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Apostila para Professor de Juazeiro - Edital 2021

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APOSTILA PARA PROFESSOR DE JUAZEIRO
EDITAL 2021
SUMÁRIO
LÍNGUA PORTUGUESA
PÁGINA 1 ATÉ A PÁGINA 137
RACIOCÍNIO LÓGICO
PÁGINA 138 ATÉ A PÁGINA 166
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
PÁGINA 167 ATÉ A PÁGINA 310
CONHECIMENTOS DE JUAZEIRO I
PÁGINA 311 ATÉ A PÁGINA 327
CONHECIMENTOS DE JUAZEIRO II
PÁGINA 328 ATÉ A PÁGINA 345
 
P á g i n a 1 
 
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cursotopdelinhaonline.com LÍNGUA PORTUGUESA ______________________________________________________________ 
 ______________________________________________________________ 
1. Compreensão e interpretação de textos 
 
TEXTO – é um conjunto de ideias organizadas e 
relacionadas entre si, formando um todo 
significativo capaz de produzir INTERAÇÃO 
COMUNICATIVA (capacidade de CODIFICAR E 
DECODIFICAR). 
 
CONTEXTO – um texto é constituído por diversas 
frases. Em cada uma delas, há uma certa 
informação que a faz ligar-se com a anterior e/ou 
com a posterior, criando condições para a 
estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa 
interligação dá-se o nome de CONTEXTO. Nota-se 
que o relacionamento entre as frases é tão grande, 
que, se uma frase for retirada de seu contexto 
original e analisada separadamente, poderá ter um 
significado diferente daquele inicial. 
 
INTERTEXTO - comumente, os textos apresentam 
referências diretas ou indiretas a outros autores 
através de citações. Esse tipo de recurso 
denomina-se INTERTEXTO. 
 
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO - o primeiro 
objetivo de uma interpretação de um texto é a 
identificação de sua ideia principal. A partir daí, 
localizam-se as ideias secundárias, ou 
fundamentações, as argumentações, ou 
explicações, que levem ao esclarecimento das 
questões apresentadas na prova. 
 
PONTOS IMPORTANTES PARA UMA BOA 
COMPREENSÃO/INTERPRETAÇÃO TEXTUAL 
 
1 – Ler duas vezes o texto. A primeira para tomar 
contato com o assunto; a segunda para observar 
como o texto está articulado; desenvolvido; 
2 – Observar que um parágrafo em relação ao 
outro pode indicar uma continuação ou uma 
conclusão ou, ainda, uma falsa oposição; 
3 – Sublinhar, em cada parágrafo, a ideia mais 
importante (tópico frasal); 
4 – Ler com muito cuidado os enunciados das 
questões para entender direito a intenção do que 
foi pedido; 
5 – Sublinhar palavras como: erro, incorreto, 
correto, para não se confundir no momento de 
responder à questão; 
6 – Escrever, ao lado de cada parágrafo, ou de cada 
estrofe, a ideia mais importante contida neles; 
7 – Não levar em consideração o que o autor quis 
dizer, mas sim o que ele disse; escreveu; 
8 – Se o enunciado mencionar tema ou ideia 
principal, deve-se examinar com atenção a 
introdução e/ou a conclusão; 
9 – Se o enunciado mencionar argumentação, deve 
preocupar-se com o desenvolvimento; 
10 – Tomar cuidado com os vocábulos relatores 
(os que remetem a outros vocábulos do texto: 
pronomes relativos, pronomes pessoais, pronomes 
demonstrativos). 
 
ERROS COMUNS NA ANÁLISE DOS TEXTOS 
 
1 – Extrapolação: É o fato de se fugir do texto. 
Ocorre quando se interpreta o que não está escrito. 
Muitas vezes são fatos, mas que não estão 
expressos no texto. Deve-se ater somente ao que 
está relatado. 
 
2 – Redução: É o fato de se valorizar uma parte do 
contexto, deixando de lado a sua totalidade. Deixa-
se de considerar o texto como um todo para se ater 
apenas à parte dele. 
3 – Contradição: É o fato de se entender 
justamente o contrário do que está escrito. É bom 
que se tome cuidado com algumas palavras, como: 
“pode”, “deve”, “não”, verbo “ser”, etc. 
 
ARGUMENTAÇÃO 
 
Para que as ideias estejam adequadamente 
concatenadas dentro do texto, fazemos uso dos 
chamados operadores argumentativos: elementos 
linguísticos, geralmente invariáveis, que ligam as 
orações estabelecendo relação entre as ideias e 
indicando o “tom” pretendido pelo autor. Seguem 
alguns exemplos de operadores argumentativos: 
 
1- Operadores que indicam contradição, 
oposição de ideias: mas, porém, todavia, 
entretanto, por mais que, ao contrário, 
ATENÇÃO - Muitos pensam 
que há a ótica do escritor e a 
ótica do leitor. Pode ser que 
existam, mas numa prova 
de concurso, o que deve 
ser levado em consideração 
é o que o AUTOR DIZ e nada 
mais. 
 
 
P á g i n a 2 
 
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mesmo que, embora, ainda que, a despeito 
de. 
2- Operadores que indicam conclusão, 
consequência: logo, portanto, assim, então, 
de modo que, por isso, por conseguinte, de 
maneira que, em vista disso, pois (quando 
usado depois do verbo). 
3- Operadores que indicam causa: porque, 
que, porquanto, senão, por causa de, por 
razão de, em decorrência de, posto que. 
• OBS: portanto = indica 
conclusão porquanto = indica 
causa 
4- Operadores que indicam condição, 
probabilidade, hipótese: caso, se, desde 
que, a não ser que, exceto se, a menos que. 
5- Operadores que indicam tempo: assim que, 
logo que, quando, depois de, depois que, 
mal (Exemplo: Ela mal chegou, fez 
confusão), antes de, antes que. 
6- Operadores que indicam finalidade: com o 
fim de, a fim de que, com o intuito de, para 
que, para, com o propósito de. 
7- Operadores que indicam relevância da 
informação: acima de tudo, primeiramente, 
antes de mais nada, sobretudo. 
8- Operadores que indicam adição de ideias: e, 
não só, como também, nem (com sentido 
de “e não”), além de, ainda, também, mas 
também. 
QUESTÕES 
 
Interpretação de texto 
1. 
É assim que acontece a bondade 
 
Rubem Alves 
 
(...) 
O que pode ser ensinado são as coisas que moram 
no mundo de fora: 
astronomia, física, química, gramática, anatomia, 
números, letras, palavras. 
Mas há coisas que não estão do lado de fora, coisas 
que moram dentro do corpo. 
Estão enterradas na carne, como se fossem 
sementes à espera… 
Sim, sim! Imagine isto: o corpo como um grande 
canteiro! 
Nele se encontram, adormecidas, em estado de 
latência, as mais variadas sementes. 
Elas poderão acordar, como a Bela Adormecida 
acordou com um beijo. 
Mas poderão também não brotar. 
Tudo depende… 
As sementes não brotarão se sobre elas houver 
uma pedra. 
E também pode acontecer que, depois de brotar, 
elas sejam arrancadas… 
De fato, muitas plantas precisam ser arrancadas, 
antes que cresçam: 
as pragas, tiriricas, picões… 
Uma dessas sementes é a “solidariedade”. 
A solidariedade não é uma entidade do mundo de 
fora, 
ao lado de estrelas, pedras, mercadorias, dinheiro, 
contratos. 
Se ela fosse uma entidade do mundo de fora 
poderia ser ensinada e produzida. 
A solidariedade é uma entidade do mundo interior. 
Solidariedade nem se ensina, nem se ordena, nem 
se produz. 
A solidariedade tem de brotar e crescer como uma 
semente… 
Veja o ipê florido! 
Nasceu de uma semente. 
Depois de crescer não será necessária nenhuma 
técnica, 
nenhum estímulo, nenhum truque para que ele 
floresça. 
Angelus Silesius, místico antigo, tem um verso que 
diz: 
“A rosa não tem porquês. Ela floresce porque 
floresce”. 
O ipê floresce porque floresce. 
Seu florescer é um simples transbordar natural da 
sua verdade. 
A solidariedade é como o ipê: 
nasce e floresce. 
Mas não em decorrência de mandamentos éticos 
ou religiosos. 
Não se pode ordenar: “Seja solidário!” 
A solidariedade acontece como um simples 
transbordamento: 
as fontes transbordam… 
Já disse que solidariedade é um sentimento. 
É esse o sentimento que nos torna humanos. 
 
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A solidariedade me faz sentir sentimentos que não 
são meus, que são de um outro. 
Acontece assim: eu vejouma criança vendendo 
balas num semáforo. 
Ela me pede que eu compre um pacotinho das suas 
balas. 
Eu e a criança – dois corpos separados e distintos. 
Mas, ao olhar para ela, estremeço: 
algo em mim me faz imaginar aquilo que ela está 
sentindo. 
E então, por uma magia inexplicável, esse 
sentimento imaginado se aloja junto dos meus 
próprios sentimentos. 
Na verdade, desaloja meus sentimentos, pois eu 
vinha, no meu carro, com sentimentos leves e 
alegres, 
e agora esse novo sentimento se coloca no lugar 
deles. 
O que sinto não são meus sentimentos. 
Foram-se a leveza e a alegria que me faziam cantar. 
Agora, são os sentimentos daquele menino que 
estão dentro de mim. 
Meu corpo sofre uma transformação: 
ele não é mais limitado pela pele que o cobre. 
Expande-se. 
Ele está agora ligado a um outro corpo que passa a 
ser parte dele mesmo. 
Isso não acontece nem por decisão racional, nem 
por convicção religiosa, nem por um mandamento 
ético. 
É o jeito natural de ser do meu próprio corpo, 
movido pela solidariedade. 
Pela magia do sentimento de solidariedade meu 
corpo passa a ser morada do outro. 
É assim que acontece a bondade. 
O menino me olhou com olhos suplicantes. 
E, de repente, eu era um menino que olhava com 
olhos suplicantes… 
 
Disponível em 
https://rubemalvesdois.wordpress.com/2010/09
/11/e-assim-que-acontece-a-bondade/ 
De acordo com o TEXTO I, para Rubem Alves, a 
solidariedade é um sentimento que 
A 
floresce com a ajuda de mandamentos 
religiosos. 
B 
se aprende por meio de exemplos 
familiares. 
C 
não se ensina, apenas deixa-se 
florescer. 
D 
já faz parte da essência do ser humano. 
 
2. 
 
