ainda para defender a opinião exposta. Texto Expositivo-informativo Esse segundo tipo, refere-se à transmissão das informações a respeito de um determinado tema sem que haja grandes apreciações, abordando, dessa forma, o tema com o máximo de neutralidade. Como exemplo deste caso, podemos citar como exemplo uma apresentação sobre os índices de violência no país, apresentando informações sobre o problema por meio de gráficos e dados sobre o tema, sem que haja defesa de opinião. QUESTÕES 1. O Tempo Rubem Alves Há duas formas de marcar o tempo. Uma delas foi inventada por homens que amam a precisão dos números, matemáticos, astrônomos, cientistas, técnicos. Para marcar o tempo de forma precisa, eles fabricaram ampulhetas, relógios, cronômetros, calendários. Nesses artefatos técnicos, todos os pedaços do tempo – segundos, minutos, dias, anos – são feitos de uma mesma substância: números, entidades matemáticas. Não há inícios nem fins, apenas a indiferente sucessão de momentos, que nada dizem sobre alegrias e sofrimentos. Apenas um bolso vazio. Nele, a alma não encontra morada. Nas Olimpíadas, a performance dos corredores e nadadores é medida até os centésimos. Fico a me perguntar: “Como é que conseguem? Que diferença faz?”. A outra foi inventada por homens que sabem que a vida não pode ser medida com calendários e relógios. A vida só pode ser marcada com a vida. Os amantes do Cântico dos Cânticos marcavam o tempo do amor pelos frutos maduros que pendiam das árvores. Quando as folhas dos plátanos ficam amarelas sabemos que o outono chegou. Os ipês- rosas e amarelos anunciam o inverno. P á g i n a 20 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ Qual a magia que informa os ipês, todos eles, em lugares muito diferentes, que é hora de perder as folhas e florescer? E sem misturar as cores. Primeiro os rosas, depois os amarelos e, finalmente, os brancos. Sugeri que algum compositor compusesse uma sinfonia ou uma brincadeira musical em três movimentos. Primeiro movimento, “Ipê-rosa”, andante tranquilo, em que os violoncelos cantam a paz e a segurança. Segundo movimento, “Ipê- amarelo”, rondo vivace, em que os metais, cores parecidas com a dos ipês, fazem soar a exuberância da vida. Terceiro movimento, “Ipê-branco”, moderato, em que o veludo dos oboés canta a mansidão. Seria bom se nós, como os ipês, nos abríssemos para o amor no inverno. A precisão dos números marca o tempo das máquinas e do dinheiro. O tempo do amor se marca com o corpo. Um calendário é coisa precisa: anos, meses, dias, horas, que são marcados com números. Esses números medem o tempo. Mas os pedaços de tempo são bolsos vazios: nada há dentro deles. O bolso vazio do tempo se torna parte do nosso corpo quando o enchemos com vida. Aí o tempo não mais pode ser representado por números. O tempo aparece como um fruto que vai sendo comido: é belo, é colorido, é perfumado. E, à medida que vai sendo comido, vai acabando. Vem a tristeza. O tempo da vida se marca por alegrias e tristezas. Há inícios e há fins. Tempus fugit; o tempo foge. Portanto, carpe diem: colha o dia como um fruto que amanhã estará podre. Viver ao ritmo de alegrias e tristezas é ser sábio. “Sapio”, no latim, quer dizer, “eu saboreio”. O sábio é um degustador da vida. A vida não é para ser medida. Ela é para ser saboreada. Um texto bíblico diz: “Ensina-nos a contar os nossos dias de tal maneira que alcancemos um coração sábio”. Acho que Jesus sorriria se eu acrescentasse ao “Pai-Nosso” outra súplica: “A fruta nossa de cada dia dá-nos hoje…”. Caqui, pitanga, morango à beira do abismo, melancia… Heráclito foi um filósofo grego fascinado pelo tempo. Contemplava o rio e via que tudo é rio. Percebeu que não é possível entrar duas vezes no mesmo rio; na segunda vez, as águas serão outras, o primeiro rio já não existirá. Tudo é água que flui: as montanhas, as casas, as pedras, as árvores, os animais, os filhos, o corpo… Assim é tudo, assim é a vida: tempo que flui sem parar. Daquilo que ele supostamente escreveu, restam apenas fragmentos enigmáticos. Dentre eles, um me encanta: “Tempo é criança brincando, jogando; da criança o reinado”. Para nós, o tempo é um velho, cada vez mais velho, sobre quem se acumulam os anos que passam e de quem a vida foge. Heráclito, ao contrário, diz que o tempo é criança, início permanente, movimento circular, o fim que volta sempre ao início, fonte de juventude eterna, possibilidade de novo começos. Tempo é criança? O que o filósofo queria dizer exatamente eu não sei. Mas sei que as crianças odeiam Chronos, o deus dos cronômetros, dos segundos, dos centésimos de segundos O relógio é o tempo do dever: corpo engaiolado. Disponível em https://www.revistaecosdapaz.com/o-tempo- uma-cronica-encantadora-de-rubem-alves/. Um gênero textual pode ser composto por várias tipologias, desde que elas sejam necessárias para cumprir o objetivo comunicativo em questão. O texto de Rubem Alves, por exemplo, é composto por tipologias textuais diferentes. A esse propósito, analise o trecho a seguir: “Há duas formas de marcar o tempo. Uma delas foi inventada por homens que amam a precisão dos números, matemáticos, astrônomos, cientistas, técnicos. Para marcar o tempo de forma precisa, eles fabricaram ampulhetas, relógios, cronômetros, calendários. Nesses artefatos técnicos, todos os pedaços do tempo – segundos,minutos, dias, anos – são feitos de uma mesma substância: números, entidades matemáticas”. Sobre o trecho analisado, é correto afirmar que a tipologia textual predominante é a A argumentativa. B P á g i n a 21 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ injuntiva. C narrativa. D descritiva. 2. A importância da vacina na prevenção e na erradicação de doenças As vacinas estão há mais de 200 anos combatendo doenças infecciosas como sarampo e H1N1. Produzida pela primeira vez em 1796, a vacina é um dos principais recursos no combate a doenças infecciosas. Foi o médico britânico Edward Jenner que criou a primeira delas, contra o vírus da varíola, que hoje está erradicado graças à descoberta científica. Atualmente, existem imunizações contra vários tipos de doença, como gripe, hepatite, febre amarela, caxumba, tuberculose, sarampo, H1N1, que devem fazer parte da rotina de vacinação de todo indivíduo. Como funciona a vacina? Quando atingido por um agente infeccioso pela primeira vez, o sistema imunológico produz naturalmente anticorpos para combater o invasor. O problema é que essa produção pode não acontecer com a rapidez suficiente para prevenir a infecção, fazendo com que a pessoa fique doente. Porém, caso o organismo entre em contato com o mesmo agente após um tempo, o sistema imunológico já estará preparado para reconhecer a infecção e criar os anticorpos na velocidade necessária, garantindo certa imunidade à doença. O papel da vacina é criar essa defesa e garantir a saúde do indivíduo. Para isso, ela conta com os antígenos que causam a doença, enfraquecidos ou mortos, para estimular o sistema imunológico a produzir os anticorpos necessários. Assim, se a pessoa entrar em contato com a infecção após a vacina, o corpo estará imunizado para combater a doença sem sofrer com os sintomas. Efeitos colaterais da vacina Mesmo sendo essencial para garantir a saúde da população, a vacina pode gerar alguns efeitos adversos. Os mais comuns são dor, vermelhidão e inchaço no local em que foi aplicada a injeção. Em alguns casos, também podem ocorrer febre e mal- estar passageiro. Se a vacina for composta pelo agente infeccioso enfraquecido, algumas pessoas podem apresentar sintomas parecidos com os da doença. Contudo, isso não significa que elas estarão realmente infectadas. Sem vacina, doenças controladas podem voltar. Por conta das campanhas de vacinação em todo o mundo, cada vez mais doenças infecciosas estão se tornando raras. Para garantir que essas infecções sejam realmente erradicadas, é essencial que todos continuem seguindo o Calendário Nacional de Vacinação. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece 19 vacinas para mais de 20 doenças; são mais de 300 milhões de doses para imunizar crianças, adolescentes, adultos, idosos, gestantes e indígenas. As imunizações estão disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) no Brasil. Vacinas são seguras? Por conta das eventuais reações, como febre e inchaço no local da aplicação, parte da sociedade se sente temerosa em tomar vacinas. Contudo, é importante ressaltar que o benefício da imunização é muito mais valioso do que o receio de sofrer com as possíveis reações temporárias. Além disso, antes de a vacina ser licenciada, ela precisa passar por diferentes tipos de critérios e testes, desde o início do seu desenvolvimento até a sua produção e aplicação. É por isso que a liberação de novas vacinas, como as que estão sendo testadas para conter a pandemia do novo coronavírus, levam em média 18 meses para ficarem prontas. No Brasil, as vacinas também passam pela rígida aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão vinculado ao Ministério da Saúde. Depois que é licenciada, a solução continua sendo monitorada para que especialistas possam acompanhar o surgimento de possíveis reações adversas, garantindo segurança e saúde à população. P á g i n a 22 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ Disponível em https://summitsaude.estadao.com.br/desafios-no- brasil/a-importancia-da-vacina-na-prevencao-e-na- erradicacao-de-doencas/ O TEXTO I tem como principal objetivo comunicativo A divulgar os benefícios da vacinação e incentivar a maior comercialização desse produto. B denunciar as irregularidades na produção de vacinas clandestinas e maléficas à população. C fornecer esclarecimentos sobre as vacinas para conscientizar a população da sua importância. D apresentar as reações adversas que as vacinas podem causar e alertar a população sobre seu uso. 3. Modernidade líquida O conceito de modernidade líquida foi desenvolvido pelo sociólogo polonês Zygmunt Bauman e diz respeito a uma nova época em que as relações sociais, econômicas e de produção são frágeis, fugazes e maleáveis, como os líquidos. O conceito opõe-se, na obra de Bauman, ao conceito de modernidade sólida, quando as relações eram solidamente estabelecidas, tendendo a serem mais fortes e duradouras. O que é modernidade líquida? Bauman definiu como modernidade líquida um período que se iniciou após a Segunda Guerra Mundial e ficou mais perceptível a partir da década de 1960. Esse sociólogo chamou de modernidade sólida o período anterior. A modernidade sólida era caracterizada pela rigidez e solidificação das relações humanas, das relações sociais, da ciência e do pensamento. A busca pela verdade era um compromisso sério para os pensadores da modernidade sólida. As relações sociais e familiares eram rígidas e duradouras, e o que se queria era um cuidado com a tradição. Apesar dos aspectos negativos reconhecidos por Bauman da modernidade sólida, o aspecto positivo era a confiança na rigidez das instituições e na solidificação das relações humanas. A modernidade líquida é totalmente oposta à modernidade sólida e ficou evidente na década de 1960, mas a sua semente estava no início do capitalismo industrial, durante a Revolução Industrial. As relações econômicas ficaram sobrepostas às relações sociais e humanas, e isso abriu espaço para que cada vez mais houvesse uma fragilidade de laço entre pessoas e de pessoas com instituições. A lógica do consumo entrou no lugar da lógica da moral, assim, as pessoas passaram a ser fortemente analisadas não pelo que elas são, mas pelo que elas compram. A ideia de compra também adentrou nas relações sociais, e as pessoas passaram a comprar afeto e atenção. Nesse contexto, as instituições ficaram estremecidas. O emprego tornou-se um empreendimento completamente individual no momento em que o indivíduo tornou-se um “empreendedor” de si mesmo. Se alguém não obtém sucesso nessa lógica da modernidade líquida, a responsabilidade é completamente individual. Assim sendo, a modernidade líquida tem instituições líquidas, pois cada pessoa é uma instituição. A exploração capitalista deixou de ser vista como exploração e passou a ser vista como uma relação natural em que o sujeito, empreendedor de si mesmo, vende a sua força de trabalho ao sujeito empreendedor que possui o capital. A modernidade líquida é ágil, pois ela acompanha a moda e o pensamento de época. A ciência, a técnica, a educação, a saúde, as relações humanas e tudo mais que foi criado pelo ser humano para compor a sociedade são submetidos à lógica capitalista de consumo. P á g i n a 23 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________Modernidade líquida e relações humanas As relações humanas ficaram extremamente abaladas com o surgimento da modernidade líquida. Bauman usa o termo “conexão” para nomear as relações na modernidade líquida no lugar de relacionamento, pois o que se passa a desejar a partir de então é algo que possa ser acumulado em maior número, mas com superficialidade suficiente para se desligar a qualquer momento. A amizade e os relacionamentos amorosos são substituídos por conexões, que, a qualquer momento, podem ser desfeitas. As redes sociais e a internet serviram de instrumento para a intensificação do que Bauman chamou de amor líquido: a relação pseudoamorosa da modernidade líquida. Não se procura, como na modernidade sólida, uma companhia afetiva e amorosa como era na modernidade sólida, mas se procura uma conexão (que pode ser sexual ou não, sendo que a não sexual substitui o que era a amizade) que resulte em prazer para o indivíduo. O imperativo da modernidade líquida é a busca por prazer a qualquer custo, mesmo que utilizando pessoas como objetos. Aliás, na modernidade líquida, o sujeito torna-se objeto. As conexões estabelecidas entre pessoas são laços banais e eventuais. As pessoas buscam um número grande de conexões, pois isso se tornou motivo de ostentação. Mais parceiros e parceiras sexuais, mais “amigos” (que, na verdade, não passam, na maioria dos casos, de colegas ou conhecidos), pois quanto mais conexões, mais célebre a pessoa é considerada. Basta fazer uma breve análise das relações sociais em redes sociais como o Facebook: quanto mais “amigos” (que, na verdade, são apenas contatos virtuais) a pessoa tem, mais requisitada ela se torna. (...) Modernidade líquida e consumismo O consumo tornou-se um imperativo na modernidade líquida. Criou-se todo um aparato para que o capitalismo consiga progredir desenfreadamente por meio do consumo irracional. Para além do que o filósofo e sociólogo alemão Karl Marx observou em sua época, um fetiche pelo consumo, criou-se um fetiche pelas marcas, deixando de importar o produto em si, mas a sua fabricante e o seu preço. Consumo sempre foi sinônimo de status, mas, na modernidade líquida, o consumo e o status são expressivamente dotados de uma carga simbólica muito mais intensa do que era na modernidade sólida. O sujeito é objetificado pelo capitalismo, tornando-se apenas o que ele consome, e não mais o que ele é. Na lógica da modernidade líquida, o sujeito é aquilo que ele consome. O modo pelo qual o capitalismo consegue efetuar essa mudança de perspectiva é pela promessa de felicidade: os sujeitos estão cada vez mais ansiosos, tristes e sobrecarregados. Associa-se então o prazer momentâneo oferecido pelo consumo à felicidade. Como esse prazer é rapidamente passageiro, o sujeito sente a necessidade de buscá- lo constantemente, na tentativa de alcançar a felicidade. (...) Publicado por Francisco Porfírio Disponível em https://mundoeducacao.uol.com.br/sociologia/m odernidade-liquida.htm. Um texto pode ser escrito a partir de várias tipologias textuais, mas quase sempre há uma que é a predominante. No TEXTO I, a tipologia textual que predominou foi a A narrativa, porque conta uma história baseada em fatos reais da modernidade líquida. B descritiva, porque informa as características da sociedade de consumo e suas benesses. C expositiva, porque explica o pensamento de Bauman a respeito das relações nas sociedades atuais, com base no conceito da modernidade líquida. D argumentativa, porque em todo o texto percebe-se a defesa do ponto de vista do autor contra o pensamento da modernidade líquida defendido por Bauman. 4. Adoção no Brasil: a busca por crianças que não existem P á g i n a 24 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ Os pretendentes à adoção no Brasil buscam crianças brancas, de até um ano, sem histórico de doença ou irmãos Por Mariana Lima De acordo com dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), existem, aproximadamente, 47 mil crianças e adolescentes em situação de acolhimento no Brasil. Deste total, 9,5 mil estão no Cadastro Nacional de Adoção (CNA) e apenas 5 mil estão, efetivamente, disponíveis para adoção. A criança passa a constar na lista de adoção após as tentativas de reinserção na família de origem falharem, e se não houver formas de a criança ficar com a família extensa (tios e avós, por exemplo). “Adoção é sempre a última possibilidade. Fazemos de tudo para que aquela criança possa voltar a sua família de origem. Se o processo de reestruturação familiar falha, buscamos outras soluções”, conta o juiz titular da Vara da Infância e Juventude de Guarulhos (SP) e assessor da Corregedoria Geral da Justiça de São Paulo, Iberê de Castro. Atualmente, a fila para quem aguarda uma criança no Brasil é composta por 46,2 mil pretendentes. Como o número de pretendentes é muito maior do que o de crianças disponíveis para adoção, seria de se esperar que todas essas crianças encontrassem um lar. Mas a realidade é outra. Existe um perfil que é buscado pelos pretendentes na hora de adotar: 14,55% só adotam crianças brancas; 58% aceitam apenas crianças até 4 anos de idade; 61,92% não aceitam adotar irmãos; e 61% só aceitam crianças sem nenhuma doença. (...) Disponível em https://observatorio3setor.org.br/carrossel/adoc ao-no-brasil-abusca- por-criancas-que-nao- existem/. O TEXTO III apresenta características muito comuns ao gênero A crônica, pois é um misto de narração e reflexões da autora sobre a adoção no Brasil. B relato pessoal, pois narra uma história real a partir de experiências pessoais da escritora. C artigo de opinião, pois tece um comentário crítico sobre as falhas no processo de adoção. D notícia, pois fornece informações sobre a atual situação do processo de adoção no Brasil. 5. Bitcoin O Bitcoin funciona como uma espécie de “dinheiro da internet” e conta com carteira virtual e um site específico para transações comerciais. O Bitcoin (BTC) é um tipo de moeda virtual também chamado de criptomoeda. É como se fosse uma espécie de dinheiro da internet, mas que não apresenta um sistema centralizado de controle sobre as suas trocas comerciais, tais como um banco central, ao contrário do que acontece com as moedas do “mundo real”. O termo bitcoin também é designado para o software utilizado para a criação e controle da moeda. O nome bit não faz referência a byte, como muitos podem pensar, mas sim a uma rede de compartilhamento ponto a ponto (P2P), chamada de BitTorrent, em que cada usuário é anônimo e possui o mesmo valor. É o que acontece com a moeda virtual. Apesar de ser a mais conhecida e amplamente aclamada no mundo da internet, o Bitcoin não é a única criptomoeda existente. Os destaques da concorrência vão para o Litecoin e o Mastercoin, mas nenhum deles possui a representatividade do Bitcoin, a principal moeda virtual do mundo atualmente. A origem do Bitcoin é atribuída a Dorian Nakamoto, um codinome que seria utilizado por Satoshi Nakamoto, apesar de ele sempre negar a suposta criação que, ao menos oficialmente, permanece no anonimato. Como adquirir bitcoins? P á g i n a 25 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ Para poder adquirir dinheiro em forma de bitcoins, seja para investimento, seja para diversão, o usuário primeiramente precisa criar a sua carteira virtual, que funciona como uma espécie de ponto virtual onde todos os bitcoins ficam armazenados, categorizando um tipo de conta bancária livre de taxas e impostos.Essa carteira só pode ser criada no site oficial da blockchain (cadeia de blocos). Cada unidade possui uma numeração específica, protegida por criptografia. Para evitar fraudes ou golpes, como a cópia ou duplicação de moedas, além de falsas transações e outros tipos de crimes, há um poderoso sistema de segurança e controle. Basicamente, quando há uma troca comercial entre duas carteiras virtuais, ela é publicada no site da blockchain em forma de código, que é verificado por softwares específicos voltados para essa função. Para que uma pessoa obtenha bitcoins, ela pode fazer uma transação comercial, recebendo a moeda virtual em troca de serviços ou produtos, como uma negociação comum. Outro método é comprar diretamente bitcoins, trocando as moedas oficiais (tais como o real e o dólar) de acordo com a cotação de mercado, de forma que, quanto mais caro for o bitcoin, mais dinheiro você precisará para adquirilo. Esse processo poderá ser feito on-line somente no próprio site da blockchain, o mesmo da carteira virtual, além de caixas eletrônicos criados para isso, o que praticamente não existe no Brasil. Há, dessa forma, muitas pessoas que utilizam o bitcoin como uma forma de especulação, comprando moedas quando elas estão desvalorizadas e baratas para depois revendê-las quando elas valorizarem em relação às moedas oficiais. Há relatos de pessoas que se tornaram rapidamente ricas com esse tipo de especulação, que, no entanto, é um processo bastante arriscado. [...] Vantagens e desvantagens da moeda digital Criptomoedas com esse tipo de funcionamento possuem pontos positivos e negativos. Entre as vantagens do bitcoin, podemos citar a falta de um governo ou banco central para controlar e alterar o funcionamento da moeda e o baixo número de transações. Entre as desvantagens do bitcoin, destacam-se a instabilidade da moeda, que hoje pode valer muito e amanhã nem tanto, o seu risco em termos de falha na segurança e, principalmente, o seu uso indiscriminado em atividades ilícitas, facilitando lavagens de dinheiro. Independentemente de suas vantagens e riscos, o bitcoin vem crescendo substancialmente nos últimos anos, embora vários governos não reconheçam o seu uso, havendo alguns que se posicionam totalmente contrários a esse tipo de prática, a exemplo da Rússia. No Brasil, com o crescimento dessa moeda alternativa (que é vista oficialmente como um tipo de ação, e não como moeda propriamente dita), existe um estudo para garantir que elas sejam incluídas no sistema de declaração do imposto de renda. (Disponível em: Bitcoin. Como funciona o Bitcoin? - https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/bit coin.htm). A respeito do TEXTO I, é correto afirmar que o tipo textual adotado tem uma linguagem A técnica, com vocabulário e termos específicos, inacessível a todos os públicos. B coloquial, visando à compreensão e à aceitação das criptomoedas pelo público. C rebuscada, com termos refinados e de difícil compreensão ao público leigo. D extremamente complexa, de difícil entendimento até para profissionais da área. E persuasiva, direcionada a influenciar os brasileiros a investir somente em criptomoedas. Gabarito 1.D 2.C 3.C 4.D 5.B 3. Elementos de coesão e coerência textual. P á g i n a 26 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ Um texto bem escrito é aquele que o leitor o compreende sem grandes dificuldades, por isso ao escrever um texto, deve-se observar se há coerência (lógica do que foi escrito) e coesão (articulação lógicas entre as orações, períodos e parágrafos do texto). Às vezes algumas palavras mal colocadas comprometem a qualidade textual, contribuindo para uma interpretação errada, é o que ocorre com a ambiguidade (dizer uma coisa com duplo sentido) e com a redundância (repetição de palavras ou de ideias desnecessárias) Conseguimos escrever um texto com qualidade fazendo o uso correto da coesão textual a qual se refere às articulações gramaticais entre palavras de uma mesma oração, com o objetivo de levar clareza e o sentido buscado pelo escritor. A coesão busca a harmonia entre os termos e é percebida quando existe continuidade dos fatos expostos. O emprego dos elementos coesivos são chamados de sintaxe que relacionam palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se vai dizer e o que já foi dito. 1- Coesão por referência: é um dos tipos mais utilizados em um texto. Graças a ela, evitamos repetições de termos, descuido que pode tornar desagradável a leitura de um texto: Os alunos do terceiro ano foram visitar o Museu da Língua Portuguesa. Eles foram acompanhados pelos professores da escola. Em vez de: Os alunos do terceiro ano foram visitar o Museu da Língua Portuguesa. Os alunos do terceiro ano foram acompanhados pelos professores da escola. 2- Coesão por substituição: são empregadas palavras e expressões que retomam termos já enunciados através da anáfora. Observe o exemplo: Os alunos foram advertidos pelo mau comportamento. Caso isso volte a acontecer, eles serão suspensos. Em vez de: Os alunos foram advertidos pelo mau comportamento. Caso o mau comportamento volte a acontecer, os alunos serão suspensos. 3- Coesão por elipse: Ocorre por meio da omissão de uma ou mais palavras sem que isso comprometa a clareza de ideias da oração: Maria faz o almoço e ao mesmo tempo conversa ao telefone com a amiga. (elipse de sujeito, sabemos quem conversa pela desinência verbal). Em vez de: Maria faz o almoço e ao mesmo tempo Maria conversa ao telefone com a amiga. 4- Coesão lexical: ocorre por meio do emprego de sinônimos, pronomes, hipônimos ou heterônimos. Observe o exemplo: Machado de Assis é considerado o maior escritor brasileiro. O carioca nasceu no dia 21 de junho de 1839 e faleceu no Rio de Janeiro no dia 29 de setembro de 1908. Gênio maior de nossas letras, foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. QUESTÕES 1. P á g i n a 27 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ Disponível em https://hsvp.com.br/doacao-de-orgaos- e-tecidos. No excerto “Não deixe cair por terra o que pode alçar novos voos”, a expressão “alçar novos voos” está se referindo A às vidas que os órgãos doados podem salvar. B à dificuldade de se encontrar um doador de órgãos. C à esperança de quem ainda não conseguiu uma doação. D à possibilidade de regeneração de órgãos não saudáveis. 2. Seu pai a trazia às vezes, aos domingos, quando vinha cumprir o piedoso dever de amizade, visitando Quaresma. Há quanto tempo estava ele ali? Ela não se lembrava ao certo; uns três ou quatro meses, se tanto. Só o nome da casa metia medo. O hospício! É assim como uma sepultura em vida, um semi- enterramento, enterramento do espírito, da razão condutora, de cuja ausência os corpos raramente se ressentem. A saúde não depende dela e há muitos que parecem até adquirir mais força de vida, prolongar a existência, quando ela se evola não se sabe por que orifício do corpo e para onde. Com que terror, uma espécie de pavor de coisa sobrenatural, espanto de inimigo invisível e onipresente, não ouvia a gente pobre referir-se ao estabelecimento da Praia das Saudades! Antes uma boa morte, diziam. No primeiro aspecto, não se compreendia bem esse pasmo, esse espanto, esse terror do povo por aquela casa imensa, severae grave, meio hospital, meio prisão, com seu alto gradil, suas janelas gradeadas, a se estender por uns centos de metros, em face do mar imenso e verde, lá na entrada da baía, na Praia das Saudades. Entrava-se, viam-se uns homens calmos, pensativos, meditabundos, como monges em recolhimento e prece. De resto, com aquela entrada silenciosa, clara e respeitável, perdia-se logo a ideia popular da loucura; o escarcéu, os trejeitos, as fúrias, o entrechoque de tolices ditas aqui e ali. Não havia nada disso; era uma calma, um silêncio, uma ordem perfeitamente naturais. No fim, porém, quando se examinavam bem, na sala das visitas, aquelas faces transtornadas, aqueles ares aparvalhados, alguns idiotas e sem expressão, outros como alheados e mergulhados em um sonho íntimo sem fim, e via-se também a excitação de uns, mais viva em face à atonia de outros, é que se sentia bem o horror da loucura, o angustioso mistério que ela encerra, feito não sei de que inexplicável fuga do espírito daquilo que se supõe o real, para se apossar e viver das aparências das coisas ou de outras aparências das mesmas. Quem uma vez esteve diante deste enigma indecifrável da nossa própria natureza, fica amedrontado, sentindo que o gérmen daquilo está depositado em nós e que por qualquer coisa ele nos invade, nos toma, nos esmaga e nos sepulta numa desesperadora compreensão inversa e absurda de nós mesmos, dos outros e do mundo. Cada louco traz em si o seu mundo e para ele não há mais semelhantes: o que foi antes da loucura é outro muito outro do que ele vem a ser após. No trecho “Não havia nada disso...”, o termo em destaque refere-se A P á g i n a 28 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ à entrada silenciosa. B a monges em recolhimento. C a tolices ditas aqui e ali. D à ordem natural. 3. Expectativas Extravagantes Casamentos combinados? Nada contra. Mas existem combinações e combinações. Conhecer a noiva ainda no berço não é a ideia perfeita de romantismo(c). Casar com ela durante a infância também não. Mas confesso inveja pelos indígenas de Tikopia, uma pequena ilha do Pacífico, onde as combinações matrimoniais impostas pela tribo admitem um período de conhecimento e, digamos, "experimentação". Se as coisas não resultarem, nenhum drama: é hora de tentar uma nova combinação. É nessas alturas que uma pessoa pensa nas desvantagens de viver no Ocidente pós-moderno, onde estamos por nossa conta e risco na busca da princesa encantada. E tanto esforço, e tanta despesa, e tanta angústia para quê? Vivesse eu em Tikopia e poderia estar tranquilamente em casa, lendo e escrevendo, enquanto a tribo procurava fêmea compatível para mim(a). Quando a encontrasse, era só bater na minha porta e eu receberia a noiva do mês para o respectivo período de conhecimento e "experimentação". Haverá coisa mais civilizada? Paul Hollander não se pronuncia. Mas o seu "Extravagant Expectations", onde conheci os tikopianos, é um dos meus livros de 2011. Hollander, como estudioso dos regimes totalitários do século 20, dispensa apresentações. Só que, dessa vez, o sociólogo americano resolveu fazer uma pausa nas suas trincheiras para investigar como amam os americanos. O que procuram eles na carametade. E por qual motivo se desiludem tão rapidamente com o parceiro. Essas perguntas exigiram "trabalho de campo": Hollander mergulhou nos classificados pessoais de relacionamento; consultou sites de encontros na internet; e leu a bibliografia popular e a acadêmica sobre o assunto. Conclusão: a crise das relações modernas está, como o título indica, nas "expectativas extravagantes" que os americanos - e, desconfio, os ocidentais em geral - transportam para o matrimônio. Na conjugalidade, o casal não conhece limites(d) em seus desejos contraditórios. Reclama doses homéricas de paixão e de razão; de aventura permanente mas também de segurança permanente; de estabilidade emocional e de excitação emocional; de beleza física e de intelecto apurado. Haverá relação que aguente o peso dessas expectativas? Dificilmente. Mas o interesse do livro de Paul Hollander está sobretudo na explicação genética das "expectativas extravagantes". Que, obviamente, seriam incompreensíveis para nossos antepassados. E seriam incompreensíveis porque a dimensão "romântica" do casamento é recente na história do Ocidente: tradicionalmente, as relações entre homens e mulheres eram tuteladas por "agentes intermediários", a começar pela família, que proviam e promoviam essas relações. Os "sentimentos" das partes envolvidas não eram os argumentos mais preponderantes. O romantismo próprio da modernidade acabaria por enterrar esse mundo, atribuindo ao indivíduo (e ao "sentimento") a construção do seu destino "autêntico". E acabou também por determinar o recuo da família, da tradição e mesmo da religião. Não apenas como "agentes intermediários"; mas também como fontes válidas de conhecimento ou consolação. O problema, escreve Hollander, é que esse recuo não significou o fim das carências - espirituais, éticas, intelectuais - que continuam a pulsar na natureza humana. E que são agora transplantadas pelo indivíduo socialmente isolado para dentro da sua privacidade. Hoje, os ocidentais desejam que as relações íntimas possam suprir todas as exigências(b) que anteriormente estavam repartidas por várias esferas da sociedade. Azar: o casamento não comporta essas exigências múltiplas e contraditórias. A pessoa com quem casamos não consegue reunir as qualidades perfeitas de amante, amigo, confessor, professor, guia turístico, estátua grega e terapeuta. No Ocidente pós-moderno, a taxa de divórcio não para de subir. Brasil incluso. Um cínico diria que o fenômeno tem explicação simples: as pessoas P á g i n a 29 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ divorciam-se porque podem. Mas é possível oferecer uma explicação alternativa: as pessoas divorciam-se porque casam. E não há casamento que resista quando se exige dele tudo e o seu contrário. COUTINHO, João Pereira. Vamos ao que interessa: cem crônicas da era da brutalidade. São Paulo: Três Estrelas, 2015. 1. A substituição do elemento sublinhado pelo pronome correspondente foi realizada de acordo com a norma padrão em A “...enquanto a tribo procurava fêmea compatível para mim”. – procurava- lhe para mim. B “...que as relações íntimas possam suprir todas as exigências”. – possam- nas suprir. C “Conhecer a noiva ainda no berço não é a ideia perfeita de romantismo”. – Conhecê-la. D “Na conjugalidade, o casal não conhece limites...” – não conhece-os. 4. O livro de cabeceira de Alexandre Alexandre da Macedônia é chamado de Grande porque conseguiu unificar as orgulhosas cidades- estados gregas, conquistar todos os reinos entre a Grécia e o Egito, derrotar o poderoso exército persa e criar um império que se estendeu até a Índia – em menos de treze anos. Pergunta-se desde então como um governante de um reino grego menor foi capaz de realizar essa façanha. Mas sempre houve uma segunda pergunta, mais atraente para mim: antes de mais nada, por que Alexandre quis conquistar a Ásia? Ao pensar sobre essa questão, acabei por me concentrar em três objetos que Alexandre levava consigo em suas campanhas militares e que punha embaixo de seu travesseiro todas as noites, três objetos que resumiam o modo como ele via sua campanha. O primeiro era um punhal. Ao lado dessa arma, Alexandre guardava uma caixa. E dentro da caixa estava o mais precioso dos três objetos: uma cópia de seu texto favorito,a Ilíada. Como ele escolheu esses três objetos, e o que significavam para ele? Alexandre dormia sobre um punhal porque queria escapar ao destino de ser assassinado como seu pai. A caixa ele a tomara de Dario, seu adversário persa. E a Ilíada, ele a levou para a Ásia porque era a história através da qual via sua campanha e sua vida, um texto fundamental que se assenhorou da mente de um príncipe que viria a conquistar grande parte do mundo então conhecido. A epopeia de Homero já era um texto fundamental para os gregos havia muitas gerações. Para Alexandre, adquirira a importância de um texto quase sagrado, e é por isso que sempre o levava consigo em sua campanha. É o que fazem os textos, sobretudo os fundamentais: eles alteram a maneira como vemos o mundo e também atuamos nele. Esse era decerto o caso de Alexandre. Ele foi induzido não só a ler e estudar esse texto, mas também a reencená-lo. Alexandre, o leitor, se pôs dentro da narrativa, vendo sua própria vida e sua trajetória à luz do Aquiles de Homero. Alexandre, o Grande, é bem conhecido por ser um rei extraordinário. Acontece que era também um leitor extraordinário. PUCHNER, Martin. O mundo da escrita: como a literatura transformou a civilização. 1ª ed. – São Paulo: Companhia das Letras, 2019. Em “Ele foi induzido não só a ler e estudar esse texto, mas também a reencená-lo”, o termo destacado refere-se a A Alexandre. B estudar. C ler. D texto. 