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APOSTILA PARA PROFESSOR DE JUAZEIRO
EDITAL 2021
SUMÁRIO
LÍNGUA PORTUGUESA
PÁGINA 1 ATÉ A PÁGINA 137
RACIOCÍNIO LÓGICO
PÁGINA 138 ATÉ A PÁGINA 166
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
PÁGINA 167 ATÉ A PÁGINA 310
CONHECIMENTOS DE JUAZEIRO I
PÁGINA 311 ATÉ A PÁGINA 327
CONHECIMENTOS DE JUAZEIRO II
PÁGINA 328 ATÉ A PÁGINA 345
P á g i n a 1
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1. Compreensão e interpretação de textos
TEXTO – é um conjunto de ideias organizadas e
relacionadas entre si, formando um todo
significativo capaz de produzir INTERAÇÃO
COMUNICATIVA (capacidade de CODIFICAR E
DECODIFICAR).
CONTEXTO – um texto é constituído por diversas
frases. Em cada uma delas, há uma certa
informação que a faz ligar-se com a anterior e/ou
com a posterior, criando condições para a
estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa
interligação dá-se o nome de CONTEXTO. Nota-se
que o relacionamento entre as frases é tão grande,
que, se uma frase for retirada de seu contexto
original e analisada separadamente, poderá ter um
significado diferente daquele inicial.
INTERTEXTO - comumente, os textos apresentam
referências diretas ou indiretas a outros autores
através de citações. Esse tipo de recurso
denomina-se INTERTEXTO.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO - o primeiro
objetivo de uma interpretação de um texto é a
identificação de sua ideia principal. A partir daí,
localizam-se as ideias secundárias, ou
fundamentações, as argumentações, ou
explicações, que levem ao esclarecimento das
questões apresentadas na prova.
PONTOS IMPORTANTES PARA UMA BOA
COMPREENSÃO/INTERPRETAÇÃO TEXTUAL
1 – Ler duas vezes o texto. A primeira para tomar
contato com o assunto; a segunda para observar
como o texto está articulado; desenvolvido;
2 – Observar que um parágrafo em relação ao
outro pode indicar uma continuação ou uma
conclusão ou, ainda, uma falsa oposição;
3 – Sublinhar, em cada parágrafo, a ideia mais
importante (tópico frasal);
4 – Ler com muito cuidado os enunciados das
questões para entender direito a intenção do que
foi pedido;
5 – Sublinhar palavras como: erro, incorreto,
correto, para não se confundir no momento de
responder à questão;
6 – Escrever, ao lado de cada parágrafo, ou de cada
estrofe, a ideia mais importante contida neles;
7 – Não levar em consideração o que o autor quis
dizer, mas sim o que ele disse; escreveu;
8 – Se o enunciado mencionar tema ou ideia
principal, deve-se examinar com atenção a
introdução e/ou a conclusão;
9 – Se o enunciado mencionar argumentação, deve
preocupar-se com o desenvolvimento;
10 – Tomar cuidado com os vocábulos relatores
(os que remetem a outros vocábulos do texto:
pronomes relativos, pronomes pessoais, pronomes
demonstrativos).
ERROS COMUNS NA ANÁLISE DOS TEXTOS
1 – Extrapolação: É o fato de se fugir do texto.
Ocorre quando se interpreta o que não está escrito.
Muitas vezes são fatos, mas que não estão
expressos no texto. Deve-se ater somente ao que
está relatado.
2 – Redução: É o fato de se valorizar uma parte do
contexto, deixando de lado a sua totalidade. Deixa-
se de considerar o texto como um todo para se ater
apenas à parte dele.
3 – Contradição: É o fato de se entender
justamente o contrário do que está escrito. É bom
que se tome cuidado com algumas palavras, como:
“pode”, “deve”, “não”, verbo “ser”, etc.
ARGUMENTAÇÃO
Para que as ideias estejam adequadamente
concatenadas dentro do texto, fazemos uso dos
chamados operadores argumentativos: elementos
linguísticos, geralmente invariáveis, que ligam as
orações estabelecendo relação entre as ideias e
indicando o “tom” pretendido pelo autor. Seguem
alguns exemplos de operadores argumentativos:
1- Operadores que indicam contradição,
oposição de ideias: mas, porém, todavia,
entretanto, por mais que, ao contrário,
ATENÇÃO - Muitos pensam
que há a ótica do escritor e a
ótica do leitor. Pode ser que
existam, mas numa prova
de concurso, o que deve
ser levado em consideração
é o que o AUTOR DIZ e nada
mais.
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mesmo que, embora, ainda que, a despeito
de.
2- Operadores que indicam conclusão,
consequência: logo, portanto, assim, então,
de modo que, por isso, por conseguinte, de
maneira que, em vista disso, pois (quando
usado depois do verbo).
3- Operadores que indicam causa: porque,
que, porquanto, senão, por causa de, por
razão de, em decorrência de, posto que.
• OBS: portanto = indica
conclusão porquanto = indica
causa
4- Operadores que indicam condição,
probabilidade, hipótese: caso, se, desde
que, a não ser que, exceto se, a menos que.
5- Operadores que indicam tempo: assim que,
logo que, quando, depois de, depois que,
mal (Exemplo: Ela mal chegou, fez
confusão), antes de, antes que.
6- Operadores que indicam finalidade: com o
fim de, a fim de que, com o intuito de, para
que, para, com o propósito de.
7- Operadores que indicam relevância da
informação: acima de tudo, primeiramente,
antes de mais nada, sobretudo.
8- Operadores que indicam adição de ideias: e,
não só, como também, nem (com sentido
de “e não”), além de, ainda, também, mas
também.
QUESTÕES
Interpretação de texto
1.
É assim que acontece a bondade
Rubem Alves
(...)
O que pode ser ensinado são as coisas que moram
no mundo de fora:
astronomia, física, química, gramática, anatomia,
números, letras, palavras.
Mas há coisas que não estão do lado de fora, coisas
que moram dentro do corpo.
Estão enterradas na carne, como se fossem
sementes à espera…
Sim, sim! Imagine isto: o corpo como um grande
canteiro!
Nele se encontram, adormecidas, em estado de
latência, as mais variadas sementes.
Elas poderão acordar, como a Bela Adormecida
acordou com um beijo.
Mas poderão também não brotar.
Tudo depende…
As sementes não brotarão se sobre elas houver
uma pedra.
E também pode acontecer que, depois de brotar,
elas sejam arrancadas…
De fato, muitas plantas precisam ser arrancadas,
antes que cresçam:
as pragas, tiriricas, picões…
Uma dessas sementes é a “solidariedade”.
A solidariedade não é uma entidade do mundo de
fora,
ao lado de estrelas, pedras, mercadorias, dinheiro,
contratos.
Se ela fosse uma entidade do mundo de fora
poderia ser ensinada e produzida.
A solidariedade é uma entidade do mundo interior.
Solidariedade nem se ensina, nem se ordena, nem
se produz.
A solidariedade tem de brotar e crescer como uma
semente…
Veja o ipê florido!
Nasceu de uma semente.
Depois de crescer não será necessária nenhuma
técnica,
nenhum estímulo, nenhum truque para que ele
floresça.
Angelus Silesius, místico antigo, tem um verso que
diz:
“A rosa não tem porquês. Ela floresce porque
floresce”.
O ipê floresce porque floresce.
Seu florescer é um simples transbordar natural da
sua verdade.
A solidariedade é como o ipê:
nasce e floresce.
Mas não em decorrência de mandamentos éticos
ou religiosos.
Não se pode ordenar: “Seja solidário!”
A solidariedade acontece como um simples
transbordamento:
as fontes transbordam…
Já disse que solidariedade é um sentimento.
É esse o sentimento que nos torna humanos.
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A solidariedade me faz sentir sentimentos que não
são meus, que são de um outro.
Acontece assim: eu vejouma criança vendendo
balas num semáforo.
Ela me pede que eu compre um pacotinho das suas
balas.
Eu e a criança – dois corpos separados e distintos.
Mas, ao olhar para ela, estremeço:
algo em mim me faz imaginar aquilo que ela está
sentindo.
E então, por uma magia inexplicável, esse
sentimento imaginado se aloja junto dos meus
próprios sentimentos.
Na verdade, desaloja meus sentimentos, pois eu
vinha, no meu carro, com sentimentos leves e
alegres,
e agora esse novo sentimento se coloca no lugar
deles.
O que sinto não são meus sentimentos.
Foram-se a leveza e a alegria que me faziam cantar.
Agora, são os sentimentos daquele menino que
estão dentro de mim.
Meu corpo sofre uma transformação:
ele não é mais limitado pela pele que o cobre.
Expande-se.
Ele está agora ligado a um outro corpo que passa a
ser parte dele mesmo.
Isso não acontece nem por decisão racional, nem
por convicção religiosa, nem por um mandamento
ético.
É o jeito natural de ser do meu próprio corpo,
movido pela solidariedade.
Pela magia do sentimento de solidariedade meu
corpo passa a ser morada do outro.
É assim que acontece a bondade.
O menino me olhou com olhos suplicantes.
E, de repente, eu era um menino que olhava com
olhos suplicantes…
Disponível em
https://rubemalvesdois.wordpress.com/2010/09
/11/e-assim-que-acontece-a-bondade/
De acordo com o TEXTO I, para Rubem Alves, a
solidariedade é um sentimento que
A
floresce com a ajuda de mandamentos
religiosos.
B
se aprende por meio de exemplos
familiares.
C
não se ensina, apenas deixa-se
florescer.
D
já faz parte da essência do ser humano.
2.
Disponível em
https://br.pinterest.com/pin/304274518572701992/.
A partir da análise da charge do TEXTO II,
é correto inferir que
A
o preço da conta de luz é muito alto.
B
os adultos enfrentam melhor os seus
medos.
C
os medos parecem maiores durante a
infância.
D
os medos das crianças são passageiros
e podem ser ignorados.
3.
O Tempo
Rubem Alves
Há duas formas de marcar o tempo. Uma delas foi
inventada por homens que amam a precisão dos
números, matemáticos, astrônomos, cientistas,
técnicos. Para marcar o tempo de forma precisa,
eles fabricaram ampulhetas, relógios,
cronômetros, calendários. Nesses artefatos
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técnicos, todos os pedaços do tempo – segundos,
minutos, dias, anos – são feitos de uma mesma
substância: números, entidades matemáticas. Não
há inícios nem fins, apenas a indiferente sucessão
de momentos, que nada dizem sobre alegrias e
sofrimentos. Apenas um bolso vazio. Nele, a alma
não encontra morada.
Nas Olimpíadas, a performance dos corredores e
nadadores é medida até os centésimos. Fico a me
perguntar: “Como é que conseguem? Que diferença
faz?”.
A outra foi inventada por homens que sabem que a
vida não pode ser medida com calendários e
relógios. A vida só pode ser marcada com a vida. Os
amantes do Cântico dos Cânticos marcavam o
tempo do amor pelos frutos maduros que pendiam
das árvores. Quando as folhas dos plátanos ficam
amarelas sabemos que o outono chegou. Os ipês-
rosas e amarelos anunciam o inverno.
Qual a magia que informa os ipês, todos eles, em
lugares muito diferentes, que é hora de perder as
folhas e florescer? E sem misturar as cores.
Primeiro os rosas, depois os amarelos e,
finalmente, os brancos.
Sugeri que algum compositor compusesse uma
sinfonia ou uma brincadeira musical em três
movimentos. Primeiro movimento, “Ipê-rosa”,
andante tranquilo, em que os violoncelos cantam a
paz e a segurança. Segundo movimento, “Ipê-
amarelo”, rondo vivace, em que os metais, cores
parecidas com a dos ipês, fazem soar a exuberância
da vida. Terceiro movimento, “Ipê-branco”,
moderato, em que o veludo dos oboés canta a
mansidão. Seria bom se nós, como os ipês, nos
abríssemos para o amor no inverno.
A precisão dos números marca o tempo das
máquinas e do dinheiro. O tempo do amor se marca
com o corpo.
Um calendário é coisa precisa: anos, meses, dias,
horas, que são marcados com números. Esses
números medem o tempo. Mas os pedaços de
tempo são bolsos vazios: nada há dentro deles. O
bolso vazio do tempo se torna parte do nosso corpo
quando o enchemos com vida. Aí o tempo não mais
pode ser representado por números. O tempo
aparece como um fruto que vai sendo comido: é
belo, é colorido, é perfumado. E, à medida que vai
sendo comido, vai acabando. Vem a tristeza. O
tempo da vida se marca por alegrias e tristezas. Há
inícios e há fins.
Tempus fugit; o tempo foge. Portanto, carpe diem:
colha o dia como um fruto que amanhã estará
podre.
Viver ao ritmo de alegrias e tristezas é ser sábio.
“Sapio”, no latim, quer dizer, “eu saboreio”. O sábio
é um degustador da vida. A vida não é para ser
medida. Ela é para ser saboreada.
Um texto bíblico diz: “Ensina-nos a contar os
nossos dias de tal maneira que alcancemos um
coração sábio”. Acho que Jesus sorriria se eu
acrescentasse ao “Pai-Nosso” outra súplica: “A
fruta nossa de cada dia dá-nos hoje…”. Caqui,
pitanga, morango à beira do abismo, melancia…
Heráclito foi um filósofo grego fascinado pelo
tempo. Contemplava o rio e via que tudo é rio.
Percebeu que não é possível entrar duas vezes no
mesmo rio; na segunda vez, as águas serão outras,
o primeiro rio já não existirá. Tudo é água que flui:
as montanhas, as casas, as pedras, as árvores, os
animais, os filhos, o corpo… Assim é tudo, assim é
a vida: tempo que flui sem parar. Daquilo que ele
supostamente escreveu, restam apenas
fragmentos enigmáticos. Dentre eles, um me
encanta: “Tempo é criança brincando, jogando; da
criança o reinado”.
Para nós, o tempo é um velho, cada vez mais velho,
sobre quem se acumulam os anos que passam e de
quem a vida foge.
Heráclito, ao contrário, diz que o tempo é criança,
início permanente, movimento circular, o fim que
volta sempre ao início, fonte de juventude eterna,
possibilidade de novo começos.
Tempo é criança? O que o filósofo queria dizer
exatamente eu não sei. Mas sei que as crianças
odeiam Chronos, o deus dos cronômetros, dos
segundos, dos centésimos de segundos O relógio é
o tempo do dever: corpo engaiolado.
Disponível em
https://www.revistaecosdapaz.com/o-tempo-
uma-cronica-encantadora-de-rubem-alves/.
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De acordo com as ideias apresentadas no TEXTO I,
com relação à questão do tempo, o escritor Rubem
Alves afirma que
I. há duas formas de marcar o tempo: a
cronológica e a própria vida.
II. o tempo criança assusta os mais velhos
que têm medo da morte.
III. o tempo pode ser aprisionado,
encarcerado pelo homem.
IV. o tempo é como um rio, flui sem parar,
não espera por ninguém.
É correto o que se afirma
A
apenas em I e III.
B
apenas em II e III.
C
apenas em I e IV.
D
apenas em II e IV.
4.
Disponível em
https://www.conradoleiloeiro.com.br/peca.asp?ID=2185724
..
Pela análise da tirinha do TEXTO II, é correto
inferir que
A
há boas perspectivas para o futuro.
B
o futuro guarda segredos
inimagináveis.
C
não devemos nos preocupar com o
futuro.
D
o futuro parece ser bastante
desagradável.
5.
Disponível em https://www.gov.br/saude/pt-
br/assuntos/noticias/ministerio-dasaude- lanca-
servico-de-combate-a-fake-news.
O anúncio do Ministério da Saúde sobre as fake
news têm o objetivo principal de
A
desmentir as falsas informações que
foram divulgadas na pandemia.
B
informar o papel dos profissionais de
saúde no combateàs fake news.
C
esclarecer os procedimentos jurídicos
existentes no combate às fake news.
D
orientar e conscientizar a população
sobre a questão das fake news na
saúde.
6.
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O macacão branco
Sejamos honestas, colegas de trabalho: quem de
nós pode vestir um macacão branco decotado na
frente e nas costas, colado ao corpo, sem antes
passar por uma lipoescultura, uma sessão de
bronzeamento e ficar duas semanas sem comer?
Resposta no final dessa coluna.
Não teria adjetivos suficientes para comentar o
show que Maria Rita fez no Anfiteatro Pôr do Sol,
semana passada, cantando músicas da sua mãe,
Elis Regina. O espetáculo foi perfeito do início ao
fim, e São Pedro ainda deu uma canja, oferecendo
um entardecer de cinema, com direito a uma lasca
de lua, céu estrelado e brisa suave. Se Elis não fosse
gaúcha, teria se naturalizado naquele instante, em
algum cartório no céu.
Mas voltemos a Maria Rita. Toda de branco, ela
entrou no palco com uma túnica diáfana que ia até
os pés: praticamente um anjo de bons modos. Até
que, quatro ou cinco músicas depois do início do
show, ela retirou a túnica e ficou só de macacão
branco decotado, com as costas de fora, colado no
corpo. Pensei: é peituda essa mulher.
Peituda porque, além de peito, Maria Rita tem coxa,
tem bunda, tem barriguinha, tem sustância, tem o
corpo da brasileira típica, que passa longe das
esquálidas das revistas, das ossudas das
passarelas. A numeração de Maria Rita não é 36,
mas vestiu aquele macacão branco como se fosse.
Quaquaraquáquá, quem riu? Quaquaraquáquá, foi
ela. Cantando Vou Deitar e Rolar e outros tantos
hits da sua talentosa genitora, Maria Rita rebolou,
sambou, jogou charme, braço pra cima, braço pro
lado, ajeitadinha no cabelo, caras e bocas, dona e
senhora do pedaço e com o namorado bonitão
(Davi Moraes, na guitarra) ali na retaguarda,
babando – se não estava, deveria. Porque Maria
Rita, além de cantar divinamente, mostrava 100%
seu lado fêmea, segura e incomparável. Que nem as
modelos de revista? Quaquaraquaquá. Muito
melhor.
Fiquei matutando depois: como mulher se
preocupa com besteira. Usa roupa preta para
afinar, veste bermudas compressoras para chapar
a barriga, manga comprida para esconder os
braços roliços, e mais isso, e aquilo, quando o
maior segredo de beleza consta do seguinte: sinta-
se num palco, mesmo que nunca tenha chegado
perto de um. Imagine-se com 60 mil pessoas te
aplaudindo, te admirando pelo que você faz, pelo
que você é, imagine-se com o público na mão, pois
você é competente e tem uma elegância natural.
Conscientize-se de que sua inteligência é superior
às suas medidas, que ser magrinha não atrai amor
instantâneo, que sua personalidade é um cartão de
visitas, que a felicidade é a melhor maquiagem, que
ser leve é que emagrece.
E dá-se a mágica.
Quem de nós pode vestir um macacão branco
decotado na frente e nas costas, colado ao corpo,
sem antes passar por uma lipoescultura, uma
sessão de bronzeamento e ficar duas semanas sem
comer? Qualquer uma de nós, ora.
MEDEIROS. Martha. A graça da coisa. 1ª ed. Porto
Alegre – RS: L&PM, 2013.
De acordo com o TEXTO I,
A
as mulheres deveriam valorizar
valores como inteligência,
personalidade, felicidade e leveza, em
detrimento de valores relacionados à
aparência física.
B
existe um padrão de beleza e, ao tentar
se adequar a ele, a mulher conseguirá
afirmar-se na sociedade.
C
nem todas as mulheres têm condições
de se comportar como Maria Rita, em
seu show.
D
o maior segredo da beleza é a mulher
seguir os ditames proferidos pela
opinião pública.
7.
Modernidade líquida
O conceito de modernidade líquida foi
desenvolvido pelo sociólogo polonês Zygmunt
Bauman e diz respeito a uma nova época em que as
relações sociais, econômicas e de produção são
frágeis, fugazes e maleáveis, como os líquidos. O
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conceito opõe-se, na obra de Bauman, ao conceito
de modernidade sólida, quando as relações eram
solidamente estabelecidas, tendendo a serem mais
fortes e duradouras.
O que é modernidade líquida?
Bauman definiu como modernidade líquida um
período que se iniciou após a Segunda Guerra
Mundial e ficou mais perceptível a partir da década
de 1960. Esse sociólogo chamou de modernidade
sólida o período anterior.
A modernidade sólida era caracterizada pela
rigidez e solidificação das relações humanas, das
relações sociais, da ciência e do pensamento. A
busca pela verdade era um compromisso sério
para os pensadores da modernidade sólida. As
relações sociais e familiares eram rígidas e
duradouras, e o que se queria era um cuidado com
a tradição. Apesar dos aspectos negativos
reconhecidos por Bauman da modernidade sólida,
o aspecto positivo era a confiança na rigidez das
instituições e na solidificação das relações
humanas.
A modernidade líquida é totalmente oposta à
modernidade sólida e ficou evidente na década de
1960, mas a sua semente estava no início do
capitalismo industrial, durante a Revolução
Industrial. As relações econômicas ficaram
sobrepostas às relações sociais e humanas, e isso
abriu espaço para que cada vez mais houvesse uma
fragilidade de laço entre pessoas e de pessoas com
instituições.
A lógica do consumo entrou no lugar da lógica da
moral, assim, as pessoas passaram a ser
fortemente analisadas não pelo que elas são, mas
pelo que elas compram. A ideia de compra também
adentrou nas relações sociais, e as pessoas
passaram a comprar afeto e atenção.
Nesse contexto, as instituições ficaram
estremecidas. O emprego tornou-se um
empreendimento completamente individual no
momento em que o indivíduo tornou-se um
“empreendedor” de si mesmo. Se alguém não
obtém sucesso nessa lógica da modernidade
líquida, a responsabilidade é completamente
individual.
Assim sendo, a modernidade líquida tem
instituições líquidas, pois cada pessoa é uma
instituição. A exploração capitalista deixou de ser
vista como exploração e passou a ser vista como
uma relação natural em que o sujeito,
empreendedor de si mesmo, vende a sua força de
trabalho ao sujeito empreendedor que possui o
capital.
A modernidade líquida é ágil, pois ela acompanha
a moda e o pensamento de época. A ciência, a
técnica, a educação, a saúde, as relações humanas
e tudo mais que foi criado pelo ser humano para
compor a sociedade são submetidos à lógica
capitalista de consumo.
Modernidade líquida e relações humanas
As relações humanas ficaram extremamente
abaladas com o surgimento da modernidade
líquida. Bauman usa o termo “conexão” para
nomear as relações na modernidade líquida no
lugar de relacionamento, pois o que se passa a
desejar a partir de então é algo que possa ser
acumulado em maior número, mas com
superficialidade suficiente para se desligar a
qualquer momento. A amizade e os
relacionamentos amorosos são substituídos por
conexões, que, a qualquer momento, podem ser
desfeitas.
As redes sociais e a internet serviram de
instrumento para a intensificação do que Bauman
chamou de amor líquido: a relação pseudoamorosa
da modernidade líquida. Não se procura, como na
modernidade sólida, uma companhia afetiva e
amorosa como era na modernidade sólida, mas se
procura uma conexão (que pode ser sexual ou não,
sendo que a não sexual substitui o que era a
amizade) que resulte em prazer para o indivíduo.
O imperativo da modernidade líquida é a busca por
prazer a qualquer custo, mesmo que utilizando
pessoas como objetos. Aliás, namodernidade
líquida, o sujeito torna-se objeto.
As conexões estabelecidas entre pessoas são laços
banais e eventuais. As pessoas buscam um número
grande de conexões, pois isso se tornou motivo de
ostentação. Mais parceiros e parceiras sexuais,
mais “amigos” (que, na verdade, não passam, na
maioria dos casos, de colegas ou conhecidos), pois
quanto mais conexões, mais célebre a pessoa é
considerada. Basta fazer uma breve análise das
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relações sociais em redes sociais como o Facebook:
quanto mais “amigos” (que, na verdade, são apenas
contatos virtuais) a pessoa tem, mais requisitada
ela se torna. (...)
Modernidade líquida e consumismo
O consumo tornou-se um imperativo na
modernidade líquida. Criou-se todo um aparato
para que o capitalismo consiga progredir
desenfreadamente por meio do consumo
irracional. Para além do que o filósofo e sociólogo
alemão Karl Marx observou em sua época, um
fetiche pelo consumo, criou-se um fetiche pelas
marcas, deixando de importar o produto em si, mas
a sua fabricante e o seu preço.
Consumo sempre foi sinônimo de status, mas, na
modernidade líquida, o consumo e o status são
expressivamente dotados de uma carga simbólica
muito mais intensa do que era na modernidade
sólida. O sujeito é objetificado pelo capitalismo,
tornando-se apenas o que ele consome, e não mais
o que ele é. Na lógica da modernidade líquida, o
sujeito é aquilo que ele consome.
O modo pelo qual o capitalismo consegue efetuar
essa mudança de perspectiva é pela promessa de
felicidade: os sujeitos estão cada vez mais ansiosos,
tristes e sobrecarregados. Associa-se então o
prazer momentâneo oferecido pelo consumo à
felicidade. Como esse prazer é rapidamente
passageiro, o sujeito sente a necessidade de buscá-
lo constantemente, na tentativa de alcançar a
felicidade. (...)
Publicado por Francisco Porfírio Disponível em
https://mundoeducacao.uol.com.br/sociologia/modernidade
-liquida.htm.
De acordo com o TEXTO I, a partir da análise da
teoria de Zygmunt Bauman, a era da modernidade
líquida foi marcada, principalmente, por uma
mudança que diz respeito
A
à rigidez e à solidificação das relações
humanas, das relações sociais, da
ciência e do pensamento.
B
à tendência que o capitalismo
instaurou de progredir
desenfreadamente por meio do
consumo racional.
C
ao desejo das pessoas de buscarem um
número grande de conexões para não
se sentirem sós e isoladas.
D
ao fato de as pessoas passarem a ser
fortemente analisadas não pelo que
elas são, mas pelo que elas compram.
8.
A CULTURA DO CANCELAMENTO
No mundo da internet, principalmente no
terreno das redes sociais, é fácil ler que
determinada pessoa foi cancelada. A expressão diz
respeito à chamada cultura do cancelamento,
termo que foi considerado o de maior destaque de
2018 e de 2019 pelo Dicionário Macquarie, por
causa da __________¹ ocorrida nas redes sociais pelo
mundo. Não se sabe ao certo a origem dele, mas foi
a partir de 2017, durante as denúncias de assédio
sexual em Hollywood, e do surgimento do
movimento #MeToo, que ele começou a aparecer
com mais força.
Embora o movimento tenha decolado em 2017
com a hashtag #MeToo, ele definitivamente
manteve seu ímpeto e começou a espalhar suas
asas linguísticas para além da hashtag e do nome
do movimento, respondendo a uma necessidade
óbvia no discurso que cerca essa convulsão social,
explicou, em comunicado, o Dicionário Macquarie.
No dicionário, a palavra cancelar quer dizer
eliminar ou riscar para tornar sem efeito. É
exatamente isso que a cultura do cancelamento da
web propõe. Basta que uma pessoa pública ou não,
apesar de que os famosos acabam sendo as
principais vítimas, faça algo errado para que as
propostas de cancelamento comecem a surgir. No
Brasil nomes como do humorista e influencer
Carlinhos Maia, do funkeiro MC Gui, da cantora
Anitta e do cantor Nego do Borel já figuraram entre
os cancelados. Bullying, preconceito, homofobia e
transfobia foram os motivos que os levaram ao
boicote do público.
Como tudo na vida, a cultura do cancelamento
tem bônus e ônus. Como ponto positivo, percebo a
indignação das pessoas em relação a situações que
antes passavam despercebidas, como casos de
preconceito, machismo e racismo, além dos citados
acima. O ponto negativo desse movimento está na
anulação por completo. Não há uma conversa, não
há uma busca por se colocar no lugar do outro.
P á g i n a 9
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______________________________________________________________
É claro que há atitudes que são deploráveis e até
criminosas. E, para usar outro termo da internet,
não é preciso passar pano, acobertando erros. Mas
a decisão de cancelar alguém, muitas vezes, pode
ser drástica demais. É como se tivéssemos o poder
de eliminar, ao melhor estilo do que ocorre em
realities shows, nos quais isso, de fato, é uma
brincadeira, parte de uma dinâmica de jogo, sem
direito a resposta ou retratação.
Disponível em:
https://www.correiobraziliense.com.br – Texto
adaptado
A temática principal tratada no TEXTO I é
A
as atitudes preconceituosas de pessoas
famosas.
B
o surgimento do movimento #MeToo.
C
o banimento, sobretudo, de pessoas da
arena pública nas mídias sociais.
D
a eliminação em realities shows.
9.
De acordo com o TEXTO I (ANTERIOR),
é incorreto afirmar que
A
as atitudes machistas, homofóbicas e
racistas são razões para o boicote do
público.
B
a cultura do cancelamento só ocorre
com pessoas famosas.
C
a falta de empatia se apresenta como
um aspecto que contribui para o
cancelamento.
D
as pessoas canceladas não têm voz nem
defesa.
10.
Anedota Filosófica: Diógenes e Alexandre, o
Grande
Plutarco
Conta-se que, certa manhã, Diógenes tomava sol
sentado ao lado de seu barril. Alexandre, o Grande,
andava por aquelas terras e, de tanto ouvir falar no
homem que morava dentro de um barril, quis
conhecê-lo.
Informado de onde se encontrava o filósofo,
Alexandre, montado em seu Bucéfalo, pôs-se frente
a frente com Diógenes e, com este, teve o mais
memorável de seus diálogos.
Desta forma, apresentou-se o general:
– Sou Alexandre, o Grande, diante de mim
prostram-se os reinos, eu sou possuidor de muitas
riquezas.
Diógenes, sem esboçar sinal algum de surpresa,
unicamente respondeu ao general:
– Eu sou Diógenes e isto me basta.
Alexandre, pasmo com a reação indiferente de
Diógenes frente a sua imponência, ainda tentou
persuadi-lo, com o pretexto de fazer o filósofo
segui-lo:
– Ouvi muito sobre sua sabedoria e ofereço-te
metade de minhas riquezas se quiser acompanhar-
me.
Diógenes, para a surpresa de Alexandre e de todos
que estavam presentes, prontamente respondeu:
– De você não desejo nada, quero apenas que saia
da frente do meu sol pois estás me fazendo sombra.
Os soldados do temível general ainda quiseram
zombar de Diógenes, mas foram censurados por
Alexandre que lhes repreendeu desta maneira:
– Não zombem deste homem, pois se eu não fosse
Alexandre Magno, eu queria ser Diógenes.
Alexandre então se retirou, deixando em paz o
filósofo sem nunca esquecer o exemplo de
Diógenes, tendo também a certeza de que estivera
diante do mais diferente homem de seu tempo.
(Disponível em:
https://www.acropole.org.br/simbolismo/anedot
a-
filosofica- diogenes-e-alexandre-o-grande/
P á g i n a 10
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______________________________________________________________A partir da leitura do TEXTO I, assinale a
alternativa correta.
A
A resposta de Diógenes, ao pedir que
Alexandre se afastasse do sol, foi
irônica.
B
Alexandre menosprezava o filósofo e
ofereceu-lhe riquezas apenas para
testá-lo.
C
Ao final do TEXTO I, pode-se concluir
que Alexandre ainda respeitava muito
o filósofo.
D
Diógenes não tinha interesse por bens
materiais, pois acreditava em vida após
a morte.
E
Diógenes considerava que a vida não
tinha sentido, então não tinha interesse
por poder.
11.
Ao responder “Não zombem deste homem, pois se
eu não fosse Alexandre Magno, eu queria ser
Diógenes”, pode-se concluir que Alexandre
A
gostava de ser general.
B
apreciava uma vida simples.
C
aprovou a reação dos soldados.
D
desejava ser sábio como Diógenes.
E
era muito ambicioso e prepotente.
12.
Memórias Póstumas de Brás Cubas
Machado de Assis
Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias
pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em
primeiro lugar o meu nascimento ou a minha
morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo
nascimento, duas considerações me levaram a
adotar diferente método: a primeira é que eu não
sou propriamente um autor defunto, mas um
defunto autor, para quem a campa foi outro berço;
a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante
e mais novo. Moisés, que também contou a sua
morte, não a pôs no introito, mas no cabo;
diferença radical entre este livro e o Pentateuco.
[...]
ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás
Cubas. (Disponível
em:
http://www.dominiopublico.gov.br/download/te
xto/bv000215.pdf)
A partir da leitura do TEXTO II, assinale a
alternativa correta.
A
Brás quer sair da vulgaridade.
B
O autor deseja viver eternamente.
C
Trata-se de um texto religioso.
D
O autor é otimista por seu futuro
literário.
E
Brás deseja escrever bem como Moisés.
13.
Quem quer viver para sempre?
Eu já deveria estar morto. Ou a caminho de. Para
alguns leitores, nunca uma frase soou tão
verdadeira. Mas eu falo da história, não de afetos.
Se tivesse nascido em Portugal, cem anos atrás, já
haveria lápide e caixão. Dá para acreditar que, em
inícios do século XX, a esperança média de vida
para os homens portugueses rondasse os 35-40
anos? Hoje, andará pelos oitenta. O que significa
que, com sorte e algum bom humor do Altíssimo,
eu estou apenas a meio da viagem. Se juntarmos os
progressos da medicina no futuro próximo, é
possível que a viagem seja alargada mais um
pouco. Cem anos, cento e tal. Nada mau.
Um artigo recente da Nature, aliás, promete
revoluções para a minha pobre carcaça. O segredo
está no hipotálamo cerebral e numa proteína do
dito cujo que regula o envelhecimento humano.
Não entro em pormenores, até porque eu próprio
não os entendo. Mas eis o negócio: se a proteína é
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estimulada, os ratinhos morrem mais depressa. Se
a proteína é inibida, acontece o inverso. Falamos
de ratos, por enquanto, o que significa que a
descoberta só terá aplicação imediata entre a
classe política. Mas o leitor entende onde quero
chegar.
E eu quero chegar à maior promessa de todas: o dia
em que seremos finalmente imortais. Na história
da cultura ocidental, esse dia pode estar no
passado distante (ler Hesíodo, ler a Bíblia). Ou
pode estar no futuro, como garantem os “trans-
humanistas”. Falo de uma corrente bioética
perfeitamente respeitável que se dedica a essa
causa: o destino da humanidade não está em
morrer aos cem. Está em viver indefinidamente
depois dos cem, através dos avanços da tecnologia.
Porque só a tecnologia permitirá aos homens
suplantar a sua infantil condição mortal. O nosso
corpo é apenas a primeira casca de todas as cascas
que estarão por vir. E quem não gostaria de viver
para sempre?
Curiosamente, há quem não queira. O filósofo
Roger Scruton, em ensaio recente, dedica um
capítulo específico aos transhumanistas. O livro
intitula-se The Uses of Pessimism and the Dangers of
False Hope. Segundo sei, será publicado no Brasil
em breve. Recomendo. Primeiro, porque é uma
súmula perfeita do pensamento de Scruton, escrito
com elegância habitual do autor. Mas sobretudo
porque é a mais brilhante refutação do
pensamento utópico, e em particular do
pensamento utópico trans-humanista de autores
como Ray Kurzweil ou Max More, que me lembro
de ter lido. Isso se deve, em grande parte, ao fato
corajoso de Scruton ter sido capaz de virar o
debate do avesso e perguntar: por que motivo a
doença e a morte devem ser vistas como males
intoleráveis que devemos erradicar? Não será
possível olhar para eles como bens necessários?
Certo, certo: ninguém ama a doença e, tirando
casos extremos, ninguém deseja morrer. Mas sem
a doença e a morte, a vida não teria qualquer valor
em si mesma. Os projetos que fazemos; as viagens
com que sonhamos; os amores que temos,
perdemos, procuramos; e até a descendência que
deixamos – tudo isso parte da mesma premissa: o
fato singelo de não termos todo o tempo do mundo.
Vivemos, escolhemos, amamos – porque temos
urgência em viver, escolher e amar. Se retirarmos
a urgência da equação, podemos ainda viver
eternamente. Mas viveremos uma eternidade de
tédio em que nada tem sentido porque nada
precisa ter sentido. Sem importância do efêmero,
nada se torna importante.
Os trans- humanistas sonham com um mundo pós-
humano. É provável que esse mundo seja possível
no futuro, quando a técnica suplantar a nossa casca
primitiva. Mas esse mundo, até pela sua própria
definição, será um filme diferente. Não será um
filme para seres humanos tal como os conhecemos
e reconhecemos.
Viver até os cem? Agradeço. Cento e vinte também
serve. Mas se me dissessem hoje mesmo que o meu
futuro duraria uma eternidade, eu seria o primeiro
a pular da janela sem hesitar.
COUTINHO, João Pereira. Vamos ao que interessa:
cem crônicas da era da brutalidade. São Paulo:
Três Estrelas, 2015.
De acordo com o autor do TEXTO I,
A
a doença e a morte nos fazem perseguir
nossos projetos, nossos sonhos, pois
tememos não termos uma outra
oportunidade.
B
mesmo com o progresso da medicina,
dificilmente conseguiremos aumentar
nossa expectativa de vida.
C
o que nos faz seres humanos é o nosso
desejo incessante pela eternidade,
procurando sempre levar uma vida
saudável e plena.
D
todos querem viver para sempre, mas
não querem adoecer, por isso se
preocupam tanto com a saúde mental e
física.
14.
Energias alternativas podem gerar 1 milhão de
empregos no Brasil
Com investimentos em energias alternativas, o
Brasil pode gerar mais de 1 milhão de empregos e
reduzir em 28 toneladas a emissão de CO² até 2025.
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Nos próximos cinco anos, os investimentos da
indústria de energia alternativa, como a solar e a
eólica, e o impacto da digitalização das cidades
podem gerar mais de 1,2 milhão de novos
empregos no país.
A análise é do Fórum Econômico Mundial, em
parceria com a Accenture, empresa global de
serviços profissionais, que ouviu mais de 25
empresas de serviços públicos globais e empresas
de tecnologia de energia.
Além dos empregos, esses investimentos deverão
resultar na redução de 28 toneladas de emissão de
CO² (dióxido de carbono). O estudo foi feito em
várias regiões, explorando o caminho das
concessionárias em meio à pandemia e as
oportunidades para acelerar o crescimento
econômico e a transição para a energia limpa.
O Grupo de Ação da Indústria, formado por mais de
25 empresas, buscou avaliarde forma holística os
resultados econômicos, ambientais, sociais, bem
como desdobramentos técnicos de potenciais
soluções de energia.
Segundo a Accenture, foram mapeados diversos
elementos da cadeia de valor do setor elétrico no
país, como emissão de gás carbônico, pegadas
d’água, acesso a eletricidade, qualidade do ar,
resiliência e segurança do setor, qualidade de
serviços e flexibilidade.
No entanto, foram outros aspectos que se
destacaram no cenário nacional, como: impactos
no emprego e na economia, eficiência do setor e
produtividade, investimento estrangeiro,
atualização de sistemas e competitividade.
Setor elétrico deve triplicar até 2050
Com o mapeamento do setor elétrico brasileiro, foi
possível identificar um modelo que pode
direcionar a transformação e atualização do país
em termos de energia, utilizando sua grande fonte
de energia hidrelétrica como alicerce para
sustentar a população.
Simultaneamente a isso, investimentos em fontes
alternativas de energia ganham força, como a solar
e a eólica, bem como investimentos em cidades
integradas e inteligentes.
A demanda por energia no país deve triplicar até
2050, fortalecendo a necessidade de
investimentos. Para isso, segundo o estudo, o
Brasil deverá precisar de, pelo menos, 38 novas
linhas de distribuição de energia com mais de 5 mil
km de extensão.
Na prática, isso significa um investimento de mais
de R$10 bilhões, segundo dados da Empresa de
Pesquisa Energética, articulada com o Ministério
de Minas e Energia e o Ministério da Economia.
(...)
Folha Dirigida. Reportagem: Energias Alternativas
podem gerar 1 milhão de empregos no Brasil.
[Fragmento]. (Disponível em:
https://folhadirigida.com.br/mais/noticias/suste
ntabilidade/energias-alternativas-podem-gerar-
1-milhao-de-empregos-no-brasil .)
De acordo com o TEXTO I, é correto afirmar que
A
a análise é do Fórum Econômico
Mundial, em parceria com a Accenture,
empresa global de serviços
profissionais, que ouviu mais de 25
empresas estatais.
B
a pesquisa sinaliza que, até 2050, o
Brasil triplicará a demanda de energia,
necessitando de mais 38 linhas de
distribuição e investimento acima de
R$ 10 bilhões.
C
na cadeia de valor do setor elétrico no
país, tiveram destaque os impactos no
emprego e na economia, a eficiência do
setor e produtividade e o investimento
estrangeiro.
D
no Brasil, os investimentos em
energias alternativas já asseguram
mais de 1 milhão de empregos e até
2050 reduzirão em 28 toneladas a
emissão de CO².
E
o cenário brasileiro apresentou como
aspectos relevantes a emissão de gás
carbônico, pegadas d'água, acesso a
eletricidade e qualidade do ar.
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15.
O objetivo principal do autor com o TEXTO I é
A
alertar sobre um grande crescimento
econômico por meio de energias
renováveis.
B
denunciar os atuais prejuízos do
consumo de energias nãorenováveis
no planeta.
C
estimular que as empresas
estrangeiras invistam na preservação
ambiental.
D
informar sobre a relação entre criação
de empregos e energias renováveis.
E
utilizar argumentos para ampliar o
consumo de energias nãorenováveis.
16.
A CRUZ DA ESTRADA
Castro Alves
Caminheiro que passas pela estrada,
Seguindo pelo rumo do sertão,
Quando vires a cruz abandonada,
Deixa-a em paz dormir na solidão.
Que vale o ramo do alecrim cheiroso
Que lhe atiras nos braços ao passar?
Vais espantar o bando buliçoso
Das borboletas, que lá vão pousar.
É de um escravo humilde sepultura,
Foi-lhe a vida o velar de insônia atroz.
Deixa-o dormir no leito de verdura,
Que o Senhor dentre as selvas lhe
compôs.
[...]
Quando, à noite, o silêncio habita as matas,
A sepultura fala a sós com Deus.
Prende-se a voz na boca das cascatas,
E as asas de ouro aos astros lá nos céus.