Disponível em 
https://br.pinterest.com/pin/304274518572701992/. 
 
A partir da análise da charge do TEXTO II, 
é correto inferir que 
A 
o preço da conta de luz é muito alto. 
B 
os adultos enfrentam melhor os seus 
medos. 
C 
os medos parecem maiores durante a 
infância. 
D 
os medos das crianças são passageiros 
e podem ser ignorados. 
 
 
 
 
 
3. 
O Tempo 
 
Rubem Alves 
 
Há duas formas de marcar o tempo. Uma delas foi 
inventada por homens que amam a precisão dos 
números, matemáticos, astrônomos, cientistas, 
técnicos. Para marcar o tempo de forma precisa, 
eles fabricaram ampulhetas, relógios, 
cronômetros, calendários. Nesses artefatos 
 
P á g i n a 4 
 
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técnicos, todos os pedaços do tempo – segundos, 
minutos, dias, anos – são feitos de uma mesma 
substância: números, entidades matemáticas. Não 
há inícios nem fins, apenas a indiferente sucessão 
de momentos, que nada dizem sobre alegrias e 
sofrimentos. Apenas um bolso vazio. Nele, a alma 
não encontra morada. 
 
Nas Olimpíadas, a performance dos corredores e 
nadadores é medida até os centésimos. Fico a me 
perguntar: “Como é que conseguem? Que diferença 
faz?”. 
 
A outra foi inventada por homens que sabem que a 
vida não pode ser medida com calendários e 
relógios. A vida só pode ser marcada com a vida. Os 
amantes do Cântico dos Cânticos marcavam o 
tempo do amor pelos frutos maduros que pendiam 
das árvores. Quando as folhas dos plátanos ficam 
amarelas sabemos que o outono chegou. Os ipês-
rosas e amarelos anunciam o inverno. 
 
Qual a magia que informa os ipês, todos eles, em 
lugares muito diferentes, que é hora de perder as 
folhas e florescer? E sem misturar as cores. 
Primeiro os rosas, depois os amarelos e, 
finalmente, os brancos. 
 
Sugeri que algum compositor compusesse uma 
sinfonia ou uma brincadeira musical em três 
movimentos. Primeiro movimento, “Ipê-rosa”, 
andante tranquilo, em que os violoncelos cantam a 
paz e a segurança. Segundo movimento, “Ipê-
amarelo”, rondo vivace, em que os metais, cores 
parecidas com a dos ipês, fazem soar a exuberância 
da vida. Terceiro movimento, “Ipê-branco”, 
moderato, em que o veludo dos oboés canta a 
mansidão. Seria bom se nós, como os ipês, nos 
abríssemos para o amor no inverno. 
 
A precisão dos números marca o tempo das 
máquinas e do dinheiro. O tempo do amor se marca 
com o corpo. 
 
Um calendário é coisa precisa: anos, meses, dias, 
horas, que são marcados com números. Esses 
números medem o tempo. Mas os pedaços de 
tempo são bolsos vazios: nada há dentro deles. O 
bolso vazio do tempo se torna parte do nosso corpo 
quando o enchemos com vida. Aí o tempo não mais 
pode ser representado por números. O tempo 
aparece como um fruto que vai sendo comido: é 
belo, é colorido, é perfumado. E, à medida que vai 
sendo comido, vai acabando. Vem a tristeza. O 
tempo da vida se marca por alegrias e tristezas. Há 
inícios e há fins. 
 
Tempus fugit; o tempo foge. Portanto, carpe diem: 
colha o dia como um fruto que amanhã estará 
podre. 
 
Viver ao ritmo de alegrias e tristezas é ser sábio. 
“Sapio”, no latim, quer dizer, “eu saboreio”. O sábio 
é um degustador da vida. A vida não é para ser 
medida. Ela é para ser saboreada. 
 
Um texto bíblico diz: “Ensina-nos a contar os 
nossos dias de tal maneira que alcancemos um 
coração sábio”. Acho que Jesus sorriria se eu 
acrescentasse ao “Pai-Nosso” outra súplica: “A 
fruta nossa de cada dia dá-nos hoje…”. Caqui, 
pitanga, morango à beira do abismo, melancia… 
 
Heráclito foi um filósofo grego fascinado pelo 
tempo. Contemplava o rio e via que tudo é rio. 
Percebeu que não é possível entrar duas vezes no 
mesmo rio; na segunda vez, as águas serão outras, 
o primeiro rio já não existirá. Tudo é água que flui: 
as montanhas, as casas, as pedras, as árvores, os 
animais, os filhos, o corpo… Assim é tudo, assim é 
a vida: tempo que flui sem parar. Daquilo que ele 
supostamente escreveu, restam apenas 
fragmentos enigmáticos. Dentre eles, um me 
encanta: “Tempo é criança brincando, jogando; da 
criança o reinado”. 
 
Para nós, o tempo é um velho, cada vez mais velho, 
sobre quem se acumulam os anos que passam e de 
quem a vida foge. 
 
Heráclito, ao contrário, diz que o tempo é criança, 
início permanente, movimento circular, o fim que 
volta sempre ao início, fonte de juventude eterna, 
possibilidade de novo começos. 
 
Tempo é criança? O que o filósofo queria dizer 
exatamente eu não sei. Mas sei que as crianças 
odeiam Chronos, o deus dos cronômetros, dos 
segundos, dos centésimos de segundos O relógio é 
o tempo do dever: corpo engaiolado. 
 
Disponível em 
https://www.revistaecosdapaz.com/o-tempo-
uma-cronica-encantadora-de-rubem-alves/. 
 
 
P á g i n a 5 
 
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De acordo com as ideias apresentadas no TEXTO I, 
com relação à questão do tempo, o escritor Rubem 
Alves afirma que 
 
I. há duas formas de marcar o tempo: a 
cronológica e a própria vida. 
 
II. o tempo criança assusta os mais velhos 
que têm medo da morte. 
 
III. o tempo pode ser aprisionado, 
encarcerado pelo homem. 
 
IV. o tempo é como um rio, flui sem parar, 
não espera por ninguém. 
 
É correto o que se afirma 
A 
apenas em I e III. 
B 
apenas em II e III. 
C 
apenas em I e IV. 
D 
apenas em II e IV. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. 
 
Disponível em 
https://www.conradoleiloeiro.com.br/peca.asp?ID=2185724
.. 
 
Pela análise da tirinha do TEXTO II, é correto 
inferir que 
A 
há boas perspectivas para o futuro. 
B 
o futuro guarda segredos 
inimagináveis. 
C 
não devemos nos preocupar com o 
futuro. 
D 
o futuro parece ser bastante 
desagradável. 
 
5. 
 
Disponível em https://www.gov.br/saude/pt-
br/assuntos/noticias/ministerio-dasaude- lanca-
servico-de-combate-a-fake-news. 
 
O anúncio do Ministério da Saúde sobre as fake 
news têm o objetivo principal de 
A 
desmentir as falsas informações que 
foram divulgadas na pandemia. 
B 
informar o papel dos profissionais de 
saúde no combateàs fake news. 
C 
esclarecer os procedimentos jurídicos 
existentes no combate às fake news. 
D 
orientar e conscientizar a população 
sobre a questão das fake news na 
saúde. 
 
6. 
 
P á g i n a 6 
 
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O macacão branco 
 
Sejamos honestas, colegas de trabalho: quem de 
nós pode vestir um macacão branco decotado na 
frente e nas costas, colado ao corpo, sem antes 
passar por uma lipoescultura, uma sessão de 
bronzeamento e ficar duas semanas sem comer? 
Resposta no final dessa coluna. 
 
Não teria adjetivos suficientes para comentar o 
show que Maria Rita fez no Anfiteatro Pôr do Sol, 
semana passada, cantando músicas da sua mãe, 
Elis Regina. O espetáculo foi perfeito do início ao 
fim, e São Pedro ainda deu uma canja, oferecendo 
um entardecer de cinema, com direito a uma lasca 
de lua, céu estrelado e brisa suave. Se Elis não fosse 
gaúcha, teria se naturalizado naquele instante, em 
algum cartório no céu. 
 
Mas voltemos a Maria Rita. Toda de branco, ela 
entrou no palco com uma túnica diáfana que ia até 
os pés: praticamente um anjo de bons modos. Até 
que, quatro ou cinco músicas depois do início do 
show, ela retirou a túnica e ficou só de macacão 
branco decotado, com as costas de fora, colado no 
corpo. Pensei: é peituda essa mulher. 
 
Peituda porque, além de peito, Maria Rita tem coxa, 
tem bunda, tem barriguinha, tem sustância, tem o 
corpo da brasileira típica, que passa longe das 
esquálidas das revistas, das ossudas das 
passarelas. A numeração de Maria Rita não é 36, 
mas vestiu aquele macacão branco como se fosse. 
Quaquaraquáquá, quem riu? Quaquaraquáquá, foi 
ela. Cantando Vou Deitar e Rolar e outros tantos 
hits da sua talentosa genitora, Maria Rita rebolou, 
sambou, jogou charme, braço pra cima, braço pro 
lado, ajeitadinha no cabelo, caras e bocas, dona e 
senhora do pedaço e com o namorado bonitão 
(Davi Moraes, na guitarra) ali na retaguarda, 
babando – se não estava, deveria. Porque Maria 
Rita, além de cantar divinamente, mostrava 100% 
seu lado fêmea, segura e incomparável. Que nem as 
modelos de revista? Quaquaraquaquá. Muito 
melhor. 
 
Fiquei matutando depois: como mulher se 
preocupa com besteira. Usa roupa preta para 
afinar, veste bermudas compressoras para chapar 
a barriga, manga comprida para esconder os 
braços roliços, e mais isso, e aquilo, quando o 
maior segredo de beleza consta do seguinte: sinta-
se num palco, mesmo que nunca tenha chegado 
perto de um. Imagine-se com 60 mil pessoas te 
aplaudindo, te admirando pelo que você faz, pelo 
que você é, imagine-se com o público na mão, pois 
você é competente e tem uma elegância natural. 
Conscientize-se de que sua inteligência é superior 
às suas medidas, que ser magrinha não atrai amor 
instantâneo, que sua personalidade é um cartão de 
visitas, que a felicidade é a melhor maquiagem, que 
ser leve é que emagrece. 
 
E dá-se a mágica. 
 
Quem de nós pode vestir um macacão branco 
decotado na frente e nas costas, colado ao corpo, 
sem antes passar por uma lipoescultura, uma 
sessão de bronzeamento e ficar duas semanas sem 
comer? Qualquer uma de nós, ora. 
 