5. A era da indiferença Quão valiosos para as outras pessoas? Não digo qualquer pessoa, mas para aquelas que dizem se P á g i n a 30 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ importar conosco. Quão importantes de fato somos para elas? Tenho me pegado pensando constantemente nisso e por mais que você tenha visão esperançosa em relação ao homem, parece- me que realmente vivemos na era da indiferença. A vida contemporânea exige muito de nós. Isso é algo sabido por todos. No entanto, isso não justifica o modo como agimos uns com os outros. As relações são meramente questões de conveniência(C), são uma troca de fardos no mercado(D) da personalidade, de tal maneira que apenas me aproximo de determinada pessoa e mantenho uma relação com ela se houver algo dela que possa usar. Ou seja, as relações humanas seguem lógicas comerciais e, assim, todos nos tornamos mercadorias(A). Obviamente, não estou querendo dizer que devemos nos submeter a relações degradantes, que apenas usurpam nossas forças ou que não devemos esperar reciprocidade ao se envolver com alguém. Mas, ao implementarmos uma lógica comercial às relações humanas, deixamos de considerar totalmente as nuances e complexidades que formam o ser humano. Isto é, ninguém está bem o tempo inteiro, tampouco, possui uma constante na vida. Todos nós temos nossos dias ruins, passamos por problemas e atravessamos os nossos períodos de crise, de modo que, ao doutrinar as relações humanas à cartilha comercial, os pontos baixos da vida de um indivíduo são desconsiderados, o que implica automaticamente a descartabilidade daqueles que sucumbem às suas fraquezas. Sendo assim, somos tão somente importantes e amados na medida em que temos um sorriso no rosto, uma história engraçada para contar e somos úteis de algum modo. Em outras palavras, somos queridos apenas nos nossos bons momentos, quando estamos no auge e tudo parece dar certo. Entretanto, como disse, a vida não é uma constante, de maneira que inevitavelmente passaremos por momentos ruins, em que tudo dá errado e nós perdemos a esperança. Nesses instantes, percebemos a fragilidade dos laços humanos, a nossa indiferença, a nossa incapacidade de se colocar no lugar do outro e buscar entender o ¹ do sofrimento, da angústia, da insônia, do medo e da lágrima oculta no olhar, porque quando uma relação é construída com laços fortes, lutamos contra o egoísmo para poder sentir a dor que aflige e esmaga o peito de quem sofre. Quando uma relação é mais do que uma ação na bolsa de valores(B) do amor líquido, temos empatia e esta não é ver uma pessoa triste e fazer coisas para que ela fingir estar feliz. É ver uma pessoa triste e ser capaz de ajudá-la a chorar. Acho que os nossos tempos estão carentes de pessoas corajosas o bastante para abraçar alguém e dizer que a ama enquanto as lágrimas se precipitam e anunciam uma torrente de dor em forma de choro intercalada com soluços. Por outro lado, o mundo está repleto de pessoas que abraçam e riem junto com você, mas tão somente enquanto você também estiver com um sorriso no rosto. Pessoas que descartam as outras com imensa facilidade quando outras ações, digo, pessoas, acenam com possibilidades melhores e sorrisos mais audaciosos. Tudo isso é uma pena, ², no fim das contas, todos nós precisamos de alguém que nos ajude a chorar, já que só lágrimas de compaixão podem limpar a alma da indiferença. E como as lágrimas não caem, porque estamos ocupados demais com nossas trivialidades mesquinhas, o mundo continua sujo, ecoando pelos esgotos a nossa era da indiferença. Fonte: https://www.pensarcontemporaneo.com – Acesso em: 25/07/2019 O autor afirma que “as relações humanas seguem lógicas comerciais” São expressões que, no texto, também se referem a comércio, exceto A mercadorias. B bolsa de valores. C conveniência. D mercado. 6. A era da indiferença P á g i n a 31 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ Quão valiosos para as outras pessoas? Não digo qualquer pessoa, mas para aquelas que dizem se importar conosco. Quão importantes de fato somos para elas? Tenho me pegado pensando constantemente nisso e por mais que você tenha visão esperançosa em relação ao homem, parece- me que realmente vivemos na era da indiferença. A vida contemporânea exige muito de nós. Isso é algo sabido por todos. No entanto, isso não justifica o modo como agimos uns com os outros. As relações são meramente questões de conveniência, são uma troca de fardos no mercado da personalidade, de tal maneira que apenas me aproximo de determinada pessoa e mantenho uma relação com ela se houver algo dela que possa usar. Ou seja, as relações humanas seguem lógicas comerciais e, assim, todos nos tornamos mercadorias. Obviamente, não estou querendo dizer que devemos nos submeter a relações degradantes, que apenas usurpam nossas forças ou que não devemos esperar reciprocidade ao se envolver com alguém. Mas, ao implementarmos uma lógica comercial às relações humanas, deixamos de considerar totalmente as nuances e complexidades que formam o ser humano. Isto é, ninguém está bem o tempo inteiro, tampouco, possui uma constante na vida. Todos nós temos nossos dias ruins, passamos por problemas e atravessamos os nossos períodos de crise, de modo que, ao doutrinar as relações humanas à cartilha comercial, os pontos baixos da vida de um indivíduo são desconsiderados, o que implica automaticamente a descartabilidade daqueles que sucumbem às suas fraquezas. Sendo assim, somos tão somente importantes e amados na medida em que temos um sorriso no rosto, uma história engraçada para contar e somos úteis de algum modo. Em outras palavras, somos queridos apenas nos nossos bons momentos, quando estamos no auge e tudo parece dar certo. Entretanto, como disse, a vida não é uma constante, de maneira que inevitavelmente passaremos por momentos ruins, em que tudo dá errado e nós perdemos a esperança. Nesses instantes, percebemos a fragilidade dos laços humanos, a nossa indiferença, a nossa incapacidade de se colocar no lugar dooutro e buscar entender o ¹ do sofrimento, da angústia, da insônia, do medo e da lágrima oculta no olhar, porque quando uma relação é construída com laços fortes, lutamos contra o egoísmo para poder sentir a dor que aflige e esmaga o peito de quem sofre. Quando uma relação é mais do que uma ação na bolsa de valores do amor líquido, temos empatia e esta não é ver uma pessoa triste e fazer coisas para que ela fingir estar feliz. É ver uma pessoa triste e ser capaz de ajudá-la a chorar. Acho que os nossos tempos estão carentes de pessoas corajosas o bastante para abraçar alguém e dizer que a ama enquanto as lágrimas se precipitam e anunciam uma torrente de dor em forma de choro intercalada com soluços. Por outro lado, o mundo está repleto de pessoas que abraçam e riem junto com você, mas tão somente enquanto você também estiver com um sorriso no rosto. Pessoas que descartam as outras com imensa facilidade quando outras ações, digo, pessoas, acenam com possibilidades melhores e sorrisos mais audaciosos. Tudo isso é uma pena, ², no fim das contas, todos nós precisamos de alguém que nos ajude a chorar, já que só lágrimas de compaixão podem limpar a alma da indiferença. E como as lágrimas não caem, porque estamos ocupados demais com nossas trivialidades mesquinhas, o mundo continua sujo, ecoando pelos esgotos a nossa era da indiferença. Fonte: https://www.pensarcontemporaneo.com – Acesso em: 25/07/2019 “Quando uma relação é mais do que uma ação na bolsa de valores do amor líquido...”. Ao utilizar a expressão em destaque, o autor se refere às A relações comerciais. B relações sociais fragilizadas. C relações construídas com laços fortes. D relações degradantes. P á g i n a 32 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 7. Conhecimento prévio Entenda por que aquilo cada um já sabe é a ponte para saber mais Elisângela Fernandes Virou quase uma obrigação. Não há (ou pelo menos não deveria haver) professor que inicie a abordagem de um conteúdo sem antes identificar o que sua turma efetivamente conhece sobre o que será tratado. Apesar de corriqueira nos dias de hoje, a prática estava ausente da rotina escolar até o início do século passado. Foi Jean Piaget (1896- 1980) quem primeiro chamou a atenção para a importância daquilo que, no atual jargão da área, convencionou chamar-se de conhecimento prévio. As investigações do cientista suíço foram feitas sob a perspectiva do desenvolvimento intelectual. Para entender como a criança passa de um conhecimento mais simples a outro mais complexo, Piaget conduziu um trabalho que durou décadas no Instituto Jean-Jacques Rousseau e no Centro Internacional de Epistemologia Genética, ambos em Genebra, Suíça. Ao observar exaustivamente como os pequenos comparavam, classificavam, ordenavam e relacionavam diferentes objetos, ele compreendeu que a inteligência se desenvolve por um processo de sucessivas fases. Dependendo da qualidade das interações de cada sujeito com o meio, as estruturas mentais - condições prévias para o aprendizado, conforme descreve o suíço em sua obra - vão se tornando mais complexas até o fim da vida. Em cada fase do desenvolvimento, elas determinam os limites do que os indivíduos podem compreender. Dessa perspectiva, fica claro que o cerne de sua investigação relaciona-se à capacidade de raciocínio. Por não estudar o processo do ponto de vista da Educação formal, Piaget não se interessava tanto pelo conhecimento como conteúdo de ensino. Na década de 1960, esse tema mereceu a atenção de outro célebre pensador da Psicologia da Educação, o americano David Ausubel (1918- 2008). "Ele foi possivelmente um dos primeiros a usar a expressão conhecimento prévio, hoje consagrada entre os professores", diz Evelyse dos Santos Lemos, pesquisadora do ensino de Ciências e Biologia do Instituto Oswaldo Cruz. De acordo com Ausubel, o que o aluno já sabe - a ideia-âncora, na sua denominação - é a ponte para a construção de um novo conhecimento por meio da reconfiguração das estruturas mentais existentes ou da elaboração de outras novas. Quando a criança reflete sobre um conteúdo novo, ele ganha significado e torna mais complexo o conhecimento prévio. Para o americano, o conjunto de saberes que a pessoa traz como contribuição ao aprendizado é tão essencial que mereceu uma citação contundente, no livro Psicologia Educacional: "O fator isolado mais importante influenciando a aprendizagem é aquilo que o aprendiz já sabe. Descubra isso e ensine-o de acordo". Ao enfatizarem aspectos distintos do conhecimento prévio, as visões de Piaget e Ausubel se complementam. "Para aprender algo são necessárias estruturas mentais que deem conta de novas complexidades e também conteúdos anteriores que ajudam a assimilar saberes", diz Fernando Becker, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). (...) Disponível em https://novaescola.org.br/conteudo/1510/conhe cimento-previo. Acesso em 12/09/2020. (com adaptações) Em “O fator isolado mais importante influenciando a aprendizagem é aquilo que o aprendiz já sabe. Descubra isso e ensine-o de acordo". (...), os termos destacados foram empregados no texto para realizar A uma coesão sequencial, por meio de uso dos pronomes, para substituir a ideia citada anteriormente sobre o que o aluno já sabe. B uma coerência entre as ideias de parágrafos distintos, realizando uma ligação de sentido entre eles. C uma coesão elíptica, por meio da ausência de termos que foram P á g i n a 33 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ substituídos por pronomes demonstrativo e oblíquo. D uma coesão referencial, por meio do uso de pronomes, para substituir, respectivamente, “aquilo que o aluno já sabe” e “aprendiz”. 8. Disponível em https://doidosporcinema.wordpress.com/tag/luis- fernando-verissimo/. Acesso em 10/09/2020. LEGENDA: PRIMEIRO BALÃO: ESSA NOVA GERAÇÃO ME PREOCUPA. SEGUNDO BALÃO: SEI NÃO... TERCEIRO BALÃO: ACHO QUE, NO FUNDO, ELA NÃO É MUITO DIFERENTE DA NOSSA. QUARTO BALÃO: ISSO É O QUE ME PREOCUPA. Na frase final “Isso é o que preocupa”, o pronome “isso” se refere A à negligência dos jovens em relação à sua saúde. B ao poder de luta dos jovens contra as injustiças. C à influência das redes sociais na nova geração. D à inércia comportamental da geração atual. 9. Disponível em https://br.pinterest.com/pin/37365810031070 7621/. Acesso em 30/06/2020. Ao analisar a frase da Mafalda presente no último quadrinho, informe como é o mundo ao qual a personagem se referiu ao falar “Será que o mundo está assim porque está cheio de Miguelitos?”. A É o mundo que vive um retrocesso tecnológico e científico. B É o mundo que sofre muitas mazelas políticas, sociais e ambientais. C É o mundo que cuida bem de seus habitantes e do meio ambiente. D É o mundo que vive uma crise financeira, sem lucro para os patrões. Gabarito 1.A 2.C 3.C 4.D 5.C 6.B 7.D 8.D 9.B P á g i n a 34 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 4. Funções da linguagem. Toda linguagem é utilizada para comunicar algo a alguém, um receptor da mensagem. Sendo assim, considerando os elementos que constituem a comunicação (emissor, receptor, código, canal, mensagem e contexto). As funções da linguagem são formas de utilização da linguagemsegundo a intenção do falante, a depender do tipo de mensagem que está sendo passada e do objetivo do emissor. Para que entendamos as funções da linguagem, precisamos conhecer os seguintes elementos comunicativos: EMISSOR: quem fala, quem transmite a mensagem RECEPTOR: quem ouve, quem recebe a mensagem MENSAGEM: conteúdo transmitido pelo emissor CÓDIGO: conjunto de signos utilizados para transmissão da mensagem (a língua) REFERENTE: contexto, assunto ao qual a mensagem se refere CANAL: meio utilizado para o estabelecimento da comunicação As funções da linguagem são divididas em seis tipo, sendo elas referencial ou denotativa, emotiva ou expressiva, poética, fática, conativa ou apelativa e metalinguística. • FUNÇÃO REFERENCIAL: focada no contexto, no assunto. É a típica função empregada nas notícias que visam apenas à informação. Não pretende convencer, mas apenas informar. Presente em jornais, em discursos científicos, em livros didáticos. • FUNÇÃO EMOTIVA: focada no emissor, nos sentimentos/emoções/opiniões de quem transmite a mensagem. Geralmente é marcada pelo uso de sinais como o ponto de exclamação e as reticências. Função empregada com frequência em músicas, poemas, em colunas de opinião. Ex: “Ando devagar Porque já tive pressa E levo esse sorriso Porque já chorei demais Hoje me sinto mais forte Mais feliz, quem sabe Só levo a certeza De que muito pouco sei Ou nada sei (...) É preciso amor Pra poder pulsar É preciso paz pra poder sorrir É preciso a chuva para florir (...)”. • FUNÇÃO POÉTICA: focada na mensagem, esta função preocupa-se mais com a parte estética da mensagem e, para isto, faz embaraços com as letras, palavras, emprega figuras de linguagem. Muito comum nos poemas, músicas e na publicidade. • FUNÇÃO FÁTICA: focada no canal, empregada para viabilizar a manutenção da comunicação ou promover a sua interrupção. Função comumente empregada nos diálogos entre emissor e receptor. Ex: -Está me ouvindo? -Sim, tudo bem. • FUNÇÃO CONATIVA: focada no receptor, tem por objetivo convencer, persuadir, influenciar. Função utilizada frequentemente pelas peças publicitárias. Ex: Compre batom, seu filho merece batom. • FUNÇÃO METALINGUÍSTICA: focada no próprio código. Uso da linguagem para falar de linguagem, da poesia para falar de poesia. Ex: Eu faço versos como quem chora De desalento...de desencanto Fecha o meu livro, se por agora Não tens motivo nenhum de pranto. Meu verso é sangue. Volúpia ardente... Tristeza esparsa...remorso vão... Dói-me nas veias. Amargo e quente, Cai, gota a gota, do coração. E P á g i n a 35 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ nestes versos de angústia rouca, Assim dos lábios a vida corre, Deixando um acre sabor na boca. Eu faço versos como quem morre. (Manuel Bandeira) QUESTÕES 1. O apanhador de desperdícios Uso a palavra para compor meus silêncios. Não gosto das palavras fatigadas de informar. Dou mais respeito às que vivem de barriga no chão tipo água pedra sapo. Entendo bem o sotaque das águas Dou respeito às coisas desimportantes e aos seres desimportantes. Prezo insetos mais que aviões. Prezo a velocidade das tartarugas mais que a dos mísseis. Tenho em mim um atraso de nascença. Eu fui aparelhado para gostar de passarinhos. Tenho abundância de ser feliz por isso. Meu quintal é maior do que o mundo. Sou um apanhador de desperdícios: Amo os restos como as boas moscas. Queria que a minha voz tivesse um formato de canto. Porque eu não sou da informática: eu sou da invencionática. Só uso a palavra para compor meus silêncios. Manoel de Barros Disponível em -Memórias Inventadas – As Infâncias de Manoel de Barros – Manoel de Barros – Editora Planeta, 2008, p.45. Em todo o poema de Manoel de Barros, percebe que o eu-lírico expressa seus sentimentos em relação às coisas simples da vida. Essa característica representa a figura de linguagem conhecida por “Entendo bem o sotaque das águas Dou respeito às coisas desimportantes e aos seres desimportantes”. A fática. B emotiva. C conativa. D metalinguística. 2. O apanhador de desperdícios Uso a palavra para compor meus silêncios. Não gosto das palavras fatigadas de informar. Dou mais respeito às que vivem de barriga no chão tipo água pedra sapo. Entendo bem o sotaque das águas Dou respeito às coisas desimportantes e aos seres desimportantes. Prezo insetos mais que aviões. Prezo a velocidade das tartarugas mais que a dos mísseis. Tenho em mim um atraso de nascença. Eu fui aparelhado para gostar de passarinhos. Tenho abundância de ser feliz por isso. Meu quintal é maior do que o mundo. Sou um apanhador de desperdícios: Amo os restos como as boas moscas. Queria que a minha voz tivesse um formato de canto. Porque eu não sou da informática: eu sou da invencionática. Só uso a palavra para compor meus silêncios. Manoel de Barros Disponível em -Memórias Inventadas – As Infâncias de Manoel de Barros – Manoel de Barros – Editora Planeta, 2008, p.45. Dentre as definições apresentadas abaixo, assinale aquela que caracteriza corretamente metalinguismo ou metalinguagem. A Caracteriza-se pelo próprio ato de ler e escrever. B P á g i n a 36 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ É a capacidade de falar sobre a linguagem, descrevê-la e analisá-la como objeto de estudo (a gramática convencional). C Caracteriza-se pela reflexão que quem escreve ou lê faz enquanto escreve ou lê, para compreender ou atribuir sentidos ao texto, verificar sua lógica, coesão, coerência, adequação das categorias gramaticais e ortografia. D Corresponde a diferentes formas de utilização da linguagem, que são escolhidas segundo a intenção comunicativa do falante. 3. LIAMES DA VIRTUDE - ÉTICA E MORAL NO MUNDO ROMANO Por LEANDRO GONSALES CICCONE ( ... ) Em síntese, podemos reconhecer no discurso do romano Marco Túlio Cícero quatro virtudes fundamentais que relacionam a ética à honestidade, conceituando ainda uma moral decorrente dessa relação; tais virtudes seriam a verdade, a ordem, a fortaleza e o equilíbrio. Para cada um desses princípios, Cícero estabelece um arrazoado que tentaremos analisar a seguir. ( ... ) Terceira dessas virtudes, a fortaleza simboliza o ideal de O integridade, a capacidade inequívoca de preservar seu próprio caráter mesmo quando em conflito com graves perigos e interesses mais imediatos; foi a ponte mais direta, para o discurso de Cícero, no paralelo entre honestidade e utilidade. Essa integridade precisava resistir a todas as provas, e nunca se basear na opinião pública ou no senso comum, mas antes, sempre, na consciência individual da própria virtude. Disponível em https:llanpuh.orq.brluploads/anais- simposios/pdf/2019- 01/1548206570 22a3f115d1f9533b3d73d6aba7244f39.pdf. Acesso em 09/03/2020. Os textos apresentam funções de linguagem diferentes a depender do objetivo comunicativo que pretendem alcançar. Pelas características do trecho retirado do TEXTO II, de um estudo feito por Leandro Gonsales, sobre o pensamento de Marco Túlio Cícero, depreende-se que função de linguagem predominante é A emotiva. B apelativa. C referencial. D metalinguística. 4. Disponível em https://www.santos.sp.gov.br/?q=noticia/. Acesso em 16/11/2019. Ao analisar o TEXTO II, depreende-se que seu objetivo comunicativo está baseado, P á g i n a 37 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA______________________________________________________________ ______________________________________________________________ predominantemente, na função de linguagem denominada A metalinguística. B referencial. C apelativa. D emotiva. 5. Em nome da urgência ecológica “As medidas que devem ser tomadas serão difíceis de aceitar. Podemos dizer que a luta contra as mudanças climáticas é incompatível com as liberdades individuais, portanto, sem dúvida, incompatível com a democracia”, afirma o climatologista François-Marie Bréon. “Eu não pretendo ter as soluções [para lutar contra o aquecimento global]; há especialistas muito mais competentes para isso”, explica, por sua vez, o astrofísico Aurélien Barreau, antes de acrescentar que sua única certeza é sobre a necessidade de tomar “medidas coercitivas, impopulares, contrárias às nossas liberdades individuais”. A tentação de subordinar a democracia ao imperativo climático se espalha como uma música de fundo. “Após ter sido um tabu por muito tempo, a ideia da necessidade de uma restrição, da tomada de decisões impopulares, começa a ganhar terreno”, observa o jornalista Stéphane Foucart. E conclui: “As alternativas são sombrias: renunciar à forma atual da democracia para conter o aquecimento global ou esperar até que este vença a democracia?” Ao contrário do que afirmam alguns cientistas na revista Valeurs Actuelles, a realidade das mudanças climáticas está estabelecida. Interroguemos então o real significado do discurso que sujeita a democracia – ou seja, uma das expressões fundamentais de nossas liberdades – ao meio ambiente. Não há “ditadura verde” no horizonte: as eleições continuam sendo o alfa e o ômega do exercício do poder, pelo menos no mundo ocidental. Em compensação, as balizas da democracia começam a ser objeto de medidas concretas, muitas vezes adotadas sem discussão real, tão pesada é a “emergência climática”. Na França, a Carta Ambiental figura desde 2005 no preâmbulo da Constituição, ao lado da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Em 2018, a Comissão de Direito da Assembleia Nacional propôs ir além, com a inclusão da luta “contra as mudanças climáticas” no artigo 1º da Constituição, colocando essa questão no mesmo nível que o caráter “indivisível, laico, democrático e social” da República, portanto, no topo da hierarquia das normas que balizam as instituições. O estabelecimento, no dia 4 de outubro de 2019, da Convenção Cidadã pelo Clima (CCC) concentra os impensados e os perigos desse discurso, aparentemente movidos pelo bom senso e pela “necessidade de agir antes que seja tarde demais”. Encarregado, ao lado de Anne Frago (diretora do Departamento de Cultura e Assuntos Sociais da Assembleia Nacional) e Michèle Kadi (diretora- geral honorária dos Serviços do Senado), pela organização da CCC decidida pelo presidente Emmanuel Macron no fim do grande debate nacional, o diretor e escritor Cyril Dion assim define o alvo: “Nosso modelo de democracia representativa não permite tomar as medidas radicais necessárias para enfrentar os desafios atuais”. A chave, segundo ele, está no estabelecimento de espaços de deliberação que permitam criar soluções a serem adotadas pelos poderes públicos. Ele se mostrou particularmente animado durante o lançamento da CCC. Definidos com base em um sorteio geral, a ideia é que os 150 membros da convenção se reúnam por seis semanas com especialistas que expliquem as questões a serem decididas. Caberá então ao Parlamento adotar formalmente as medidas ou aos eleitores tomar uma posição. “Nossa aposta é criar uma relação de forças com o governo a partir de dentro”, esclarece Dion. “Elaborar propostas em uma estrutura aprovada pelo governo e depois obter um referendo.” (...) (Anne-Cécile Robert. Le Monde Diplomatique. 8 de janeiro de 2020.) Conforme destacado no texto, (CCC) é exemplo de função A metalinguística. B conativa. P á g i n a 38 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ C emotiva. D fática. 6. Bom exemplo na saúde O Estado de S.Paulo 9 de setembro de 2018 Os bons resultados que estão sendo obtidos por programa de parceria entre hospitais privados de ponta e hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) para reduzir a infecção hospitalar nestes últimos, como mostra reportagem do Estado, são um exemplo de que é possível melhorar o atendimento na rede pública com medidas simples e de custo relativamente baixo. Embora não sejam uma panaceia, medidas como essa, destinadas a tirar o máximo proveito de recursos escassos, são um dos caminhos a seguir para recuperar a saúde pública, especialmente neste momento _____¹ o País enfrenta grave crise econômica. Em um ano, o treinamento que profissionais de 119 unidades da rede pública de 25 Estados recebem em cinco hospitais privados de ponta – Albert Einstein, Sírio-Libanês, Oswaldo Cruz, Hospital do Coração, de São Paulo, e Moinhos de Vento, de Porto Alegre – já levou a uma redução de 23% das ocorrências de infecção hospitalar em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de três tipos principais: na corrente sanguínea, no trato urinário e pneumonia associada à ventilação mecânica. Participam do treinamento não apenas médicos e enfermeiros, mas também – e este é um ponto importante – integrantes das diretorias dos hospitais para facilitar a adoção dos procedimentos como rotina. Depoimentos de participantes do programa, financiado por recursos de isenção fiscal – neste caso, bem empregados –, mostram como tem sido possível avançar na melhoria do serviço prestado pela rede pública de maneira simples e objetiva. “Com pequenas coisas que nos ensinaram, a gente tem conseguido reduzir (casos de infecção) mesmo com todas as dificuldades”, afirma Sandra Santos da Luz, coordenadora de enfermagem da UTI do Hospital Municipal Santa Isabel, de João Pessoa. Pequenas coisas incluem a maneira correta de lavar as mãos e o treinamento para colocar sondas. Uma das UTIs do Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, não registra nenhum daqueles três tipos de infecção há cinco meses. Os bons resultados do programa, observados em todas as regiões, levou o Ministério da Saúde a fixar a meta _____² de redução de 50% da infecção hospitalar na rede do SUS até 2020. Isso significará salvar 8.500 vidas de pacientes de UTI. O programa também permitirá, segundo estimativa do Ministério, reduzir R$ 1,2 bilhão nos gastos com internação. Tudo isso sem fazer reformas e obras na rede pública, apenas redesenhando “o processo assistencial com os recursos disponíveis”, como diz a coordenadora-geral da iniciativa, Cláudia Garcia, do Hospital Albert Einstein. Além de fazer muito com poucos recursos, o alvo do programa foi bem escolhido, porque as infecções hospitalares estão entre as principais causas de mortes em serviços de saúde do mundo inteiro, segundo a Organização Mundial da Saúde. É preciso ter em mente, porém, que não se pode esperar demais de iniciativas desse tipo. Elas são importantes em qualquer circunstância – porque o bom emprego do dinheiro público, para dele sempre tirar o máximo, deve ser uma regra –, mas têm alcance limitado. Constituem um avanço, não mais do que isso. A recuperação da rede pública de saúde exige providências mais ambiciosas. Com relação ao parágrafo segundo do texto, é correto afirmar que nele (no parágrafo, não no texto como um todo) predomina a função da linguagem: A referencial. B conativa. C emotiva. D fática. P á g i n a 39 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________7. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/2134/descons truindo-os-anunciospublicitarios. Acesso em 11de julho de 2019. Levando em consideração a estrutura linguística do TEXTO, observa-se que a função da linguagem predominante é: A conativa. B metalinguística. C poética. D referencial. Gabarito 1.B 2.B 3.C 4.C 5.A 6.A 7.A 5. Ortografia oficial. A ortografia se caracteriza por estabelecer padrões para a forma escrita das palavras. Essa escrita está relacionada tanto a critérios etimológicos (ligados à origem das palavras) quanto fonológicos (ligados aos fonemas representados). É importante compreender que a ortografia é fruto de uma convenção. A forma de grafar as palavras é produto de acordos ortográficos que envolvem os diversos países em que a língua portuguesa é oficial. A melhor maneira de treinar a ortografia é ler, escrever e consultar o dicionário sempre que houver dúvida. EMPREGO DAS LETRAS S e Z EMPREGA-SE O S: 1) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam s no radical Exemplos: Análise - analisar catálise - catalisador casa - casinha, casebre liso - alisar 2) Nos sufixos -ês e -esa, ao indicarem nacionalidade, título ou origem Exemplos: burguês- burguesa inglês- inglesa chinês- chinesa milanês- milanesa 3) Nos sufixos formadores de adjetivos -ense, - oso e –osa Exemplos: catarinense gostoso- gostosa amoroso- amorosa palmeirense gasoso- gasosa teimoso- teimosa 4) Nos sufixos gregos -ese, -isa, -ose Exemplos: catequese, diocese, poetisa, profetisa, sacerdotisa, glicose, metamorfose, virose 5) Após ditongos- Exemplos: P á g i n a 40 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ coisa, pouso, lousa, náusea. 6) Nas formas dos verbos pôr e querer, bem como em seus derivados Exemplos: pus, pôs, pusemos, puseram, pusera, pusesse, puséssemos quis, quisemos, quiseram, quiser, quisera, quiséssemos repus, repusera, repusesse, repuséssemos. 7) Nos seguintes nomes próprios personativos: Baltasar, Heloísa, Inês, Isabel, Luís, Luísa, Resende, Sousa, Teresa, Teresinha, Tomás 8) Nos seguintes vocábulos: abuso, asilo, através, aviso, besouro, brasa, cortesia, decisão, despesa, empresa, freguesia, fusível, maisena, mesada, paisagem, paraíso, pêsames, presépio, presídio, querosene, raposa, surpresa, tesoura, usura, vaso, vigésimo, visita. EMPREGA-SE SS 1) Escreveremos com -cess- as palavras derivadas de verbos terminados em -ceder. Exemplos: anteceder = antecessor exceder = excesso conceder = concessão 2) Escreveremos com -press- as palavras derivadas de verbos terminados em -primir. Exemplos: imprimir = impressão comprimir = compressa deprimir = depressivo 3) Escreveremos com -gress- as palavras derivadas de verbos terminados em -gredir. Exemplos: agredir = agressão progredir = progresso transgredir = transgressor 4) Escreveremos com -miss- ou -mess- as palavras derivadas de verbos terminados em -meter. Exemplos: comprometer = compromisso intrometer = intromissão prometer = promessa remeter = remessa EMPREGO DO Z 1) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam z no radical Exemplos: deslize- deslizar razão- razoável vazio- esvaziar raiz- enraizar cruz-cruzeiro 2) Nos sufixos -ez, -eza, ao formarem substantivos abstratos a partir de adjetivos Exemplos: inválido- invalidez limpo-limpeza macio- maciez rígido- rigidez frio- frieza nobre- nobreza pobre-pobreza surdo- surdez 3) Nos sufixos -izar, ao formar verbos e -ização, ao formar substantivos Exemplos: civilizar- civilização hospitalizar- hospitalização colonizar- colonização realizar realização 4) Nos derivados em -zal, -zeiro, -zinho, -zinha, - zito, -zita Exemplos: cafezal, cafezeiro, cafezinho, arvorezinha, cãozit o, avezita 5) Nos seguintes vocábulos: azar, azeite, azedo, amizade, buzina, bazar, catequizar, chafariz, cicatriz, coalizão, cuscuz, proeza, vizinho, xadrez, verniz, etc. 6) Nos vocábulos homófonos, estabelecendo distinção no contraste entre o S e o Z Exemplos: cozer (cozinhar) e coser (costurar) prezar (ter em consideração) e presar (prender) traz (forma do verbo trazer) e trás (parte posterior) • Observação: em muitas palavras, a letra X soa como Z. Veja os exemplos: P á g i n a 41 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ Exa me Exa to Exaus to Exem plo Exist ir exóti co inexorá vel Emprego de S, Ç, X e dos Dígrafos Sc, Sç, Ss, Xc, Xs Existem diversas formas para a representação do fonema /S/. 1- Emprega-se o S: Nos substantivos derivados de verbos terminados em "andir","ender", "verter" e "pelir" Exemplos: expandir- expansão pretender- pretensão verter- versão expelir- expulsão estender- extensão suspender- suspensão converter - conversão repelir- repulsão 2- Emprega-se Ç: Nos substantivos derivados dos verbos "ter" e "torcer" Exemplos: ater- atenção torcer- torção deter- detenção distorcer-distorção manter- manutenção contorcer- contorção 3- Emprega-se o X: Em alguns casos, a letra X soa como Ss Exemplos: auxílio, expectativa, experto, extroversão, sexta, sintaxe, texto, trouxe 4- Emprega-se Sc: Nos termos eruditos Exemplos: acréscimo, ascensorista, consciência, descender, discente, fascículo, fascínio, imprescindível, miscigenação, miscível, plebiscito, rescisão, seiscentos, transcender. 5- Emprega-se Sç: Na conjugação de alguns verbos Exemplos: nascer- nasço, nasça crescer- cresço, cresça descer- desço, desça 6- Emprega-se Ss: Nos substantivos derivados de verbos terminados em "gredir", "mitir", "ceder" e "cutir" Exemplos: agredir- agressão demitir- demissão ceder- cessão discutir- discussão progredir- progressão transmitir- transmissão exceder- excesso repercutir- repercussão 7- Emprega-se o Xc e o Xs: Em dígrafos que soam como Ss Exemplos: exceção, excêntrico, excedente, excepcional, exsudar 8- Emprego de X e Ch Emprega-se o X: 1) Após um ditongo. Exemplos: caixa, frouxo, peixe Exceção: recauchutar e seus derivados 2) Após a sílaba inicial "en". Exemplos: enxame, enxada, enxaqueca Exceção: palavras iniciadas por "ch" que recebem o prefixo "en-" Exemplos: encharcar (de charco), enchiqueirar (de chiqueiro), encher e seus derivados (enchente, enchimento, preencher...) 3) Após a sílaba inicial "me-". Exemplos: mexer, mexerica, mexicano, mexilhão Exceção: mecha 4) Em vocábulos de origem indígena ou africana e nas palavras inglesas aportuguesadas. Exemplos: abacaxi, xavante, orixá, xará, xerife, xampu 5) Nas seguintes palavras: bexiga, bruxa, coaxar, faxina, graxa, lagartixa, lixa, lixo, puxar, rixa, oxalá, praxe, roxo, vexame, xadrez, xarope, xaxim, xícara, xale, xinga r, etc. Emprega-se o dígrafo Ch: P á g i n a 42 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 1) Nos seguintes vocábulos: bochecha, bucha, cachimbo, chalé, charque, chimarrão, chuchu, ch ute, cochilo, debochar, fachada, fantoche, ficha, flecha, mochila, pechincha, salsicha, tchau, etc. Observações sobre o uso da letraX 1) O X pode representar os seguintes fonemas: /ch/ - xarope, vexame /cs/ - axila, nexo /z/ - exame, exílio /ss/ - máximo, próximo /s/ - texto, extenso 2) Não soa nos grupos internos -xce- e -xci- Exemplos: excelente, excitar EMPREGO DE G e J Para representar o fonema /j/ na forma escrita, a grafia considerada correta é aquela que ocorre de acordo com a origem da palavra. Exemplo: gesso: Origina-se do grego gypsos jipe: Origina-se do inglês jeep. Emprega-se o G 1) Nos substantivos terminados em -agem, -igem, -ugem Exemplos: barragem, miragem, viagem, origem, ferrugem Exceção: pajem 2) Nas palavras terminadas em -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio Exemplos: estágio, privilégio, prestígio, relógio, refúgio 3) Nas palavras derivadas de outras que se grafam com g Exemplos: engessar (de gesso), massagista (de massagem), vertiginoso (de vertigem) 4) Nos seguintes vocábulos algema, auge, bege, estrangeiro, geada, gengiva, gibi, gilete, hegemonia, herege, megera, monge, rabugento, vagem. Emprega-se o J 1) Nas formas dos verbos terminados em -jar ou – jear Exemplos: arranjar: arranjo, arranje, arranjem despejar: despejo, despeje, despejem gorjear: gorjeie, gorjeiam, gorjeando enferrujar: enferruje, enferrujem viajar: viajo, viaje, viajem (3ª pessoa do plural do presente do subjuntivo) 2) Nas palavras de origem tupi, africana, árabe ou exótica Exemplos: biju, jiboia, canjica, pajé, jerico, manjericão, Moji 3) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam j Exemplos: laranja- laranjeira loja- lojista lisonja - lisonjeador nojo- nojeira cereja- cerejeira varejo- varejista rijo- enrijecer jeito- ajeitar 4) Nos seguintes vocábulos berinjela, cafajeste, jeca, jegue, majestade, jeito, jejum, laje, traje, pegajento EMPREGO DO HÍFEN P á g i n a 43 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ REGRA EXEMPLO Palavras relacionadas a espécies botânicas e zoológicas. Beija-flor, couve- flor, erva-doce, pimenta-do-reino. Para formar a união de palavras que se combinam por ocasião. Ponte Rio-Niterói, Negociações China- EUA. Usado em palavras compostas por justaposição que constituem uma unidade sintagmática e semântica. ano-luz; tio-avô; médico-cirurgião; segunda-feira; guarda-chuva; sul- africano. palavras compostas iniciadas pelo advérbio "bem" ou "mal", em que a segunda palavra seja iniciada por qualquer vogal ou a letra "h" bem-humorado; bem-amado; mal- afortunado; mal- estar. HÍFEN PROIBIDO REGRA EXEMPLO palavras compostas por justaposição que tenham perdido a noção de composição girassol; paraquedas; mandachuva e passatempo. Caso os prefixos pós e pré percam a sua tonicidade não usamos o hífen. prever; promover; pospor. Quando o prefixo terminar em vogal e o segundo termo iniciar com consoante diferente de R ou S Autopreparação, microcomputador autopeça, extraforte. . Quando o prefixo terminar em vogal e o segundo termo iniciar com R ou S, dobra-se as consoantes citadas. Autorregulamenta ção, cosseno, extrasseco, ultrarromântico, antissocial, contrarreforma Quando o prefixo terminar em vogal diferente da vogal que o segundo termo se inicia: Autoescola, infraestrutura, extraescolar, autoajuda Quando o primeiro termo iniciar com DES- e IN- e o segundo termo perder o H do início da palavra. Inumano, desumano. O prefixo co une-se, geralmente, ao segundo coordenador, cooperar. termo, mesmo se este começar com o. Exemplos: Quando o prefixo terminar com consoante e o segundo termo iniciar com vogal ou consoante diferente do primeiro termo. Hipermercado, superamigo, hiperativo, Superinteressante ERROS COMUNS Ao longo da trajetória como falantes da língua portuguesa nos deparamos com algumas palavras corriqueiras, mas que constantemente trazem questionamento sobre o seu correto emprego numa frase. Vamos trazer aqui alguns exemplos para que vocês possam ficar atentos em relação a estes vocábulos e concluírem as provas com sucesso. MAU X MAL A palavra mau com U deve ser empregada quando tiver sentido oposto ao de bom. Já a PREFIXOS OU FALSOS PREFIXOS REGRA S EXEMPLO S OBSERVAÇ ÕES; SAIBA MAIS Vogais iguais Usa-se o hífen quand o o prefixo e o segund o elemen to juntam -se com a mes ma vogal. anti- ibérico, auto- organizaç ão, contra- almirante, infra- axilar, micro- ondas, neo- ortodoxo, sobre- elevação, anti- inflamató rio Os prefixos co, pro, pre, re se juntam ao segundo elemento, ainda que este inicie pelas vogais o ou e: coocupar, coorganizar, coautor, coirmão, cooperar, preenchime nto, preexistir, preestabele cer, proeminent e, propor reeducação, reeleição, reescrita. P á g i n a 44 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ palavra mal com L deve ser empregada quando tiver o sentido oposto ao de bem. Exemplo: O mau aluno não é aprovado. O bom aluno não é aprovado. O bem vence o mal. PORQUE X POR QUE X PORQUÊ X POR QUÊ Porque: equivalente a "pois", "uma vez que". Exemplo: Não fui à escola porque estava doente. Por que: equivalente a "por qual motivo?", "por qual razão?". Pode também significar "pelo qual" e ainda ser empregado em frases interrogativas diretas. Exemplo: Por que você faltou à aula? (frase interrogativa direta) Não sei por que você age assim. (por qual motivo) A situação difícil por que passamos será resolvida. (pela qual) Porquê: representa um substantivo e é equivalente a "motivo", "causa", "razão". Exemplo: Ela não sabe o porquê do comportamento do filho. Por quê: empregado no final de frases e antecedido por ponto final, de exclamação, de interrogação. Exemplo: Ela não sabe por quê! Não fui aprovado. Por quê? ONDE X AONDE Onde: indica localização com ideia estática. Pode ser advérbio ou pronome relativo (pode ser substituído por "em que"). Exemplo: Onde guardei meu livro? Mora na rua onde fica o teatro municipal. Aonde: é advérbio e indica localização com ideia de movimento, de deslocamento. Exemplo: Aonde você vai? Aonde estamos indo? AO ENCONTRO DE X DE ENCONTRO A Ao encontro de: ideia de concordância, ser favorável. Dica: Lembrar de "A" de "a favor". Exemplo: As ideias dos alunos vão ao encontro da pretensão do colégio. De encontro a: oposição, ideia contrária. Dica! Lembrar de "D" de "do contra". Exemplo: As opiniões dela vão de encontro às minhas. AGENTE X A GENTE Agente: pessoa que atua, opera ou faz algo. Dica! Lembrem do 007 (agente secreto) e do agente de saúde. Exemplo: O agente atuou com base nos requisitos legais. A gente: expressão coloquial que faz referência a um conjunto de pessoas. Exemplo: Amanhã, a gente vai ao circo. A FIM X AFIM A fim: ideia de finalidade, objetivo. Exemplo: Foi à praia a fim de relaxar. Afim: indica semelhança, afinidade. Exemplo: Elas possuem ideias afins. MAS X MAIS Mas: conjunção que indica contrariedade, oposição. Exemplo: Comprei o livro, mas não li. Mais: advérbio de intensidade ou pronome indefinido. Exemplo: Ela era mais bonita que a irmã. P á g i n a 45 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ NA MEDIDA EM QUE X ÀMEDIDA QUE Na medida em que: indica causa, consequência, efeito. Equivale a "visto que", "porque", "já que". Exemplo: Na medida em que fazíamos uma dieta rígida, perdíamos peso rapidamente. À medida que: indica proporção. Exemplo: À medida que enricou, tornou-se mais prepotente. HÁ X A Há: quando empregado com sentido de existir ou de tempo decorrido. Exemplo: Há uma pessoa procurando por você. Há dez anos almoço naquele restaurante aos domingos. A: nas demais situações. Isso mesmo, não sendo caso de emprego do "Ha", utilizamos o "A". Pode, inclusive, indicar tempo futuro ou distância. Exemplo: Ela mora a alguns quilômetros da minha casa. Daqui a pouco irei à academia. AO NÍVEL DE X EM NÍVEL DE Ao nível de: sentido de "à mesma altura". Exemplo: Aquela atriz não está ao nível de Fernanda Montenegro. Em nível de: sentido de hierarquia, de "âmbito". Exemplo: A questão deve ser tratada em nível de governo federal. A FORA x AFORA A fora (separado): locução adverbial empregada em conjunto com a expressão "a dentro", opondo- se a ela. Exemplo: Chapeuzinho procurou a vovó de dentro a fora da casa. Afora(junto): pode ser advérbio ou preposição. Se for advérbio, terá sentido de "ao longo de", "para o lado de fora". Se for preposição, terá sentido de "à exceção de". Exemplo: Pela estrada afora, eu vou bem sozinha, levar esses doces para a vovozinha. (advérbio) Afora o lobo, todos eram personagens do bem. (preposição) *QUESTÕES APÓS O CAPÍTULO DE ACENTUAÇÃO GRÁFICA. 