Caminheiro! Do escravo desgraçado
O sono agora mesmo começou!
Não lhe toques no leito de noivado,
Há pouco a liberdade o desposou.
(Disponível em
https://www.escritas.org/pt/t/5023/a-cruz-da-
estrada.).
Após a leitura do TEXTO III, assinale a alternativa
correta.
A
Ao escravo morto valem apenas o
bando buliçoso das borboletas e o
alecrim cheiroso.
B
O poema retrata que a liberdade dos
escravos era conquistada apenas com a
morte.
C
O poeta discorre sobre a sensibilidade
do escravo liberto ao falar a sós com
Deus.
D
A cruz da estrada representa o
sofrimento do escravo humilde na
solidão do sertão.
E
Castro Alves convida o caminheiro a
conversar com a sepultura do escravo
humilde.
17.
TEXTO I
Bitcoin
O Bitcoin funciona como uma espécie de “dinheiro
da internet” e conta com carteira virtual e um site
específico para transações comerciais.
O Bitcoin (BTC) é um tipo de moeda virtual
também chamado de criptomoeda. É como se fosse
uma espécie de dinheiro da internet, mas que não
apresenta um sistema centralizado de controle
sobre as suas trocas comerciais, tais como um
banco central, ao contrário do que acontece com as
moedas do “mundo real”. O termo bitcoin também
é designado para o software utilizado para a
criação e controle da moeda.
O nome bit não faz referência a byte, como muitos
podem pensar, mas sim a uma rede de
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compartilhamento ponto a ponto (P2P), chamada
de BitTorrent, em que cada usuário é anônimo e
possui o mesmo valor. É o que acontece com a
moeda virtual.
Apesar de ser a mais conhecida e amplamente
aclamada no mundo da internet, o Bitcoin não é a
única criptomoeda existente. Os destaques da
concorrência vão para o Litecoin e o Mastercoin,
mas nenhum deles possui a representatividade do
Bitcoin, a principal moeda virtual do mundo
atualmente.
A origem do Bitcoin é atribuída a Dorian
Nakamoto, um codinome que seria utilizado por
Satoshi Nakamoto, apesar de ele sempre negar a
suposta criação que, ao menos oficialmente,
permanece no anonimato.
Como adquirir bitcoins?
Para poder adquirir dinheiro em forma de bitcoins,
seja para investimento, seja para diversão, o
usuário primeiramente precisa criar a sua carteira
virtual, que funciona como uma espécie de ponto
virtual onde todos os bitcoins ficam armazenados,
categorizando um tipo de conta bancária livre de
taxas e impostos. Essa carteira só pode ser criada
no site oficial da blockchain (cadeia de blocos).
Cada unidade possui uma numeração específica,
protegida por criptografia.
Para evitar fraudes ou golpes, como a cópia ou
duplicação de moedas, além de falsas transações e
outros tipos de crimes, há um poderoso sistema de
segurança e controle. Basicamente, quando há uma
troca comercial entre duas carteiras virtuais, ela é
publicada no site da blockchain em forma de
código, que é verificado por softwares específicos
voltados para essa função.
Para que uma pessoa obtenha bitcoins, ela pode
fazer uma transação comercial, recebendo a
moeda virtual em troca de serviços ou produtos,
como uma negociação comum. Outro método é
comprar diretamente bitcoins, trocando as
moedas oficiais (tais como o real e o dólar) de
acordo com a cotação de mercado, de forma que,
quanto mais caro for o bitcoin, mais dinheiro você
precisará para adquirilo. Esse processo poderá ser
feito on-line somente no próprio site da
blockchain, o mesmo da carteira virtual, além de
caixas eletrônicos criados para isso, o que
praticamente não existe no Brasil.
Há, dessa forma, muitas pessoas que utilizam o
bitcoin como uma forma de especulação,
comprando moedas quando elas estão
desvalorizadas e barataspara depois revendê-las
quando elas valorizarem em relação às moedas
oficiais. Há relatos de pessoas que se tornaram
rapidamente ricas com esse tipo de especulação,
que, no entanto, é um processo bastante arriscado.
[...]
Vantagens e desvantagens da moeda digital
Criptomoedas com esse tipo de funcionamento
possuem pontos positivos e negativos. Entre as
vantagens do bitcoin, podemos citar a falta de um
governo ou banco central para controlar e alterar
o funcionamento da moeda e o baixo número de
transações. Entre as desvantagens do bitcoin,
destacam-se a instabilidade da moeda, que hoje
pode valer muito e amanhã nem tanto, o seu risco
em termos de falha na segurança e,
principalmente, o seu uso indiscriminado em
atividades ilícitas, facilitando lavagens de dinheiro.
Independentemente de suas vantagens e riscos, o
bitcoin vem crescendo substancialmente nos
últimos anos, embora vários governos não
reconheçam o seu uso, havendo alguns que se
posicionam totalmente contrários a esse tipo de
prática, a exemplo da Rússia. No Brasil, com o
crescimento dessa moeda alternativa (que é vista
oficialmente como um tipo de ação, e não como
moeda propriamente dita), existe um estudo para
garantir que elas sejam incluídas no sistema de
declaração do imposto de renda.
(Disponível em: Bitcoin. Como funciona o Bitcoin?
-
https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/bit
coin.htm).
De acordo com o TEXTO I, é correto afirmar que
A
embora o bitcoin tenha alta
volatilidade, estes tiveram uma grande
valorização e enriqueceram muitos
investidores.
B
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______________________________________________________________
o autor é contra as criptomoedas,
principalmente devido ao seu uso
indiscriminado em atividades ilícitas,
facilitando a lavagem de dinheiro.
C
a Rússia, por sua economia
tradicionalmente centralizada, tem
feito muitas reclamações à
comunidade internacional para banir
as criptomoedas.
D
no Brasil, o bitcoin ainda não é
reconhecido como moeda,
impossibilitando assim os investidores
a terem acesso a tal opção de
investimento.
E
embora ainda isentas de fiscalização
dos órgãos reguladores, as
criptomoedas já podem ser inclusas
nas declarações anuais de imposto de
renda no Brasil.
18.
O objetivo principal do autor do TEXTO I é
A
apresentar os prós e contras do
investimento em criptomoedas.
B
utilizar argumentos para ampliar o
investimento em criptomoedas.
C
convencer os leitores a investir em
criptomoedas como um hobby.
D
advertir a todos sobre atividades
ilícitas de lavagem de dinheiro.
E
alertar o leitor para declarar
criptomoedas no imposto de renda.
19.
Considerando o trecho “A origem do Bitcoin é
atribuída a Dorian Nakamoto, um codinome que
seria utilizado por Satoshi Nakamoto (...)” assinale
a alternativa em que também há um “codinome”.
A
O jogador Pelé é considerado como um
dos melhores futebolistas.
B
O sanfoneiro Luiz Gonzaga foi
denominado pelo povo como Rei do
Baião.
C
O apresentador Faustão também é
radialista, repórter e ator brasileiro.
D
O autor Ian Flemming escreveu
romances sobre James Bond, o Agente
007.
E
O escritor Fernando Pessoa também
era conhecido como Álvaro de Campos.
20.
Expectativas Extravagantes
Casamentos combinados? Nada contra. Mas
existem combinações e combinações. Conhecer a
noiva ainda no berço não é a ideia perfeita de
romantismo. Casar com ela durante a infância
também não. Mas confesso inveja pelos indígenas
de Tikopia, uma pequena ilha do Pacífico, onde as
combinações matrimoniais impostas pela tribo
admitem um período de conhecimento e, digamos,
"experimentação". Se as coisas não resultarem,
nenhum drama: é hora de tentar uma nova
combinação.
É nessas alturas que uma pessoa pensa nas
desvantagens de viver no Ocidente pós-moderno,
onde estamos por nossa conta e risco na busca da
princesa encantada. E tanto esforço, e tanta
despesa, e tanta angústia para quê? Vivesse eu em
Tikopia e poderia estar tranquilamente em casa,
lendo e escrevendo, enquanto a tribo procurava
fêmea compatível para mim. Quando a
encontrasse, era só bater na minha porta e eu
receberia a noiva do mês para o respectivo período
de conhecimento e "experimentação". Haverá
coisa mais civilizada?
Paul Hollander não se pronuncia. Mas o seu
"Extravagant Expectations", onde conheci os
tikopianos, é um dos meus livros de 2011.
Hollander, como estudioso dos regimes totalitários
do século 20, dispensa apresentações. Só que,
dessa vez, o sociólogo americano resolveu fazer
uma pausa nas suas trincheiras para investigar
como amam os americanos. O que procuram eles
na carametade. E por qual motivo se desiludem tão
P á g i n a 16
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rapidamente com o parceiro. Essas perguntas
exigiram "trabalho de campo": Hollander
mergulhou nos classificados pessoais de
relacionamento; consultou sites de encontros na
internet; e leu a bibliografia popular e a acadêmica
sobre o assunto. Conclusão: a crise das relações
modernas está, como o título indica, nas
"expectativas extravagantes" que os americanos -
e, desconfio, os ocidentais em geral - transportam
para o matrimônio.
Na conjugalidade, o casal não conhece limites em
seus desejos contraditórios. Reclama doses
homéricas de paixão e de razão; de aventura
permanente mas também de segurança
permanente; de estabilidade emocional e de
excitação emocional; de beleza física e de intelecto
apurado. Haverá relação que aguente o peso
dessas expectativas?
Dificilmente. Mas o interesse do livro de Paul
Hollander está sobretudo na explicação genética
das "expectativas extravagantes". Que,
obviamente, seriam incompreensíveis para nossos
antepassados. E seriam incompreensíveis porque a
dimensão "romântica" do casamento é recente na
história do Ocidente: tradicionalmente, as relações
entre homens e mulheres eram tuteladas por
"agentes intermediários", a começar pela família,
que proviam e promoviam essas relações. Os
"sentimentos" das partes envolvidas não eram os
argumentos mais preponderantes.
O romantismo próprio da modernidade acabaria
por enterrar esse mundo, atribuindo ao indivíduo
(e ao "sentimento") a construção do seu destino
"autêntico". E acabou também por determinar o
recuo da família, da tradição e mesmo da religião.
Não apenas como "agentes intermediários"; mas
também como fontes válidas de conhecimento ou
consolação. O problema, escreve Hollander, é que
esse recuo não significou o fim das carências -
espirituais, éticas, intelectuais - que continuam a
pulsar na natureza humana. E que são agora
transplantadas pelo indivíduo socialmente isolado
para dentro da sua privacidade.
Hoje, os ocidentais desejam que as relações
íntimas possam suprir todas as exigências que
anteriormente estavam repartidas por várias
esferas da sociedade. Azar: o casamento não
comporta essas exigências múltiplas e
contraditórias. A pessoa com quem casamos não
consegue reunir as qualidades perfeitas de
amante, amigo, confessor, professor, guia turístico,
estátua grega e terapeuta.
No Ocidente pós-moderno, a taxa de divórcio não
para de subir. Brasil incluso. Um cínico diria que o
fenômeno tem explicação simples: as pessoas
divorciam-se porque podem. Mas é possível
oferecer uma explicação alternativa: as pessoas
divorciam-se porque casam. E não há casamento
que resista quando se exige dele tudo e o seu
contrário.
COUTINHO, João Pereira. Vamos ao que interessa:
cem crônicas da era da brutalidade. São Paulo:
Três Estrelas, 2015. 1.
De acordo com o TEXTO I,
A
a crençana idealização amorosa não
faz mais parte dos relacionamentos da
modernidade e por isso tais
relacionamentos são efêmeros.
B
a crise nos relacionamentos pode ter
como motivo a grande expectativa
gerada pelos casais, que idealizam seus
parceiros e depois se frustram.
C
é mais fácil encontrar o parceiro ideal
por meio de sites de encontros na
internet ou consultando os
classificados.
D
fatores como segurança, paixão, beleza
física e inteligência fazem parte da
idealização amorosa e tornam os
relacionamentos duradouros.
Gabarito
1.C
2.A
3.C
4.D
5.D
6.A
7.D
8.C
9.B
10.C
11.D
P á g i n a 17
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______________________________________________________________
12.A
13.A
14.B
15.D
16.B
17.A
18.A
19.D
20.B
2. Tipologia textual e gêneros textuais.
TIPOLOGIA TEXTUAL
Tipo textual é a forma como um texto se
apresenta. As tipologias mais usadas são:
narração, descrição, dissertação,
argumentação, informação e injunção. É
importante que não se confunda tipo textual com
gênero textual, visto que os gêneros textuais são
textos que cumprem uma função social em uma
dada situação comunicativa.
1- TEXTO NARRATIVO
Modalidade em que se conta um fato,
fictício ou não, que ocorreu num determinado
tempo e lugar, envolvendo certos personagens.
Refere-se a objetos do mundo real. Há uma relação
de anterioridade e posterioridade. O tempo verbal
predominante é o passado. Estamos cercados de
narrações desde que nos contam histórias infantis
até às piadas do cotidiano. É o tipo predominante
nos seguintes textos: contos, fábulas, crônicas,
romances, novelas, piadas, poemas e lendas.
Observe a tirinha que segue, depois leia o texto que
narra os acontecimentos da tirinha.
Exemplo de texto narrativo
A história preferida
Certa noite, Cascão estava em seu quarto,
quase pronto para dormir. Ele já havia colocado o
pijama, sentado em sua cama, sob os cobertores,
mas ainda faltava uma coisa: ele queria ouvir uma
história. Cheio de expectativa, ele olhou para seu
pai e pediu:
---Pai, conta uma história pra eu dormir?
Seu pai, já segurando o livro de história
respondeu:
---Tá bem, filho! Que história você quer
ouvir?
---Cascão todo animado, ajeitou-se na cama.
Puxou os cobertores, encostou-se no travesseiro e
respondeu:
---Aquela que eu gosto mais!
O pai respondeu:
---Já sei!
Então, o pai de Cascão puxou uma cadeira,
sentou-se ao lado do menino, abriu o livro e
começou a ler a história preferida do garoto;
--- Era uma vez, três porquinhos...
Satisfeito e tranquilo ao ouvir a história de
seus personagens favoritos, Cascão se acalmou
para ter uma longa noite de sono!
2- TEXTO DESCRITIVO
Um texto em que se faz um retrato escrito
de um lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto.
A classe de palavras mais utilizada nessa produção
é o adjetivo, pela sua função caracterizadora. Numa
abordagem mais abstrata, pode-se até descrever
sensações ou sentimentos. Não há relação de
anterioridade e posterioridade. E fazer uma
descrição minuciosa do objeto ou da personagem a
que o texto refere. Nessa espécie textual as coisas
acontecem ao mesmo tempo. É o tipo
predominante em textos como o diário, o relato, a
biografia e autobiografia, a notícia, o currículo, a
lista de compras e o cardápio.
UM LUGAR INESQUECÍVEL
Localizado no Estado do Piauí, entre as
cidades de São Raimundo Nonato e Coronel José
Dias, encontra-se um dos locais mais bonitos do
Brasil, o Parque Nacional Serra da Capivara,
caracterizado pela sua paisagem exuberante e seus
"mistérios" históricos.
Declarado Patrimônio Cultural da
Humanidade pela UNESCO, este parque sensibiliza
qualquer indivíduo que o visita. Suas rochas com
formatos especiais, os diferentes animais
silvestres e a impressão de estar há milhares de
anos nos causam fortes sensações.
Os desenhos e pinturas nas cavernas e
partes de esqueletos são também urna atração
espetacular. Termos noção dos raros vestígios dos
povos mais antigos da América é um fato marcante.
Estudos revelam que a região da Serra da Capivara
era coberta por densa floresta tropical. Hoje, sua
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vegetação é diferente, mas não apaga o aspecto de
floresta.
Turistas de todo o mundo visitam o parque
com frequência. Lamentavelmente, os turistas
brasileiros são os que possuem menor índice de
visitas, até porque não damos valor às belezas
naturais e culturais que encontramos em nosso
próprio país.
TIPOS DE DESCRIÇÃO
Conforme a intenção do texto, as
descrições são classificadas em:
Descrição Subjetiva: apresenta as descrições de
algo, todavia, evidencia as impressões pessoais do
emissor (locutor) do texto. Exemplos são nos
textos literários repletos de impressões dos
autores.
Exemplo:
"A bonita cidade é pequena e pacata. Lá todas as
pessoas se conhecem. O que há na cidade se
resume em praticamente algumas poucas lojas,
uma escola muito boa, uma igreja lindíssima e
uma praça muito florida."
Descrição Objetiva: nesse caso, o texto procura
descrever de forma exata e realista as
características concretas e físicas de algo, sem
atribuir juízo de valor, ou impressões subjetivas do
emissor. Exemplos de descrições objetivas são os
retratos falados, manuais de instruções, verbetes
de dicionários e enciclopédias.
Exemplo:
"A cidade é pequena e pacata. Lá todas as pessoas
se conhecem. O que há na cidade se resume em
praticamente algumas lojas, uma escola, uma
igreja e uma praça."
Importa referir que mesmo que se trate de uma
descrição objetiva, o que é descrito depende da
escolha do descritor.
Assim, o descritor acima optou por falar do
tamanho e do que havia na cidade. Mas podia ter
escolhido falar do número e do costume dos seus
habitantes.
3- TEXTO DISSERTATIVO
Este tipo de texto consiste na defesa de
uma ideia por meio de argumentos e explicações, à
medida que é dissertativo; bem como seu objetivo
central reside na formação de opinião do leitor,
ou seja, caracteriza-se por tentar convencer ou
persuadir o interlocutor da mensagem, sendo
nesse sentido argumentativo.
EXEMPLO
É importante refletir sobre a importância
de preservação do meio ambiente bem como atuar
em prol de uma sociedade mais consciente e limpa.
Já ficou mais que claro que a maioria dos
problemas os quais enfrentamos atualmente nas
grandes cidades, foram gerados pela ação humana.
De tal modo, podemos pensar nas grandes
construções, alicerçadas na urbanização
desenfreada, ou no simples ato de jogar lixo nas
ruas. A poluição gerada e impregnada nas grandes
cidades foi em grande parte fruto da urbanização
desenfreada ou da atuação de indústrias; porém,
deveres não cumpridos pelos homens também
proporcionaram toda essa "sujidade". Nesse
sentido, vale lembrar que pequenos atos podem
produzir grandes mudanças se realizados por
todos os cidadãos.
Portanto, um conselho deveras
importante: ao invés de jogar o lixo (seja um
papelzinho de bala, ou uma anotação de um
telefone) nas ruas, guarde-o no bolso e atire
somente quando encontrar uma lixeira. Seja um
cidadão consciente! Não Jogue lixo nas ruas!
4- TEXTO INJUNTIVO
O texto injuntivo ou instrucional está
pautado na explicação e no método para a
concretização de uma ação.
Ele indica o procedimento para realizar
algo, por exemplo, uma receita de bolo, bula de
remédio, manual de instruções, editais e
propagandas.
Exemplo:
Receita
Massa de Panqueca Simples
Ingredientes:
1 ovo
1 xícara de farinha de trigo
1 xícara de leite
1 pitada de sal
1 colher de sopa de óleo
Modo de Preparo:
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Bata todos os ingredientes no liquidificador. A
seguir, aqueça uma frigideira untada com um fio de
óleo em fogo baixo.
Coloque um pouco da massa na frigideira não
muito quente e esparrame de modo a cobrir todo o
fundo e ficar só uma camada fina de massa.
Deixe igualar os dois lados, até que fiquem
levemente douradas. Retire com a espátula, e sirva
com o recheio de sua preferência.
Sugestão de recheio: carne moída, queijo e geleia.
5- TEXTO EXPOSITIVO
O texto expositivo apresenta informações
sobre um objeto ou fato específico, sua descrição e
a enumeração de suas características. Esse deve
permitir que o leitor identifique, claramente, o
tema central do texto.
Um fato importante é a apresentação de
bastante informação; caso se trate de algo novo
esse se faz imprescindível. Quando se trata de
temas polêmicos, a apresentação de argumentos se
faz necessária para que o autor informe aos
leitores sobre as possibilidades de análise do
assunto.
O texto expositivo deve ser abrangente e
deve ser compreendido por diferentes tipos de
pessoas.
O texto expositivo pode apresentar
recursos como a:
- instrução, quando apresenta instruções a serem
seguidas;
- informação, quando apresenta informações sobre
o que é apresentado e/ou discutido;
- descrição, quando apresenta informações sobre
as características do que está sendo apresentado;
- definição, quando queremos deixar claro para o
nosso leitor do que, exatamente, estamos falando;
- enumeração, quando envolve a identificação e
apresentação sequencial de informações
referentes àquilo que estamos escrevendo;
- comparação, quando o autor quer garantir que
seu leitor irá compreender bem o que ele quer
dizer;
CLASSIFICAÇÃO DOS TEXTOS
EXPOSITIVOS
Os textos expositivos podem ser
classificados em dois tipos, de acordo com o
objetivo central do texto.
Texto Expositivo-argumentativo
Quando se trata do texto expositivo-
argumentativo, além de referir-se à apresentação
do tema, o emissor ainda mantém seu foco em
argumentos que são necessários para a explanação
das ideias, recorrendo à autores e teorias para
conceituar, comparar e ainda para defender a
opinião exposta.
Texto Expositivo-informativo
Esse segundo tipo, refere-se à transmissão
das informações a respeito de um determinado
tema sem que haja grandes apreciações,
abordando, dessa forma, o tema com o máximo de
neutralidade. Como exemplo deste caso, podemos
citar como exemplo uma apresentação sobre os
índices de violência no país, apresentando
informações sobre o problema por meio de
gráficos e dados sobre o tema, sem que haja defesa
de opinião.
QUESTÕES
1.
O Tempo
Rubem Alves
Há duas formas de marcar o tempo. Uma delas foi
inventada por homens que amam a precisão dos
números, matemáticos, astrônomos, cientistas,
técnicos. Para marcar o tempo de forma precisa,
eles fabricaram ampulhetas, relógios,
cronômetros, calendários. Nesses artefatos
técnicos, todos os pedaços do tempo – segundos,
minutos, dias, anos – são feitos de uma mesma
substância: números, entidades matemáticas. Não
há inícios nem fins, apenas a indiferente sucessão
de momentos, que nada dizem sobre alegrias e
sofrimentos. Apenas um bolso vazio. Nele, a alma
não encontra morada.
Nas Olimpíadas, a performance dos corredores e
nadadores é medida até os centésimos. Fico a me
perguntar: “Como é que conseguem? Que diferença
faz?”.
A outra foi inventada por homens que sabem que a
vida não pode ser medida com calendários e
relógios. A vida só pode ser marcada com a vida. Os
amantes do Cântico dos Cânticos marcavam o
tempo do amor pelos frutos maduros que pendiam
das árvores. Quando as folhas dos plátanos ficam
amarelas sabemos que o outono chegou. Os ipês-
rosas e amarelos anunciam o inverno.
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Qual a magia que informa os ipês, todos eles, em
lugares muito diferentes, que é hora de perder as
folhas e florescer? E sem misturar as cores.
Primeiro os rosas, depois os amarelos e,
finalmente, os brancos.
Sugeri que algum compositor compusesse uma
sinfonia ou uma brincadeira musical em três
movimentos. Primeiro movimento, “Ipê-rosa”,
andante tranquilo, em que os violoncelos cantam a
paz e a segurança. Segundo movimento, “Ipê-
amarelo”, rondo vivace, em que os metais, cores
parecidas com a dos ipês, fazem soar a exuberância
da vida. Terceiro movimento, “Ipê-branco”,
moderato, em que o veludo dos oboés canta a
mansidão. Seria bom se nós, como os ipês, nos
abríssemos para o amor no inverno.
A precisão dos números marca o tempo das
máquinas e do dinheiro. O tempo do amor se marca
com o corpo.
Um calendário é coisa precisa: anos, meses, dias,
horas, que são marcados com números. Esses
números medem o tempo. Mas os pedaços de
tempo são bolsos vazios: nada há dentro deles. O
bolso vazio do tempo se torna parte do nosso corpo
quando o enchemos com vida. Aí o tempo não mais
pode ser representado por números. O tempo
aparece como um fruto que vai sendo comido: é
belo, é colorido, é perfumado. E, à medida que vai
sendo comido, vai acabando. Vem a tristeza. O
tempo da vida se marca por alegrias e tristezas. Há
inícios e há fins.
Tempus fugit; o tempo foge. Portanto, carpe diem:
colha o dia como um fruto que amanhã estará
podre.
Viver ao ritmo de alegrias e tristezas é ser sábio.
“Sapio”, no latim, quer dizer, “eu saboreio”. O sábio
é um degustador da vida. A vida não é para ser
medida. Ela é para ser saboreada.
Um texto bíblico diz: “Ensina-nos a contar os
nossos dias de tal maneira que alcancemos um
coração sábio”. Acho que Jesus sorriria se eu
acrescentasse ao “Pai-Nosso” outra súplica: “A
fruta nossa de cada dia dá-nos hoje…”. Caqui,
pitanga, morango à beira do abismo, melancia…
Heráclito foi um filósofo grego fascinado pelo
tempo. Contemplava o rio e via que tudo é rio.
Percebeu que não é possível entrar duas vezes no
mesmo rio; na segunda vez, as águas serão outras,
o primeiro rio já não existirá. Tudo é água que flui:
as montanhas, as casas, as pedras, as árvores, os
animais, os filhos, o corpo… Assim é tudo, assim é
a vida: tempo que flui sem parar. Daquilo que ele
supostamente escreveu, restam apenas
fragmentos enigmáticos. Dentre eles, um me
encanta: “Tempo é criança brincando, jogando; da
criança o reinado”.
Para nós, o tempo é um velho, cada vez mais velho,
sobre quem se acumulam os anos que passam e de
quem a vida foge.
Heráclito, ao contrário, diz que o tempo é criança,
início permanente, movimento circular, o fim que
volta sempre ao início, fonte de juventude eterna,
possibilidade de novo começos.
Tempo é criança? O que o filósofo queria dizer
exatamente eu não sei. Mas sei que as crianças
odeiam Chronos, o deus dos cronômetros, dos
segundos, dos centésimos de segundos O relógio é
o tempo do dever: corpo engaiolado.
Disponível em
https://www.revistaecosdapaz.com/o-tempo-
uma-cronica-encantadora-de-rubem-alves/.
Um gênero textual pode ser composto por várias
tipologias, desde que elas sejam necessárias para
cumprir o objetivo comunicativo em questão. O
texto de Rubem Alves, por exemplo, é composto
por tipologias textuais diferentes. A esse propósito,
analise o trecho a seguir:
“Há duas formas de marcar o tempo. Uma delas foi
inventada por homens que amam a precisão dos
números, matemáticos, astrônomos, cientistas,
técnicos. Para marcar o tempo de forma precisa,
eles fabricaram ampulhetas, relógios,
cronômetros, calendários. Nesses artefatos
técnicos, todos os pedaços do tempo – segundos,minutos, dias, anos – são feitos de uma mesma
substância: números, entidades matemáticas”.
Sobre o trecho analisado, é correto afirmar que a
tipologia textual predominante é a
A
argumentativa.
B
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injuntiva.
C
narrativa.
D
descritiva.
2.
A importância da vacina na prevenção e na
erradicação de doenças
As vacinas estão há mais de 200 anos combatendo
doenças infecciosas como sarampo e H1N1.
Produzida pela primeira vez em 1796, a vacina é
um dos principais recursos no combate a doenças
infecciosas. Foi o médico britânico Edward Jenner
que criou a primeira delas, contra o vírus da
varíola, que hoje está erradicado graças à
descoberta científica.
Atualmente, existem imunizações contra vários
tipos de doença, como gripe, hepatite, febre
amarela, caxumba, tuberculose, sarampo, H1N1,
que devem fazer parte da rotina de vacinação de
todo indivíduo.
Como funciona a vacina?
Quando atingido por um agente infeccioso pela
primeira vez, o sistema imunológico produz
naturalmente anticorpos para combater o invasor.
O problema é que essa produção pode não
acontecer com a rapidez suficiente para prevenir a
infecção, fazendo com que a pessoa fique doente.
Porém, caso o organismo entre em contato com o
mesmo agente após um tempo, o sistema
imunológico já estará preparado para reconhecer
a infecção e criar os anticorpos na velocidade
necessária, garantindo certa imunidade à doença.
O papel da vacina é criar essa defesa e garantir a
saúde do indivíduo. Para isso, ela conta com os
antígenos que causam a doença, enfraquecidos ou
mortos, para estimular o sistema imunológico a
produzir os anticorpos necessários. Assim, se a
pessoa entrar em contato com a infecção após a
vacina, o corpo estará imunizado para combater a
doença sem sofrer com os sintomas.
Efeitos colaterais da vacina
Mesmo sendo essencial para garantir a saúde da
população, a vacina pode gerar alguns efeitos
adversos. Os mais comuns são dor, vermelhidão e
inchaço no local em que foi aplicada a injeção. Em
alguns casos, também podem ocorrer febre e mal-
estar passageiro.
Se a vacina for composta pelo agente infeccioso
enfraquecido, algumas pessoas podem apresentar
sintomas parecidos com os da doença. Contudo,
isso não significa que elas estarão realmente
infectadas.
Sem vacina, doenças controladas podem voltar.
Por conta das campanhas de vacinação em todo o
mundo, cada vez mais doenças infecciosas estão se
tornando raras. Para garantir que essas infecções
sejam realmente erradicadas, é essencial que todos
continuem seguindo o Calendário Nacional de
Vacinação.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece 19 vacinas
para mais de 20 doenças; são mais de 300 milhões
de doses para imunizar crianças, adolescentes,
adultos, idosos, gestantes e indígenas. As
imunizações estão disponíveis nas Unidades
Básicas de Saúde (UBS) no Brasil.
Vacinas são seguras?
Por conta das eventuais reações, como febre e
inchaço no local da aplicação, parte da sociedade se
sente temerosa em tomar vacinas. Contudo, é
importante ressaltar que o benefício da
imunização é muito mais valioso do que o receio de
sofrer com as possíveis reações temporárias.
Além disso, antes de a vacina ser licenciada, ela
precisa passar por diferentes tipos de critérios e
testes, desde o início do seu desenvolvimento até a
sua produção e aplicação. É por isso que a
liberação de novas vacinas, como as que estão
sendo testadas para conter a pandemia do novo
coronavírus, levam em média 18 meses para
ficarem prontas.
No Brasil, as vacinas também passam pela rígida
aprovação da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa), órgão vinculado ao Ministério
da Saúde. Depois que é licenciada, a solução
continua sendo monitorada para que especialistas
possam acompanhar o surgimento de possíveis
reações adversas, garantindo segurança e saúde à
população.
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Disponível em
https://summitsaude.estadao.com.br/desafios-no-
brasil/a-importancia-da-vacina-na-prevencao-e-na-
erradicacao-de-doencas/
O TEXTO I tem como principal objetivo
comunicativo
A
divulgar os benefícios da vacinação e
incentivar a maior comercialização
desse produto.
B
denunciar as irregularidades na
produção de vacinas clandestinas e
maléficas à população.
C
fornecer esclarecimentos sobre as
vacinas para conscientizar a população
da sua importância.
D
apresentar as reações adversas que as
vacinas podem causar e alertar a
população sobre seu uso.
3.
Modernidade líquida
O conceito de modernidade líquida foi
desenvolvido pelo sociólogo polonês Zygmunt
Bauman e diz respeito a uma nova época em que as
relações sociais, econômicas e de produção são
frágeis, fugazes e maleáveis, como os líquidos. O
conceito opõe-se, na obra de Bauman, ao conceito
de modernidade sólida, quando as relações eram
solidamente estabelecidas, tendendo a serem mais
fortes e duradouras.
O que é modernidade líquida?
Bauman definiu como modernidade líquida um
período que se iniciou após a Segunda Guerra
Mundial e ficou mais perceptível a partir da década
de 1960. Esse sociólogo chamou de modernidade
sólida o período anterior.
A modernidade sólida era caracterizada pela
rigidez e solidificação das relações humanas, das
relações sociais, da ciência e do pensamento. A
busca pela verdade era um compromisso sério
para os pensadores da modernidade sólida. As
relações sociais e familiares eram rígidas e
duradouras, e o que se queria era um cuidado com
a tradição. Apesar dos aspectos negativos
reconhecidos por Bauman da modernidade sólida,
o aspecto positivo era a confiança na rigidez das
instituições e na solidificação das relações
humanas.
A modernidade líquida é totalmente oposta à
modernidade sólida e ficou evidente na década de
1960, mas a sua semente estava no início do
capitalismo industrial, durante a Revolução
Industrial. As relações econômicas ficaram
sobrepostas às relações sociais e humanas, e isso
abriu espaço para que cada vez mais houvesse uma
fragilidade de laço entre pessoas e de pessoas com
instituições.
A lógica do consumo entrou no lugar da lógica da
moral, assim, as pessoas passaram a ser
fortemente analisadas não pelo que elas são, mas
pelo que elas compram. A ideia de compra também
adentrou nas relações sociais, e as pessoas
passaram a comprar afeto e atenção.
Nesse contexto, as instituições ficaram
estremecidas. O emprego tornou-se um
empreendimento completamente individual no
momento em que o indivíduo tornou-se um
“empreendedor” de si mesmo. Se alguém não
obtém sucesso nessa lógica da modernidade
líquida, a responsabilidade é completamente
individual.
Assim sendo, a modernidade líquida tem
instituições líquidas, pois cada pessoa é uma
instituição. A exploração capitalista deixou de ser
vista como exploração e passou a ser vista como
uma relação natural em que o sujeito,
empreendedor de si mesmo, vende a sua força de
trabalho ao sujeito empreendedor que possui o
capital.
A modernidade líquida é ágil, pois ela acompanha
a moda e o pensamento de época. A ciência, a
técnica, a educação, a saúde, as relações humanas
e tudo mais que foi criado pelo ser humano para
compor a sociedade são submetidos à lógica
capitalista de consumo.
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______________________________________________________________Modernidade líquida e relações humanas
As relações humanas ficaram extremamente
abaladas com o surgimento da modernidade
líquida. Bauman usa o termo “conexão” para
nomear as relações na modernidade líquida no
lugar de relacionamento, pois o que se passa a
desejar a partir de então é algo que possa ser
acumulado em maior número, mas com
superficialidade suficiente para se desligar a
qualquer momento. A amizade e os
relacionamentos amorosos são substituídos por
conexões, que, a qualquer momento, podem ser
desfeitas.
As redes sociais e a internet serviram de
instrumento para a intensificação do que Bauman
chamou de amor líquido: a relação pseudoamorosa
da modernidade líquida. Não se procura, como na
modernidade sólida, uma companhia afetiva e
amorosa como era na modernidade sólida, mas se
procura uma conexão (que pode ser sexual ou não,
sendo que a não sexual substitui o que era a
amizade) que resulte em prazer para o indivíduo.
O imperativo da modernidade líquida é a busca por
prazer a qualquer custo, mesmo que utilizando
pessoas como objetos. Aliás, na modernidade
líquida, o sujeito torna-se objeto.
As conexões estabelecidas entre pessoas são laços
banais e eventuais. As pessoas buscam um número
grande de conexões, pois isso se tornou motivo de
ostentação. Mais parceiros e parceiras sexuais,
mais “amigos” (que, na verdade, não passam, na
maioria dos casos, de colegas ou conhecidos), pois
quanto mais conexões, mais célebre a pessoa é
considerada. Basta fazer uma breve análise das
relações sociais em redes sociais como o Facebook:
quanto mais “amigos” (que, na verdade, são apenas
contatos virtuais) a pessoa tem, mais requisitada
ela se torna. (...)
Modernidade líquida e consumismo
O consumo tornou-se um imperativo na
modernidade líquida. Criou-se todo um aparato
para que o capitalismo consiga progredir
desenfreadamente por meio do consumo
irracional. Para além do que o filósofo e sociólogo
alemão Karl Marx observou em sua época, um
fetiche pelo consumo, criou-se um fetiche pelas
marcas, deixando de importar o produto em si, mas
a sua fabricante e o seu preço.
Consumo sempre foi sinônimo de status, mas, na
modernidade líquida, o consumo e o status são
expressivamente dotados de uma carga simbólica
muito mais intensa do que era na modernidade
sólida. O sujeito é objetificado pelo capitalismo,
tornando-se apenas o que ele consome, e não mais
o que ele é. Na lógica da modernidade líquida, o
sujeito é aquilo que ele consome.
O modo pelo qual o capitalismo consegue efetuar
essa mudança de perspectiva é pela promessa de
felicidade: os sujeitos estão cada vez mais ansiosos,
tristes e sobrecarregados. Associa-se então o
prazer momentâneo oferecido pelo consumo à
felicidade. Como esse prazer é rapidamente
passageiro, o sujeito sente a necessidade de buscá-
lo constantemente, na tentativa de alcançar a
felicidade. (...)
Publicado por Francisco Porfírio Disponível em
https://mundoeducacao.uol.com.br/sociologia/m
odernidade-liquida.htm.
Um texto pode ser escrito a partir de várias
tipologias textuais, mas quase sempre há uma que
é a predominante. No TEXTO I, a tipologia textual
que predominou foi a
A
narrativa, porque conta uma história
baseada em fatos reais da
modernidade líquida.
B
descritiva, porque informa as
características da sociedade de
consumo e suas benesses.
C
expositiva, porque explica o
pensamento de Bauman a respeito das
relações nas sociedades atuais, com
base no conceito da modernidade
líquida.
D
argumentativa, porque em todo o texto
percebe-se a defesa do ponto de vista
do autor contra o pensamento da
modernidade líquida defendido por
Bauman.
4.
Adoção no Brasil: a busca por crianças que não
existem
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Os pretendentes à adoção no Brasil buscam crianças
brancas, de até um ano, sem histórico de doença ou
irmãos
Por Mariana Lima
De acordo com dados do Conselho Nacional de
Justiça (CNJ), existem, aproximadamente, 47 mil
crianças e adolescentes em situação de
acolhimento no Brasil. Deste total, 9,5 mil estão no
Cadastro Nacional de Adoção (CNA) e apenas 5 mil
estão, efetivamente, disponíveis para adoção.
A criança passa a constar na lista de adoção após as
tentativas de reinserção na família de origem
falharem, e se não houver formas de a criança ficar
com a família extensa (tios e avós, por exemplo).
“Adoção é sempre a última possibilidade. Fazemos
de tudo para que aquela criança possa voltar a sua
família de origem. Se o processo de reestruturação
familiar falha, buscamos outras soluções”, conta o
juiz titular da Vara da Infância e Juventude de
Guarulhos (SP) e assessor da Corregedoria Geral
da Justiça de São Paulo, Iberê de Castro.
Atualmente, a fila para quem aguarda uma criança
no Brasil é composta por 46,2 mil pretendentes.
Como o número de pretendentes é muito maior do
que o de crianças disponíveis para adoção, seria de
se esperar que todas essas crianças encontrassem
um lar. Mas a realidade é outra.
Existe um perfil que é buscado pelos pretendentes
na hora de adotar: 14,55% só adotam crianças
brancas; 58% aceitam apenas crianças até 4 anos
de idade; 61,92% não aceitam adotar irmãos; e
61% só aceitam crianças sem nenhuma doença. (...)
Disponível em
https://observatorio3setor.org.br/carrossel/adoc
ao-no-brasil-abusca- por-criancas-que-nao-
existem/.
O TEXTO III apresenta características muito
comuns ao gênero
A
crônica, pois é um misto de narração e
reflexões da autora sobre a adoção no
Brasil.
B
relato pessoal, pois narra uma história
real a partir de experiências pessoais
da escritora.
C
artigo de opinião, pois tece um
comentário crítico sobre as falhas no
processo de adoção.
D
notícia, pois fornece informações sobre
a atual situação do processo de adoção
no Brasil.
5.
Bitcoin
O Bitcoin funciona como uma espécie de “dinheiro
da internet” e conta com carteira virtual e um site
específico para transações comerciais.
O Bitcoin (BTC) é um tipo de moeda virtual
também chamado de criptomoeda. É como se fosse
uma espécie de dinheiro da internet, mas que não
apresenta um sistema centralizado de controle
sobre as suas trocas comerciais, tais como um
banco central, ao contrário do que acontece com as
moedas do “mundo real”. O termo bitcoin também
é designado para o software utilizado para a
criação e controle da moeda.
O nome bit não faz referência a byte, como muitos
podem pensar, mas sim a uma rede de
compartilhamento ponto a ponto (P2P), chamada
de BitTorrent, em que cada usuário é anônimo e
possui o mesmo valor. É o que acontece com a
moeda virtual.
Apesar de ser a mais conhecida e amplamente
aclamada no mundo da internet, o Bitcoin não é a
única criptomoeda existente. Os destaques da
concorrência vão para o Litecoin e o Mastercoin,
mas nenhum deles possui a representatividade do
Bitcoin, a principal moeda virtual do mundo
atualmente.
A origem do Bitcoin é atribuída a Dorian
Nakamoto, um codinome que seria utilizado por
Satoshi Nakamoto, apesar de ele sempre negar a
suposta criação que, ao menos oficialmente,
permanece no anonimato.
Como adquirir bitcoins?
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Para poder adquirir dinheiro em forma de bitcoins,
seja para investimento, seja para diversão, o
usuário primeiramente precisa criar a sua carteira
virtual, que funciona como uma espécie de ponto
virtual onde todos os bitcoins ficam armazenados,
categorizando um tipo de conta bancária livre de
taxas e impostos.Essa carteira só pode ser criada
no site oficial da blockchain (cadeia de blocos).
Cada unidade possui uma numeração específica,
protegida por criptografia.
Para evitar fraudes ou golpes, como a cópia ou
duplicação de moedas, além de falsas transações e
outros tipos de crimes, há um poderoso sistema de
segurança e controle. Basicamente, quando há uma
troca comercial entre duas carteiras virtuais, ela é
publicada no site da blockchain em forma de
código, que é verificado por softwares específicos
voltados para essa função.
Para que uma pessoa obtenha bitcoins, ela pode
fazer uma transação comercial, recebendo a
moeda virtual em troca de serviços ou produtos,
como uma negociação comum. Outro método é
comprar diretamente bitcoins, trocando as
moedas oficiais (tais como o real e o dólar) de
acordo com a cotação de mercado, de forma que,
quanto mais caro for o bitcoin, mais dinheiro você
precisará para adquirilo. Esse processo poderá ser
feito on-line somente no próprio site da
blockchain, o mesmo da carteira virtual, além de
caixas eletrônicos criados para isso, o que
praticamente não existe no Brasil.