MEDEIROS. Martha. A graça da coisa. 1ª ed. Porto 
Alegre – RS: L&PM, 2013. 
 
De acordo com o TEXTO I, 
A 
as mulheres deveriam valorizar 
valores como inteligência, 
personalidade, felicidade e leveza, em 
detrimento de valores relacionados à 
aparência física. 
 
 
 
B 
existe um padrão de beleza e, ao tentar 
se adequar a ele, a mulher conseguirá 
afirmar-se na sociedade. 
C 
nem todas as mulheres têm condições 
de se comportar como Maria Rita, em 
seu show. 
D 
o maior segredo da beleza é a mulher 
seguir os ditames proferidos pela 
opinião pública. 
 
7. 
Modernidade líquida 
 
O conceito de modernidade líquida foi 
desenvolvido pelo sociólogo polonês Zygmunt 
Bauman e diz respeito a uma nova época em que as 
relações sociais, econômicas e de produção são 
frágeis, fugazes e maleáveis, como os líquidos. O 
 
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conceito opõe-se, na obra de Bauman, ao conceito 
de modernidade sólida, quando as relações eram 
solidamente estabelecidas, tendendo a serem mais 
fortes e duradouras. 
 
O que é modernidade líquida? 
 
Bauman definiu como modernidade líquida um 
período que se iniciou após a Segunda Guerra 
Mundial e ficou mais perceptível a partir da década 
de 1960. Esse sociólogo chamou de modernidade 
sólida o período anterior. 
 
A modernidade sólida era caracterizada pela 
rigidez e solidificação das relações humanas, das 
relações sociais, da ciência e do pensamento. A 
busca pela verdade era um compromisso sério 
para os pensadores da modernidade sólida. As 
relações sociais e familiares eram rígidas e 
duradouras, e o que se queria era um cuidado com 
a tradição. Apesar dos aspectos negativos 
reconhecidos por Bauman da modernidade sólida, 
o aspecto positivo era a confiança na rigidez das 
instituições e na solidificação das relações 
humanas. 
 
A modernidade líquida é totalmente oposta à 
modernidade sólida e ficou evidente na década de 
1960, mas a sua semente estava no início do 
capitalismo industrial, durante a Revolução 
Industrial. As relações econômicas ficaram 
sobrepostas às relações sociais e humanas, e isso 
abriu espaço para que cada vez mais houvesse uma 
fragilidade de laço entre pessoas e de pessoas com 
instituições. 
 
A lógica do consumo entrou no lugar da lógica da 
moral, assim, as pessoas passaram a ser 
fortemente analisadas não pelo que elas são, mas 
pelo que elas compram. A ideia de compra também 
adentrou nas relações sociais, e as pessoas 
passaram a comprar afeto e atenção. 
 
Nesse contexto, as instituições ficaram 
estremecidas. O emprego tornou-se um 
empreendimento completamente individual no 
momento em que o indivíduo tornou-se um 
“empreendedor” de si mesmo. Se alguém não 
obtém sucesso nessa lógica da modernidade 
líquida, a responsabilidade é completamente 
individual. 
 
Assim sendo, a modernidade líquida tem 
instituições líquidas, pois cada pessoa é uma 
instituição. A exploração capitalista deixou de ser 
vista como exploração e passou a ser vista como 
uma relação natural em que o sujeito, 
empreendedor de si mesmo, vende a sua força de 
trabalho ao sujeito empreendedor que possui o 
capital. 
 
A modernidade líquida é ágil, pois ela acompanha 
a moda e o pensamento de época. A ciência, a 
técnica, a educação, a saúde, as relações humanas 
e tudo mais que foi criado pelo ser humano para 
compor a sociedade são submetidos à lógica 
capitalista de consumo. 
 
Modernidade líquida e relações humanas 
 
As relações humanas ficaram extremamente 
abaladas com o surgimento da modernidade 
líquida. Bauman usa o termo “conexão” para 
nomear as relações na modernidade líquida no 
lugar de relacionamento, pois o que se passa a 
desejar a partir de então é algo que possa ser 
acumulado em maior número, mas com 
superficialidade suficiente para se desligar a 
qualquer momento. A amizade e os 
relacionamentos amorosos são substituídos por 
conexões, que, a qualquer momento, podem ser 
desfeitas. 
 
As redes sociais e a internet serviram de 
instrumento para a intensificação do que Bauman 
chamou de amor líquido: a relação pseudoamorosa 
da modernidade líquida. Não se procura, como na 
modernidade sólida, uma companhia afetiva e 
amorosa como era na modernidade sólida, mas se 
procura uma conexão (que pode ser sexual ou não, 
sendo que a não sexual substitui o que era a 
amizade) que resulte em prazer para o indivíduo. 
O imperativo da modernidade líquida é a busca por 
prazer a qualquer custo, mesmo que utilizando 
pessoas como objetos. Aliás, namodernidade 
líquida, o sujeito torna-se objeto. 
 
As conexões estabelecidas entre pessoas são laços 
banais e eventuais. As pessoas buscam um número 
grande de conexões, pois isso se tornou motivo de 
ostentação. Mais parceiros e parceiras sexuais, 
mais “amigos” (que, na verdade, não passam, na 
maioria dos casos, de colegas ou conhecidos), pois 
quanto mais conexões, mais célebre a pessoa é 
considerada. Basta fazer uma breve análise das 
 
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relações sociais em redes sociais como o Facebook: 
quanto mais “amigos” (que, na verdade, são apenas 
contatos virtuais) a pessoa tem, mais requisitada 
ela se torna. (...) 
 
Modernidade líquida e consumismo 
 
O consumo tornou-se um imperativo na 
modernidade líquida. Criou-se todo um aparato 
para que o capitalismo consiga progredir 
desenfreadamente por meio do consumo 
irracional. Para além do que o filósofo e sociólogo 
alemão Karl Marx observou em sua época, um 
fetiche pelo consumo, criou-se um fetiche pelas 
marcas, deixando de importar o produto em si, mas 
a sua fabricante e o seu preço. 
 
Consumo sempre foi sinônimo de status, mas, na 
modernidade líquida, o consumo e o status são 
expressivamente dotados de uma carga simbólica 
muito mais intensa do que era na modernidade 
sólida. O sujeito é objetificado pelo capitalismo, 
tornando-se apenas o que ele consome, e não mais 
o que ele é. Na lógica da modernidade líquida, o 
sujeito é aquilo que ele consome. 
 
O modo pelo qual o capitalismo consegue efetuar 
essa mudança de perspectiva é pela promessa de 
felicidade: os sujeitos estão cada vez mais ansiosos, 
tristes e sobrecarregados. Associa-se então o 
prazer momentâneo oferecido pelo consumo à 
felicidade. Como esse prazer é rapidamente 
passageiro, o sujeito sente a necessidade de buscá-
lo constantemente, na tentativa de alcançar a 
felicidade. (...) 
 
Publicado por Francisco Porfírio Disponível em 
https://mundoeducacao.uol.com.br/sociologia/modernidade
-liquida.htm. 
 
De acordo com o TEXTO I, a partir da análise da 
teoria de Zygmunt Bauman, a era da modernidade 
líquida foi marcada, principalmente, por uma 
mudança que diz respeito 
A 
à rigidez e à solidificação das relações 
humanas, das relações sociais, da 
ciência e do pensamento. 
B 
à tendência que o capitalismo 
instaurou de progredir 
desenfreadamente por meio do 
consumo racional. 
C 
ao desejo das pessoas de buscarem um 
número grande de conexões para não 
se sentirem sós e isoladas. 
D 
ao fato de as pessoas passarem a ser 
fortemente analisadas não pelo que 
elas são, mas pelo que elas compram. 
 
8. 
A CULTURA DO CANCELAMENTO 
 
 No mundo da internet, principalmente no 
terreno das redes sociais, é fácil ler que 
determinada pessoa foi cancelada. A expressão diz 
respeito à chamada cultura do cancelamento, 
termo que foi considerado o de maior destaque de 
2018 e de 2019 pelo Dicionário Macquarie, por 
causa da __________¹ ocorrida nas redes sociais pelo 
mundo. Não se sabe ao certo a origem dele, mas foi 
a partir de 2017, durante as denúncias de assédio 
sexual em Hollywood, e do surgimento do 
movimento #MeToo, que ele começou a aparecer 
com mais força. 
 Embora o movimento tenha decolado em 2017 
com a hashtag #MeToo, ele definitivamente 
manteve seu ímpeto e começou a espalhar suas 
asas linguísticas para além da hashtag e do nome 
do movimento, respondendo a uma necessidade 
óbvia no discurso que cerca essa convulsão social, 
explicou, em comunicado, o Dicionário Macquarie. 
 No dicionário, a palavra cancelar quer dizer 
eliminar ou riscar para tornar sem efeito. É 
exatamente isso que a cultura do cancelamento da 
web propõe. Basta que uma pessoa pública ou não, 
apesar de que os famosos acabam sendo as 
principais vítimas, faça algo errado para que as 
propostas de cancelamento comecem a surgir. No 
Brasil nomes como do humorista e influencer 
Carlinhos Maia, do funkeiro MC Gui, da cantora 
Anitta e do cantor Nego do Borel já figuraram entre 
os cancelados. Bullying, preconceito, homofobia e 
transfobia foram os motivos que os levaram ao 
boicote do público. 
 Como tudo na vida, a cultura do cancelamento 
tem bônus e ônus. Como ponto positivo, percebo a 
indignação das pessoas em relação a situações que 
antes passavam despercebidas, como casos de 
preconceito, machismo e racismo, além dos citados 
acima. O ponto negativo desse movimento está na 
anulação por completo. Não há uma conversa, não 
há uma busca por se colocar no lugar do outro. 
 
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 É claro que há atitudes que são deploráveis e até 
criminosas. E, para usar outro termo da internet, 
não é preciso passar pano, acobertando erros. Mas 
a decisão de cancelar alguém, muitas vezes, pode 
ser drástica demais. É como se tivéssemos o poder 
de eliminar, ao melhor estilo do que ocorre em 
realities shows, nos quais isso, de fato, é uma 
brincadeira, parte de uma dinâmica de jogo, sem 
direito a resposta ou retratação. 
 
Disponível em: 
https://www.correiobraziliense.com.br – Texto 
adaptado 
 
A temática principal tratada no TEXTO I é 
A 
as atitudes preconceituosas de pessoas 
famosas. 
B 
o surgimento do movimento #MeToo. 
C 
o banimento, sobretudo, de pessoas da 
arena pública nas mídias sociais. 
D 
a eliminação em realities shows. 
 