6. Acentuação gráfica. Baseiam-se na constatação de que, em nossa língua, as palavras mais numerosas são as paroxítonas, seguidas pelas oxítonas. A maioria das paroxítonas termina em -a, -e, -o, -em, podendo ou não ser seguidas de "s". Essas paroxítonas, por serem maioria, não são acentuadas graficamente. Já as proparoxítonas, por serem pouco numerosas, são sempre acentuadas. Proparoxítonas Sílaba tônica: antepenúltima As proparoxítonas são todas acentuadas graficamente. Exemplos: trágico, patético, árvore Paroxítonas Sílaba tônica: penúltima Acentuam-se as paroxítonas terminadas em: -Terminadas em N, R, L e X são acentuadas. Exemplos: útil, ônix, hífen, elétron, éter, cadáver, pólen. -Terminadas em ÃO, ÃOS são acentuadas. Ex: órgão, órgãos, órfão, bênção, bênçãos. -Terminadas em ON(s) são acentuadas. P á g i n a 46 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ Ex: elétron, elétrons, próton, prótons. -Terminadas em UM/UNS são acentuadas. Ex: álbum, álbuns -Terminadas em PS são acentuadas. Ex: fórceps, bíceps, tríceps, quadríceps. -Terminadas em U(s) ou I(s) são acentuadas. Ex: júri, júris, vírus, lápis, táxi. -Terminadas em ditongo oral (som oral, pronunciado apenas pela boca) devem ser acentuadas: Exemplos: história, imóveis, jóquei, túneis. Observações: 1) As paroxítonas terminadas em "n" são acentuadas (hífen), mas as que terminam em "ens", não (hifens, jovens). 2) Não são acentuados os prefixos terminados em "i "e "r" (semi, super). 3) Acentuam-se as paroxítonas terminadas em ditongos crescentes: ea(s), oa(s), eo(s), ua(s), ia(s), ue(s), ie(s), uo(s), io(s). Exemplos: várzea, mágoa, óleo, régua, férias, tênue, cárie, ingênuo, início Oxítonas Sílaba tônica: última Acentuam-se as oxítonas terminadas em: -Terminadas em A(s), E(s), O(s), EM(ens). Exemplos: português, picolé, maracujá, armazém, parabéns, Pará, paletó, mocotó, aliás. -Monossílabas tônicas. As palavras formadas por uma única sílaba (tônica) são acentuadas quando terminadas em: A(s), E(s) ou O(s). Ex: pó, pá, só, pé, má, mês. OBS: As formas verbais tônicas e monossilábicas terminadas em A, E ou O seguidas de lo(s) ou la(s) são acentuadas. Ex: dá-lo (verbo dar), pô-lo (verbo pôr), fê-lo (verbo fazer). -Verbos Algumas palavras são acentuadas para que sejam diferenciadas de outras e isto acontece com a terceira pessoa do plural dos verbos TER e VIR. Ex: Ele vem, eles vêm. Ela tem, elas têm. OBS: Cuidado com os verbos: DETER: Ele detém / Eles detêm CONVIR: Ele convém / Eles convêm INTERVIR: Ele intervém / Eles intervêm MANTER: Ele mantém/ Eles mantêm A forma verbal PÔDE (pretérito perfeito do Indicativo) é acentuada para ser diferenciada de PODE (presente do Indicativo), vejamos: Ex: Ele pôde fazer a prova tranquilamente ontem. (passado) Exemplo: Ela pode fazer a prova tranquilamente hoje. (presente) A forma verbal PÔR é acentuada para não ser confundida com a preposição POR. Exemplo: Pare de pôr refrigerante na mesa, já temos o suficiente. (verbo) Maricota estudou por três livros diferentes. (preposição) -Hiato Palavra com vogal I ou vogal U tônica, isolada ou seguida de S na mesma sílaba, formando hiato, é acentuada. Ex: saída (sa- í - da), saúde (sa-ú-de), heroína (he- ro-í-na), açaí (a-ça-í). P á g i n a 47 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ OBS: raiz (ra-iz), juiz (ju-iz), cair (ca-ir) não são acentuadas, pois a vogal (i ou u) não está sozinha na sílaba, nem acompanhada pelo S, mas por outra consoante. Quando o hiato for seguido de NH na sílaba seguinte, não deve ser acentuado. Ex: rainha, (ra-i-nha), campainha (cam-pa-i-nha), moinho (mo-i-nho). Quando o hiato (i/u) for formado por vogais iguais, não deve ser acentuado. Ex: xiita (xi-i-ta), vadiice (va-di-i-ce). -Novo acordo ortográfico Segundo o Novo Acordo Ortográfico, os hiatos OO e EEM não são mais acentuados: Ex: voo, creem, veem, enjoo, abençoo, leem, deem. Os monossílabos e as oxítonas com ditongo aberto são acentuados! Ex: réis, herói, papéis, chapéus, rói, céu, troféus. O Novo Acordo Ortográfico retirou a acentuação dos ditongos abertos ÉI e ÓI em palavras paroxítonas. Ex: ideia, plateia, paranoia, estreia, jiboia, geleia, epopeia, heroico (lembrando que "herói" continua acentuado por ser oxítona terminada em ditongo aberto). Exceção: destróier (paroxítona terminada em R) QUESTÕES SOBRE ORTOGRAFIA E ACENTUAÇÃO 1. TEXTO I O macacão branco Sejamos honestas, colegas de trabalho: quem de nós pode vestir um macacão branco decotado na frente e nas costas, colado ao corpo, sem antes passar por uma lipoescultura, uma sessão de bronzeamento e ficar duas semanas sem comer? Resposta no final dessa coluna. Não teria adjetivos suficientes para comentar o show que Maria Rita fez no Anfiteatro Pôr do Sol, semana passada, cantando músicas da sua mãe, Elis Regina. O espetáculo foi perfeito do início ao fim, e São Pedro ainda deu uma canja, oferecendo um entardecer de cinema, com direito a uma lasca de lua, céu estrelado e brisa suave. Se Elis não fosse gaúcha, teria se naturalizado naquele instante, em algum cartório no céu. Mas voltemos a Maria Rita. Toda de branco, ela entrou no palco com uma túnica diáfana que ia até os pés: praticamente um anjo de bons modos. Até que, quatro ou cinco músicas depois do início do show, ela retirou a túnica e ficou só de macacão branco decotado, com as costas de fora, colado no corpo. Pensei: é peituda essa mulher. Peituda porque, além de peito, Maria Rita tem coxa, tem bunda, tem barriguinha, tem sustância, tem o corpo da brasileira típica, que passa longe das esquálidas das revistas, das ossudas das passarelas. A numeração de Maria Rita não é 36, mas vestiu aquele macacão branco como se fosse. Quaquaraquáquá, quem riu? Quaquaraquáquá, foi ela. Cantando Vou Deitar e Rolar e outros tantos hits dasua talentosa genitora, Maria Rita rebolou, sambou, jogou charme, braço pra cima, braço pro lado, ajeitadinha no cabelo, caras e bocas, dona e senhora do pedaço e com o namorado bonitão (Davi Moraes, na guitarra) ali na retaguarda, babando – se não estava, deveria. Porque Maria Rita, além de cantar divinamente, mostrava 100% seu lado fêmea, segura e incomparável. Que nem as modelos de revista? Quaquaraquaquá. Muito melhor. Fiquei matutando depois: como mulher se preocupa com besteira. Usa roupa preta para afinar, veste bermudas compressoras para chapar a barriga, manga comprida para esconder os braços roliços, e mais isso, e aquilo, quando o maior segredo de beleza consta do seguinte: sinta- se num palco, mesmo que nunca tenha chegado perto de um. Imagine-se com 60 mil pessoas te aplaudindo, te admirando pelo que você faz, pelo que você é, imagine-se com o público na mão, pois você é competente e tem uma elegância natural. Conscientize-se de que sua inteligência é superior às suas medidas, que ser magrinha não atrai amor instantâneo, que sua personalidade é um cartão de P á g i n a 48 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ visitas, que a felicidade é a melhor maquiagem, que ser leve é que emagrece. E dá-se a mágica. Quem de nós pode vestir um macacão branco decotado na frente e nas costas, colado ao corpo, sem antes passar por uma lipoescultura, uma sessão de bronzeamento e ficar duas semanas sem comer? Qualquer uma de nós, ora. MEDEIROS. Martha. A graça da coisa. 1ª ed. Porto Alegre – RS: L&PM, 2013. Assinale a alternativa em que todas as palavras estejam grafadas corretamente. Aígnio – nódoa – sucitar Btaciturno – vicisitudes – impecilhos Cascensão – colizão – atrasado Dconceder – obtenção – linchar 2. A CULTURA DO CANCELAMENTO No mundo da internet, principalmente no terreno das redes sociais, é fácil ler que determinada pessoa foi cancelada. A expressão diz respeito à chamada cultura do cancelamento, termo que foi considerado o de maior destaque de 2018 e de 2019 pelo Dicionário Macquarie, por causa da __________¹ ocorrida nas redes sociais pelo mundo. Não se sabe ao certo a origem dele, mas foi a partir de 2017, durante as denúncias de assédio sexual em Hollywood, e do surgimento do movimento #MeToo, que ele começou a aparecer com mais força. Embora o movimento tenha decolado em 2017 com a hashtag #MeToo, ele definitivamente manteve seu ímpeto e começou a espalhar suas asas linguísticas para além da hashtag e do nome do movimento, respondendo a uma necessidade óbvia no discurso que cerca essa convulsão social, explicou, em comunicado, o Dicionário Macquarie. No dicionário, a palavra cancelar quer dizer eliminar ou riscar para tornar sem efeito. É exatamente isso que a cultura do cancelamento da web propõe. Basta que uma pessoa pública ou não, apesar de que os famosos acabam sendo as principais vítimas, faça algo errado para que as propostas de cancelamento comecem a surgir. No Brasil nomes como do humorista e influencer Carlinhos Maia, do funkeiro MC Gui, da cantora Anitta e do cantor Nego do Borel já figuraram entre os cancelados. Bullying, preconceito, homofobia e transfobia foram os motivos que os levaram ao boicote do público. Como tudo na vida, a cultura do cancelamento tem bônus e ônus. Como ponto positivo, percebo a indignação das pessoas em relação a situações que antes passavam despercebidas, como casos de preconceito, machismo e racismo, além dos citados acima. O ponto negativo desse movimento está na anulação por completo. Não há uma conversa, não há uma busca por se colocar no lugar do outro. É claro que há atitudes que são deploráveis e até criminosas. E, para usar outro termo da internet, não é preciso passar pano, acobertando erros. Mas a decisão de cancelar alguém, muitas vezes, pode ser drástica demais. É como se tivéssemos o poder de eliminar, ao melhor estilo do que ocorre em realities shows, nos quais isso, de fato, é uma brincadeira, parte de uma dinâmica de jogo, sem direito a resposta ou retratação. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br – Texto adaptado A correta grafia da palavra suprimida no espaço 1 (l.6) do TEXTO I é Adisceminassão. Bdisceminação. Cdisseminação Ddiceminassão 3. Dentre as alternativas abaixo, assinale a que apresenta a palavra cuja grafia está correta. A chilogravura P á g i n a 49 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ B somatisação C misântropo D rubrica E xacara 4. Assinale a alternativa em que todas as palavras estão grafadas corretamente. A Açaí, Guarana, Melão. B Jacá, Pessego, Carnaúba. C Jundiaí, Vitória, Petropólis. D Piauí, Uberlândia, Manaús. E Belém, Maceió, Ceará. 5. TEXTO I Taxa de informalidade aumenta e é a maior desde 2016 São Paulo – A estudante universitária Dennyse Sousa, 24, mora em Belém (PA) e trabalha desde os 16 anos. Nunca teve a carteira assinada. Ela estagiou, foi babá, atendente em uma gráfica e freelancer em eventos como demonstradora de produtos em supermercados. Há três anos, vende brincos e acessórios artesanais. “Como não conseguia um emprego fixo, com carteira assinada, eu tive que tentar várias maneiras de conseguir alguma renda. Queria aliviar as despesas da família”, diz. A história de Dennyse ilustra a informação divulgada ontem pelo IBGE de que a melhora na qualidade do emprego gerado no País ainda está concentrada em poucos locais, especialmente em São Paulo, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua). No ano de 2019, a taxa de informalidade alcançou recorde em 19 Estados, além do Distrito Federal. Na média do Brasil, a taxa de informalidade foi de 41,1%, o equivalente a 38,4 milhões de pessoas entre os trabalhadores ocupados. Mas esse percentual subia a 62,4% no Pará, onde reside Dennyse. No Maranhão, 60,5% dos trabalhadores ocupados eram informais. No Estado de São Paulo, a taxa de informalidade média foi de 32,0% no ano passado, também o nível mais elevado da série iniciada em 2016. “O ano de 2019 é importante, porque é o terceiro ano seguido com aumento na ocupação. Mas outros indicadores mostram que a qualidade desse trabalho que está sendo gerado ainda carece de uma melhora”, ponderou Adriana Beringuy, analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE. Na passagem do terceiro trimestre de 2019 para o quarto trimestre do ano, a taxa de desemprego teve um recuo estatisticamente significativo – ou seja, superou a margem de erro – em apenas nove das 27 Unidades da Federação. Em São Paulo a taxa de desemprego desceu de 12,0% para 11,5%, movimento semelhante ao da média nacional, que saiu de 11,8% para 11,0% no período. Foram abertas 593 mil vagas com carteira assinada no setor privado em todo o País no último trimestre do ano passado, sendo mais da metade delas em São Paulo, que gerou 324 mil postos formais a mais no período. Em todo o Brasil, apenas quatro Estados tiveram avanço significativo na carteira assinada no último trimestre do ano: São Paulo, Rondônia, Paraíba e Sergipe. O Estado de São Paulo abriu 473 mil vagas formais no setor privado no período de um ano. “A gente não vê nenhuma atividade se destacando. Tudo indica que foi uma soma de pequenas reações setoriais. Não foi a indústria que reagiu em São Paulo e começou a contratar com carteira na região. Não parece ser isso”, disse Adriana. No quarto trimestre de 2019, o País ainda tinha 11,632 milhões de desempregados, sendo2,910 milhões deles em busca de emprego há pelo menos dois anos. P á g i n a 50 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ E entre esses desempregados está Dennyse, a estudante do início deste texto, que segue vendendo brincos por meio das redes sociais e em eventos. Sem emprego formal são essas vendas que ajudam com as despesas da faculdade, tarifa de transporte público, produtos de higiene, entre outras. (Estadão Conteúdo. In: https://www.msn.com/pt- br/dinheiro/economia-e- negocios/taxa-de-informalidade-aumenta-e-é-a- maior-desde-2016/ar BB101VUH?ocid=spartandhp) Em higiene, grafou-se corretamente a palavra, com H inicial. Assinale a alternativa em que isso não tenha ocorrido. A humildade B homoplata C hostilidade D hombridade 6. Os outros que ajudam (ou não) Muitos anos atrás, conheci um alcoólatra, que, aos quarenta anos, quis parar de beber. O que o levou a decidir foi um acidente no qual ele, bêbado, quase provocara a morte da companheira que ele amava, por quem se sentia amado e que esperava um filho dele. O homem frequentou os Alcoólicos Anônimos. Deu certo, mas, depois de um tempo, houve uma recaída brutal. Desanimado, mas não menos decidido, com o consenso de seu grupo do AA o homem se internou numa clínica especializada, onde ficou quase um ano – renunciando a conviver com o filho bebê. Voltou para casa (e para as reuniões do AA), convencido de que nunca deixaria de ser um alcoólatra – apenas poderia se tornar, um dia, um "alcoólatra abstêmio". Mesmo assim, um dia, depois de dois anos, ele se declarou relativamente fora de perigo. Naquele dia, o homem colocou o filhinho na cama e sentou- se na mesa para festejar e jantar. E eis que a mulher dele chegou da cozinha erguendo, triunfalmente, uma garrafa de premier cru de Château Lafite: agora que estava bem, certamente ele poderia apreciar um grande vinho, para brindar, não é? O homem saiu na noite batendo a porta. A mulher que ele amava era uma idiota? Ou era (e sempre foi) não sua companheira de vida, mas de sua autodestruição? Seja como for, a mulher dessa história não é um caso isolado. Quem foi fumante e conseguiu parar quase certamente já encontrou um amigo que um dia lhe propôs um cigarro "sem drama": agora que parou, você vai poder fumar de vez em quando – só um não pode fazer mal. Também há os que patrocinam qualquer exceção ao regime que você tenta manter estoicamente: se for só hoje, massa não vai fazer diferença, nem uma carne vermelha. Seja qual for a razão de seu regime e a autoridade de quem o prescreveu, para parentes e próximos, parece que há um prazer em você transgredir. Há hábitos que encurtam a vida, comprometem as chances de se relacionar amorosa e sexualmente e, mais geralmente, levam o indivíduo a lidar com um desprezo que ele já não sabe se vem dos outros ou dele mesmo. Se você precisar se desfazer de um desses hábitos, procure encorajamento em qualquer programa que o leve a encontrar outros que vivem o mesmo drama e querem os mesmos resultados. É desses outros que você pode esperar respeito pelo seu esforço – e até elogios (quando merecidos). Hoje, encontrar esses outros é fácil. Há comunidades on-line de pessoas que querem se livrar do sedentarismo, da obesidade, do fumo, do alcoolismo, da toxicomania etc. Os membros registram e transmitem, todos os dias, os seus fracassos e os seus sucessos. No caso do peso, por exemplo, há uma comunidade cujos integrantes instalam em casa uma balança conectada à internet: o indivíduo se pesa, e os demais sabem imediatamente se ele progrediu ou não. Parêntese. A balança on-line não funciona pela vergonha que provoca em quem engorda, mas pelos elogios conquistados por quem emagrece. Podemos modificar nossos hábitos por sentirmos que nossos esforços estão sendo reconhecidos e encorajados, mas as punições não têm a mesma eficácia. Ou seja, Skinner e o comportamentalismo P á g i n a 51 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ têm razão: uma chave da mudança de comportamento, quando ela se revela possível, está no reforço que vem dos outros ("Valeu! Força!"). Já as ideias de Pavlov são menos úteis: os reflexos condicionados existem, mas, em geral, se você estapeia alguém a cada vez que ele come, fuma ou bebe demais, ele não vai parar de comer, fumar ou beber – apenas vai passar a comer, fumar e beber com medo. Volto ao que me importa: por que, na hora de tentar mudar um hábito, é aconselhável procurar um grupo de companheiros de infortúnio desconhecidos? Por que os nossos próximos, na hora em que um reforço positivo seria bem-vindo, preferem nos encorajar a trair nossas próprias intenções? Há duas hipóteses. Uma é que eles tenham (ou tivessem) propósitos parecidos com os nossos, mas fracassados; produzindo o nosso malogro, eles encontrariam uma reconfortante explicação pelo seu. Outra, aparentemente mais nobre, diz que é porque eles nos amam e, portanto, querem ser a nossa exceção, ou seja, querem ser aqueles que nós amamos mais do que a nossa própria decisão de mudar. Como disse Voltaire, "que Deus me proteja dos meus amigos. Dos inimigos, cuido eu". CONTARDO, Calligaris. Todos os reis estão nus. Org. Rafael Cariello. São Paulo: Três Estrelas, 2014. Assinale a alternativa em que todas as palavras estejam grafadas corretamente. A paralisado – conseder – impecilho – concessiva B ascenção – mecher– apetrecho – colizão C aprasível – linxar – insosso – retenção D obtenção – atrasado – enxugar – extremo 7. Assinale a alternativa em que todas as palavras estão escritas corretamente. A Hagnóstico – alviçarras B Hiena – hóstia C Hebdomadário – orrípilo D Hinócuo - agnóstico 8. Assinale a alternativa em que as palavras apresentam corretamente o uso do X, Z, S e CH. A mecherico; bochexa; análize; aprasível B mexerico; grozelha; cachumba; aprazível C desprezo; groselha; caxumba; tocha D despreso; cachumba; tocha; bochecha 9. Poluição sonora requer fiscalização rigorosa A chamada Lei do Silêncio é um daqueles bons exemplos de ¹ do Estado sobre a vida cotidiana dos cidadãos. Ao estabelecer limites para decibéis produzidos em determinados locais e em horários definidos, sob o risco da aplicação de multas aos desobedientes, a norma serve para garantir, antes de mais nada, a civilidade. Em Belo Horizonte, informa esta edição, o número de multas dadas pela prefeitura em razão do barulho tem aumentado. Nos primeiros seis meses deste ano, segundo a Secretaria Municipal de Política Urbana, foram lavradas na capital 429 punições, sobretudo, a proprietários de bares, boates e casas de shows (que representam quase 70% do total de infratores). Isso representou aumento de 56% em relação ao total de multas no mesmo período do ano passado, lembrando que os valores vão de R$144,45 a R$18.093,39, podendo triplicar em caso de reincidências, sem falar na possibilidade de interdição dos estabelecimentos. Mas isso não quer dizer que as transgressões estejam diminuindo. Moradores de regiões como a Savassi, particularmente nas proximidades do P á g i n a 52 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ quarteirão fechado da Rua Tomé de Souza, entre Getúlio Vargas e Rio Grande do Norte, onde eventos com música, bebidas e gastronomia sempre acontecem, têm sofrido bastante, como relata a matéria. Há duas semanas, inclusive,eles colocaram uma faixa no local, na qual “dizem não aos barulhos”. Além da poluição sonora, queixam-se do lixo e de outros inconvenientes provocados pelas festas. Até educadores e estudantes de uma escola próxima entraram no protesto, alegando dificuldades para as reposições de aulas, tamanho o volume dos alto- falantes nos fins de semana. Na verdade, o que parece é que o problema, muitas vezes, está nas próprias pessoas. É comum que aqueles que sofrem com som alto em sua vizinhança, por exemplo, sejam os mesmos que, em outras ocasiões, divirtam-se em ambientes com poluição sonora considerável sem se dar conta de que pode haver descontentes nas proximidades. Falta, no caso, o dom da alteridade, a capacidade de colocar-se, com empatia, no lugar do outro. E é exatamente por isso que o poder público precisa, e deve, fazer sua parte. https://www.hojeemdia.com.br/opini%C3%A3o/c olunas/editorial- 1.334042/polui%C3%A7%C3%A3o-sonora- requerfiscaliza% C3%A7%C3%A3o-rigorosa- 1.655016. A forma ortográfica da palavra que preenche o espaço vazio 1 do texto I acima é: A Igerêcia. B Ingerença. C Ingerencia. D Injerência. E Ingerência. 10. 5 lições de gestão de projetos para empresas de TI Focadas no desenvolvimento de novos produtos e serviços, as empresas de tecnologia da informação têm que operar sob condições bastante incertas. Para tal, uma boa dose de comprometimento e paixão pelo que se faz é realmente importante, mas não basta para o sucesso. Afinal de contas, os negócios de TI, como qualquer outro, demandam o uso de ferramentas eficazes de gerenciamento, seja para engajar o cliente, aumentar a produtividade ou administrar processos de inovação com êxito. É neste cenário que, ao longo dos últimos anos, os projetos na área vêm ganhando crescente espaço. Primeiro, porque os empreendedores estão cada vez mais conscientizados da importância de se trabalhar com orientação para projetos. Em segundo lugar, devido ao aumento da interação entre o usuário e os analistas de TI. Mesmo com os avanços, no entanto, ainda são muitos os setores e empresas do segmento que operam de forma insatisfatória - fatores como falta de agilidade no cumprimento das demandas e clientes infelizes com custos e prazos ainda são recorrentes no ramo. Vale lembrar que o setor de TI, apesar da crise, conta com perspectivas de muito crescimento e geração de oportunidades. Então por que não lançar mão das melhores metodologias e ferramentas de gestão para potencializar os resultados? Confira 5 lições de gestão de projetos para empresas de TI e alavanque o potencial do seu negócio! (...) Disponível em: https://noticias.terra.com.br/dino/5-licoes-de- gestao-de-projetos-para-empresas-de ti, 26800282 e 9a67298bcd 196d48b75a e437ms 1bo9v.html. Acesso em:28/04/2017 Entre os sinônimos da palavra “sucesso” qual o único cuja grafia está inadequada aos padrões ortográficos do português brasileiro? A êsito B vitória C triunfo D conquista 11. P á g i n a 53 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ Texto Tenho 15 minutos para escrever esta crônica É dia de rodízio do carro e preciso chegar uma hora antes ao trabalho. Reunião de novos procedimentos. Então foi necessário andar 800 metros sob chuva para pegar o trem da CPTM. Acabei comparecendo em cima da hora. Tinha me proposto a fazer exercícios três vezes por semana e o encontro, marcado de última hora, botou a saúde em segundo plano. Sou o tipo de pessoa que carece de uma certa planificação para iniciar qualquer coisa na vida. Da compra de um imóvel aos treinos esportivos. Tinha planejado começar as tais atividades físicas nessa segunda- feira. Com isso garantiria um dia útil de caminhada já no início da semana. E os outros dois treinamentos ficariam para sábado e domingo, quando tudo está um pouco mais calmo. Infelizmente está cada vez mais difícil prometer-se alguma coisa. Prometer aos outros então é impensável. Almoços, cafés da tarde, idas ao cinema, não consigo fazer mais nada disso. Quando muito é um chat mais longo num Messenger da vida e olhe lá. Minha mãe é idosa, mora no interior, e a última vez que falei com ela, ao telefone, foi no Ano Novo. Ela se queixa bastante, mas acabou tendo que, quase aos 90 anos, entrar no WhatsApp para charlar com o filho. É incrível como aprendeu rápido a usar emojis e a enviar GIF’s com mensagens do papa Francisco. Em função desse “rush” também não consigo mais ler. Minha leitura se reduz, no momento, a manchetes de portais da internet e a um ou dois parágrafos de posts jornalísticos. Logo eu que devorei Guerra e Paz durante uma lua de mel. É senso comum que os livros são quase tudo para um cronista. Leitura e vivência. Como não tenho mais contato com nenhuma das duas, preciso inventar artifícios para entregar meus materiais aos órgãos de imprensa. Fazer aquilo que sempre critiquei no gênero: a narrativa palavra puxa palavra. Tudo bem que Rubem Braga, com sua vasta experiência na II Grande Guerra e no corpo diplomático, podia se dar ao luxo de produzir o que quisesse. Tudo ótimo que James Joyce, com seus neologismos geniais, teria a licença de conceber linhas que nem a Nora Barnacle entendesse. Contudo, no meu caso, criar algo que renego, em função da mais prosaica falta de tempo, vem com o gosto amargo de derrota. É triste, só que não há muito a ser feito. A reunião começou atrasada e vai ultrapassar a hora do almoço. Como sempre não acontecerá nada que mude o futuro da humanidade, no entanto sou daqueles que não consegue escrever em laptops. Fico me sentindo culpado e paranoico imaginando que alguém pode perceber que não estou focado nas problemáticas, sem solucionáticas, do comitê. A ideia inicial desta crônica eu já tinha pinçado entre várias outras. Seria a história de um engenheiro do Google que inventou um incrível aplicativo no qual podia-se comprar créditos de tempo. Isso mesmo, como quem compra créditos de celular pré-pago. Mal consegui desenvolver o esboço do argumento. Sobrou apenas esse tempo exíguo que estou acabando de queimar agora. Se existisse o tal app eu já o teria instalado em meu celular e talvez logrado postar algo com mais qualidade literária e dentro das regras da arte. Fica para uma próxima, quando eu tiver mais do que 15 minutos para escrever uma crônica. Disponível em: https://medium.com/revista- bravo/falta- de-tempo-cr%C3%B4nica-4e66745b3e0b Acesso em 05/05/2017 Por Carlos Castelo O sinônimo da palavra “carece” grafado inadequadamente é: A Necessita B Prescisa C Escasseia D Sente falta. 12. P á g i n a 54 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ Texto Tenho 15 minutos para escrever esta crônica É dia de rodízio do carro e preciso chegar uma hora antes ao trabalho. Reunião de novos procedimentos. Então foi necessário andar 800 metros sob chuva para pegar o trem da CPTM. Acabei comparecendo em cima da hora. Tinha me proposto a fazer exercícios três vezes por semana e o encontro, marcado de última hora, botou a saúde em segundo plano. Sou o tipo de pessoa que carece de uma certa planificação para iniciar qualquer coisa na vida. Da compra de um imóvel aos treinos esportivos. Tinha planejado começar as tais atividades físicas nessa segunda- feira. Com isso garantiria um dia útil de caminhada já no início da semana. E os outros dois treinamentos ficariam para sábado e domingo, quando tudo está um pouco mais calmo. Infelizmente está cada vez mais difícil prometer-se alguma coisa. Prometer aos outros entãoé impensável. Almoços, cafés da tarde, idas ao cinema, não consigo fazer mais nada disso. Quando muito é um chat mais longo num Messenger da vida e olhe lá. Minha mãe é idosa, mora no interior, e a última vez que falei com ela, ao telefone, foi no Ano Novo. Ela se queixa bastante, mas acabou tendo que, quase aos 90 anos, entrar no WhatsApp para charlar com o filho. É incrível como aprendeu rápido a usar emojis e a enviar GIF’s com mensagens do papa Francisco. Em função desse “rush” também não consigo mais ler. Minha leitura se reduz, no momento, a manchetes de portais da internet e a um ou dois parágrafos de posts jornalísticos. Logo eu que devorei Guerra e Paz durante uma lua de mel. É senso comum que os livros são quase tudo para um cronista. Leitura e vivência. Como não tenho mais contato com nenhuma das duas, preciso inventar artifícios para entregar meus materiais aos órgãos de imprensa. Fazer aquilo que sempre critiquei no gênero: a narrativa palavra puxa palavra. Tudo bem que Rubem Braga, com sua vasta experiência na II Grande Guerra e no corpo diplomático, podia se dar ao luxo de produzir o que quisesse. Tudo ótimo que James Joyce, com seus neologismos geniais, teria a licença de conceber linhas que nem a Nora Barnacle entendesse. Contudo, no meu caso, criar algo que renego, em função da mais prosaica falta de tempo, vem com o gosto amargo de derrota. É triste, só que não há muito a ser feito. A reunião começou atrasada e vai ultrapassar a hora do almoço. Como sempre não acontecerá nada que mude o futuro da humanidade, no entanto sou daqueles que não consegue escrever em laptops. Fico me sentindo culpado e paranoico imaginando que alguém pode perceber que não estou focado nas problemáticas, sem solucionáticas, do comitê. A ideia inicial desta crônica eu já tinha pinçado entre várias outras. Seria a história de um engenheiro do Google que inventou um incrível aplicativo no qual podia-se comprar créditos de tempo. Isso mesmo, como quem compra créditos de celular pré-pago. Mal consegui desenvolver o esboço do argumento. Sobrou apenas esse tempo exíguo que estou acabando de queimar agora. Se existisse o tal app eu já o teria instalado em meu celular e talvez logrado postar algo com mais qualidade literária e dentro das regras da arte. Fica para uma próxima, quando eu tiver mais do que 15 minutos para escrever uma crônica. Disponível em: https://medium.com/revista- bravo/falta- de-tempo-cr%C3%B4nica-4e66745b3e0b Acesso em 05/05/2017 Por Carlos Castelo Levando em consideração o contexto atribuído pelos enunciados, empregue corretamente um dos termos entre parênteses propostos pelas alternativas. I. A falta de tempo deixou o autor do texto em __________ (cheque/xeque). II. O autor do texto deveria visitar mais a sua mãe, curtir o interior, colocar uma _____________ no cavalo e passear pela mata. (cela/sela). III. O autor do texto precisa assistir a algum filme na ______ das dez. (seção/sessão/cessão) P á g i n a 55 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ A sequência correta é: A Xeque, cela, cessão B Cheque, sela, sessão C Xeque, cela, seção D Xeque, sela, sessão. 13. Cientistas preveem futuro sombrio para Terra A ideia de um fim, de termo absoluto, do mundo em que vivemos é de tal forma fantástica que, talvez por isso, a tratemos com algum descrédito. É difícil compreender que tudo o que somos, tudo o que fizemos e conseguimos poderá _____1. Mas é tempo de acordarmos, de nos conscientizarmos, dos homens que governam o mundo se unirem para impedir que o que vemos em ficção se torne realidade. http://educacao.uol.com.br/bancoderedacoes/pro posta200707.jhtm. A forma ortográfica da palavra que preenche o espaço vazio 1, no texto, é: A desapareser B dezaparecer C desaparecer D dezapareser 14. TEXTO III Seu pai a trazia às vezes, aos domingos, quando vinha cumprir o piedoso dever de amizade, visitando Quaresma. Há quanto tempo estava ele ali? Ela não se lembrava ao certo; uns três ou quatro meses, se tanto. Só o nome da casa metia medo. O hospício! É assim como uma sepultura em vida, um semi- enterramento, enterramento do espírito, da razão condutora, de cuja ausência os corpos raramente se ressentem. A saúde não depende dela e há muitos que parecem até adquirir mais força de vida, prolongar a existência, quando ela se evola não se sabe por que orifício do corpo e para onde. Com que terror, uma espécie de pavor de coisa sobrenatural, espanto de inimigo invisível e onipresente, não ouvia a gente pobre referir-se ao estabelecimento da Praia das Saudades! Antes uma boa morte, diziam. No primeiro aspecto, não se compreendia bem esse pasmo, esse espanto, esse terror do povo por aquela casa imensa, severa e grave, meio hospital, meio prisão, com seu alto gradil, suas janelas gradeadas, a se estender por uns centos de metros, em face do mar imenso e verde, lá na entrada da baía, na Praia das Saudades. Entrava-se, viam-se uns homens calmos, pensativos, meditabundos, como monges em recolhimento e prece. De resto, com aquela entrada silenciosa, clara e respeitável, perdia-se logo a ideia popular da loucura; o escarcéu, os trejeitos, as fúrias, o entrechoque de tolices ditas aqui e ali. Não havia nada disso; era uma calma, um silêncio, uma ordem perfeitamente naturais. No fim, porém, quando se examinavam bem, na sala das visitas, aquelas faces transtornadas, aqueles ares aparvalhados, alguns idiotas e sem expressão, outros como alheados e mergulhados em um sonho íntimo sem fim, e via-se também a excitação de uns, mais viva em face à atonia de outros, é que se sentia bem o horror da loucura, o angustioso mistério que ela encerra, feito não sei de que inexplicável fuga do espírito daquilo que se supõe o real, para se apossar e viver das aparências das coisas ou de outras aparências das mesmas. Quem uma vez esteve diante deste enigma indecifrável da nossa própria natureza, fica amedrontado, sentindo que o gérmen daquilo está depositado em nós e que por qualquer coisa ele nos invade, nos toma, nos esmaga e nos sepulta numa desesperadora compreensão inversa e absurda de nós mesmos, dos outros e do mundo. Cada louco P á g i n a 56 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ traz em si o seu mundo e para ele não há mais semelhantes: o que foi antes da loucura é outro muito outro do que ele vem a ser após. Na oração “...não se sabe por que orifício do corpo e para onde”, os termos sublinhados possuem sua grafia justificada pelo mesmo motivo que em A Por que a casa lhe metia tanto medo? B Não sei por que não o podemos visitar diariamente. C A visão estigmatizada da doença mental é o motivo por que muitos lutam. D Perguntei por que frequentemente os funcionários se atrasam. 