Há, dessa forma, muitas pessoas que utilizam o
bitcoin como uma forma de especulação,
comprando moedas quando elas estão
desvalorizadas e baratas para depois revendê-las
quando elas valorizarem em relação às moedas
oficiais. Há relatos de pessoas que se tornaram
rapidamente ricas com esse tipo de especulação,
que, no entanto, é um processo bastante arriscado.
[...]
Vantagens e desvantagens da moeda digital
Criptomoedas com esse tipo de funcionamento
possuem pontos positivos e negativos. Entre as
vantagens do bitcoin, podemos citar a falta de um
governo ou banco central para controlar e alterar
o funcionamento da moeda e o baixo número de
transações. Entre as desvantagens do bitcoin,
destacam-se a instabilidade da moeda, que hoje
pode valer muito e amanhã nem tanto, o seu risco
em termos de falha na segurança e,
principalmente, o seu uso indiscriminado em
atividades ilícitas, facilitando lavagens de dinheiro.
Independentemente de suas vantagens e riscos, o
bitcoin vem crescendo substancialmente nos
últimos anos, embora vários governos não
reconheçam o seu uso, havendo alguns que se
posicionam totalmente contrários a esse tipo de
prática, a exemplo da Rússia. No Brasil, com o
crescimento dessa moeda alternativa (que é vista
oficialmente como um tipo de ação, e não como
moeda propriamente dita), existe um estudo para
garantir que elas sejam incluídas no sistema de
declaração do imposto de renda.
(Disponível em: Bitcoin. Como funciona o Bitcoin?
-
https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/bit
coin.htm).
A respeito do TEXTO I, é correto afirmar que o tipo
textual adotado tem uma linguagem
A
técnica, com vocabulário e termos
específicos, inacessível a todos os
públicos.
B
coloquial, visando à compreensão e à
aceitação das criptomoedas pelo
público.
C
rebuscada, com termos refinados e de
difícil compreensão ao público leigo.
D
extremamente complexa, de difícil
entendimento até para profissionais da
área.
E
persuasiva, direcionada a influenciar
os brasileiros a investir somente em
criptomoedas.
Gabarito
1.D
2.C
3.C
4.D
5.B
3. Elementos de coesão e coerência
textual.
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Um texto bem escrito é aquele que o leitor
o compreende sem grandes dificuldades, por isso
ao escrever um texto, deve-se observar se há
coerência (lógica do que foi escrito) e coesão
(articulação lógicas entre as orações, períodos e
parágrafos do texto).
Às vezes algumas palavras mal colocadas
comprometem a qualidade textual, contribuindo
para uma interpretação errada, é o que ocorre com
a ambiguidade (dizer uma coisa com duplo
sentido) e com a redundância (repetição de
palavras ou de ideias desnecessárias)
Conseguimos escrever um texto com
qualidade fazendo o uso correto da coesão textual
a qual se refere às articulações gramaticais entre
palavras de uma mesma oração, com o objetivo de
levar clareza e o sentido buscado pelo escritor. A
coesão busca a harmonia entre os termos e é
percebida quando existe continuidade dos fatos
expostos.
O emprego dos elementos coesivos são
chamados de sintaxe que relacionam palavras,
orações, frases e/ou parágrafos entre si. Em outras
palavras, a coesão dá-se quando, através de um
pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um
pronome oblíquo átono, há uma relação correta
entre o que se vai dizer e o que já foi dito.
1- Coesão por referência: é um dos tipos
mais utilizados em um texto. Graças a ela,
evitamos repetições de termos, descuido
que pode tornar desagradável a leitura de
um texto:
Os alunos do terceiro ano foram visitar o Museu
da Língua Portuguesa. Eles foram acompanhados
pelos professores da escola.
Em vez de:
Os alunos do terceiro ano foram visitar o Museu da
Língua Portuguesa. Os alunos do terceiro ano
foram acompanhados pelos professores da escola.
2- Coesão por substituição: são
empregadas palavras e expressões que
retomam termos já enunciados através da
anáfora. Observe o exemplo:
Os alunos foram advertidos pelo mau
comportamento. Caso isso volte a acontecer, eles
serão suspensos.
Em vez de:
Os alunos foram advertidos pelo mau
comportamento. Caso o mau comportamento volte
a acontecer, os alunos serão suspensos.
3- Coesão por elipse: Ocorre por meio da
omissão de uma ou mais palavras sem que
isso comprometa a clareza de ideias da
oração:
Maria faz o almoço e ao mesmo tempo conversa ao
telefone com a amiga. (elipse de sujeito, sabemos
quem conversa pela desinência verbal).
Em vez de:
Maria faz o almoço e ao mesmo tempo Maria
conversa ao telefone com a amiga.
4- Coesão lexical: ocorre por meio do
emprego de sinônimos, pronomes,
hipônimos ou heterônimos. Observe o
exemplo:
Machado de Assis é considerado o maior escritor
brasileiro. O carioca nasceu no dia 21 de junho de
1839 e faleceu no Rio de Janeiro no dia 29 de
setembro de 1908. Gênio maior de nossas letras,
foi um dos fundadores da Academia Brasileira de
Letras.
QUESTÕES
1.
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______________________________________________________________
Disponível em https://hsvp.com.br/doacao-de-orgaos-
e-tecidos.
No excerto “Não deixe cair por terra o que
pode alçar novos voos”, a expressão “alçar
novos voos” está se referindo
A
às vidas que os órgãos doados podem
salvar.
B
à dificuldade de se encontrar um
doador de órgãos.
C
à esperança de quem ainda não
conseguiu uma doação.
D
à possibilidade de regeneração de
órgãos não saudáveis.
2.
Seu pai a trazia às vezes, aos domingos, quando
vinha cumprir o piedoso dever de amizade,
visitando Quaresma. Há quanto tempo estava ele
ali? Ela não se lembrava ao certo; uns três ou
quatro meses, se tanto.
Só o nome da casa metia medo. O hospício! É assim
como uma sepultura em vida, um semi-
enterramento, enterramento do espírito, da razão
condutora, de cuja ausência os corpos raramente
se ressentem.
A saúde não depende dela e há muitos que
parecem até adquirir mais força de vida, prolongar
a existência, quando ela se evola não se sabe por
que orifício do corpo e para onde. Com que terror,
uma espécie de pavor de coisa sobrenatural,
espanto de inimigo invisível e onipresente, não
ouvia a gente pobre referir-se ao estabelecimento
da Praia das Saudades! Antes uma boa morte,
diziam.
No primeiro aspecto, não se compreendia bem esse
pasmo, esse espanto, esse terror do povo por
aquela casa imensa, severae grave, meio hospital,
meio prisão, com seu alto gradil, suas janelas
gradeadas, a se estender por uns centos de metros,
em face do mar imenso e verde, lá na entrada da
baía, na Praia das Saudades. Entrava-se, viam-se
uns homens calmos, pensativos, meditabundos,
como monges em recolhimento e prece.
De resto, com aquela entrada silenciosa, clara e
respeitável, perdia-se logo a ideia popular da
loucura; o escarcéu, os trejeitos, as fúrias, o
entrechoque de tolices ditas aqui e ali.
Não havia nada disso; era uma calma, um silêncio,
uma ordem perfeitamente naturais. No fim, porém,
quando se examinavam bem, na sala das visitas,
aquelas faces transtornadas, aqueles ares
aparvalhados, alguns idiotas e sem expressão,
outros como alheados e mergulhados em um
sonho íntimo sem fim, e via-se também a excitação
de uns, mais viva em face à atonia de outros, é que
se sentia bem o horror da loucura, o angustioso
mistério que ela encerra, feito não sei de que
inexplicável fuga do espírito daquilo que se supõe
o real, para se apossar e viver das aparências das
coisas ou de outras aparências das mesmas.
Quem uma vez esteve diante deste enigma
indecifrável da nossa própria natureza, fica
amedrontado, sentindo que o gérmen daquilo está
depositado em nós e que por qualquer coisa ele nos
invade, nos toma, nos esmaga e nos sepulta numa
desesperadora compreensão inversa e absurda de
nós mesmos, dos outros e do mundo. Cada louco
traz em si o seu mundo e para ele não há mais
semelhantes: o que foi antes da loucura é outro
muito outro do que ele vem a ser após.
No trecho “Não havia nada disso...”, o termo em
destaque refere-se
A
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à entrada silenciosa.
B
a monges em recolhimento.
C
a tolices ditas aqui e ali.
D
à ordem natural.
3.
Expectativas Extravagantes
Casamentos combinados? Nada contra. Mas
existem combinações e combinações. Conhecer a
noiva ainda no berço não é a ideia perfeita de
romantismo(c). Casar com ela durante a infância
também não. Mas confesso inveja pelos indígenas
de Tikopia, uma pequena ilha do Pacífico, onde as
combinações matrimoniais impostas pela tribo
admitem um período de conhecimento e, digamos,
"experimentação". Se as coisas não resultarem,
nenhum drama: é hora de tentar uma nova
combinação.
É nessas alturas que uma pessoa pensa nas
desvantagens de viver no Ocidente pós-moderno,
onde estamos por nossa conta e risco na busca da
princesa encantada. E tanto esforço, e tanta
despesa, e tanta angústia para quê? Vivesse eu em
Tikopia e poderia estar tranquilamente em casa,
lendo e escrevendo, enquanto a tribo procurava
fêmea compatível para mim(a). Quando a
encontrasse, era só bater na minha porta e eu
receberia a noiva do mês para o respectivo período
de conhecimento e "experimentação". Haverá
coisa mais civilizada?
Paul Hollander não se pronuncia. Mas o seu
"Extravagant Expectations", onde conheci os
tikopianos, é um dos meus livros de 2011.
Hollander, como estudioso dos regimes totalitários
do século 20, dispensa apresentações. Só que,
dessa vez, o sociólogo americano resolveu fazer
uma pausa nas suas trincheiras para investigar
como amam os americanos. O que procuram eles
na carametade. E por qual motivo se desiludem tão
rapidamente com o parceiro. Essas perguntas
exigiram "trabalho de campo": Hollander
mergulhou nos classificados pessoais de
relacionamento; consultou sites de encontros na
internet; e leu a bibliografia popular e a acadêmica
sobre o assunto. Conclusão: a crise das relações
modernas está, como o título indica, nas
"expectativas extravagantes" que os americanos -
e, desconfio, os ocidentais em geral - transportam
para o matrimônio.
Na conjugalidade, o casal não conhece limites(d) em
seus desejos contraditórios. Reclama doses
homéricas de paixão e de razão; de aventura
permanente mas também de segurança
permanente; de estabilidade emocional e de
excitação emocional; de beleza física e de intelecto
apurado. Haverá relação que aguente o peso
dessas expectativas?
Dificilmente. Mas o interesse do livro de Paul
Hollander está sobretudo na explicação genética
das "expectativas extravagantes". Que,
obviamente, seriam incompreensíveis para nossos
antepassados. E seriam incompreensíveis porque a
dimensão "romântica" do casamento é recente na
história do Ocidente: tradicionalmente, as relações
entre homens e mulheres eram tuteladas por
"agentes intermediários", a começar pela família,
que proviam e promoviam essas relações. Os
"sentimentos" das partes envolvidas não eram os
argumentos mais preponderantes.
O romantismo próprio da modernidade acabaria
por enterrar esse mundo, atribuindo ao indivíduo
(e ao "sentimento") a construção do seu destino
"autêntico". E acabou também por determinar o
recuo da família, da tradição e mesmo da religião.
Não apenas como "agentes intermediários"; mas
também como fontes válidas de conhecimento ou
consolação. O problema, escreve Hollander, é que
esse recuo não significou o fim das carências -
espirituais, éticas, intelectuais - que continuam a
pulsar na natureza humana. E que são agora
transplantadas pelo indivíduo socialmente isolado
para dentro da sua privacidade.
Hoje, os ocidentais desejam que as relações
íntimas possam suprir todas as exigências(b) que
anteriormente estavam repartidas por várias
esferas da sociedade. Azar: o casamento não
comporta essas exigências múltiplas e
contraditórias. A pessoa com quem casamos não
consegue reunir as qualidades perfeitas de
amante, amigo, confessor, professor, guia turístico,
estátua grega e terapeuta.
No Ocidente pós-moderno, a taxa de divórcio não
para de subir. Brasil incluso. Um cínico diria que o
fenômeno tem explicação simples: as pessoas
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divorciam-se porque podem. Mas é possível
oferecer uma explicação alternativa: as pessoas
divorciam-se porque casam. E não há casamento
que resista quando se exige dele tudo e o seu
contrário.
COUTINHO, João Pereira. Vamos ao que interessa:
cem crônicas da era da brutalidade. São Paulo:
Três Estrelas, 2015. 1.
A substituição do elemento sublinhado pelo
pronome correspondente foi realizada de
acordo com a norma padrão em
A
“...enquanto a tribo procurava fêmea
compatível para mim”. – procurava-
lhe para mim.
B
“...que as relações íntimas possam
suprir todas as exigências”. – possam-
nas suprir.
C
“Conhecer a noiva ainda no berço não
é a ideia perfeita de romantismo”. –
Conhecê-la.
D
“Na conjugalidade, o casal não
conhece limites...” – não conhece-os.
4.
O livro de cabeceira de Alexandre
Alexandre da Macedônia é chamado de Grande
porque conseguiu unificar as orgulhosas cidades-
estados gregas, conquistar todos os reinos entre a
Grécia e o Egito, derrotar o poderoso exército
persa e criar um império que se estendeu até a
Índia – em menos de treze anos. Pergunta-se desde
então como um governante de um reino grego
menor foi capaz de realizar essa façanha. Mas
sempre houve uma segunda pergunta, mais
atraente para mim: antes de mais nada, por que
Alexandre quis conquistar a Ásia?
Ao pensar sobre essa questão, acabei por me
concentrar em três objetos que Alexandre levava
consigo em suas campanhas militares e que punha
embaixo de seu travesseiro todas as noites, três
objetos que resumiam o modo como ele via sua
campanha. O primeiro era um punhal. Ao lado
dessa arma, Alexandre guardava uma caixa. E
dentro da caixa estava o mais precioso dos três
objetos: uma cópia de seu texto favorito,a Ilíada.
Como ele escolheu esses três objetos, e o que
significavam para ele?
Alexandre dormia sobre um punhal porque queria
escapar ao destino de ser assassinado como seu
pai. A caixa ele a tomara de Dario, seu adversário
persa. E a Ilíada, ele a levou para a Ásia porque era
a história através da qual via sua campanha e sua
vida, um texto fundamental que se assenhorou da
mente de um príncipe que viria a conquistar
grande parte do mundo então conhecido.
A epopeia de Homero já era um texto fundamental
para os gregos havia muitas gerações. Para
Alexandre, adquirira a importância de um texto
quase sagrado, e é por isso que sempre o levava
consigo em sua campanha. É o que fazem os textos,
sobretudo os fundamentais: eles alteram a
maneira como vemos o mundo e também atuamos
nele. Esse era decerto o caso de Alexandre. Ele foi
induzido não só a ler e estudar esse texto, mas
também a reencená-lo. Alexandre, o leitor, se pôs
dentro da narrativa, vendo sua própria vida e sua
trajetória à luz do Aquiles de Homero. Alexandre, o
Grande, é bem conhecido por ser um rei
extraordinário. Acontece que era também um
leitor extraordinário.
PUCHNER, Martin. O mundo da escrita: como
a literatura transformou a civilização. 1ª ed. – São
Paulo: Companhia das Letras, 2019.
Em “Ele foi induzido não só a ler e estudar esse texto,
mas também a reencená-lo”, o termo destacado
refere-se a
A
Alexandre.
B
estudar.
C
ler.
D
texto.
5.
A era da indiferença
Quão valiosos para as outras pessoas? Não digo
qualquer pessoa, mas para aquelas que dizem se
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importar conosco. Quão importantes de fato somos
para elas? Tenho me pegado pensando
constantemente nisso e por mais que você tenha
visão esperançosa em relação ao homem, parece-
me que realmente vivemos na era da indiferença.
A vida contemporânea exige muito de nós. Isso é
algo sabido por todos. No entanto, isso não justifica
o modo como agimos uns com os outros. As
relações são meramente questões
de conveniência(C), são uma troca de fardos
no mercado(D) da personalidade, de tal maneira
que apenas me aproximo de determinada pessoa e
mantenho uma relação com ela se houver algo dela
que possa usar. Ou seja, as relações humanas
seguem lógicas comerciais e, assim, todos nos
tornamos mercadorias(A).
Obviamente, não estou querendo dizer que
devemos nos submeter a relações degradantes,
que apenas usurpam nossas forças ou que não
devemos esperar reciprocidade ao se envolver
com alguém. Mas, ao implementarmos uma lógica
comercial às relações humanas, deixamos de
considerar totalmente as nuances e complexidades
que formam o ser humano.
Isto é, ninguém está bem o tempo inteiro,
tampouco, possui uma constante na vida. Todos
nós temos nossos dias ruins, passamos por
problemas e atravessamos os nossos períodos de
crise, de modo que, ao doutrinar as relações
humanas à cartilha comercial, os pontos baixos da
vida de um indivíduo são desconsiderados, o que
implica automaticamente a descartabilidade
daqueles que sucumbem às suas fraquezas.
Sendo assim, somos tão somente importantes e
amados na medida em que temos um sorriso no
rosto, uma história engraçada para contar e somos
úteis de algum modo. Em outras palavras, somos
queridos apenas nos nossos bons momentos,
quando estamos no auge e tudo parece dar certo.
Entretanto, como disse, a vida não é uma
constante, de maneira que inevitavelmente
passaremos por momentos ruins, em que tudo dá
errado e nós perdemos a esperança.
Nesses instantes, percebemos a fragilidade dos
laços humanos, a nossa indiferença, a nossa
incapacidade de se colocar no lugar do outro e
buscar entender o ¹ do sofrimento, da
angústia, da insônia, do medo e da lágrima oculta
no olhar, porque quando uma relação é construída
com laços fortes, lutamos contra o egoísmo para
poder sentir a dor que aflige e esmaga o peito de
quem sofre.
Quando uma relação é mais do que uma ação
na bolsa de valores(B) do amor líquido, temos
empatia e esta não é ver uma pessoa triste e fazer
coisas para que ela fingir estar feliz. É ver uma
pessoa triste e ser capaz de ajudá-la a chorar.
Acho que os nossos tempos estão carentes de
pessoas corajosas o bastante para abraçar alguém
e dizer que a ama enquanto as lágrimas se
precipitam e anunciam uma torrente de dor em
forma de choro intercalada com soluços. Por outro
lado, o mundo está repleto de pessoas que abraçam
e riem junto com você, mas tão somente enquanto
você também estiver com um sorriso no rosto.
Pessoas que descartam as outras com imensa
facilidade quando outras ações, digo, pessoas,
acenam com possibilidades melhores e sorrisos
mais audaciosos.
Tudo isso é uma pena, ², no fim das contas,
todos nós precisamos de alguém que nos ajude a
chorar, já que só lágrimas de compaixão podem
limpar a alma da indiferença. E como as lágrimas
não caem, porque estamos ocupados demais com
nossas trivialidades mesquinhas, o mundo
continua sujo, ecoando pelos esgotos a nossa era
da indiferença.
Fonte: https://www.pensarcontemporaneo.com –
Acesso em: 25/07/2019
O autor afirma que “as relações humanas seguem
lógicas comerciais” São expressões que, no texto,
também se referem a comércio, exceto
A
mercadorias.
B
bolsa de valores.
C
conveniência.
D
mercado.
6.
A era da indiferença
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Quão valiosos para as outras pessoas? Não digo
qualquer pessoa, mas para aquelas que dizem se
importar conosco. Quão importantes de fato somos
para elas? Tenho me pegado pensando
constantemente nisso e por mais que você tenha
visão esperançosa em relação ao homem, parece-
me que realmente vivemos na era da indiferença.
A vida contemporânea exige muito de nós. Isso é
algo sabido por todos. No entanto, isso não justifica
o modo como agimos uns com os outros. As
relações são meramente questões de conveniência,
são uma troca de fardos no mercado da
personalidade, de tal maneira que apenas me
aproximo de determinada pessoa e mantenho uma
relação com ela se houver algo dela que possa usar.
Ou seja, as relações humanas seguem lógicas
comerciais e, assim, todos nos tornamos
mercadorias.
Obviamente, não estou querendo dizer que
devemos nos submeter a relações degradantes,
que apenas usurpam nossas forças ou que não
devemos esperar reciprocidade ao se envolver
com alguém. Mas, ao implementarmos uma lógica
comercial às relações humanas, deixamos de
considerar totalmente as nuances e complexidades
que formam o ser humano.
Isto é, ninguém está bem o tempo inteiro,
tampouco, possui uma constante na vida. Todos
nós temos nossos dias ruins, passamos por
problemas e atravessamos os nossos períodos de
crise, de modo que, ao doutrinar as relações
humanas à cartilha comercial, os pontos baixos da
vida de um indivíduo são desconsiderados, o que
implica automaticamente a descartabilidade
daqueles que sucumbem às suas fraquezas.
Sendo assim, somos tão somente importantes e
amados na medida em que temos um sorriso no
rosto, uma história engraçada para contar e somos
úteis de algum modo. Em outras palavras, somos
queridos apenas nos nossos bons momentos,
quando estamos no auge e tudo parece dar certo.
Entretanto, como disse, a vida não é uma
constante, de maneira que inevitavelmente
passaremos por momentos ruins, em que tudo dá
errado e nós perdemos a esperança.
Nesses instantes, percebemos a fragilidade dos
laços humanos, a nossa indiferença, a nossa
incapacidade de se colocar no lugar dooutro e
buscar entender o ¹ do sofrimento, da
angústia, da insônia, do medo e da lágrima oculta
no olhar, porque quando uma relação é construída
com laços fortes, lutamos contra o egoísmo para
poder sentir a dor que aflige e esmaga o peito de
quem sofre.
Quando uma relação é mais do que uma ação na
bolsa de valores do amor líquido, temos empatia e
esta não é ver uma pessoa triste e fazer coisas para
que ela fingir estar feliz. É ver uma pessoa triste e
ser capaz de ajudá-la a chorar.
Acho que os nossos tempos estão carentes de
pessoas corajosas o bastante para abraçar alguém
e dizer que a ama enquanto as lágrimas se
precipitam e anunciam uma torrente de dor em
forma de choro intercalada com soluços. Por outro
lado, o mundo está repleto de pessoas que abraçam
e riem junto com você, mas tão somente enquanto
você também estiver com um sorriso no rosto.
Pessoas que descartam as outras com imensa
facilidade quando outras ações, digo, pessoas,
acenam com possibilidades melhores e sorrisos
mais audaciosos.
Tudo isso é uma pena, ², no fim das contas,
todos nós precisamos de alguém que nos ajude a
chorar, já que só lágrimas de compaixão podem
limpar a alma da indiferença. E como as lágrimas
não caem, porque estamos ocupados demais com
nossas trivialidades mesquinhas, o mundo
continua sujo, ecoando pelos esgotos a nossa era
da indiferença.
Fonte: https://www.pensarcontemporaneo.com –
Acesso em: 25/07/2019
“Quando uma relação é mais do que uma ação na
bolsa de valores do amor líquido...”. Ao utilizar a
expressão em destaque, o autor se refere às
A
relações comerciais.
B
relações sociais fragilizadas.
C
relações construídas com laços fortes.
D
relações degradantes.
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7.
Conhecimento prévio
Entenda por que aquilo cada um já sabe é a ponte
para saber mais
Elisângela Fernandes
Virou quase uma obrigação. Não há (ou pelo menos
não deveria haver) professor que inicie a
abordagem de um conteúdo sem antes identificar
o que sua turma efetivamente conhece sobre o que
será tratado. Apesar de corriqueira nos dias de
hoje, a prática estava ausente da rotina escolar até
o início do século passado. Foi Jean Piaget (1896-
1980) quem primeiro chamou a atenção para a
importância daquilo que, no atual jargão da área,
convencionou chamar-se de conhecimento prévio.
As investigações do cientista suíço foram feitas sob
a perspectiva do desenvolvimento intelectual. Para
entender como a criança passa de um
conhecimento mais simples a outro mais
complexo, Piaget conduziu um trabalho que durou
décadas no Instituto Jean-Jacques Rousseau e no
Centro Internacional de Epistemologia Genética,
ambos em Genebra, Suíça. Ao observar
exaustivamente como os pequenos comparavam,
classificavam, ordenavam e relacionavam
diferentes objetos, ele compreendeu que a
inteligência se desenvolve por um processo de
sucessivas fases. Dependendo da qualidade das
interações de cada sujeito com o meio, as
estruturas mentais - condições prévias para o
aprendizado, conforme descreve o suíço em sua
obra - vão se tornando mais complexas até o fim da
vida. Em cada fase do desenvolvimento, elas
determinam os limites do que os indivíduos podem
compreender.
Dessa perspectiva, fica claro que o cerne de sua
investigação relaciona-se à capacidade de
raciocínio. Por não estudar o processo do ponto de
vista da Educação formal, Piaget não se interessava
tanto pelo conhecimento como conteúdo de
ensino. Na década de 1960, esse tema mereceu a
atenção de outro célebre pensador da Psicologia da
Educação, o americano David Ausubel (1918-
2008). "Ele foi possivelmente um dos primeiros a
usar a expressão conhecimento prévio, hoje
consagrada entre os professores", diz Evelyse dos
Santos Lemos, pesquisadora do ensino de Ciências
e Biologia do Instituto Oswaldo Cruz.
De acordo com Ausubel, o que o aluno já sabe - a
ideia-âncora, na sua denominação - é a ponte para
a construção de um novo conhecimento por meio
da reconfiguração das estruturas mentais
existentes ou da elaboração de outras novas.
Quando a criança reflete sobre um conteúdo novo,
ele ganha significado e torna mais complexo o
conhecimento prévio. Para o americano, o
conjunto de saberes que a pessoa traz como
contribuição ao aprendizado é tão essencial que
mereceu uma citação contundente, no
livro Psicologia Educacional: "O fator isolado mais
importante influenciando a aprendizagem é aquilo
que o aprendiz já sabe. Descubra isso e ensine-o de
acordo".
Ao enfatizarem aspectos distintos do
conhecimento prévio, as visões de Piaget e Ausubel
se complementam. "Para aprender algo são
necessárias estruturas mentais que deem conta de
novas complexidades e também conteúdos
anteriores que ajudam a assimilar saberes", diz
Fernando Becker, professor da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). (...)
Disponível em
https://novaescola.org.br/conteudo/1510/conhe
cimento-previo. Acesso em 12/09/2020. (com
adaptações)
Em “O fator isolado mais importante influenciando
a aprendizagem é aquilo que o aprendiz já sabe.
Descubra isso e ensine-o de acordo". (...), os termos
destacados foram empregados no texto para
realizar
A
uma coesão sequencial, por meio de
uso dos pronomes, para substituir a
ideia citada anteriormente sobre o que
o aluno já sabe.
B
uma coerência entre as ideias de
parágrafos distintos, realizando uma
ligação de sentido entre eles.
C
uma coesão elíptica, por meio da
ausência de termos que foram
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______________________________________________________________
substituídos por pronomes
demonstrativo e oblíquo.
D
uma coesão referencial, por meio do
uso de pronomes, para substituir,
respectivamente, “aquilo que o aluno já
sabe” e “aprendiz”.
8.
Disponível em
https://doidosporcinema.wordpress.com/tag/luis-
fernando-verissimo/. Acesso em 10/09/2020.
LEGENDA:
PRIMEIRO BALÃO: ESSA NOVA GERAÇÃO ME
PREOCUPA.
SEGUNDO BALÃO: SEI NÃO...
TERCEIRO BALÃO: ACHO QUE, NO FUNDO, ELA
NÃO É MUITO DIFERENTE DA NOSSA.
QUARTO BALÃO: ISSO É O QUE ME PREOCUPA.
Na frase final “Isso é o que preocupa”, o pronome
“isso” se refere
A
à negligência dos jovens em relação à
sua saúde.
B
ao poder de luta dos jovens contra as
injustiças.
C
à influência das redes sociais na nova
geração.
D
à inércia comportamental da geração
atual.
9.
Disponível
em https://br.pinterest.com/pin/37365810031070
7621/. Acesso em 30/06/2020.
Ao analisar a frase da Mafalda presente no último
quadrinho, informe como é o mundo ao qual a
personagem se referiu ao falar “Será que o mundo
está assim porque está cheio de Miguelitos?”.
A
É o mundo que vive um retrocesso
tecnológico e científico.
B
É o mundo que sofre muitas mazelas
políticas, sociais e ambientais.
C
É o mundo que cuida bem de seus
habitantes e do meio ambiente.
D
É o mundo que vive uma crise
financeira, sem lucro para os patrões.
Gabarito
1.A
2.C
3.C
4.D
5.C
6.B
7.D
8.D
9.B
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4. Funções da linguagem.
Toda linguagem é utilizada para comunicar
algo a alguém, um receptor da mensagem. Sendo
assim, considerando os elementos que constituem
a comunicação (emissor, receptor, código, canal,
mensagem e contexto). As funções da
linguagem são formas de utilização da linguagemsegundo a intenção do falante, a depender do tipo
de mensagem que está sendo passada e do objetivo
do emissor.
Para que entendamos as funções da linguagem,
precisamos conhecer os seguintes elementos
comunicativos:
EMISSOR: quem fala, quem transmite a mensagem
RECEPTOR: quem ouve, quem recebe a mensagem
MENSAGEM: conteúdo transmitido pelo emissor
CÓDIGO: conjunto de signos utilizados para
transmissão da mensagem (a língua)
REFERENTE: contexto, assunto ao qual a
mensagem se refere
CANAL: meio utilizado para o estabelecimento da
comunicação
As funções da linguagem são divididas em
seis tipo, sendo elas referencial ou denotativa,
emotiva ou expressiva, poética, fática, conativa ou
apelativa e metalinguística.
• FUNÇÃO REFERENCIAL: focada no
contexto, no assunto. É a típica função
empregada nas notícias que visam
apenas à informação. Não pretende
convencer, mas apenas informar.
Presente em jornais, em discursos
científicos, em livros didáticos.
• FUNÇÃO EMOTIVA: focada no emissor,
nos sentimentos/emoções/opiniões de
quem transmite a mensagem.
Geralmente é marcada pelo uso de
sinais como o ponto de exclamação e as
reticências. Função empregada com
frequência em músicas, poemas, em
colunas de opinião.
Ex: “Ando devagar Porque já tive pressa E levo
esse sorriso Porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte Mais feliz, quem sabe
Só levo a certeza De que muito pouco sei Ou
nada sei
(...) É preciso amor Pra poder pulsar É preciso
paz pra poder sorrir É preciso a chuva para
florir (...)”.
• FUNÇÃO POÉTICA: focada
na mensagem, esta função preocupa-se
mais com a parte estética da mensagem
e, para isto, faz embaraços com as letras,
palavras, emprega figuras de linguagem.
Muito comum nos poemas, músicas e na
publicidade.
• FUNÇÃO FÁTICA: focada no canal,
empregada para viabilizar a
manutenção da comunicação ou
promover a sua interrupção. Função
comumente empregada nos diálogos
entre emissor e receptor.
Ex: -Está me ouvindo?
-Sim, tudo bem.
• FUNÇÃO CONATIVA: focada no receptor,
tem por objetivo convencer, persuadir,
influenciar. Função utilizada
frequentemente pelas peças
publicitárias.
Ex: Compre batom, seu filho merece batom.
• FUNÇÃO METALINGUÍSTICA: focada no
próprio código. Uso da linguagem para
falar de linguagem, da poesia para falar
de poesia.
Ex: Eu faço versos como quem chora De
desalento...de desencanto Fecha o meu livro, se
por agora Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente... Tristeza
esparsa...remorso vão... Dói-me nas veias.
Amargo e quente, Cai, gota a gota, do coração. E
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nestes versos de angústia rouca, Assim dos
lábios a vida corre, Deixando um acre sabor na
boca. Eu faço versos como quem morre.
(Manuel Bandeira)
QUESTÕES
1.
O apanhador de desperdícios
Uso a palavra para compor meus silêncios.
Não gosto das palavras
fatigadas de informar.
Dou mais respeito
às que vivem de barriga no chão
tipo água pedra sapo.
Entendo bem o sotaque das águas
Dou respeito às coisas desimportantes
e aos seres desimportantes.
Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas mais que a dos mísseis.
Tenho em mim um atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.
Sou um apanhador de desperdícios:
Amo os restos
como as boas moscas.
Queria que a minha voz tivesse um formato
de canto.
Porque eu não sou da informática:
eu sou da invencionática.
Só uso a palavra para compor meus silêncios.
Manoel de Barros
Disponível em -Memórias Inventadas – As
Infâncias de Manoel de Barros – Manoel de Barros
– Editora Planeta, 2008, p.45.
Em todo o poema de Manoel de Barros, percebe
que o eu-lírico expressa seus sentimentos em
relação às coisas simples da vida. Essa
característica representa a figura de linguagem
conhecida por
“Entendo bem o sotaque das águas
Dou respeito às coisas desimportantes
e aos seres desimportantes”.
A
fática.
B
emotiva.
C
conativa.
D
metalinguística.
2.
O apanhador de desperdícios
Uso a palavra para compor meus silêncios.
Não gosto das palavras
fatigadas de informar.
Dou mais respeito
às que vivem de barriga no chão
tipo água pedra sapo.
Entendo bem o sotaque das águas
Dou respeito às coisas desimportantes
e aos seres desimportantes.
Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas mais que a dos mísseis.
Tenho em mim um atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.
Sou um apanhador de desperdícios:
Amo os restos
como as boas moscas.
Queria que a minha voz tivesse um formato
de canto.
Porque eu não sou da informática:
eu sou da invencionática.
Só uso a palavra para compor meus silêncios.
Manoel de Barros
Disponível em -Memórias Inventadas – As
Infâncias de Manoel de Barros – Manoel de Barros
– Editora Planeta, 2008, p.45.
Dentre as definições apresentadas abaixo, assinale
aquela que caracteriza corretamente
metalinguismo ou metalinguagem.
A
Caracteriza-se pelo próprio ato de ler e
escrever.
B
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É a capacidade de falar sobre a
linguagem, descrevê-la e analisá-la
como objeto de estudo (a gramática
convencional).
C
Caracteriza-se pela reflexão que quem
escreve ou lê faz enquanto escreve ou
lê, para compreender ou atribuir
sentidos ao texto, verificar sua lógica,
coesão, coerência, adequação das
categorias gramaticais e ortografia.
D
Corresponde a diferentes formas de
utilização da linguagem, que são
escolhidas segundo a intenção
comunicativa do falante.
3.
LIAMES DA VIRTUDE - ÉTICA E MORAL NO
MUNDO
ROMANO
Por LEANDRO GONSALES CICCONE
( ... ) Em síntese, podemos reconhecer no discurso
do romano Marco Túlio Cícero quatro virtudes
fundamentais que relacionam a ética à
honestidade, conceituando ainda uma moral
decorrente dessa relação; tais virtudes seriam a
verdade, a ordem, a fortaleza e o equilíbrio. Para
cada um desses princípios, Cícero estabelece um
arrazoado que tentaremos analisar a seguir.
( ... )
Terceira dessas virtudes, a fortaleza simboliza o
ideal de O integridade, a capacidade inequívoca de
preservar seu próprio caráter mesmo quando em
conflito com graves perigos e interesses mais
imediatos; foi a ponte mais direta, para o discurso
de Cícero, no paralelo entre honestidade e
utilidade. Essa integridade precisava resistir a
todas as provas, e nunca se basear na opinião
pública ou no senso comum, mas antes, sempre, na
consciência individual da própria virtude.
Disponível em https:llanpuh.orq.brluploads/anais-
simposios/pdf/2019-
01/1548206570
22a3f115d1f9533b3d73d6aba7244f39.pdf. Acesso em
09/03/2020.
Os textos apresentam funções de linguagem
diferentes a depender do objetivo comunicativo
que pretendem alcançar. Pelas características do
trecho retirado do TEXTO II, de um estudo feito por
Leandro Gonsales, sobre o pensamento de Marco
Túlio Cícero, depreende-se que função de
linguagem predominante é
A
emotiva.
B
apelativa.
C
referencial.
D
metalinguística.
4.
Disponível em
https://www.santos.sp.gov.br/?q=noticia/. Acesso em
16/11/2019.
Ao analisar o TEXTO II, depreende-se que seu
objetivo comunicativo está baseado,
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predominantemente, na função de linguagem
denominada
A
metalinguística.
B
referencial.
C
apelativa.
D
emotiva.
5.
Em nome da urgência ecológica
“As medidas que devem ser tomadas serão difíceis
de aceitar. Podemos dizer que a luta contra as
mudanças climáticas é incompatível com as
liberdades individuais, portanto, sem dúvida,
incompatível com a democracia”, afirma o
climatologista François-Marie Bréon. “Eu não
pretendo ter as soluções [para lutar contra o
aquecimento global]; há especialistas muito mais
competentes para isso”, explica, por sua vez, o
astrofísico Aurélien Barreau, antes de acrescentar
que sua única certeza é sobre a necessidade de
tomar “medidas coercitivas, impopulares,
contrárias às nossas liberdades individuais”. A
tentação de subordinar a democracia ao
imperativo climático se espalha como uma música
de fundo. “Após ter sido um tabu por muito tempo,
a ideia da necessidade de uma restrição, da tomada
de decisões impopulares, começa a ganhar
terreno”, observa o jornalista Stéphane Foucart. E
conclui: “As alternativas são sombrias: renunciar à
forma atual da democracia para conter o
aquecimento global ou esperar até que este vença
a democracia?”
Ao contrário do que afirmam alguns cientistas na
revista Valeurs Actuelles, a realidade das
mudanças climáticas está estabelecida.
Interroguemos então o real significado do discurso
que sujeita a democracia – ou seja, uma das
expressões fundamentais de nossas liberdades –
ao meio ambiente. Não há “ditadura verde” no
horizonte: as eleições continuam sendo o alfa e o
ômega do exercício do poder, pelo menos no
mundo ocidental. Em compensação, as balizas da
democracia começam a ser objeto de medidas
concretas, muitas vezes adotadas sem discussão
real, tão pesada é a “emergência climática”. Na
França, a Carta Ambiental figura desde 2005 no
preâmbulo da Constituição, ao lado da Declaração
dos Direitos do Homem e do Cidadão. Em 2018, a
Comissão de Direito da Assembleia Nacional
propôs ir além, com a inclusão da luta “contra as
mudanças climáticas” no artigo 1º da Constituição,
colocando essa questão no mesmo nível que o
caráter “indivisível, laico, democrático e social” da
República, portanto, no topo da hierarquia das
normas que balizam as instituições.
O estabelecimento, no dia 4 de outubro de 2019, da
Convenção Cidadã pelo Clima (CCC) concentra os
impensados e os perigos desse discurso,
aparentemente movidos pelo bom senso e pela
“necessidade de agir antes que seja tarde demais”.
Encarregado, ao lado de Anne Frago (diretora do
Departamento de Cultura e Assuntos Sociais da
Assembleia Nacional) e Michèle Kadi (diretora-
geral honorária dos Serviços do Senado), pela
organização da CCC decidida pelo presidente
Emmanuel Macron no fim do grande debate
nacional, o diretor e escritor Cyril Dion assim
define o alvo: “Nosso modelo de democracia
representativa não permite tomar as medidas
radicais necessárias para enfrentar os desafios
atuais”. A chave, segundo ele, está no
estabelecimento de espaços de deliberação que
permitam criar soluções a serem adotadas pelos
poderes públicos. Ele se mostrou particularmente
animado durante o lançamento da CCC. Definidos
com base em um sorteio geral, a ideia é que os 150
membros da convenção se reúnam por seis
semanas com especialistas que expliquem as
questões a serem decididas. Caberá então ao
Parlamento adotar formalmente as medidas ou aos
eleitores tomar uma posição. “Nossa aposta é criar
uma relação de forças com o governo a partir de
dentro”, esclarece Dion. “Elaborar propostas em
uma estrutura aprovada pelo governo e depois
obter um referendo.”
(...)
(Anne-Cécile Robert. Le Monde Diplomatique. 8 de
janeiro de 2020.)
Conforme destacado no texto, (CCC) é exemplo de
função
A
metalinguística.
B
conativa.
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______________________________________________________________
C
emotiva.
D
fática.
6.
Bom exemplo na saúde
O Estado de S.Paulo
9 de setembro de 2018
Os bons resultados que estão sendo obtidos por
programa de parceria entre hospitais privados de
ponta e hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS)
para reduzir a infecção hospitalar nestes últimos,
como mostra reportagem do Estado, são um
exemplo de que é possível melhorar o atendimento
na rede pública com medidas simples e de custo
relativamente baixo. Embora não sejam uma
panaceia, medidas como essa, destinadas a tirar o
máximo proveito de recursos escassos, são um dos
caminhos a seguir para recuperar a saúde pública,
especialmente neste momento _____¹ o País
enfrenta grave crise econômica.
Em um ano, o treinamento que profissionais de
119 unidades da rede pública de 25 Estados
recebem em cinco hospitais privados de ponta –
Albert Einstein, Sírio-Libanês, Oswaldo Cruz,
Hospital do Coração, de São Paulo, e Moinhos de
Vento, de Porto Alegre – já levou a uma redução de
23% das ocorrências de infecção hospitalar em
Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de três tipos
principais: na corrente sanguínea, no trato
urinário e pneumonia associada à ventilação
mecânica. Participam do treinamento não apenas
médicos e enfermeiros, mas também – e este é um
ponto importante – integrantes das diretorias dos
hospitais para facilitar a adoção dos
procedimentos como rotina.
Depoimentos de participantes do programa,
financiado por recursos de isenção fiscal – neste
caso, bem empregados –, mostram como tem sido
possível avançar na melhoria do serviço prestado
pela rede pública de maneira simples e objetiva.
“Com pequenas coisas que nos ensinaram, a gente
tem conseguido reduzir (casos de infecção) mesmo
com todas as dificuldades”, afirma Sandra Santos
da Luz, coordenadora de enfermagem da UTI do
Hospital Municipal Santa Isabel, de João Pessoa.