9. 
De acordo com o TEXTO I (ANTERIOR), 
é incorreto afirmar que 
A 
as atitudes machistas, homofóbicas e 
racistas são razões para o boicote do 
público. 
B 
a cultura do cancelamento só ocorre 
com pessoas famosas. 
C 
a falta de empatia se apresenta como 
um aspecto que contribui para o 
cancelamento. 
D 
as pessoas canceladas não têm voz nem 
defesa. 
 
10. 
Anedota Filosófica: Diógenes e Alexandre, o 
Grande 
 
Plutarco 
 
Conta-se que, certa manhã, Diógenes tomava sol 
sentado ao lado de seu barril. Alexandre, o Grande, 
andava por aquelas terras e, de tanto ouvir falar no 
homem que morava dentro de um barril, quis 
conhecê-lo. 
 
Informado de onde se encontrava o filósofo, 
Alexandre, montado em seu Bucéfalo, pôs-se frente 
a frente com Diógenes e, com este, teve o mais 
memorável de seus diálogos. 
 
Desta forma, apresentou-se o general: 
 
– Sou Alexandre, o Grande, diante de mim 
prostram-se os reinos, eu sou possuidor de muitas 
riquezas. 
 
Diógenes, sem esboçar sinal algum de surpresa, 
unicamente respondeu ao general: 
 
– Eu sou Diógenes e isto me basta. 
 
Alexandre, pasmo com a reação indiferente de 
Diógenes frente a sua imponência, ainda tentou 
persuadi-lo, com o pretexto de fazer o filósofo 
segui-lo: 
 
– Ouvi muito sobre sua sabedoria e ofereço-te 
metade de minhas riquezas se quiser acompanhar-
me. 
 
Diógenes, para a surpresa de Alexandre e de todos 
que estavam presentes, prontamente respondeu: 
 
– De você não desejo nada, quero apenas que saia 
da frente do meu sol pois estás me fazendo sombra. 
 
Os soldados do temível general ainda quiseram 
zombar de Diógenes, mas foram censurados por 
Alexandre que lhes repreendeu desta maneira: 
 
– Não zombem deste homem, pois se eu não fosse 
Alexandre Magno, eu queria ser Diógenes. 
 
Alexandre então se retirou, deixando em paz o 
filósofo sem nunca esquecer o exemplo de 
Diógenes, tendo também a certeza de que estivera 
diante do mais diferente homem de seu tempo. 
 
(Disponível em: 
https://www.acropole.org.br/simbolismo/anedot
a- 
filosofica- diogenes-e-alexandre-o-grande/ 
 
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 ______________________________________________________________A partir da leitura do TEXTO I, assinale a 
alternativa correta. 
A 
A resposta de Diógenes, ao pedir que 
Alexandre se afastasse do sol, foi 
irônica. 
B 
Alexandre menosprezava o filósofo e 
ofereceu-lhe riquezas apenas para 
testá-lo. 
C 
Ao final do TEXTO I, pode-se concluir 
que Alexandre ainda respeitava muito 
o filósofo. 
D 
Diógenes não tinha interesse por bens 
materiais, pois acreditava em vida após 
a morte. 
E 
Diógenes considerava que a vida não 
tinha sentido, então não tinha interesse 
por poder. 
 
11. 
Ao responder “Não zombem deste homem, pois se 
eu não fosse Alexandre Magno, eu queria ser 
Diógenes”, pode-se concluir que Alexandre 
A 
gostava de ser general. 
B 
apreciava uma vida simples. 
C 
aprovou a reação dos soldados. 
D 
desejava ser sábio como Diógenes. 
E 
era muito ambicioso e prepotente. 
 
12. 
Memórias Póstumas de Brás Cubas 
 
Machado de Assis 
 
Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias 
pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em 
primeiro lugar o meu nascimento ou a minha 
morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo 
nascimento, duas considerações me levaram a 
adotar diferente método: a primeira é que eu não 
sou propriamente um autor defunto, mas um 
defunto autor, para quem a campa foi outro berço; 
a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante 
e mais novo. Moisés, que também contou a sua 
morte, não a pôs no introito, mas no cabo; 
diferença radical entre este livro e o Pentateuco. 
[...] 
 
ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás 
Cubas. (Disponível 
em: 
http://www.dominiopublico.gov.br/download/te
xto/bv000215.pdf) 
 
A partir da leitura do TEXTO II, assinale a 
alternativa correta. 
A 
Brás quer sair da vulgaridade. 
B 
O autor deseja viver eternamente. 
C 
Trata-se de um texto religioso. 
D 
O autor é otimista por seu futuro 
literário. 
E 
Brás deseja escrever bem como Moisés. 
 
13. 
Quem quer viver para sempre? 
 
Eu já deveria estar morto. Ou a caminho de. Para 
alguns leitores, nunca uma frase soou tão 
verdadeira. Mas eu falo da história, não de afetos. 
Se tivesse nascido em Portugal, cem anos atrás, já 
haveria lápide e caixão. Dá para acreditar que, em 
inícios do século XX, a esperança média de vida 
para os homens portugueses rondasse os 35-40 
anos? Hoje, andará pelos oitenta. O que significa 
que, com sorte e algum bom humor do Altíssimo, 
eu estou apenas a meio da viagem. Se juntarmos os 
progressos da medicina no futuro próximo, é 
possível que a viagem seja alargada mais um 
pouco. Cem anos, cento e tal. Nada mau. 
 
Um artigo recente da Nature, aliás, promete 
revoluções para a minha pobre carcaça. O segredo 
está no hipotálamo cerebral e numa proteína do 
dito cujo que regula o envelhecimento humano. 
Não entro em pormenores, até porque eu próprio 
não os entendo. Mas eis o negócio: se a proteína é 
 
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estimulada, os ratinhos morrem mais depressa. Se 
a proteína é inibida, acontece o inverso. Falamos 
de ratos, por enquanto, o que significa que a 
descoberta só terá aplicação imediata entre a 
classe política. Mas o leitor entende onde quero 
chegar. 
 
E eu quero chegar à maior promessa de todas: o dia 
em que seremos finalmente imortais. Na história 
da cultura ocidental, esse dia pode estar no 
passado distante (ler Hesíodo, ler a Bíblia). Ou 
pode estar no futuro, como garantem os “trans-
humanistas”. Falo de uma corrente bioética 
perfeitamente respeitável que se dedica a essa 
causa: o destino da humanidade não está em 
morrer aos cem. Está em viver indefinidamente 
depois dos cem, através dos avanços da tecnologia. 
Porque só a tecnologia permitirá aos homens 
suplantar a sua infantil condição mortal. O nosso 
corpo é apenas a primeira casca de todas as cascas 
que estarão por vir. E quem não gostaria de viver 
para sempre? 
 
Curiosamente, há quem não queira. O filósofo 
Roger Scruton, em ensaio recente, dedica um 
capítulo específico aos transhumanistas. O livro 
intitula-se The Uses of Pessimism and the Dangers of 
False Hope. Segundo sei, será publicado no Brasil 
em breve. Recomendo. Primeiro, porque é uma 
súmula perfeita do pensamento de Scruton, escrito 
com elegância habitual do autor. Mas sobretudo 
porque é a mais brilhante refutação do 
pensamento utópico, e em particular do 
pensamento utópico trans-humanista de autores 
como Ray Kurzweil ou Max More, que me lembro 
de ter lido. Isso se deve, em grande parte, ao fato 
corajoso de Scruton ter sido capaz de virar o 
debate do avesso e perguntar: por que motivo a 
doença e a morte devem ser vistas como males 
intoleráveis que devemos erradicar? Não será 
possível olhar para eles como bens necessários? 
 
Certo, certo: ninguém ama a doença e, tirando 
casos extremos, ninguém deseja morrer. Mas sem 
a doença e a morte, a vida não teria qualquer valor 
em si mesma. Os projetos que fazemos; as viagens 
com que sonhamos; os amores que temos, 
perdemos, procuramos; e até a descendência que 
deixamos – tudo isso parte da mesma premissa: o 
fato singelo de não termos todo o tempo do mundo. 
Vivemos, escolhemos, amamos – porque temos 
urgência em viver, escolher e amar. Se retirarmos 
a urgência da equação, podemos ainda viver 
eternamente. Mas viveremos uma eternidade de 
tédio em que nada tem sentido porque nada 
precisa ter sentido. Sem importância do efêmero, 
nada se torna importante. 
 
Os trans- humanistas sonham com um mundo pós- 
humano. É provável que esse mundo seja possível 
no futuro, quando a técnica suplantar a nossa casca 
primitiva. Mas esse mundo, até pela sua própria 
definição, será um filme diferente. Não será um 
filme para seres humanos tal como os conhecemos 
e reconhecemos. 
 
Viver até os cem? Agradeço. Cento e vinte também 
serve. Mas se me dissessem hoje mesmo que o meu 
futuro duraria uma eternidade, eu seria o primeiro 
a pular da janela sem hesitar. 
 
COUTINHO, João Pereira. Vamos ao que interessa: 
cem crônicas da era da brutalidade. São Paulo: 
Três Estrelas, 2015. 
 
De acordo com o autor do TEXTO I, 
A 
a doença e a morte nos fazem perseguir 
nossos projetos, nossos sonhos, pois 
tememos não termos uma outra 
oportunidade. 
B 
mesmo com o progresso da medicina, 
dificilmente conseguiremos aumentar 
nossa expectativa de vida. 
C 
o que nos faz seres humanos é o nosso 
desejo incessante pela eternidade, 
procurando sempre levar uma vida 
saudável e plena. 
D 
todos querem viver para sempre, mas 
não querem adoecer, por isso se 
preocupam tanto com a saúde mental e 
física. 
 
14. 
Energias alternativas podem gerar 1 milhão de 
empregos no Brasil 
 
Com investimentos em energias alternativas, o 
Brasil pode gerar mais de 1 milhão de empregos e 
reduzir em 28 toneladas a emissão de CO² até 2025. 
 
 
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Nos próximos cinco anos, os investimentos da 
indústria de energia alternativa, como a solar e a 
eólica, e o impacto da digitalização das cidades 
podem gerar mais de 1,2 milhão de novos 
empregos no país. 
 
A análise é do Fórum Econômico Mundial, em 
parceria com a Accenture, empresa global de 
serviços profissionais, que ouviu mais de 25 
empresas de serviços públicos globais e empresas 
de tecnologia de energia. 
 