15. A era da indiferença Quão valiosos para as outras pessoas? Não digo qualquer pessoa, mas para aquelas que dizem se importar conosco. Quão importantes de fato somos para elas? Tenho me pegado pensando constantemente nisso e por mais que você tenha visão esperançosa em relação ao homem, parece- me que realmente vivemos na era da indiferença. A vida contemporânea exige muito de nós. Isso é algo sabido por todos. No entanto, isso não justifica o modo como agimos uns com os outros. As relações são meramente questões de conveniência, são uma troca de fardos no mercado da personalidade, de tal maneira que apenas me aproximo de determinada pessoa e mantenho uma relação com ela se houver algo dela que possa usar.Ou seja, as relações humanas seguem lógicas comerciais e, assim, todos nos tornamos mercadorias. Obviamente, não estou querendo dizer que devemos nos submeter a relações degradantes, que apenas usurpam nossas forças ou que não devemos esperar reciprocidade ao se envolver com alguém. Mas, ao implementarmos uma lógica comercial às relações humanas, deixamos de considerar totalmente as nuances e complexidades que formam o ser humano. Isto é, ninguém está bem o tempo inteiro, tampouco, possui uma constante na vida. Todos nós temos nossos dias ruins, passamos por problemas e atravessamos os nossos períodos de crise, de modo que, ao doutrinar as relações humanas à cartilha comercial, os pontos baixos da vida de um indivíduo são desconsiderados, o que implica automaticamente a descartabilidade daqueles que sucumbem às suas fraquezas. Sendo assim, somos tão somente importantes e amados na medida em que temos um sorriso no rosto, uma história engraçada para contar e somos úteis de algum modo. Em outras palavras, somos queridos apenas nos nossos bons momentos, quando estamos no auge e tudo parece dar certo. Entretanto, como disse, a vida não é uma constante, de maneira que inevitavelmente passaremos por momentos ruins, em que tudo dá errado e nós perdemos a esperança. Nesses instantes, percebemos a fragilidade dos laços humanos, a nossa indiferença, a nossa incapacidade de se colocar no lugar do outro e buscar entender o ¹ do sofrimento, da angústia, da insônia, do medo e da lágrima oculta no olhar, porque quando uma relação é construída com laços fortes, lutamos contra o egoísmo para poder sentir a dor que aflige e esmaga o peito de quem sofre. Quando uma relação é mais do que uma ação na bolsa de valores do amor líquido, temos empatia e esta não é ver uma pessoa triste e fazer coisas para que ela fingir estar feliz. É ver uma pessoa triste e ser capaz de ajudá-la a chorar. Acho que os nossos tempos estão carentes de pessoas corajosas o bastante para abraçar alguém e dizer que a ama enquanto as lágrimas se precipitam e anunciam uma torrente de dor em forma de choro intercalada com soluços. Por outro lado, o mundo está repleto de pessoas que abraçam e riem junto com você, mas tão somente enquanto você também estiver com um sorriso no rosto. Pessoas que descartam as outras com imensa facilidade quando outras ações, digo, pessoas, acenam com possibilidades melhores e sorrisos mais audaciosos. Tudo isso é uma pena, ², no fim das contas, todos nós precisamos de alguém que nos ajude a P á g i n a 57 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ chorar, já que só lágrimas de compaixão podem limpar a alma da indiferença. E como as lágrimas não caem, porque estamos ocupados demais com nossas trivialidades mesquinhas, o mundo continua sujo, ecoando pelos esgotos a nossa era da indiferença. Fonte: https://www.pensarcontemporaneo.com – Acesso em: 25/07/2019 As formas ortográficas das palavras que preenchem corretamente os espaços vazios 1 (l. 20) e 2 (l. 30) do TEXTO I, respectivamente, são A porque/ por que. B porquê / porque. C por quê / por que. D porque / porquê. 16. Vacina da gripe: o que muda em 2020 Com a ameaça do coronavírus, a campanha de vacinação da gripe foi antecipada. Saiba quem pode tomar o imunizante contra o influenza na rede pública Por André Biernath Em sua 21ª temporada, a Campanha Nacional de Vacinação Contra a Gripe segue mais forte do que nunca. Só para 2020, o Ministério da Saúde encomendou ao Instituto Butantan, órgão responsável por fabricar as vacinas, mais de 75 milhões de doses. A meta é proteger ao menos 67 milhões de brasileiros. A estratégia, aliás, teve que ser revista de última hora: com a confirmação dos primeiros casos de infecção pelo novo coronavírus no Brasil, o governo antecipou a campanha em quase um mês. Antes, a proposta era iniciar os trabalhos na segunda quinzena de abril. Agora, as primeiras doses estarão disponíveis para o público-alvo a partir do dia 23 de março. “Antecipamos a campanha ______________ 2 a vacina deixa o sistema imunológico 80% protegido contra cepas do vírus influenza, milhares de vezes mais comuns que o coronavírus”, justificou, em entrevista coletiva, o ministro da saúde Luiz Henrique Mandetta. “Se a pessoa avisa que foi vacinada [contra a gripe], isso auxilia no raciocínio do profissional de saúde, do médico pensar em outros vírus por trás de uma doença”, completou. Que fique claro: não é que a vacina da gripe diminui o risco de contágio por coronavírus. Mas, ao proteger a população mais vulnerável, a injeção evita que o influenza sobrecarregue o sistema respiratório. E se sabe que o coronavírus tende a provocar complicações entre quem está enfraquecido por uma doença ou carrega outros agentes infecciosos no corpo. A vacinação ainda desafoga os pronto-socorros e hospitais do sistema público e privado, que vão ter menos pacientes com gripe e mais espaço para um eventual surto de Covid-19 (o nome da doença provocada pelo novo coronavírus). A médica Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), vê com bons olhos a decisão do Ministério da Saúde. “A antecipação é super bem-vinda. Março é a melhor época para começar a campanha, pois o vírus da gripe já circula entre nós. Quanto antes vacinarmos, mais a população estará preparada para enfrentá-lo”, acredita. (...) Disponível em: https://saude.abril.com.br/medicina/vacina-gripe- 2020/ . Acesso em 06/03/2020. Para a lacuna 2, assinale a forma ortográfica que a preenche corretamente. A porque B por que C porquê D por quê 17. Qual das palavras a seguir está correta em relação à acentuação gráfica? P á g i n a 58 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ A cafézinho B silvicôla C zoológia D bênção E raínha 18. “Não se pode ordenar: “Seja solidário!”. Assinale a alternativa que apresenta uma palavra acentuada pelo mesmo motivo que “solidário”. A Para o dependente, a recaída tem sabor de derrota. B O repórter divulgou informações falsas sobre o caso. C Aquele senhor deixou o seu chapéu no banco do parque. D Uma série de acontecimentos estranhos amedrontou a cidade. 19. “Seria bom se nós, como os ipês¹, nos abríssemos² para o amor no inverno”. As palavras em negrito foram acentuadas por quais motivos? AÉ uma palavra oxítona terminada em E(s). 2. Toda palavra proparoxítona é acentuada. BÉ uma palavra paroxítona terminada em ES. 2. É uma palavra proparoxítona terminada em OS. CTodo monossílabo tônico é acentuado. 2. Toda palavra paroxítona é acentuada. DÉ uma palavra paroxítona terminada em hiato. 2. Toda palavra proparoxítona é acentuada. 20. “Porém, caso o organismo entre em contato com o mesmo agente após um tempo, o sistema imunológico¹ já estará preparado para reconhecer a infecção e criar os anticorpos na velocidade necessária²...”. As palavras “imunológico” e “necessária” recebem acento porque A Toda palavra proparoxítona é acentuada. 2. É uma palavra paroxítona terminada em ditongo crescente. B É uma palavra paroxítona terminada em O. 2. É uma palavra proparoxítona terminada em A. C Toda palavra proparoxítona é acentuada. 2. É uma palavra paroxítona terminada em ditongo decrescente. D É uma palavra oxítona terminada em vogal. 2. É uma palavra paroxítona terminada em hiato. 21. Analise as assertivas a seguir: I. Na oração “Se Elis não fosse gaúcha...”, a palavra destacada é acentuada por ser umaparoxítona terminada em “A”. II. Em “...ela entrou no palco com uma túnica diáfana...”, as palavras em destaque são acentuadas seguindo a mesma regra: todas as proparoxítonas são acentuadas. III. No trecho “... mostrava 100% seu lado fêmea, segura e incomparável.”, o vocábulo é acentuado seguindo a regra de acentuar-se as paroxítonas terminas em “L”. É correto o que se apresenta A apenas na assertiva II. B apenas nas assertivas II e III. C apenas na assertiva I. D apenas nas assertivas I e III. 22. Conforme as regras de acentuação gráfica, todas as palavras proparoxítonas recebem acento. Não se observa essa regra em A P á g i n a 59 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ linguísticas (l. 13). B vítimas (l. 22). C deploráveis (l. 37) D dinâmica (l. 43) 23. Leia as assertivas a seguir: I. “...já haveria lápide e caixão”. Nessa oração, o termo em destaque é acentuado por seguir a regra das proparoxítonas. II. Nos trechos “é possível que a viagem seja alargada mais um pouco” e “Mas eis o negócio...”, os vocábulos destacados são acentuados por seguir a mesma regra. III. Em “será um filme diferente”, o termo em destaque é acentuado por se tratar de uma palavra oxítona terminada em “a”. É correto o que se afirma A em I, II e III. B apenas em I e III. C apenas em III. D apenas em II. 24. Em “Aliás, típica”, a palavra “aliás” recebe acento porque A é uma palavra oxítona terminada em A(s). B é uma palavra oxítona terminada em S. C toda palavra proparoxítona recebe acento. D é uma palavra paroxítona terminada em ditongo crescente. 25. Aponte a alternativa que apresenta palavras que foram acentuadas pelo mesmo motivo que justifica o acento em “desperdício” e “econômico”, presentes em “O desperdício tem impactos ambientais, sociais e econômicos significativos, assinala o relatório”. A A dinâmica da vida é um estímulo para os mais afoitos. B A irreverência de uns causa a angústia em outros. C O repórter conversou com a vítima do acidente. D A displicência no trânsito o deixou paraplégico. 26. Em "Bem, física quântica é um ramo teórico1 da ciência2 ... ", as palavras destacadas recebem acento, respectivamente, porque A Todas as palavras proparoxítonas são acentuadas. 2. As paroxítonas terminadas em ditongo crescente são acentuadas. B As paroxítonas com hiato são acentuadas. 2. As proparoxítonas terminadas em ditongos são acentuadas. C As palavras proparoxítonas ditongo crescente são acentuadas. 2. As paroxítonas terminadas em hiato são acentuadas. D P á g i n a 60 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ Todas as palavras proparoxítonas são acentuadas. 2. As paroxítonas terminadas em ditongo decrescente são acentuadas. 27. Assinale a alternativa em que todas as palavras estão acentuadas pela mesma regra. A Abóbora – âmbito – alcóolatra B Aborígene – acordão – sabiá C Pará – bênção – ácaro D Vatapá – sótão - ângulo 28. O que mais você quer? Era uma festa familiar, dessas que reúnem tios, primos, avós e alguns agregados ocasionais que ninguém conhece direito. Jogada no sofá, uma garota não estava lá muito sociável, a cara era de enterro. Quieta, olhava para a parede como se ali fosse encontrar a resposta para a pergunta que certamente martelava em sua cabeça: o que estou fazendo aqui? De soslaio, flagrei a mãe dela também observando a cena, inconsolável, ao mesmo tempo em que comentava com uma tia: "Olha pra essa menina. Sempre com esta cara. Nunca está feliz. Tem emprego, marido, filho. O que ela pode querer mais?" Nada é tão comum quanto resumirmos a vida de outra pessoa e achar que ela não pode querer mais. Fulana é linda, jovem e tem um corpaço, o que mais ela quer? Sicrana ganha rios de dinheiro, é valorizada no trabalho e vive viajando, o que é que lhe falta? Imaginei a garota acusando o golpe e confessando: sim, quero mais. Quero não ter nenhuma condescendência com o tédio, não ser forçada a aceitá-lo na minha rotina como um inquilino inevitável. A cada manhã, exijo ao menos a expectativa de uma surpresa, quer ela aconteça ou não. Expectativa, por si só, já é um entusiasmo. Quero que o fato de ter uma vida prática e sensata não me roube o direito ao desatino. Que eu nunca aceite a ideia de que a maturidade exige um certo conformismo. Que eu não tenha medo nem vergonha de ainda desejar. Quero uma primeira vez outra vez. Um primeiro beijo em alguém que ainda não conheço, uma primeira caminhada por uma nova cidade, uma primeira estreia em algo que nunca fiz, quero seguir desfazendo as virgindades que ainda carrego, quero ter sensações inéditas até o fim dos meus dias. Quero ventilação, não morrer um pouquinho a cada dia sufocada em obrigações e em exigências de ser a melhor mãe do mundo, a melhor esposa do mundo, a melhor qualquer coisa. Gostaria de me reconciliar com meus defeitos e fraquezas, arejar minha biografia, deixar que vazem algumas ideias minhas que não são muito abençoáveis. Queria não me sentir tão responsável sobre o que acontece ao meu redor. Compreender e aceitar que não tenho controle nenhum sobre as emoções dos outros, sobre suas escolhas, sobre as coisas que dão errado e também sobre as que dão certo. Me permitir ser um pouco insignificante. E, na minha insignificância, poder acordar um dia mais tarde sem dar explicação, conversar com estranhos, me divertir fazendo coisas que nunca imaginei, deixar de ser tão misteriosa pra mim mesma, me conectar com as minhas outras possibilidades de existir. O que eu quero mais? Me escutar e obedecer ao meu lado mais transgressor, menos comportadinho, menos refém de reuniões familiares, marido, filhos, bolos de aniversário e despertadores na segunda-feira de manhã. E também quero mais tempo livre. E mais abraços. Pois é, ninguém está satisfeito. Ainda bem. Martha Medeiros Disponível em https://www.pensador.com/cronicas_martha_ medeiros/ “Era uma festa familiar, dessas que reúnem tios, primos, avós e alguns agregados ocasionais...”. O verbo “reúnem” recebe acento por A ser uma palavra paroxítona formada por ditongo decrescente. B apresentar "u" tônico formando hiato com a vogal anterior. C ser uma palavra oxítona terminada em EM. D ser uma palavra proparoxítona. P á g i n a 61 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 29. O Novo Acordo Ortográfico está em vigor, no Brasil, desde o ano de 2016. Este acordo trouxe modificações, inclusive, na acentuação de palavras. Assinale a alternativa que apresenta a correta acentuação das palavras de acordo com as novas regras. A assembleia; Coreia; asteroide; jiboia B jibóia; Sauípe; assembléia; feiúra C feiura; Bocaiúva; Sauipe; Coréia D assembléia; Coréia; Sauípe; jiboia 30. De acordo com o Novo Acordo Ortográfico, a palavra destacada no trecho “Use uma joia discreta e bonita para se encontrar com uma amiga de infância.”, não é acentuada porque: A classifica-se como paroxítona terminada em hiato. B trata-se de um ditongo aberto em uma palavra oxítona. C trata-se de um ditongo aberto em uma palavra paroxítona. D classifica-se como uma palavra paroxítona terminada em A. Gabarito 1.D 2.C 3.D 4.E 5.B 6.D 7.B 8.C 9.E 10.A 11.B 12.D 13.C 14.C 15.B 16.A 17.D 18.D 19.A 20.A 21.B22.C 23.B 24.A 25.D 26.A 27.A 28.B 29.A 30.C 7. Pontuação. Os sinais de pontuação são recursos de linguagem empregados na língua escrita e desempenham a função de demarcadores de unidades e de sinalizadores de limites de estruturas sintáticas nos textos escritos. Assim, os sinais de pontuação cumprem o papel dos recursos prosódicos, utilizados na fala para darmos ritmo, entoação e pausas e indicarmos os limites sintáticos e unidades de sentido. Como na fala temos o contato direto com nossos interlocutores, contamos também com nossos gestos para tentar deixar claro aquilo que queremos dizer. Na escrita, porém, são os sinais de pontuação que garantem a coesão e a coerência interna dos textos, bem como os efeitos de sentidos dos enunciados, Vejamos, a seguir, quais são os sinais de pontuação que nos auxiliam nos processos de escrita: Ponto ( . ) a) Indicar o final de uma frase declarativa: Gosto de sorvete de goiaba. b) Separar períodos: Fica mais um tempo. Ainda é cedo. c) Abreviar palavras: Av. (Avenida) V. Ex.ª (Vossa Excelência) p. (página) P á g i n a 62 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ Dr. (doutor) Dois-pontos ( : ) a) Iniciar fala de personagens: O aluno respondeu: – Parta agora! b) Antes de apostos ou orações apositivas, enumerações ou sequência de palavras que explicam e/ou resumem ideias anteriores. Esse é o problema dos caixas eletrônicos: não tem ninguém para auxiliar os mais idosos. Anote o número do protocolo: 4254654258. c) Antes de citação direta: Como já dizia Vinícius de Morais: “Que o amor não seja eterno posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure.” Reticências ( ... ) a) Indicar dúvidas ou hesitação: Sabe... andei pensando em uma coisa... mas não é nada demais. b) Interromper uma frase incompleta sintaticamente: Quem sabe se tentar mais tarde... c) Concluir uma frase gramaticalmente incompleta com a intenção de estender a reflexão: “Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas faces duns longes cor-de-rosa...” (Cecília - José de Alencar) d) Suprimir palavras em uma transcrição: “Quando penso em você (...) menos a felicidade.” (Canteiros - Raimundo Fagner) Parênteses ( ) a) Isolar palavras, frases intercaladas de caráter explicativo, datas e também podem substituir a vírgula ou o travessão: Manuel Bandeira não pôde comparecer à Semana de Arte Moderna (1922). "Uma manhã lá no Cajapió (Joca lembrava-se como se fora na véspera), acordara depois duma grande tormenta no fim do verão.” (O milagre das chuvas no Nordeste- Graça Aranha) Ponto de Exclamação ( ! ) a) Após vocativo Ana, boa tarde! b) Final de frases imperativas: Cale-se! c) Após interjeição: Ufa! Que alívio! d) Após palavras ou frases de caráter emotivo, expressivo: Que pena! Ponto de Interrogação ( ? ) a) Em perguntas diretas: Quantos anos você tem? b) Às vezes, aparece com o ponto de exclamação para enfatizar o enunciado: Não brinca, é sério?! Vírgula ( , ) De todos os sinais de pontuação, a vírgula é aquele que desempenha o maior número de funções. Ela é utilizada para marcar uma pausa do enunciado e tem a finalidade de nos indicar que os termos por ela separados, apesar de participarem da mesma frase ou oração, não formam uma unidade sintática. Por outro lado, quando há uma relação sintática entre termos da oração, não se pode separá-los por meio de vírgula. CASOS EM QUE DEVEMOS UTILIZAR A VÍRGULA: A vírgula no interior da oração a) Utilizada com o objetivo de separar o vocativo: Ana, traga os relatórios. O tempo, meus amigos, é o que nos confortará. b) Utilizada com o objetivo de separar apostos: Valdirene, minha prima de Natal, ligou para mim ontem. Caio, o aluno do terceiro ano B, faltou à aula. P á g i n a 63 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ c) Utilizada com o objetivo de separar o adjunto adverbial antecipado ou intercalado: Quando chegar do trabalho, procurarei por você. Os políticos, muitas vezes, são mentirosos. d) Utilizada com o objetivo de separar elementos de uma enumeração: Estamos contratando assistentes, analistas, estagiários. Traga picolé de uva, groselha, morango, coco. e) Utilizada com o objetivo de isolar expressões explicativas: Quero o meu suco com gelo e açúcar, ou melhor, somente gelo. f) Utilizada com o objetivo de separar conjunções intercaladas: Não explicaram, porém, o porquê de tantas faltas. g) Utilizada com o objetivo de separar o complemento pleonástico antecipado: A ele, nada mais abala. h) Utilizada com o objetivo de isolar o nome do lugar na indicação de datas: Goiânia, 01 de novembro de 2018. i) Utilizada com o objetivo de separar termos coordenados assindéticos: É pau, é pedra, é o fim do caminho. j) Utilizada com o objetivo de marcar a omissão de um termo: Ele gosta de fazer academia, e eu, de comer. (omissão do verbo gostar) CASOS EM QUE SE USA A VÍRGULA ANTES DA CONJUNÇÃO E: 1) Utilizamos a vírgula quando as orações coordenadas possuem sujeitos diferentes: Os banqueiros estão cada vez mais ricos, e o povo, cada vez mais pobre. 2) Utilizamos a vírgula quando a conjunção “e” repete-se com o objetivo de enfatizar alguma ideia (polissíndeto): E eu canto, e eu danço, e bebo, e me jogo nos blocos de carnaval. 3) Utilizamos a vírgula quando a conjunção “e” assume valores distintos que não retratam sentido de adição (adversidade, consequência, por exemplo): Chorou muito, e ainda não conseguiu superar a distância. A VÍRGULA ENTRE ORAÇÕES A vírgula é utilizada entre orações nas seguintes situações: 1) Para separar as orações subordinadas adjetivas explicativas: Meu filho, de quem só guardo boas lembranças, deixou-nos em fevereiro de 2000. 2) Para separar as orações coordenadas sindéticas e assindéticas, com exceção das orações iniciadas pela conjunção “e”: Cheguei em casa, tomei um banho, fiz um sanduíche e fui direto ao supermercado. Estudei muito, mas não consegui ser aprovada. 3) Para separar orações subordinadas adverbiais (desenvolvidas ou reduzidas), principalmente se estiverem antepostas à oração principal: "No momento em que o tigre se lançava, curvou-se ainda mais; e fugindo com o corpo apresentou o gancho." (O selvagem - José de Alencar) NÃO devemos usar a vírgula para separar os seguintes termos: a) Sujeito de Predicado; b) Objeto de Verbo; c) Adjunto adnominal de nome; d) Complemento nominal de nome; e) Predicativo do objeto do objeto; f) Oração principal da Subordinada substantiva (desde que esta não seja apositiva nem apareça na ordem inversa). P á g i n a 64 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 4) Para separar as orações intercaladas: "– Senhor, disse o velho, tenho grandes contentamentos em estar plantando-a...” 5) Para separar as orações substantivas antepostas à principal: Quando sai o resultado, ainda não sei. PONTO E VÍRGULA ( ; ) a) Utilizamos ponto e vírgula para separar os itens de uma sequência de outros itens: Antes de iniciar a escrita de um texto, o autor deve fazer-se as seguintes perguntas: I- O que dizer; II- A quem dizer; III- Como dizer; IV- Por que dizer; V- Quais objetivos pretendo alcançar com este texto? b) Utilizamos ponto e vírgula para separar orações coordenadas muito extensas ou oraçõescoordenadas nas quais já se tenha utilizado a vírgula: “O rosto de tez amarelenta e feições inexpressivas, numa quietude apática, era pronunciadamente vultuoso, o que mais se acentuava no fim da vida, quando a bronquite crônica de que sofria desde moço se foi transformando em opressora asma cardíaca; os lábios grossos, o inferior um tanto tenso." (O Visconde de Inhomerim - Visconde de Taunay) TRAVESSÃO ( — ) a) Utilizamos o travessão para iniciar a fala de um personagem no discurso direto: A mãe perguntou ao filho: — Já lavou o rosto e escovou os dentes? b) Utilizamos o travessão para indicar mudança do interlocutor nos diálogos: — Filho, você já fez a sua lição de casa? — Não se preocupe, mãe, já está tudo pronto. c) Utilizamos o travessão para unir grupos de palavras que indicam itinerários: Disseram-me que não existe mais asfalto na rodovia Belém—Brasília. d) Utilizamos o travessão também para substituir a vírgula em expressões ou frases explicativas: Pelé — o rei do futebol — anunciou sua aposentadoria. ASPAS ( “ ” ) As aspas são utilizadas com as seguintes finalidades: a) Isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta, como gírias, estrangeirismos, palavrões, neologismos, arcaísmos e expressões populares: A aula do professor foi “irada”. Ele me pediu um “feedback” da resposta do cliente. b) Indicar uma citação direta: “Ia viajar! Viajei. Trinta e quatro vezes, às pressas, bufando, com todo o sangue na face, desfiz e refiz a mala”. (O prazer de viajar - Eça de Queirós) c) Para marcar o título de uma obra. Observe o exemplo: “Memórias Póstumas de Brás Cubas”. (Machado de Assis) • ATENÇÃO: Dispensam o uso da vírgula os termos coordenados ligados pelas conjunções e, ou, nem. Exemplo: Preferiram os sorvetes de creme, uva e morango. Não gosto nem desgosto. Não sei se prefiro Minas Gerais ou Goiás. Caso os termos coordenados ligados pelas conjunções e, ou, nem aparecerem repetidos, com a finalidade de enfatizar a expressão, o uso da vírgula é, nesse caso, obrigatório. Exemplo: Não gosto nem do pai, nem do filho, nem do cachorro, nem do gato dele. P á g i n a 65 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ QUESTÕES 1. Disponível em https://www.conradoleiloeiro.com.br/peca.asp?ID=21 85724.. “Bubi,¹ com seus poderes, você pode se transportar no tempo e nos dizer como será o futuro?” A primeira vírgula empregada no período foi necessária para A isolar o vocativo. B isolar o aposto. C separar orações coordenadas. D intercalar adjunto adverbial deslocado. 2. A importância da vacina na prevenção e na erradicação de doenças As vacinas estão há mais de 200 anos combatendo doenças infecciosas como sarampo e H1N1. Produzida pela primeira vez em 1796, a vacina é um dos principais recursos no combate a doenças infecciosas. Foi o médico britânico Edward Jenner que criou a primeira delas, contra o vírus da varíola, que hoje está erradicado graças à descoberta científica. Atualmente, existem imunizações contra vários tipos de doença, como gripe, hepatite, febre amarela, caxumba, tuberculose, sarampo, H1N1, que devem fazer parte da rotina de vacinação de todo indivíduo. Como funciona a vacina? Quando atingido por um agente infeccioso pela primeira vez, o sistema imunológico produz naturalmente anticorpos para combater o invasor. O problema é que essa produção pode não acontecer com a rapidez suficiente para prevenir a infecção, fazendo com que a pessoa fique doente. Porém, caso o organismo entre em contato com o mesmo agente após um tempo, o sistema imunológico já estará preparado para reconhecer a infecção e criar os anticorpos na velocidade necessária, garantindo certa imunidade à doença. O papel da vacina é criar essa defesa e garantir a saúde do indivíduo. Para isso, ela conta com os antígenos que causam a doença, enfraquecidos ou mortos, para estimular o sistema imunológico a produzir os anticorpos necessários. Assim, se a pessoa entrar em contato com a infecção após a vacina, o corpo estará imunizado para combater a doença sem sofrer com os sintomas. Efeitos colaterais da vacina Mesmo sendo essencial para garantir a saúde da população, a vacina pode gerar alguns efeitos adversos. Os mais comuns são dor, vermelhidão e inchaço no local em que foi aplicada a injeção. Em alguns casos, também podem ocorrer febre e mal- estar passageiro. Se a vacina for composta pelo agente infeccioso enfraquecido, algumas pessoas podem apresentar sintomas parecidos com os da doença. Contudo, isso não significa que elas estarão realmente infectadas. Sem vacina, doenças controladas podem voltar. P á g i n a 66 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ Por conta das campanhas de vacinação em todo o mundo, cada vez mais doenças infecciosas estão se tornando raras. Para garantir que essas infecções sejam realmente erradicadas, é essencial que todos continuem seguindo o Calendário Nacional de Vacinação. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece 19 vacinas para mais de 20 doenças; são mais de 300 milhões de doses para imunizar crianças, adolescentes, adultos, idosos, gestantes e indígenas. As imunizações estão disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) no Brasil. Vacinas são seguras? Por conta das eventuais reações, como febre e inchaço no local da aplicação, parte da sociedade se sente temerosa em tomar vacinas. Contudo, é importante ressaltar que o benefício da imunização é muito mais valioso do que o receio de sofrer com as possíveis reações temporárias. Além disso, antes de a vacina ser licenciada, ela precisa passar por diferentes tipos de critérios e testes, desde o início do seu desenvolvimento até a sua produção e aplicação. É por isso que a liberação de novas vacinas, como as que estão sendo testadas para conter a pandemia do novo coronavírus, levam em média 18 meses para ficarem prontas. No Brasil, as vacinas também passam pela rígida aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão vinculado ao Ministério da Saúde. Depois que é licenciada, a solução continua sendo monitorada para que especialistas possam acompanhar o surgimento de possíveis reações adversas, garantindo segurança e saúde à população. Disponível em https://summitsaude.estadao.com.br/desafios- no-brasil/a-importancia-da-vacina-na-prevencao- e-na-erradicacao-de-doencas/ Em “No Brasil, as vacinas também passam pela rígida aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão vinculado ao Ministério da Saúde”, a vírgula destacada foi empregada para A isolar o aposto. B isolar o vocativo. C separar orações coordenadas. D intercalar adjunto adverbial deslocado. 3. O uso dos dois-pontos no trecho, “(...) quando o maior segredo de beleza consta do seguinte: sinta- se num palco, mesmo que nunca tenha chegado perto de um.”, justifica-se, pois A realça a palavra ou expressão. B anuncia uma explicação. C indica a consequência do que foi enunciado. D exprime uma interrupção da fala do narrador. 4. A oração cuja pontuação está feita corretamente é: A O filho mais velho estudou Direito; já a sua irmã, Psicologia. B A lua que é o nosso satélite natural, é menor que a Terra. C Confessou-lhe tudo o que sentia; medo, solidão, frustração. D Estas vilas constituem-se, na maior parte de imigrantes pobres. E Minha esposa, modestamente preferiu abandonar aquela cidade. 5. Assinale a alternativa em que a colocação da crasee da pontuação estão corretas. A A criança, sem a presença dos pais não assiste à filmes de horror. P á g i n a 67 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ B No jantar das bodas de ouro, pedimos arroz à grega e bife a cavalo. C O sino da igreja tocaria daqui à uma hora, para iniciar a festa. D O tema que escolhemos na reunião, não interessa à ninguém. E Todos cantaram; "parabéns a você" por seu aniversário. 6. Quem quer viver para sempre? Eu já deveria estar morto. Ou a caminho de. Para alguns leitores, nunca uma frase soou tão verdadeira. Mas eu falo da história, não de afetos. Se tivesse nascido em Portugal, cem anos atrás, já haveria lápide e caixão. Dá para acreditar que, em inícios do século XX, a esperança média de vida para os homens portugueses rondasse os 35-40 anos? Hoje, andará pelos oitenta. O que significa que, com sorte e algum bom humor do Altíssimo, eu estou apenas a meio da viagem. Se juntarmos os progressos da medicina no futuro próximo, é possível que a viagem seja alargada mais um pouco. Cem anos, cento e tal. Nada mau. Um artigo recente da Nature, aliás, promete revoluções para a minha pobre carcaça. O segredo está no hipotálamo cerebral e numa proteína do dito cujo que regula o envelhecimento humano. Não entro em pormenores, até porque eu próprio não os entendo. Mas eis o negócio: se a proteína é estimulada, os ratinhos morrem mais depressa. Se a proteína é inibida, acontece o inverso. Falamos de ratos, por enquanto, o que significa que a descoberta só terá aplicação imediata entre a classe política. Mas o leitor entende onde quero chegar. E eu quero chegar à maior promessa de todas: o dia em que seremos finalmente imortais. Na história da cultura ocidental, esse dia pode estar no passado distante (ler Hesíodo, ler a Bíblia). Ou pode estar no futuro, como garantem os “trans- humanistas”. Falo de uma corrente bioética perfeitamente respeitável que se dedica a essa causa: o destino da humanidade não está em morrer aos cem. Está em viver indefinidamente depois dos cem, através dos avanços da tecnologia. Porque só a tecnologia permitirá aos homens suplantar a sua infantil condição mortal. O nosso corpo é apenas a primeira casca de todas as cascas que estarão por vir. E quem não gostaria de viver para sempre? Curiosamente, há quem não queira. O filósofo Roger Scruton, em ensaio recente, dedica um capítulo específico aos transhumanistas. O livro intitula-se The Uses of Pessimism and the Dangers of False Hope. Segundo sei, será publicado no Brasil em breve. Recomendo. Primeiro, porque é uma súmula perfeita do pensamento de Scruton, escrito com elegância habitual do autor. Mas sobretudo porque é a mais brilhante refutação do pensamento utópico, e em particular do pensamento utópico trans-humanista de autores como Ray Kurzweil ou Max More, que me lembro de ter lido. Isso se deve, em grande parte, ao fato corajoso de Scruton ter sido capaz de virar o debate do avesso e perguntar: por que motivo a doença e a morte devem ser vistas como males intoleráveis que devemos erradicar? Não será possível olhar para eles como bens necessários? Certo, certo: ninguém ama a doença e, tirando casos extremos, ninguém deseja morrer. Mas sem a doença e a morte, a vida não teria qualquer valor em si mesma. Os projetos que fazemos; as viagens com que sonhamos; os amores que temos, perdemos, procuramos; e até a descendência que deixamos – tudo isso parte da mesma premissa: o fato singelo de não termos todo o tempo do mundo. Vivemos, escolhemos, amamos – porque temos urgência em viver, escolher e amar. Se retirarmos a urgência da equação, podemos ainda viver eternamente. Mas viveremos uma eternidade de tédio em que nada tem sentido porque nada precisa ter sentido. Sem importância do efêmero, nada se torna importante. Os trans- humanistas sonham com um mundo pós- humano. É provável que esse mundo seja possível no futuro, quando a técnica suplantar a nossa casca primitiva. Mas esse mundo, até pela sua própria definição, será um filme diferente. Não será um filme para seres humanos tal como os conhecemos e reconhecemos. Viver até os cem? Agradeço. Cento e vinte também serve. Mas se me dissessem hoje mesmo que o meu P á g i n a 68 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ futuro duraria uma eternidade, eu seria o primeiro a pular da janela sem hesitar. COUTINHO, João Pereira. Vamos ao que interessa: cem crônicas da era da brutalidade. São Paulo: Três Estrelas, 2015. A vírgula no trecho “Um artigo recente da Nature, aliás, promete revoluções para a minha pobre carcaça” é empregada para isolar A a oração intercalada. B a oração reduzida de infinitivo. C o adjunto adverbial antecipado. D o elemento meramente explicativo. 7. A vírgula presente no período “...o sujeito do desempenho é mais rápido e produtivo do que o indivíduo obediente, mas o poder se transforma em uma espécie de dever” foi empregada por qual motivo? A Para separar orações coordenadas sindéticas iniciadas pelas conjunções adversativas. B Para separar um adjunto adverbial antecipado ou intercalado entre o discurso. C Para indicar a supressão de um verbo subentendido na oração. D Para separar orações coordenadas assindéticas. 8. Em “O primeiro filósofo que li, o dinamarquês Soeren Kiekeggard, um solitário que me faz companhia até hoje, observou que o início da infelicidade humana se encontra na comparação”, as vírgulas destacadas foram empregadas para A isolar o aposto. B isolar o vocativo. C isolar o adjunto adverbial deslocado. D separar orações coordenadas sindéticas. Gabarito 1.A 2.A 3.B 4.C 5.B 6.C 7.A 8.A 8. Crase A crase é um fenômeno fonético ( ̀ ) que representa a junção da preposição “a” com o artigo feminino “a”. Além disso, pode haver crase também na combinação da mesma preposição com pronomes demonstrativos que se iniciem com a letra “a”. Segue abaixo os casos particulares do emprego da crase. 1- Se o verbo da oração exigir a preposição a e, em seguida, houver um artigo e um substantivo feminino. Exemplo: Julia levou sua irmã (a + a = à) praça. (prep. + artigo + substantivo feminino) Eles desobedeceram às normas de segurança. (preposição a (exigida pelo verbo) + artigo as + subs.feminino) • OBS: Uma dica comumente usada para perceber a regência do verbo em relação ao contexto é em uma oração, se você puder substituir o substantivo feminino por um masculino e este for antecedido por “ao”, haverá crase. Exemplo: Eles desobedeceram aos pais / Eles desobedeceram às normas Julia levou sua irmã ao teatro / Julia levou sua irmã à praça P á g i n a 69 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 2- Em locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas. Locuções adverbiais: às vezes, à noite, à tarde, às claras, à meia-noite, às três horas; Locuções prepositivas: à frente de, à beira de, à exceção de; Locuções conjuntivas: à proporção que, à medida que. 3- Ao indicar horas específicas. Exemplo: A reunião ocorrerá às duas horas da tarde de sexta-feira. Horas específicas Atenção: Quando a hora aparecer de forma genérica (uso de preposição), não haverá crase. Exemplo: Passarei em sua casa a uma hora qualquer para conhecer o bebê. (Hora genérica) 4- Usa-se crase nas expressões à moda de / à maneira de.Exemplo: Prefiro comida à francesa. a expressão à moda de está implícita em à francesa Ela pinta à maneira de Picasso. 