Pequenas coisas incluem a maneira correta de
lavar as mãos e o treinamento para colocar sondas.
Uma das UTIs do Hospital Estadual Mário Covas,
em Santo André, não registra nenhum daqueles
três tipos de infecção há cinco meses. Os bons
resultados do programa, observados em todas as
regiões, levou o Ministério da Saúde a fixar a meta
_____² de redução de 50% da infecção hospitalar na
rede do SUS até 2020. Isso significará salvar 8.500
vidas de pacientes de UTI. O programa também
permitirá, segundo estimativa do Ministério,
reduzir R$ 1,2 bilhão nos gastos com internação.
Tudo isso sem fazer reformas e obras na rede
pública, apenas redesenhando “o processo
assistencial com os recursos disponíveis”, como diz
a coordenadora-geral da iniciativa, Cláudia Garcia,
do Hospital Albert Einstein. Além de fazer muito
com poucos recursos, o alvo do programa foi bem
escolhido, porque as infecções hospitalares estão
entre as principais causas de mortes em serviços
de saúde do mundo inteiro, segundo a Organização
Mundial da Saúde.
É preciso ter em mente, porém, que não se pode
esperar demais de iniciativas desse tipo. Elas são
importantes em qualquer circunstância – porque o
bom emprego do dinheiro público, para dele
sempre tirar o máximo, deve ser uma regra –, mas
têm alcance limitado. Constituem um avanço, não
mais do que isso.
A recuperação da rede pública de saúde exige
providências mais ambiciosas.
Com relação ao parágrafo segundo do texto, é
correto afirmar que nele (no parágrafo, não no
texto como um todo) predomina a função da
linguagem:
A
referencial.
B
conativa.
C
emotiva.
D
fática.
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______________________________________________________________7.
Disponível em:
https://novaescola.org.br/conteudo/2134/descons
truindo-os-anunciospublicitarios.
Acesso em 11de julho de 2019.
Levando em consideração a estrutura linguística
do TEXTO, observa-se que a função da linguagem
predominante é:
A
conativa.
B
metalinguística.
C
poética.
D
referencial.
Gabarito
1.B
2.B
3.C
4.C
5.A
6.A
7.A
5. Ortografia oficial.
A ortografia se caracteriza por estabelecer
padrões para a forma escrita das palavras. Essa
escrita está relacionada tanto a critérios
etimológicos (ligados à origem das palavras)
quanto fonológicos (ligados aos fonemas
representados). É importante compreender que a
ortografia é fruto de uma convenção. A forma de
grafar as palavras é produto de acordos
ortográficos que envolvem os diversos países em
que a língua portuguesa é oficial. A melhor maneira
de treinar a ortografia é ler, escrever e consultar o
dicionário sempre que houver dúvida.
EMPREGO DAS LETRAS S e Z
EMPREGA-SE O S:
1) Nas palavras derivadas de outras que já
apresentam s no radical
Exemplos: Análise - analisar catálise -
catalisador casa - casinha, casebre liso - alisar
2) Nos sufixos -ês e -esa, ao indicarem
nacionalidade, título ou origem
Exemplos: burguês- burguesa inglês-
inglesa chinês- chinesa milanês-
milanesa
3) Nos sufixos formadores de adjetivos -ense, -
oso e –osa
Exemplos: catarinense gostoso- gostosa
amoroso- amorosa palmeirense
gasoso- gasosa teimoso- teimosa
4) Nos sufixos gregos -ese, -isa, -ose
Exemplos: catequese, diocese, poetisa, profetisa,
sacerdotisa, glicose, metamorfose, virose
5) Após ditongos- Exemplos:
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______________________________________________________________
coisa, pouso, lousa, náusea.
6) Nas formas dos verbos pôr e querer, bem como
em seus derivados
Exemplos: pus, pôs, pusemos, puseram, pusera,
pusesse, puséssemos
quis, quisemos, quiseram, quiser, quisera,
quiséssemos
repus, repusera, repusesse, repuséssemos.
7) Nos seguintes nomes próprios personativos:
Baltasar, Heloísa, Inês, Isabel, Luís, Luísa, Resende,
Sousa, Teresa, Teresinha, Tomás
8) Nos seguintes vocábulos:
abuso, asilo, através, aviso, besouro, brasa,
cortesia, decisão, despesa, empresa, freguesia,
fusível, maisena, mesada, paisagem, paraíso,
pêsames, presépio, presídio, querosene, raposa,
surpresa, tesoura, usura, vaso, vigésimo, visita.
EMPREGA-SE SS
1) Escreveremos com -cess- as palavras derivadas
de verbos terminados em -ceder.
Exemplos: anteceder = antecessor
exceder = excesso conceder = concessão
2) Escreveremos com -press- as palavras
derivadas de verbos terminados em -primir.
Exemplos: imprimir = impressão
comprimir = compressa deprimir =
depressivo
3) Escreveremos com -gress- as palavras
derivadas de verbos terminados em -gredir.
Exemplos: agredir = agressão progredir =
progresso transgredir = transgressor
4) Escreveremos com -miss- ou -mess- as palavras
derivadas de verbos terminados em -meter.
Exemplos: comprometer = compromisso
intrometer = intromissão
prometer = promessa remeter = remessa
EMPREGO DO Z
1) Nas palavras derivadas de outras que já
apresentam z no radical
Exemplos: deslize- deslizar razão-
razoável vazio- esvaziar raiz-
enraizar cruz-cruzeiro
2) Nos sufixos -ez, -eza, ao formarem substantivos
abstratos a partir de adjetivos
Exemplos: inválido- invalidez limpo-limpeza
macio- maciez rígido- rigidez
frio- frieza nobre- nobreza pobre-pobreza surdo-
surdez
3) Nos sufixos -izar, ao formar verbos e -ização, ao
formar substantivos
Exemplos: civilizar- civilização
hospitalizar- hospitalização colonizar-
colonização
realizar realização
4) Nos derivados em -zal, -zeiro, -zinho, -zinha, -
zito, -zita
Exemplos:
cafezal, cafezeiro, cafezinho, arvorezinha, cãozit
o, avezita
5) Nos seguintes vocábulos:
azar, azeite, azedo, amizade, buzina, bazar,
catequizar, chafariz, cicatriz, coalizão, cuscuz,
proeza, vizinho, xadrez, verniz, etc.
6) Nos vocábulos homófonos, estabelecendo
distinção no contraste entre o S e o Z
Exemplos: cozer (cozinhar) e coser (costurar)
prezar (ter em consideração) e presar (prender)
traz (forma do verbo trazer) e trás (parte
posterior)
• Observação: em muitas palavras, a
letra X soa como Z. Veja os exemplos:
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______________________________________________________________
Exa
me
Exa
to
Exaus
to
Exem
plo
Exist
ir
exóti
co
inexorá
vel
Emprego de S, Ç, X e dos Dígrafos Sc, Sç, Ss, Xc,
Xs
Existem diversas formas para a representação do
fonema /S/.
1- Emprega-se o S: Nos substantivos
derivados de verbos terminados
em "andir","ender", "verter" e
"pelir"
Exemplos:
expandir- expansão pretender- pretensão
verter- versão expelir- expulsão
estender- extensão suspender- suspensão
converter - conversão repelir- repulsão
2- Emprega-se Ç: Nos substantivos
derivados dos verbos "ter" e
"torcer"
Exemplos:
ater- atenção torcer- torção
deter- detenção distorcer-distorção
manter- manutenção contorcer- contorção
3- Emprega-se o X: Em alguns casos,
a letra X soa como Ss
Exemplos: auxílio, expectativa, experto,
extroversão, sexta, sintaxe, texto, trouxe
4- Emprega-se Sc: Nos termos
eruditos
Exemplos: acréscimo, ascensorista, consciência,
descender, discente, fascículo, fascínio,
imprescindível, miscigenação, miscível, plebiscito,
rescisão, seiscentos, transcender.
5- Emprega-se Sç: Na conjugação de
alguns verbos
Exemplos: nascer- nasço, nasça crescer-
cresço, cresça descer- desço, desça
6- Emprega-se Ss: Nos substantivos
derivados de verbos terminados
em "gredir", "mitir", "ceder" e
"cutir"
Exemplos: agredir- agressão demitir- demissão
ceder- cessão discutir- discussão
progredir- progressão transmitir- transmissão
exceder- excesso repercutir-
repercussão
7- Emprega-se o Xc e o Xs: Em
dígrafos que soam como Ss
Exemplos: exceção, excêntrico, excedente,
excepcional, exsudar
8- Emprego de X e Ch
Emprega-se o X:
1) Após um ditongo.
Exemplos: caixa, frouxo, peixe
Exceção: recauchutar e seus derivados
2) Após a sílaba inicial "en".
Exemplos: enxame, enxada, enxaqueca
Exceção: palavras iniciadas por "ch" que recebem
o prefixo "en-" Exemplos: encharcar (de charco),
enchiqueirar (de chiqueiro), encher e seus
derivados (enchente, enchimento, preencher...)
3) Após a sílaba inicial "me-".
Exemplos: mexer, mexerica, mexicano, mexilhão
Exceção: mecha
4) Em vocábulos de origem indígena ou africana e
nas palavras inglesas aportuguesadas.
Exemplos: abacaxi, xavante,
orixá, xará, xerife, xampu
5) Nas seguintes palavras:
bexiga, bruxa, coaxar, faxina, graxa, lagartixa, lixa,
lixo, puxar, rixa, oxalá, praxe, roxo,
vexame, xadrez, xarope, xaxim, xícara, xale, xinga
r, etc.
Emprega-se o dígrafo Ch:
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1) Nos seguintes vocábulos:
bochecha, bucha,
cachimbo, chalé, charque, chimarrão, chuchu, ch
ute, cochilo, debochar, fachada, fantoche, ficha,
flecha, mochila, pechincha, salsicha, tchau, etc.
Observações sobre o uso da letraX
1) O X pode representar os seguintes fonemas:
/ch/ - xarope, vexame
/cs/ - axila, nexo
/z/ - exame, exílio
/ss/ - máximo, próximo
/s/ - texto, extenso
2) Não soa nos grupos internos -xce- e -xci-
Exemplos: excelente, excitar
EMPREGO DE G e J
Para representar o fonema /j/ na forma
escrita, a grafia considerada correta é aquela que
ocorre de acordo com a origem da palavra.
Exemplo: gesso: Origina-se do grego gypsos
jipe: Origina-se do inglês jeep.
Emprega-se o G
1) Nos substantivos terminados em -agem, -igem,
-ugem
Exemplos: barragem, miragem, viagem, origem,
ferrugem
Exceção: pajem
2) Nas palavras terminadas em -ágio, -égio, -ígio,
-ógio, -úgio
Exemplos: estágio,
privilégio, prestígio, relógio, refúgio
3) Nas palavras derivadas de outras que se grafam
com g
Exemplos: engessar (de gesso), massagista (de
massagem), vertiginoso (de vertigem)
4) Nos seguintes vocábulos
algema, auge, bege,
estrangeiro, geada, gengiva, gibi, gilete,
hegemonia, herege, megera, monge, rabugento,
vagem.
Emprega-se o J
1) Nas formas dos verbos terminados em -jar ou –
jear
Exemplos:
arranjar: arranjo, arranje, arranjem
despejar: despejo, despeje, despejem
gorjear: gorjeie, gorjeiam, gorjeando
enferrujar: enferruje, enferrujem
viajar: viajo, viaje, viajem (3ª pessoa do plural do
presente do subjuntivo)
2) Nas palavras de origem tupi, africana, árabe ou
exótica
Exemplos: biju, jiboia, canjica, pajé, jerico,
manjericão, Moji
3) Nas palavras derivadas de outras que já
apresentam j
Exemplos:
laranja- laranjeira loja- lojista
lisonja - lisonjeador nojo- nojeira
cereja- cerejeira varejo- varejista rijo-
enrijecer jeito- ajeitar
4) Nos seguintes vocábulos
berinjela, cafajeste, jeca, jegue,
majestade, jeito, jejum, laje, traje, pegajento
EMPREGO DO HÍFEN
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REGRA EXEMPLO
Palavras relacionadas
a espécies botânicas e
zoológicas.
Beija-flor, couve-
flor, erva-doce,
pimenta-do-reino.
Para formar a união de
palavras que se combinam
por ocasião.
Ponte Rio-Niterói,
Negociações China-
EUA.
Usado em palavras
compostas por
justaposição que
constituem uma unidade
sintagmática e semântica.
ano-luz; tio-avô;
médico-cirurgião;
segunda-feira;
guarda-chuva; sul-
africano.
palavras compostas
iniciadas pelo advérbio
"bem" ou "mal", em que a
segunda palavra seja
iniciada por qualquer
vogal ou a letra "h"
bem-humorado;
bem-amado; mal-
afortunado; mal-
estar.
HÍFEN PROIBIDO
REGRA EXEMPLO
palavras compostas por
justaposição que tenham
perdido a noção de
composição
girassol;
paraquedas;
mandachuva e
passatempo.
Caso os prefixos pós e pré
percam a sua tonicidade
não usamos o hífen.
prever; promover;
pospor.
Quando o prefixo terminar
em vogal e o segundo
termo iniciar com
consoante diferente de R
ou S
Autopreparação,
microcomputador
autopeça,
extraforte.
. Quando o prefixo
terminar em vogal e o
segundo termo iniciar
com R ou S, dobra-se as
consoantes citadas.
Autorregulamenta
ção, cosseno,
extrasseco,
ultrarromântico,
antissocial,
contrarreforma
Quando o prefixo terminar
em vogal diferente da
vogal que o segundo
termo se inicia:
Autoescola,
infraestrutura,
extraescolar,
autoajuda
Quando o primeiro
termo iniciar
com DES- e IN- e o
segundo termo perder o
H do início da palavra.
Inumano,
desumano.
O prefixo co une-se,
geralmente, ao segundo
coordenador,
cooperar.
termo, mesmo se este
começar com o. Exemplos:
Quando o prefixo terminar
com consoante e o
segundo termo iniciar
com vogal ou consoante
diferente do primeiro
termo.
Hipermercado,
superamigo,
hiperativo,
Superinteressante
ERROS COMUNS
Ao longo da trajetória como falantes da
língua portuguesa nos deparamos com algumas
palavras corriqueiras, mas que constantemente
trazem questionamento sobre o seu correto
emprego numa frase. Vamos trazer aqui alguns
exemplos para que vocês possam ficar atentos em
relação a estes vocábulos e concluírem as provas
com sucesso.
MAU X MAL
A palavra mau com U deve ser empregada
quando tiver sentido oposto ao de bom. Já a
PREFIXOS
OU
FALSOS
PREFIXOS
REGRA
S
EXEMPLO
S
OBSERVAÇ
ÕES;
SAIBA MAIS
Vogais
iguais
Usa-se
o hífen
quand
o o
prefixo
e o
segund
o
elemen
to
juntam
-se
com
a mes
ma
vogal.
anti-
ibérico,
auto-
organizaç
ão,
contra-
almirante,
infra-
axilar,
micro-
ondas,
neo-
ortodoxo,
sobre-
elevação,
anti-
inflamató
rio
Os prefixos
co, pro, pre,
re se juntam
ao segundo
elemento,
ainda que
este inicie
pelas vogais
o ou e:
coocupar,
coorganizar,
coautor,
coirmão,
cooperar,
preenchime
nto,
preexistir,
preestabele
cer,
proeminent
e, propor
reeducação,
reeleição,
reescrita.
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palavra mal com L deve ser empregada quando
tiver o sentido oposto ao de bem.
Exemplo: O mau aluno não é aprovado.
O bom aluno não é aprovado.
O bem vence o mal.
PORQUE X POR QUE X PORQUÊ X POR QUÊ
Porque: equivalente a "pois", "uma vez que".
Exemplo: Não fui à escola porque estava doente.
Por que: equivalente a "por qual motivo?", "por
qual razão?". Pode também significar "pelo qual" e
ainda ser empregado em frases interrogativas
diretas.
Exemplo: Por que você faltou à aula? (frase
interrogativa direta)
Não sei por que você age assim. (por qual motivo)
A situação difícil por que passamos será resolvida.
(pela qual)
Porquê: representa um substantivo e é
equivalente a "motivo", "causa", "razão".
Exemplo: Ela não sabe o porquê do
comportamento do filho.
Por quê: empregado no final de frases e
antecedido por ponto final, de exclamação, de
interrogação.
Exemplo: Ela não sabe por quê!
Não fui aprovado. Por quê?
ONDE X AONDE
Onde: indica localização com ideia estática. Pode
ser advérbio ou pronome relativo (pode ser
substituído por "em que").
Exemplo: Onde guardei meu livro?
Mora na rua onde fica o teatro municipal.
Aonde: é advérbio e indica localização com ideia
de movimento, de deslocamento.
Exemplo: Aonde você vai?
Aonde estamos indo?
AO ENCONTRO DE X DE ENCONTRO A
Ao encontro de: ideia de concordância, ser
favorável.
Dica: Lembrar de "A" de "a favor".
Exemplo: As ideias dos alunos vão ao encontro da
pretensão do colégio.
De encontro a: oposição, ideia
contrária. Dica! Lembrar de "D" de "do contra".
Exemplo: As opiniões dela vão de encontro às
minhas.
AGENTE X A GENTE
Agente: pessoa que atua, opera ou faz algo. Dica!
Lembrem do 007 (agente secreto) e do agente de
saúde.
Exemplo: O agente atuou com base nos requisitos
legais.
A gente: expressão coloquial que faz referência a
um conjunto de pessoas.
Exemplo: Amanhã, a gente vai ao circo.
A FIM X AFIM
A fim: ideia de finalidade, objetivo.
Exemplo: Foi à praia a fim de relaxar.
Afim: indica semelhança, afinidade.
Exemplo: Elas possuem ideias afins.
MAS X MAIS
Mas: conjunção que indica contrariedade,
oposição.
Exemplo: Comprei o livro, mas não li.
Mais: advérbio de intensidade ou pronome
indefinido.
Exemplo: Ela era mais bonita que a irmã.
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NA MEDIDA EM QUE X ÀMEDIDA QUE
Na medida em que: indica causa, consequência,
efeito. Equivale a "visto que", "porque", "já que".
Exemplo: Na medida em que fazíamos uma dieta
rígida, perdíamos peso rapidamente.
À medida que: indica proporção.
Exemplo: À medida que enricou, tornou-se mais
prepotente.
HÁ X A
Há: quando empregado com sentido de existir ou
de tempo decorrido.
Exemplo: Há uma pessoa procurando por você.
Há dez anos almoço naquele restaurante aos
domingos.
A: nas demais situações. Isso mesmo, não sendo
caso de emprego do "Ha", utilizamos o "A". Pode,
inclusive, indicar tempo futuro ou distância.
Exemplo: Ela mora a alguns quilômetros da minha
casa.
Daqui a pouco irei à academia.
AO NÍVEL DE X EM NÍVEL DE
Ao nível de: sentido de "à mesma altura".
Exemplo: Aquela atriz não está ao nível
de Fernanda Montenegro.
Em nível de: sentido de hierarquia, de "âmbito".
Exemplo: A questão deve ser tratada em nível
de governo federal.
A FORA x AFORA
A fora (separado): locução adverbial empregada
em conjunto com a expressão "a dentro", opondo-
se a ela.
Exemplo: Chapeuzinho procurou a vovó de
dentro a fora da casa.
Afora(junto): pode ser advérbio ou preposição. Se
for advérbio, terá sentido de "ao longo de", "para o
lado de fora". Se for preposição, terá sentido de "à
exceção de".
Exemplo: Pela estrada afora, eu vou bem sozinha,
levar esses doces para a vovozinha. (advérbio)
Afora o lobo, todos eram personagens do bem.
(preposição)
*QUESTÕES APÓS O CAPÍTULO DE ACENTUAÇÃO
GRÁFICA.
6. Acentuação gráfica.
Baseiam-se na constatação de que, em nossa
língua, as palavras mais numerosas são
as paroxítonas, seguidas pelas oxítonas. A maioria
das paroxítonas termina em -a, -e, -o, -em, podendo
ou não ser seguidas de "s". Essas paroxítonas, por
serem maioria, não são acentuadas graficamente.
Já as proparoxítonas, por serem pouco numerosas,
são sempre acentuadas.
Proparoxítonas
Sílaba tônica: antepenúltima
As proparoxítonas são todas acentuadas
graficamente.
Exemplos:
trágico, patético, árvore
Paroxítonas
Sílaba tônica: penúltima
Acentuam-se as paroxítonas terminadas em:
-Terminadas em N, R, L e X são acentuadas.
Exemplos: útil, ônix, hífen, elétron, éter, cadáver,
pólen.
-Terminadas em ÃO, ÃOS são acentuadas.
Ex: órgão, órgãos, órfão, bênção, bênçãos.
-Terminadas em ON(s) são acentuadas.
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Ex: elétron, elétrons, próton, prótons.
-Terminadas em UM/UNS são acentuadas.
Ex: álbum, álbuns
-Terminadas em PS são acentuadas.
Ex: fórceps, bíceps, tríceps, quadríceps.
-Terminadas em U(s) ou I(s) são acentuadas.
Ex: júri, júris, vírus, lápis, táxi.
-Terminadas em ditongo oral (som oral,
pronunciado apenas pela boca) devem ser
acentuadas:
Exemplos: história, imóveis, jóquei, túneis.
Observações:
1) As paroxítonas terminadas em "n" são
acentuadas (hífen), mas as que terminam
em "ens", não (hifens, jovens).
2) Não são acentuados os prefixos terminados
em "i "e "r" (semi, super).
3) Acentuam-se as paroxítonas terminadas
em ditongos crescentes: ea(s), oa(s), eo(s),
ua(s), ia(s), ue(s), ie(s), uo(s), io(s).
Exemplos:
várzea, mágoa, óleo, régua, férias,
tênue, cárie, ingênuo, início
Oxítonas
Sílaba tônica: última
Acentuam-se as oxítonas terminadas em:
-Terminadas em A(s), E(s), O(s), EM(ens).
Exemplos: português, picolé, maracujá, armazém,
parabéns, Pará, paletó, mocotó, aliás.
-Monossílabas tônicas.
As palavras formadas por uma única sílaba
(tônica) são acentuadas quando terminadas
em: A(s), E(s) ou O(s).
Ex: pó, pá, só, pé, má, mês.
OBS: As formas verbais tônicas e monossilábicas
terminadas em A, E ou O seguidas de lo(s) ou la(s)
são acentuadas.
Ex: dá-lo (verbo dar), pô-lo (verbo pôr), fê-lo
(verbo fazer).
-Verbos
Algumas palavras são acentuadas para que sejam
diferenciadas de outras e isto acontece com
a terceira pessoa do plural dos verbos TER e VIR.
Ex: Ele vem, eles vêm.
Ela tem, elas têm.
OBS: Cuidado com os verbos:
DETER: Ele detém / Eles detêm
CONVIR: Ele convém / Eles convêm
INTERVIR: Ele intervém / Eles intervêm
MANTER: Ele mantém/ Eles mantêm
A forma verbal PÔDE (pretérito perfeito do
Indicativo) é acentuada para ser diferenciada
de PODE (presente do Indicativo), vejamos:
Ex: Ele pôde fazer a prova tranquilamente ontem.
(passado)
Exemplo: Ela pode fazer a prova
tranquilamente hoje. (presente)
A forma verbal PÔR é acentuada para não ser
confundida com a preposição POR.
Exemplo: Pare de pôr refrigerante na mesa, já
temos o suficiente. (verbo)
Maricota estudou por três livros diferentes.
(preposição)
-Hiato
Palavra com vogal I ou vogal U tônica, isolada ou
seguida de S na mesma sílaba, formando hiato, é
acentuada.
Ex: saída (sa- í - da), saúde (sa-ú-de), heroína (he-
ro-í-na), açaí (a-ça-í).
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OBS: raiz (ra-iz), juiz (ju-iz), cair (ca-ir) não são
acentuadas, pois a vogal (i ou u) não está sozinha
na sílaba, nem acompanhada pelo S, mas por outra
consoante.
Quando o hiato for seguido de NH na sílaba
seguinte, não deve ser acentuado.
Ex: rainha, (ra-i-nha), campainha (cam-pa-i-nha),
moinho (mo-i-nho).
Quando o hiato (i/u) for formado por vogais iguais,
não deve ser acentuado.
Ex: xiita (xi-i-ta), vadiice (va-di-i-ce).
-Novo acordo ortográfico
Segundo o Novo Acordo Ortográfico, os
hiatos OO e EEM não são mais acentuados:
Ex: voo, creem, veem, enjoo, abençoo, leem, deem.
Os monossílabos e as oxítonas com ditongo aberto
são acentuados!
Ex: réis, herói, papéis, chapéus, rói, céu, troféus.
O Novo Acordo Ortográfico retirou a
acentuação dos ditongos abertos ÉI e ÓI
em palavras paroxítonas.
Ex: ideia, plateia, paranoia, estreia, jiboia, geleia,
epopeia, heroico (lembrando que "herói" continua
acentuado por ser oxítona terminada em ditongo
aberto).
Exceção: destróier (paroxítona terminada em R)
QUESTÕES SOBRE ORTOGRAFIA E
ACENTUAÇÃO
1.
TEXTO I
O macacão branco
Sejamos honestas, colegas de trabalho: quem de
nós pode vestir um macacão branco decotado na
frente e nas costas, colado ao corpo, sem antes
passar por uma lipoescultura, uma sessão de
bronzeamento e ficar duas semanas sem comer?
Resposta no final dessa coluna.
Não teria adjetivos suficientes para comentar o
show que Maria Rita fez no Anfiteatro Pôr do Sol,
semana passada, cantando músicas da sua mãe,
Elis Regina. O espetáculo foi perfeito do início ao
fim, e São Pedro ainda deu uma canja, oferecendo
um entardecer de cinema, com direito a uma lasca
de lua, céu estrelado e brisa suave. Se Elis não fosse
gaúcha, teria se naturalizado naquele instante, em
algum cartório no céu.
Mas voltemos a Maria Rita. Toda de branco, ela
entrou no palco com uma túnica diáfana que ia até
os pés: praticamente um anjo de bons modos. Até
que, quatro ou cinco músicas depois do início do
show, ela retirou a túnica e ficou só de macacão
branco decotado, com as costas de fora, colado no
corpo. Pensei: é peituda essa mulher.
Peituda porque, além de peito, Maria Rita tem coxa,
tem bunda, tem barriguinha, tem sustância, tem o
corpo da brasileira típica, que passa longe das
esquálidas das revistas, das ossudas das
passarelas. A numeração de Maria Rita não é 36,
mas vestiu aquele macacão branco como se fosse.
Quaquaraquáquá, quem riu? Quaquaraquáquá, foi
ela. Cantando Vou Deitar e Rolar e outros tantos
hits dasua talentosa genitora, Maria Rita rebolou,
sambou, jogou charme, braço pra cima, braço pro
lado, ajeitadinha no cabelo, caras e bocas, dona e
senhora do pedaço e com o namorado bonitão
(Davi Moraes, na guitarra) ali na retaguarda,
babando – se não estava, deveria. Porque Maria
Rita, além de cantar divinamente, mostrava 100%
seu lado fêmea, segura e incomparável. Que nem as
modelos de revista? Quaquaraquaquá. Muito
melhor.
Fiquei matutando depois: como mulher se
preocupa com besteira. Usa roupa preta para
afinar, veste bermudas compressoras para chapar
a barriga, manga comprida para esconder os
braços roliços, e mais isso, e aquilo, quando o
maior segredo de beleza consta do seguinte: sinta-
se num palco, mesmo que nunca tenha chegado
perto de um. Imagine-se com 60 mil pessoas te
aplaudindo, te admirando pelo que você faz, pelo
que você é, imagine-se com o público na mão, pois
você é competente e tem uma elegância natural.
Conscientize-se de que sua inteligência é superior
às suas medidas, que ser magrinha não atrai amor
instantâneo, que sua personalidade é um cartão de
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visitas, que a felicidade é a melhor maquiagem, que
ser leve é que emagrece.
E dá-se a mágica.
Quem de nós pode vestir um macacão branco
decotado na frente e nas costas, colado ao corpo,
sem antes passar por uma lipoescultura, uma
sessão de bronzeamento e ficar duas semanas sem
comer? Qualquer uma de nós, ora.
MEDEIROS. Martha. A graça da coisa. 1ª ed. Porto
Alegre – RS: L&PM, 2013.
Assinale a alternativa em que todas as palavras
estejam grafadas corretamente.
Aígnio – nódoa – sucitar
Btaciturno – vicisitudes – impecilhos
Cascensão – colizão – atrasado
Dconceder – obtenção – linchar
2.
A CULTURA DO CANCELAMENTO
No mundo da internet, principalmente no
terreno das redes sociais, é fácil ler que
determinada pessoa foi cancelada. A expressão diz
respeito à chamada cultura do cancelamento,
termo que foi considerado o de maior destaque de
2018 e de 2019 pelo Dicionário Macquarie, por
causa da __________¹ ocorrida nas redes sociais pelo
mundo. Não se sabe ao certo a origem dele, mas foi
a partir de 2017, durante as denúncias de assédio
sexual em Hollywood, e do surgimento do
movimento #MeToo, que ele começou a aparecer
com mais força.
Embora o movimento tenha decolado em 2017
com a hashtag #MeToo, ele definitivamente
manteve seu ímpeto e começou a espalhar suas
asas linguísticas para além da hashtag e do nome
do movimento, respondendo a uma necessidade
óbvia no discurso que cerca essa convulsão social,
explicou, em comunicado, o Dicionário Macquarie.
No dicionário, a palavra cancelar quer dizer
eliminar ou riscar para tornar sem efeito. É
exatamente isso que a cultura do cancelamento da
web propõe. Basta que uma pessoa pública ou não,
apesar de que os famosos acabam sendo as
principais vítimas, faça algo errado para que as
propostas de cancelamento comecem a surgir. No
Brasil nomes como do humorista e influencer
Carlinhos Maia, do funkeiro MC Gui, da cantora
Anitta e do cantor Nego do Borel já figuraram entre
os cancelados. Bullying, preconceito, homofobia e
transfobia foram os motivos que os levaram ao
boicote do público.
Como tudo na vida, a cultura do cancelamento
tem bônus e ônus. Como ponto positivo, percebo a
indignação das pessoas em relação a situações que
antes passavam despercebidas, como casos de
preconceito, machismo e racismo, além dos citados
acima. O ponto negativo desse movimento está na
anulação por completo. Não há uma conversa, não
há uma busca por se colocar no lugar do outro.
É claro que há atitudes que são deploráveis e até
criminosas. E, para usar outro termo da internet,
não é preciso passar pano, acobertando erros. Mas
a decisão de cancelar alguém, muitas vezes, pode
ser drástica demais. É como se tivéssemos o poder
de eliminar, ao melhor estilo do que ocorre em
realities shows, nos quais isso, de fato, é uma
brincadeira, parte de uma dinâmica de jogo, sem
direito a resposta ou retratação.
Disponível em:
https://www.correiobraziliense.com.br – Texto
adaptado
A correta grafia da palavra suprimida no espaço 1
(l.6) do TEXTO I é
Adisceminassão.
Bdisceminação.
Cdisseminação
Ddiceminassão
3.
Dentre as alternativas abaixo, assinale a que
apresenta a palavra cuja grafia está correta.
A
chilogravura
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B
somatisação
C
misântropo
D
rubrica
E
xacara
4.
Assinale a alternativa em que todas as palavras
estão grafadas corretamente.
A
Açaí, Guarana, Melão.
B
Jacá, Pessego, Carnaúba.
C
Jundiaí, Vitória, Petropólis.
D
Piauí, Uberlândia, Manaús.
E
Belém, Maceió, Ceará.
5.
TEXTO I
Taxa de informalidade aumenta e é a maior
desde 2016
São Paulo – A estudante universitária Dennyse
Sousa, 24, mora em Belém (PA) e trabalha desde os
16 anos. Nunca teve a carteira assinada. Ela
estagiou, foi babá, atendente em uma gráfica
e freelancer em eventos como demonstradora de
produtos em supermercados. Há três anos, vende
brincos e acessórios artesanais. “Como não
conseguia um emprego fixo, com carteira assinada,
eu tive que tentar várias maneiras de conseguir
alguma renda. Queria aliviar as despesas da
família”, diz.
A história de Dennyse ilustra a informação
divulgada ontem pelo IBGE de que a melhora na
qualidade do emprego gerado no País ainda está
concentrada em poucos locais, especialmente em
São Paulo, segundo os dados da Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad
Contínua).
No ano de 2019, a taxa de informalidade alcançou
recorde em 19 Estados, além do Distrito Federal.
Na média do Brasil, a taxa de informalidade foi de
41,1%, o equivalente a 38,4 milhões de pessoas
entre os trabalhadores ocupados. Mas esse
percentual subia a 62,4% no Pará, onde reside
Dennyse. No Maranhão, 60,5% dos trabalhadores
ocupados eram informais. No Estado de São Paulo,
a taxa de informalidade média foi de 32,0% no ano
passado, também o nível mais elevado da série
iniciada em 2016.
“O ano de 2019 é importante, porque é o terceiro
ano seguido com aumento na ocupação. Mas outros
indicadores mostram que a qualidade desse
trabalho que está sendo gerado ainda carece de
uma melhora”, ponderou Adriana Beringuy,
analista da Coordenação de Trabalho e
Rendimento do IBGE.
Na passagem do terceiro trimestre de 2019 para o
quarto trimestre do ano, a taxa de desemprego
teve um recuo estatisticamente significativo – ou
seja, superou a margem de erro – em apenas nove
das 27 Unidades da Federação. Em São Paulo a taxa
de desemprego desceu de 12,0% para 11,5%,
movimento semelhante ao da média nacional, que
saiu de 11,8% para 11,0% no período.
Foram abertas 593 mil vagas com carteira
assinada no setor privado em todo o País no último
trimestre do ano passado, sendo mais da metade
delas em São Paulo, que gerou 324 mil postos
formais a mais no período. Em todo o Brasil,
apenas quatro Estados tiveram avanço
significativo na carteira assinada no último
trimestre do ano: São Paulo, Rondônia, Paraíba e
Sergipe.
O Estado de São Paulo abriu 473 mil vagas formais
no setor privado no período de um ano. “A gente
não vê nenhuma atividade se destacando. Tudo
indica que foi uma soma de pequenas reações
setoriais. Não foi a indústria que reagiu em São
Paulo e começou a contratar com carteira na
região. Não parece ser isso”, disse Adriana.
No quarto trimestre de 2019, o País ainda tinha
11,632 milhões de desempregados, sendo2,910
milhões deles em busca de emprego há pelo menos
dois anos.
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E entre esses desempregados está Dennyse, a
estudante do início deste texto, que segue
vendendo brincos por meio das redes sociais e em
eventos. Sem emprego formal são essas vendas
que ajudam com as despesas da faculdade, tarifa de
transporte público, produtos de higiene, entre
outras.
(Estadão Conteúdo. In: https://www.msn.com/pt-
br/dinheiro/economia-e-
negocios/taxa-de-informalidade-aumenta-e-é-a-
maior-desde-2016/ar
BB101VUH?ocid=spartandhp)
Em higiene, grafou-se corretamente a palavra, com
H inicial. Assinale a alternativa em que
isso não tenha ocorrido.
A
humildade
B
homoplata
C
hostilidade
D
hombridade
6.
Os outros que ajudam (ou não)
Muitos anos atrás, conheci um alcoólatra, que, aos
quarenta anos, quis parar de beber. O que o levou
a decidir foi um acidente no qual ele, bêbado, quase
provocara a morte da companheira que ele amava,
por quem se sentia amado e que esperava um filho
dele.
O homem frequentou os Alcoólicos Anônimos. Deu
certo, mas, depois de um tempo, houve uma
recaída brutal. Desanimado, mas não menos
decidido, com o consenso de seu grupo do AA o
homem se internou numa clínica especializada,
onde ficou quase um ano – renunciando a conviver
com o filho bebê. Voltou para casa (e para as
reuniões do AA), convencido de que nunca deixaria
de ser um alcoólatra – apenas poderia se tornar,
um dia, um "alcoólatra abstêmio".
Mesmo assim, um dia, depois de dois anos, ele se
declarou relativamente fora de perigo. Naquele
dia, o homem colocou o filhinho na cama e sentou-
se na mesa para festejar e jantar. E eis que a mulher
dele chegou da cozinha erguendo, triunfalmente,
uma garrafa de premier cru de Château Lafite:
agora que estava bem, certamente ele poderia
apreciar um grande vinho, para brindar, não é? O
homem saiu na noite batendo a porta. A mulher
que ele amava era uma idiota? Ou era (e sempre
foi) não sua companheira de vida, mas de sua
autodestruição? Seja como for, a mulher dessa
história não é um caso isolado. Quem foi fumante e
conseguiu parar quase certamente já encontrou
um amigo que um dia lhe propôs um cigarro "sem
drama": agora que parou, você vai poder fumar de
vez em quando – só um não pode fazer mal.
Também há os que patrocinam qualquer exceção
ao regime que você tenta manter estoicamente: se
for só hoje, massa não vai fazer diferença, nem uma
carne vermelha. Seja qual for a razão de seu regime
e a autoridade de quem o prescreveu, para
parentes e próximos, parece que há um prazer em
você transgredir.
Há hábitos que encurtam a vida, comprometem as
chances de se relacionar amorosa e sexualmente e,
mais geralmente, levam o indivíduo a lidar com um
desprezo que ele já não sabe se vem dos outros ou
dele mesmo. Se você precisar se desfazer de um
desses hábitos, procure encorajamento em
qualquer programa que o leve a encontrar outros
que vivem o mesmo drama e querem os mesmos
resultados. É desses outros que você pode esperar
respeito pelo seu esforço – e até elogios (quando
merecidos).
Hoje, encontrar esses outros é fácil. Há
comunidades on-line de pessoas que querem se
livrar do sedentarismo, da obesidade, do fumo, do
alcoolismo, da toxicomania etc. Os membros
registram e transmitem, todos os dias, os seus
fracassos e os seus sucessos. No caso do peso, por
exemplo, há uma comunidade cujos integrantes
instalam em casa uma balança conectada à
internet: o indivíduo se pesa, e os demais sabem
imediatamente se ele progrediu ou não.
Parêntese. A balança on-line não funciona pela
vergonha que provoca em quem engorda, mas
pelos elogios conquistados por quem emagrece.
Podemos modificar nossos hábitos por sentirmos
que nossos esforços estão sendo reconhecidos e
encorajados, mas as punições não têm a mesma
eficácia. Ou seja, Skinner e o comportamentalismo
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têm razão: uma chave da mudança de
comportamento, quando ela se revela possível,
está no reforço que vem dos outros ("Valeu!
Força!"). Já as ideias de Pavlov são menos úteis: os
reflexos condicionados existem, mas, em geral, se
você estapeia alguém a cada vez que ele come,
fuma ou bebe demais, ele não vai parar de comer,
fumar ou beber – apenas vai passar a comer, fumar
e beber com medo.
Volto ao que me importa: por que, na hora de
tentar mudar um hábito, é aconselhável procurar
um grupo de companheiros de infortúnio
desconhecidos? Por que os nossos próximos, na
hora em que um reforço positivo seria bem-vindo,
preferem nos encorajar a trair nossas próprias
intenções?
Há duas hipóteses. Uma é que eles tenham (ou
tivessem) propósitos parecidos com os nossos,
mas fracassados; produzindo o nosso malogro, eles
encontrariam uma reconfortante explicação pelo
seu. Outra, aparentemente mais nobre, diz que é
porque eles nos amam e, portanto, querem ser a
nossa exceção, ou seja, querem ser aqueles que nós
amamos mais do que a nossa própria decisão de
mudar. Como disse Voltaire, "que Deus me proteja
dos meus amigos. Dos inimigos, cuido eu".
CONTARDO, Calligaris. Todos os reis estão nus.
Org. Rafael Cariello. São Paulo: Três Estrelas, 2014.
Assinale a alternativa em que todas as palavras
estejam grafadas corretamente.
A
paralisado – conseder – impecilho –
concessiva
B
ascenção – mecher– apetrecho –
colizão
C
aprasível – linxar – insosso – retenção
D
obtenção – atrasado – enxugar –
extremo
7.
Assinale a alternativa em que todas as palavras
estão escritas corretamente.
A
Hagnóstico – alviçarras
B
Hiena – hóstia
C
Hebdomadário – orrípilo
D
Hinócuo - agnóstico
8.
Assinale a alternativa em que as palavras
apresentam corretamente o uso do X, Z, S e CH.
A
mecherico; bochexa; análize; aprasível
B
mexerico; grozelha; cachumba;
aprazível
C
desprezo; groselha; caxumba; tocha
D
despreso; cachumba; tocha; bochecha
9.
Poluição sonora requer fiscalização rigorosa
A chamada Lei do Silêncio é um daqueles bons
exemplos de ¹ do Estado sobre a vida cotidiana
dos cidadãos. Ao estabelecer limites para decibéis
produzidos em determinados locais e em horários
definidos, sob o risco da aplicação de multas aos
desobedientes, a norma serve para garantir, antes
de mais nada, a civilidade.
Em Belo Horizonte, informa esta edição, o número
de multas dadas pela prefeitura em razão do
barulho tem aumentado. Nos primeiros seis meses
deste ano, segundo a Secretaria Municipal de
Política Urbana, foram lavradas na capital 429
punições, sobretudo, a proprietários de bares,
boates e casas de shows (que representam quase
70% do total de infratores).
Isso representou aumento de 56% em relação ao
total de multas no mesmo período do ano passado,
lembrando que os valores vão de R$144,45 a
R$18.093,39, podendo triplicar em caso de
reincidências, sem falar na possibilidade de
interdição dos estabelecimentos.
Mas isso não quer dizer que as transgressões
estejam diminuindo. Moradores de regiões como a
Savassi, particularmente nas proximidades do
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quarteirão fechado da Rua Tomé de Souza, entre
Getúlio Vargas e Rio Grande do Norte, onde
eventos com música, bebidas e gastronomia
sempre acontecem, têm sofrido bastante, como
relata a matéria.
Há duas semanas, inclusive,eles colocaram uma
faixa no local, na qual “dizem não aos barulhos”.