Além dos empregos, esses investimentos deverão 
resultar na redução de 28 toneladas de emissão de 
CO² (dióxido de carbono). O estudo foi feito em 
várias regiões, explorando o caminho das 
concessionárias em meio à pandemia e as 
oportunidades para acelerar o crescimento 
econômico e a transição para a energia limpa. 
 
O Grupo de Ação da Indústria, formado por mais de 
25 empresas, buscou avaliarde forma holística os 
resultados econômicos, ambientais, sociais, bem 
como desdobramentos técnicos de potenciais 
soluções de energia. 
 
Segundo a Accenture, foram mapeados diversos 
elementos da cadeia de valor do setor elétrico no 
país, como emissão de gás carbônico, pegadas 
d’água, acesso a eletricidade, qualidade do ar, 
resiliência e segurança do setor, qualidade de 
serviços e flexibilidade. 
 
No entanto, foram outros aspectos que se 
destacaram no cenário nacional, como: impactos 
no emprego e na economia, eficiência do setor e 
produtividade, investimento estrangeiro, 
atualização de sistemas e competitividade. 
 
Setor elétrico deve triplicar até 2050 
 
Com o mapeamento do setor elétrico brasileiro, foi 
possível identificar um modelo que pode 
direcionar a transformação e atualização do país 
em termos de energia, utilizando sua grande fonte 
de energia hidrelétrica como alicerce para 
sustentar a população. 
 
Simultaneamente a isso, investimentos em fontes 
alternativas de energia ganham força, como a solar 
e a eólica, bem como investimentos em cidades 
integradas e inteligentes. 
 
A demanda por energia no país deve triplicar até 
2050, fortalecendo a necessidade de 
investimentos. Para isso, segundo o estudo, o 
Brasil deverá precisar de, pelo menos, 38 novas 
linhas de distribuição de energia com mais de 5 mil 
km de extensão. 
 
Na prática, isso significa um investimento de mais 
de R$10 bilhões, segundo dados da Empresa de 
Pesquisa Energética, articulada com o Ministério 
de Minas e Energia e o Ministério da Economia. 
 
(...) 
 
Folha Dirigida. Reportagem: Energias Alternativas 
podem gerar 1 milhão de empregos no Brasil. 
[Fragmento]. (Disponível em: 
https://folhadirigida.com.br/mais/noticias/suste
ntabilidade/energias-alternativas-podem-gerar-
1-milhao-de-empregos-no-brasil .) 
 
De acordo com o TEXTO I, é correto afirmar que 
A 
a análise é do Fórum Econômico 
Mundial, em parceria com a Accenture, 
empresa global de serviços 
profissionais, que ouviu mais de 25 
empresas estatais. 
B 
a pesquisa sinaliza que, até 2050, o 
Brasil triplicará a demanda de energia, 
necessitando de mais 38 linhas de 
distribuição e investimento acima de 
R$ 10 bilhões. 
C 
na cadeia de valor do setor elétrico no 
país, tiveram destaque os impactos no 
emprego e na economia, a eficiência do 
setor e produtividade e o investimento 
estrangeiro. 
D 
no Brasil, os investimentos em 
energias alternativas já asseguram 
mais de 1 milhão de empregos e até 
2050 reduzirão em 28 toneladas a 
emissão de CO². 
E 
o cenário brasileiro apresentou como 
aspectos relevantes a emissão de gás 
carbônico, pegadas d'água, acesso a 
eletricidade e qualidade do ar. 
 
 
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15. 
O objetivo principal do autor com o TEXTO I é 
A 
alertar sobre um grande crescimento 
econômico por meio de energias 
renováveis. 
B 
denunciar os atuais prejuízos do 
consumo de energias nãorenováveis 
no planeta. 
C 
estimular que as empresas 
estrangeiras invistam na preservação 
ambiental. 
D 
informar sobre a relação entre criação 
de empregos e energias renováveis. 
E 
utilizar argumentos para ampliar o 
consumo de energias nãorenováveis. 
 
16. 
A CRUZ DA ESTRADA 
 
Castro Alves 
 
Caminheiro que passas pela estrada, 
Seguindo pelo rumo do sertão, 
Quando vires a cruz abandonada, 
Deixa-a em paz dormir na solidão. 
 
Que vale o ramo do alecrim cheiroso 
Que lhe atiras nos braços ao passar? 
Vais espantar o bando buliçoso 
Das borboletas, que lá vão pousar. 
 
É de um escravo humilde sepultura, 
Foi-lhe a vida o velar de insônia atroz. 
Deixa-o dormir no leito de verdura, 
Que o Senhor dentre as selvas lhe 
compôs. 
 
[...] 
 
Quando, à noite, o silêncio habita as matas, 
A sepultura fala a sós com Deus. 
Prende-se a voz na boca das cascatas, 
E as asas de ouro aos astros lá nos céus. 
 
Caminheiro! Do escravo desgraçado 
O sono agora mesmo começou! 
Não lhe toques no leito de noivado, 
Há pouco a liberdade o desposou. 
 
(Disponível em 
https://www.escritas.org/pt/t/5023/a-cruz-da-
estrada.). 
 
Após a leitura do TEXTO III, assinale a alternativa 
correta. 
A 
Ao escravo morto valem apenas o 
bando buliçoso das borboletas e o 
alecrim cheiroso. 
B 
O poema retrata que a liberdade dos 
escravos era conquistada apenas com a 
morte. 
C 
O poeta discorre sobre a sensibilidade 
do escravo liberto ao falar a sós com 
Deus. 
D 
A cruz da estrada representa o 
sofrimento do escravo humilde na 
solidão do sertão. 
E 
Castro Alves convida o caminheiro a 
conversar com a sepultura do escravo 
humilde. 
 
17. 
TEXTO I 
 
Bitcoin 
 
O Bitcoin funciona como uma espécie de “dinheiro 
da internet” e conta com carteira virtual e um site 
específico para transações comerciais. 
 
O Bitcoin (BTC) é um tipo de moeda virtual 
também chamado de criptomoeda. É como se fosse 
uma espécie de dinheiro da internet, mas que não 
apresenta um sistema centralizado de controle 
sobre as suas trocas comerciais, tais como um 
banco central, ao contrário do que acontece com as 
moedas do “mundo real”. O termo bitcoin também 
é designado para o software utilizado para a 
criação e controle da moeda. 
 
O nome bit não faz referência a byte, como muitos 
podem pensar, mas sim a uma rede de 
 
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compartilhamento ponto a ponto (P2P), chamada 
de BitTorrent, em que cada usuário é anônimo e 
possui o mesmo valor. É o que acontece com a 
moeda virtual. 
 
Apesar de ser a mais conhecida e amplamente 
aclamada no mundo da internet, o Bitcoin não é a 
única criptomoeda existente. Os destaques da 
concorrência vão para o Litecoin e o Mastercoin, 
mas nenhum deles possui a representatividade do 
Bitcoin, a principal moeda virtual do mundo 
atualmente. 
 
A origem do Bitcoin é atribuída a Dorian 
Nakamoto, um codinome que seria utilizado por 
Satoshi Nakamoto, apesar de ele sempre negar a 
suposta criação que, ao menos oficialmente, 
permanece no anonimato. 
 
Como adquirir bitcoins? 
 
Para poder adquirir dinheiro em forma de bitcoins, 
seja para investimento, seja para diversão, o 
usuário primeiramente precisa criar a sua carteira 
virtual, que funciona como uma espécie de ponto 
virtual onde todos os bitcoins ficam armazenados, 
categorizando um tipo de conta bancária livre de 
taxas e impostos. Essa carteira só pode ser criada 
no site oficial da blockchain (cadeia de blocos). 
Cada unidade possui uma numeração específica, 
protegida por criptografia. 
 
Para evitar fraudes ou golpes, como a cópia ou 
duplicação de moedas, além de falsas transações e 
outros tipos de crimes, há um poderoso sistema de 
segurança e controle. Basicamente, quando há uma 
troca comercial entre duas carteiras virtuais, ela é 
publicada no site da blockchain em forma de 
código, que é verificado por softwares específicos 
voltados para essa função. 
 
Para que uma pessoa obtenha bitcoins, ela pode 
fazer uma transação comercial, recebendo a 
moeda virtual em troca de serviços ou produtos, 
como uma negociação comum. Outro método é 
comprar diretamente bitcoins, trocando as 
moedas oficiais (tais como o real e o dólar) de 
acordo com a cotação de mercado, de forma que, 
quanto mais caro for o bitcoin, mais dinheiro você 
precisará para adquirilo. Esse processo poderá ser 
feito on-line somente no próprio site da 
blockchain, o mesmo da carteira virtual, além de 
caixas eletrônicos criados para isso, o que 
praticamente não existe no Brasil. 
 
Há, dessa forma, muitas pessoas que utilizam o 
bitcoin como uma forma de especulação, 
comprando moedas quando elas estão 
desvalorizadas e barataspara depois revendê-las 
quando elas valorizarem em relação às moedas 
oficiais. Há relatos de pessoas que se tornaram 
rapidamente ricas com esse tipo de especulação, 
que, no entanto, é um processo bastante arriscado. 
 
[...] 
 
Vantagens e desvantagens da moeda digital 
 
Criptomoedas com esse tipo de funcionamento 
possuem pontos positivos e negativos. Entre as 
vantagens do bitcoin, podemos citar a falta de um 
governo ou banco central para controlar e alterar 
o funcionamento da moeda e o baixo número de 
transações. Entre as desvantagens do bitcoin, 
destacam-se a instabilidade da moeda, que hoje 
pode valer muito e amanhã nem tanto, o seu risco 
em termos de falha na segurança e, 
principalmente, o seu uso indiscriminado em 
atividades ilícitas, facilitando lavagens de dinheiro. 
 
Independentemente de suas vantagens e riscos, o 
bitcoin vem crescendo substancialmente nos 
últimos anos, embora vários governos não 
reconheçam o seu uso, havendo alguns que se 
posicionam totalmente contrários a esse tipo de 
prática, a exemplo da Rússia. No Brasil, com o 
crescimento dessa moeda alternativa (que é vista 
oficialmente como um tipo de ação, e não como 
moeda propriamente dita), existe um estudo para 
garantir que elas sejam incluídas no sistema de 
declaração do imposto de renda. 
 
(Disponível em: Bitcoin. Como funciona o Bitcoin? 
- 
https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/bit
coin.htm). 
 