5- Antes dos substantivos casa e terra, desde que não tenham o sentido de lar e terra firme, respectivamente. Exemplo: Residência de outras pessoas Ela voltou à casa dos avós após a viagem. Ela voltou a casa após a viagem / seu próprio lar – não há crase Chegamos à terra natal de nossos antepassados. lugar específico Voltei a terra firme após um mês velejando. (não há crase) 6- Usa-se crase com pronomes demonstrativos e relativos quando vierem precedidos da preposição a. Exemplo: Ele não obedeceu àquela norma de segurança. verbo transitivo indireto pede a presença da preposição a (a + aquela = àquela) As perguntas às quais respondemos estavam difíceis. verbo transitivo indireto pede preposição a (a + as quais = as quais) QUANDO NÃO UTILIZAR A CRASE 1- Entre datas Exemplo: O evento será de 8 a 10 de outubro. 2- Antes de preposição Exemplo: Começou após as 21 horas. • OBS: Para relembrar, são preposição as palavras a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por [ou per, em algumas variações históricas e geográficas], sem, sob, sobre, trás. 3- Antes de pronomes demonstrativos (isso, esse, esta, essa) Exemplo: Eu assisti a este filme segunda-feira. 4- Antes de pronomes pessoais do caso reto e oblíquo (eu, tu, ele, nós, me, mim, comigo, ti) Exemplo: Me refiro a ela. 5- Antes de palavras no plural com o a no singular Exemplo: Na verdade, as histórias de bruxas pertenciam a fantasias infantis 6- Antes de verbo no infinito Exemplo: O prefeito se propôs a estudar melhor o assunto. 7- Entre palavras repetidas Exemplo: Dia a dia vamos fazendo nosso trabalho. 8- Pronomes de tratamento Exemplo: Estava me referindo a vossa senhoria. QUESTÕES 1. Em “...o sistema imunológico já estará preparado para reconhecer a infecção e criar os anticorpos na P á g i n a 70 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ velocidade necessária, garantindo certa imunidade à doença”, o fenômeno linguístico da crase teve de ocorrer porque A trata-se de uma locução adverbial feminina que sempre é apresentada com a contração À. B o nome “imunidade” pede a preposição A e o substantivo “doença” aceita o artigo feminino A. C o substantivo “doença” pede a preposição A e também aceita o artigo feminino A. D o verbo “garantindo” pede a preposição A e o substantivo “doença” aceita o artigo feminino A. 2. Em “A modernidade líquida é totalmente oposta à modernidade sólida...”, o fenômeno linguístico da crase teve de ocorrer porque A trata-se de uma locução adverbial feminina que sempre é apresentada com a contração À. B o substantivo “modernidade” pede a preposição A e também aceita o artigo feminino A. C o adjetivo “oposta” pede a preposição A e o substantivo “modernidade” aceita o artigo feminino A. D o advérbio “totalmente” pede a preposição A e o substantivo “modernidade” aceita o artigo feminino A. 3. Analise as sentenças a seguir: I. Ninguém se prestou à ouvir as vítimas do cancelamento. II. Chegamos a conclusão de que a cultura do cancelamento é autoritária. III. A menina, à quem ele fez alusão, após ser cancelada, pediu desculpas por suas atitudes. IV. Eles assistiram àquela cena de boicote sem nenhuma reação. Deduz-se que o emprego do sinal indicativo da crase está correto A apenas em I e II. B apenas em II e III. C apenas em III e IV. D apenas em IV. 4. De origem grega, a palavra “crase” significa mistura, fusão da preposição "a" com os artigos definidos "a" ou "as", bem como os pronomes demonstrativos "a" ou "as" e a vogal inicial dos demonstrativos "aquele", "aquela" e "aquilo". A crase é marcada com o acento agudo (`) sobre a vogal “a”. Com base nesta definição, assinale a alternativa correta. A Apesar do local ser antigo, as pessoas já tinham fogão a gás. B Para não terem dívidas, os familiares não compram à prazo. C Ao saber da aprovação no concurso, Mariana pôs-se à gritar. D No estádio, José dizia sempre: "assisti à jogos memoráveis". E Nas últimas férias, eu realizei grande sonho: visitei à Itália. 5. TEXTO I Quem quer viver para sempre? P á g i n a 71 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ Eu já deveria estar morto. Ou a caminho de. Para alguns leitores, nunca uma frase soou tão verdadeira. Mas eu falo da história, não de afetos. Se tivesse nascido em Portugal, cem anos atrás, já haveria lápide e caixão. Dá para acreditar que, em inícios do século XX, a esperança média de vida para os homens portugueses rondasse os 35-40 anos? Hoje, andará pelos oitenta. O que significa que, com sorte e algum bom humor do Altíssimo, eu estou apenas a meio da viagem. Se juntarmos os progressos da medicina no futuro próximo, é possível que a viagem seja alargada mais um pouco. Cem anos, cento e tal. Nada mau. Um artigo recente da Nature, aliás, promete revoluções para a minha pobre carcaça. O segredo está no hipotálamo cerebral e numa proteína do dito cujo que regula o envelhecimento humano. Não entro em pormenores, até porque eu próprio não os entendo. Mas eis o negócio: se a proteína é estimulada, os ratinhos morrem mais depressa. Se a proteína é inibida, acontece o inverso. Falamos de ratos, por enquanto, o que significa que a descoberta só terá aplicação imediata entre a classe política. Mas o leitor entende onde quero chegar. E eu quero chegar à maior promessa de todas: o dia em que seremos finalmente imortais. Na história da cultura ocidental, esse dia pode estar no passado distante (ler Hesíodo, ler a Bíblia). Ou pode estar no futuro, como garantem os “trans- humanistas”. Falo de uma corrente bioética perfeitamente respeitável que se dedica a essa causa: o destino da humanidade não está em morrer aos cem. Está em viver indefinidamente depois dos cem, através dos avanços da tecnologia. Porque só a tecnologia permitirá aos homens suplantar a sua infantil condição mortal. O nosso corpo é apenas a primeira casca de todas as cascas que estarão por vir. E quem não gostaria de viver para sempre? Curiosamente, há quem não queira. O filósofo Roger Scruton, em ensaio recente, dedica um capítulo específico aos transhumanistas. O livro intitula-se The Uses of Pessimism and the Dangers of False Hope. Segundo sei, será publicado no Brasil em breve. Recomendo. Primeiro, porque é uma súmula perfeita do pensamento de Scruton, escrito com elegância habitual do autor. Mas sobretudo porque é a mais brilhante refutação do pensamento utópico, e em particular do pensamento utópico trans-humanista de autores como Ray Kurzweil ou Max More, que me lembro de ter lido. Isso se deve, em grande parte, ao fato corajoso de Scruton ter sido capaz de virar o debate do avesso e perguntar: por que motivo a doença e a morte devem ser vistas como males intoleráveis que devemos erradicar? Não será possível olhar para eles como bens necessários? Certo, certo: ninguém ama a doença e, tirando casos extremos, ninguém deseja morrer. Mas sem a doença e a morte, a vida não teria qualquer valor em si mesma. Os projetos que fazemos; as viagens com que sonhamos; os amores que temos, perdemos, procuramos; e até a descendência que deixamos – tudo isso parte da mesma premissa: o fato singelo de não termos todo o tempo do mundo. Vivemos, escolhemos, amamos – porque temos urgência em viver, escolher e amar. Se retirarmos a urgência daequação, podemos ainda viver eternamente. Mas viveremos uma eternidade de tédio em que nada tem sentido porque nada precisa ter sentido. Sem importância do efêmero, nada se torna importante. Os trans- humanistas sonham com um mundo pós- humano. É provável que esse mundo seja possível no futuro, quando a técnica suplantar a nossa casca primitiva. Mas esse mundo, até pela sua própria definição, será um filme diferente. Não será um filme para seres humanos tal como os conhecemos e reconhecemos. Viver até os cem? Agradeço. Cento e vinte também serve. Mas se me dissessem hoje mesmo que o meu futuro duraria uma eternidade, eu seria o primeiro a pular da janela sem hesitar. COUTINHO, João Pereira. Vamos ao que interessa: cem crônicas da era da brutalidade. São Paulo: Três Estrelas, 2015. A respeito do trecho “E eu quero chegar à maior promessa de todas...”, a crase empregada poderá ser mantida caso o verbo em destaque seja substituído por A ensinar. B informar. C P á g i n a 72 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ obedecer. D planejar. 6. Quem quer viver para sempre? Eu já deveria estar morto. Ou a caminho de. Para alguns leitores, nunca uma frase soou tão verdadeira. Mas eu falo da história, não de afetos. Se tivesse nascido em Portugal, cem anos atrás, já haveria lápide e caixão. Dá para acreditar que, em inícios do século XX, a esperança média de vida para os homens portugueses rondasse os 35-40 anos? Hoje, andará pelos oitenta. O que significa que, com sorte e algum bom humor do Altíssimo, eu estou apenas a meio da viagem. Se juntarmos os progressos da medicina no futuro próximo, é possível que a viagem seja alargada mais um pouco. Cem anos, cento e tal. Nada mau. Um artigo recente da Nature, aliás, promete revoluções para a minha pobre carcaça. O segredo está no hipotálamo cerebral e numa proteína do dito cujo que regula o envelhecimento humano. Não entro em pormenores, até porque eu próprio não os entendo. Mas eis o negócio: se a proteína é estimulada, os ratinhos morrem mais depressa. Se a proteína é inibida, acontece o inverso. Falamos de ratos, por enquanto, o que significa que a descoberta só terá aplicação imediata entre a classe política. Mas o leitor entende onde quero chegar. E eu quero chegar à maior promessa de todas: o dia em que seremos finalmente imortais. Na história da cultura ocidental, esse dia pode estar no passado distante (ler Hesíodo, ler a Bíblia). Ou pode estar no futuro, como garantem os “trans- humanistas”. Falo de uma corrente bioética perfeitamente respeitável que se dedica a essa causa: o destino da humanidade não está em morrer aos cem. Está em viver indefinidamente depois dos cem, através dos avanços da tecnologia. Porque só a tecnologia permitirá aos homens suplantar a sua infantil condição mortal. O nosso corpo é apenas a primeira casca de todas as cascas que estarão por vir. E quem não gostaria de viver para sempre? Curiosamente, há quem não queira. O filósofo Roger Scruton, em ensaio recente, dedica um capítulo específico aos transhumanistas. O livro intitula-se The Uses of Pessimism and the Dangers of False Hope. Segundo sei, será publicado no Brasil em breve. Recomendo. Primeiro, porque é uma súmula perfeita do pensamento de Scruton, escrito com elegância habitual do autor. Mas sobretudo porque é a mais brilhante refutação do pensamento utópico, e em particular do pensamento utópico trans-humanista de autores como Ray Kurzweil ou Max More, que me lembro de ter lido. Isso se deve, em grande parte, ao fato corajoso de Scruton ter sido capaz de virar o debate do avesso e perguntar: por que motivo a doença e a morte devem ser vistas como males intoleráveis que devemos erradicar? Não será possível olhar para eles como bens necessários? Certo, certo: ninguém ama a doença e, tirando casos extremos, ninguém deseja morrer. Mas sem a doença e a morte, a vida não teria qualquer valor em si mesma. Os projetos que fazemos; as viagens com que sonhamos; os amores que temos, perdemos, procuramos; e até a descendência que deixamos – tudo isso parte da mesma premissa: o fato singelo de não termos todo o tempo do mundo. Vivemos, escolhemos, amamos – porque temos urgência em viver, escolher e amar. Se retirarmos a urgência da equação, podemos ainda viver eternamente. Mas viveremos uma eternidade de tédio em que nada tem sentido porque nada precisa ter sentido. Sem importância do efêmero, nada se torna importante. Os trans- humanistas sonham com um mundo pós- humano. É provável que esse mundo seja possível no futuro, quando a técnica suplantar a nossa casca primitiva. Mas esse mundo, até pela sua própria definição, será um filme diferente. Não será um filme para seres humanos tal como os conhecemos e reconhecemos. Viver até os cem? Agradeço. Cento e vinte também serve. Mas se me dissessem hoje mesmo que o meu futuro duraria uma eternidade, eu seria o primeiro a pular da janela sem hesitar. COUTINHO, João Pereira. Vamos ao que interessa: cem crônicas da era da brutalidade. São Paulo: Três Estrelas, 2015. No trecho “Isso se deve, em grande parte, ao fato corajoso de Scruton ter sido capaz...”, a ocorrência da crase dar-se-ia caso P á g i n a 73 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ A “ao” fosse substituído por “a”. B “fato” fosse substituído por “assistências”. C “corajoso” fosse substituído por “primordial”. D “fato corajoso” fosse substituído por “ação corajosa”. 7. Assinale a alternativa correta sobre a colocação de crase. A Os programas forneceram às famílias a assistência necessária. B Os diretores da empresa discutiam os problemas frente à frente. C A finalização da obra foi favorável à toda população da montanha. D À contragosto, a equipe de alunos entregou a relação do material. E Naquela noite, pedimos uma pizza a moda da casa para jantar. Gabarito 1.B 2.C 3.D 4.A 5.C 6.D 7.A 9. Emprego e descrição das classes de palavras. Todas as palavras da língua portuguesa podem ser colocadas em dez classes diferentes, de acordo com sua classificação gramatical. A isso damos o nome de classes de palavras. SUBSTANTIVOS Os substantivos é uma classe de palavras que é amplamente utilizada para identificar e nomear seres, visíveis ou inanimados, objetos, lugares, ações, estados, sentimentos, desejos, ideias e outras coisas presentes no universo ou no senso popular. Pode assumir diversas funções sintáticas, como núcleo do sujeito, do predicado e também dos objetos direto e indireto. Os substantivos são classificados em: 1- Substantivo comum: Qualquer ser ou espécie comum, sem particularizá-la. Ex: Açúcar, bolo, menino, lápis, caderno. 2- Substantivo próprio: Nomeiam um ser em particular como países, cidades e nomes próprios e são grafados com a letra maiúscula. Ex: Japão, Brasil, Juazeiro, Petrolina, Arnaldo, Matheus. 3- Substantivo concreto: Nomeiam seres que possuem existência própria, ou seja, não necessitam de outro ser para existir. Ex: Lápis, caneta, gato, cachorro, pedra, cadeira, venda (lugar físico). 4- Substantivo abstrato: Nomeiam ações, qualidades, estados e sentimentos, ou seja, seres que são codependentes para existir. Ex: Amor, pobreza, bravura, ensino, venda (ação de vender). 5- Substantivo simples: Possui apenas um radical, isto é, apenas um elemento formador da palavra. Ex: Exemplos: xícara, vaso, polvo, pessoa, tédio. 6- Substantivo composto: Possui mais de um radical, isto é, mais de um elemento formador da palavra.Ex: Fim de semana, couve-flor, girassol, bem-te-vi, erva-doce. 7- Substantivo primitivo: São palavras que não são derivadas de outras. Ex: Casa, pedra, jardim, dente, chuva. 8- Substantivo derivado: São palavras que são derivadas de outras. P á g i n a 74 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ Ex: Caseiro, jardinagem, pedreira, chuveiro. 9- Substantivo coletivo: São palavras que dão a ideia de plural, mesmo estando no singular. Ex: Colmeia, alcateia, cardume, multidão. ADJETIVOS Os adjetivos são palavras que designam condição ou estado provisório, ou permanente, caracterizando e particularizando os seres. Podem expressar fatos ou percepções subjetivas. Refere- se a um substantivo explícito ou subtendido numa frase, com o qual concorda em número e gênero. As locuções adjetivas são formadas por preposição mais substantivo que possuem valor de adjetivo, como nos exemplos grifados abaixo: Ex: Cavalo de guerra. Dama de casa. Possuem função sintática de adjunto adnominal na frase, tanto o adjetivo como a locução adjetiva. No caso dos adjetivos, podem ser classificados como primitivos (liso, estreito), derivados (brasileiro, louvável), simples (querido, perigoso) e composto (científico-literário). • OBS: Por mais que hora pareçam semelhantes, principalmente nas locuções adjetivas, não deve se confundir um adjetivo com um advérbio. Perceba que o adjetivo dá a ideia de qualidade e que o advérbio passa a ideia de lugar, tempo, modo, causa. Ex: Ele fala alto. (Função morfológica de adverbio) Ele é alto. (Função morfológica de adjetivo). ARTIGO Os artigos são as palavras que antecedem o substantivo, definindo-o ou o indefinindo, a depender do tipo de artigo utilizado. Possuem função sintática de adjunto adnominal em uma frase. Os artigos podem ser classificados em: 1- Artigos definidos: o, a, os, as; 2- Artigos indefinidos: um, uma, uns, umas. NUMERAL O numeral é a palavra que expressa quantidade exata de pessoas ou coisas em um local ou a sequência que eles ocupam. Possuem também a função sintática de adjunto adnominal em uma frase. Os numerais são classificados em: 1- Cardinais (indicam quantidade determinada): um, dois, três, oitenta etc.; 2- Ordinais (indicam ordem de sucessão): primeiro, terceiro, quinto etc.; 3- Multiplicativos (indicam multiplicação): dobro, triplo, quíntuplo etc.; 4- Fracionários (indicam partes iguais em que se subdivide um todo): meio, terço, doze avos etc. PRONOME Os pronomes são palavras que substituem ou acompanham outras palavras, principalmente substantivos, fazendo referencia às pessoas do discurso. Podem também referir-se às palavras, orações e frases expressas anteriormente. Os pronomes são classificados em: 1- Pronomes pessoais: São aqueles que representam a pessoa do discurso. Podem assumir a função sintática diferente, a depender do caso: 1.1- Caso reto: Função de sujeito ou predicativo do sujeito Ex: eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas; 1.2- Caso oblíquo: Função de complemento Ex: Me, mim, te, ti, contigo, comigo, se, lhe, conosco, convosco. 2- Pronomes de tratamento: São aquelas palavras utilizadas para tratar de modo cerimonioso o interlocutor. Ex: Vossa Alteza, Vossa Senhoria, Vossa Excelência etc. P á g i n a 75 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 3- Pronomes possessivos: São aqueles que indicam posse em relação às três pessoas do discurso. Ex: Meu, minha, teu, seu, nosso, vosso. 4- Pronomes Demonstrativos: São aqueles que situam pessoas ou coisa em relação as três pessoas do discurso. Essa localização pode ser no tempo, no espaço ou no próprio texto. Ex: Este, esse, aquele, aquela, aquilo, isso, isto, mesmo, próprio. • Obs: Será também pronome demonstrativo “o, a, os e as” quando forem equivalentes a aquilo, aquele, aquela, mesmo, próprio. Ex: Imagino o que ela sofreu. 5- Pronomes Indefinidos: São aqueles que fazem referências vagas, imprecisas e genéricas aos substantivos. Ex: Todo, tudo, algum, outro, nenhum, pouco, quanto, qualquer, qual, tanto, cada qual, qualquer um, seja quem for, todo aquele. 6- Pronomes Interrogativos: São os pronomes indefinidos utilizados em frases interrogativas. VERBOS 1- Regulares São os que seguem o modelo de sua conjugação. Para saber se um verbo é regular, basta conjugá-lo no presente do indicativo e no pretérito perfeito do indicativo. Se não houver mudanças no radical ou nas desinências nesses dois tempos, não haverá em nenhum outro. 2- Irregulares São aqueles cujo radical e/ou terminações se alteram, não seguindo o modelo de sua conjugação. Vejamos os verbos a seguir: Houve alteração nas desinências, na conjugação do verbo “dar”. A irregularidade pode também ocorrer no radical, como no caso do verbo “ouvir” na 1a pessoa do presente do indicativo — eu ouço: FLEXÕES VERBAIS: Dentre todas as classes gramaticais, a que mais se apresenta passível de flexões é a representada pelos verbos. Flexões estas relacionadas a: pessoa, número, tempo, modo e voz. Pessoa – Indica as três pessoas relacionadas ao discurso, representadas tanto no modo singular, quanto no plural. Número – Representa a forma pela qual o verbo se refere a essas pessoas gramaticais. Por meio dos exemplos em evidência, podemos constatar que o processo verbal se encontra devidamente flexionado, tendo em vista as pessoas do discurso (eu, tu, ele, nós, vós, eles). VOZES VERBAIS A voz verbal caracteriza a ação expressa pelo verbo em relação ao sujeito, classificada em: Voz ativa – o sujeito é o agente da ação verbal. Os professores aplicaram as provas. Voz passiva – o sujeito sofre a ação expressa pelo verbo. As provas foram aplicadas pelos professores. Voz passiva analítica Constitui-se da locução verbal formada pelo verbo auxiliar + verbo principal no particípio. Os auxiliares empregados são SER ou IR. P á g i n a 76 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ A fruta foi comida pelo macaco. A rosa será colhida por Maria. O santo ia carregado pelos fiéis. O trio iria seguido pela multidão. Curiosidade: Na voz passiva analítica, aquele que pratica a ação é chamado AGENTE DA PASSIVA (no caso dos exemplos acima, temos, então, pelo macaco, pela Maria, pelos fiéis e pela multidão como agentes da passiva). Voz passiva sintética Constitui-se do verbo principal na 3a pessoa (singular ou plural concordando com o sujeito) + partícula apassivadora SE. Comeu-se a banana. Comeram-se as bananas. Colheu-se a rosa. Colheram-se as rosas. Curiosidade: a) Neste tipo de voz passiva, não aparece o agente da passiva. b) O SE também pode ser chamado de pronome apassivador. Voz reflexiva – o sujeito, de forma simultânea, pratica e recebe a ação verbal. O garoto feriu-se com o instrumento. Voz reflexiva recíproca – representa uma ação mútua entre os elementos expressos pelo sujeito. Os formandos cumprimentaram-se respeitosamente. Curiosidade: Quando o sujeito é plural, temos a voz reflexiva recíproca: As meninas pentearam-se. Âni e Ina cortaram-se com a faca. LOCUÇÃO VERBAL É a união de um verbo auxiliar com um verbo em forma nominal (infinitivo, gerúndio ou particípio). A função do verbo auxiliar é expandir a significação do principal. Ex:Preciso sair agora. — Preciso é verbo auxiliar, sair é verboprincipal. Estou cantando bem? — estou é verbo auxiliar, cantando é verbo principal. Tenho falado muito! — tenho é verbo auxiliar, falado é verbo principal. Nas locuções verbais, o verbo auxiliar está sempre conjugado, e o verbo principal (aquele que dá sentido à locução) deve ficar no infinitivo (-r), gerúndio (-ndo) ou particípio (-do/?): ■ infinitivo: Eu vou falar. ■ gerúndio: Eu estou falando. ■ particípio: Eu tenho falado. Curiosidades: 1. A locução formada de infinitivo pode ter preposição entre o auxiliar e o principal: O bebê começou a falar hoje. João está para chegar. 2. Nas locuções verbais formadas de particípio, devemos optar pelo regular ou irregular, de acordo com a seguinte regra: a) Com auxiliares TER ou HAVER: usamos o particípio regular (-do): Eu tenho pagado minhas contas em dia. Ele havia acendido a vela. b) Com outros auxiliares: usamos o particípio irregular: A conta foi paga. A vela está acesa. 3. Quando o particípio possui uma única forma, não temos por que optar: fazer — feito: Eu tenho feito o trabalho sozinho. O trabalho foi feito por mim. vender — vendido: Eu tenho vendido muitas roupas. Estas roupas já foram vendidas. VERBOS UNIPESSOAIS São aqueles que aparecem apenas na 3ª pessoa do singular ou do plural. a) verbos que exprimem as vozes dos animais: latir (late, latem), miar (mia, miam) etc. b) outros verbos que expressam ideias que não se atribuem a seres humanos: soar (soava, soavam), acontecer (aconteceu, aconteceram) etc. ADVÉRBIO Advérbio é a palavra que indica as circunstâncias em que se dá a ação verbal. Etimologicamente, a palavra advérbio significa “termo que acompanha o verbo”, pode P á g i n a 77 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ acompanhar também o substantivo e o adjetivo. Estas palavras ou locuções, que é quando duas ou mais palavras possuírem o valor de um advérbio, vão assumir a função sintática de adjunto adverbial e são classificados em advérbios: 1- De afirmação: certamente, efetivamente, deveras, com certeza etc.; 2- De dúvida: acaso, talvez, possivelmente, provavelmente etc.; 3- De intensidade: pouco, muito, bastante, menos, demais, excessivamente, demasiadamente, completamente etc.; 4- De lugar: lá, aqui, ali, longe, abaixo, perto, acima, além, adiante, junto, ao lado etc.; 5- De tempo: hoje, amanhã, agora, ontem, tarde, cedo, sempre, jamais, nunca etc.; 6- De modo: depressa, bem, mal, assim, devagar, à vontade, às escondidas, devagar etc.; 7- De negação: tampouco, não, absolutamente, de forma alguma, de modo algum etc. PREPOSIÇÃO A preposição é a palavra que liga duas outras palavras, de forma que o sentido da primeira é o complemento da segunda. As preposições podem ser classificadas em: 1- Essenciais: As essenciais são as que exercem a função de preposição. São essas: a, ante, até, após, com, contra, de, desde, em entre, para, por, perante, sem, sob, sobre. Ex: O vento sopra sobre a Vila. Aguardo com alegria sua chegada. 2- Acidentais: são as palavras que além de exercerem a função de preposição também podem ter outras funções morfológicas. As principais: exceto, consoante, durante, mediante, afora, fora, segundo, tirante, visto, senão. Ex: O ministro agiu segundo as orientações do presidente. Ou você me obedece senão vai ficar de castigo. CONJUNÇÃO Conjunção é a palavra ou expressão (loc. Conjuntivas) que relaciona duas orações ou dois termos de mesmo valor sintático em uma frase. As conjunções podem ser: 1- Coordenadas: Ligam palavras ou orações de mesmo valor sintático, sendo estas orações independente sintaticamente uma da outra. As conjunções sintáticas coordenadas caracterizam as orações coordenadas sindéticas, podendo ser elas: 1.1- Aditivas: Ideia de soma, adição. Ex: Ela gosta de andar e jogar bola. 1.2- Adversativas: Ideia de oposição, contraste. Ex: Ela foi ao médico mas não foi atendida. 1.3- Alternativas: Dão a ideia de alternância. Ex: Ou você vai ou vai apanhar. 1.4- Conclusivas: Ideia de conclusão a uma ideia que foi passada anteriormente. Ex: Fui muito bem nas provas logo devo passar de ano. 1.5- Explicativas: Idea de explicação. Ex: Eu fiz isto pois estava exausto. 2- Subordinadas: Inserem uma oração na outra, estabelecendo entre elas uma relação de dependência sintática. Essas conjunções ligam uma oração principal a uma oração dependente através de uma conjunção subordinada adverbial que pode ser: 2.1- Causal: Indica cauda, motivo, ou razão do efeito expresso na oração principal. Ex: Foi bem no vestibular porque estudou bastante. P á g i n a 78 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 2.2- Comparativas: Indica ideia de comparação entre as orações. Ex: Maria é tão inteligente quanto Ana. 2.3- Concessivas: Indica ideia de concessão. Ex: Ele não concordará com isso por mais que você insista. 2.4- Condicionais: Indica ideia de condição para que aconteça algo expresso na oração principal. Ex: Iria ao teatro se tivesse companhia. 2.5- Conformativas: Indica ideia de conformidade em relação a uma ideia expressa na oração principal. Ex: Fizemos a pesquisa conforme as orientações passadas. 2.6- Consecutivas: Indica uma consequência. Ex: Trabalhei tanto que estou morto. 2.7- Finais: Indica ideia de finalidade. Ex: Cheguei mais cedo a fim de que possamos preparar o material da aula. 2.8- Proporcionais: Indicam ideia de proporção. Ex: O medo cresce à medida que crescemos. 2.9- Temporais: Indica a ideia de momento que ocorre algum fato descrito na oração principal. Ex: O filho arrumava a mesa enquanto a mãe preparava a comida. INTERJEIÇÃO É a palavra que expressa emoções, apenas, sentimentos, sensações, estado de espírito a fim de provocar reações no interlocutor. As interjeições podem ser classificadas como as que expressam: 1- Alívio: Ufa! 2- Alegria: Oh! Oba! Aleluia! 3- Dor: Ai! 4- Desejo: Tomara! 5- Advertência: Cuidado! Atenção! 6- Agradecimento: Obrigado! 7- Aplauso: Muito bem! QUESTÕES 1. O termo agridoce é formado por A derivação prefixal. B derivação sufixal. C derivação imprópria. D composição por justaposição. E composição por aglutinação. 2. “O envelhecimento da população brasileira é um fenômeno recente...”. O vocábulo “envelhecimento” é um substantivo derivado que foi formado por meio de um processo conhecido como A derivação sufixal. B derivação prefixal. C derivação pré-sufixal. D derivação parassintética. 3. Assinale a alternativa que apresenta palavra com derivação parassintética. A alegremente B refazer C antebraço D desalmado 4. O rato, na tirinha acima, utiliza uma estratégia para adquirir comida, produzindo as palavras “Piu! P á g i n a 79 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ Piu!”. Esse recurso linguístico é conhecido no processo de formação de palavras como A hibridismo. B neologismo. C onomatopeia. D composição. 5. Os pontos positivos e negativos das redes sociais Jornal do Brasil Nos dias atuais, as diversas opções de sites de relacionamentos ocupam uma parte significativa do tempo das pessoas, principalmente dos mais jovens. Twitter, Facebook, Youtube, Google+ e Instagram são algumas das principais e também mais utilizadasno Brasil. Com elas é possível falar com uma pessoa no Japão e outra na Bahia, simultaneamente; compartilhar o que se está fazendo por meio de vídeos, fotos ou textos, em tempo real e tudo isso com interação total com os amigos. Ou seja, são ótimas ferramentas de comunicação e de entretenimento, agilizam e facilitam a nossa comunicação diária. Entretanto, na mesma proporção que têm pontos positivos, contam também com negativos, como, por exemplo, a sensação de solidão ou a dificuldade de superar a timidez. O usuário deve ter em mente que não é ele que está a serviço das redes sociais, são elas que devem trabalhar a seu favor, para facilitar e agilizar a sua vida. O uso indiscriminado, sem se preocupar com os vícios de comportamento que elas podem oferecer é prejudicial. Entender o que esses sites têm a oferecer de positivo e quais são os aspectos negativos é o primeiro passo para estabelecer o seu uso saudável. "É importante avaliar quais são os reais benefícios que elas oferecem. Até que ponto fazem bem? Dou muita importância para o que eu vejo e faço no ambiente virtual? Estou feliz com os relacionamentos que tenho em rede? Perguntas como essas provocam questionamentos internos importantes acerca de como a pessoa se relaciona nestes sites e quais são seus sentimentos em relação a sua vida em rede", argumenta a psicoterapeuta Maura de Albanesi. A possibilidade de compartilhar aquilo que se vive, em tempo real, é um dos chamarizes da internet, mais especificamente dos sites de relacionamento. Ao relacionar-se em rede, o usuário tem ao seu dispor inúmeras possibilidades, como a troca de experiência, o compartilhamento de informações, além da comunicação ágil e direta. Por outro lado, pode causar nas pessoas uma certa obrigatoriedade de ser feliz, já que existe uma espetacularização da felicidade. "O indivíduo não está num dia bom, está triste, abre o seu perfil e se depara com uma série de imagens, textos em que seus seguidores desfrutam e descrevem momentos felizes. Cria-se aí um cenário onde a sensação que se tem é da obrigação de ser feliz, como se naquele espaço, o virtual, não houvesse outra opção a não ser a de estar sempre bem", explica a psicoterapeuta.7 http://www.jb.com.br/ciencia-e- tecnologia/noticias/2015/07/22/os- pontospositivos- e-negativos-das-redes-sociais/. As palavras “felicidade e espetacularização” são derivadas e foram formadas pelo acréscimo de um elemento conhecido por: A Prefixo. B Sufixo. C Prefixo e sufixo. D Vogal temática. E Desinência de número. 6. Utilização da água de chuva Atualmente, grande parte da água da chuva vai parar na rede de esgoto das cidades, gerando um grande desperdício deste recurso. Esta água, se captada, pode ser utilizada para diversas finalidades. Já existem alguns prédios com estrutura capaz de fazer a captação e armazenagem deste tipo de água. Ela é usada nos processos de limpeza do prédio, resultando numa P á g i n a 80 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ importante economia para o condomínio, pois gera uma redução na conta de água. (com adaptação) (http://www.suapesquisa.com/ecologiasaude/reus o_agua.htm) A palavra “atualmente” é formada por: A Prefixação. B Justaposição. C Sufixação. D Aglutinação. 7. Substantivos coletivos são palavras que, escritas no singular, indicam um conjunto ou um agrupamento de coisas e de seres da mesma espécie, transmitindo assim uma noção de multiplicidade. Tendo isso em mente, é correto afirmar que uma cáfila é o substantivo coletivo de A insetos. B macacos. C camelos. D borboletas. E ovelhas. 8. O livro de cabeceira de Alexandre Alexandre da Macedônia é chamado de Grande porque conseguiu unificar as orgulhosas cidades- estados gregas, conquistar todos os reinos entre a Grécia e o Egito, derrotar o poderoso exército persa e criar um império que se estendeu até a Índia – em menos de treze anos. Pergunta-se desde então como um governante de um reino grego menor foi capaz de realizar essa façanha. Mas sempre houve uma segunda pergunta, mais atraente para mim: antes de mais nada, por que Alexandre quis conquistar a Ásia? Ao pensar sobre essa questão, acabei por me concentrar em três objetos que Alexandre levava consigo em suas campanhas militares e que punha embaixo de seu travesseiro todas as noites, três objetos que resumiam o modo como ele via sua campanha. O primeiro era um punhal. Ao lado dessa arma, Alexandre guardava uma caixa. E dentro da caixa estava o mais precioso dos três objetos: uma cópia de seu texto favorito, a Ilíada. Como ele escolheu esses três objetos, e o que significavam para ele? Alexandre dormia sobre um punhal porque queria escapar ao destino de ser assassinado como seu pai. A caixa ele a tomara de Dario, seu adversário persa(b). E a Ilíada, ele a levou para a Ásia(d) porque era a história através da qual via sua campanha e sua vida, um texto fundamental que se assenhorou da mente de um príncipe que viria a conquistar grande parte do mundo então conhecido(a). A epopeia de Homero já era um texto fundamental para os gregos havia muitas gerações. Para Alexandre, adquirira a importância de um texto quase sagrado(c), e é por isso que sempre o levava consigo em sua campanha. É o que fazem os textos, sobretudo os fundamentais: eles alteram a maneira como vemos o mundo e também atuamos nele. Esse era decerto o caso de Alexandre. Ele foi induzido não só a ler e estudar esse texto, mas também a reencená-lo. Alexandre, o leitor, se pôs dentro da narrativa, vendo sua própria vida e sua trajetória à luz do Aquiles de Homero. Alexandre, o Grande, é bem conhecido por ser um rei extraordinário. Acontece que era também um leitor extraordinário. PUCHNER, Martin. O mundo da escrita: como a literatura transformou a civilização. 1ª ed. – São Paulo: Companhia das Letras, 2019. O fragmento do texto em que o vocábulo em destaque foi substantivado é: A “de um príncipe que viria a conquistar grande parte do mundo então conhecido. B “A caixa ele a tomara de Dario, seu adversário persa”. P á g i n a 81 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ C “...adquirira a importância de um texto quase sagrado...” D “E a Ilíada, ele a levou para a Ásia...” 9. TEXTO I Vacina da gripe: o que muda em 2020 Com a ameaça do coronavírus, a campanha de vacinação da gripe foi antecipada. Saiba quem pode tomar o imunizante contra o influenza na rede pública Por André Biernath Em sua 21ª temporada, a Campanha Nacional de Vacinação Contra a Gripe segue mais forte do que nunca. Só para 2020, o Ministério da Saúde encomendou ao Instituto Butantan, órgão responsável por fabricar as vacinas, mais de 75 milhões de doses. A meta é proteger ao menos 67 milhões de brasileiros. A estratégia, aliás, teve que ser revista de última hora: com a confirmação dos primeiros casos de infecção pelo novo coronavírus no Brasil, o governo antecipou a campanha em quase um mês. Antes, a proposta era iniciar os trabalhos na segunda quinzena de abril. Agora, as primeiras doses estarão disponíveis para o público-alvo a partir do dia 23 de março. “Antecipamos a campanha porque a vacina deixa o sistema imunológico 80% protegido contra cepas do vírus influenza, milhares de vezes mais comuns que o coronavírus”, justificou, em entrevista coletiva, o ministro da saúde Luiz Henrique Mandetta. “Se a pessoa avisa que foi vacinada [contra a gripe], isso auxilia no raciocínio do profissional de saúde, do médico pensar em outros víruspor trás de uma doença”, completou. Que fique claro: não é que a vacina da gripe diminui o risco de contágio por coronavírus. Mas, ao proteger a população mais vulnerável, a injeção evita que o influenza sobrecarregue o sistema respiratório. E se sabe que o coronavírus tende a provocar complicações entre quem está enfraquecido por uma doença ou carrega outros agentes infecciosos no corpo. A vacinação ainda desafoga os pronto-socorros e hospitais do sistema público e privado, que vão ter menos pacientes com gripe e mais espaço para um eventual surto de Covid-19 (o nome da doença provocada pelo novo coronavírus). A médica Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), vê com bons olhos a decisão do Ministério da Saúde. “A antecipação é super bem-vinda. Março é a melhor época para começar a campanha, pois o vírus da gripe já circula entre nós. Quanto antes vacinarmos, mais a população estará preparada para enfrentá-lo”, acredita. (...) Disponível em: https://saude.abril.com.br/medicina/vacina-gripe- 2020/ . Acesso em 06/03/2020. Na frase “Antecipamos a campanha porque a vacina deixa o sistema imunológico 80% protegido contra cepas do vírus influenza, milhares de vezes mais comuns que o coronavírus”, citada no TEXTO I, encontramos A 4 substantivos. B 9 substantivos. C 7 substantivos. D 11 substantivos. 10. Temos o plural “menores aprendizes”. As alternativas a seguir seguem corretamente as regras de plural de substantivos compostos, exceto A guardas civis. B abaixos- assinados. C quartas-feiras. D primeiras-damas. 