Além da poluição sonora, queixam-se do lixo e de
outros inconvenientes provocados pelas festas. Até
educadores e estudantes de uma escola próxima
entraram no protesto, alegando dificuldades para
as reposições de aulas, tamanho o volume dos alto-
falantes nos fins de semana.
Na verdade, o que parece é que o problema, muitas
vezes, está nas próprias pessoas. É comum que
aqueles que sofrem com som alto em sua
vizinhança, por exemplo, sejam os mesmos que, em
outras ocasiões, divirtam-se em ambientes com
poluição sonora considerável sem se dar conta de
que pode haver descontentes nas proximidades.
Falta, no caso, o dom da alteridade, a capacidade de
colocar-se, com empatia, no lugar do outro. E é
exatamente por isso que o poder público precisa, e
deve, fazer sua parte.
https://www.hojeemdia.com.br/opini%C3%A3o/c
olunas/editorial-
1.334042/polui%C3%A7%C3%A3o-sonora-
requerfiscaliza% C3%A7%C3%A3o-rigorosa-
1.655016.
A forma ortográfica da palavra que preenche o
espaço vazio 1 do texto I acima é:
A
Igerêcia.
B
Ingerença.
C
Ingerencia.
D
Injerência.
E
Ingerência.
10.
5 lições de gestão de projetos para empresas de TI
Focadas no desenvolvimento de novos produtos e
serviços, as empresas de tecnologia da informação
têm que operar sob condições bastante incertas.
Para tal, uma boa dose de comprometimento e
paixão pelo que se faz é realmente importante, mas
não basta para o sucesso. Afinal de contas, os
negócios de TI, como qualquer outro, demandam o
uso de ferramentas eficazes de gerenciamento,
seja para engajar o cliente, aumentar a
produtividade ou administrar processos de
inovação com êxito.
É neste cenário que, ao longo dos últimos anos, os
projetos na área vêm ganhando crescente espaço.
Primeiro, porque os empreendedores estão cada
vez mais conscientizados da importância de se
trabalhar com orientação para projetos. Em
segundo lugar, devido ao aumento da interação
entre o usuário e os analistas de TI. Mesmo com os
avanços, no entanto, ainda são muitos os setores e
empresas do segmento que operam de forma
insatisfatória - fatores como falta de agilidade no
cumprimento das demandas e clientes infelizes
com custos e prazos ainda são recorrentes no
ramo.
Vale lembrar que o setor de TI, apesar da crise,
conta com perspectivas de muito crescimento e
geração de oportunidades. Então por que não
lançar mão das melhores metodologias e
ferramentas de gestão para potencializar os
resultados? Confira 5 lições de gestão de projetos
para empresas de TI e alavanque o potencial do seu
negócio! (...)
Disponível
em: https://noticias.terra.com.br/dino/5-licoes-de-
gestao-de-projetos-para-empresas-de ti, 26800282
e 9a67298bcd 196d48b75a e437ms 1bo9v.html.
Acesso em:28/04/2017
Entre os sinônimos da palavra “sucesso” qual o
único cuja grafia está inadequada aos padrões
ortográficos do português brasileiro?
A
êsito
B
vitória
C
triunfo
D
conquista
11.
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Texto
Tenho 15 minutos para escrever esta crônica
É dia de rodízio do carro e preciso chegar uma hora
antes ao trabalho. Reunião de novos
procedimentos. Então foi necessário andar 800
metros sob chuva para pegar o trem da CPTM.
Acabei comparecendo em cima da hora.
Tinha me proposto a fazer exercícios três vezes por
semana e o encontro, marcado de última hora,
botou a saúde em segundo plano. Sou o tipo de
pessoa que carece de uma certa planificação para
iniciar qualquer coisa na vida. Da compra de um
imóvel aos treinos esportivos. Tinha planejado
começar as tais atividades físicas nessa segunda-
feira. Com isso garantiria um dia útil de caminhada
já no início da semana. E os outros dois
treinamentos ficariam para sábado e domingo,
quando tudo está um pouco mais calmo.
Infelizmente está cada vez mais difícil prometer-se
alguma coisa. Prometer aos outros então é
impensável. Almoços, cafés da tarde, idas ao
cinema, não consigo fazer mais nada disso. Quando
muito é um chat mais longo num Messenger da
vida e olhe lá.
Minha mãe é idosa, mora no interior, e a última vez
que falei com ela, ao telefone, foi no Ano Novo. Ela
se queixa bastante, mas acabou tendo que, quase
aos 90 anos, entrar no WhatsApp para charlar com
o filho. É incrível como aprendeu rápido a usar
emojis e a enviar GIF’s com mensagens do papa
Francisco.
Em função desse “rush” também não consigo mais
ler. Minha leitura se reduz, no momento, a
manchetes de portais da internet e a um ou dois
parágrafos de posts jornalísticos. Logo eu que
devorei Guerra e Paz durante uma lua de mel.
É senso comum que os livros são quase tudo para
um cronista. Leitura e vivência. Como não tenho
mais contato com nenhuma das duas, preciso
inventar artifícios para entregar meus materiais
aos órgãos de imprensa. Fazer aquilo que sempre
critiquei no gênero: a narrativa palavra puxa
palavra.
Tudo bem que Rubem Braga, com sua vasta
experiência na II Grande Guerra e no corpo
diplomático, podia se dar ao luxo de produzir o que
quisesse. Tudo ótimo que James Joyce, com seus
neologismos geniais, teria a licença de conceber
linhas que nem a Nora Barnacle entendesse.
Contudo, no meu caso, criar algo que renego, em
função da mais prosaica falta de tempo, vem com o
gosto amargo de derrota.
É triste, só que não há muito a ser feito. A reunião
começou atrasada e vai ultrapassar a hora do
almoço. Como sempre não acontecerá nada que
mude o futuro da humanidade, no entanto sou
daqueles que não consegue escrever em laptops.
Fico me sentindo culpado e paranoico imaginando
que alguém pode perceber que não estou focado
nas problemáticas, sem solucionáticas, do comitê.
A ideia inicial desta crônica eu já tinha pinçado
entre várias outras. Seria a história de um
engenheiro do Google que inventou um incrível
aplicativo no qual podia-se comprar créditos de
tempo. Isso mesmo, como quem compra créditos
de celular pré-pago.
Mal consegui desenvolver o esboço do argumento.
Sobrou apenas esse tempo exíguo que estou
acabando de queimar agora. Se existisse o tal app
eu já o teria instalado em meu celular e talvez
logrado postar algo com mais qualidade literária e
dentro das regras da arte.
Fica para uma próxima, quando eu tiver mais do
que 15 minutos para escrever uma crônica.
Disponível em: https://medium.com/revista-
bravo/falta-
de-tempo-cr%C3%B4nica-4e66745b3e0b Acesso
em 05/05/2017 Por Carlos Castelo
O sinônimo da palavra “carece” grafado
inadequadamente é:
A
Necessita
B
Prescisa
C
Escasseia
D
Sente falta.
12.
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Texto
Tenho 15 minutos para escrever esta crônica
É dia de rodízio do carro e preciso chegar uma hora
antes ao trabalho. Reunião de novos
procedimentos. Então foi necessário andar 800
metros sob chuva para pegar o trem da CPTM.
Acabei comparecendo em cima da hora.
Tinha me proposto a fazer exercícios três vezes por
semana e o encontro, marcado de última hora,
botou a saúde em segundo plano. Sou o tipo de
pessoa que carece de uma certa planificação para
iniciar qualquer coisa na vida. Da compra de um
imóvel aos treinos esportivos. Tinha planejado
começar as tais atividades físicas nessa segunda-
feira. Com isso garantiria um dia útil de caminhada
já no início da semana. E os outros dois
treinamentos ficariam para sábado e domingo,
quando tudo está um pouco mais calmo.
Infelizmente está cada vez mais difícil prometer-se
alguma coisa. Prometer aos outros entãoé
impensável. Almoços, cafés da tarde, idas ao
cinema, não consigo fazer mais nada disso. Quando
muito é um chat mais longo num Messenger da
vida e olhe lá.
Minha mãe é idosa, mora no interior, e a última vez
que falei com ela, ao telefone, foi no Ano Novo. Ela
se queixa bastante, mas acabou tendo que, quase
aos 90 anos, entrar no WhatsApp para charlar com
o filho. É incrível como aprendeu rápido a usar
emojis e a enviar GIF’s com mensagens do papa
Francisco.
Em função desse “rush” também não consigo mais
ler. Minha leitura se reduz, no momento, a
manchetes de portais da internet e a um ou dois
parágrafos de posts jornalísticos. Logo eu que
devorei Guerra e Paz durante uma lua de mel.
É senso comum que os livros são quase tudo para
um cronista. Leitura e vivência. Como não tenho
mais contato com nenhuma das duas, preciso
inventar artifícios para entregar meus materiais
aos órgãos de imprensa. Fazer aquilo que sempre
critiquei no gênero: a narrativa palavra puxa
palavra.
Tudo bem que Rubem Braga, com sua vasta
experiência na II Grande Guerra e no corpo
diplomático, podia se dar ao luxo de produzir o que
quisesse. Tudo ótimo que James Joyce, com seus
neologismos geniais, teria a licença de conceber
linhas que nem a Nora Barnacle entendesse.
Contudo, no meu caso, criar algo que renego, em
função da mais prosaica falta de tempo, vem com o
gosto amargo de derrota.
É triste, só que não há muito a ser feito. A reunião
começou atrasada e vai ultrapassar a hora do
almoço. Como sempre não acontecerá nada que
mude o futuro da humanidade, no entanto sou
daqueles que não consegue escrever em laptops.
Fico me sentindo culpado e paranoico imaginando
que alguém pode perceber que não estou focado
nas problemáticas, sem solucionáticas, do comitê.
A ideia inicial desta crônica eu já tinha pinçado
entre várias outras. Seria a história de um
engenheiro do Google que inventou um incrível
aplicativo no qual podia-se comprar créditos de
tempo. Isso mesmo, como quem compra créditos
de celular pré-pago.
Mal consegui desenvolver o esboço do argumento.
Sobrou apenas esse tempo exíguo que estou
acabando de queimar agora. Se existisse o tal app
eu já o teria instalado em meu celular e talvez
logrado postar algo com mais qualidade literária e
dentro das regras da arte.
Fica para uma próxima, quando eu tiver mais do
que 15 minutos para escrever uma crônica.
Disponível em: https://medium.com/revista-
bravo/falta-
de-tempo-cr%C3%B4nica-4e66745b3e0b Acesso
em 05/05/2017 Por Carlos Castelo
Levando em consideração o contexto atribuído
pelos enunciados, empregue corretamente um dos
termos entre parênteses propostos pelas
alternativas.
I. A falta de tempo deixou o autor do texto em
__________ (cheque/xeque).
II. O autor do texto deveria visitar mais a sua mãe,
curtir o interior, colocar uma _____________ no cavalo
e passear pela mata. (cela/sela).
III. O autor do texto precisa assistir a algum filme
na ______ das dez. (seção/sessão/cessão)
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A sequência correta é:
A
Xeque, cela, cessão
B
Cheque, sela, sessão
C
Xeque, cela, seção
D
Xeque, sela, sessão.
13.
Cientistas preveem futuro sombrio para Terra
A ideia de um fim, de termo absoluto, do mundo em
que vivemos é de tal forma fantástica que, talvez
por isso, a tratemos com algum descrédito. É difícil
compreender que tudo o que somos, tudo o que
fizemos e conseguimos poderá _____1. Mas é tempo
de acordarmos, de nos conscientizarmos, dos
homens que governam o mundo se unirem para
impedir que o que vemos em ficção se torne
realidade.
http://educacao.uol.com.br/bancoderedacoes/pro
posta200707.jhtm.
A forma ortográfica da palavra que preenche o
espaço vazio 1, no texto, é:
A
desapareser
B
dezaparecer
C
desaparecer
D
dezapareser
14.
TEXTO III
Seu pai a trazia às vezes, aos domingos, quando
vinha cumprir o piedoso dever de amizade,
visitando Quaresma. Há quanto tempo estava ele
ali? Ela não se lembrava ao certo; uns três ou
quatro meses, se tanto.
Só o nome da casa metia medo. O hospício! É assim
como uma sepultura em vida, um semi-
enterramento, enterramento do espírito, da razão
condutora, de cuja ausência os corpos raramente
se ressentem.
A saúde não depende dela e há muitos que
parecem até adquirir mais força de vida, prolongar
a existência, quando ela se evola não se sabe por
que orifício do corpo e para onde. Com que terror,
uma espécie de pavor de coisa sobrenatural,
espanto de inimigo invisível e onipresente, não
ouvia a gente pobre referir-se ao estabelecimento
da Praia das Saudades! Antes uma boa morte,
diziam.
No primeiro aspecto, não se compreendia bem esse
pasmo, esse espanto, esse terror do povo por
aquela casa imensa, severa e grave, meio hospital,
meio prisão, com seu alto gradil, suas janelas
gradeadas, a se estender por uns centos de metros,
em face do mar imenso e verde, lá na entrada da
baía, na Praia das Saudades. Entrava-se, viam-se
uns homens calmos, pensativos, meditabundos,
como monges em recolhimento e prece.
De resto, com aquela entrada silenciosa, clara e
respeitável, perdia-se logo a ideia popular da
loucura; o escarcéu, os trejeitos, as fúrias, o
entrechoque de tolices ditas aqui e ali.
Não havia nada disso; era uma calma, um silêncio,
uma ordem perfeitamente naturais. No fim, porém,
quando se examinavam bem, na sala das visitas,
aquelas faces transtornadas, aqueles ares
aparvalhados, alguns idiotas e sem expressão,
outros como alheados e mergulhados em um
sonho íntimo sem fim, e via-se também a excitação
de uns, mais viva em face à atonia de outros, é que
se sentia bem o horror da loucura, o angustioso
mistério que ela encerra, feito não sei de que
inexplicável fuga do espírito daquilo que se supõe
o real, para se apossar e viver das aparências das
coisas ou de outras aparências das mesmas.
Quem uma vez esteve diante deste enigma
indecifrável da nossa própria natureza, fica
amedrontado, sentindo que o gérmen daquilo está
depositado em nós e que por qualquer coisa ele nos
invade, nos toma, nos esmaga e nos sepulta numa
desesperadora compreensão inversa e absurda de
nós mesmos, dos outros e do mundo. Cada louco
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traz em si o seu mundo e para ele não há mais
semelhantes: o que foi antes da loucura é outro
muito outro do que ele vem a ser após.
Na oração “...não se sabe por que orifício do corpo
e para onde”, os termos sublinhados possuem sua
grafia justificada pelo mesmo motivo que em
A
Por que a casa lhe metia tanto medo?
B
Não sei por que não o podemos visitar
diariamente.
C
A visão estigmatizada da doença
mental é o motivo por que muitos
lutam.
D
Perguntei por que frequentemente os
funcionários se atrasam.
15.
A era da indiferença
Quão valiosos para as outras pessoas? Não digo
qualquer pessoa, mas para aquelas que dizem se
importar conosco. Quão importantes de fato somos
para elas? Tenho me pegado pensando
constantemente nisso e por mais que você tenha
visão esperançosa em relação ao homem, parece-
me que realmente vivemos na era da indiferença.
A vida contemporânea exige muito de nós. Isso é
algo sabido por todos. No entanto, isso não justifica
o modo como agimos uns com os outros. As
relações são meramente questões de conveniência,
são uma troca de fardos no mercado da
personalidade, de tal maneira que apenas me
aproximo de determinada pessoa e mantenho uma
relação com ela se houver algo dela que possa usar.Ou seja, as relações humanas seguem lógicas
comerciais e, assim, todos nos tornamos
mercadorias.
Obviamente, não estou querendo dizer que
devemos nos submeter a relações degradantes,
que apenas usurpam nossas forças ou que não
devemos esperar reciprocidade ao se envolver
com alguém. Mas, ao implementarmos uma lógica
comercial às relações humanas, deixamos de
considerar totalmente as nuances e complexidades
que formam o ser humano.
Isto é, ninguém está bem o tempo inteiro,
tampouco, possui uma constante na vida. Todos
nós temos nossos dias ruins, passamos por
problemas e atravessamos os nossos períodos de
crise, de modo que, ao doutrinar as relações
humanas à cartilha comercial, os pontos baixos da
vida de um indivíduo são desconsiderados, o que
implica automaticamente a descartabilidade
daqueles que sucumbem às suas fraquezas.
Sendo assim, somos tão somente importantes e
amados na medida em que temos um sorriso no
rosto, uma história engraçada para contar e somos
úteis de algum modo. Em outras palavras, somos
queridos apenas nos nossos bons momentos,
quando estamos no auge e tudo parece dar certo.
Entretanto, como disse, a vida não é uma
constante, de maneira que inevitavelmente
passaremos por momentos ruins, em que tudo dá
errado e nós perdemos a esperança.
Nesses instantes, percebemos a fragilidade dos
laços humanos, a nossa indiferença, a nossa
incapacidade de se colocar no lugar do outro e
buscar entender o ¹ do sofrimento, da
angústia, da insônia, do medo e da lágrima oculta
no olhar, porque quando uma relação é construída
com laços fortes, lutamos contra o egoísmo para
poder sentir a dor que aflige e esmaga o peito de
quem sofre.
Quando uma relação é mais do que uma ação na
bolsa de valores do amor líquido, temos empatia e
esta não é ver uma pessoa triste e fazer coisas para
que ela fingir estar feliz. É ver uma pessoa triste e
ser capaz de ajudá-la a chorar.
Acho que os nossos tempos estão carentes de
pessoas corajosas o bastante para abraçar alguém
e dizer que a ama enquanto as lágrimas se
precipitam e anunciam uma torrente de dor em
forma de choro intercalada com soluços. Por outro
lado, o mundo está repleto de pessoas que abraçam
e riem junto com você, mas tão somente enquanto
você também estiver com um sorriso no rosto.
Pessoas que descartam as outras com imensa
facilidade quando outras ações, digo, pessoas,
acenam com possibilidades melhores e sorrisos
mais audaciosos.
Tudo isso é uma pena, ², no fim das contas,
todos nós precisamos de alguém que nos ajude a
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chorar, já que só lágrimas de compaixão podem
limpar a alma da indiferença. E como as lágrimas
não caem, porque estamos ocupados demais com
nossas trivialidades mesquinhas, o mundo
continua sujo, ecoando pelos esgotos a nossa era
da indiferença.
Fonte: https://www.pensarcontemporaneo.com –
Acesso em: 25/07/2019
As formas ortográficas das palavras que
preenchem corretamente os espaços vazios 1
(l. 20) e 2 (l. 30) do TEXTO I, respectivamente,
são
A
porque/ por que.
B
porquê / porque.
C
por quê / por que.
D
porque / porquê.
16.
Vacina da gripe: o que muda em 2020
Com a ameaça do coronavírus, a campanha de
vacinação da gripe foi antecipada. Saiba quem
pode tomar o imunizante contra o influenza na
rede pública
Por André Biernath
Em sua 21ª temporada, a Campanha Nacional de
Vacinação Contra a Gripe segue mais forte do que
nunca. Só para 2020, o Ministério da Saúde
encomendou ao Instituto Butantan, órgão
responsável por fabricar as vacinas, mais de 75
milhões de doses. A meta é proteger ao menos 67
milhões de brasileiros.
A estratégia, aliás, teve que ser revista de última
hora: com a confirmação dos primeiros casos de
infecção pelo novo coronavírus no Brasil, o
governo antecipou a campanha em quase um mês.
Antes, a proposta era iniciar os trabalhos na
segunda quinzena de abril. Agora, as primeiras
doses estarão disponíveis para o público-alvo a
partir do dia 23 de março.
“Antecipamos a campanha ______________ 2 a vacina
deixa o sistema imunológico 80% protegido contra
cepas do vírus influenza, milhares de vezes mais
comuns que o coronavírus”, justificou, em
entrevista coletiva, o ministro da saúde Luiz
Henrique Mandetta. “Se a pessoa avisa que foi
vacinada [contra a gripe], isso auxilia no raciocínio
do profissional de saúde, do médico pensar em
outros vírus por trás de uma doença”, completou.
Que fique claro: não é que a vacina da gripe diminui
o risco de contágio por coronavírus. Mas, ao
proteger a população mais vulnerável, a injeção
evita que o influenza sobrecarregue o sistema
respiratório. E se sabe que o coronavírus tende a
provocar complicações entre quem está
enfraquecido por uma doença ou carrega outros
agentes infecciosos no corpo.
A vacinação ainda desafoga os pronto-socorros e
hospitais do sistema público e privado, que vão ter
menos pacientes com gripe e mais espaço para um
eventual surto de Covid-19 (o nome da doença
provocada pelo novo coronavírus).
A médica Isabella Ballalai, vice-presidente da
Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), vê
com bons olhos a decisão do Ministério da Saúde.
“A antecipação é super bem-vinda. Março é a
melhor época para começar a campanha, pois o
vírus da gripe já circula entre nós. Quanto antes
vacinarmos, mais a população estará preparada
para enfrentá-lo”, acredita. (...)
Disponível em:
https://saude.abril.com.br/medicina/vacina-gripe-
2020/ . Acesso em 06/03/2020.
Para a lacuna 2, assinale a forma ortográfica que a
preenche corretamente.
A
porque
B
por que
C
porquê
D
por quê
17.
Qual das palavras a seguir está correta em relação
à acentuação gráfica?
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A
cafézinho
B
silvicôla
C
zoológia
D
bênção
E
raínha
18.
“Não se pode ordenar: “Seja solidário!”. Assinale a
alternativa que apresenta uma palavra acentuada
pelo mesmo motivo que “solidário”.
A
Para o dependente, a recaída tem sabor
de derrota.
B
O repórter divulgou informações falsas
sobre o caso.
C
Aquele senhor deixou o seu chapéu no
banco do parque.
D
Uma série de acontecimentos
estranhos amedrontou a cidade.
19.
“Seria bom se nós, como os ipês¹,
nos abríssemos² para o amor no inverno”. As
palavras em negrito foram acentuadas por quais
motivos?
AÉ uma palavra oxítona terminada em E(s). 2.
Toda palavra proparoxítona é acentuada.
BÉ uma palavra paroxítona terminada em ES.
2. É uma palavra proparoxítona terminada em
OS.
CTodo monossílabo tônico é acentuado. 2.
Toda palavra paroxítona é acentuada.
DÉ uma palavra paroxítona terminada em
hiato. 2. Toda palavra proparoxítona é
acentuada.
20.
“Porém, caso o organismo entre em contato com o
mesmo agente após um tempo, o
sistema imunológico¹ já estará preparado para
reconhecer a infecção e criar os anticorpos na
velocidade necessária²...”. As palavras
“imunológico” e “necessária” recebem acento
porque
A
Toda palavra proparoxítona é acentuada. 2. É
uma palavra paroxítona terminada em ditongo
crescente.
B
É uma palavra paroxítona terminada em O. 2. É
uma palavra proparoxítona terminada em A.
C
Toda palavra proparoxítona é acentuada. 2. É
uma palavra paroxítona terminada em ditongo
decrescente.
D
É uma palavra oxítona terminada em vogal. 2.
É uma palavra paroxítona terminada em hiato.
21.
Analise as assertivas a seguir:
I. Na oração “Se Elis não fosse gaúcha...”, a
palavra destacada é acentuada por ser umaparoxítona terminada em “A”.
II. Em “...ela entrou no palco com
uma túnica diáfana...”, as palavras em
destaque são acentuadas seguindo a mesma
regra: todas as proparoxítonas são
acentuadas.
III. No trecho “... mostrava 100% seu lado
fêmea, segura e incomparável.”, o vocábulo
é acentuado seguindo a regra de acentuar-se
as paroxítonas terminas em “L”.
É correto o que se apresenta
A
apenas na assertiva II.
B
apenas nas assertivas II e III.
C
apenas na assertiva I.
D
apenas nas assertivas I e III.
22.
Conforme as regras de acentuação gráfica, todas as
palavras proparoxítonas recebem acento. Não se
observa essa regra em
A
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linguísticas (l. 13).
B
vítimas (l. 22).
C
deploráveis (l. 37)
D
dinâmica (l. 43)
23.
Leia as assertivas a seguir:
I. “...já haveria lápide e caixão”. Nessa
oração, o termo em destaque é acentuado
por seguir a regra das proparoxítonas.
II. Nos trechos “é possível que a viagem seja
alargada mais um pouco” e “Mas eis
o negócio...”, os vocábulos destacados são
acentuados por seguir a mesma regra.
III. Em “será um filme diferente”, o termo em
destaque é acentuado por se tratar de uma
palavra oxítona terminada em “a”.
É correto o que se afirma
A
em I, II e III.
B
apenas em I e III.
C
apenas em III.
D
apenas em II.
24.
Em “Aliás, típica”, a palavra “aliás” recebe acento
porque
A
é uma palavra oxítona terminada em
A(s).
B
é uma palavra oxítona terminada em S.
C
toda palavra proparoxítona recebe
acento.
D
é uma palavra paroxítona terminada
em ditongo crescente.
25.
Aponte a alternativa que apresenta palavras que
foram acentuadas pelo mesmo motivo que justifica
o acento em “desperdício” e “econômico”,
presentes em “O desperdício tem impactos
ambientais, sociais e econômicos significativos,
assinala o relatório”.
A
A dinâmica da vida é um estímulo para
os mais afoitos.
B
A irreverência de uns causa a angústia
em outros.
C
O repórter conversou com a vítima do
acidente.
D
A displicência no trânsito o deixou
paraplégico.
26.
Em "Bem, física quântica é um ramo teórico1 da
ciência2 ... ", as palavras destacadas recebem
acento, respectivamente, porque
A
Todas as palavras proparoxítonas são
acentuadas. 2. As paroxítonas terminadas em
ditongo crescente são acentuadas.
B
As paroxítonas com hiato são acentuadas. 2. As
proparoxítonas terminadas em ditongos são
acentuadas.
C
As palavras proparoxítonas ditongo crescente
são acentuadas. 2. As paroxítonas terminadas
em hiato são acentuadas.
D
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Todas as palavras proparoxítonas são
acentuadas. 2. As paroxítonas terminadas em
ditongo decrescente são acentuadas.
27.
Assinale a alternativa em que todas as palavras
estão acentuadas pela mesma regra.
A
Abóbora – âmbito – alcóolatra
B
Aborígene – acordão – sabiá
C
Pará – bênção – ácaro
D
Vatapá – sótão - ângulo
28.
O que mais você quer?
Era uma festa familiar, dessas que reúnem tios,
primos, avós e alguns agregados ocasionais que
ninguém conhece direito. Jogada no sofá, uma
garota não estava lá muito sociável, a cara era de
enterro. Quieta, olhava para a parede como se ali
fosse encontrar a resposta para a pergunta que
certamente martelava em sua cabeça: o que estou
fazendo aqui? De soslaio, flagrei a mãe dela
também observando a cena, inconsolável, ao
mesmo tempo em que comentava com uma tia:
"Olha pra essa menina. Sempre com esta cara.
Nunca está feliz. Tem emprego, marido, filho. O que
ela pode querer mais?"
Nada é tão comum quanto resumirmos a vida de
outra pessoa e achar que ela não pode querer mais.
Fulana é linda, jovem e tem um corpaço, o que mais
ela quer? Sicrana ganha rios de dinheiro, é
valorizada no trabalho e vive viajando, o que é que
lhe falta?
Imaginei a garota acusando o golpe e
confessando: sim, quero mais. Quero não ter
nenhuma condescendência com o tédio, não ser
forçada a aceitá-lo na minha rotina como um
inquilino inevitável. A cada manhã, exijo ao menos
a expectativa de uma surpresa, quer ela aconteça
ou não. Expectativa, por si só, já é um entusiasmo.
Quero que o fato de ter uma vida prática e
sensata não me roube o direito ao desatino. Que eu
nunca aceite a ideia de que a maturidade exige um
certo conformismo. Que eu não tenha medo nem
vergonha de ainda desejar.
Quero uma primeira vez outra vez. Um primeiro
beijo em alguém que ainda não conheço, uma
primeira caminhada por uma nova cidade, uma
primeira estreia em algo que nunca fiz, quero
seguir desfazendo as virgindades que ainda
carrego, quero ter sensações inéditas até o fim dos
meus dias.
Quero ventilação, não morrer um pouquinho a
cada dia sufocada em obrigações e em exigências
de ser a melhor mãe do mundo, a melhor esposa do
mundo, a melhor qualquer coisa. Gostaria de me
reconciliar com meus defeitos e fraquezas, arejar
minha biografia, deixar que vazem algumas ideias
minhas que não são muito abençoáveis.
Queria não me sentir tão responsável sobre o
que acontece ao meu redor. Compreender e aceitar
que não tenho controle nenhum sobre as emoções
dos outros, sobre suas escolhas, sobre as coisas
que dão errado e também sobre as que dão certo.
Me permitir ser um pouco insignificante.
E, na minha insignificância, poder acordar um
dia mais tarde sem dar explicação, conversar com
estranhos, me divertir fazendo coisas que nunca
imaginei, deixar de ser tão misteriosa pra mim
mesma, me conectar com as minhas outras
possibilidades de existir. O que eu quero mais? Me
escutar e obedecer ao meu lado mais transgressor,
menos comportadinho, menos refém de reuniões
familiares, marido, filhos, bolos de aniversário e
despertadores na segunda-feira de manhã. E
também quero mais tempo livre. E mais abraços.
Pois é, ninguém está satisfeito. Ainda bem.
Martha Medeiros
Disponível em
https://www.pensador.com/cronicas_martha_
medeiros/
“Era uma festa familiar, dessas que reúnem tios,
primos, avós e alguns agregados ocasionais...”. O
verbo “reúnem” recebe acento por
A
ser uma palavra paroxítona formada
por ditongo decrescente.
B
apresentar "u" tônico formando hiato
com a vogal anterior.
C
ser uma palavra oxítona terminada em
EM.
D
ser uma palavra proparoxítona.
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29.
O Novo Acordo Ortográfico está em vigor, no
Brasil, desde o ano de 2016. Este acordo trouxe
modificações, inclusive, na acentuação de palavras.
Assinale a alternativa que apresenta a correta
acentuação das palavras de acordo com as novas
regras.
A
assembleia; Coreia; asteroide; jiboia
B
jibóia; Sauípe; assembléia; feiúra
C
feiura; Bocaiúva; Sauipe; Coréia
D
assembléia; Coréia; Sauípe; jiboia
30.
De acordo com o Novo Acordo Ortográfico, a
palavra destacada no trecho “Use
uma joia discreta e bonita para se encontrar com
uma amiga de infância.”, não é acentuada porque:
A
classifica-se como paroxítona
terminada em hiato.
B
trata-se de um ditongo aberto em uma
palavra oxítona.
C
trata-se de um ditongo aberto em uma
palavra paroxítona.
D
classifica-se como uma palavra
paroxítona terminada em A.
Gabarito
1.D
2.C
3.D
4.E
5.B
6.D
7.B
8.C
9.E
10.A
11.B
12.D
13.C
14.C
15.B
16.A
17.D
18.D
19.A
20.A
21.B22.C
23.B
24.A
25.D
26.A
27.A
28.B
29.A
30.C
7. Pontuação.
Os sinais de pontuação são recursos de
linguagem empregados na língua escrita e
desempenham a função de demarcadores de
unidades e de sinalizadores de limites de
estruturas sintáticas nos textos escritos. Assim, os
sinais de pontuação cumprem o papel dos recursos
prosódicos, utilizados na fala para darmos ritmo,
entoação e pausas e indicarmos os limites
sintáticos e unidades de sentido.
Como na fala temos o contato direto com
nossos interlocutores, contamos também com
nossos gestos para tentar deixar claro aquilo que
queremos dizer. Na escrita, porém, são os sinais
de pontuação que garantem a coesão e a
coerência interna dos textos, bem como os
efeitos de sentidos dos enunciados,
Vejamos, a seguir, quais são os sinais de pontuação
que nos auxiliam nos processos de escrita:
Ponto ( . )
a) Indicar o final de uma frase declarativa:
Gosto de sorvete de goiaba.
b) Separar períodos:
Fica mais um tempo. Ainda é cedo.
c) Abreviar palavras:
Av. (Avenida)
V. Ex.ª (Vossa Excelência)
p. (página)
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Dr. (doutor)
Dois-pontos ( : )
a) Iniciar fala de personagens:
O aluno respondeu:
– Parta agora!
b) Antes de apostos ou orações apositivas,
enumerações ou sequência de palavras que
explicam e/ou resumem ideias anteriores.
Esse é o problema dos caixas eletrônicos: não tem
ninguém para auxiliar os mais idosos.
Anote o número do protocolo: 4254654258.
c) Antes de citação direta:
Como já dizia Vinícius de Morais: “Que o amor não
seja eterno posto que é chama, mas que seja
infinito enquanto dure.”
Reticências ( ... )
a) Indicar dúvidas ou hesitação:
Sabe... andei pensando em uma coisa... mas não é
nada demais.
b) Interromper uma frase incompleta
sintaticamente:
Quem sabe se tentar mais tarde...
c) Concluir uma frase gramaticalmente incompleta
com a intenção de estender a reflexão:
“Sua tez, alva e pura como um foco de algodão,
tingia-se nas faces duns longes cor-de-rosa...”
(Cecília - José de Alencar)
d) Suprimir palavras em uma transcrição:
“Quando penso em você (...) menos a felicidade.”
(Canteiros - Raimundo Fagner)
Parênteses ( )
a) Isolar palavras, frases intercaladas de caráter
explicativo, datas e também podem substituir a
vírgula ou o travessão:
Manuel Bandeira não pôde comparecer à Semana
de Arte Moderna (1922).
"Uma manhã lá no Cajapió (Joca lembrava-se como
se fora na véspera), acordara depois duma grande
tormenta no fim do verão.” (O milagre das chuvas
no Nordeste- Graça Aranha)
Ponto de Exclamação ( ! )
a) Após vocativo
Ana, boa tarde!
b) Final de frases imperativas:
Cale-se!
c) Após interjeição:
Ufa! Que alívio!
d) Após palavras ou frases de caráter emotivo,
expressivo:
Que pena!
Ponto de Interrogação ( ? )
a) Em perguntas diretas:
Quantos anos você tem?
b) Às vezes, aparece com o ponto de exclamação
para enfatizar o enunciado:
Não brinca, é sério?!
Vírgula ( , )
De todos os sinais de pontuação, a vírgula é
aquele que desempenha o maior número de
funções. Ela é utilizada para marcar uma pausa do
enunciado e tem a finalidade de nos indicar que os
termos por ela separados, apesar de participarem
da mesma frase ou oração, não formam uma
unidade sintática. Por outro lado, quando há uma
relação sintática entre termos da oração, não se
pode separá-los por meio de vírgula.
CASOS EM QUE DEVEMOS UTILIZAR A VÍRGULA:
A vírgula no interior da oração
a) Utilizada com o objetivo de separar o vocativo:
Ana, traga os relatórios.
O tempo, meus amigos, é o que nos confortará.
b) Utilizada com o objetivo de separar apostos:
Valdirene, minha prima de Natal, ligou para mim
ontem.
Caio, o aluno do terceiro ano B, faltou à aula.
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c) Utilizada com o objetivo de separar o adjunto
adverbial antecipado ou intercalado:
Quando chegar do trabalho, procurarei por você.
Os políticos, muitas vezes, são mentirosos.
d) Utilizada com o objetivo de separar elementos
de uma enumeração:
Estamos contratando assistentes, analistas,
estagiários.
Traga picolé de uva, groselha, morango, coco.
e) Utilizada com o objetivo de isolar expressões
explicativas:
Quero o meu suco com gelo e açúcar, ou melhor,
somente gelo.
f) Utilizada com o objetivo de separar conjunções
intercaladas:
Não explicaram, porém, o porquê de tantas faltas.
g) Utilizada com o objetivo de separar o
complemento pleonástico antecipado:
A ele, nada mais abala.
h) Utilizada com o objetivo de isolar o nome do
lugar na indicação de datas:
Goiânia, 01 de novembro de 2018.
i) Utilizada com o objetivo de separar termos
coordenados assindéticos:
É pau, é pedra, é o fim do caminho.
j) Utilizada com o objetivo de marcar a omissão de
um termo:
Ele gosta de fazer academia, e eu, de comer.
(omissão do verbo gostar)
CASOS EM QUE SE USA A VÍRGULA ANTES DA
CONJUNÇÃO E:
1) Utilizamos a vírgula quando as orações
coordenadas possuem sujeitos diferentes:
Os banqueiros estão cada vez mais ricos, e o povo,
cada vez mais pobre.
2) Utilizamos a vírgula quando a conjunção “e”
repete-se com o objetivo de enfatizar alguma ideia
(polissíndeto):
E eu canto, e eu danço, e bebo, e me jogo nos blocos
de carnaval.
3) Utilizamos a vírgula quando a conjunção “e”
assume valores distintos que não retratam sentido
de adição (adversidade, consequência, por
exemplo):
Chorou muito, e ainda não conseguiu superar a
distância.
A VÍRGULA ENTRE ORAÇÕES
A vírgula é utilizada entre orações nas seguintes
situações:
1) Para separar as orações subordinadas adjetivas
explicativas:
Meu filho, de quem só guardo boas lembranças,
deixou-nos em fevereiro de 2000.
2) Para separar as orações coordenadas sindéticas
e assindéticas, com exceção das orações iniciadas
pela conjunção “e”:
Cheguei em casa, tomei um banho, fiz um
sanduíche e fui direto ao supermercado.
Estudei muito, mas não consegui ser aprovada.
3) Para separar orações subordinadas adverbiais
(desenvolvidas ou reduzidas), principalmente se
estiverem antepostas à oração principal:
"No momento em que o tigre se lançava, curvou-se
ainda mais; e fugindo com o corpo apresentou o
gancho." (O selvagem - José de Alencar)
NÃO devemos usar a vírgula para separar os
seguintes termos:
a) Sujeito de Predicado;
b) Objeto de Verbo;
c) Adjunto adnominal de nome;
d) Complemento nominal de nome;
e) Predicativo do objeto do objeto;
f) Oração principal da Subordinada substantiva
(desde que esta não seja apositiva nem apareça
na ordem inversa).
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4) Para separar as orações intercaladas:
"– Senhor, disse o velho, tenho grandes
contentamentos em estar plantando-a...”
5) Para separar as orações substantivas antepostas
à principal:
Quando sai o resultado, ainda não sei.
PONTO E VÍRGULA ( ; )
a) Utilizamos ponto e vírgula para separar os itens
de uma sequência de outros itens:
Antes de iniciar a escrita de um texto, o autor deve
fazer-se as seguintes perguntas:
I- O que dizer;
II- A quem dizer;
III- Como dizer;
IV- Por que dizer;
V- Quais objetivos pretendo alcançar com este
texto?
b) Utilizamos ponto e vírgula para separar orações
coordenadas muito extensas ou oraçõescoordenadas nas quais já se tenha utilizado a
vírgula:
“O rosto de tez amarelenta e feições inexpressivas,
numa quietude apática, era pronunciadamente
vultuoso, o que mais se acentuava no fim da vida,
quando a bronquite crônica de que sofria desde
moço se foi transformando em opressora asma
cardíaca; os lábios grossos, o inferior um tanto
tenso."
(O Visconde de Inhomerim - Visconde de Taunay)
TRAVESSÃO ( — )
a) Utilizamos o travessão para iniciar a fala de um
personagem no discurso direto:
A mãe perguntou ao filho:
— Já lavou o rosto e escovou os dentes?
b) Utilizamos o travessão para indicar mudança do
interlocutor nos diálogos:
— Filho, você já fez a sua lição de casa?
— Não se preocupe, mãe, já está tudo pronto.
c) Utilizamos o travessão para unir grupos de
palavras que indicam itinerários:
Disseram-me que não existe mais asfalto na
rodovia Belém—Brasília.
d) Utilizamos o travessão também para substituir
a vírgula em expressões ou frases explicativas:
Pelé — o rei do futebol — anunciou sua
aposentadoria.
ASPAS ( “ ” )
As aspas são utilizadas com as seguintes
finalidades:
a) Isolar palavras ou expressões que fogem à
norma culta, como gírias, estrangeirismos,
palavrões, neologismos, arcaísmos e expressões
populares:
A aula do professor foi “irada”.
Ele me pediu um “feedback” da resposta do cliente.
b) Indicar uma citação direta:
“Ia viajar! Viajei. Trinta e quatro vezes, às pressas,
bufando,
com todo o sangue na face, desfiz e refiz a mala”.
(O prazer de viajar - Eça de Queirós)
c) Para marcar o título de uma obra. Observe o
exemplo:
“Memórias Póstumas de Brás Cubas”. (Machado de
Assis)
• ATENÇÃO: Dispensam o uso da vírgula os
termos coordenados ligados pelas
conjunções e, ou, nem.
Exemplo: Preferiram os sorvetes de creme, uva e
morango.
Não gosto nem desgosto.
Não sei se prefiro Minas Gerais ou Goiás.
Caso os termos coordenados ligados pelas
conjunções e, ou, nem aparecerem repetidos, com
a finalidade de enfatizar a expressão, o uso da
vírgula é, nesse caso, obrigatório.
Exemplo: Não gosto nem do pai, nem do filho, nem
do cachorro, nem do gato dele.
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QUESTÕES
1.
Disponível em
https://www.conradoleiloeiro.com.br/peca.asp?ID=21
85724..
“Bubi,¹ com seus poderes, você pode se transportar
no tempo e nos dizer como será o futuro?” A
primeira vírgula empregada no período foi
necessária para
A
isolar o vocativo.
B
isolar o aposto.
C
separar orações coordenadas.
D
intercalar adjunto adverbial deslocado.
2.
A importância da vacina na prevenção e na
erradicação de doenças
As vacinas estão há mais de 200 anos combatendo
doenças infecciosas como sarampo e H1N1.
Produzida pela primeira vez em 1796, a vacina é
um dos principais recursos no combate a doenças
infecciosas. Foi o médico britânico Edward Jenner
que criou a primeira delas, contra o vírus da
varíola, que hoje está erradicado graças à
descoberta científica.
Atualmente, existem imunizações contra vários
tipos de doença, como gripe, hepatite, febre
amarela, caxumba, tuberculose, sarampo, H1N1,
que devem fazer parte da rotina de vacinação de
todo indivíduo.
Como funciona a vacina?