De acordo com o TEXTO I, é correto afirmar que 
A 
embora o bitcoin tenha alta 
volatilidade, estes tiveram uma grande 
valorização e enriqueceram muitos 
investidores. 
B 
 
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o autor é contra as criptomoedas, 
principalmente devido ao seu uso 
indiscriminado em atividades ilícitas, 
facilitando a lavagem de dinheiro. 
C 
a Rússia, por sua economia 
tradicionalmente centralizada, tem 
feito muitas reclamações à 
comunidade internacional para banir 
as criptomoedas. 
D 
no Brasil, o bitcoin ainda não é 
reconhecido como moeda, 
impossibilitando assim os investidores 
a terem acesso a tal opção de 
investimento. 
E 
embora ainda isentas de fiscalização 
dos órgãos reguladores, as 
criptomoedas já podem ser inclusas 
nas declarações anuais de imposto de 
renda no Brasil. 
 
18. 
O objetivo principal do autor do TEXTO I é 
A 
apresentar os prós e contras do 
investimento em criptomoedas. 
B 
utilizar argumentos para ampliar o 
investimento em criptomoedas. 
C 
convencer os leitores a investir em 
criptomoedas como um hobby. 
D 
advertir a todos sobre atividades 
ilícitas de lavagem de dinheiro. 
E 
alertar o leitor para declarar 
criptomoedas no imposto de renda. 
 
19. 
Considerando o trecho “A origem do Bitcoin é 
atribuída a Dorian Nakamoto, um codinome que 
seria utilizado por Satoshi Nakamoto (...)” assinale 
a alternativa em que também há um “codinome”. 
A 
O jogador Pelé é considerado como um 
dos melhores futebolistas. 
B 
O sanfoneiro Luiz Gonzaga foi 
denominado pelo povo como Rei do 
Baião. 
C 
O apresentador Faustão também é 
radialista, repórter e ator brasileiro. 
D 
O autor Ian Flemming escreveu 
romances sobre James Bond, o Agente 
007. 
E 
O escritor Fernando Pessoa também 
era conhecido como Álvaro de Campos. 
 
20. 
 
Expectativas Extravagantes 
 
Casamentos combinados? Nada contra. Mas 
existem combinações e combinações. Conhecer a 
noiva ainda no berço não é a ideia perfeita de 
romantismo. Casar com ela durante a infância 
também não. Mas confesso inveja pelos indígenas 
de Tikopia, uma pequena ilha do Pacífico, onde as 
combinações matrimoniais impostas pela tribo 
admitem um período de conhecimento e, digamos, 
"experimentação". Se as coisas não resultarem, 
nenhum drama: é hora de tentar uma nova 
combinação. 
 
É nessas alturas que uma pessoa pensa nas 
desvantagens de viver no Ocidente pós-moderno, 
onde estamos por nossa conta e risco na busca da 
princesa encantada. E tanto esforço, e tanta 
despesa, e tanta angústia para quê? Vivesse eu em 
Tikopia e poderia estar tranquilamente em casa, 
lendo e escrevendo, enquanto a tribo procurava 
fêmea compatível para mim. Quando a 
encontrasse, era só bater na minha porta e eu 
receberia a noiva do mês para o respectivo período 
de conhecimento e "experimentação". Haverá 
coisa mais civilizada? 
 
Paul Hollander não se pronuncia. Mas o seu 
"Extravagant Expectations", onde conheci os 
tikopianos, é um dos meus livros de 2011. 
Hollander, como estudioso dos regimes totalitários 
do século 20, dispensa apresentações. Só que, 
dessa vez, o sociólogo americano resolveu fazer 
uma pausa nas suas trincheiras para investigar 
como amam os americanos. O que procuram eles 
na carametade. E por qual motivo se desiludem tão 
 
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rapidamente com o parceiro. Essas perguntas 
exigiram "trabalho de campo": Hollander 
mergulhou nos classificados pessoais de 
relacionamento; consultou sites de encontros na 
internet; e leu a bibliografia popular e a acadêmica 
sobre o assunto. Conclusão: a crise das relações 
modernas está, como o título indica, nas 
"expectativas extravagantes" que os americanos - 
e, desconfio, os ocidentais em geral - transportam 
para o matrimônio. 
 
Na conjugalidade, o casal não conhece limites em 
seus desejos contraditórios. Reclama doses 
homéricas de paixão e de razão; de aventura 
permanente mas também de segurança 
permanente; de estabilidade emocional e de 
excitação emocional; de beleza física e de intelecto 
apurado. Haverá relação que aguente o peso 
dessas expectativas? 
 
Dificilmente. Mas o interesse do livro de Paul 
Hollander está sobretudo na explicação genética 
das "expectativas extravagantes". Que, 
obviamente, seriam incompreensíveis para nossos 
antepassados. E seriam incompreensíveis porque a 
dimensão "romântica" do casamento é recente na 
história do Ocidente: tradicionalmente, as relações 
entre homens e mulheres eram tuteladas por 
"agentes intermediários", a começar pela família, 
que proviam e promoviam essas relações. Os 
"sentimentos" das partes envolvidas não eram os 
argumentos mais preponderantes. 
 
O romantismo próprio da modernidade acabaria 
por enterrar esse mundo, atribuindo ao indivíduo 
(e ao "sentimento") a construção do seu destino 
"autêntico". E acabou também por determinar o 
recuo da família, da tradição e mesmo da religião. 
Não apenas como "agentes intermediários"; mas 
também como fontes válidas de conhecimento ou 
consolação. O problema, escreve Hollander, é que 
esse recuo não significou o fim das carências - 
espirituais, éticas, intelectuais - que continuam a 
pulsar na natureza humana. E que são agora 
transplantadas pelo indivíduo socialmente isolado 
para dentro da sua privacidade. 
 
Hoje, os ocidentais desejam que as relações 
íntimas possam suprir todas as exigências que 
anteriormente estavam repartidas por várias 
esferas da sociedade. Azar: o casamento não 
comporta essas exigências múltiplas e 
contraditórias. A pessoa com quem casamos não 
consegue reunir as qualidades perfeitas de 
amante, amigo, confessor, professor, guia turístico, 
estátua grega e terapeuta. 
 
No Ocidente pós-moderno, a taxa de divórcio não 
para de subir. Brasil incluso. Um cínico diria que o 
fenômeno tem explicação simples: as pessoas 
divorciam-se porque podem. Mas é possível 
oferecer uma explicação alternativa: as pessoas 
divorciam-se porque casam. E não há casamento 
que resista quando se exige dele tudo e o seu 
contrário. 
 
COUTINHO, João Pereira. Vamos ao que interessa: 
cem crônicas da era da brutalidade. São Paulo: 
Três Estrelas, 2015. 1. 
 
De acordo com o TEXTO I, 
A 
a crençana idealização amorosa não 
faz mais parte dos relacionamentos da 
modernidade e por isso tais 
relacionamentos são efêmeros. 
B 
a crise nos relacionamentos pode ter 
como motivo a grande expectativa 
gerada pelos casais, que idealizam seus 
parceiros e depois se frustram. 
C 
é mais fácil encontrar o parceiro ideal 
por meio de sites de encontros na 
internet ou consultando os 
classificados. 
D 
fatores como segurança, paixão, beleza 
física e inteligência fazem parte da 
idealização amorosa e tornam os 
relacionamentos duradouros. 
 
Gabarito 
 
1.C 
2.A 
3.C 
4.D 
5.D 
6.A 
7.D 
8.C 
9.B 
10.C 
11.D 
 
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12.A 
13.A 
14.B 
15.D 
16.B 
17.A 
18.A 
19.D 
20.B 
 
2. Tipologia textual e gêneros textuais. 
 
TIPOLOGIA TEXTUAL 
Tipo textual é a forma como um texto se 
apresenta. As tipologias mais usadas são: 
narração, descrição, dissertação, 
argumentação, informação e injunção. É 
importante que não se confunda tipo textual com 
gênero textual, visto que os gêneros textuais são 
textos que cumprem uma função social em uma 
dada situação comunicativa. 
1- TEXTO NARRATIVO 
Modalidade em que se conta um fato, 
fictício ou não, que ocorreu num determinado 
tempo e lugar, envolvendo certos personagens. 
Refere-se a objetos do mundo real. Há uma relação 
de anterioridade e posterioridade. O tempo verbal 
predominante é o passado. Estamos cercados de 
narrações desde que nos contam histórias infantis 
até às piadas do cotidiano. É o tipo predominante 
nos seguintes textos: contos, fábulas, crônicas, 
romances, novelas, piadas, poemas e lendas. 
Observe a tirinha que segue, depois leia o texto que 
narra os acontecimentos da tirinha. 
 
Exemplo de texto narrativo 
A história preferida 
Certa noite, Cascão estava em seu quarto, 
quase pronto para dormir. Ele já havia colocado o 
pijama, sentado em sua cama, sob os cobertores, 
mas ainda faltava uma coisa: ele queria ouvir uma 
história. Cheio de expectativa, ele olhou para seu 
pai e pediu: 
---Pai, conta uma história pra eu dormir? 
Seu pai, já segurando o livro de história 
respondeu: 
---Tá bem, filho! Que história você quer 
ouvir? 
---Cascão todo animado, ajeitou-se na cama. 
Puxou os cobertores, encostou-se no travesseiro e 
respondeu: 
---Aquela que eu gosto mais! 
O pai respondeu: 
---Já sei! 
Então, o pai de Cascão puxou uma cadeira, 
sentou-se ao lado do menino, abriu o livro e 
começou a ler a história preferida do garoto; 
--- Era uma vez, três porquinhos... 
Satisfeito e tranquilo ao ouvir a história de 
seus personagens favoritos, Cascão se acalmou 
para ter uma longa noite de sono! 
 
2- TEXTO DESCRITIVO 
Um texto em que se faz um retrato escrito 
de um lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto. 
A classe de palavras mais utilizada nessa produção 
é o adjetivo, pela sua função caracterizadora. Numa 
abordagem mais abstrata, pode-se até descrever 
sensações ou sentimentos. Não há relação de 
anterioridade e posterioridade. E fazer uma 
descrição minuciosa do objeto ou da personagem a 
que o texto refere. Nessa espécie textual as coisas 
acontecem ao mesmo tempo. É o tipo 
predominante em textos como o diário, o relato, a 
biografia e autobiografia, a notícia, o currículo, a 
lista de compras e o cardápio. 
 