11. P á g i n a 82 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ http://3.bp.blogspot.com/-g- hHaAyDp8o/UD4hsNSm4GI/AAAAAAAAAdQ/Y8j1h A4FDsQ/s1600/aquecimento+global+9.jpg] O termo “próximo” pode ser utilizado em língua portuguesa em várias classes de palavras diferentes. No caso do texto, esta palavra foi utilizada como: A Adjetivo B Advérbio C Substantivo D Conjunção 12. Disponível em https://br.pinterest.com/pin/304274518572701992/. Em “Quando eu era criança tinha medo do escuro...”, os verbos destacados estão conjugados em que tempo e modo verbais? A pretérito imperfeito do modo indicativo. B pretérito perfeito do modo indicativo. C pretérito imperfeito do modo subjuntivo. D pretérito mais-que-perfeito do modo indicativo. 13. Assinale a alternativa em que o verbo pode ser conjugado no singular ou no plural sem prejuízo para a norma culta. A Vendem-se livros usados. B Havia muitas pessoas na reunião. C As Filipinas foram uma colônia espanhola. D Filmes, livros, conversas, nada o animava. E A multidão de fanáticos torcedores comemorou o gol. 14. Assinale a alternativa na qual os verbos em destaque estão conjugados, respectivamente, no pretérito imperfeito do subjuntivo e no futuro do pretérito do indicativo. A Para uma pessoa obter bitcoins, ela fará uma transação comercial. B Um investidor ficara feliz, pois obtivera muitos bitcoins na transação. C Se obtivesse muitos bitcoins, deveria imediatamente vendêlos. D Obtidos os bitcoins que sejam suficientes, deveria compra r mais logo em seguida. E P á g i n a 83 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ Quando obtiver mais capital, imediatamente comprará mais criptomoedas. 15. Disponível em https://br.pinterest.com/pin/37365810031070 7621/. Acesso em 30/06/2020. No período “Que história é essa de ficar sentado esperando alguma coisa da vida?”, há a presença de pronomes que podem ser classificados, respectivamente, como A interrogativo – demonstrativo – indefinido. B relativo – indefinido – demonstrativo. C interrogativo – possessivo – demonstrativo. D relativo – demonstrativo – indefinido. 16. Analisando os pronomes destacados nos trechos, está CORRETA a alternativa: I- Eu faço o máximo para limpá- la. II- ... essa é uma tarefa inútil. III- ... sua gravata também dá sinais de gasto... A Os pronomes de II e III apresentam a mesma classificação. B Em I, tem-se um pronome pessoal oblíquo átono. C Em II, o pronome classifica-se como indefinido. D Em III, o pronome emprega-se como demonstrativo. 17. Disponível em: revistaencontro.com.br/canal/ encontro-indica/2015/03/conhecao- ilustrador- que-da-vida-a-armandinho-que-e-sucesso-no- facebo.html. Acesso em 04 de fev. 2021. 13. Em “Acho que estou meio ansioso...”, o termo em destaque é classificado como A adjetivo. B advérbio. C conjunção. D numeral. 18. O Tempo P á g i n a 84 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ Rubem Alves Há duas formas de marcar o tempo. Uma delas foi inventada por homens que amam a precisão dos números, matemáticos, astrônomos, cientistas, técnicos. Para marcar o tempo de forma precisa, eles fabricaram ampulhetas, relógios, cronômetros, calendários. Nesses artefatos técnicos, todos os pedaços do tempo – segundos, minutos, dias, anos – são feitos de uma mesma substância: números, entidades matemáticas. Não há inícios nem fins, apenas a indiferente sucessão de momentos, que nada dizem sobre alegrias e sofrimentos. Apenas um bolso vazio. Nele, a alma não encontra morada. Nas Olimpíadas, a performance dos corredores e nadadores é medida até os centésimos. Fico a me perguntar: “Como é que conseguem? Que diferença faz?”. A outra foi inventada por homens que sabem que a vida não pode ser medida com calendários e relógios. A vida só pode ser marcada com a vida. Os amantes do Cântico dos Cânticos marcavam o tempo do amor pelos frutos maduros que pendiam das árvores. Quando as folhas dos plátanos ficam amarelas sabemos que o outono chegou. Os ipês- rosas e amarelos anunciam o inverno. Qual a magia que informa os ipês, todos eles, em lugares muito diferentes, que é hora de perder as folhas e florescer? E sem misturar as cores. Primeiro os rosas, depois os amarelos e, finalmente, os brancos. Sugeri que algum compositor compusesse uma sinfonia ou uma brincadeira musical em três movimentos. Primeiro movimento, “Ipê-rosa”, andante tranquilo, em que os violoncelos cantam a paz e a segurança. Segundo movimento, “Ipê- amarelo”, rondo vivace, em que os metais, cores parecidas com a dos ipês, fazem soar a exuberância da vida. Terceiro movimento, “Ipê-branco”, moderato, em que o veludo dos oboés canta a mansidão. Seria bom se nós, como os ipês, nos abríssemos para o amor no inverno. A precisão dos números marca o tempo das máquinas e do dinheiro. O tempo do amor se marca com o corpo. Um calendário é coisa precisa: anos, meses, dias, horas, que são marcados com números. Esses números medem o tempo. Mas os pedaços de tempo são bolsos vazios: nada há dentro deles. O bolso vazio do tempo se torna parte do nosso corpo quando o enchemos com vida. Aí o tempo não mais pode ser representado por números. O tempo aparece como um fruto que vai sendo comido: é belo, é colorido, é perfumado. E, à medida que vai sendo comido, vai acabando. Vem a tristeza. O tempo da vida se marca por alegrias e tristezas. Há inícios e há fins. Tempus fugit; o tempo foge. Portanto, carpe diem: colha o dia como um fruto que amanhã estará podre. Viver ao ritmo de alegrias e tristezas é ser sábio. “Sapio”, no latim, quer dizer, “eu saboreio”. O sábio é um degustador da vida. A vidanão é para ser medida. Ela é para ser saboreada. Um texto bíblico diz: “Ensina-nos a contar os nossos dias de tal maneira que alcancemos um coração sábio”. Acho que Jesus sorriria se eu acrescentasse ao “Pai-Nosso” outra súplica: “A fruta nossa de cada dia dá-nos hoje…”. Caqui, pitanga, morango à beira do abismo, melancia… Heráclito foi um filósofo grego fascinado pelo tempo. Contemplava o rio e via que tudo é rio. Percebeu que não é possível entrar duas vezes no mesmo rio; na segunda vez, as águas serão outras, o primeiro rio já não existirá. Tudo é água que flui: as montanhas, as casas, as pedras, as árvores, os animais, os filhos, o corpo… Assim é tudo, assim é a vida: tempo que flui sem parar. Daquilo que ele supostamente escreveu, restam apenas fragmentos enigmáticos. Dentre eles, um me encanta: “Tempo é criança brincando, jogando; da criança o reinado”. Para nós, o tempo é um velho, cada vez mais velho, sobre quem se acumulam os anos que passam e de quem a vida foge. Heráclito, ao contrário, diz que o tempo é criança, início permanente, movimento circular, o fim que volta sempre ao início, fonte de juventude eterna, possibilidade de novo começos. Tempo é criança? O que o filósofo queria dizer exatamente eu não sei. Mas sei que as crianças P á g i n a 85 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ odeiam Chronos, o deus dos cronômetros, dos segundos, dos centésimos de segundos O relógio é o tempo do dever: corpo engaiolado. Disponível em https://www.revistaecosdapaz.com/o-tempo- uma-cronica-encantadora-de-rubem-alves/. A coesão é importante para interligar as ideias em um texto. Sem ela, não é possivel estabelecer o sentido desejado. Em “E, à medida que vai sendo comido, vai acabando”, a conjunção destacada está estabelecendo ideia de A consequência. B comparação. C proporção. D conclusão. 19. Na passagem “A numeração de Maria Rita não é 36, mas vestiu aquele macacão branco como se fosse”, o termo em destaque pode ser substituído, sem prejuízo de sentido, por A conquanto. B por isso. C porquanto. D todavia. Gabarito 1.E 2.D 3.D 4.C 5.B 6.C 7.C 8.C 9.B 10.B 11.A 12.A 13.E 14.C 15.A 16.B 17.B 18.C 19.A 10. Sintaxe da oração e do período. FRASE A frase pode ser definida por seu propósito comunicativo. Isso significa que Frase é todo enunciado capaz de transmitir, de traduzir sentidos completos em um contexto de comunicação, de interação verbal. Observe algumas características das frases: 1- O início e o final da frase são marcados, na escrita, por pontuação específica (. ! ? …); 2- Na fala, o início e o final da frase são marcados por uma entoação característica. Não se esqueça de que a entoação é a forma como os falantes associam o contorno da expressividade, como é visto na frase interrogativa ou declarativa; 3- Podem ser elaboradas por uma única ou por várias palavras; 4- Podem apresentar um verbo ou não; 5- Na escrita, os limites da frase são indicados pela letra inicial maiúscula e pelo sinal de pontuação (. ! ? …). Tipos de Frases 1- Frases interrogativas: Entonação de pergunta. Geralmente, é finalizada com ponto de interrogação (?). Exemplo: Que dia você volta? 2- Frases exclamativas: Entonação expressiva, reação mais exaltada. Geralmente, finalizada com ponto de exclamação ou reticências (! …). P á g i n a 86 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ Exemplo: Que horror! 3- Frases declarativas: Não são marcadas pela entonação expressiva ou intencional. Geralmente apresentam declarações afirmativas ou negativas e são finalizadas com o ponto final (.). Exemplo: Amanhã não poderei levantar. 4- Frases imperativas: Enunciado que traz um verbo no modo imperativo. Geralmente sugere uma ordem e é finalizado pelos pontos de exclamação e final (! .). Exemplo: Fale mais baixo! ORAÇÃO A oração é uma unidade sintática. Trata-se de um enunciado linguístico cuja estrutura caracteriza-se, obrigatoriamente, pela presença de um verbo. Na verdade, a oração é caracterizada, sintaticamente, pela presença de um predicado, o qual é introduzido na língua portuguesa pela presença de um verbo. Geralmente, a oração apresenta um sujeito, termos essenciais, integrantes ou acessórios. PERÍODO O período é uma unidade sintática. Trata- se de um enunciado construído por uma ou mais orações e possui sentido completo. Na fala, o início e o final do período são marcados pela entonação e, na escrita, são marcados pela letra maiúscula inicial e a pontuação específica que delimita sua extensão. Os períodos podem ser simples ou compostos. Vejamos cada um deles: PERÍODO SIMPLES Os períodos simples são aqueles constituídos por uma oração, ou seja, um enunciado com apenas um verbo e sentido completo. Exemplo: Os dias de verão são muito longos! (verbo ser) PERÍODO COMPOSTO Os períodos compostos são aqueles constituídos por mais de uma oração, ou seja, dois ou mais verbos. Exemplo: Mariana me ligou para dizer que não virá mais tarde. (Período composto por três orações: verbos ligar, dizer e vir.) O período composto pode ser composto por coordenação ou subordinação. ORAÇÕES COORDENADAS Os períodos compostos por coordenação são formados por orações independentes. Apesar de estarem unidas por conjunções ou vírgulas, as orações coordenadas podem ser entendidas individualmente porque apresentam sentidos completos. COORDENADAS ASSINDÉTICAS São orações coordenadas entre si e que não são ligadas através de nenhum conectivo. Estão apenas justapostas. COORDENADAS SINDÉTICAS Ao contrário da anterior, são orações coordenadas entre si, mas que são ligadas através de uma conjunção coordenativa. Esse caráter vai trazer para esse tipo de oração uma classificação. As orações coordenadas sindéticas são classificadas em cinco tipos: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas. 1- ORAÇÕES COORDENADAS SINDÉTICAS ADITIVAS: Apresentam ideias de soma, suas principais conjunções são: e, nem, não só... mas também, não só... como, assim... como. Não só cantei como também dancei. Nem comprei o protetor solar, nem fui à praia. Comprei o protetor solar e fui à praia. 2- ORAÇÕES COORDENADAS SINDÉTICAS ADVERSATIVAS: Apresentam ideias opostas, suas principais conjunções são: mas, contudo, todavia, entretanto, porém, no entanto, ainda, assim, senão. Fiquei muito cansada, contudo, me diverti bastante. Ainda que a noite acabasse, nós continuaríamos dançando. Não comprei o protetor solar, mas mesmo assim fui à praia. P á g i n a 87 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 3- ORAÇÕES COORDENADAS SINDÉTICAS ALTERNATIVAS: Apresentam ideias de escolha, suas principais conjunções são: ou... ou; ora...ora; quer...quer; seja...seja. Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador. Ora sei que carreira seguir, ora penso em várias carreiras diferentes. Quer eu durma quer eu fique acordado, ficarei no quarto. 4- ORAÇÕES COORDENADAS SINDÉTICAS CONCLUSIVAS: Apresentam ideias de conclusão em relação a oração anterior, suas principais conjunções são: logo, portanto, por fim, por conseguinte, consequentemente, pois (posposto ao verbo) Passei no vestibular, portanto irei comemorar. Conclui o meu projeto, logo posso descansar. Tomou muito sol, consequentemente ficou adoentada.A situação é delicada; devemos, pois, agir. 5- ORAÇÕES COORDENADAS SINDÉTICAS EXPLICATIVAS: Apresentam ideia de explicação em relação ao fato expresso na oração anterior, suas principais conjunções são: isto é, ou seja, a saber, na verdade, pois (anteposto ao verbo). Só passei na prova porque me esforcei por muito tempo. Não fui à praia, pois queria descansar durante o Domingo. ORAÇÕES SUBORDINADAS Os períodos compostos por subordinação são formados por orações dependentes uma da outra. Como as orações subordinadas apresentam sentidos incompletos, não podem ser entendidas de forma separada. Conforme a função sintática que desempenham, as orações subordinadas são classificadas em substantivas, adjetivas ou adverbiais. ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA 1- SUBJETIVA (O.S.S.S.): exercem função de sujeito do verbo da oração principal. É provável que ele chegue ainda hoje. Oração principal O.s.s.subjetiva Objetiva Direta (O.S.S.O.D.): exercem função de objeto direto (não possui preposição). Desejo que todos venham. Oração principal O.s.s. objetiva direta OBJETIVA INDIRETA (O.S.S.O.I.): exercem função de objeto indireto (possui preposição obrigatória, que vem depois de um VERBO). Necessitamos de que todos nos ajudem. Oração principal o.s.s.objetiva indireta PREDICATIVAS (O.S.S.P.): exercem função de predicativo a principal sempre terá verbo de ligação. Meu desejo era que me dessem uma camisa. Oração principal o.s.s.predicativa COMPLETIVAS NOMINAIS (O.S.S.C.N.): exercem função de complemento nominal de um nome da oração principal. Tenho esperança de que ela ainda volte. Oração principal o.s.s. completiva nominal APOSITIVAS (O.S.S.A.): todas as apositivas têm dois pontos (:)ou ponto e virgula (;) no meio da oração. Exercem função de aposto. Desejo-te uma coisa: que sejas muito feliz. Oração principal o.s.s. apositiva Todas as orações subordinadas substantivas podem ser trocadas pelas palavras: isso, disso ou nisso. Veja os exemplos: P á g i n a 88 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ Precisamos de que venha para a aula. = Precisamos disso. (Disso: completiva nominal ou objetiva indireta) Quero que venha para a guerra. = Quero isso. (Isso: subjetiva, objetiva direta, predicativa) Fiquei pensando que valia a pena. = Fiquei pensando nisso. (Nisso: completiva nominal ou objetiva indireta). ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL Uma oração é considerada subordinada adverbial quando se encaixa na oração principal, funcionando como adjunto adverbial. São introduzidas pelas conjunções subordinativas e classificadas de acordo com as circunstâncias que exprimem. Podem ser: causais, comparativas, concessivas, condicionais, conformativas, consecutivas, finais, proporcionais, temporais, locativas e modais. 1- CAUSAL- indica a causa da consequência expressa na oração principal. Ex.: Todos se opuseram a ele, porque não concordavam com suas ideias A cidade foi alagada porque o rio transbordou 2- CONDICIONAL- indica a condição para que a ação da oração principal aconteça. Ex.: Se houvesse opiniões contrárias, o acordo seria desfeito Caso você não estude, ficará muito ansioso para a prova 3- TEMPORAL- marca o momento em que a ação da oração principal acontece. Ex.: Priscila chegou em casa quando amanheceu Eu me sinto segura assim que fecho a porta da minha casa 4- PROPORCIONAL - indica ações que acontecem proporcionalmente a algo expresso na oração principal. Ex.: Quanto mais você fumar, mais grave ficará sua doença Quanto menos trabalho, menos vontade tenho de trabalhar 5- FINAL - indica a finalidade da ação expressa na oração principal. Ex.: O pai sempre trabalhou para que os filhos estudassem Sentei-me na primeira fila, a fim de que pudesse ouvir melhor 6- CONFORMATIVA - indica que a ação da oração principal ocorre em conformidade com aquilo ali expresso. Ex.: Os jogadores procederam segundo o técnico lhes ordenara Como eu havia te falado, a prova não estava fácil. 7- CONSECUTIVA - indica a consequência da ação (causa) expressa na oração principal. Ex.: Suas dívidas eram tantas que vivia nervoso. Comecei o dia tão mal que não consegui me concentrar no trabalho. 8- CONCESSIVA - indica uma concessão (concede uma ideia oposta daquela expressa na oração principal). Ex.: Embora a prova estivesse fácil, demorei bastante para terminar. Mesmo tendo sido cuidadosamente planejado, ocorreram vários imprevistos. 9- COMPARATIVA - estabelece comparação entre as duas orações (para evitar a repetição, é comum a omissão do verbo em uma delas). Ex.: Ele sempre se comportou tal qual um cavalheiro. Ele tem estudado como um obstinado (estuda). 10- MODAL - Indicam um modo expresso na oração principal. Ex.: Chegou em casa sem fazer nenhum barulho. A criança distraia-se com o desenho animado. 11- LOCATIVA - Indica um lugar que está expresso na oração principal. Ex.: Quero visitar a escola onde estudei. Você vai morar na casa onde há um belo jardim. P á g i n a 89 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ORAÇÃO SUBORDINADA ADJETIVA Orações adjetivas são aquelas orações que exercem a função de um adjetivo dentro da estrutura da oração principal. Há dois tipos de orações adjetivas: as restritivas e as explicativas. A subordinada adjetiva sempre vem com pronome relativo: Que (qual, o qual, qual, as quais, os quais), cujo, onde (aonde). 1- O. S. ADJETIVAS RESTRITIVAS: funcionam como adjuntos adnominais e servem para designar algum elemento da frase. Não pode ser isolada por vírgulas, e restringe, identifica o substantivo ou pronome ao qual se refere. Exemplo: Você é um dos poucos alunos/ que eu conheço. Eles são um dos casais/ que falaram conosco ontem. Os idosos que gostam de dançar/ se divertiram muito. 2- O. S. ADJETIVAS EXPLICATIVAS: ao contrário das restritivas, são quase sempre isoladas por vírgulas. Servem para adicionar características ao ser que designam. Sua função é explicar, e funciona estruturalmente como um aposto explicativo. Exemplo: Meu tio, que era advogado, prestou serviços ao réu. Eu, que não sou perfeito, já cometi alguns erros graves. Os idosos, que gostam de dançar, se divertiram muito. ESTRUTURA SINTÁTICA DO PERÍODO A estrutura de um período é composta pelos termos da oração, ou seja, pelas palavras que dotam uma frase verbal de sentido. Os termos podem ser: • Essenciais (ou fundamentais): são o sujeito e o predicado da oração. • Integrantes: termos que completam o sentido, como: 1. Complementos verbais (objetos diretos e indiretos). 2. Complementos nominais. 3. Agentes da passiva. • Acessórios: apresentam função secundária na oração, e são os: 1. Adjuntos adnominais; 2. Adjuntos adverbiais; 3. Apostos. Os vocativos não fazem parte da análise sintática, pois não pertencem à estrutura da oração. SUJEITO Termo sobre o qual se fala algo no restante da oração, em outras palavras: é dele que a frase fala. Define a conjugação do verbo e pode aparecer no início (ordem direta), no meio ou no fim da oração (ordem inversa). Ordem direta: Os alunos estudavam preocupados. Ordem Inversa: Estudavam preocupados os alunos. Sujeito no meio da oração: Preocupados, os alunos estudavam. Tipos de Sujeito A) Sujeito Simples: apenas um núcleo. A peça começou às 20 horas. O professor ensinamuito bem. Todos estão concentrados. Treze é meu número da sorte. • CUIDADO para não confundir com a ideia de singular e de plural, o que importa é: o verbo da oração deve se referir a apenas um elemento. B) Sujeito Composto: mais de um núcleo. Os alunos e o professor foram ao parque. Aquário e Capricórnio são signos do zodíaco. P á g i n a 90 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ C) Sujeito Oculto: também chamado de elíptico ou implícito, é aquele que não está explicitado, mas é identificado pelo contexto e/ou pela desinência verbal. Fui ao teatro ontem. (Sujeito do verbo "fui": Oculto "Eu") (Eu) Fui ao teatro ontem. -> identificado pela desinência verbal. João e Maria passeavam pelo bosque. Foram capturados por uma bruxa. (Sujeito do verbo foram: Oculto "Eles", em referência a João e Maria.) (Eles) Foram capturados por uma bruxa. -> identificado pelo contexto. D) Sujeito Indeterminado: não conhecemos a identidade do sujeito, nem pela desinência verbal, nem pelo contexto. I- Verbo na terceira pessoa do plural* Roubaram meu carro naquele estacionamento. *Não deve ser possível identificar o sujeito pelo contexto. II - Verbo no infinitivo impessoal Era difícil decorar todo aquele assunto. III- Verbo na terceira pessoa do singular + índice de indeterminação do sujeito ("se") Vive-se melhor aqui. Trata-se de estudos realizados no ano passado. * O verbo pode ser intransitivo, transitivo indireto, de ligação, transitivo direto com preposição. E) Sujeito Inexistente: a oração possui apenas predicado e é articulada por meio de um verbo impessoal. I - Com verbos que indicam fenômenos da natureza: chover, trovoar, ventar, nevar, amanhecer, escurecer. Choveu a noite inteira. Nevava forte naquela cidade. II - Com os verbos fazer, estar, parecer, ficar: indicando tempo ou fenômenos naturais. Faz anos que não a vejo. Está quente. Ficou frio repentinamente. III - Com o verbo haver: sentido de existir ou de tempo decorrido. Havia poucos alunos na sala. Não a vejo há dez anos. • Cuidado para não confundir o verbo HAVER (com sentido de existir) com o verbo EXISTIR: PREDICADO É aquilo que declaramos sobre o sujeito (quando ele existe). O predicado sempre possui verbo ou locução verbal. A) Predicado Verbal: Tem como núcleo um verbo, indica ação, não possui predicativo do sujeito. A criança brincava com uma boneca velha. O jogador caminhava pelo campo. B) Predicado Nominal: Formado por um verbo de ligação (V.L) e um predicativo do sujeito. Informa algo sobre o sujeito (estado, qualidade). O concurso era difícil. A mulher ficou chateada. C) Predicado Verbo-Nominal: Composto por verbo que indica ação + predicativo do sujeito. A mulher cantava distraída. O professor falou chateado. TERMOS INTEGRANTES PREDICAÇÃO VERBAL Também chamada de transitividade verbal, trata da relação entre o verbo e os demais termos da oração. É aquela conversa da tia do colégio, lembram? Verbo transitivo, intransitivo...vamos lá "refrescar" a memória! P á g i n a 91 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ A) Verbo Intransitivo: verbo sem complemento direto ou indireto. Pode ser empregado com adjuntos adverbiais ou predicativo. João morreu. Sara nasceu em João Pessoa. ("em João Pessoa = adjunto adverbial) Fomos ao circo. B) Verbo Transitivo Direto: precisa de complemento (objeto direto - O.D) que se liga ao verbo SEM PREPOSIÇÃO (em regra). Eu comprei uma casa. (Comprou o quê? Uma casa!) O.D Joana abraçou a criança com força. (Abraçou quem? A criança!) O.D C) Verbo Transitivo Indireto: precisa de complemento (O.I - objeto indireto) que se liga ao verbo COM PREPOSIÇÃO. Joaquim gosta de dançar. (Gosta de quê? De dançar! Preposição "de" é necessária.) VTI O.I Eu acredito em Deus. (Acredita em quê? Em Deus! Preposição "em" é necessária.) VTI O.I D) Verbo Transitivo Direto e Indireto: precisa de complemento direto (sem preposição) e indireto (com preposição). Marília contou a verdade ao namorado. VTDI O.D O.I Percebam que, no exemplo acima, o objeto direto (a verdade) aparece sem preposição e o objeto indireto (ao namorado) aparece com preposição "a". E) Verbo de Ligação: expressa estado (permanente, continuado, mutatório, transitório, aparente) ou qualidade. Entre eles, temos: ser, estar, parecer, continuar, andar (com sentido de estar), ficar, permanecer. Letícia parece triste. João continua mal. Eu estou animada. OBJETO DIRETO O Objeto Direto complementa o sentido de um verbo transitivo direto ou de um transitivo direto e indireto, aparecendo, na maioria das vezes, sem preposição. Pergunte: O quê? Quem? Exemplos: Uniremos as forças necessárias para a realização do projeto. VTD O.D Ele quis vê-la ontem. VTD O.D OBJETO INDIRETO O Objeto Indireto completa o sentido de um verbo transitivo indireto ou de um verbo transitivo direto e indireto. Aparece sempre preposicionado ou na forma de pronome oblíquo tônico (me, te, se, nos, vos, lhes). Pergunte: De quem? De quê? A que? A quem? Exemplo: Gosto muito de você. VTI O.I Eu lhe pagarei um lanche. O.I VTDI O.D Vamos assistir ao filme. VTI O.I AGENTE DA PASSIVA É o termo que complementa um verbo na voz passiva analítica, explicando melhor, é o elemento que pratica a ação indicada pelo verbo na voz passiva. Geralmente é introduzido pelas preposições "por" ou "de". A menina foi aplaudida pela multidão. A.P O fato é conhecido de todos. P á g i n a 92 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ A.P A criança era amada por mim. A.P COMPLEMENTO NOMINAL O Complemento Nominal é o termo que complementa o sentido de um nome (substantivo, adjetivo e alguns advérbios), aparece sempre preposicionado e tem sentido de passividade (sofre a ação). Exemplo: José tem orgulho do filho. nome C.N Tenho saudades da escola. nome C.N Ontem ocorreu a queima de fogos. nome C.N Marina está consciente de tudo. nome C.N TERMOS ACESSÓRIOS ADJUNTO ADNOMINAL É o elemento que caracteriza um nome, determinando ou restringindo seu sentido. Exerce função adjetiva na oração, podendo ser representado por: adjetivos, locuções adjetivas, pronomes, numerais, artigos, objeto direto e objeto indireto. Exemplo: A alegre peça começou às 19 horas. (Percebam que o adjetivo "alegre" caracteriza o substantivo "peça".) Era uma manhã de primavera. (Locução adjetiva "de primavera" (primaveril) qualifica o substantivo "manhã".) O homem foi à biblioteca. (Artigo "o" desempenhando função de adjunto adnominal.) Aquela menina faltou a aula. (Adjunto adnominal exercido por pronome.) O primeiro dia de aula é marcante. (Numeral exercendo a função de adjunto adnominal.) ADJUNTO ADVERBIAL É o termo que modifica um verbo, um advérbio ou um adjetivo atribuindocircunstância (modo, tempo, lugar...). Pode ser exercido por um advérbio, por uma locução adverbial ou por uma oração subordinada adverbial. Exemplo: Pedro correu intensamente. (O advérbio "intensamente" atribui circunstância de intensidade ao verbo "correu".) Ele é um livro muito bom. (O advérbio "muito" modifica o adjetivo "bom".) Ele pratica exercícios de manhã. (A locução adverbial "de manhã" modifica o verbo "pratica".) • OBS: O adjunto adverbial pode aparecer no início, no meio ou no fim da oração A aluna discursou apaixonadamente. Apaixonadamente, a aluna discursou. A aluna, apaixonadamente, discursou. APOSTO É o termo que explica ou especifica um termo antecedente, sempre com valor de substantivo. Podemos dizer, inclusive, que o aposto substituiria o termo que ele explica (ou especifica) sem prejuízos à oração, vejamos: Exemplo: Amanhã, terça-feira, comprarei algumas roupas. (O aposto "terça-feira" especifica o advérbio "amanhã" e, inclusive, poderia substituí-lo.) Terça-feira, comprarei algumas roupas. (Aqui o termo "terça-feira" passou a ser apenas adjunto adverbial.) O aposto pode ser antecedido pelo sinal de dois pontos. Assim, tanto podemos sinalizar um aposto pelo isolamento feito por vírgulas (ou por travessão), como podemos "anunciá-lo" com o sinal de dois pontos. QUESTÕES 1. Assinale a alternativa com a classificação correta do sujeito da oração. A Trata-se de um investimento de mais de R$ 10 bilhões, segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética. (oração sem sujeito) P á g i n a 93 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ B Fez-se um estudo sobre o impacto da digitalização das cidades que pode gerar mais de 1,2 milhão de novos empregos no país. (sujeito indeterminado) C Foi possível identificar um modelo que pode direcionar a transformação e atualização do país em termos de energia. (sujeito oculto) D O Grupo de Ação da Indústria, formado por mais de 25 empresas, buscou avaliar de forma holística os resultados econômicos, ambientais e sociais. (sujeito composto) E Choveram elogios ao trabalho de proteção ambiental patrocinado pelo Ministério de Minas e Energia e pelo Ministério da Economia. (sujeito simples) 2. Trecho do livro Modernidade Líquida “Indivíduos frágeis”, destinados a conduzir suas vidas numa “realidade porosa”, sentem-se como que patinando sobre gelo fino; e “ao patinar sobre gelo fino”, observou Ralph Waldo Emerson em seu ensaio Prudence, “nossa segurança está em nossa velocidade”. Indivíduos, frágeis ou não, precisam de segurança, anseiam por segurança, buscam a segurança e assim tentam, ao máximo, fazer o que fazem com a máxima velocidade. Estando entre os corredores rápidos, diminuir a velocidade significa ser deixado para trás; ao patinar em gelo fino, diminuir a velocidade também significa a ameaça real de afogar-se. Portanto, a velocidade sobe para o topo da lista dos valores de sobrevivência. A velocidade, no entanto, não é propícia ao pensamento, pelo menos ao pensamento de longo prazo. O pensamento demanda pausa e descanso, “tomar seu tempo”, recapitular os passos já dados, examinar mais de perto o ponto alcançado e a sabedoria (ou imprudência, se for o caso) de o ter alcançado. Pensar tira nossa mente da tarefa em curso, que requer sempre a corrida e a manutenção da velocidade. E na falta do pensamento, o patinar sobre o gelo fino que é uma fatalidade para todos os indivíduos frágeis na realidade porosa pode ser equivocadamente tomado como seu destino. Tomar a fatalidade por destino, como insistia Max Scheler em sua Ordo amoris, é um erro grave: “O destino do homem não é uma fatalidade… A suposição de que fatalidade e destino são a mesma coisa merece ser chamada de fatalismo”. O fatalismo é um erro do juízo, pois de fato a fatalidade “tem origem natural e basicamente compreensível”. Além disso, embora não seja uma questão de livre escolha, e particularmente de livre escolha individual, a fatalidade “tem origem na vida de um homem ou de um povo”. Para ver tudo isso, para notar a diferença e a distância entre fatalidade e destino, e escapar à armadilha do fatalismo, são necessários recursos difíceis de obter quando se patina sobre gelo fino: tempo para pensar, e distanciamento para uma visão de conjunto. (…) Tomar distância, tomar tempo – a fim de separar o destino e a fatalidade, de emancipar o destino da fatalidade, de torná-lo livre para confrontar a fatalidade e desafiá-la: essa é a vocação da sociologia. E é o que os sociólogos podem fazer caso se esforcem consciente, deliberada e honestamente para refundir a vocação a que atendem – sua fatalidade – em seu destino. Zygmunt Bauman Disponível em https://colunastortas.com.br/zygmunt- bauman-frases/. Acesso em 25/06/2020. “Tomar a fatalidade por destino, como insistia Max Scheler em sua Ordo amoris, é um erro grave:...”. A oração destacada está exercendo função sintática de A predicativo do sujeito. B complemento nominal. C objeto direto. D sujeito. P á g i n a 94 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 3. Observe as orações a seguir: I. A torcida continua eufórica. II. Os retirantes caminhavam pela estrada. III. Todos nós consideramos a sua medida adequada. Assinale a alternativa com a correta classificação dos predicados. A I - predicado verbal, II - predicado verbal e III - predicado nominal. B I - predicado nominal, II - predicado nominal e III - predicado verbo- nominal. C I - predicado verbal, II - predicado nominal e III - predicado verbo- nominal. D I - predicado nominal, II - predicado verbal e III - predicado verbo-nominal. E I - predicado verbal, II - predicado verbo-nominal e III - predicado nominal. 4. Assinale a alternativa correta em que consta um predicativo verbo-nominal. A Estava muito feliz com as boas notícias. B Compareceram todos antecipados à reunião. C Demitiram o chefe do setor imediatamente. D Os convidados chegaram cedo ao local. E Nomearam as novas líderes do grupo. 5. Analise as orações abaixo: I. A multidão permanecia agitada. II. Os romeiros andavam pela via pública. III. A diretoria julgou a sua decisão adequada. Assinale a alternativa com a correta classificação dos predicados constantes das orações acima. A I - predicado verbal, II - predicado verbal, III - predicado nominal. B I - predicado nominal, II - predicado nominal, III - predicado verbo-nominal. C I - predicado verbal, II - predicado nominal, III - predicado verbo-nominal. D I - predicado nominal, II - predicado verbal, III - predicado verbo-nominal. E I - predicado verbal, II - predicado verbo-nominal, III - predicado nominal. 6. Seres humanos tóxicos nunca vão admitir que estão errados Portal Raízes - 23 de setembro de 2020 Você pode obter um pedido de desculpas de alguém tóxico, mas não será genuíno. A única vez que eles vão se desculpar é para te manipular para conseguirem o que eles querem, para fazer você acreditar que eles merecem perdão. Caso contrário, eles nunca vão admitir a transgressão. Eles nunca vão dizer “sinto muito” e deixar por isso mesmo. Sempre haverá algo mais na frase. Eles vão seguir justificando que a culpa nunca é realmente deles. Eles sempre tentarão colocar a culpa em outra pessoa porque não são maduros o suficiente para assumir a responsabilidade por suas próprias ações. Eles sentem que não podem estar errados. Eles se sentem forçados a forjar a realidadecom suas circunstâncias passadas ou atuais, quando, na verdade, eles estão totalmente no controle de suas próprias decisões. Claro, eles nunca vão lhe dar as desculpas que você P á g i n a 95 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ merece. Se eles se desculparem por te trair, eles vão dar detalhes sobre como isso nunca teria acontecido se a outra pessoa não tivesse se atirado para cima deles ou se você estivesse mais interesse na vida deles ou se eles não tivessem pedido aquela cerveja extra no bar… sempre haverá uma justificativa esfarrapada. E se você tiver a coragem de enfrentá-los, de afrontá-los jogando em cima deles todas as suas besteiras, eles vão mudar a situação completamente. Eles listarão todas as coisas boas que fizeram por você e o chamarão de ingrato. Eles vão mencionar que você também não é perfeito e que nunca usaram isso contra você. Eles vão tentar fazer você se sentir culpado, mesmo que tenham sido eles que estragaram tudo. Pessoas tóxicas nunca vão admitir que estão erradas. Elas nunca vão refletir sobre suas escolhas e chegar à conclusão de que precisam mudar. Não importa o que você faça ou o quanto você os ame, porque você nunca vai ganhar uma discussão com eles. Eles farão o possível para provar que são inocentes. Criarão mentiras, espalharão boatos, distorcerão a verdade para se encaixar em sua própria narrativa. Você pode gritar com eles, pode amaldiçoá-los ou pode calmamente apresentar os fatos a eles – mas isso não fará diferença. (...) Quando você está cara a cara com alguém tóxico, a melhor coisa que você pode fazer por si mesmo é ir embora, porque você nunca vai conseguir mudá-lo. Você nunca vai fazer com que ele veja a situação do seu ponto de vista. Você nunca vai fazer com que ele admita que foi longe demais. Os humanos tóxicos não pensam logicamente. Eles só pensam em si mesmos. Texto de Holly Riordan, via Thought Catalog Disponível em https://www.portalraizes.com/seres-humanos- toxicos-nunca-vao-admitir-que-estao-errados/. Acesso em 26 set 2020. Em relação à regência verbal dos verbos destacados no trecho “Eles sentem que não podem estar errados....”, é correto afirmar que tratam-se, respectivamente, de A verbo transitivo direto – verbo de ligação. B verbo transitivo direto – verbo intransitivo. C verbo transitivo direto e indireto – verbo de ligação. D verbo transitivo indireto – verbo transitivo indireto. 7. Em “Do ponto de vista biológico, de indicadores, essas pessoas já são idosas, envelheceram precocemente mal”, o verbo “envelheceram”, de acordo com a sua regência, é classificado como A intransitivo. B transitivo direto. C transitivo indireto. D transitivo direto e indireto. 8. Disponível em https://www.conradoleiloeiro.com.br/peca.asp?I D=2185724.. Em “Evitem-no”, o pronome “no” está exercendo função sintática de A P á g i n a 96 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ sujeito. B objeto direto. C objeto indireto. D adjunto adnominal. 9. Disponível em https://hsvp.com.br/doacao-de- orgaos-e-tecidos. Em “Sua decisão muda destinos”, o termo destacado está exercendo função sintática de A aposto. B objeto direto. C objeto indireto. D complemento nominal. 10. Assinale a alternativa em que há um agente da passiva. A Ficamos ouvindo aquela história por muito tempo. B Sempre saíamos a esmo pelas ruas nevadas. C Paguei vinte mil reais pela reforma da casa. D As casas foram arrastadas pela chuva. E Aquele espetáculo agradou-me muito. 11. Os termos destacados no período “Essa festa falaciosa vendida pelo governo e pelo comércio pra nos distrair de nossas vidas miseráveis?” exercem função sintática de A sujeito. B objeto indireto. C agente da passiva. D complemento nominal. 