Quando atingido por um agente infeccioso pela
primeira vez, o sistema imunológico produz
naturalmente anticorpos para combater o invasor.
O problema é que essa produção pode não
acontecer com a rapidez suficiente para prevenir a
infecção, fazendo com que a pessoa fique doente.
Porém, caso o organismo entre em contato com o
mesmo agente após um tempo, o sistema
imunológico já estará preparado para reconhecer
a infecção e criar os anticorpos na velocidade
necessária, garantindo certa imunidade à doença.
O papel da vacina é criar essa defesa e garantir a
saúde do indivíduo. Para isso, ela conta com os
antígenos que causam a doença, enfraquecidos ou
mortos, para estimular o sistema imunológico a
produzir os anticorpos necessários. Assim, se a
pessoa entrar em contato com a infecção após a
vacina, o corpo estará imunizado para combater a
doença sem sofrer com os sintomas.
Efeitos colaterais da vacina
Mesmo sendo essencial para garantir a saúde da
população, a vacina pode gerar alguns efeitos
adversos. Os mais comuns são dor, vermelhidão e
inchaço no local em que foi aplicada a injeção. Em
alguns casos, também podem ocorrer febre e mal-
estar passageiro.
Se a vacina for composta pelo agente infeccioso
enfraquecido, algumas pessoas podem apresentar
sintomas parecidos com os da doença. Contudo,
isso não significa que elas estarão realmente
infectadas.
Sem vacina, doenças controladas podem voltar.
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Por conta das campanhas de vacinação em todo o
mundo, cada vez mais doenças infecciosas estão se
tornando raras. Para garantir que essas infecções
sejam realmente erradicadas, é essencial que todos
continuem seguindo o Calendário Nacional de
Vacinação.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece 19 vacinas
para mais de 20 doenças; são mais de 300 milhões
de doses para imunizar crianças, adolescentes,
adultos, idosos, gestantes e indígenas. As
imunizações estão disponíveis nas Unidades
Básicas de Saúde (UBS) no Brasil.
Vacinas são seguras?
Por conta das eventuais reações, como febre e
inchaço no local da aplicação, parte da sociedade se
sente temerosa em tomar vacinas. Contudo, é
importante ressaltar que o benefício da
imunização é muito mais valioso do que o receio de
sofrer com as possíveis reações temporárias.
Além disso, antes de a vacina ser licenciada, ela
precisa passar por diferentes tipos de critérios e
testes, desde o início do seu desenvolvimento até a
sua produção e aplicação. É por isso que a
liberação de novas vacinas, como as que estão
sendo testadas para conter a pandemia do novo
coronavírus, levam em média 18 meses para
ficarem prontas.
No Brasil, as vacinas também passam pela rígida
aprovação da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa), órgão vinculado ao Ministério
da Saúde. Depois que é licenciada, a solução
continua sendo monitorada para que especialistas
possam acompanhar o surgimento de possíveis
reações adversas, garantindo segurança e saúde à
população.
Disponível em
https://summitsaude.estadao.com.br/desafios-
no-brasil/a-importancia-da-vacina-na-prevencao-
e-na-erradicacao-de-doencas/
Em “No Brasil, as vacinas também passam pela
rígida aprovação da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa), órgão vinculado ao Ministério
da Saúde”, a vírgula destacada foi empregada para
A
isolar o aposto.
B
isolar o vocativo.
C
separar orações coordenadas.
D
intercalar adjunto adverbial deslocado.
3.
O uso dos dois-pontos no trecho, “(...) quando o
maior segredo de beleza consta do seguinte: sinta-
se num palco, mesmo que nunca tenha chegado
perto de um.”, justifica-se, pois
A
realça a palavra ou expressão.
B
anuncia uma explicação.
C
indica a consequência do que foi
enunciado.
D
exprime uma interrupção da fala do
narrador.
4.
A oração cuja pontuação está
feita corretamente é:
A
O filho mais velho estudou Direito; já a
sua irmã, Psicologia.
B
A lua que é o nosso satélite natural, é
menor que a Terra.
C
Confessou-lhe tudo o que sentia; medo,
solidão, frustração.
D
Estas vilas constituem-se, na maior
parte de imigrantes pobres.
E
Minha esposa, modestamente preferiu
abandonar aquela cidade.
5.
Assinale a alternativa em que a colocação da crasee da pontuação estão corretas.
A
A criança, sem a presença dos pais não
assiste à filmes de horror.
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B
No jantar das bodas de ouro, pedimos
arroz à grega e bife a cavalo.
C
O sino da igreja tocaria daqui à uma
hora, para iniciar a festa.
D
O tema que escolhemos na reunião, não
interessa à ninguém.
E
Todos cantaram; "parabéns a você" por
seu aniversário.
6.
Quem quer viver para sempre?
Eu já deveria estar morto. Ou a caminho de. Para
alguns leitores, nunca uma frase soou tão
verdadeira. Mas eu falo da história, não de afetos.
Se tivesse nascido em Portugal, cem anos atrás, já
haveria lápide e caixão. Dá para acreditar que, em
inícios do século XX, a esperança média de vida
para os homens portugueses rondasse os 35-40
anos? Hoje, andará pelos oitenta. O que significa
que, com sorte e algum bom humor do Altíssimo,
eu estou apenas a meio da viagem. Se juntarmos os
progressos da medicina no futuro próximo, é
possível que a viagem seja alargada mais um
pouco. Cem anos, cento e tal. Nada mau.
Um artigo recente da Nature, aliás, promete
revoluções para a minha pobre carcaça. O segredo
está no hipotálamo cerebral e numa proteína do
dito cujo que regula o envelhecimento humano.
Não entro em pormenores, até porque eu próprio
não os entendo. Mas eis o negócio: se a proteína é
estimulada, os ratinhos morrem mais depressa. Se
a proteína é inibida, acontece o inverso. Falamos
de ratos, por enquanto, o que significa que a
descoberta só terá aplicação imediata entre a
classe política. Mas o leitor entende onde quero
chegar.
E eu quero chegar à maior promessa de todas: o dia
em que seremos finalmente imortais. Na história
da cultura ocidental, esse dia pode estar no
passado distante (ler Hesíodo, ler a Bíblia). Ou
pode estar no futuro, como garantem os “trans-
humanistas”. Falo de uma corrente bioética
perfeitamente respeitável que se dedica a essa
causa: o destino da humanidade não está em
morrer aos cem. Está em viver indefinidamente
depois dos cem, através dos avanços da tecnologia.
Porque só a tecnologia permitirá aos homens
suplantar a sua infantil condição mortal. O nosso
corpo é apenas a primeira casca de todas as cascas
que estarão por vir. E quem não gostaria de viver
para sempre?
Curiosamente, há quem não queira. O filósofo
Roger Scruton, em ensaio recente, dedica um
capítulo específico aos transhumanistas. O livro
intitula-se The Uses of Pessimism and the Dangers of
False Hope. Segundo sei, será publicado no Brasil
em breve. Recomendo. Primeiro, porque é uma
súmula perfeita do pensamento de Scruton, escrito
com elegância habitual do autor. Mas sobretudo
porque é a mais brilhante refutação do
pensamento utópico, e em particular do
pensamento utópico trans-humanista de autores
como Ray Kurzweil ou Max More, que me lembro
de ter lido. Isso se deve, em grande parte, ao fato
corajoso de Scruton ter sido capaz de virar o
debate do avesso e perguntar: por que motivo a
doença e a morte devem ser vistas como males
intoleráveis que devemos erradicar? Não será
possível olhar para eles como bens necessários?
Certo, certo: ninguém ama a doença e, tirando
casos extremos, ninguém deseja morrer. Mas sem
a doença e a morte, a vida não teria qualquer valor
em si mesma. Os projetos que fazemos; as viagens
com que sonhamos; os amores que temos,
perdemos, procuramos; e até a descendência que
deixamos – tudo isso parte da mesma premissa: o
fato singelo de não termos todo o tempo do mundo.
Vivemos, escolhemos, amamos – porque temos
urgência em viver, escolher e amar. Se retirarmos
a urgência da equação, podemos ainda viver
eternamente. Mas viveremos uma eternidade de
tédio em que nada tem sentido porque nada
precisa ter sentido. Sem importância do efêmero,
nada se torna importante.
Os trans- humanistas sonham com um mundo pós-
humano. É provável que esse mundo seja possível
no futuro, quando a técnica suplantar a nossa casca
primitiva. Mas esse mundo, até pela sua própria
definição, será um filme diferente. Não será um
filme para seres humanos tal como os conhecemos
e reconhecemos.
Viver até os cem? Agradeço. Cento e vinte também
serve. Mas se me dissessem hoje mesmo que o meu
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futuro duraria uma eternidade, eu seria o primeiro
a pular da janela sem hesitar.
COUTINHO, João Pereira. Vamos ao que interessa:
cem crônicas da era da brutalidade. São Paulo:
Três Estrelas, 2015.
A vírgula no trecho “Um artigo recente da Nature,
aliás, promete revoluções para a minha pobre
carcaça” é empregada para isolar
A
a oração intercalada.
B
a oração reduzida de infinitivo.
C
o adjunto adverbial antecipado.
D
o elemento meramente explicativo.
7.
A vírgula presente no período “...o sujeito do
desempenho é mais rápido e produtivo do que o
indivíduo obediente, mas o poder se transforma em
uma espécie de dever” foi empregada por qual
motivo?
A
Para separar orações coordenadas
sindéticas iniciadas pelas conjunções
adversativas.
B
Para separar um adjunto adverbial
antecipado ou intercalado entre o
discurso.
C
Para indicar a supressão de um verbo
subentendido na oração.
D
Para separar orações coordenadas
assindéticas.
8.
Em “O primeiro filósofo que li, o dinamarquês
Soeren Kiekeggard, um solitário que me faz
companhia até hoje, observou que o início da
infelicidade humana se encontra na comparação”,
as vírgulas destacadas foram empregadas para
A
isolar o aposto.
B
isolar o vocativo.
C
isolar o adjunto adverbial deslocado.
D
separar orações coordenadas
sindéticas.
Gabarito
1.A
2.A
3.B
4.C
5.B
6.C
7.A
8.A
8. Crase
A crase é um fenômeno fonético ( ̀ ) que representa
a junção da preposição “a” com o artigo feminino
“a”. Além disso, pode haver crase também na
combinação da mesma preposição com pronomes
demonstrativos que se iniciem com a letra “a”.
Segue abaixo os casos particulares do emprego da
crase.
1- Se o verbo da oração exigir a preposição a e, em
seguida, houver um artigo e um substantivo
feminino.
Exemplo: Julia levou sua irmã (a + a = à) praça.
(prep. + artigo + substantivo feminino)
Eles desobedeceram às normas de segurança.
(preposição a (exigida pelo verbo) + artigo as +
subs.feminino)
• OBS: Uma dica comumente usada para
perceber a regência do verbo em relação ao
contexto é em uma oração, se você puder substituir
o substantivo feminino por um masculino e este for
antecedido por “ao”, haverá crase.
Exemplo: Eles desobedeceram aos pais / Eles
desobedeceram às normas
Julia levou sua irmã ao teatro / Julia levou
sua irmã à praça
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2- Em locuções adverbiais, prepositivas e
conjuntivas.
Locuções adverbiais: às vezes, à noite, à tarde, às
claras, à meia-noite, às três horas;
Locuções prepositivas: à frente de, à beira de, à
exceção de;
Locuções conjuntivas: à proporção que, à medida
que.
3- Ao indicar horas específicas.
Exemplo: A reunião ocorrerá às duas horas da
tarde de sexta-feira.
Horas específicas
Atenção: Quando a hora aparecer de forma
genérica (uso de preposição), não haverá crase.
Exemplo:
Passarei em sua casa a uma hora qualquer para
conhecer o bebê. (Hora genérica)
4- Usa-se crase nas expressões à moda de / à
maneira de.Exemplo:
Prefiro comida à francesa.
a expressão à moda de está implícita em à francesa
Ela pinta à maneira de Picasso.
5- Antes dos substantivos casa e terra, desde que
não tenham o sentido de lar e terra firme,
respectivamente.
Exemplo: Residência de outras pessoas
Ela voltou à casa dos avós após a viagem.
Ela voltou a casa após a viagem / seu próprio
lar – não há crase
Chegamos à terra natal de nossos antepassados.
lugar específico
Voltei a terra firme após um mês velejando.
(não há crase)
6- Usa-se crase com pronomes demonstrativos e
relativos quando vierem precedidos da preposição
a.
Exemplo: Ele não obedeceu àquela norma de
segurança.
verbo transitivo indireto pede a presença da
preposição a (a + aquela = àquela)
As perguntas às quais respondemos estavam
difíceis.
verbo transitivo indireto pede preposição a (a + as
quais = as quais)
QUANDO NÃO UTILIZAR A CRASE
1- Entre datas
Exemplo: O evento será de 8 a 10 de outubro.
2- Antes de preposição
Exemplo: Começou após as 21 horas.
• OBS: Para relembrar, são preposição as
palavras a, ante, após, até, com, contra, de,
desde, em, entre, para, perante, por [ou per,
em algumas variações históricas e
geográficas], sem, sob, sobre, trás.
3- Antes de pronomes demonstrativos (isso, esse,
esta, essa)
Exemplo: Eu assisti a este filme segunda-feira.
4- Antes de pronomes pessoais do caso reto e
oblíquo (eu, tu, ele, nós, me, mim,
comigo, ti)
Exemplo: Me refiro a ela.
5- Antes de palavras no plural com o a no singular
Exemplo: Na verdade, as histórias de bruxas
pertenciam a fantasias infantis
6- Antes de verbo no infinito
Exemplo: O prefeito se propôs a estudar melhor o
assunto.
7- Entre palavras repetidas
Exemplo: Dia a dia vamos fazendo nosso trabalho.
8- Pronomes de tratamento
Exemplo: Estava me referindo a vossa senhoria.
QUESTÕES
1.
Em “...o sistema imunológico já estará preparado
para reconhecer a infecção e criar os anticorpos na
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velocidade necessária, garantindo certa
imunidade à doença”, o fenômeno linguístico da
crase teve de ocorrer porque
A
trata-se de uma locução adverbial
feminina que sempre é apresentada
com a contração À.
B
o nome “imunidade” pede a preposição
A e o substantivo “doença” aceita o
artigo feminino A.
C
o substantivo “doença” pede a
preposição A e também aceita o artigo
feminino A.
D
o verbo “garantindo” pede a
preposição A e o substantivo “doença”
aceita o artigo feminino A.
2.
Em “A modernidade líquida é totalmente oposta à
modernidade sólida...”, o fenômeno linguístico da
crase teve de ocorrer porque
A
trata-se de uma locução adverbial
feminina que sempre é apresentada
com a contração À.
B
o substantivo “modernidade” pede a
preposição A e também aceita o artigo
feminino A.
C
o adjetivo “oposta” pede a preposição A
e o substantivo “modernidade” aceita o
artigo feminino A.
D
o advérbio “totalmente” pede a
preposição A e o substantivo
“modernidade” aceita o artigo
feminino A.
3.
Analise as sentenças a seguir:
I. Ninguém se prestou à ouvir as vítimas do
cancelamento.
II. Chegamos a conclusão de que a cultura do
cancelamento é autoritária.
III. A menina, à quem ele fez alusão, após ser
cancelada, pediu desculpas por suas
atitudes.
IV. Eles assistiram àquela cena de boicote
sem nenhuma reação.
Deduz-se que o emprego do sinal indicativo da
crase está correto
A
apenas em I e II.
B
apenas em II e III.
C
apenas em III e IV.
D
apenas em IV.
4.
De origem grega, a palavra “crase” significa
mistura, fusão da preposição "a" com os artigos
definidos "a" ou "as", bem como os pronomes
demonstrativos "a" ou "as" e a vogal inicial dos
demonstrativos "aquele", "aquela" e "aquilo". A
crase é marcada com o acento agudo (`) sobre a
vogal “a”. Com base nesta definição, assinale a
alternativa correta.
A
Apesar do local ser antigo, as pessoas já
tinham fogão a gás.
B
Para não terem dívidas, os familiares
não compram à prazo.
C
Ao saber da aprovação no concurso,
Mariana pôs-se à gritar.
D
No estádio, José dizia sempre: "assisti à
jogos memoráveis".
E
Nas últimas férias, eu realizei grande
sonho: visitei à Itália.
5.
TEXTO I
Quem quer viver para sempre?
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______________________________________________________________
Eu já deveria estar morto. Ou a caminho de. Para
alguns leitores, nunca uma frase soou tão
verdadeira. Mas eu falo da história, não de afetos.
Se tivesse nascido em Portugal, cem anos atrás, já
haveria lápide e caixão. Dá para acreditar que, em
inícios do século XX, a esperança média de vida
para os homens portugueses rondasse os 35-40
anos? Hoje, andará pelos oitenta. O que significa
que, com sorte e algum bom humor do Altíssimo,
eu estou apenas a meio da viagem. Se juntarmos os
progressos da medicina no futuro próximo, é
possível que a viagem seja alargada mais um
pouco. Cem anos, cento e tal. Nada mau.
Um artigo recente da Nature, aliás, promete
revoluções para a minha pobre carcaça. O segredo
está no hipotálamo cerebral e numa proteína do
dito cujo que regula o envelhecimento humano.
Não entro em pormenores, até porque eu próprio
não os entendo. Mas eis o negócio: se a proteína é
estimulada, os ratinhos morrem mais depressa. Se
a proteína é inibida, acontece o inverso. Falamos
de ratos, por enquanto, o que significa que a
descoberta só terá aplicação imediata entre a
classe política. Mas o leitor entende onde quero
chegar.
E eu quero chegar à maior promessa de todas: o dia
em que seremos finalmente imortais. Na história
da cultura ocidental, esse dia pode estar no
passado distante (ler Hesíodo, ler a Bíblia). Ou
pode estar no futuro, como garantem os “trans-
humanistas”. Falo de uma corrente bioética
perfeitamente respeitável que se dedica a essa
causa: o destino da humanidade não está em
morrer aos cem. Está em viver indefinidamente
depois dos cem, através dos avanços da tecnologia.
Porque só a tecnologia permitirá aos homens
suplantar a sua infantil condição mortal. O nosso
corpo é apenas a primeira casca de todas as cascas
que estarão por vir. E quem não gostaria de viver
para sempre?
Curiosamente, há quem não queira. O filósofo
Roger Scruton, em ensaio recente, dedica um
capítulo específico aos transhumanistas. O livro
intitula-se The Uses of Pessimism and the Dangers of
False Hope. Segundo sei, será publicado no Brasil
em breve. Recomendo. Primeiro, porque é uma
súmula perfeita do pensamento de Scruton, escrito
com elegância habitual do autor. Mas sobretudo
porque é a mais brilhante refutação do
pensamento utópico, e em particular do
pensamento utópico trans-humanista de autores
como Ray Kurzweil ou Max More, que me lembro
de ter lido. Isso se deve, em grande parte, ao fato
corajoso de Scruton ter sido capaz de virar o
debate do avesso e perguntar: por que motivo a
doença e a morte devem ser vistas como males
intoleráveis que devemos erradicar? Não será
possível olhar para eles como bens necessários?
Certo, certo: ninguém ama a doença e, tirando
casos extremos, ninguém deseja morrer. Mas sem
a doença e a morte, a vida não teria qualquer valor
em si mesma. Os projetos que fazemos; as viagens
com que sonhamos; os amores que temos,
perdemos, procuramos; e até a descendência que
deixamos – tudo isso parte da mesma premissa: o
fato singelo de não termos todo o tempo do mundo.
Vivemos, escolhemos, amamos – porque temos
urgência em viver, escolher e amar. Se retirarmos
a urgência daequação, podemos ainda viver
eternamente. Mas viveremos uma eternidade de
tédio em que nada tem sentido porque nada
precisa ter sentido. Sem importância do efêmero,
nada se torna importante.
Os trans- humanistas sonham com um mundo pós-
humano. É provável que esse mundo seja possível
no futuro, quando a técnica suplantar a nossa casca
primitiva. Mas esse mundo, até pela sua própria
definição, será um filme diferente. Não será um
filme para seres humanos tal como os conhecemos
e reconhecemos.
Viver até os cem? Agradeço. Cento e vinte também
serve. Mas se me dissessem hoje mesmo que o meu
futuro duraria uma eternidade, eu seria o primeiro
a pular da janela sem hesitar.
COUTINHO, João Pereira. Vamos ao que interessa:
cem crônicas da era da brutalidade. São Paulo:
Três Estrelas, 2015.
A respeito do trecho “E eu quero chegar à maior
promessa de todas...”, a crase empregada poderá
ser mantida caso o verbo em destaque seja
substituído por
A
ensinar.
B
informar.
C
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obedecer.
D
planejar.
6.
Quem quer viver para sempre?
Eu já deveria estar morto. Ou a caminho de. Para
alguns leitores, nunca uma frase soou tão
verdadeira. Mas eu falo da história, não de afetos.
Se tivesse nascido em Portugal, cem anos atrás, já
haveria lápide e caixão. Dá para acreditar que, em
inícios do século XX, a esperança média de vida
para os homens portugueses rondasse os 35-40
anos? Hoje, andará pelos oitenta. O que significa
que, com sorte e algum bom humor do Altíssimo,
eu estou apenas a meio da viagem. Se juntarmos os
progressos da medicina no futuro próximo, é
possível que a viagem seja alargada mais um
pouco. Cem anos, cento e tal. Nada mau.
Um artigo recente da Nature, aliás, promete
revoluções para a minha pobre carcaça. O segredo
está no hipotálamo cerebral e numa proteína do
dito cujo que regula o envelhecimento humano.
Não entro em pormenores, até porque eu próprio
não os entendo. Mas eis o negócio: se a proteína é
estimulada, os ratinhos morrem mais depressa. Se
a proteína é inibida, acontece o inverso. Falamos
de ratos, por enquanto, o que significa que a
descoberta só terá aplicação imediata entre a
classe política. Mas o leitor entende onde quero
chegar.
E eu quero chegar à maior promessa de todas: o dia
em que seremos finalmente imortais. Na história
da cultura ocidental, esse dia pode estar no
passado distante (ler Hesíodo, ler a Bíblia). Ou
pode estar no futuro, como garantem os “trans-
humanistas”. Falo de uma corrente bioética
perfeitamente respeitável que se dedica a essa
causa: o destino da humanidade não está em
morrer aos cem. Está em viver indefinidamente
depois dos cem, através dos avanços da tecnologia.
Porque só a tecnologia permitirá aos homens
suplantar a sua infantil condição mortal. O nosso
corpo é apenas a primeira casca de todas as cascas
que estarão por vir. E quem não gostaria de viver
para sempre?
Curiosamente, há quem não queira. O filósofo
Roger Scruton, em ensaio recente, dedica um
capítulo específico aos transhumanistas. O livro
intitula-se The Uses of Pessimism and the Dangers of
False Hope. Segundo sei, será publicado no Brasil
em breve. Recomendo. Primeiro, porque é uma
súmula perfeita do pensamento de Scruton, escrito
com elegância habitual do autor. Mas sobretudo
porque é a mais brilhante refutação do
pensamento utópico, e em particular do
pensamento utópico trans-humanista de autores
como Ray Kurzweil ou Max More, que me lembro
de ter lido. Isso se deve, em grande parte, ao fato
corajoso de Scruton ter sido capaz de virar o
debate do avesso e perguntar: por que motivo a
doença e a morte devem ser vistas como males
intoleráveis que devemos erradicar? Não será
possível olhar para eles como bens necessários?
Certo, certo: ninguém ama a doença e, tirando
casos extremos, ninguém deseja morrer. Mas sem
a doença e a morte, a vida não teria qualquer valor
em si mesma. Os projetos que fazemos; as viagens
com que sonhamos; os amores que temos,
perdemos, procuramos; e até a descendência que
deixamos – tudo isso parte da mesma premissa: o
fato singelo de não termos todo o tempo do mundo.
Vivemos, escolhemos, amamos – porque temos
urgência em viver, escolher e amar. Se retirarmos
a urgência da equação, podemos ainda viver
eternamente. Mas viveremos uma eternidade de
tédio em que nada tem sentido porque nada
precisa ter sentido. Sem importância do efêmero,
nada se torna importante.
Os trans- humanistas sonham com um mundo pós-
humano. É provável que esse mundo seja possível
no futuro, quando a técnica suplantar a nossa casca
primitiva. Mas esse mundo, até pela sua própria
definição, será um filme diferente. Não será um
filme para seres humanos tal como os conhecemos
e reconhecemos.
Viver até os cem? Agradeço. Cento e vinte também
serve. Mas se me dissessem hoje mesmo que o meu
futuro duraria uma eternidade, eu seria o primeiro
a pular da janela sem hesitar.
COUTINHO, João Pereira. Vamos ao que interessa:
cem crônicas da era da brutalidade. São Paulo:
Três Estrelas, 2015.
No trecho “Isso se deve, em grande parte, ao fato
corajoso de Scruton ter sido capaz...”, a ocorrência
da crase dar-se-ia caso
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______________________________________________________________
A
“ao” fosse substituído por “a”.
B
“fato” fosse substituído por
“assistências”.
C
“corajoso” fosse substituído por
“primordial”.
D
“fato corajoso” fosse substituído por
“ação corajosa”.
7.
Assinale a alternativa correta sobre a colocação de
crase.
A
Os programas forneceram às famílias a
assistência necessária.
B
Os diretores da empresa discutiam os
problemas frente à frente.
C
A finalização da obra foi favorável à
toda população da montanha.
D
À contragosto, a equipe de alunos
entregou a relação do material.
E
Naquela noite, pedimos uma pizza a
moda da casa para jantar.
Gabarito
1.B
2.C
3.D
4.A
5.C
6.D
7.A
9. Emprego e descrição das classes de
palavras.
Todas as palavras da língua portuguesa
podem ser colocadas em dez classes diferentes, de
acordo com sua classificação gramatical. A isso
damos o nome de classes de palavras.
SUBSTANTIVOS
Os substantivos é uma classe de palavras
que é amplamente utilizada para identificar e
nomear seres, visíveis ou inanimados, objetos,
lugares, ações, estados, sentimentos, desejos,
ideias e outras coisas presentes no universo ou no
senso popular. Pode assumir diversas funções
sintáticas, como núcleo do sujeito, do predicado e
também dos objetos direto e indireto. Os
substantivos são classificados em:
1- Substantivo comum: Qualquer ser ou
espécie comum, sem particularizá-la.
Ex: Açúcar, bolo, menino, lápis, caderno.
2- Substantivo próprio: Nomeiam um ser
em particular como países, cidades e
nomes próprios e são grafados com a letra
maiúscula.
Ex: Japão, Brasil, Juazeiro, Petrolina, Arnaldo,
Matheus.
3- Substantivo concreto: Nomeiam seres
que possuem existência própria, ou seja,
não necessitam de outro ser para existir.
Ex: Lápis, caneta, gato, cachorro, pedra, cadeira,
venda (lugar físico).
4- Substantivo abstrato: Nomeiam ações,
qualidades, estados e sentimentos, ou seja,
seres que são codependentes para existir.
Ex: Amor, pobreza, bravura, ensino, venda (ação de
vender).
5- Substantivo simples: Possui apenas um
radical, isto é, apenas um elemento
formador da palavra.
Ex: Exemplos: xícara, vaso, polvo, pessoa, tédio.
6- Substantivo composto: Possui mais de
um radical, isto é, mais de um elemento
formador da palavra.Ex: Fim de semana, couve-flor, girassol, bem-te-vi,
erva-doce.
7- Substantivo primitivo: São palavras que
não são derivadas de outras.
Ex: Casa, pedra, jardim, dente, chuva.
8- Substantivo derivado: São palavras que
são derivadas de outras.
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Ex: Caseiro, jardinagem, pedreira, chuveiro.
9- Substantivo coletivo: São palavras que
dão a ideia de plural, mesmo estando no
singular.
Ex: Colmeia, alcateia, cardume, multidão.
ADJETIVOS
Os adjetivos são palavras que designam
condição ou estado provisório, ou permanente,
caracterizando e particularizando os seres. Podem
expressar fatos ou percepções subjetivas. Refere-
se a um substantivo explícito ou subtendido numa
frase, com o qual concorda em número e gênero.
As locuções adjetivas são formadas por
preposição mais substantivo que possuem valor
de adjetivo, como nos exemplos grifados abaixo:
Ex: Cavalo de guerra.
Dama de casa.
Possuem função sintática de adjunto
adnominal na frase, tanto o adjetivo como a
locução adjetiva. No caso dos adjetivos, podem ser
classificados como primitivos (liso, estreito),
derivados (brasileiro, louvável), simples (querido,
perigoso) e composto (científico-literário).
• OBS: Por mais que hora pareçam
semelhantes, principalmente nas locuções
adjetivas, não deve se confundir um
adjetivo com um advérbio. Perceba que o
adjetivo dá a ideia de qualidade e que o
advérbio passa a ideia de lugar, tempo,
modo, causa.
Ex: Ele fala alto. (Função morfológica de adverbio)
Ele é alto. (Função morfológica de adjetivo).
ARTIGO
Os artigos são as palavras que antecedem o
substantivo, definindo-o ou o indefinindo, a
depender do tipo de artigo utilizado. Possuem
função sintática de adjunto adnominal em uma
frase. Os artigos podem ser classificados em:
1- Artigos definidos: o, a, os, as;
2- Artigos indefinidos: um, uma, uns, umas.
NUMERAL
O numeral é a palavra que expressa
quantidade exata de pessoas ou coisas em um local
ou a sequência que eles ocupam. Possuem também
a função sintática de adjunto adnominal em uma
frase. Os numerais são classificados em:
1- Cardinais (indicam quantidade
determinada): um, dois, três, oitenta etc.;
2- Ordinais (indicam ordem de sucessão):
primeiro, terceiro, quinto etc.;
3- Multiplicativos (indicam multiplicação):
dobro, triplo, quíntuplo etc.;
4- Fracionários (indicam partes iguais em
que se subdivide um todo): meio, terço,
doze avos etc.
PRONOME
Os pronomes são palavras que substituem
ou acompanham outras palavras, principalmente
substantivos, fazendo referencia às pessoas do
discurso. Podem também referir-se às palavras,
orações e frases expressas anteriormente. Os
pronomes são classificados em:
1- Pronomes pessoais: São aqueles que
representam a pessoa do discurso. Podem
assumir a função sintática diferente, a
depender do caso:
1.1- Caso reto: Função de sujeito ou
predicativo do sujeito
Ex: eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas;
1.2- Caso oblíquo: Função de
complemento
Ex: Me, mim, te, ti, contigo, comigo, se, lhe, conosco,
convosco.
2- Pronomes de tratamento: São aquelas
palavras utilizadas para tratar de modo
cerimonioso o interlocutor.
Ex: Vossa Alteza, Vossa Senhoria, Vossa Excelência
etc.
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3- Pronomes possessivos: São aqueles que
indicam posse em relação às três pessoas
do discurso.
Ex: Meu, minha, teu, seu, nosso, vosso.
4- Pronomes Demonstrativos: São aqueles
que situam pessoas ou coisa em relação as
três pessoas do discurso. Essa localização
pode ser no tempo, no espaço ou no
próprio texto.
Ex: Este, esse, aquele, aquela, aquilo, isso, isto,
mesmo, próprio.
• Obs: Será também pronome
demonstrativo “o, a, os e as” quando forem
equivalentes a aquilo, aquele, aquela,
mesmo, próprio.
Ex: Imagino o que ela sofreu.
5- Pronomes Indefinidos: São aqueles que
fazem referências vagas, imprecisas e
genéricas aos substantivos.
Ex: Todo, tudo, algum, outro, nenhum, pouco,
quanto, qualquer, qual, tanto, cada qual, qualquer
um, seja quem for, todo aquele.
6- Pronomes Interrogativos: São os
pronomes indefinidos utilizados em frases
interrogativas.
VERBOS
1- Regulares
São os que seguem o modelo de sua
conjugação. Para saber se um verbo é regular,
basta conjugá-lo no presente do indicativo e no
pretérito perfeito do indicativo. Se não houver
mudanças no radical ou nas desinências nesses
dois tempos, não haverá em nenhum outro.
2- Irregulares
São aqueles cujo radical e/ou terminações
se alteram, não seguindo o modelo de sua
conjugação. Vejamos os verbos a seguir:
Houve alteração nas desinências, na conjugação do
verbo “dar”.
A irregularidade pode também ocorrer no radical,
como no caso do verbo “ouvir” na 1a pessoa do
presente do indicativo — eu ouço:
FLEXÕES VERBAIS: Dentre todas as classes
gramaticais, a que mais se apresenta passível de
flexões é a representada pelos verbos. Flexões
estas relacionadas a: pessoa, número, tempo, modo
e voz.
Pessoa – Indica as três pessoas relacionadas ao
discurso, representadas tanto no modo singular,
quanto no plural.
Número – Representa a forma pela qual o verbo se
refere a essas pessoas gramaticais.
Por meio dos exemplos em evidência, podemos
constatar que o processo verbal se encontra
devidamente flexionado, tendo em vista as pessoas
do discurso (eu, tu, ele, nós, vós, eles).
VOZES VERBAIS
A voz verbal caracteriza a ação expressa pelo verbo
em relação ao sujeito, classificada em:
Voz ativa – o sujeito é o agente da ação verbal.
Os professores aplicaram as provas.
Voz passiva – o sujeito sofre a ação expressa pelo
verbo.
As provas foram aplicadas pelos professores.
Voz passiva analítica
Constitui-se da locução verbal formada pelo verbo
auxiliar + verbo principal no particípio. Os
auxiliares empregados são SER ou IR.
P á g i n a 76
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______________________________________________________________
A fruta foi comida pelo macaco.
A rosa será colhida por Maria.
O santo ia carregado pelos fiéis.
O trio iria seguido pela multidão.
Curiosidade: Na voz passiva analítica, aquele que
pratica a ação é chamado AGENTE DA PASSIVA (no
caso dos exemplos acima, temos, então, pelo
macaco, pela Maria, pelos fiéis e pela multidão
como agentes da passiva).
Voz passiva sintética
Constitui-se do verbo principal na 3a pessoa
(singular ou plural concordando com o sujeito) +
partícula apassivadora SE.
Comeu-se a banana.
Comeram-se as bananas.
Colheu-se a rosa.
Colheram-se as rosas.
Curiosidade:
a) Neste tipo de voz passiva, não aparece o agente
da passiva.
b) O SE também pode ser chamado de pronome
apassivador.
Voz reflexiva – o sujeito, de forma simultânea,
pratica e recebe a ação verbal.
O garoto feriu-se com o instrumento.
Voz reflexiva recíproca – representa uma ação
mútua entre os elementos expressos pelo sujeito.
Os formandos cumprimentaram-se
respeitosamente.
Curiosidade: Quando o sujeito é plural, temos a
voz reflexiva recíproca:
As meninas pentearam-se.
Âni e Ina cortaram-se com a faca.
LOCUÇÃO VERBAL
É a união de um verbo auxiliar com um verbo em
forma nominal (infinitivo, gerúndio ou particípio).
A função do verbo auxiliar é expandir a significação
do principal.
Ex:Preciso sair agora. — Preciso é verbo auxiliar,
sair é verboprincipal.
Estou cantando bem? — estou é verbo auxiliar,
cantando é verbo principal.
Tenho falado muito! — tenho é verbo auxiliar,
falado é verbo principal.
Nas locuções verbais, o verbo auxiliar está sempre
conjugado, e o verbo principal
(aquele que dá sentido à locução) deve ficar no
infinitivo (-r), gerúndio (-ndo) ou
particípio (-do/?):
■ infinitivo: Eu vou falar.
■ gerúndio: Eu estou falando.
■ particípio: Eu tenho falado.
Curiosidades:
1. A locução formada de infinitivo pode ter
preposição entre o auxiliar e o principal:
O bebê começou a falar hoje.
João está para chegar.
2. Nas locuções verbais formadas de particípio,
devemos optar pelo regular ou irregular, de acordo
com a seguinte regra:
a) Com auxiliares TER ou HAVER: usamos o
particípio regular (-do):
Eu tenho pagado minhas contas em dia.
Ele havia acendido a vela.
b) Com outros auxiliares: usamos o particípio
irregular:
A conta foi paga.
A vela está acesa.
3. Quando o particípio possui uma única forma, não
temos por que optar:
fazer — feito:
Eu tenho feito o trabalho sozinho.
O trabalho foi feito por mim.
vender — vendido:
Eu tenho vendido muitas roupas.
Estas roupas já foram vendidas.
VERBOS UNIPESSOAIS
São aqueles que aparecem apenas na 3ª pessoa do
singular ou do plural.
a) verbos que exprimem as vozes dos animais: latir
(late, latem), miar (mia, miam) etc.
b) outros verbos que expressam ideias que não se
atribuem a seres humanos: soar
(soava, soavam), acontecer (aconteceu,
aconteceram) etc.
ADVÉRBIO
Advérbio é a palavra que indica as
circunstâncias em que se dá a ação verbal.
Etimologicamente, a palavra advérbio significa
“termo que acompanha o verbo”, pode
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acompanhar também o substantivo e o adjetivo.
Estas palavras ou locuções, que é quando duas ou
mais palavras possuírem o valor de um advérbio,
vão assumir a função sintática de adjunto
adverbial e são classificados em advérbios:
1- De afirmação: certamente, efetivamente,
deveras, com certeza etc.;
2- De dúvida: acaso, talvez, possivelmente,
provavelmente etc.;
3- De intensidade: pouco, muito, bastante,
menos, demais, excessivamente,
demasiadamente, completamente etc.;
4- De lugar: lá, aqui, ali, longe, abaixo, perto,
acima, além, adiante, junto, ao lado etc.;
5- De tempo: hoje, amanhã, agora, ontem,
tarde, cedo, sempre, jamais, nunca etc.;
6- De modo: depressa, bem, mal, assim,
devagar, à vontade, às escondidas, devagar
etc.;
7- De negação: tampouco, não,
absolutamente, de forma alguma, de modo
algum etc.
PREPOSIÇÃO
A preposição é a palavra que liga duas
outras palavras, de forma que o sentido da
primeira é o complemento da segunda. As
preposições podem ser classificadas em:
1- Essenciais: As essenciais são as que
exercem a função de preposição. São essas:
a, ante, até, após, com, contra, de, desde, em
entre, para, por, perante, sem, sob, sobre.
Ex: O vento sopra sobre a Vila.
Aguardo com alegria sua chegada.
2- Acidentais: são as palavras que além de
exercerem a função de preposição também
podem ter outras funções morfológicas. As
principais: exceto, consoante, durante,
mediante, afora, fora, segundo, tirante,
visto, senão.
Ex: O ministro agiu segundo as orientações do
presidente.
Ou você me obedece senão vai ficar de castigo.
CONJUNÇÃO
Conjunção é a palavra ou expressão (loc.
Conjuntivas) que relaciona duas orações ou dois
termos de mesmo valor sintático em uma frase. As
conjunções podem ser:
1- Coordenadas: Ligam palavras ou orações
de mesmo valor sintático, sendo estas
orações independente sintaticamente uma
da outra. As conjunções sintáticas
coordenadas caracterizam as orações
coordenadas sindéticas, podendo ser elas:
1.1- Aditivas: Ideia de soma, adição.
Ex: Ela gosta de andar e jogar bola.
1.2- Adversativas: Ideia de oposição,
contraste.
Ex: Ela foi ao médico mas não foi atendida.
1.3- Alternativas: Dão a ideia de
alternância.
Ex: Ou você vai ou vai apanhar.
1.4- Conclusivas: Ideia de conclusão a
uma ideia que foi passada anteriormente.
Ex: Fui muito bem nas provas logo devo passar de
ano.
1.5- Explicativas: Idea de explicação.
Ex: Eu fiz isto pois estava exausto.
2- Subordinadas: Inserem uma oração na
outra, estabelecendo entre elas uma
relação de dependência sintática. Essas
conjunções ligam uma oração principal a
uma oração dependente através de uma
conjunção subordinada adverbial que pode
ser:
2.1- Causal: Indica cauda, motivo, ou razão do
efeito expresso na oração principal.
Ex: Foi bem no vestibular porque estudou
bastante.
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2.2- Comparativas: Indica ideia de comparação
entre as orações.
Ex: Maria é tão inteligente quanto Ana.
2.3- Concessivas: Indica ideia de concessão.
Ex: Ele não concordará com isso por mais que você
insista.
2.4- Condicionais: Indica ideia de condição
para que aconteça algo expresso na oração
principal.
Ex: Iria ao teatro se tivesse companhia.
2.5- Conformativas: Indica ideia de
conformidade em relação a uma ideia expressa na
oração principal.
Ex: Fizemos a pesquisa conforme as orientações
passadas.
2.6- Consecutivas: Indica uma consequência.
Ex: Trabalhei tanto que estou morto.
2.7- Finais: Indica ideia de finalidade.
Ex: Cheguei mais cedo a fim de que possamos
preparar o material da aula.
2.8- Proporcionais: Indicam ideia de
proporção.
Ex: O medo cresce à medida que crescemos.
2.9- Temporais: Indica a ideia de momento que
ocorre algum fato descrito na oração principal.
Ex: O filho arrumava a mesa enquanto a mãe
preparava a comida.
INTERJEIÇÃO
É a palavra que expressa emoções, apenas,
sentimentos, sensações, estado de espírito a fim de
provocar reações no interlocutor. As interjeições
podem ser classificadas como as que expressam:
1- Alívio: Ufa!
2- Alegria: Oh! Oba! Aleluia!
3- Dor: Ai!
4- Desejo: Tomara!
5- Advertência: Cuidado! Atenção!
6- Agradecimento: Obrigado!
7- Aplauso: Muito bem!
QUESTÕES
1.
O termo agridoce é formado por
A
derivação prefixal.
B
derivação sufixal.
C
derivação imprópria.
D
composição por justaposição.
E
composição por aglutinação.
2.
“O envelhecimento da população brasileira é um
fenômeno recente...”. O vocábulo “envelhecimento”
é um substantivo derivado que foi formado por
meio de um processo conhecido como
A
derivação sufixal.
B
derivação prefixal.
C
derivação pré-sufixal.
D
derivação parassintética.
3.
Assinale a alternativa que apresenta palavra com
derivação parassintética.
A
alegremente
B
refazer
C
antebraço
D
desalmado
4.