UM LUGAR INESQUECÍVEL 
Localizado no Estado do Piauí, entre as 
cidades de São Raimundo Nonato e Coronel José 
Dias, encontra-se um dos locais mais bonitos do 
Brasil, o Parque Nacional Serra da Capivara, 
caracterizado pela sua paisagem exuberante e seus 
"mistérios" históricos. 
Declarado Patrimônio Cultural da 
Humanidade pela UNESCO, este parque sensibiliza 
qualquer indivíduo que o visita. Suas rochas com 
formatos especiais, os diferentes animais 
silvestres e a impressão de estar há milhares de 
anos nos causam fortes sensações. 
Os desenhos e pinturas nas cavernas e 
partes de esqueletos são também urna atração 
espetacular. Termos noção dos raros vestígios dos 
povos mais antigos da América é um fato marcante. 
Estudos revelam que a região da Serra da Capivara 
era coberta por densa floresta tropical. Hoje, sua 
 
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vegetação é diferente, mas não apaga o aspecto de 
floresta. 
Turistas de todo o mundo visitam o parque 
com frequência. Lamentavelmente, os turistas 
brasileiros são os que possuem menor índice de 
visitas, até porque não damos valor às belezas 
naturais e culturais que encontramos em nosso 
próprio país. 
 
TIPOS DE DESCRIÇÃO 
 
Conforme a intenção do texto, as 
descrições são classificadas em: 
 
Descrição Subjetiva: apresenta as descrições de 
algo, todavia, evidencia as impressões pessoais do 
emissor (locutor) do texto. Exemplos são nos 
textos literários repletos de impressões dos 
autores. 
 
Exemplo: 
"A bonita cidade é pequena e pacata. Lá todas as 
pessoas se conhecem. O que há na cidade se 
resume em praticamente algumas poucas lojas, 
uma escola muito boa, uma igreja lindíssima e 
uma praça muito florida." 
 
Descrição Objetiva: nesse caso, o texto procura 
descrever de forma exata e realista as 
características concretas e físicas de algo, sem 
atribuir juízo de valor, ou impressões subjetivas do 
emissor. Exemplos de descrições objetivas são os 
retratos falados, manuais de instruções, verbetes 
de dicionários e enciclopédias. 
 
Exemplo: 
"A cidade é pequena e pacata. Lá todas as pessoas 
se conhecem. O que há na cidade se resume em 
praticamente algumas lojas, uma escola, uma 
igreja e uma praça." 
 
Importa referir que mesmo que se trate de uma 
descrição objetiva, o que é descrito depende da 
escolha do descritor. 
Assim, o descritor acima optou por falar do 
tamanho e do que havia na cidade. Mas podia ter 
escolhido falar do número e do costume dos seus 
habitantes. 
 
3- TEXTO DISSERTATIVO 
 
Este tipo de texto consiste na defesa de 
uma ideia por meio de argumentos e explicações, à 
medida que é dissertativo; bem como seu objetivo 
central reside na formação de opinião do leitor, 
ou seja, caracteriza-se por tentar convencer ou 
persuadir o interlocutor da mensagem, sendo 
nesse sentido argumentativo. 
 
EXEMPLO 
 
É importante refletir sobre a importância 
de preservação do meio ambiente bem como atuar 
em prol de uma sociedade mais consciente e limpa. 
Já ficou mais que claro que a maioria dos 
problemas os quais enfrentamos atualmente nas 
grandes cidades, foram gerados pela ação humana. 
De tal modo, podemos pensar nas grandes 
construções, alicerçadas na urbanização 
desenfreada, ou no simples ato de jogar lixo nas 
ruas. A poluição gerada e impregnada nas grandes 
cidades foi em grande parte fruto da urbanização 
desenfreada ou da atuação de indústrias; porém, 
deveres não cumpridos pelos homens também 
proporcionaram toda essa "sujidade". Nesse 
sentido, vale lembrar que pequenos atos podem 
produzir grandes mudanças se realizados por 
todos os cidadãos. 
Portanto, um conselho deveras 
importante: ao invés de jogar o lixo (seja um 
papelzinho de bala, ou uma anotação de um 
telefone) nas ruas, guarde-o no bolso e atire 
somente quando encontrar uma lixeira. Seja um 
cidadão consciente! Não Jogue lixo nas ruas! 
 
4- TEXTO INJUNTIVO 
 
O texto injuntivo ou instrucional está 
pautado na explicação e no método para a 
concretização de uma ação. 
Ele indica o procedimento para realizar 
algo, por exemplo, uma receita de bolo, bula de 
remédio, manual de instruções, editais e 
propagandas. 
Exemplo: 
Receita 
Massa de Panqueca Simples 
Ingredientes: 
1 ovo 
1 xícara de farinha de trigo 
1 xícara de leite 
1 pitada de sal 
1 colher de sopa de óleo 
 
Modo de Preparo: 
 
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Bata todos os ingredientes no liquidificador. A 
seguir, aqueça uma frigideira untada com um fio de 
óleo em fogo baixo. 
Coloque um pouco da massa na frigideira não 
muito quente e esparrame de modo a cobrir todo o 
fundo e ficar só uma camada fina de massa. 
Deixe igualar os dois lados, até que fiquem 
levemente douradas. Retire com a espátula, e sirva 
com o recheio de sua preferência. 
 
Sugestão de recheio: carne moída, queijo e geleia. 
 
5- TEXTO EXPOSITIVO 
 
O texto expositivo apresenta informações 
sobre um objeto ou fato específico, sua descrição e 
a enumeração de suas características. Esse deve 
permitir que o leitor identifique, claramente, o 
tema central do texto. 
Um fato importante é a apresentação de 
bastante informação; caso se trate de algo novo 
esse se faz imprescindível. Quando se trata de 
temas polêmicos, a apresentação de argumentos se 
faz necessária para que o autor informe aos 
leitores sobre as possibilidades de análise do 
assunto. 
O texto expositivo deve ser abrangente e 
deve ser compreendido por diferentes tipos de 
pessoas. 
O texto expositivo pode apresentar 
recursos como a: 
- instrução, quando apresenta instruções a serem 
seguidas; 
- informação, quando apresenta informações sobre 
o que é apresentado e/ou discutido; 
- descrição, quando apresenta informações sobre 
as características do que está sendo apresentado; 
- definição, quando queremos deixar claro para o 
nosso leitor do que, exatamente, estamos falando; 
- enumeração, quando envolve a identificação e 
apresentação sequencial de informações 
referentes àquilo que estamos escrevendo; 
- comparação, quando o autor quer garantir que 
seu leitor irá compreender bem o que ele quer 
dizer; 
CLASSIFICAÇÃO DOS TEXTOS 
EXPOSITIVOS 
Os textos expositivos podem ser 
classificados em dois tipos, de acordo com o 
objetivo central do texto. 
Texto Expositivo-argumentativo 
Quando se trata do texto expositivo-
argumentativo, além de referir-se à apresentação 
do tema, o emissor ainda mantém seu foco em 
argumentos que são necessários para a explanação 
das ideias, recorrendo à autores e teorias para 
conceituar, comparar e ainda para defender a 
opinião exposta. 
Texto Expositivo-informativo 
Esse segundo tipo, refere-se à transmissão 
das informações a respeito de um determinado 
tema sem que haja grandes apreciações, 
abordando, dessa forma, o tema com o máximo de 
neutralidade. Como exemplo deste caso, podemos 
citar como exemplo uma apresentação sobre os 
índices de violência no país, apresentando 
informações sobre o problema por meio de 
gráficos e dados sobre o tema, sem que haja defesa 
de opinião. 
 
QUESTÕES 
 
1. 
O Tempo 
 
Rubem Alves 
Há duas formas de marcar o tempo. Uma delas foi 
inventada por homens que amam a precisão dos 
números, matemáticos, astrônomos, cientistas, 
técnicos. Para marcar o tempo de forma precisa, 
eles fabricaram ampulhetas, relógios, 
cronômetros, calendários. Nesses artefatos 
técnicos, todos os pedaços do tempo – segundos, 
minutos, dias, anos – são feitos de uma mesma 
substância: números, entidades matemáticas. Não 
há inícios nem fins, apenas a indiferente sucessão 
de momentos, que nada dizem sobre alegrias e 
sofrimentos. Apenas um bolso vazio. Nele, a alma 
não encontra morada. 
 
Nas Olimpíadas, a performance dos corredores e 
nadadores é medida até os centésimos. Fico a me 
perguntar: “Como é que conseguem? Que diferença 
faz?”. 
 
A outra foi inventada por homens que sabem que a 
vida não pode ser medida com calendários e 
relógios. A vida só pode ser marcada com a vida. Os 
amantes do Cântico dos Cânticos marcavam o 
tempo do amor pelos frutos maduros que pendiam 
das árvores. Quando as folhas dos plátanos ficam 
amarelas sabemos que o outono chegou. Os ipês-
rosas e amarelos anunciam o inverno. 
 
 
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Qual a magia que informa os ipês, todos eles, em 
lugares muito diferentes, que é hora de perder as 
folhas e florescer? E sem misturar as cores. 
Primeiro os rosas, depois os amarelos e, 
finalmente, os brancos. 
 
Sugeri que algum compositor compusesse uma 
sinfonia ou uma brincadeira musical em três 
movimentos. Primeiro movimento, “Ipê-rosa”, 
andante tranquilo, em que os violoncelos cantam a 
paz e a segurança. Segundo movimento, “Ipê-
amarelo”, rondo vivace, em que os metais, cores 
parecidas com a dos ipês, fazem soar a exuberância 
da vida. Terceiro movimento, “Ipê-branco”, 
moderato, em que o veludo dos oboés canta a 
mansidão. Seria bom se nós, como os ipês, nos 
abríssemos para o amor no inverno. 
 
A precisão dos números marca o tempo das 
máquinas e do dinheiro. O tempo do amor se marca 
com o corpo. 
 
Um calendário é coisa precisa: anos, meses, dias, 
horas, que são marcados com números. Esses 
números medem o tempo. Mas os pedaços de 
tempo são bolsos vazios: nada há dentro deles. O 
bolso vazio do tempo se torna parte do nosso corpo 
quando o enchemos com vida. Aí o tempo não mais 
pode ser representado por números. O tempo 
aparece como um fruto que vai sendo comido: é 
belo, é colorido, é perfumado. E, à medida que vai 
sendo comido, vai acabando. Vem a tristeza. O 
tempo da vida se marca por alegrias e tristezas. Há 
inícios e há fins. 
 
Tempus fugit; o tempo foge. Portanto, carpe diem: 
colha o dia como um fruto que amanhã estará 
podre. 
 