12. Disponível em https://doidosporcinema.wordpress.com/tag/luis- fernando-verissimo/. Acesso em 10/09/2020. LEGENDA: PRIMEIRO BALÃO: ESSA NOVA GERAÇÃO ME PREOCUPA. SEGUNDO BALÃO: SEI NÃO... TERCEIRO BALÃO: ACHO QUE, NO FUNDO, ELA NÃO É MUITO DIFERENTE DA NOSSA. QUARTO BALÃO: ISSO É O QUE ME PREOCUPA. Na oração “Acho que, no fundo, ela não é muito diferente da nossa”, a expressão “no fundo” desempenha função sintática de A predicativo do sujeito. B P á g i n a 97 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ agente da passiva. C adjunto adnominal. D adjunto adverbial. 13. No período composto “Sofra a dor real da solidão porque a solidão dói”, a oração em destaque é classificada como A coordenada sindética explicativa. B subordinada adjetiva explicativa. C coordenada sindética conclusiva. D subordinada adverbial final. 14. Desumano é quem perdeu a capacidade de ver o outro como ser humano Por Élio Gasda* A desumanização é um processo que reduz a essência humana no indivíduo até eliminá-la. Desumanizar é eliminar restrições morais à crueldade. Agressões a animais despertam mais comoção e revolta do que a violência e a morte de crianças. Pessoas tratam seus bichos de estimação como filhos e apoiam linchamentos, chacinas e tortura. Desumano é quem perdeu a capacidade de ver o outro como ser humano. Uma sociedade desumanizada é aquela que define um grupo humano como não-humano, e que permite que esse grupo seja eliminado ou tenha negado seus direitos. Descartar pessoas tornou-se um fenômeno. Sociedade desumana trata atos desumanos com banalidade. Um ato mau torna-se banal quando é vivenciado como se fosse comum. Monstruosidades tornam-se fatos corriqueiros por meio da superficialidade do agente e da descartabilidade da vítima. Quanto mais superficial alguém for, mais provável será que ceda ao mal. (...) O servilismo também ajuda a entender a desumanização. O adesismo de parcelas da sociedade, mesmo aquelas formadas nos princípios morais, é um fato. Um povo torna-se cúmplice da loucura do sistema na medida em que partilha das suas mentiras. Além de ser enganado, se recusar em saber a verdade. Ao formatar os seres humanos, o sistema os desumaniza para apenas encaixá-los na sua engrenagem. Os efetivamente responsáveis que se sentem culpados pelos tempos sombrios (Hannah Arendt) são poucos. A voz da consciência nos interpela sobre a responsabilidade de nossos atos. Podemos ouvir essa voz? Ainda temos acesso ao acervo de princípios éticos que nos alerta sobre o processo de desumanização em curso? Não precisamos mais fechar os ouvidos para a voz de uma consciência que incorporou o discurso da sociedade respeitável, a voz das “pessoas de bem”. São “humanos direitos” que não têm remorso. A desumanização não se origina do desconhecimento, mas da irreflexão. Entre todas as características, a mais determinante da desumanização é a incapacidade de pensar, de distinguir o certo do errado, a verdade da mentira. A superficialidade dos discursos medíocres avaliza a maldade. Acreditar é mais fácil do que pensar. É difícil pensar por si mesmo. A maioria repete o que lhes é dito. Conformistas, não aprenderam a duvidar. Resignados à ignorância dos lugares comuns. Ubi dubium ibi libertas (onde há dúvida, há liberdade. Pensar é sair da mesquinhez do cotidiano, é refletir sobre os acontecimentos e dar significados. É buscar a verdade dos fatos por vias racionais. São muitas as informações, mas não se pensa sobre elas. O pensamento é diálogosilencioso consigo mesmo. Não é passividade, mas ação revolucionária. A desumanização impõe o desafio de educar para o pensamento imune aos clichês. Transmitir conhecimentos é imprescindível, mas educar para o pensamento é uma urgência. O ódio desumaniza. No livro 1984 de George Orwell, os agentes do Grande Irmão assistiam sessões de ódio coletivo. Aparecia na tela a figura humana a odiar, e todos se sentiam transtornados por ela. A mídia parece servir-se dos mesmos procedimentos. Como definir aqueles que celebram a barbárie em um país que trata pessoas pior do que animais? Quem os ensinou a odiar? O P á g i n a 98 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ódio afeta o cérebro, emburrece. Quem odeia não tolera divergências. Não existem adversários, todos são inimigos. O ódio não faz parte da essência humana. Aprende-se a odiar (Mandela. (...) Para você, quanto vale a vida dos ninguéns? “Menos do que a bala que os mata?” (Eduardo Galeano). Se eu não me importo com ninguém, alguém se importará comigo? Ninguém se humaniza desumanizando o outro. Somente psicopatas torcem para que pessoas morram ou sofram. Quem te deu o salvo-conduto para desejar a morte de alguém? Porque Jesus não foi. “É amando que o humano dá o melhor de si” (Nietzsche). Nada acima do ser humano. Nenhum ser humano abaixo de outro. Disponível em https://domtotal.com/noticia/1166208/2017/ 06/desumanizacao-em-tempos-sombrios/. Acesso em 28/09/2020. A coesão é muito importante para interligar as ideias de um texto, com lógica e coerência. Para unir os dois períodos abaixo que estão separados por ponto e manter a relação de sentido entre eles, seria adequado usar uma conjunção de que tipo? “Acreditar é mais fácil do que pensar. É difícil pensar por si mesmo”. A “Acreditar é mais fácil do que pensar, porque é difícil pensar por si mesmo”. – Coordenativa explicativa. B “Acreditar é mais fácil do que pensar, mas é difícil pensar por si mesmo”. – Coordenativa adversativa. C “Acreditar é mais fácil do que pensar, logo é difícil pensar por si mesmo”. – Coordenativa conclusiva. D “Acreditar é mais fácil do que pensar, embora seja difícil pensar por si mesmo”. – Subordinativa concessiva. 15. Transmissão da zika por pernilongo comum requer mudança 'radical' em medidas de controle A bióloga Constância Ayres, da Fiocruz Pernambuco, fez uma descoberta inédita que tem o potencial de proporcionar um salto no conhecimento dos cientistas sobre o vírus Zika, e mudar radicalmente a estratégia brasileira de prevenção dele. Ayres conseguiu encontrar, pela primeira vez, pernilongos carregando o vírus na natureza. Na quinta-feira, a Fiocruz anunciou oficialmente que o mosquito ‘Culex quinquefasciatus’, conhecido como muriçoca ou pernilongo doméstico, também pode transmitir o vírus que causa microcefalia e malformações em bebês. Até então, cientistas acreditavam que o mosquito Aedes aegypti era o principal vetor do vírus no Brasil. Agora, de acordo com Ayres, os cientistas precisam determinar qual das duas espécies é a mais importante na epidemia de Zika no Brasil. Durante o anúncio, a Fiocruz afirmou que, até que se compreenda a importância do pernilongo na epidemia, a política de controle da Zika continuará focada no Aedes aegypti. Mas dependendo dos resultados, seria necessária uma "mudança radical" na atual estratégia atual de controle da epidemia, afirma a pesquisadora. "Não existem estratégias de controle do Culex no Brasil. Isso vai ter de mudar radicalmente", diz. (...) (http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas- noticias/bbc/2016/07/24/transmissao-da-zika- por-pernilongo-comum-requer-mudanca-radical- em-medidas-de-controle.htm) Na passagem “os cientistas precisam determinar qual das duas espécies é a mais importante”, a oração em destaque: A É substantiva e exerce a função de complemento verbal da oração principal. B P á g i n a 99 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ É adverbial e tem valor de explicação para a oração principal. C É adjetiva e tem valor explicativo para a oração principal. D É coordenada explicativa e tem valor de explicação para a outra coordenada. 16. A respeito da tirinha apresentada, assinale a alternativa correta. A O sujeito do verbo “fazer” é oculto. B O verbo mostrar é um verbo bitransitivo. C O termo “aos doentes” é um adjunto adnominal. D O verbo “estava” está no pretérito perfeito do indicativo. E O pronome “lhe” é o objeto direto do verbo “mostrar”. 17. Leia o período abaixo: “É preciso que aspirem a maiores objetivos para vencer na vida.” Analise as afirmativas a seguir: I. Existe um Sujeito Oracional. II. O verbo “aspirar” tem como complemento um Objeto Indireto. III. Existe uma Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta. IV. O termo “na vida” é o Objeto Indireto do verbo “vencer”. É correto o que se afirma A apenas em I e II. B apenas em I e III. C apenas em II e III. D apenas em II e IV. E apenas em III e IV. 18. Observe os termos destacados nas orações a seguir: I. “Nossa geração é diferente”. II. “É a geração da tecnologia, da era espacial, da eletrônica etc” Assinale a alternativa que os classifica corretamente quanto à função sintática que desempenham nessas orações. A Complemento nominal / II. Predicativo do sujeito. B Adjunto adnominal / II. Complemento nominal. C Predicativo do sujeito / II. Adjunto adnominal. D Objeto direto / II. Adjunto adverbial. Gabarito 1.E 2.D 3.D 4.B 5.C 6.A 7.A P á g i n a 100 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 8.B 9.B 10.D 11.C 12.D 13.A 14.A 15.A 16.B 17.A 18.C 9. Regência nominal e verbal. A regência trata das relações de dependência que as palavras mantêm entre si. É o modo pelo qual um termo rege outro que lhe completa o sentido. Temos: ■ Termo regente: aquele que pede um complemento. ■ Termo regido: aquele que completa o sentido de outro. O homem está apto para o trabalho. T. regente Termo regido, O nome apto não possui sentido completo, precisa de um complemento; o termo para o trabalho aparece completando o sentido do nome apto. Assistimos ao filme. T. regente Termo regido O verbo assistimos não tem sentido completo, ele necessita de um outro termo que lhe dê completude; o termo ao filme está completando o sentido do verbo assistir. Os termos apto e assistimos são os regentes, pois exigem complemento; já os termos para o trabalho e ao filme são os regidos, pois funcionam como complemento. A regência divide-se em: ■ Regência nominal — quando o termo regente é um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio): O homem está apto para o trabalho. ■ Regência verbal — quando o termo regente é um verbo: Assistimos ao filme. Os complementos colocados na frase receberão nomes específicos: ■ Complemento nominal, quando completa o sentido de um nome e vem sempre introduzido por preposição. ■ Complemento verbal, quando completa o sentido do verbo e pode ser ou não introduzido por preposição; nesse caso teremos de renomeá-lo como: ■ Objeto direto: é complemento diretamente ligado ao verbo, sem o auxílio de preposição. ■ Objeto indireto: é o complemento indiretamente ligado ao verbo, com o auxílio de uma preposição. REGÊNCIA NOMINAL A regência nominalé o fato de um nome não ter sentido completo e exigir outro que lhe complete o sentido. Não há regras para o uso ou não de determinada preposição com o nome. Alguns deles admitem mais de uma regência. A escolha de uma ou outra preposição deve ser feita com base na clareza, na eufonia e também deve adequar-se às diferentes formas de pensamento. Lista de alguns nomes e suas preposições mais frequentes: aberto a, para aborrecido a, com, de, por abrigado a abundante de, em adequado a afável com, para com aflito com, por agradável a alérgico a alheio a, de aliado a, com alusão a amoroso com, para com ansioso de, por antipatia a, contra, por apto a, para atenção a atencioso com, para com aversão a, para, por avesso a ávido de, por certeza de P á g i n a 101 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ certo de compaixão de, para com, por compatível com comum a, de, em, entre, para conforme a, com consulta a constituído com, de, por contente com, de, em, por contíguo a convicção de cruel com, para, para com curioso de, por desgostoso com, de desprezo a, de, por devoção a, para com, por devoto a, de domiciliado a, em dúvida acerca de, de, em, sobre empenho de, em, por fácil a, de, para falho de, em favorável a feliz com, de, em, por fértil de, em hábil em habituado a, com impróprio para imune a, de incansável em incapaz de, para inclinado a invasão de junto a, com, de lento em morador em ódio a, contra, de, para com, por orgulhoso de, com peculiar a precedido a, com, de preferível a pródigo de, em próximo a, de residente em respeito a, com, de, para com, por simpatia a, para com, por situado a, em, entre suspeito a, de último a, de, em união a, com, entre útil a, para vizinho a, com, de REGÊNCIA VERBAL A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre os verbos e os termos que os complementam (objetos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos adverbiais). O estudo da regência verbal permite-nos ampliar nossa capacidade expressiva, pois oferece oportunidade de conhecermos as diversas significações que um verbo pode assumir com a simples mudança ou retirada de uma preposição. A mãe agrada o filho. agradar significa acariciar. A mãe agrada ao filho. -> agradar significa "causar agrado ou prazer", satisfazer. Logo, conclui-se que "agradar alguém" é diferente de "agradar a alguém". Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos de acordo com sua transitividade. A transitividade, porém, não é um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes formas em frases distintas. 1- Chegar/ ir – deve ser introduzido pela preposição “a” e não pela preposição “em”. Exemplo: Vou ao dentista. / Cheguei a Belo Horizonte. 2- Morar/ residir – normalmente vêm introduzidos pela preposição “em”. Exemplo: Ele mora em São Paulo. / Maria reside em Santa Catarina. 3- Namorar – não se usa com preposição. Exemplo: Joana namora Antônio. 4- Obedecer/desobedecer – exigem a preposição “a”. Exemplo: As crianças obedecem aos pais. / O aluno desobedeceu ao professor. 5-Simpatizar/ antipatizar – exigem a preposição “com”. Exemplo: Simpatizo com Lúcio. / Antipatizo com meu professor de História. P á g i n a 102 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ • Dicas: Estes verbos não são pronominais, portanto, determinadas construções são consideradas erradas quando tais verbos aparecem acompanhados de pronome oblíquo. Exemplo: Simpatizo-me com Lúcio. Antipatizo- me com meu professor de História. 6- Preferir - este verbo exige dois complementos, sendo que um é usado sem preposição, e o outro com a preposição “a”. Exemplo: Prefiro dançar a fazer ginástica. OBS: Segundo a linguagem formal, é errado usar este verbo reforçado pelas expressões ou palavras: antes, mais, muito mais, mil vezes mais, etc. Exemplo: Prefiro mil vezes dançar a fazer ginástica. Verbos que apresentam mais de uma regência 1 - Aspirar a - no sentido de cheirar, sorver: usa-se sem preposição. Exemplo: Aspirou o ar puro da manhã. b - no sentido de almejar, pretender: exige a preposição “a”. Exemplo: Esta era a vida a que aspirava. 2 – Assistir a - No sentido de prestar assistência, ajudar, socorrer: usa-se sem preposição. Exemplo: O técnico assistia os jogadores novatos. b - no sentido de ver, presenciar: exige a preposição “a”. Exemplo: Não assistimos ao show. c - no sentido de caber, pertencer: exige a preposição “a”. Exemplo: Assiste ao homem tal direito. d) no sentido de morar, residir: é intransitivo e exige a preposição “em”. Exemplo: Assistiu em Maceió por muito tempo. 3 - Esquecer/lembrar a - Quando não forem pronominais: são usados sem preposição. Exemplo: Esqueci o nome dela. b - Quando forem pronominais: são regidos pela preposição “de”. Exemplo: Lembrei-me do nome de todos. 4 - Visar a - No sentido de mirar: usa-se sem preposição. Exemplo: Disparou o tiro visando o alvo. b - no sentido de dar visto: usa-se sem preposição. Exemplo: Visaram os documentos. c - no sentido de ter em vista, objetivar: é regido pela preposição “a”. Exemplo: Viso a uma situação melhor. 5 – Querer a - No sentido de desejar: usa-se sem preposição. Exemplo: Quero viajar hoje. b - no sentido de estimar, ter afeto: usa-se com a preposição “a”. Exemplo: Quero muito aos meus amigos. QUESTÕES 1. Assinale a alternativa em que o verbo destacado não atende às regras de Regência Verbal, de acordo com a Norma Padrão da Língua Portuguesa. A Quase que a respondera com ironia. B Seus pais não lhe perdoam por não seguir no caminho do bem. C As opiniões alheias não a interessavam mais como antes. P á g i n a 103 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ D O chefe chamou todos os presentes para uma reunião estratégica. 2. Assinale a alternativa que preencha corretamente as lacunas a seguir, na ordem respectiva. 1. A nova invenção ............. Gutenberg descobriu era a máquina de impressão. 2. A nova invenção ............. Gutenberg se encantava era a máquina de impressão. 3. A nova invenção ............. Gutenberg falava era a máquina de impressão. 4. A nova invenção .............. se referia Gutenberg era a máquina de impressão A a que / de que / que / de que B que / com que / de que / a que C a que / de que / com que / que D que / que / de que / com que E a que / que / com que / que 3. Taxa de informalidade aumenta e é a maior desde 2016 São Paulo – A estudante universitária Dennyse Sousa, 24, mora em Belém (PA) e trabalha desde os 16 anos. Nunca teve a carteira assinada. Ela estagiou, foi babá, atendente em uma gráfica e freelancer em eventos como demonstradora de produtos em supermercados. Há três anos, vende brincos e acessórios artesanais. “Como não conseguia um emprego fixo, com carteira assinada, eu tive que tentar várias maneiras de conseguir alguma renda. Queria aliviar as despesas da família”, diz. A história de Dennyse ilustra a informação divulgada ontem pelo IBGE de que a melhora na qualidade do emprego gerado no País ainda está concentrada em poucos locais, especialmente em São Paulo, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua). No ano de 2019, a taxa de informalidade alcançourecorde em 19 Estados, além do Distrito Federal. Na média do Brasil, a taxa de informalidade foi de 41,1%, o equivalente a 38,4 milhões de pessoas entre os trabalhadores ocupados. Mas esse percentual subia a 62,4% no Pará, onde reside Dennyse. No Maranhão, 60,5% dos trabalhadores ocupados eram informais. No Estado de São Paulo, a taxa de informalidade média foi de 32,0% no ano passado, também o nível mais elevado da série iniciada em 2016. “O ano de 2019 é importante, porque é o terceiro ano seguido com aumento na ocupação. Mas outros indicadores mostram que a qualidade desse trabalho que está sendo gerado ainda carece de uma melhora”, ponderou Adriana Beringuy, analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE. Na passagem do terceiro trimestre de 2019 para o quarto trimestre do ano, a taxa de desemprego teve um recuo estatisticamente significativo – ou seja, superou a margem de erro – em apenas nove das 27 Unidades da Federação. Em São Paulo a taxa de desemprego desceu de 12,0% para 11,5%, movimento semelhante ao da média nacional, que saiu de 11,8% para 11,0% no período. Foram abertas 593 mil vagas com carteira assinada no setor privado em todo o País no último trimestre do ano passado, sendo mais da metade delas em São Paulo, que gerou 324 mil postos formais a mais no período. Em todo o Brasil, apenas quatro Estados tiveram avanço significativo na carteira assinada no último trimestre do ano: São Paulo, Rondônia, Paraíba e Sergipe. O Estado de São Paulo abriu 473 mil vagas formais no setor privado no período de um ano. “A gente não vê nenhuma atividade se destacando. Tudo indica que foi uma soma de pequenas reações setoriais. Não foi a indústria que reagiu em São Paulo e começou a contratar com carteira na região. Não parece ser isso”, disse Adriana. No quarto trimestre de 2019, o País ainda tinha 11,632 milhões de desempregados, sendo 2,910 milhões deles em busca de emprego há pelo menos dois anos. P á g i n a 104 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ E entre esses desempregados está Dennyse, a estudante do início deste texto, que segue vendendo brincos por meio das redes sociais e em eventos. Sem emprego formal são essas vendas que ajudam com as despesas da faculdade, tarifa de transporte público, produtos de higiene, entre outras. (Estadão Conteúdo. In: https://www.msn.com/pt- br/dinheiro/economia-e- negocios/taxa-de-informalidade-aumenta-e-é-a- maior-desde-2016/ar BB101VUH?ocid=spartandhp) ...carece de uma melhora. Assinale a alternativa em que, alterando-se o verbo do segmento acima, independentemente da mudança de sentido, se tenha mantido a correção gramatical. A aspira uma melhora B lembra de uma melhora C almeja a uma melhora D implica uma melhora 4. Meu Querido Paiol Cocoricó Meu Querido Paiol meu Querido Paiol meu Querido Paiol meu Querido Paiol é onde eu moro onde eu guardo as minhas coisas onde a chuva não me alcança nem o vento, nem o frio onde eu durmo onde eu relaxo a minha casa onde eu me sinto bem meu Querido Paiol meu Querido Paiol é arejado muito bem iluminado a vista é linda primeiro andar escada segundo andar tudo muito organizado caprichado cada coisa em seu lugar Disponível em: https://www.letras.mus.br/helio- ziskind/1543888/. Acesso em 05.11.2020. Assinale a alternativa que apresenta regência empregada corretamente. A Carlos é bacharel de direito. B Ana Maria tem aversão de doces. C Temos a capacidade de melhorar nosso padrão de vida. D Os candidatos devem ir no banheiro antes do início da prova. 5. O que mais você quer? Era uma festa familiar, dessas que reúnem tios, primos, avós e alguns agregados ocasionais que ninguém conhece direito. Jogada no sofá, uma garota não estava lá muito sociável, a cara era de enterro. Quieta, olhava para a parede como se ali fosse encontrar a resposta para a pergunta que certamente martelava em sua cabeça: o que estou fazendo aqui? De soslaio, flagrei a mãe dela também observando a cena, inconsolável, ao mesmo tempo em que comentava com uma tia: "Olha pra essa menina. Sempre com esta cara. Nunca está feliz. Tem emprego, marido, filho. O que ela pode querer mais?" Nada é tão comum quanto resumirmos a vida de outra pessoa e achar que ela não pode querer mais. Fulana é linda, jovem e tem um corpaço, o que mais ela quer? Sicrana ganha rios de dinheiro, é valorizada no trabalho e vive viajando, o que é que lhe falta? Imaginei a garota acusando o golpe e confessando: sim, quero mais. Quero não ter nenhuma condescendência com o tédio, não ser forçada a aceitá-lo na minha rotina como um P á g i n a 105 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ inquilino inevitável. A cada manhã, exijo ao menos a expectativa de uma surpresa, quer ela aconteça ou não. Expectativa, por si só, já é um entusiasmo. Quero que o fato de ter uma vida prática e sensata não me roube o direito ao desatino. Que eu nunca aceite a ideia de que a maturidade exige um certo conformismo. Que eu não tenha medo nem vergonha de ainda desejar. Quero uma primeira vez outra vez. Um primeiro beijo em alguém que ainda não conheço, uma primeira caminhada por uma nova cidade, uma primeira estreia em algo que nunca fiz, quero seguir desfazendo as virgindades que ainda carrego, quero ter sensações inéditas até o fim dos meus dias. Quero ventilação, não morrer um pouquinho a cada dia sufocada em obrigações e em exigências de ser a melhor mãe do mundo, a melhor esposa do mundo, a melhor qualquer coisa. Gostaria de me reconciliar com meus defeitos e fraquezas, arejar minha biografia, deixar que vazem algumas ideias minhas que não são muito abençoáveis. Queria não me sentir tão responsável sobre o que acontece ao meu redor. Compreender e aceitar que não tenho controle nenhum sobre as emoções dos outros, sobre suas escolhas, sobre as coisas que dão errado e também sobre as que dão certo. Me permitir ser um pouco insignificante. E, na minha insignificância, poder acordar um dia mais tarde sem dar explicação, conversar com estranhos, me divertir fazendo coisas que nunca imaginei, deixar de ser tão misteriosa pra mim mesma, me conectar com as minhas outras possibilidades de existir. O que eu quero mais? Me escutar e obedecer ao meu lado mais transgressor, menos comportadinho, menos refém de reuniões familiares, marido, filhos, bolos de aniversário e despertadores na segunda-feira de manhã. E também quero mais tempo livre. E mais abraços. Pois é, ninguém está satisfeito. Ainda bem. Martha Medeiros Disponível em https://www.pensador.com/cronicas_martha_me deiros/ Em “Me escutar e obedecer ao meu lado mais transgressor, menos comportadinho,...”, o verbo “obedecer”, de acordo com a sua regência, pode ser classificado como A intransitivo. B transitivo direto. C transitivo indireto. D transitivo direto e indireto. 6. Disponível em https://www.santos.sp.gov.br/?q=noticia/. Acesso em 16/11/2019. Ao analisar a regência do verbo “valer” na oração “Aquela mensagem não vale o risco”, pode-se afirmar que ele é A intransitivo. B transitivo direto. C transitivo indireto. D transitivo direto e indireto. 7. Os verbos “vivem” e “torna” presentes nos períodos abaixo são classificados, de acordo com a regência verbal que exercem nessas orações, como sendo: I. “Vivem na obsessão de poderem ser roubados”. II. “O fausto das residências não os torna imunes”. A Intransitivo; II. Transitivo direto. B Transitivo indireto; II. Transitivodireto. C Intransitivo; II. Transitivo direto e indireto. D Transitivo indireto; II. Transitivo direto e indireto. 8. Assinale a alternativa em que o verbo visar apresenta regência inadequada ao que preceitua a gramática normativa da língua portuguesa. A Vise bem ao alvo antes de atirar. B O juiz já visou sua decisão. C O direito penal visa ao bem dos cidadãos D P á g i n a 106 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ O cargo que ele sempre visou encontra-se vago. 9. Para que se respeite a concordância verbal, será preciso corrigir a frase: A Têm havido dúvidas sobre a qualidade das crônicas de Carlos Castelo. B Têm sido levantadas dúvidas sobre a qualidade das crônicas de Carlos Castelo. C Será que a qualidade das crônicas de Carlos Castelo tem suscitado dúvidas? D A quantas dúvidas tem dado margem as crônicas de Carlos Castelo? 10. Nuvem escura sobre a COP 22 Governantes de diversos países que se reuniram na semana passada na Conferência do Clima da ONU (COP 22), no Marrocos, se viram forçados a gastar boa parte do tempo em debates sobre uma ameaçadora nuvem escura que pairou sobre suas cabeças. A tal nuvem tem nome e sobrenome: Donald Trump, presidente eleito dos EUA, que _______¹(insistir) em afirmar que não honrará o Acordo de Paris assinado por Barack Obama e mais 194 líderes mundiais visando ___² redução de poluentes – o objetivo é manter o aquecimento global abaixo dos dois graus centígrados. Os EUA são a segunda nação mais poluidora do mundo, atrás apenas da China, mas Trump diz que o aquecimento da Terra é manobra do governo chinês para que os americanos desacelerem a sua indústria. É inegável a importância do Acordo de Paris, e prova disso é que o presidente da França, François Hollande, marcou presença com um discurso duro e intransigente em relação ao cumprimento, por parte dos EUA, de todos os compromissos assumidos anteriormente. “Uma promessa de esperança não pode ser traída, ela tem de ser cumprida. Aqui em Marrakesh nós somos os guardiões da letra e do espírito do Acordo de Paris”, disse ele. Segundo Hollande, “aquilo que nos une”, independentemente de diferenças religiosas, convicções políticas e patamares de desenvolvimento social e econômico, é “termos em comum a salvação de nosso planeta”. Outro líder que se destacou foi o secretário de Estado americano, John Kerry, ainda que prestes a deixar o cargo: “Não posso falar pelo próximo governo, mas garanto que os americanos apoiam o Acordo de Paris de forma majoritária”. Na quinta- feira 17, pelo menos 360 empresas nos EUA fizeram uma carta ao Congresso exigindo a redução de poluentes. Como se vê, o que não faltam são tentativas de fazer o acordo andar, mas a nuvem pesada segue escurecendo o caminho. http://istoe.com.br/nuvem-escura-sobre-cop-22/ Já no espaço vazio 2, a forma que deve completar o espaço vazio, também mantendo a coerência do texto, bem como a regência e a concordância verbal é: A á B a C há D à 11. A regência verbal está corretamente empregada em: A Os pais sempre aspiram o melhor para os filhos, que devem obedecer, por sua vez, aos pais. B Os pais sempre visam a futuro bom parar os filhos, os quais, por sua vez, não devem desobedecer os pais. C Os filhos devem lembrar sempre de obedecer aos pais. D Os filhos nunca devem esquecer-se de obedecer aos pais. 12. Há erro de regência em: A Trabalhava com o que gostava, em uma empresa de publicidade. B A proposta visava o resgate das memórias nos tempos de guerra. C Os sonhos de uma jovem judia eram iguais aos de uma jovem não judia. P á g i n a 107 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ D Eles gostavam de presentear os novos amigos. 13. A CULTURA DO CANCELAMENTO No mundo da internet, principalmente no terreno das redes sociais, é fácil ler que determinada pessoa foi cancelada. A expressão diz respeito à chamada cultura do cancelamento, termo que foi considerado o de maior destaque de 2018 e de 2019 pelo Dicionário Macquarie, por causa da __________¹ ocorrida nas redes sociais pelo mundo. Não se sabe ao certo a origem dele, mas foi a partir de 2017, durante as denúncias de assédio sexual em Hollywood, e do surgimento do movimento #MeToo, que ele começou a aparecer com mais força. Embora o movimento tenha decolado em 2017 com a hashtag #MeToo, ele definitivamente manteve seu ímpeto e começou a espalhar suas asas linguísticas para além da hashtag e do nome do movimento, respondendo a uma necessidade óbvia no discurso que cerca essa convulsão social, explicou, em comunicado, o Dicionário Macquarie. No dicionário, a palavra cancelar quer dizer eliminar ou riscar para tornar sem efeito. É exatamente isso que a cultura do cancelamento da web propõe. Basta que uma pessoa pública ou não, apesar de que os famosos acabam sendo as principais vítimas, faça algo errado para que as propostas de cancelamento comecem a surgir. No Brasil nomes como do humorista e influencer Carlinhos Maia, do funkeiro MC Gui, da cantora Anitta e do cantor Nego do Borel já figuraram entre os cancelados. Bullying, preconceito, homofobia e transfobia foram os motivos que os levaram ao boicote do público. Como tudo na vida, a cultura do cancelamento tem bônus e ônus. Como ponto positivo, percebo a indignação das pessoas em relação a situações que antes passavam despercebidas, como casos de preconceito, machismo e racismo, além dos citados acima. O ponto negativo desse movimento está na anulação por completo. Não há uma conversa, não há uma busca por se colocar no lugar do outro. É claro que há atitudes que são deploráveis e até criminosas. E, para usar outro termo da internet, não é preciso passar pano, acobertando erros. Mas a decisão de cancelar alguém, muitas vezes, pode ser drástica demais. É como se tivéssemos o poder de eliminar, ao melhor estilo do que ocorre em realities shows, nos quais isso, de fato, é uma brincadeira, parte de uma dinâmica de jogo, sem direito a resposta ou retratação. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br – Texto adaptado Analise as sentenças a seguir: I. Ninguém se prestou à ouvir as vítimas do cancelamento. II. Chegamos a conclusão de que a cultura do cancelamento é autoritária. III. A menina, à quem ele fez alusão, após ser cancelada, pediu desculpas por suas atitudes. IV. Eles assistiram àquela cena de boicote sem nenhuma reação. Deduz-se que o emprego do sinal indicativo da crase está correto A apenas em I e II. B apenas em II e III. C apenas em III e IV. D apenas em IV. 14. De origem grega, a palavra “crase” significa mistura, fusão da preposição "a" com os artigos definidos "a" ou "as", bem como os pronomes demonstrativos "a" ou "as" e a vogal inicial dos demonstrativos "aquele", "aquela" e "aquilo". A crase é marcada com o acento agudo (`) sobre a vogal “a”. Com base nesta definição, assinale a alternativa correta. A Apesar do local ser antigo, as pessoas já tinham fogão a gás. B Para não terem dívidas, os familiares não compram à prazo. C Ao saber da aprovação no concurso, Mariana pôs- se à gritar. D P á g i n a 108 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ No estádio, José dizia sempre: "assisti à jogos memoráveis". E Nas últimas férias, eu realizei grande sonho: visitei à Itália. 15. Assinale a alternativa correta sobre acolocação de crase. A Os programas forneceram às famílias a assistência necessária. B Os diretores da empresa discutiam os problemas frente à frente. C A finalização da obra foi favorável à toda população da montanha. D À contragosto, a equipe de alunos entregou a relação do material. E Naquela noite, pedimos uma pizza a moda da casa para jantar. Gabarito 1.A 2.B 3.D 4.C 5.C 6.B 7.A 8.A 9.D 10.D 11.D 12.B 13.D 14.E 15.A 10. Concordância nominal e verbal. CONCORDÂNCIA VERBAL A Concordância Verbal é a concordância do verbo com o seu sujeito, em número e em pessoa. Essa concordância pode ser feita de várias formas, por aproximação, de maneira absoluta, por pessoa. Esses casos serão mostrados abaixo SUJEITO SIMPLES O verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e pessoa. Exemplo: Ela foi ao cinema. (3ª pessoa, singular) Nós vamos ao cinema. (1ª pessoa, plural) Casos especiais a) Sujeito coletivo: O verbo concorda com o coletivo. Exemplo: A multidão gritou na arquibancada. OBS.: Se o coletivo vier especificado ou modificado por adjunto adnominal, o verbo pode ficar no singular ou ir para o plural. Exemplo: A multidão de fãs gritou. A multidão de fãs gritaram. Uma multidão de pessoas saiu aos gritos. Uma multidão de pessoas saíram aos gritos. b) Sujeito possui coletivos partitivos (metade, a maior parte, grande parte, maioria, etc.): O verbo fica no singular (concordância lógica) ou vai para o plural (concordância atrativa). Exemplo: A maioria dos alunos foi à excursão. A maioria dos alunos foram à excursão. c) Sujeito é pronome de tratamento: O verbo fica sempre na 3ª pessoa (do singular ou do plural). Exemplo: Vossa Santidade esteve no Brasil. Vossa Alteza pediu silêncio. Vossas Altezas pediram silêncio. d) O sujeito é o pronome relativo <que>: O verbo concorda com o antecedente do pronome. Exemplo: Fui eu que derramei o café. Fomos nós que derramamos o café. OBS.: Com a expressão <um dos que>/<uma das que>, o verbo deve assumir a forma plural, exceto quando a ação se refere a um só agente. P á g i n a 109 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ Exemplo: Você é um dos que admiram os escritores de novelas. (Dos que admiram novelas, ele é um.) Ele é um dos jogadores que foram expulsos. (Dos jogadores que foram expulsos, ele é um.) Era uma das suas filhas que namorava com ele. (Namorava com ele, uma das suas filhas.) e) O sujeito é o pronome relativo <quem>: O verbo pode ficar na 3ª pessoa do singular ou concordar com o antecedente do pronome. Exemplo: Fui eu quem derramou o café. Fui eu quem derramei o café. f) O sujeito é formado por locuções pronominais (Alguns de nós, poucos de vós, quais de..., quantos de..., etc.): Se o primeiro pronome estiver no singular, o verbo fica no singular. Se estiver no plural, poderá concordar com o pronome interrogativo/indefinido ou com o pronome pessoal (nós ou vós). Exemplo: Algum de nós o receberá. Quais de vós me punirão? Quais de vós me punireis? Quais de nós são capazes? Quais de nós somos capazes? Vários de nós propuseram sugestões inovadoras. Vários de nós propusemos sugestões inovadoras. OBS.1: Veja que a opção por uma ou outra forma indica a inclusão ou a exclusão do emissor. Quando alguém diz ou escreve "Alguns de nós sabíamos de tudo e nada fizemos", esta pessoa está se incluindo no grupo dos omissos. Isso não ocorre quando alguém diz ou escreve "Alguns de nós sabiam de tudo e nada fizeram.", frase que soa como uma denúncia. g) O sujeito é formado de nomes no plural: Se o sujeito não vier precedido de artigo, o verbo ficará no singular. Caso venha antecipado de artigo, o verbo concordará com o artigo. Exemplo: Estados Unidos é uma nação poderosa. Os Estados Unidos são a maior potência mundial. h) O sujeito é formado por expressões aproximativas: mais de um, menos de dois, cerca de..., etc.: O verbo concorda com o numeral. Exemplo: Mais de um aluno não compareceu à aula. Mais de cinco alunos não compareceram à aula. OBS.: No caso da referida expressão aparecer repetida ou associada a um verbo que exprime reciprocidade, o verbo necessariamente deverá permanecer no plural: Exemplo: Mais de um aluno, mais de um professor contribuíram. Mais de um formando se abraçaram na formatura. i) O sujeito tem por núcleo a palavra gente (sentido coletivo) - o verbo poderá ser usado no singular ou plural, se este vier afastado do substantivo. Exemplo: A gente da cidade, temendo a violência da rua, permanece em casa. A gente da cidade, temendo a violência da rua, permanecem em casa. j) Quando os núcleos do sujeito são unidos por "com": O verbo pode ficar no singular ou no plural. No plural, os núcleos recebem um mesmo grau de importância e a palavra <com> tem sentido muito próximo ao de <e>. Para enfatizar o primeiro elemento, usa-se o singular. Exemplo: O governador com o secretariado traçaram os planos. O governador com o secretariado traçou os planos. SUJEITO COMPOSTO Regra geral: O verbo vai para o plural. Exemplo: João e Maria foram passear no bosque. CASOS ESPECIAIS: a) Os núcleos do sujeito são constituídos de pessoas gramaticais diferentes: O verbo ficará no plural seguindo-se a ordem de prioridade: 1ª, 2ª e 3ª pessoa. Exemplo: Eu (1ª pessoa) e ele (3ª pessoa) nos tornaremos amigos. (O verbo ficou na 1ª pessoa do plural porque esta tem prioridade sob a 3ª.) P á g i n a 110 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ Tu (2ª pessoa) e ele (3ª pessoa) vos tornareis amigos. (O verbo ficou na 2ª pessoa do plural porque esta tem prioridade sob a 3ª.) OBS1: No segundo exemplo, também é aceita a concordância do verbo com a terceira pessoa. Exemplo: Tu e ele se tornarão amigos. (3ª pessoa do plural) OBS.2: Se o sujeito estiver posposto, permite-se também a concordância por atração com o núcleo mais próximo do verbo. Exemplo: Iremos eu e minhas amigas. Irei eu e minhas amigas. b) Os núcleos do sujeito estão coordenados assindeticamente ou ligados por <e>: O verbo concordará com os dois núcleos. Exemplo: A jovem e a sua amiga seguiram a pé. OBS.3: Se o sujeito estiver posposto, permite-se a concordância por atração com o núcleo mais próximo do verbo. Exemplo: Seguiria a pé a jovem e a sua amiga. OBS.4: Quando ocorre ideia de reciprocidade, no entanto, a concordância é feita obrigatoriamente no plural. Exemplo: Abraçaram-se vencedor e vencido. Ofenderam-se o jogador e o árbitro. c) Os núcleos do sujeito são sinônimos ou semelhantes e estão no singular: O verbo poderá ficar no plural (concordância lógica) ou no singular (concordância atrativa). Exemplo: A angústia e ansiedade não o ajudavam a se concentrar. A angústia e ansiedade não o ajudava a se concentrar. d) Quando há gradação entre os núcleos: O verbo pode concordar com todos os núcleos (lógica) ou apenas com o núcleo mais próximo (concordância atrativa). Exemplo: Uma palavra, um gesto, um olhar bastavam. Uma palavra, um gesto, um olhar bastava. e) Quando os sujeitos forem resumidos por: nada, tudo, ninguém, etc.: O verbo concordará com o aposto resumidor. Exemplo: Os pedidos, as súplicas, o desespero, nada o comoveu. f) Quando o sujeito for constituído pelas expressões: um e outro, nem um nem outro: O verbo poderá ficar no singular ou no plural. Exemplo: Um e outro já veio. Um e outro já vieram. g) Quando os núcleos do sujeito composto são unidos por <ou> ou <nem>: O verbo deverá ficar no plural se a declaração contida no predicadopuder ser atribuída a todos os núcleos. Exemplo: Drummond ou Bandeira representam a essência da poesia brasileira. Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta. OBS: Se os núcleos forem excludentes o verbo deve ficar no singular. Em caso de retificação, deve concordar com o mais próximo. Exemplo: Você ou ele será escolhido. O ladrão ou os ladrões não deixaram vestígio. h) Quando os sujeitos estiverem ligados pelas séries correlativas (tanto... como/ assim... como/ não só... mas também, etc.): O que comumente ocorre é o verbo ir para o plural, embora o singular seja aceitável se os núcleos estiverem no singular. Exemplo: Tanto Erundina quanto Collor perderam as eleições municipais em São Paulo. Tanto Erundina quanto Collor perdeu as eleições municipais em São Paulo. SUJEITO ORACIONAL Quando o sujeito é uma oração subordinada substantiva subjetiva, o verbo da oração principal fica na 3ª pessoa do singular. Exemplo: Ainda falta dar os últimos retoques na pintura. P á g i n a 111 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ • OBS: Para saber se é o caso, substitua a oração subordinada por ISSO: “Ainda falta ISSO”. Percebe-se facilmente que ISSO é o sujeito do verbo faltar. O VERBO E A PARTÍCULA <SE> a) Quando é índice de indeterminação do sujeito: Quando índice de indeterminação do sujeito, o <se> acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretos e de ligação, os quais obrigatoriamente são conjugados na terceira pessoa do singular. Exemplo: Precisa-se de governantes interessados em civilizar o país. Confia-se em teses absurdas. Era-se mais feliz no passado. b) Quando é partícula apassivadora: Quando pronome apassivador, o <se> acompanha verbos transitivos diretos (e alguns poucos indiretos) na formação da voz passiva sintética. Nesse caso, o verbo deve concordar com o sujeito da oração. Exemplo: Construiu-se um posto de saúde. Construíram-se novos postos de saúde. Não se pouparam esforços para despoluir o rio. Não se poupou esforço para despoluir o rio. VERBOS IMPESSOAIS São aqueles que não possuem sujeito. Uma vez que os verbos se flexionam para concordar com o sujeito, então estes verbos ficam sempre na 3ª pessoa do singular. Haver no sentido de existir; Fazer indicando tempo; Verbos que indicam fenômenos da natureza. Exemplo: Havia sérios problemas na cidade. Fazia quinze anos que ele havia parado de estudar. Choveu granizos ontem. OBS: Em locução verbal nos casos acima, o verbo auxiliar herda esta impessoalidade. Lembre-se que o verbo existir não faz parte da regra: Exemplo: Vai fazer quinze anos que ele parou de estudar. Deve haver indícios de fraude. Pode ter havido casos semelhantes. Existem sérios problemas na cidade. Devem existir problemas na cidade. VERBOS DAR, BATER E SOAR Quando usados na indicação de horas, possuem sujeito (relógio, hora, horas, badaladas...), e com ele devem concordar. Exemplo: O relógio deu duas horas. Deu uma hora no relógio da estação. Deram duas horas no relógio da estação. O sino da igreja bateu cinco badaladas. Bateram cinco badaladas no sino da igreja. Soaram dez badaladas no relógio da escola. A LOCUÇÃO "HAJA VISTA" A locução “haja vista” admite duas construções. A expressão fica invariável ou o verbo haver pode variar (desde que não seguido de preposição), considerando-se o termo seguinte como sujeito. Exemplo: Haja vista as lições dadas por ele. Haja vista aos fatos explicados por esta teoria. Hajam vista os exemplos de sua dedicação. A EXPRESSÃO "EM QUE PESE" Na expressão “em que pese”, o verbo “pesar” permanece invariável quando se tratar de pessoa ou concorda com o sujeito quando se tratar de coisa. Exemplo: Em que pese aos governistas, votaremos contra. Em que pesem as suas contradições, a melhor tese ainda é a dele. PORCENTAGEM + SUBSTANTIVO a) Porcentagem + Substantivo, sem modificador da porcentagem: Facultativamente o verbo poderá concordar com o número referente à porcentagem ou com o substantivo. Exemplo: 1% da turma estuda muito. 1% dos alunos estuda / estudam muito. 10% da turma estuda / estudam muito. 10% dos alunos estudam muito. P á g i n a 112 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ b) Porcentagem + Substantivo, com modificador da porcentagem: O verbo concordará com o modificador, que pode ser pronome demonstrativo, pronome possessivo, artigo, etc. Exemplo: Os 10% da turma estudam muito. Aquele 1% dos alunos estuda mais. c) Mais de, menos de, cerca de, perto de, antes da porcentagem: O verbo concordará apenas com o número referente à porcentagem, mesmo que haja elemento modificador. Exemplo: Mais de 1% dos alunos estuda muito. Menos de 10% da turma estudam muito. CONCORDÂNCIA COM O VERBO SER: a) Quando, em predicados nominais, o sujeito for representado por um dos pronomes: tudo, nada, isto, isso, aquilo: O verbo <ser> ou <parecer> concordarão com o predicativo. Exemplo: Tudo são flores. Aquilo parecem ilusões. OBS: Poderá ser feita a concordância com o sujeito quando se quer enfatizá-lo. Exemplo: Aquilo é sonhos vãos. b) O verbo ser concordará com o predicativo quando o sujeito for os pronomes interrogativos <que> ou <quem>. Exemplo: Que são gametas? Quem foram os escolhidos? c) Em indicações de horas, datas, tempo, distância: A concordância será feita com a expressão numérica. Exemplo: São nove horas. É uma hora. OBS: Em indicações de datas, são aceitas as duas concordâncias, pois subentende-se a palavra dia. Exemplo: Hoje são 24 de outubro. Hoje é (dia) 24 de outubro. d) Quando o sujeito ou predicativo da oração for pronome pessoal, a concordância se dará com o pronome. Exemplo: Esse cara sou eu. OBS: Se os dois termos (sujeito e predicativo) forem pronomes, a concordância será com o que aparece primeiro, considerando o sujeito da oração. Exemplo: Eu não sou tu. e) Nas locuções: é pouco, é muito, é mais de, é menos de, junto a especificações de preço, peso, quantidade, distância e etc.: O verbo fica sempre no singular. Exemplo: Cento e cinquenta é pouco. Cem metros é muito. f) Nas expressões do tipo: ser preciso, ser necessário, ser bom, o verbo e o adjetivo podem ficar invariáveis (verbo na 3ª pessoa do singular e adjetivo no masculino singular) ou concordar com o sujeito posposto. Exemplo: É necessário aqueles materiais. São necessários aqueles materiais. O VERBO "PARECER" Em orações desenvolvidas, o verbo parecer fica no singular. Exemplo: As paredes parece que têm ouvidos. (Parece que as paredes têm ouvidos.) Quando seguido de infinitivo, admite duas concordâncias: a) O verbo parecer varia e não se flexiona o infinitivo. Exemplo: Alguns colegas pareciam chorar naquele momento. b) O verbo parecer não varia e o infinitivo sofre flexão. Exemplo: Alguns colegas parecia chorarem naquele momento. P á g i n a 113 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ OBS: A primeira construção é considerada corrente, enquanto a segunda, literária. CONCORDÂNCIA COM O INFINITIVO O infinitivo é a forma nominal do verbo e pode apresentar-se flexionado e não flexionado. O estudo do infinitivo na Língua Portuguesa é bastante complexo, já que, em alguns casos, ele deve ser flexionado, em outros, ele pode ser flexionado, e em outros ainda ele não se flexiona. Exemplo de como flexionar o infinitivodo verbo cantar: Era para eu cantar Era para tu cantares Era para ele cantar Era para nós cantarmos Era para vós cantardes Era para eles cantarem a) Não se flexiona o infinitivo: I) Não se flexiona o infinitivo se o sujeito for representado por pronome pessoal oblíquo átono (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, se, os, as, lhes). Exemplo: Esperei-as chegar. II) Quando o infinitivo não se referir a sujeito algum. Exemplo: Navegar é preciso, viver não é preciso. Querer é poder. Fumar prejudica a saúde. É proibido colar cartazes neste muro. É preciso lutar contra as drogas. Vale a pena ter fé e esperança sempre. III) Infinitivo com valor de imperativo (ordem, pedido, conselho, apelo): Exemplo: Soldados, recuar! IV) Como verbo principal de locução verbal: Exemplo: Os alunos podem sair mais cedo hoje. (O verbo sair é o principal da locução "podem sair"). Eles não podem fazer isso! (O verbo fazer é o principal da locução "podem fazer"). V) Quando fizer referência a gerúndio: Exemplo: As peças estavam estragadas, devendo ser substituídas. Começaram as inscrições, podendo os candidatos dirigir-se à sala b) Flexiona-se obrigatoriamente o infinitivo: I) Quando o sujeito for diferente de pronome átono, estiver evidente e determinante de verbo não acusativo: Exemplo: Não é necessário vocês chegarem mais cedo. II) Quando se quiser indeterminar o sujeito (utilizando a terceira pessoa do plural); Exemplo: Faço isso para (eu) não me achar inútil. Faço isso para não me acharem inútil. III) Quando o infinitivo é o sujeito: Exemplo: O morrerem pela pátria é sina de alguns soldados. IV) Quando o sujeito do verbo no infinitivo for diferente do sujeito do verbo da outra oração. Exemplo: Meninos, vejo estarem atrasados mais uma vez. (O sujeito “vocês” do infinitivo “estar”é diferente do sujeito “eu” do verbo “ver” na outra oração.) Falei a eles sobre a vontade de deixarmos o time. (O sujeito “nós” do infinitivo “deixar” é diferente do sujeito “eu” do verbo “ver” na outra oração.) V) Quando o verbo for de ligação ou estiver na voz passiva: Exemplo: Elas tiveram que suar muito para se tornarem campeãs. O porta-voz disse que as medidas a serem tomadas contra o terror serão rigorosas. VI) Quando apresentar reciprocidade ou reflexibilidade de ação. Exemplo: Fizemos os adversários se cumprimentarem com gentileza. Deixem os namorados beijarem-se como quiserem. P á g i n a 114 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ c) Flexão opcional: Quando possível, a escolha do infinitivo flexionado é feita sempre que se quer enfatizar o agente (sujeito) da ação expressa pelo verbo. I) Se o sujeito do verbo no infinitivo for o mesmo do verbo da outra oração, a flexão do infinitivo não é necessária. Não é, porém, proibida. (Alguns gramáticos consideram que não deve haver flexão). Os escoteiros chamaram os chefes para apresentar o relatório. Os escoteiros chamaram os chefes para apresentarem o relatório. (O sujeito de ambos os verbos “chamar” e “apresentar” é o mesmo: os escoteiros.) (tu) Lerás o texto antes de (tu) responder. (tu) Lerás o texto antes de (tu) responderes. Para estudar, estaremos sempre dispostos. Para estudarmos, estaremos sempre dispostos. II) Não sendo claro o sujeito, pode-se flexionar o infinitivo quando for preciso evitar ambiguidade: Está na hora de começarmos o trabalho. (nós) Está na hora de começar o trabalho. (Quem? eu, você, ele, nós?) Exemplo: O presidente liberou os seus ministros para subirem no palanque. (para os ministros subirem) O presidente liberou os seus ministros para subir no palanque. (para o presidente subir) III) Caso de Sujeito Acusativo: Quando um verbo no infinitivo ou no gerúndio tiver a ação dependente de verbo causativo (mandar, fazer, deixar, etc.) ou quando tiver a ação recebida por verbo sensitivo (ver, ouvir, sentir, etc.), seu sujeito será denominado de sujeito acusativo. Ter a ação dependente de outro verbo significa que a ação só ocorre porque outra ocorreu anteriormente. Constatado o sujeito acusativo, se for representado por pronome oblíquo átono (me, te, se, o, as, nos...) a concordância é na 3º pessoa do singular, obrigatoriamente; caso contrário, sendo ele um substantivo plural, a concordância é opcional. Exemplo: Mandei os garotos sair. Mandei os garotos saírem. (flexão opcional) Verbo causativo: mandar; Verbo dependente: sair; Sujeito acusativo: substantivo “garotos”; Mandei-os sair de lá. (não flexiona) Verbo causativo: mandar; Verbo dependente: sair; Sujeito acusativo: pronome oblíquo “os”; Sentimos (ou vimos, ou ouvimos) os colegas vacilar nos debates. Sentimos (ou vimos, ou ouvimos) os colegas vacilarem nos debates. Verbo sensitivo: Sentir (ou ver, ou ouvir); Verbo dependente: vacilar; Sujeito acusativo: substantivo “colegas”; d) Preposição + Infinitivo: I) Será não flexionado quando ocorrer locução verbal onde a ligação com o verbo auxiliar ocorrer por meio de preposição: Exemplo: Acabamos de fazer os exercícios. II) Será não flexionado quando houver a combinação ADJETIVO + PREPOSIÇÃO + INFINITIVO: Exemplo: São casos difíceis de solucionar. III) Não se flexiona o infinitivo precedido de preposição com valor de gerúndio. Exemplo: (Nós) Passamos horas a comentar o filme. (comentando) IV) Não se flexiona o infinitivo com preposição que apareça depois de um verbo na voz passiva: Exemplo: Os jornalistas foram forçados a sair da sala. As pessoas eram obrigadas a esperar em fila. V) Depois da combinação ao, o infinitivo varia obrigatoriamente: Exemplo: Ao entrarmos, encontramos o João. Ao derreterem-se, as amostras do gelo deixaram sedimentos. P á g i n a 115 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ VI) A variação será obrigatória se o verbo for pronominal ou se exprimir reciprocidade ou reflexibilidade de ação: Exemplo: Gastamos duas horas para nos dirigirmos para lá. Eles relutaram muito para se cumprimentarem. Foram ao cabeleireiro a fim de se pentearem. VII) Nos demais casos é opcional flexionar ou não. Exemplo: O rapaz ajudava as garotas a superar suas dificuldades em Matemática. O rapaz ajudava as garotas a superarem suas dificuldades em Matemática. Para chegar aqui, gastamos duas horas. Para chegarmos aqui, gastamos duas horas. CONCORDÂNCIA NOMINAL REGRA GERAL: Os termos determinantes - adjetivo, artigo, numeral, pronome e particípio- concordam em gênero e número com o termo determinado, o substantivo. Exemplo: Uma árvore deve ter boas raízes. Toda opinião devia ter um bom fundamento. CASOS ESPECIAIS DE CONCORDÂNCIA NOMINAL 1- ADJETIVO ANTES DOS SUBSTANTIVOS- ANTEPOSTO AO SUBSTANTIVO. a) Adjetivo + substantivo + substantivo ou mais. O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo. Exemplo: 1 Lindas pérolas e rubis. 2 Lindos rubis e pérolas. b) O adjetivo ficará no plural, se os substantivos forem nomes próprios ou indicarem parentescos. Exemplo: 1 Criativos Roberto Carlos e Erasmo Carlos. 2 Engraçados pai e filho. ADJETIVO COMO PREDICATIVO DO SUJEITO OU DO OBJETO—o adjetivo anteposto poderá concordar com o núcleo mais próximo ou no plural, prevalecendo o masculino plural, em casos de gêneros diferentes. Exemplo: Emocionados, pai e mãe procuravam disfarças as lágrimas. Emocionado, pai e mãe procuravam disfarças as lágrimas. Emocionada, mãe e pai procuravam disfarçar as lágrimas. PREDICATIVO DO OBJETO Ex.: A comissão julgadora considerou vitoriosaa menina e o menino. A comissão julgadora considerou vitoriosos a menina e o menino. • OBS: SE AS PALAVRAS DETERMINADAS SE REFEREM A UMA SÓ PESSOA OU COISA, IMPÕE-SE O SINGULAR DO DETERMINANTE. Exemplo: Seu fiel amigo e servidor. 2 - ADJETIVO POSPOSTO A DOIS OU MAIS SUBSTANTIVOS- A CONCORDÂNCIA PODERÁ SER: a) Com o último substantivo; Ex.: Comprei vestido e bolsa importada. b) Com o masculino plural, se um dos substantivos for masculino; Exemplo: Comprei vestido e bolsa importados. c) Com o plural, no gênero dos substantivos. Exemplo: Comprei roupa e bolsa importadas. ATENÇÃO: Quando há ideia de reciprocidade, torna-se obrigatório o emprego do plural. Exemplo: Encontrou padrinho e afilhada empenhados em uma discussão sobre sustentabilidade. 3 - DOIS OU MAIS ADJETIVOS POSPOSTOS A UM SUBSTANTIVO. HÁ DUAS POSSIBILIDADES: a) Substantivo no singular e repetição do artigo antes do segundo adjetivo. Exemplo: Adoro a cultura espanhola e a italiana P á g i n a 116 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ b) Substantivo no plural e não emprego do artigo antes do segundo adjetivo. Exemplo: Adoro as culturas espanhola e italiana. • OBS: Na função de predicativo do sujeito ou do objeto o adjetivo posposto ao substantivo concordará no mesmo gênero plural, se os substantivos tiverem gêneros iguais ou no masculino plural, se tiverem gêneros diferentes. Exemplo: Pai e mãe estavam emocionados. Mãe e filha estavam emocionadas. O médico atendeu a paciente idosa e ferida. O médico atendeu a criança e a mãe feridas e desidratadas. CONCORDÂNCIA COM NUMERAL 1- Quando dois ou mais numerais ordinais antecedem um substantivo, determinando-o este concorda com o mais próximo ou flexiona-se para o plural. Exemplo: Jogarão os atletas da segunda e terceira série. Jogarão os atletas da segunda e terceira séries. 2- Quando dois ou mais numerais ordinais pospostos determinam um substantivo, este se flexiona no plural. Exemplo: Os artigos sétimo, oitavo e nono esclarecem esse caso. Já consultei os volumes primeiro, segundo e quarto. 3- Quando se emprega os cardinais pelos ordinais, não ocorre a flexão. Exemplo: Página um. / figura vinte e um • OBS. Linguagem jurídica- A folhas vinte e uma / A folhas quarenta e duas 4- Substantivo no singular precedido de numeral combinado com um ou uma a preferência atual é colocá-lo no plural. Exemplo: Vinte e um dias / As mil e uma noites CONCORDÂNCIA COM OS ADJETIVOS DESIGNATIVOS DE NOMES DE CORES. Quando o nome da cor é constituído de dois adjetivos, nesse caso a prática mais comum é deixar o primeiro invariável na forma do masculino e fazer a concordância do segundo com o substantivo determinado. Embora não deixem de aparecer exemplos em bons autores em que estejam flexionados os dois adjetivos. Ex.: Olhos verde-claros (dois adjetivos só o último varia) • OBS: VERDE- CLARO COMO SUBSTANTIVO SE ATRIBUI O PLURAL VERDES- CLAROS. Exemplo: Os verdes –claros dos campos. (substantivo + adjetivo ambos variam no caso do plural dos substantivos compostos) Os campos verde-claros. (neste caso verde-claro é adjetivo) Olhos da cor verde-claro (com a expressão da cor ou de cor a cor fica no singular) ATENÇÃO COR QUE NÃO É COR, NÃO VARIA Exemplo: camisa vinho / camisas vinho Uniforme laranja / uniformes laranja Blusa rosa / Blusas rosa ATENÇÃO OS ADJETIVOS SEGUINTES SÃO INVARIÁVEIS. AZUL-CELESTE / AZUL –MARINHO / INFRAVERMELHO / CONCORDÂNCIA COM O ADJETIVO COMPOSTO. No adjetivo composto de dois ou mais elementos referidos a nacionalidade a concordância em gênero e número com o substantivo só ocorrerá no último adjetivo composto. Exemplo: Acordo luso-brasileiro. Amizade luso-brasileira Lideranças luso-brasileiras. O adjetivo composto varia apenas o último quando termina em adjetivo. Quando termina em substantivo fica invariável. P á g i n a 117 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ Exemplo: Quartos verde-escuros (escuros adjetivo) Cabelos vermelho-fogo (fogo substantivo invariável) EXCEÇÃO- ADJETIVO SURDO-MUDO (apresenta duas características por isso varia as duas palavras). PALAVRAS E EXPRESSÕES COM CONCORDÂNCIA ESPECIAL As palavras: CARO, BARATO, MEIO, BASTANTE, MUITO, POUCO E SÓS, Quando classificadas como palavras adjetivas concordam em gênero e número com o termo a que se referem. Quando advérbio, ficam invariáveis. CARO E BARATO MESMAS REGRAS PARA SABERMOS SE FUNCIONAM COMO ADJETIVO OU ADVÉRBIO. Exemplo: As roupas foram caras/ baratas (Adjetivo caras/ baratas concordam com roupas) As roupas custaram caro /barato (Advérbio, portanto invariável) *Na dúvida com a classificação das palavras barato e caro, troca o substantivo da frase por uma palavra feminina, se houver a mudança para cara/ barata é adjetivo se não é adverbio. Exemplo: O carro está caro. (adjetivo) A moto está cara. (adjetivo) O carro custa caro (advérbio) A moto custa caro ( advérbio) PALAVRA MEIO- Quando podemos dividir o termo a que meio se refere é adjetivo, quando tem sentido de “um pouco”, “um tanto” é advérbio. Ex.: Era meio-dia e meia (meia hora) Elas estavam meio triste. BASTANTE- No sentido de muito é advérbio, portanto invariável. BASTANTES- muitos, muitas, / pronome indefinido logo é variável Suficientes / adjetivo logo é variável Exemplo: Foram bastante agitadas as festas desta semana. (bastante – advérbio no sentido de muito) Compramos bastantes produtos orgânicos. (bastantes – pronome indefinido no sentido de muitos) Temos razões bastantes para duvidar dele. (bastantes – adjetivo no sentido de suficientes) Em relação a palavra MUITO aplica-se a regra inversa. Exemplo: Tenho resolvido muitas questões de matemática. (bastantes questões) Tenho estudado muito matemática (estudado bastante) POUCO(s)- Contrário de muitos (as) variável Contrário de muito (invariável) Exemplo: Temos poucas horas até a viagem (temos muitas horas) Durmo pouco. (Dormimos muito). SÓ= somente- advérbio invariável SÓS = sozinhos – adjetivo- variável A SÓS – locução adverbial invariável Exemplo: Eles só convidaram os amigos (somente) Muitas pessoas vivem sós no mundo. (sozinhas) Eles precisavam falar a sós. (locução adverbial) MESMO = No sentido de “embora”, ou “ainda que” = conectivo invariável. No sentido de realmente, ou de fato, exatamente, precisamente, também ou até, é advérbio invariável. No sentido de os mesmos / as mesmas = substantivo variável Exemplo: As crianças mesmas organizaram a festa. (as crianças próprias) Foram sempre os mesmos em todas as ocasiões. Cheguei agora mesmo (Cheguei agora precisamente) Ele conferia mesmo os documentos não questionados. (conferia até os documentos...) Mesmo cansados continuamos estudando até tarde. (embora cansados....) AS PALAVRAS OBRIGADO, PRÓPRIO, ANEXO, APENSO, INCLUSO E QUITE concordam em gênero e número com o termo a que se referem. Exemplo: A garotinha disse: Obrigada P á g i n a 118 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ Muito obrigado, disse-nos ele. A multa está inclusa neste valor? As multasestão inclusas neste valor? A cópia veio anexa/apensa ao contrato. A cópias vieram anexas /apensas ao contrato. Nós já pagamos todas as faturas. Agora estamos quites. Estou quite. OS ADJETIVOS POSSÍVEL – PROVÁVEL- Nas expressões superlativas concordam com o artigo que as antecedem. Exemplo: Os dois autores defendem a melhor doutrina possível. Essas frutas são as mais saborosas possíveis. Eles foram os mais insolentes possíveis. • OBS: A EXPRESSÃO QUANTO POSSÍVEL É INVARIÁVEL. Exemplo: Paisagens quanto possível belas. ALERTA, MENOS, SOMENOS, PSEUDO E TODO - são invariáveis na linguagem padrão. Exemplo: Aqueles foram dias de pseudo - felicidade. Vieram menos pessoas ao evento este ano. Mais amores e menos confiança. Há neles coisas boas, coisas más e coisas somenos. A fé todo – poderosa que nos guia é nossa salvação (todo usado em termos compostos fica invariável) Os seguranças estavam sempre alerta. (adverbio, invariável) Alerta! (Interjeição invariável) ATENÇÃO COM A PALAVRA ALERTA - LINGUAGEM COLOQUIAL- OBSERVAR O TEXTO A palavra alerta admite flexão se empregada como adjetivo no sentido “ágil”, “atento” ou “vigilante” Ou ainda como substantivo significando “sinal” ou “ordem “para estar atento Exemplo: Elas eram funcionárias alertas. (alertas = atentas, logo funciona como adjetivo) Nós ouvimos repetidamente os alertas emitidos pelas sirenes. (os alertas = os sinais, logo funciona como substantivo). SUBSTANTIVO + É BOM, É PRECISO, É PROIBIDO, É NECESSÁRIO, É PERMITIDO A flexão do adjetivo que nelas ocorre depende da presença ou da ausência de um determinante junto ao substantivo. SUBSTANTIVO COM DETERMINANTE (ARTIGO OU PRONOME) O ADJETIVO CONCORDA COM O SUBSTANTIVO. SUBSTANTIVO SEM DETERMINANTE O ADJETIVO FICA INVARIÁVEL. Exemplo: Não é permitida a entrada / Não é permitido entrada Verdura é bom para a saúde. / A verdura é boa para a saúde. CONCORDÂNCIA COM O PARTICÍPIO Caso o particípio apareça como verbo principal em tempo composto com os auxiliares TER OU HAVER ficará invariável. Exemplo: A direção havia explicado as medidas necessárias à solução da crise. O presidente tinha dado as recomendações Eu estava resfriado (particípio com função de adjetivo) Vários alunos andam resfriados (resfriados- particípio com função de adjetivo. ATENÇÃO: alguns particípios passaram a ter emprego equivalente a preposição e advérbio como tais devem aparecer invariáveis. Contudo alguns escritores ainda procedem com a concordância necessária. Exemplo: Salva a hipótese (em desuso) Salvo a hipótese Salvo exceções CONCORDÂNCIA IDEOLÓGICA OU SILEPSE É a concordância que ocorre partindo de uma ideia ou sentido que ela indica. Pode ocorrer: silepse de gênero (concordância nominal). silepse de pessoa (concordância verbal). Silepse de número (concordância verbal). P á g i n a 119 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ Exemplo: A animada Salvador está cada vez mais desenvolvida (silepse de gênero refere-se à cidade) Sua excelência, o governador, está adoentado (silepse de gênero refere-se uma pessoa do sexo masculino.) OBS: quando se junta um adjetivo as formas de tratamento V.Exª, V. Sª, etc. o adjetivo fica no gênero da forma de tratamento. Exemplo: Sua Magestade fidelíssima foi contrariado pelos representantes diplomáticos. O rebanho andava sem rumo pela planície seca; tentavam inutilmente achar água. (Silepse de número (singular e plural) Todos os brasileiros falamos a mesma língua silepse de pessoa (concordância verbal). Todos os brasileiros falam a mesma língua. (concordância gramatical normal) QUESTÕES 1. É assim que acontece a bondade Rubem Alves (...) O que pode ser ensinado são as coisas que moram no mundo de fora: astronomia, física, química, gramática, anatomia, números, letras, palavras. Mas há coisas que não estão do lado de fora, coisas que moram dentro do corpo. Estão enterradas na carne, como se fossem sementes à espera… Sim, sim! Imagine isto: o corpo como um grande canteiro! Nele se encontram, adormecidas, em estado de latência, as mais variadas sementes. Elas poderão acordar, como a Bela Adormecida acordou com um beijo. Mas poderão também não brotar. Tudo depende… As sementes não brotarão se sobre elas houver uma pedra. E também pode acontecer que, depois de brotar, elas sejam arrancadas… De fato, muitas plantas precisam ser arrancadas, antes que cresçam: as pragas, tiriricas, picões… Uma dessas sementes é a “solidariedade”. A solidariedade não é uma entidade do mundo de fora, ao lado de estrelas, pedras, mercadorias, dinheiro, contratos. Se ela fosse uma entidade do mundo de fora poderia ser ensinada e produzida. A solidariedade é uma entidade do mundo interior. Solidariedade nem se ensina, nem se ordena, nem se produz. A solidariedade tem de brotar e crescer como uma semente… Veja o ipê florido! Nasceu de uma semente. Depois de crescer não será necessária nenhuma técnica, nenhum estímulo, nenhum truque para que ele floresça. Angelus Silesius, místico antigo, tem um verso que diz: “A rosa não tem porquês. Ela floresce porque floresce”. O ipê floresce porque floresce. Seu florescer é um simples transbordar natural da sua verdade. A solidariedade é como o ipê: nasce e floresce. Mas não em decorrência de mandamentos éticos ou religiosos. Não se pode ordenar: “Seja solidário!” A solidariedade acontece como um simples transbordamento: as fontes transbordam… Já disse que solidariedade é um sentimento. É esse o sentimento que nos torna humanos. A solidariedade me faz sentir sentimentos que não são meus, que são de um outro. Acontece assim: eu vejo uma criança vendendo balas num semáforo. Ela me pede que eu compre um pacotinho das suas balas. Eu e a criança – dois corpos separados e distintos. Mas, ao olhar para ela, estremeço: algo em mim me faz imaginar aquilo que ela está sentindo. E então, por uma magia inexplicável, esse sentimento imaginado se aloja junto dos meus próprios sentimentos. Na verdade, desaloja meus sentimentos, pois eu vinha, no meu carro, com sentimentos leves e alegres, e agora esse novo sentimento se coloca no lugar P á g i n a 120 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ deles. O que sinto não são meus sentimentos. Foram-se a leveza e a alegria que me faziam cantar. Agora, são os sentimentos daquele menino que estão dentro de mim. Meu corpo sofre uma transformação: ele não é mais limitado pela pele que o cobre. Expande-se. Ele está agora ligado a um outro corpo que passa a ser parte dele mesmo. Isso não acontece nem por decisão racional, nem por convicção religiosa, nem por um mandamento ético. É o jeito natural de ser do meu próprio corpo, movido pela solidariedade. Pela magia do sentimento de solidariedade meu corpo passa a ser morada do outro. É assim que acontece a bondade. O menino me olhou com olhos suplicantes. E, de repente, eu era um menino que olhava com olhos suplicantes… Disponível em https://rubemalvesdois.wordpress.com/2010/09 /11/e-assim-que-acontece-a-bondade/ No período “Foram-se a leveza e a alegria que me faziam cantar”, o verbo “foram” está no plural porque concorda A com o sujeito que está no plural. B com o sujeito composto posposto a ele. C com o sujeito que representa um coletivo. D com o sujeito composto anteposto a ele. 2. “Há duas formas de marcar o tempo”. Com relação à concordância do verbo “haver”,analise as afirmativas a seguir: I. Fica no singular quando for usado no sentido de existir ou acontecer. II. É pessoal e por isso concorda com o sujeito da oração. III. Fica no plural para indicar um sujeito indeterminado. IV. É impessoal e forma uma oração sem sujeito. É correto o que se afirma A apenas em I e II. B apenas em I e IV. C apenas em II e IV. D apenas em II e III. 3. Tendo em vista as regras de concordância verbal, assinale a alternativa que não segue corretamente essas regras. A Atualmente persistem as críticas sobre a aparência física de algumas mulheres. B Havia muitas pessoas que gostariam de provar novos sabores. C Faltam às pessoas um bom conselho sobre como agir diante da opinião alheia. D Polêmicas haverão de existir sobre a roupa da cantora em seu show. 4. Assinale a alternativa que não está de acordo com as regras de concordância verbal. A Mais de uma pessoa foi cancelada naquele momento. B Nem um nem outro foi cancelado. C Faz dois anos que não sou cancelado nas redes socias. D Haviam muitas pessoas na sala discutindo sobre cancelamento. P á g i n a 121 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 5. Assinale a alternativa em que a acentuação gráfica e a concordância verbal estão corretas. A As pessoas, que não lêem boas obras literárias, sente dificuldades em escrever. B Em janeiro, as chuvas eram tão fortes que os para-raios saíam voando. C Hoje, as crianças vêem os superherois, diferentemente dos seus país. D Na Antigüidade, os pedidos de remissão era mais respeitados por todos. E Nos Jogos Panamericanos, os atletas brasileiros costumam terem boa atuação. 6. TEXTO III Seu pai a trazia às vezes, aos domingos, quando vinha cumprir o piedoso dever de amizade, visitando Quaresma. Há quanto tempo estava ele ali? Ela não se lembrava ao certo; uns três ou quatro meses, se tanto. Só o nome da casa metia medo. O hospício! É assim como uma sepultura em vida, um semi- enterramento, enterramento do espírito, da razão condutora, de cuja ausência os corpos raramente se ressentem. A saúde não depende dela e há muitos que parecem até adquirir mais força de vida, prolongar a existência, quando ela se evola não se sabe por que orifício do corpo e para onde. Com que terror, uma espécie de pavor de coisa sobrenatural, espanto de inimigo invisível e onipresente, não ouvia a gente pobre referir-se ao estabelecimento da Praia das Saudades! Antes uma boa morte, diziam. No primeiro aspecto, não se compreendia bem esse pasmo, esse espanto, esse terror do povo por aquela casa imensa, severa e grave, meio hospital, meio prisão, com seu alto gradil, suas janelas gradeadas, a se estender por uns centos de metros, em face do mar imenso e verde, lá na entrada da baía, na Praia das Saudades. Entrava-se, viam-se uns homens calmos, pensativos, meditabundos, como monges em recolhimento e prece. De resto, com aquela entrada silenciosa, clara e respeitável, perdia-se logo a ideia popular da loucura; o escarcéu, os trejeitos, as fúrias, o entrechoque de tolices ditas aqui e ali. Não havia nada disso; era uma calma, um silêncio, uma ordem perfeitamente naturais. No fim, porém, quando se examinavam bem, na sala das visitas, aquelas faces transtornadas, aqueles ares aparvalhados, alguns idiotas e sem expressão, outros como alheados e mergulhados em um sonho íntimo sem fim, e via-se também a excitação de uns, mais viva em face à atonia de outros, é que se sentia bem o horror da loucura, o angustioso mistério que ela encerra, feito não sei de que inexplicável fuga do espírito daquilo que se supõe o real, para se apossar e viver das aparências das coisas ou de outras aparências das mesmas. Quem uma vez esteve diante deste enigma indecifrável da nossa própria natureza, fica amedrontado, sentindo que o gérmen daquilo está depositado em nós e que por qualquer coisa ele nos invade, nos toma, nos esmaga e nos sepulta numa desesperadora compreensão inversa e absurda de nós mesmos, dos outros e do mundo. Cada louco traz em si o seu mundo e para ele não há mais semelhantes: o que foi antes da loucura é outro muito outro do que ele vem a ser após. No trecho “...há muitos que parecem até adquirir mais força de vida”, é obedecida a regra de concordância verbal. Assinale a alternativa em que a regras de concordância verbal também são empregadas corretamente. A Eu sou aquele que veio para apaziguar os ânimos. B Mais de uma noiva quiseram trocar seus vestidos C Quem teria sido meus pais biológicos? D P á g i n a 122 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ Restava cerca de duzentas pessoas esperando por atendimento. 7. Disponível em: revistaencontro.com.br/canal/ encontro-indica/2015/03/conhecao- ilustrador- que-da-vida-a-armandinho-que-e-sucesso-no- facebo.html. Acesso em 04 de fev. 2021. 13. No trecho “Faz três dias que sonho com pão de queijo!” é obedecida a regra de concordância verbal. Assinale a alternativa em que a regra de concordância verbal também é estabelecida corretamente. A Devem fazer cinco anos que me separei e hoje estou muito feliz. B Fui eu que lhe pediu em casamento. C Muitas pessoas já havia conhecido o companheiro ideal. D Quem teriam sido os críticos da crônica de João Antônio? 8. No período “O montante equivale a 23 milhões de caminhões de 40 toneladas carregados, o que, segundo a entidade, seria suficiente para circundar a Terra sete vezes”, o verbo destacado está realizando a sua concordância A com o substantivo “montante” a que se refere. B com o numeral “40 toneladas” a que se refere. C com o substantivo “entidade” a que se refere. D com o numeral “23 milhões” a que se refere. 9. A concordância verbal não está de acordo como preceitua a gramática em A Naquele momento, mais de uma pessoa mostrou-se indiferente à dor do companheiro. B Ele foi um dos que se compadeceu da dor alheia. C Haviam ali várias pessoas indiferentes ao sofrimento do amigo. D A dor, a angústia, o sofrimento, tudo parece ser imperceptível para determinadas pessoas. 10. Disponível em: https://tirasarmandinho.tumblr.com/. Acesso em 09 de janeiro de 2020. Na passagem “A cada dia há mais pessoas como você”, presente no 3º quadrinho no TEXTO VI, houve a correta concordância do verbo “haver”, de acordo com a Norma Padrão da Língua Portuguesa. Assinale a alternativa que não estabelece a correta concordância desse mesmo verbo. A Acredito que devem haver leis que amparem o trabalhador. B P á g i n a 123 @cursotopdelinha cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ Havia simples operários na fila, em busca de oportunidades. C Os empregados é que se houvessem com o patrão sobre os baixos salários. D Outros haverão de arrumar um emprego logo. 11. Os outros que ajudam (ou não) Muitos anos atrás, conheci um alcoólatra, que, aos quarenta anos, quis parar de beber. O que o levou a decidir foi um acidente no qual ele, bêbado, quase provocara a morte da companheira que ele amava, por quem se sentia amado e que esperava um filho dele. O homem frequentou os Alcoólicos Anônimos. Deu certo, mas, depois de um tempo, houve uma recaída brutal. Desanimado, mas não menos decidido, com o consenso de seu grupo do AA o homem se internou numa clínica especializada, onde ficou quase