O rato, na tirinha acima, utiliza uma estratégia para
adquirir comida, produzindo as palavras “Piu!
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Piu!”. Esse recurso linguístico é conhecido no
processo de formação de palavras como
A
hibridismo.
B
neologismo.
C
onomatopeia.
D
composição.
5.
Os pontos positivos e negativos das redes
sociais
Jornal do Brasil
Nos dias atuais, as diversas opções de sites de
relacionamentos ocupam uma parte significativa
do tempo das pessoas, principalmente dos mais
jovens. Twitter, Facebook, Youtube, Google+ e
Instagram são algumas das principais e também
mais utilizadasno Brasil. Com elas é possível falar
com uma pessoa no Japão e outra na Bahia,
simultaneamente; compartilhar o que se está
fazendo por meio de vídeos, fotos ou textos, em
tempo real e tudo isso com interação total com os
amigos. Ou seja, são ótimas ferramentas de
comunicação e de entretenimento, agilizam e
facilitam a nossa comunicação diária. Entretanto,
na mesma proporção que têm pontos positivos,
contam também com negativos, como, por
exemplo, a sensação de solidão ou a dificuldade de
superar a timidez.
O usuário deve ter em mente que não é ele que está
a serviço das redes sociais, são elas que devem
trabalhar a seu favor, para facilitar e agilizar a sua
vida. O uso indiscriminado, sem se preocupar com
os vícios de comportamento que elas podem
oferecer é prejudicial. Entender o que esses sites
têm a oferecer de positivo e quais são os aspectos
negativos é o primeiro passo para estabelecer o
seu uso saudável. "É importante avaliar quais são
os reais benefícios que elas oferecem. Até que
ponto fazem bem? Dou muita importância para o
que eu vejo e faço no ambiente virtual? Estou feliz
com os relacionamentos que tenho em rede?
Perguntas como essas provocam questionamentos
internos importantes acerca de como a pessoa se
relaciona nestes sites e quais são seus sentimentos
em relação a sua vida em rede", argumenta a
psicoterapeuta Maura de Albanesi.
A possibilidade de compartilhar aquilo que se vive,
em tempo real, é um dos chamarizes da internet,
mais especificamente dos sites de relacionamento.
Ao relacionar-se em rede, o usuário tem ao seu
dispor inúmeras possibilidades, como a troca de
experiência, o compartilhamento de informações,
além da comunicação ágil e direta. Por outro lado,
pode causar nas pessoas uma certa
obrigatoriedade de ser feliz, já que existe uma
espetacularização da felicidade. "O indivíduo não
está num dia bom, está triste, abre o seu perfil e se
depara com uma série de imagens, textos em que
seus seguidores desfrutam e descrevem momentos
felizes. Cria-se aí um cenário onde a sensação que
se tem é da obrigação de ser feliz, como se naquele
espaço, o virtual, não houvesse outra opção a não
ser a de estar sempre bem", explica a
psicoterapeuta.7
http://www.jb.com.br/ciencia-e-
tecnologia/noticias/2015/07/22/os-
pontospositivos- e-negativos-das-redes-sociais/.
As palavras “felicidade e espetacularização” são
derivadas e foram formadas pelo acréscimo de um
elemento conhecido por:
A
Prefixo.
B
Sufixo.
C
Prefixo e sufixo.
D
Vogal temática.
E
Desinência de número.
6.
Utilização da água de chuva
Atualmente, grande parte da água da chuva vai
parar na rede de esgoto das cidades, gerando um
grande desperdício deste recurso. Esta água, se
captada, pode ser utilizada para diversas
finalidades. Já existem alguns prédios com
estrutura capaz de fazer a captação e
armazenagem deste tipo de água. Ela é usada nos
processos de limpeza do prédio, resultando numa
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importante economia para o condomínio, pois gera
uma redução na conta de água.
(com adaptação)
(http://www.suapesquisa.com/ecologiasaude/reus
o_agua.htm)
A palavra “atualmente” é formada por:
A
Prefixação.
B
Justaposição.
C
Sufixação.
D
Aglutinação.
7.
Substantivos coletivos são palavras que, escritas
no singular, indicam um conjunto ou um
agrupamento de coisas e de seres da mesma
espécie, transmitindo assim uma noção de
multiplicidade. Tendo isso em mente,
é correto afirmar que uma cáfila é o substantivo
coletivo de
A
insetos.
B
macacos.
C
camelos.
D
borboletas.
E
ovelhas.
8.
O livro de cabeceira de Alexandre
Alexandre da Macedônia é chamado de Grande
porque conseguiu unificar as orgulhosas cidades-
estados gregas, conquistar todos os reinos entre a
Grécia e o Egito, derrotar o poderoso exército
persa e criar um império que se estendeu até a
Índia – em menos de treze anos. Pergunta-se desde
então como um governante de um reino grego
menor foi capaz de realizar essa façanha. Mas
sempre houve uma segunda pergunta, mais
atraente para mim: antes de mais nada, por que
Alexandre quis conquistar a Ásia?
Ao pensar sobre essa questão, acabei por me
concentrar em três objetos que Alexandre levava
consigo em suas campanhas militares e que punha
embaixo de seu travesseiro todas as noites, três
objetos que resumiam o modo como ele via sua
campanha. O primeiro era um punhal. Ao lado
dessa arma, Alexandre guardava uma caixa. E
dentro da caixa estava o mais precioso dos três
objetos: uma cópia de seu texto favorito, a Ilíada.
Como ele escolheu esses três objetos, e o que
significavam para ele?
Alexandre dormia sobre um punhal porque queria
escapar ao destino de ser assassinado como seu
pai. A caixa ele a tomara de Dario, seu adversário
persa(b). E a Ilíada, ele a levou para a Ásia(d) porque
era a história através da qual via sua campanha e
sua vida, um texto fundamental que se assenhorou
da mente de um príncipe que viria a conquistar
grande parte do mundo então conhecido(a).
A epopeia de Homero já era um texto fundamental
para os gregos havia muitas gerações. Para
Alexandre, adquirira a importância de um texto
quase sagrado(c), e é por isso que sempre o levava
consigo em sua campanha. É o que fazem os textos,
sobretudo os fundamentais: eles alteram a
maneira como vemos o mundo e também atuamos
nele. Esse era decerto o caso de Alexandre. Ele foi
induzido não só a ler e estudar esse texto, mas
também a reencená-lo. Alexandre, o leitor, se pôs
dentro da narrativa, vendo sua própria vida e sua
trajetória à luz do Aquiles de Homero. Alexandre, o
Grande, é bem conhecido por ser um rei
extraordinário. Acontece que era também um
leitor extraordinário.
PUCHNER, Martin. O mundo da escrita: como
a literatura transformou a civilização. 1ª ed. – São
Paulo: Companhia das Letras, 2019.
O fragmento do texto em que o vocábulo em
destaque foi substantivado é:
A
“de um príncipe que viria
a conquistar grande parte do mundo
então conhecido.
B
“A caixa ele a tomara de Dario, seu
adversário persa”.
P á g i n a 81
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C
“...adquirira a importância de um
texto quase sagrado...”
D
“E a Ilíada, ele a levou para a Ásia...”
9.
TEXTO I
Vacina da gripe: o que muda em 2020
Com a ameaça do coronavírus, a campanha de
vacinação da gripe foi antecipada. Saiba quem
pode tomar o imunizante contra o influenza na
rede pública
Por André Biernath
Em sua 21ª temporada, a Campanha Nacional de
Vacinação Contra a Gripe segue mais forte do que
nunca. Só para 2020, o Ministério da Saúde
encomendou ao Instituto Butantan, órgão
responsável por fabricar as vacinas, mais de 75
milhões de doses. A meta é proteger ao menos 67
milhões de brasileiros.
A estratégia, aliás, teve que ser revista de última
hora: com a confirmação dos primeiros casos de
infecção pelo novo coronavírus no Brasil, o
governo antecipou a campanha em quase um mês.
Antes, a proposta era iniciar os trabalhos na
segunda quinzena de abril. Agora, as primeiras
doses estarão disponíveis para o público-alvo a
partir do dia 23 de março.
“Antecipamos a campanha porque a vacina deixa o
sistema imunológico 80% protegido contra cepas
do vírus influenza, milhares de vezes mais comuns
que o coronavírus”, justificou, em entrevista
coletiva, o ministro da saúde Luiz Henrique
Mandetta. “Se a pessoa avisa que foi vacinada
[contra a gripe], isso auxilia no raciocínio do
profissional de saúde, do médico pensar em outros
víruspor trás de uma doença”, completou.
Que fique claro: não é que a vacina da gripe diminui
o risco de contágio por coronavírus. Mas, ao
proteger a população mais vulnerável, a injeção
evita que o influenza sobrecarregue o sistema
respiratório. E se sabe que o coronavírus tende a
provocar complicações entre quem está
enfraquecido por uma doença ou carrega outros
agentes infecciosos no corpo.
A vacinação ainda desafoga os pronto-socorros e
hospitais do sistema público e privado, que vão ter
menos pacientes com gripe e mais espaço para um
eventual surto de Covid-19 (o nome da doença
provocada pelo novo coronavírus).
A médica Isabella Ballalai, vice-presidente da
Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), vê
com bons olhos a decisão do Ministério da Saúde.
“A antecipação é super bem-vinda. Março é a
melhor época para começar a campanha, pois o
vírus da gripe já circula entre nós. Quanto antes
vacinarmos, mais a população estará preparada
para enfrentá-lo”, acredita. (...)
Disponível em:
https://saude.abril.com.br/medicina/vacina-gripe-
2020/ . Acesso em 06/03/2020.
Na frase “Antecipamos a campanha porque a
vacina deixa o sistema imunológico 80% protegido
contra cepas do vírus influenza, milhares de vezes
mais comuns que o coronavírus”, citada no TEXTO
I, encontramos
A
4 substantivos.
B
9 substantivos.
C
7 substantivos.
D
11 substantivos.
10.
Temos o plural “menores aprendizes”. As
alternativas a seguir seguem corretamente as
regras de plural de substantivos compostos, exceto
A
guardas civis.
B
abaixos- assinados.
C
quartas-feiras.
D
primeiras-damas.
11.
P á g i n a 82
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http://3.bp.blogspot.com/-g-
hHaAyDp8o/UD4hsNSm4GI/AAAAAAAAAdQ/Y8j1h
A4FDsQ/s1600/aquecimento+global+9.jpg]
O termo “próximo” pode ser utilizado em língua
portuguesa em várias classes de palavras
diferentes. No caso do texto, esta palavra foi
utilizada como:
A
Adjetivo
B
Advérbio
C
Substantivo
D
Conjunção
12.
Disponível em
https://br.pinterest.com/pin/304274518572701992/.
Em “Quando eu era criança tinha medo do
escuro...”, os verbos destacados estão conjugados
em que tempo e modo verbais?
A
pretérito imperfeito do modo
indicativo.
B
pretérito perfeito do modo indicativo.
C
pretérito imperfeito do modo
subjuntivo.
D
pretérito mais-que-perfeito do modo
indicativo.
13.
Assinale a alternativa em que o verbo pode ser
conjugado no singular ou no plural sem prejuízo
para a norma culta.
A
Vendem-se livros usados.
B
Havia muitas pessoas na reunião.
C
As Filipinas foram uma colônia
espanhola.
D
Filmes, livros, conversas, nada o
animava.
E
A multidão de fanáticos torcedores
comemorou o gol.
14.
Assinale a alternativa na qual os verbos em
destaque estão conjugados, respectivamente,
no pretérito imperfeito do subjuntivo e no
futuro do pretérito do indicativo.
A
Para uma pessoa obter bitcoins,
ela fará uma transação comercial.
B
Um investidor ficara feliz,
pois obtivera muitos bitcoins na
transação.
C
Se obtivesse muitos
bitcoins, deveria imediatamente
vendêlos.
D
Obtidos os bitcoins
que sejam suficientes, deveria compra
r mais logo em seguida.
E
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______________________________________________________________
Quando obtiver mais capital,
imediatamente comprará mais
criptomoedas.
15.
Disponível
em https://br.pinterest.com/pin/37365810031070
7621/. Acesso em 30/06/2020.
No período “Que história é essa de ficar sentado
esperando alguma coisa da vida?”, há a presença de
pronomes que podem ser classificados,
respectivamente, como
A
interrogativo – demonstrativo –
indefinido.
B
relativo – indefinido – demonstrativo.
C
interrogativo – possessivo –
demonstrativo.
D
relativo – demonstrativo – indefinido.
16.
Analisando os pronomes destacados nos trechos,
está CORRETA a alternativa:
I- Eu faço o máximo para limpá- la.
II- ... essa é uma tarefa inútil.
III- ... sua gravata também dá sinais de gasto...
A
Os pronomes de II e III apresentam a
mesma classificação.
B
Em I, tem-se um pronome pessoal
oblíquo átono.
C
Em II, o pronome classifica-se como
indefinido.
D
Em III, o pronome emprega-se como
demonstrativo.
17.
Disponível em: revistaencontro.com.br/canal/
encontro-indica/2015/03/conhecao- ilustrador-
que-da-vida-a-armandinho-que-e-sucesso-no-
facebo.html. Acesso em 04 de fev. 2021. 13.
Em “Acho que estou meio ansioso...”, o termo em
destaque é classificado como
A
adjetivo.
B
advérbio.
C
conjunção.
D
numeral.
18.
O Tempo
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Rubem Alves
Há duas formas de marcar o tempo. Uma delas foi
inventada por homens que amam a precisão dos
números, matemáticos, astrônomos, cientistas,
técnicos. Para marcar o tempo de forma precisa,
eles fabricaram ampulhetas, relógios,
cronômetros, calendários. Nesses artefatos
técnicos, todos os pedaços do tempo – segundos,
minutos, dias, anos – são feitos de uma mesma
substância: números, entidades matemáticas. Não
há inícios nem fins, apenas a indiferente sucessão
de momentos, que nada dizem sobre alegrias e
sofrimentos. Apenas um bolso vazio. Nele, a alma
não encontra morada.
Nas Olimpíadas, a performance dos corredores e
nadadores é medida até os centésimos. Fico a me
perguntar: “Como é que conseguem? Que diferença
faz?”.
A outra foi inventada por homens que sabem que a
vida não pode ser medida com calendários e
relógios. A vida só pode ser marcada com a vida. Os
amantes do Cântico dos Cânticos marcavam o
tempo do amor pelos frutos maduros que pendiam
das árvores. Quando as folhas dos plátanos ficam
amarelas sabemos que o outono chegou. Os ipês-
rosas e amarelos anunciam o inverno.
Qual a magia que informa os ipês, todos eles, em
lugares muito diferentes, que é hora de perder as
folhas e florescer? E sem misturar as cores.
Primeiro os rosas, depois os amarelos e,
finalmente, os brancos.
Sugeri que algum compositor compusesse uma
sinfonia ou uma brincadeira musical em três
movimentos. Primeiro movimento, “Ipê-rosa”,
andante tranquilo, em que os violoncelos cantam a
paz e a segurança. Segundo movimento, “Ipê-
amarelo”, rondo vivace, em que os metais, cores
parecidas com a dos ipês, fazem soar a exuberância
da vida. Terceiro movimento, “Ipê-branco”,
moderato, em que o veludo dos oboés canta a
mansidão. Seria bom se nós, como os ipês, nos
abríssemos para o amor no inverno.
A precisão dos números marca o tempo das
máquinas e do dinheiro. O tempo do amor se marca
com o corpo.
Um calendário é coisa precisa: anos, meses, dias,
horas, que são marcados com números. Esses
números medem o tempo. Mas os pedaços de
tempo são bolsos vazios: nada há dentro deles. O
bolso vazio do tempo se torna parte do nosso corpo
quando o enchemos com vida. Aí o tempo não mais
pode ser representado por números. O tempo
aparece como um fruto que vai sendo comido: é
belo, é colorido, é perfumado. E, à medida que vai
sendo comido, vai acabando. Vem a tristeza. O
tempo da vida se marca por alegrias e tristezas. Há
inícios e há fins.
Tempus fugit; o tempo foge. Portanto, carpe diem:
colha o dia como um fruto que amanhã estará
podre.
Viver ao ritmo de alegrias e tristezas é ser sábio.
“Sapio”, no latim, quer dizer, “eu saboreio”. O sábio
é um degustador da vida. A vidanão é para ser
medida. Ela é para ser saboreada.
Um texto bíblico diz: “Ensina-nos a contar os
nossos dias de tal maneira que alcancemos um
coração sábio”. Acho que Jesus sorriria se eu
acrescentasse ao “Pai-Nosso” outra súplica: “A
fruta nossa de cada dia dá-nos hoje…”. Caqui,
pitanga, morango à beira do abismo, melancia…
Heráclito foi um filósofo grego fascinado pelo
tempo. Contemplava o rio e via que tudo é rio.
Percebeu que não é possível entrar duas vezes no
mesmo rio; na segunda vez, as águas serão outras,
o primeiro rio já não existirá. Tudo é água que flui:
as montanhas, as casas, as pedras, as árvores, os
animais, os filhos, o corpo… Assim é tudo, assim é
a vida: tempo que flui sem parar. Daquilo que ele
supostamente escreveu, restam apenas
fragmentos enigmáticos. Dentre eles, um me
encanta: “Tempo é criança brincando, jogando; da
criança o reinado”.
Para nós, o tempo é um velho, cada vez mais velho,
sobre quem se acumulam os anos que passam e de
quem a vida foge.
Heráclito, ao contrário, diz que o tempo é criança,
início permanente, movimento circular, o fim que
volta sempre ao início, fonte de juventude eterna,
possibilidade de novo começos.
Tempo é criança? O que o filósofo queria dizer
exatamente eu não sei. Mas sei que as crianças
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odeiam Chronos, o deus dos cronômetros, dos
segundos, dos centésimos de segundos O relógio é
o tempo do dever: corpo engaiolado.
Disponível em
https://www.revistaecosdapaz.com/o-tempo-
uma-cronica-encantadora-de-rubem-alves/.
A coesão é importante para interligar as ideias em
um texto. Sem ela, não é possivel estabelecer o
sentido desejado. Em “E, à medida que vai sendo
comido, vai acabando”, a conjunção destacada está
estabelecendo ideia de
A
consequência.
B
comparação.
C
proporção.
D
conclusão.
19.
Na passagem “A numeração de Maria Rita não é
36, mas vestiu aquele macacão branco como se
fosse”, o termo em destaque pode ser substituído,
sem prejuízo de sentido, por
A
conquanto.
B
por isso.
C
porquanto.
D
todavia.
Gabarito
1.E
2.D
3.D
4.C
5.B
6.C
7.C
8.C
9.B
10.B
11.A
12.A
13.E
14.C
15.A
16.B
17.B
18.C
19.A
10. Sintaxe da oração e do período.
FRASE
A frase pode ser definida por seu propósito
comunicativo. Isso significa que Frase é todo
enunciado capaz de transmitir, de traduzir
sentidos completos em um contexto de
comunicação, de interação verbal. Observe
algumas características das frases:
1- O início e o final da frase são marcados, na
escrita, por pontuação específica (. ! ? …);
2- Na fala, o início e o final da frase são
marcados por uma entoação característica.
Não se esqueça de que a entoação é a forma
como os falantes associam o contorno da
expressividade, como é visto na frase
interrogativa ou declarativa;
3- Podem ser elaboradas por uma única ou
por várias palavras;
4- Podem apresentar um verbo ou não;
5- Na escrita, os limites da frase são indicados
pela letra inicial maiúscula e pelo sinal de
pontuação (. ! ? …).
Tipos de Frases
1- Frases interrogativas: Entonação de
pergunta. Geralmente, é finalizada com
ponto de interrogação (?).
Exemplo: Que dia você volta?
2- Frases exclamativas: Entonação expressiva,
reação mais exaltada. Geralmente,
finalizada com ponto de exclamação ou
reticências (! …).
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Exemplo: Que horror!
3- Frases declarativas: Não são marcadas pela
entonação expressiva ou intencional.
Geralmente apresentam declarações
afirmativas ou negativas e são finalizadas
com o ponto final (.).
Exemplo: Amanhã não poderei levantar.
4- Frases imperativas: Enunciado que traz um
verbo no modo imperativo. Geralmente
sugere uma ordem e é finalizado pelos
pontos de exclamação e final (! .).
Exemplo: Fale mais baixo!
ORAÇÃO
A oração é uma unidade sintática. Trata-se
de um enunciado linguístico cuja estrutura
caracteriza-se, obrigatoriamente, pela presença de
um verbo. Na verdade, a oração é caracterizada,
sintaticamente, pela presença de um predicado, o
qual é introduzido na língua portuguesa pela
presença de um verbo. Geralmente, a oração
apresenta um sujeito, termos essenciais,
integrantes ou acessórios.
PERÍODO
O período é uma unidade sintática. Trata-
se de um enunciado construído por uma ou mais
orações e possui sentido completo. Na fala, o início
e o final do período são marcados pela entonação
e, na escrita, são marcados pela letra maiúscula
inicial e a pontuação específica que delimita sua
extensão. Os períodos podem ser simples ou
compostos. Vejamos cada um deles:
PERÍODO SIMPLES
Os períodos simples são aqueles
constituídos por uma oração, ou seja, um
enunciado com apenas um verbo e sentido
completo. Exemplo: Os dias de verão são muito
longos! (verbo ser)
PERÍODO COMPOSTO
Os períodos compostos são aqueles
constituídos por mais de uma oração, ou seja, dois
ou mais verbos. Exemplo: Mariana me ligou para
dizer que não virá mais tarde. (Período composto
por três orações: verbos ligar, dizer e vir.) O
período composto pode ser composto por
coordenação ou subordinação.
ORAÇÕES COORDENADAS
Os períodos compostos por coordenação
são formados por orações independentes. Apesar
de estarem unidas por conjunções ou vírgulas, as
orações coordenadas podem ser entendidas
individualmente porque apresentam sentidos
completos.
COORDENADAS ASSINDÉTICAS
São orações coordenadas entre si e que não
são ligadas através de nenhum conectivo. Estão
apenas justapostas.
COORDENADAS SINDÉTICAS
Ao contrário da anterior, são orações
coordenadas entre si, mas que são ligadas através
de uma conjunção coordenativa. Esse caráter vai
trazer para esse tipo de oração uma classificação.
As orações coordenadas sindéticas são
classificadas em cinco tipos: aditivas, adversativas,
alternativas, conclusivas e explicativas.
1- ORAÇÕES COORDENADAS SINDÉTICAS
ADITIVAS: Apresentam ideias de soma, suas
principais conjunções são: e, nem, não só... mas
também, não só... como, assim... como.
Não só cantei como também dancei.
Nem comprei o protetor solar, nem fui à praia.
Comprei o protetor solar e fui à praia.
2- ORAÇÕES COORDENADAS SINDÉTICAS
ADVERSATIVAS: Apresentam ideias opostas, suas
principais conjunções são: mas, contudo, todavia,
entretanto, porém, no entanto, ainda, assim, senão.
Fiquei muito cansada, contudo, me diverti
bastante.
Ainda que a noite acabasse, nós continuaríamos
dançando.
Não comprei o protetor solar, mas mesmo assim
fui à praia.
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3- ORAÇÕES COORDENADAS SINDÉTICAS
ALTERNATIVAS: Apresentam ideias de escolha,
suas principais conjunções são: ou... ou; ora...ora;
quer...quer; seja...seja.
Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador.
Ora sei que carreira seguir, ora penso em várias
carreiras diferentes.
Quer eu durma quer eu fique acordado, ficarei no
quarto.
4- ORAÇÕES COORDENADAS SINDÉTICAS
CONCLUSIVAS: Apresentam ideias de conclusão
em relação a oração anterior, suas principais
conjunções são: logo, portanto, por fim, por
conseguinte, consequentemente, pois (posposto ao
verbo)
Passei no vestibular, portanto irei comemorar.
Conclui o meu projeto, logo posso descansar.
Tomou muito sol, consequentemente ficou
adoentada.A situação é delicada; devemos, pois, agir.
5- ORAÇÕES COORDENADAS SINDÉTICAS
EXPLICATIVAS: Apresentam ideia de explicação
em relação ao fato expresso na oração anterior,
suas principais conjunções são: isto é, ou seja, a
saber, na verdade, pois (anteposto ao verbo).
Só passei na prova porque me esforcei por muito
tempo.
Não fui à praia, pois queria descansar durante o
Domingo.
ORAÇÕES SUBORDINADAS
Os períodos compostos por subordinação são
formados por orações dependentes uma da outra.
Como as orações subordinadas apresentam
sentidos incompletos, não podem ser entendidas
de forma separada. Conforme a função sintática
que desempenham, as orações subordinadas são
classificadas em substantivas, adjetivas ou
adverbiais.
ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA
1- SUBJETIVA (O.S.S.S.): exercem função
de sujeito do verbo da oração principal.
É provável que ele chegue ainda hoje.
Oração principal O.s.s.subjetiva
Objetiva Direta (O.S.S.O.D.): exercem função
de objeto direto (não possui preposição).
Desejo que todos venham.
Oração principal O.s.s. objetiva direta
OBJETIVA INDIRETA (O.S.S.O.I.): exercem função
de objeto indireto (possui preposição obrigatória,
que vem depois de um VERBO).
Necessitamos de que todos nos ajudem.
Oração principal o.s.s.objetiva indireta
PREDICATIVAS (O.S.S.P.): exercem função
de predicativo a principal sempre terá verbo de
ligação.
Meu desejo era que me dessem uma camisa.
Oração principal o.s.s.predicativa
COMPLETIVAS NOMINAIS (O.S.S.C.N.): exercem
função de complemento nominal de um nome da
oração principal.
Tenho esperança de que ela ainda volte.
Oração principal o.s.s. completiva nominal
APOSITIVAS (O.S.S.A.): todas as apositivas têm
dois pontos (:)ou ponto e virgula (;) no meio da
oração. Exercem função de aposto.
Desejo-te uma coisa: que sejas muito feliz.
Oração principal o.s.s. apositiva
Todas as orações subordinadas
substantivas podem ser trocadas pelas
palavras: isso, disso ou nisso. Veja os exemplos:
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Precisamos de que venha para a aula. =
Precisamos disso. (Disso: completiva nominal ou
objetiva indireta)
Quero que venha para a guerra. = Quero isso. (Isso:
subjetiva, objetiva direta, predicativa)
Fiquei pensando que valia a pena. = Fiquei
pensando nisso. (Nisso: completiva nominal ou
objetiva indireta).
ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL
Uma oração é considerada subordinada
adverbial quando se encaixa na oração principal,
funcionando como adjunto adverbial.
São introduzidas pelas conjunções subordinativas
e classificadas de acordo com as circunstâncias que
exprimem. Podem ser: causais, comparativas,
concessivas, condicionais, conformativas,
consecutivas, finais, proporcionais, temporais,
locativas e modais.
1- CAUSAL- indica a causa da consequência
expressa na oração principal.
Ex.: Todos se opuseram a ele, porque não
concordavam com suas ideias
A cidade foi alagada porque o rio transbordou
2- CONDICIONAL- indica a condição para que
a ação da oração principal aconteça.
Ex.: Se houvesse opiniões contrárias, o acordo
seria desfeito
Caso você não estude, ficará muito ansioso para a
prova
3- TEMPORAL- marca o momento em que a
ação da oração principal acontece.
Ex.: Priscila chegou em casa quando amanheceu
Eu me sinto segura assim que fecho a porta da
minha casa
4- PROPORCIONAL - indica ações que
acontecem proporcionalmente a algo
expresso na oração principal.
Ex.: Quanto mais você fumar, mais grave ficará
sua doença
Quanto menos trabalho, menos vontade tenho de
trabalhar
5- FINAL - indica a finalidade da ação
expressa na oração principal.
Ex.: O pai sempre trabalhou para que os filhos
estudassem
Sentei-me na primeira fila, a fim de que pudesse
ouvir melhor
6- CONFORMATIVA - indica que a ação da
oração principal ocorre em conformidade
com aquilo ali expresso.
Ex.: Os jogadores procederam segundo o técnico
lhes ordenara
Como eu havia te falado, a prova não estava fácil.
7- CONSECUTIVA - indica a consequência da
ação (causa) expressa na oração principal.
Ex.: Suas dívidas eram tantas que vivia nervoso.
Comecei o dia tão mal que não consegui me
concentrar no trabalho.
8- CONCESSIVA - indica uma concessão
(concede uma ideia oposta daquela
expressa na oração principal).
Ex.: Embora a prova estivesse fácil, demorei
bastante para terminar.
Mesmo tendo sido cuidadosamente planejado,
ocorreram vários imprevistos.
9- COMPARATIVA - estabelece comparação
entre as duas orações (para evitar a
repetição, é comum a omissão do verbo em
uma delas).
Ex.: Ele sempre se comportou tal qual um
cavalheiro.
Ele tem estudado como um obstinado (estuda).
10- MODAL - Indicam um modo expresso na
oração principal.
Ex.: Chegou em casa sem fazer nenhum barulho.
A criança distraia-se com o desenho animado.
11- LOCATIVA - Indica um lugar que está
expresso na oração principal.
Ex.: Quero visitar a escola onde estudei.
Você vai morar na casa onde há um belo jardim.
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ORAÇÃO SUBORDINADA ADJETIVA
Orações adjetivas são aquelas orações que
exercem a função de um adjetivo dentro da
estrutura da oração principal. Há dois tipos de
orações adjetivas: as restritivas e as explicativas.
A subordinada adjetiva sempre vem com pronome
relativo: Que (qual, o qual, qual, as quais, os quais),
cujo, onde (aonde).
1- O. S. ADJETIVAS RESTRITIVAS:
funcionam como adjuntos adnominais e
servem para designar algum elemento da
frase. Não pode ser isolada por vírgulas, e
restringe, identifica o substantivo ou
pronome ao qual se refere.
Exemplo:
Você é um dos poucos alunos/ que eu conheço.
Eles são um dos casais/ que falaram conosco
ontem.
Os idosos que gostam de dançar/ se divertiram
muito.
2- O. S. ADJETIVAS EXPLICATIVAS: ao
contrário das restritivas, são quase sempre
isoladas por vírgulas. Servem para
adicionar características ao ser que
designam. Sua função é explicar, e funciona
estruturalmente como um aposto
explicativo.
Exemplo:
Meu tio, que era advogado, prestou serviços ao réu.
Eu, que não sou perfeito, já cometi alguns erros
graves.
Os idosos, que gostam de dançar, se divertiram
muito.
ESTRUTURA SINTÁTICA DO PERÍODO
A estrutura de um período é composta pelos
termos da oração, ou seja, pelas palavras que
dotam uma frase verbal de sentido. Os termos
podem ser:
• Essenciais (ou fundamentais): são o sujeito
e o predicado da oração.
• Integrantes: termos que completam o
sentido, como:
1. Complementos verbais (objetos diretos e
indiretos).
2. Complementos nominais.
3. Agentes da passiva.
• Acessórios: apresentam função secundária
na oração, e são os:
1. Adjuntos adnominais;
2. Adjuntos adverbiais;
3. Apostos.
Os vocativos não fazem parte da análise sintática,
pois não pertencem à estrutura da oração.
SUJEITO
Termo sobre o qual se fala algo no restante
da oração, em outras palavras: é dele que a frase
fala. Define a conjugação do verbo e pode aparecer
no início (ordem direta), no meio ou no fim da
oração (ordem inversa).
Ordem direta: Os alunos estudavam
preocupados.
Ordem Inversa: Estudavam preocupados os
alunos.
Sujeito no meio da oração: Preocupados, os
alunos estudavam.
Tipos de Sujeito
A) Sujeito Simples: apenas um núcleo.
A peça começou às 20 horas.
O professor ensinamuito bem.
Todos estão concentrados.
Treze é meu número da sorte.
• CUIDADO para não confundir com a ideia
de singular e de plural, o que importa é: o
verbo da oração deve se referir a apenas
um elemento.
B) Sujeito Composto: mais de um núcleo.
Os alunos e o professor foram ao parque.
Aquário e Capricórnio são signos do zodíaco.
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C) Sujeito Oculto: também chamado de elíptico ou
implícito, é aquele que não está explicitado, mas é
identificado pelo contexto e/ou pela desinência
verbal.
Fui ao teatro ontem. (Sujeito do verbo
"fui": Oculto "Eu")
(Eu) Fui ao teatro ontem.
-> identificado pela desinência verbal.
João e Maria passeavam pelo bosque. Foram
capturados por uma bruxa. (Sujeito do verbo
foram: Oculto "Eles", em referência a João e
Maria.)
(Eles) Foram capturados por uma bruxa.
-> identificado pelo contexto.
D) Sujeito Indeterminado: não conhecemos a
identidade do sujeito, nem pela desinência verbal,
nem pelo contexto.
I- Verbo na terceira pessoa do plural*
Roubaram meu carro naquele estacionamento.
*Não deve ser possível identificar o sujeito pelo
contexto.
II - Verbo no infinitivo impessoal
Era difícil decorar todo aquele assunto.
III- Verbo na terceira pessoa do singular +
índice de indeterminação do sujeito ("se")
Vive-se melhor aqui.
Trata-se de estudos realizados no ano passado.
* O verbo pode ser intransitivo, transitivo
indireto, de ligação, transitivo direto com
preposição.
E) Sujeito Inexistente: a oração possui apenas
predicado e é articulada por meio de um verbo
impessoal.
I - Com verbos que indicam fenômenos da
natureza: chover, trovoar, ventar, nevar,
amanhecer, escurecer.
Choveu a noite inteira.
Nevava forte naquela cidade.
II - Com os verbos fazer, estar, parecer,
ficar: indicando tempo ou fenômenos naturais.
Faz anos que não a vejo.
Está quente.
Ficou frio repentinamente.
III - Com o verbo haver: sentido de existir ou de
tempo decorrido.
Havia poucos alunos na sala.
Não a vejo há dez anos.
• Cuidado para não confundir o verbo
HAVER (com sentido de existir) com o
verbo EXISTIR:
PREDICADO
É aquilo que declaramos sobre o sujeito
(quando ele existe). O predicado sempre possui
verbo ou locução verbal.
A) Predicado Verbal: Tem como núcleo um verbo,
indica ação, não possui predicativo do sujeito.
A criança brincava com uma boneca velha.
O jogador caminhava pelo campo.
B) Predicado Nominal: Formado por um verbo de
ligação (V.L) e um predicativo do sujeito. Informa
algo sobre o sujeito (estado, qualidade).
O concurso era difícil.
A mulher ficou chateada.
C) Predicado Verbo-Nominal: Composto por
verbo que indica ação + predicativo do sujeito.
A mulher cantava distraída.
O professor falou chateado.
TERMOS INTEGRANTES
PREDICAÇÃO VERBAL
Também chamada de transitividade verbal, trata
da relação entre o verbo e os demais termos da
oração. É aquela conversa da tia do colégio,
lembram? Verbo transitivo, intransitivo...vamos lá
"refrescar" a memória!
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A) Verbo Intransitivo: verbo sem complemento
direto ou indireto. Pode ser empregado com
adjuntos adverbiais ou predicativo.
João morreu.
Sara nasceu em João Pessoa. ("em João Pessoa =
adjunto adverbial)
Fomos ao circo.
B) Verbo Transitivo Direto: precisa de
complemento (objeto direto - O.D) que se liga ao
verbo SEM PREPOSIÇÃO (em regra).
Eu comprei uma casa. (Comprou o quê? Uma
casa!)
O.D
Joana abraçou a criança com força. (Abraçou
quem? A criança!)
O.D
C) Verbo Transitivo Indireto: precisa de
complemento (O.I - objeto indireto) que se liga ao
verbo COM PREPOSIÇÃO.
Joaquim gosta de
dançar. (Gosta de quê? De dançar! Preposição
"de" é necessária.)
VTI O.I
Eu acredito em Deus.
(Acredita em quê? Em Deus! Preposição "em" é
necessária.)
VTI O.I
D) Verbo Transitivo Direto e Indireto: precisa
de complemento direto (sem preposição) e
indireto (com preposição).
Marília contou a verdade ao namorado.
VTDI O.D O.I
Percebam que, no exemplo acima, o objeto direto
(a verdade) aparece sem preposição e o objeto
indireto (ao namorado) aparece com preposição
"a".
E) Verbo de Ligação: expressa estado
(permanente, continuado, mutatório, transitório,
aparente) ou qualidade. Entre eles, temos: ser,
estar, parecer, continuar, andar (com sentido de
estar), ficar, permanecer.
Letícia parece triste.
João continua mal.
Eu estou animada.
OBJETO DIRETO
O Objeto Direto complementa o sentido de um
verbo transitivo direto ou de um transitivo direto
e indireto, aparecendo, na maioria das vezes, sem
preposição.
Pergunte: O quê? Quem?
Exemplos:
Uniremos as forças necessárias para a realização
do projeto.
VTD O.D
Ele quis vê-la ontem.
VTD O.D
OBJETO INDIRETO
O Objeto Indireto completa o sentido de um
verbo transitivo indireto ou de um verbo transitivo
direto e indireto. Aparece sempre preposicionado
ou na forma de pronome oblíquo tônico (me, te, se,
nos, vos, lhes).
Pergunte: De quem? De quê? A que? A quem?
Exemplo:
Gosto muito de você.
VTI O.I
Eu lhe pagarei um lanche.
O.I VTDI O.D
Vamos assistir ao filme.
VTI O.I
AGENTE DA PASSIVA
É o termo que complementa um verbo na voz
passiva analítica, explicando melhor, é o elemento
que pratica a ação indicada pelo verbo na voz
passiva. Geralmente é introduzido pelas
preposições "por" ou "de".
A menina foi aplaudida pela multidão.
A.P
O fato é conhecido de todos.
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A.P
A criança era amada por mim.
A.P
COMPLEMENTO NOMINAL
O Complemento Nominal é o termo que
complementa o sentido de um nome (substantivo,
adjetivo e alguns advérbios), aparece sempre
preposicionado e tem sentido de passividade
(sofre a ação).
Exemplo: José tem orgulho do filho.
nome C.N
Tenho saudades da escola.
nome C.N
Ontem ocorreu a queima de fogos.
nome C.N
Marina está consciente de tudo.
nome C.N
TERMOS ACESSÓRIOS
ADJUNTO ADNOMINAL
É o elemento que caracteriza um nome,
determinando ou restringindo seu sentido. Exerce
função adjetiva na oração, podendo ser
representado por: adjetivos, locuções adjetivas,
pronomes, numerais, artigos, objeto direto e objeto
indireto.
Exemplo: A alegre peça começou às 19 horas.
(Percebam que o adjetivo "alegre" caracteriza o
substantivo "peça".)
Era uma manhã de primavera. (Locução adjetiva
"de primavera" (primaveril) qualifica o
substantivo "manhã".)
O homem foi à biblioteca. (Artigo "o"
desempenhando função de adjunto adnominal.)
Aquela menina faltou a aula. (Adjunto adnominal
exercido por pronome.)
O primeiro dia de aula é marcante. (Numeral
exercendo a função de adjunto adnominal.)
ADJUNTO ADVERBIAL
É o termo que modifica um verbo, um
advérbio ou um adjetivo atribuindocircunstância
(modo, tempo, lugar...). Pode ser exercido por um
advérbio, por uma locução adverbial ou por uma
oração subordinada adverbial.
Exemplo: Pedro correu intensamente. (O
advérbio "intensamente" atribui circunstância de
intensidade ao verbo "correu".)
Ele é um livro muito bom. (O advérbio "muito"
modifica o adjetivo "bom".)
Ele pratica exercícios de manhã. (A locução
adverbial "de manhã" modifica o verbo "pratica".)
• OBS: O adjunto adverbial pode aparecer no
início, no meio ou no fim da oração
A aluna discursou apaixonadamente.
Apaixonadamente, a aluna discursou.
A aluna, apaixonadamente, discursou.
APOSTO
É o termo que explica ou especifica um
termo antecedente, sempre com valor de
substantivo. Podemos dizer, inclusive, que o
aposto substituiria o termo que ele explica (ou
especifica) sem prejuízos à oração, vejamos:
Exemplo: Amanhã, terça-feira, comprarei
algumas roupas. (O aposto "terça-feira" especifica
o advérbio "amanhã" e, inclusive, poderia
substituí-lo.)
Terça-feira, comprarei algumas roupas. (Aqui o
termo "terça-feira" passou a ser apenas adjunto
adverbial.)
O aposto pode ser antecedido pelo sinal
de dois pontos. Assim, tanto podemos sinalizar
um aposto pelo isolamento feito por vírgulas (ou
por travessão), como podemos "anunciá-lo" com o
sinal de dois pontos.
QUESTÕES
1.
Assinale a alternativa com a classificação correta
do sujeito da oração.
A
Trata-se de um investimento de mais
de R$ 10 bilhões, segundo dados da
Empresa de Pesquisa Energética.
(oração sem sujeito)
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B
Fez-se um estudo sobre o impacto da
digitalização das cidades que pode
gerar mais de 1,2 milhão de novos
empregos no país. (sujeito
indeterminado)
C
Foi possível identificar um modelo que
pode direcionar a transformação e
atualização do país em termos de
energia. (sujeito oculto)
D
O Grupo de Ação da Indústria, formado
por mais de 25 empresas, buscou
avaliar de forma holística os resultados
econômicos, ambientais e sociais.
(sujeito composto)
E
Choveram elogios ao trabalho de
proteção ambiental patrocinado pelo
Ministério de Minas e Energia e pelo
Ministério da Economia. (sujeito
simples)
2.
Trecho do livro Modernidade Líquida
“Indivíduos frágeis”, destinados a conduzir suas
vidas numa “realidade porosa”, sentem-se como
que patinando sobre gelo fino; e “ao patinar sobre
gelo fino”, observou Ralph Waldo Emerson em seu
ensaio Prudence, “nossa segurança está em nossa
velocidade”. Indivíduos, frágeis ou não, precisam
de segurança, anseiam por segurança, buscam a
segurança e assim tentam, ao máximo, fazer o que
fazem com a máxima velocidade. Estando entre os
corredores rápidos, diminuir a velocidade significa
ser deixado para trás; ao patinar em gelo fino,
diminuir a velocidade também significa a ameaça
real de afogar-se. Portanto, a velocidade sobe para
o topo da lista dos valores de sobrevivência.