Viver ao ritmo de alegrias e tristezas é ser sábio. 
“Sapio”, no latim, quer dizer, “eu saboreio”. O sábio 
é um degustador da vida. A vida não é para ser 
medida. Ela é para ser saboreada. 
 
Um texto bíblico diz: “Ensina-nos a contar os 
nossos dias de tal maneira que alcancemos um 
coração sábio”. Acho que Jesus sorriria se eu 
acrescentasse ao “Pai-Nosso” outra súplica: “A 
fruta nossa de cada dia dá-nos hoje…”. Caqui, 
pitanga, morango à beira do abismo, melancia… 
 
Heráclito foi um filósofo grego fascinado pelo 
tempo. Contemplava o rio e via que tudo é rio. 
Percebeu que não é possível entrar duas vezes no 
mesmo rio; na segunda vez, as águas serão outras, 
o primeiro rio já não existirá. Tudo é água que flui: 
as montanhas, as casas, as pedras, as árvores, os 
animais, os filhos, o corpo… Assim é tudo, assim é 
a vida: tempo que flui sem parar. Daquilo que ele 
supostamente escreveu, restam apenas 
fragmentos enigmáticos. Dentre eles, um me 
encanta: “Tempo é criança brincando, jogando; da 
criança o reinado”. 
 
Para nós, o tempo é um velho, cada vez mais velho, 
sobre quem se acumulam os anos que passam e de 
quem a vida foge. 
 
Heráclito, ao contrário, diz que o tempo é criança, 
início permanente, movimento circular, o fim que 
volta sempre ao início, fonte de juventude eterna, 
possibilidade de novo começos. 
 
Tempo é criança? O que o filósofo queria dizer 
exatamente eu não sei. Mas sei que as crianças 
odeiam Chronos, o deus dos cronômetros, dos 
segundos, dos centésimos de segundos O relógio é 
o tempo do dever: corpo engaiolado. 
 
Disponível em 
https://www.revistaecosdapaz.com/o-tempo-
uma-cronica-encantadora-de-rubem-alves/. 
 
Um gênero textual pode ser composto por várias 
tipologias, desde que elas sejam necessárias para 
cumprir o objetivo comunicativo em questão. O 
texto de Rubem Alves, por exemplo, é composto 
por tipologias textuais diferentes. A esse propósito, 
analise o trecho a seguir: 
 
“Há duas formas de marcar o tempo. Uma delas foi 
inventada por homens que amam a precisão dos 
números, matemáticos, astrônomos, cientistas, 
técnicos. Para marcar o tempo de forma precisa, 
eles fabricaram ampulhetas, relógios, 
cronômetros, calendários. Nesses artefatos 
técnicos, todos os pedaços do tempo – segundos,minutos, dias, anos – são feitos de uma mesma 
substância: números, entidades matemáticas”. 
 
Sobre o trecho analisado, é correto afirmar que a 
tipologia textual predominante é a 
A 
argumentativa. 
B 
 
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injuntiva. 
C 
narrativa. 
D 
descritiva. 
 
2. 
A importância da vacina na prevenção e na 
erradicação de doenças 
 
As vacinas estão há mais de 200 anos combatendo 
doenças infecciosas como sarampo e H1N1. 
Produzida pela primeira vez em 1796, a vacina é 
um dos principais recursos no combate a doenças 
infecciosas. Foi o médico britânico Edward Jenner 
que criou a primeira delas, contra o vírus da 
varíola, que hoje está erradicado graças à 
descoberta científica. 
 
Atualmente, existem imunizações contra vários 
tipos de doença, como gripe, hepatite, febre 
amarela, caxumba, tuberculose, sarampo, H1N1, 
que devem fazer parte da rotina de vacinação de 
todo indivíduo. 
 
Como funciona a vacina? 
 
Quando atingido por um agente infeccioso pela 
primeira vez, o sistema imunológico produz 
naturalmente anticorpos para combater o invasor. 
O problema é que essa produção pode não 
acontecer com a rapidez suficiente para prevenir a 
infecção, fazendo com que a pessoa fique doente. 
Porém, caso o organismo entre em contato com o 
mesmo agente após um tempo, o sistema 
imunológico já estará preparado para reconhecer 
a infecção e criar os anticorpos na velocidade 
necessária, garantindo certa imunidade à doença. 
 
O papel da vacina é criar essa defesa e garantir a 
saúde do indivíduo. Para isso, ela conta com os 
antígenos que causam a doença, enfraquecidos ou 
mortos, para estimular o sistema imunológico a 
produzir os anticorpos necessários. Assim, se a 
pessoa entrar em contato com a infecção após a 
vacina, o corpo estará imunizado para combater a 
doença sem sofrer com os sintomas. 
 
Efeitos colaterais da vacina 
 
Mesmo sendo essencial para garantir a saúde da 
população, a vacina pode gerar alguns efeitos 
adversos. Os mais comuns são dor, vermelhidão e 
inchaço no local em que foi aplicada a injeção. Em 
alguns casos, também podem ocorrer febre e mal-
estar passageiro. 
 
Se a vacina for composta pelo agente infeccioso 
enfraquecido, algumas pessoas podem apresentar 
sintomas parecidos com os da doença. Contudo, 
isso não significa que elas estarão realmente 
infectadas. 
 
Sem vacina, doenças controladas podem voltar. 
 
Por conta das campanhas de vacinação em todo o 
mundo, cada vez mais doenças infecciosas estão se 
tornando raras. Para garantir que essas infecções 
sejam realmente erradicadas, é essencial que todos 
continuem seguindo o Calendário Nacional de 
Vacinação. 
 
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece 19 vacinas 
para mais de 20 doenças; são mais de 300 milhões 
de doses para imunizar crianças, adolescentes, 
adultos, idosos, gestantes e indígenas. As 
imunizações estão disponíveis nas Unidades 
Básicas de Saúde (UBS) no Brasil. 
 
Vacinas são seguras? 
 
Por conta das eventuais reações, como febre e 
inchaço no local da aplicação, parte da sociedade se 
sente temerosa em tomar vacinas. Contudo, é 
importante ressaltar que o benefício da 
imunização é muito mais valioso do que o receio de 
sofrer com as possíveis reações temporárias. 
 
Além disso, antes de a vacina ser licenciada, ela 
precisa passar por diferentes tipos de critérios e 
testes, desde o início do seu desenvolvimento até a 
sua produção e aplicação. É por isso que a 
liberação de novas vacinas, como as que estão 
sendo testadas para conter a pandemia do novo 
coronavírus, levam em média 18 meses para 
ficarem prontas. 
 
No Brasil, as vacinas também passam pela rígida 
aprovação da Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária (Anvisa), órgão vinculado ao Ministério 
da Saúde. Depois que é licenciada, a solução 
continua sendo monitorada para que especialistas 
possam acompanhar o surgimento de possíveis 
reações adversas, garantindo segurança e saúde à 
população. 
 
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Disponível em 
https://summitsaude.estadao.com.br/desafios-no-
brasil/a-importancia-da-vacina-na-prevencao-e-na-
erradicacao-de-doencas/ 
 
O TEXTO I tem como principal objetivo 
comunicativo 
A 
divulgar os benefícios da vacinação e 
incentivar a maior comercialização 
desse produto. 
 
 
 
B 
 
denunciar as irregularidades na 
produção de vacinas clandestinas e 
maléficas à população. 
C 
fornecer esclarecimentos sobre as 
vacinas para conscientizar a população 
da sua importância. 
D 
apresentar as reações adversas que as 
vacinas podem causar e alertar a 
população sobre seu uso. 
 
3. 
Modernidade líquida 
 
O conceito de modernidade líquida foi 
desenvolvido pelo sociólogo polonês Zygmunt 
Bauman e diz respeito a uma nova época em que as 
relações sociais, econômicas e de produção são 
frágeis, fugazes e maleáveis, como os líquidos. O 
conceito opõe-se, na obra de Bauman, ao conceito 
de modernidade sólida, quando as relações eram 
solidamente estabelecidas, tendendo a serem mais 
fortes e duradouras. 
 
O que é modernidade líquida? 
 
Bauman definiu como modernidade líquida um 
período que se iniciou após a Segunda Guerra 
Mundial e ficou mais perceptível a partir da década 
de 1960. Esse sociólogo chamou de modernidade 
sólida o período anterior. 
 
A modernidade sólida era caracterizada pela 
rigidez e solidificação das relações humanas, das 
relações sociais, da ciência e do pensamento. A 
busca pela verdade era um compromisso sério 
para os pensadores da modernidade sólida. As 
relações sociais e familiares eram rígidas e 
duradouras, e o que se queria era um cuidado com 
a tradição. Apesar dos aspectos negativos 
reconhecidos por Bauman da modernidade sólida, 
o aspecto positivo era a confiança na rigidez das 
instituições e na solidificação das relações 
humanas. 
 
A modernidade líquida é totalmente oposta à 
modernidade sólida e ficou evidente na década de 
1960, mas a sua semente estava no início do 
capitalismo industrial, durante a Revolução 
Industrial. As relações econômicas ficaram 
sobrepostas às relações sociais e humanas, e isso 
abriu espaço para que cada vez mais houvesse uma 
fragilidade de laço entre pessoas e de pessoas com 
instituições. 
 
A lógica do consumo entrou no lugar da lógica da 
moral, assim, as pessoas passaram a ser 
fortemente analisadas não pelo que elas são, mas 
pelo que elas compram. A ideia de compra também 
adentrou nas relações sociais, e as pessoas 
passaram a comprar afeto e atenção. 
 
Nesse contexto, as instituições ficaram 
estremecidas. O emprego tornou-se um 
empreendimento completamente individual no 
momento em que o indivíduo tornou-se um 
“empreendedor” de si mesmo. Se alguém não 
obtém sucesso nessa lógica da modernidade 
líquida, a responsabilidade é completamente 
individual. 
 
Assim sendo, a modernidade líquida tem 
instituições líquidas, pois cada pessoa é uma 
instituição. A exploração capitalista deixou de ser 
vista como exploração e passou a ser vista como 
uma relação natural em que o sujeito, 
empreendedor de si mesmo, vende a sua força de 
trabalho ao sujeito empreendedor que possui o 
capital. 
 
A modernidade líquida é ágil, pois ela acompanha 
a moda e o pensamento de época. A ciência, a 
técnica, a educação, a saúde, as relações humanas 
e tudo mais que foi criado pelo ser humano para 
compor a sociedade são submetidos à lógica 
capitalista de consumo. 
 
 
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