A velocidade, no entanto, não é propícia ao
pensamento, pelo menos ao pensamento de longo
prazo. O pensamento demanda pausa e descanso,
“tomar seu tempo”, recapitular os passos já dados,
examinar mais de perto o ponto alcançado e a
sabedoria (ou imprudência, se for o caso) de o ter
alcançado.
Pensar tira nossa mente da tarefa em curso, que
requer sempre a corrida e a manutenção da
velocidade. E na falta do pensamento, o patinar
sobre o gelo fino que é uma fatalidade para todos
os indivíduos frágeis na realidade porosa pode ser
equivocadamente tomado como seu destino.
Tomar a fatalidade por destino, como insistia Max
Scheler em sua Ordo amoris, é um erro grave: “O
destino do homem não é uma fatalidade… A
suposição de que fatalidade e destino são a mesma
coisa merece ser chamada de fatalismo”. O
fatalismo é um erro do juízo, pois de fato a
fatalidade “tem origem natural e basicamente
compreensível”. Além disso, embora não seja uma
questão de livre escolha, e particularmente de livre
escolha individual, a fatalidade “tem origem na
vida de um homem ou de um povo”. Para ver tudo
isso, para notar a diferença e a distância entre
fatalidade e destino, e escapar à armadilha do
fatalismo, são necessários recursos difíceis de
obter quando se patina sobre gelo fino: tempo para
pensar, e distanciamento para uma visão de
conjunto.
(…) Tomar distância, tomar tempo – a fim de
separar o destino e a fatalidade, de emancipar o
destino da fatalidade, de torná-lo livre para
confrontar a fatalidade e desafiá-la: essa é a
vocação da sociologia. E é o que os sociólogos
podem fazer caso se esforcem consciente,
deliberada e honestamente para refundir a
vocação a que atendem – sua fatalidade – em seu
destino.
Zygmunt Bauman
Disponível
em https://colunastortas.com.br/zygmunt-
bauman-frases/. Acesso em 25/06/2020.
“Tomar a fatalidade por destino, como insistia
Max Scheler em sua Ordo amoris, é um erro
grave:...”. A oração destacada está exercendo
função sintática de
A
predicativo do sujeito.
B
complemento nominal.
C
objeto direto.
D
sujeito.
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3.
Observe as orações a seguir:
I. A torcida continua eufórica.
II. Os retirantes caminhavam pela estrada.
III. Todos nós consideramos a sua medida
adequada.
Assinale a alternativa com a correta classificação
dos predicados.
A
I - predicado verbal, II - predicado
verbal e III - predicado nominal.
B
I - predicado nominal, II - predicado
nominal e III - predicado verbo-
nominal.
C
I - predicado verbal, II - predicado
nominal e III - predicado verbo-
nominal.
D
I - predicado nominal, II - predicado
verbal e III - predicado verbo-nominal.
E
I - predicado verbal, II - predicado
verbo-nominal e III - predicado
nominal.
4.
Assinale a alternativa correta em que consta um
predicativo verbo-nominal.
A
Estava muito feliz com as boas notícias.
B
Compareceram todos antecipados à
reunião.
C
Demitiram o chefe do setor
imediatamente.
D
Os convidados chegaram cedo ao local.
E
Nomearam as novas líderes do grupo.
5.
Analise as orações abaixo:
I. A multidão permanecia agitada.
II. Os romeiros andavam pela via pública.
III. A diretoria julgou a sua decisão
adequada.
Assinale a alternativa com a correta classificação
dos predicados constantes das orações acima.
A
I - predicado verbal, II - predicado
verbal, III - predicado nominal.
B
I - predicado nominal, II - predicado
nominal, III - predicado verbo-nominal.
C
I - predicado verbal, II - predicado
nominal, III - predicado verbo-nominal.
D
I - predicado nominal, II - predicado
verbal, III - predicado verbo-nominal.
E
I - predicado verbal, II - predicado
verbo-nominal, III - predicado nominal.
6.
Seres humanos tóxicos nunca vão admitir que
estão errados
Portal Raízes - 23 de setembro de 2020
Você pode obter um pedido de desculpas de
alguém tóxico, mas não será genuíno. A única vez
que eles vão se desculpar é para te manipular para
conseguirem o que eles querem, para fazer você
acreditar que eles merecem perdão. Caso
contrário, eles nunca vão admitir a transgressão.
Eles nunca vão dizer “sinto muito” e deixar por isso
mesmo. Sempre haverá algo mais na frase. Eles vão
seguir justificando que a culpa nunca é realmente
deles.
Eles sempre tentarão colocar a culpa em outra
pessoa porque não são maduros o suficiente para
assumir a responsabilidade por suas próprias
ações. Eles sentem que não podem estar errados.
Eles se sentem forçados a forjar a realidadecom
suas circunstâncias passadas ou atuais, quando, na
verdade, eles estão totalmente no controle de suas
próprias decisões.
Claro, eles nunca vão lhe dar as desculpas que você
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merece. Se eles se desculparem por te trair, eles
vão dar detalhes sobre como isso nunca teria
acontecido se a outra pessoa não tivesse se atirado
para cima deles ou se você estivesse mais interesse
na vida deles ou se eles não tivessem pedido aquela
cerveja extra no bar… sempre haverá uma
justificativa esfarrapada.
E se você tiver a coragem de enfrentá-los, de
afrontá-los jogando em cima deles todas as suas
besteiras, eles vão mudar a situação
completamente. Eles listarão todas as coisas boas
que fizeram por você e o chamarão de ingrato. Eles
vão mencionar que você também não é perfeito e
que nunca usaram isso contra você. Eles vão tentar
fazer você se sentir culpado, mesmo que tenham
sido eles que estragaram tudo.
Pessoas tóxicas nunca vão admitir que estão
erradas. Elas nunca vão refletir sobre suas escolhas
e chegar à conclusão de que precisam mudar. Não
importa o que você faça ou o quanto você os ame,
porque você nunca vai ganhar uma discussão com
eles. Eles farão o possível para provar que são
inocentes. Criarão mentiras, espalharão boatos,
distorcerão a verdade para se encaixar em sua
própria narrativa.
Você pode gritar com eles, pode amaldiçoá-los ou
pode calmamente apresentar os fatos a eles – mas
isso não fará diferença. (...)
Quando você está cara a cara com alguém tóxico, a
melhor coisa que você pode fazer por si mesmo é ir
embora, porque você nunca vai conseguir mudá-lo.
Você nunca vai fazer com que ele veja a situação do
seu ponto de vista. Você nunca vai fazer com que
ele admita que foi longe demais. Os humanos
tóxicos não pensam logicamente. Eles só pensam
em si mesmos.
Texto de Holly Riordan, via Thought Catalog
Disponível em
https://www.portalraizes.com/seres-humanos-
toxicos-nunca-vao-admitir-que-estao-errados/.
Acesso em 26 set 2020.
Em relação à regência verbal dos verbos
destacados no trecho “Eles sentem que não
podem estar errados....”, é correto afirmar que
tratam-se, respectivamente, de
A
verbo transitivo direto – verbo de
ligação.
B
verbo transitivo direto – verbo
intransitivo.
C
verbo transitivo direto e indireto –
verbo de ligação.
D
verbo transitivo indireto – verbo
transitivo indireto.
7.
Em “Do ponto de vista biológico, de indicadores,
essas pessoas já são
idosas, envelheceram precocemente mal”, o verbo
“envelheceram”, de acordo com a sua regência, é
classificado como
A
intransitivo.
B
transitivo direto.
C
transitivo indireto.
D
transitivo direto e indireto.
8.
Disponível em
https://www.conradoleiloeiro.com.br/peca.asp?I
D=2185724..
Em “Evitem-no”, o pronome “no” está exercendo
função sintática de
A
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sujeito.
B
objeto direto.
C
objeto indireto.
D
adjunto adnominal.
9.
Disponível em https://hsvp.com.br/doacao-de-
orgaos-e-tecidos.
Em “Sua decisão muda destinos”, o termo
destacado está exercendo função sintática de
A
aposto.
B
objeto direto.
C
objeto indireto.
D
complemento nominal.
10.
Assinale a alternativa em que há um agente da
passiva.
A
Ficamos ouvindo aquela história por
muito tempo.
B
Sempre saíamos a esmo pelas ruas
nevadas.
C
Paguei vinte mil reais pela reforma da
casa.
D
As casas foram arrastadas pela chuva.
E
Aquele espetáculo agradou-me muito.
11.
Os termos destacados no período “Essa festa
falaciosa vendida pelo governo e pelo
comércio pra nos distrair de nossas vidas
miseráveis?” exercem função sintática de
A
sujeito.
B
objeto indireto.
C
agente da passiva.
D
complemento nominal.
12.
Disponível em
https://doidosporcinema.wordpress.com/tag/luis-
fernando-verissimo/. Acesso em 10/09/2020.
LEGENDA:
PRIMEIRO BALÃO: ESSA NOVA GERAÇÃO ME
PREOCUPA.
SEGUNDO BALÃO: SEI NÃO...
TERCEIRO BALÃO: ACHO QUE, NO FUNDO, ELA
NÃO É MUITO DIFERENTE DA NOSSA.
QUARTO BALÃO: ISSO É O QUE ME PREOCUPA.
Na oração “Acho que, no fundo, ela não é muito
diferente da nossa”, a expressão “no fundo”
desempenha função sintática de
A
predicativo do sujeito.
B
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agente da passiva.
C
adjunto adnominal.
D
adjunto adverbial.
13.
No período composto “Sofra a dor real da
solidão porque a solidão dói”, a oração em
destaque é classificada como
A
coordenada sindética explicativa.
B
subordinada adjetiva explicativa.
C
coordenada sindética conclusiva.
D
subordinada adverbial final.
14.
Desumano é quem perdeu a capacidade de ver
o outro como ser humano
Por Élio Gasda*
A desumanização é um processo que reduz a
essência humana no indivíduo até eliminá-la.
Desumanizar é eliminar restrições morais à
crueldade. Agressões a animais despertam mais
comoção e revolta do que a violência e a morte de
crianças. Pessoas tratam seus bichos de estimação
como filhos e apoiam linchamentos, chacinas e
tortura. Desumano é quem perdeu a capacidade de
ver o outro como ser humano. Uma sociedade
desumanizada é aquela que define um grupo
humano como não-humano, e que permite que
esse grupo seja eliminado ou tenha negado seus
direitos. Descartar pessoas tornou-se um
fenômeno.
Sociedade desumana trata atos desumanos com
banalidade. Um ato mau torna-se banal quando é
vivenciado como se fosse comum.
Monstruosidades tornam-se fatos corriqueiros por
meio da superficialidade do agente e da
descartabilidade da vítima. Quanto mais
superficial alguém for, mais provável será que ceda
ao mal. (...)
O servilismo também ajuda a entender a
desumanização. O adesismo de parcelas da
sociedade, mesmo aquelas formadas nos
princípios morais, é um fato. Um povo torna-se
cúmplice da loucura do sistema na medida em que
partilha das suas mentiras. Além de ser enganado,
se recusar em saber a verdade. Ao formatar os
seres humanos, o sistema os desumaniza para
apenas encaixá-los na sua engrenagem. Os
efetivamente responsáveis que se sentem
culpados pelos tempos sombrios (Hannah Arendt)
são poucos.
A voz da consciência nos interpela sobre a
responsabilidade de nossos atos. Podemos ouvir
essa voz? Ainda temos acesso ao acervo de
princípios éticos que nos alerta sobre o processo
de desumanização em curso? Não precisamos mais
fechar os ouvidos para a voz de uma consciência
que incorporou o discurso da sociedade
respeitável, a voz das “pessoas de bem”. São
“humanos direitos” que não têm remorso. A
desumanização não se origina do
desconhecimento, mas da irreflexão. Entre todas
as características, a mais determinante da
desumanização é a incapacidade de pensar, de
distinguir o certo do errado, a verdade da mentira.
A superficialidade dos discursos medíocres avaliza
a maldade. Acreditar é mais fácil do que pensar. É
difícil pensar por si mesmo. A maioria repete o que
lhes é dito. Conformistas, não aprenderam a
duvidar. Resignados à ignorância dos lugares
comuns.
Ubi dubium ibi libertas (onde há dúvida, há
liberdade. Pensar é sair da mesquinhez do
cotidiano, é refletir sobre os acontecimentos e dar
significados. É buscar a verdade dos fatos por vias
racionais. São muitas as informações, mas não se
pensa sobre elas. O pensamento é diálogosilencioso consigo mesmo. Não é passividade, mas
ação revolucionária. A desumanização impõe o
desafio de educar para o pensamento imune aos
clichês. Transmitir conhecimentos é
imprescindível, mas educar para o pensamento é
uma urgência.
O ódio desumaniza. No livro 1984 de George
Orwell, os agentes do Grande Irmão assistiam
sessões de ódio coletivo. Aparecia na tela a figura
humana a odiar, e todos se sentiam transtornados
por ela. A mídia parece servir-se dos mesmos
procedimentos. Como definir aqueles que
celebram a barbárie em um país que trata pessoas
pior do que animais? Quem os ensinou a odiar? O
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ódio afeta o cérebro, emburrece. Quem odeia não
tolera divergências. Não existem adversários,
todos são inimigos. O ódio não faz parte da
essência humana. Aprende-se a odiar (Mandela.
(...)
Para você, quanto vale a vida dos ninguéns?
“Menos do que a bala que os mata?” (Eduardo
Galeano). Se eu não me importo com ninguém,
alguém se importará comigo? Ninguém se
humaniza desumanizando o outro. Somente
psicopatas torcem para que pessoas morram ou
sofram. Quem te deu o salvo-conduto para desejar
a morte de alguém? Porque Jesus não foi. “É
amando que o humano dá o melhor de si”
(Nietzsche). Nada acima do ser humano. Nenhum
ser humano abaixo de outro.
Disponível em
https://domtotal.com/noticia/1166208/2017/
06/desumanizacao-em-tempos-sombrios/.
Acesso em 28/09/2020.
A coesão é muito importante para interligar as
ideias de um texto, com lógica e coerência. Para
unir os dois períodos abaixo que estão separados
por ponto e manter a relação de sentido entre eles,
seria adequado usar uma conjunção de que tipo?
“Acreditar é mais fácil do que pensar. É difícil
pensar por si mesmo”.
A
“Acreditar é mais fácil do que pensar,
porque é difícil pensar por si mesmo”.
– Coordenativa explicativa.
B
“Acreditar é mais fácil do que pensar,
mas é difícil pensar por si mesmo”. –
Coordenativa adversativa.
C
“Acreditar é mais fácil do que pensar,
logo é difícil pensar por si mesmo”. –
Coordenativa conclusiva.
D
“Acreditar é mais fácil do que pensar,
embora seja difícil pensar por si
mesmo”. – Subordinativa concessiva.
15.
Transmissão da zika por pernilongo comum
requer mudança 'radical' em medidas de
controle
A bióloga Constância Ayres, da Fiocruz
Pernambuco, fez uma descoberta inédita que tem
o potencial de proporcionar um salto no
conhecimento dos cientistas sobre o vírus Zika, e
mudar radicalmente a estratégia brasileira de
prevenção dele.
Ayres conseguiu encontrar, pela primeira vez,
pernilongos carregando o vírus na natureza.
Na quinta-feira, a Fiocruz anunciou oficialmente
que o mosquito ‘Culex quinquefasciatus’,
conhecido como muriçoca ou pernilongo
doméstico, também pode transmitir o vírus que
causa microcefalia e malformações em bebês.
Até então, cientistas acreditavam que o mosquito
Aedes aegypti era o principal vetor do vírus no
Brasil. Agora, de acordo com Ayres, os cientistas
precisam determinar qual das duas espécies é a
mais importante na epidemia de
Zika no Brasil.
Durante o anúncio, a Fiocruz afirmou que, até que
se compreenda a importância do pernilongo na
epidemia, a política de controle da Zika continuará
focada no Aedes aegypti.
Mas dependendo dos resultados, seria necessária
uma "mudança radical" na atual estratégia atual de
controle da epidemia, afirma a pesquisadora. "Não
existem estratégias de controle do Culex no Brasil.
Isso vai ter de mudar radicalmente", diz. (...)
(http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-
noticias/bbc/2016/07/24/transmissao-da-zika-
por-pernilongo-comum-requer-mudanca-radical-
em-medidas-de-controle.htm)
Na passagem “os cientistas precisam
determinar qual das duas espécies é a mais
importante”, a oração em destaque:
A
É substantiva e exerce a função de
complemento verbal da oração
principal.
B
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______________________________________________________________
É adverbial e tem valor de explicação
para a oração principal.
C
É adjetiva e tem valor explicativo para
a oração principal.
D
É coordenada explicativa e tem valor
de explicação para a outra coordenada.
16.
A respeito da tirinha apresentada, assinale a
alternativa correta.
A
O sujeito do verbo “fazer” é oculto.
B
O verbo mostrar é um verbo
bitransitivo.
C
O termo “aos doentes” é um adjunto
adnominal.
D
O verbo “estava” está no pretérito
perfeito do indicativo.
E
O pronome “lhe” é o objeto direto do
verbo “mostrar”.
17.
Leia o período abaixo:
“É preciso que aspirem a maiores objetivos para
vencer na vida.”
Analise as afirmativas a seguir:
I. Existe um Sujeito Oracional.
II. O verbo “aspirar” tem como complemento
um Objeto Indireto.
III. Existe uma Oração Subordinada
Substantiva Objetiva Direta.
IV. O termo “na vida” é o Objeto Indireto do
verbo “vencer”.
É correto o que se afirma
A
apenas em I e II.
B
apenas em I e III.
C
apenas em II e III.
D
apenas em II e IV.
E
apenas em III e IV.
18.
Observe os termos destacados nas orações a
seguir:
I. “Nossa geração é diferente”.
II. “É a geração da tecnologia, da era
espacial, da eletrônica etc”
Assinale a alternativa que os classifica
corretamente quanto à função sintática que
desempenham nessas orações.
A
Complemento nominal / II. Predicativo do
sujeito.
B
Adjunto adnominal / II. Complemento
nominal.
C
Predicativo do sujeito / II. Adjunto adnominal.
D
Objeto direto / II. Adjunto adverbial.
Gabarito
1.E
2.D
3.D
4.B
5.C
6.A
7.A
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______________________________________________________________
8.B
9.B
10.D
11.C
12.D
13.A
14.A
15.A
16.B
17.A
18.C
9. Regência nominal e verbal.
A regência trata das relações de
dependência que as palavras mantêm entre si. É
o modo pelo qual um termo rege outro que lhe
completa o sentido.
Temos:
■ Termo regente: aquele que pede um
complemento.
■ Termo regido: aquele que completa o sentido
de outro.
O homem está apto para o trabalho.
T. regente Termo regido,
O nome apto não possui sentido completo,
precisa de um complemento; o termo para o
trabalho aparece completando o sentido do nome
apto.
Assistimos ao filme.
T. regente Termo regido
O verbo assistimos não tem sentido completo, ele
necessita
de um outro termo que lhe dê completude; o termo
ao filme está completando o sentido do verbo
assistir.
Os termos apto e assistimos são os regentes, pois
exigem complemento; já os termos para o trabalho
e ao filme são os regidos, pois funcionam como
complemento.
A regência divide-se em:
■ Regência nominal — quando o termo regente é
um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio):
O homem está apto para o trabalho.
■ Regência verbal — quando o termo regente é
um verbo: Assistimos ao filme.
Os complementos colocados na frase receberão
nomes específicos:
■ Complemento nominal, quando completa o
sentido de um nome e vem sempre introduzido por
preposição.
■ Complemento verbal, quando completa o
sentido do verbo e pode ser ou não
introduzido por preposição; nesse caso teremos de
renomeá-lo como:
■ Objeto direto: é complemento diretamente
ligado ao verbo, sem o auxílio de preposição.
■ Objeto indireto: é o complemento
indiretamente ligado ao verbo, com o auxílio de
uma preposição.
REGÊNCIA NOMINAL
A regência nominalé o fato de um nome
não ter sentido completo e exigir outro que lhe
complete o sentido. Não há regras para o uso ou
não de determinada preposição com o nome.
Alguns deles admitem mais de uma regência. A
escolha de uma ou outra preposição deve ser feita
com base na clareza, na eufonia e também deve
adequar-se às diferentes formas de pensamento.
Lista de alguns nomes e suas preposições mais
frequentes:
aberto a, para
aborrecido a, com, de, por
abrigado a
abundante de, em
adequado a
afável com, para com
aflito com, por
agradável a
alérgico a
alheio a, de
aliado a, com
alusão a
amoroso com, para com
ansioso de, por
antipatia a, contra, por
apto a, para atenção a
atencioso com, para com
aversão a, para, por
avesso a
ávido de, por
certeza de
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______________________________________________________________
certo de
compaixão de, para com, por
compatível com
comum a, de, em, entre, para
conforme a, com
consulta a
constituído com, de, por
contente com, de, em, por
contíguo a
convicção de
cruel com, para, para com
curioso de, por
desgostoso com, de
desprezo a, de, por
devoção a, para com, por
devoto a, de
domiciliado a, em
dúvida acerca de, de, em, sobre
empenho de, em, por
fácil a, de, para
falho de, em
favorável a
feliz com, de, em, por
fértil de, em
hábil em
habituado a, com
impróprio para
imune a, de
incansável em
incapaz de, para
inclinado a
invasão de
junto a, com, de
lento em
morador em
ódio a, contra, de, para com, por
orgulhoso de, com
peculiar a
precedido a, com, de
preferível a
pródigo de, em
próximo a, de
residente em
respeito a, com, de, para com, por
simpatia a, para com, por
situado a, em, entre
suspeito a, de
último a, de, em
união a, com, entre
útil a, para
vizinho a, com, de
REGÊNCIA VERBAL
A regência verbal estuda a relação que se
estabelece entre os verbos e os termos que os
complementam (objetos diretos e objetos
indiretos) ou caracterizam (adjuntos adverbiais).
O estudo da regência verbal permite-nos ampliar
nossa capacidade expressiva, pois oferece
oportunidade de conhecermos as diversas
significações que um verbo pode assumir com a
simples mudança ou retirada de uma preposição.
A mãe agrada o filho. agradar significa acariciar.
A mãe agrada ao filho. -> agradar significa "causar
agrado ou prazer", satisfazer.
Logo, conclui-se que "agradar alguém" é diferente
de "agradar a alguém".
Para estudar a regência verbal, agruparemos os
verbos de acordo com sua transitividade. A
transitividade, porém, não é um fato absoluto: um
mesmo verbo pode atuar de diferentes formas em
frases distintas.
1- Chegar/ ir – deve ser introduzido pela
preposição “a” e não pela preposição “em”.
Exemplo: Vou ao dentista. / Cheguei a Belo
Horizonte.
2- Morar/ residir – normalmente vêm
introduzidos pela preposição “em”.
Exemplo: Ele mora em São Paulo. / Maria
reside em Santa Catarina.
3- Namorar – não se usa com preposição.
Exemplo: Joana namora Antônio.
4- Obedecer/desobedecer – exigem a preposição
“a”.
Exemplo: As crianças obedecem aos pais. / O
aluno desobedeceu ao professor.
5-Simpatizar/ antipatizar – exigem a preposição
“com”.
Exemplo: Simpatizo com Lúcio. / Antipatizo com
meu professor de História.
P á g i n a 102
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• Dicas: Estes verbos não são pronominais,
portanto, determinadas construções são
consideradas erradas quando tais verbos
aparecem acompanhados de pronome oblíquo.
Exemplo: Simpatizo-me com Lúcio. Antipatizo-
me com meu professor de História.
6- Preferir - este verbo exige dois complementos,
sendo que um é usado sem preposição, e o outro
com a preposição “a”.
Exemplo: Prefiro dançar a fazer ginástica.
OBS: Segundo a linguagem formal, é errado usar
este verbo reforçado pelas expressões ou palavras:
antes, mais, muito mais, mil vezes mais, etc.
Exemplo: Prefiro mil vezes dançar a fazer ginástica.
Verbos que apresentam mais de uma regência
1 - Aspirar
a - no sentido de cheirar, sorver: usa-se sem
preposição.
Exemplo: Aspirou o ar puro da manhã.
b - no sentido de almejar, pretender: exige a
preposição “a”.
Exemplo: Esta era a vida a que aspirava.
2 – Assistir
a - No sentido de prestar assistência, ajudar,
socorrer: usa-se sem preposição.
Exemplo: O técnico assistia os jogadores novatos.
b - no sentido de ver, presenciar: exige a
preposição “a”.
Exemplo: Não assistimos ao show.
c - no sentido de caber, pertencer: exige a
preposição “a”.
Exemplo: Assiste ao homem tal direito.
d) no sentido de morar, residir: é intransitivo e
exige a preposição “em”.
Exemplo: Assistiu em Maceió por muito tempo.
3 - Esquecer/lembrar
a - Quando não forem pronominais: são usados
sem preposição.
Exemplo: Esqueci o nome dela.
b - Quando forem pronominais: são regidos pela
preposição “de”.
Exemplo: Lembrei-me do nome de todos.
4 - Visar
a - No sentido de mirar: usa-se sem preposição.
Exemplo: Disparou o tiro visando o alvo.
b - no sentido de dar visto: usa-se sem preposição.
Exemplo: Visaram os documentos.
c - no sentido de ter em vista, objetivar: é regido
pela preposição “a”.
Exemplo: Viso a uma situação melhor.
5 – Querer
a - No sentido de desejar: usa-se sem preposição.
Exemplo: Quero viajar hoje.
b - no sentido de estimar, ter afeto: usa-se com a
preposição “a”.
Exemplo: Quero muito aos meus amigos.
QUESTÕES
1.
Assinale a alternativa em que o verbo destacado
não atende às regras de Regência Verbal, de acordo
com a Norma Padrão da Língua Portuguesa.
A
Quase que a respondera com ironia.
B
Seus pais não lhe perdoam por não seguir no
caminho do bem.
C
As opiniões alheias não a interessavam mais como
antes.
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D
O chefe chamou todos os presentes para uma
reunião estratégica.
2.
Assinale a alternativa que preencha corretamente
as lacunas a seguir, na ordem respectiva.
1. A nova invenção ............. Gutenberg descobriu era
a máquina de impressão.
2. A nova invenção ............. Gutenberg se encantava
era a máquina de impressão.
3. A nova invenção ............. Gutenberg falava era a
máquina de impressão.
4. A nova invenção .............. se referia Gutenberg era
a máquina de impressão
A
a que / de que / que / de que
B
que / com que / de que / a que
C
a que / de que / com que / que
D
que / que / de que / com que
E
a que / que / com que / que
3.
Taxa de informalidade aumenta e é a maior desde
2016
São Paulo – A estudante universitária Dennyse
Sousa, 24, mora em Belém (PA) e trabalha desde os
16 anos. Nunca teve a carteira assinada. Ela
estagiou, foi babá, atendente em uma gráfica e
freelancer em eventos como demonstradora de
produtos em supermercados. Há três anos, vende
brincos e acessórios artesanais. “Como não
conseguia um emprego fixo, com carteira assinada,
eu tive que tentar várias maneiras de conseguir
alguma renda. Queria aliviar as despesas da
família”, diz.
A história de Dennyse ilustra a informação
divulgada ontem pelo IBGE de que a melhora na
qualidade do emprego gerado no País ainda está
concentrada em poucos locais, especialmente em
São Paulo, segundo os dados da Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad
Contínua).
No ano de 2019, a taxa de informalidade alcançourecorde em 19 Estados, além do Distrito Federal.
Na média do Brasil, a taxa de informalidade foi de
41,1%, o equivalente a 38,4 milhões de pessoas
entre os trabalhadores ocupados. Mas esse
percentual subia a 62,4% no Pará, onde reside
Dennyse. No Maranhão, 60,5% dos trabalhadores
ocupados eram informais. No Estado de São Paulo,
a taxa de informalidade média foi de 32,0% no ano
passado, também o nível mais elevado da série
iniciada em 2016.
“O ano de 2019 é importante, porque é o terceiro
ano seguido com aumento na ocupação. Mas outros
indicadores mostram que a qualidade desse
trabalho que está sendo gerado ainda carece de
uma melhora”, ponderou Adriana Beringuy,
analista da Coordenação de Trabalho e
Rendimento do IBGE.
Na passagem do terceiro trimestre de 2019 para o
quarto trimestre do ano, a taxa de desemprego
teve um recuo estatisticamente significativo – ou
seja, superou a margem de erro – em apenas nove
das 27 Unidades da Federação. Em São Paulo a taxa
de desemprego desceu de 12,0% para 11,5%,
movimento semelhante ao da média nacional, que
saiu de 11,8% para 11,0% no período.
Foram abertas 593 mil vagas com carteira
assinada no setor privado em todo o País no último
trimestre do ano passado, sendo mais da metade
delas em São Paulo, que gerou 324 mil postos
formais a mais no período. Em todo o Brasil,
apenas quatro Estados tiveram avanço
significativo na carteira assinada no último
trimestre do ano: São Paulo, Rondônia, Paraíba e
Sergipe.
O Estado de São Paulo abriu 473 mil vagas formais
no setor privado no período de um ano. “A gente
não vê nenhuma atividade se destacando. Tudo
indica que foi uma soma de pequenas reações
setoriais. Não foi a indústria que reagiu em São
Paulo e começou a contratar com carteira na região.
Não parece ser isso”, disse Adriana.
No quarto trimestre de 2019, o País ainda tinha
11,632 milhões de desempregados, sendo 2,910
milhões deles em busca de emprego há pelo menos
dois anos.
P á g i n a 104
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E entre esses desempregados está Dennyse, a
estudante do início deste texto, que segue
vendendo brincos por meio das redes sociais e em
eventos. Sem emprego formal são essas vendas
que ajudam com as despesas da faculdade, tarifa de
transporte público, produtos de higiene, entre
outras.
(Estadão Conteúdo. In: https://www.msn.com/pt-
br/dinheiro/economia-e-
negocios/taxa-de-informalidade-aumenta-e-é-a-
maior-desde-2016/ar
BB101VUH?ocid=spartandhp)
...carece de uma melhora.
Assinale a alternativa em que, alterando-se o verbo
do segmento acima, independentemente da
mudança de sentido, se tenha mantido a correção
gramatical.
A
aspira uma melhora
B
lembra de uma melhora
C
almeja a uma melhora
D
implica uma melhora
4.
Meu Querido Paiol
Cocoricó
Meu Querido Paiol
meu Querido Paiol
meu Querido Paiol
meu Querido Paiol
é onde eu moro
onde eu guardo as minhas coisas
onde a chuva não me alcança
nem o vento, nem o frio
onde eu durmo
onde eu relaxo
a minha casa
onde eu me sinto bem
meu Querido Paiol
meu Querido Paiol
é arejado
muito bem iluminado
a vista é linda
primeiro andar
escada
segundo andar
tudo muito organizado
caprichado
cada coisa em seu lugar
Disponível em: https://www.letras.mus.br/helio-
ziskind/1543888/. Acesso em 05.11.2020.
Assinale a alternativa que apresenta regência
empregada corretamente.
A
Carlos é bacharel de direito.
B
Ana Maria tem aversão de doces.
C
Temos a capacidade de melhorar nosso padrão de
vida.
D
Os candidatos devem ir no banheiro antes do início
da prova.
5.
O que mais você quer?
Era uma festa familiar, dessas que reúnem tios,
primos, avós e alguns agregados ocasionais que
ninguém conhece direito. Jogada no sofá, uma
garota não estava lá muito sociável, a cara era de
enterro. Quieta, olhava para a parede como se ali
fosse encontrar a resposta para a pergunta que
certamente martelava em sua cabeça: o que estou
fazendo aqui? De soslaio, flagrei a mãe dela
também observando a cena, inconsolável, ao
mesmo tempo em que comentava com uma tia:
"Olha pra essa menina. Sempre com esta cara.
Nunca está feliz. Tem emprego, marido, filho. O que
ela pode querer mais?"
Nada é tão comum quanto resumirmos a vida de
outra pessoa e achar que ela não pode querer mais.
Fulana é linda, jovem e tem um corpaço, o que mais
ela quer? Sicrana ganha rios de dinheiro, é
valorizada no trabalho e vive viajando, o que é que
lhe falta?
Imaginei a garota acusando o golpe e
confessando: sim, quero mais. Quero não ter
nenhuma condescendência com o tédio, não ser
forçada a aceitá-lo na minha rotina como um
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inquilino inevitável. A cada manhã, exijo ao menos
a expectativa de uma surpresa, quer ela aconteça
ou não. Expectativa, por si só, já é um entusiasmo.
Quero que o fato de ter uma vida prática e
sensata não me roube o direito ao desatino. Que eu
nunca aceite a ideia de que a maturidade exige um
certo conformismo. Que eu não tenha medo nem
vergonha de ainda desejar.
Quero uma primeira vez outra vez. Um primeiro
beijo em alguém que ainda não conheço, uma
primeira caminhada por uma nova cidade, uma
primeira estreia em algo que nunca fiz, quero
seguir desfazendo as virgindades que ainda
carrego, quero ter sensações inéditas até o fim dos
meus dias.
Quero ventilação, não morrer um pouquinho a
cada dia sufocada em obrigações e em exigências
de ser a melhor mãe do mundo, a melhor esposa do
mundo, a melhor qualquer coisa. Gostaria de me
reconciliar com meus defeitos e fraquezas, arejar
minha biografia, deixar que vazem algumas ideias
minhas que não são muito abençoáveis.
Queria não me sentir tão responsável sobre o
que acontece ao meu redor. Compreender e aceitar
que não tenho controle nenhum sobre as emoções
dos outros, sobre suas escolhas, sobre as coisas
que dão errado e também sobre as que dão certo.
Me permitir ser um pouco insignificante.
E, na minha insignificância, poder acordar um
dia mais tarde sem dar explicação, conversar com
estranhos, me divertir fazendo coisas que nunca
imaginei, deixar de ser tão misteriosa pra mim
mesma, me conectar com as minhas outras
possibilidades de existir. O que eu quero mais? Me
escutar e obedecer ao meu lado mais transgressor,
menos comportadinho, menos refém de reuniões
familiares, marido, filhos, bolos de aniversário e
despertadores na segunda-feira de manhã. E
também quero mais tempo livre. E mais abraços.
Pois é, ninguém está satisfeito. Ainda bem.
Martha Medeiros
Disponível em
https://www.pensador.com/cronicas_martha_me
deiros/
Em “Me escutar e obedecer ao meu lado mais
transgressor, menos comportadinho,...”, o verbo
“obedecer”, de acordo com a sua regência, pode ser
classificado como
A
intransitivo.
B
transitivo direto.
C
transitivo indireto.
D
transitivo direto e indireto.
6.
Disponível em
https://www.santos.sp.gov.br/?q=noticia/.
Acesso em 16/11/2019.
Ao analisar a regência do verbo “valer” na oração
“Aquela mensagem não vale o risco”, pode-se
afirmar que ele é
A
intransitivo.
B
transitivo direto.
C
transitivo indireto.
D
transitivo direto e indireto.
7.
Os verbos “vivem” e “torna” presentes nos
períodos abaixo são classificados, de acordo com a
regência verbal que exercem nessas orações, como
sendo:
I. “Vivem na obsessão de poderem ser roubados”.
II. “O fausto das residências não os torna imunes”.
A
Intransitivo; II. Transitivo direto.
B
Transitivo indireto; II. Transitivodireto.
C
Intransitivo; II. Transitivo direto e indireto.
D
Transitivo indireto; II. Transitivo direto e indireto.
8.
Assinale a alternativa em que o verbo visar
apresenta regência inadequada ao que preceitua a
gramática normativa da língua portuguesa.
A
Vise bem ao alvo antes de atirar.
B
O juiz já visou sua decisão.
C
O direito penal visa ao bem dos cidadãos
D
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O cargo que ele sempre visou encontra-se vago.
9.
Para que se respeite a concordância verbal, será
preciso corrigir a frase:
A
Têm havido dúvidas sobre a qualidade das
crônicas de Carlos Castelo.
B
Têm sido levantadas dúvidas sobre a qualidade das
crônicas de Carlos Castelo.
C
Será que a qualidade das crônicas de Carlos Castelo
tem suscitado dúvidas?
D
A quantas dúvidas tem dado margem as crônicas
de Carlos Castelo?
10.
Nuvem escura sobre a COP 22
Governantes de diversos países que se reuniram
na semana passada na Conferência do Clima da
ONU (COP 22), no Marrocos, se viram forçados a
gastar boa parte do tempo em debates sobre uma
ameaçadora nuvem escura que pairou sobre suas
cabeças. A tal nuvem tem nome e sobrenome:
Donald Trump, presidente eleito dos EUA, que
_______¹(insistir) em afirmar que não honrará o
Acordo de Paris assinado por Barack Obama e mais
194 líderes mundiais visando ___² redução de
poluentes – o objetivo é manter o aquecimento
global abaixo dos dois graus centígrados. Os EUA
são a segunda nação mais poluidora do mundo,
atrás apenas da China, mas Trump diz que o
aquecimento da Terra é manobra do governo
chinês para que os americanos desacelerem a sua
indústria. É inegável a importância do Acordo de
Paris, e prova disso é que o presidente da França,
François Hollande, marcou presença com um
discurso duro e intransigente em relação ao
cumprimento, por parte dos EUA, de todos os
compromissos assumidos anteriormente. “Uma
promessa de esperança não pode ser traída, ela
tem de ser cumprida. Aqui em Marrakesh nós
somos os guardiões da letra e do espírito do
Acordo de Paris”, disse ele. Segundo Hollande,
“aquilo que nos une”, independentemente de
diferenças religiosas, convicções políticas e
patamares de desenvolvimento social e econômico,
é “termos em comum a salvação de nosso planeta”.
Outro líder que se destacou foi o secretário de
Estado americano, John Kerry, ainda que prestes a
deixar o cargo: “Não posso falar pelo próximo
governo, mas garanto que os americanos apoiam o
Acordo de Paris de forma majoritária”. Na quinta-
feira 17, pelo menos 360 empresas nos EUA
fizeram uma carta ao Congresso exigindo a
redução de poluentes. Como se vê, o que não faltam
são tentativas de fazer o acordo andar, mas a
nuvem pesada segue escurecendo o caminho.
http://istoe.com.br/nuvem-escura-sobre-cop-22/
Já no espaço vazio 2, a forma que deve completar o
espaço vazio, também mantendo a coerência do
texto, bem como a regência e a concordância verbal
é:
A
á
B
a
C
há
D
à
11.
A regência verbal está corretamente empregada
em:
A
Os pais sempre aspiram o melhor para os filhos,
que devem obedecer, por sua vez, aos pais.
B
Os pais sempre visam a futuro bom parar os filhos,
os quais, por sua vez, não devem desobedecer os
pais.
C
Os filhos devem lembrar sempre de obedecer aos
pais.
D
Os filhos nunca devem esquecer-se de obedecer
aos pais.
12.
Há erro de regência em:
A
Trabalhava com o que gostava, em uma empresa
de publicidade.
B
A proposta visava o resgate das memórias nos
tempos de guerra.
C
Os sonhos de uma jovem judia eram iguais aos de
uma jovem não judia.
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D
Eles gostavam de presentear os novos amigos.
13.
A CULTURA DO CANCELAMENTO
No mundo da internet, principalmente no
terreno das redes sociais, é fácil ler que
determinada pessoa foi cancelada. A expressão diz
respeito à chamada cultura do cancelamento,
termo que foi considerado o de maior destaque de
2018 e de 2019 pelo Dicionário Macquarie, por
causa da __________¹ ocorrida nas redes sociais pelo
mundo. Não se sabe ao certo a origem dele, mas foi
a partir de 2017, durante as denúncias de assédio
sexual em Hollywood, e do surgimento do
movimento #MeToo, que ele começou a aparecer
com mais força.
Embora o movimento tenha decolado em 2017
com a hashtag #MeToo, ele definitivamente
manteve seu ímpeto e começou a espalhar suas
asas linguísticas para além da hashtag e do nome
do movimento, respondendo a uma necessidade
óbvia no discurso que cerca essa convulsão social,
explicou, em comunicado, o Dicionário Macquarie.
No dicionário, a palavra cancelar quer dizer
eliminar ou riscar para tornar sem efeito. É
exatamente isso que a cultura do cancelamento da
web propõe. Basta que uma pessoa pública ou não,
apesar de que os famosos acabam sendo as
principais vítimas, faça algo errado para que as
propostas de cancelamento comecem a surgir. No
Brasil nomes como do humorista e influencer
Carlinhos Maia, do funkeiro MC Gui, da cantora
Anitta e do cantor Nego do Borel já figuraram entre
os cancelados. Bullying, preconceito, homofobia e
transfobia foram os motivos que os levaram ao
boicote do público.
Como tudo na vida, a cultura do cancelamento
tem bônus e ônus. Como ponto positivo, percebo a
indignação das pessoas em relação a situações que
antes passavam despercebidas, como casos de
preconceito, machismo e racismo, além dos citados
acima. O ponto negativo desse movimento está na
anulação por completo. Não há uma conversa, não
há uma busca por se colocar no lugar do outro.
É claro que há atitudes que são deploráveis e até
criminosas. E, para usar outro termo da internet,
não é preciso passar pano, acobertando erros. Mas
a decisão de cancelar alguém, muitas vezes, pode
ser drástica demais. É como se tivéssemos o poder
de eliminar, ao melhor estilo do que ocorre em
realities shows, nos quais isso, de fato, é uma
brincadeira, parte de uma dinâmica de jogo, sem
direito a resposta ou retratação.
Disponível em:
https://www.correiobraziliense.com.br – Texto
adaptado
Analise as sentenças a seguir:
I. Ninguém se prestou à ouvir as vítimas do
cancelamento.
II. Chegamos a conclusão de que a cultura do
cancelamento é autoritária.
III. A menina, à quem ele fez alusão, após ser
cancelada, pediu desculpas por suas atitudes.
IV. Eles assistiram àquela cena de boicote sem
nenhuma reação.
Deduz-se que o emprego do sinal indicativo da
crase está correto
A
apenas em I e II.
B
apenas em II e III.
C
apenas em III e IV.
D
apenas em IV.
14.
De origem grega, a palavra “crase” significa
mistura, fusão da preposição "a" com os artigos
definidos "a" ou "as", bem como os pronomes
demonstrativos "a" ou "as" e a vogal inicial dos
demonstrativos "aquele", "aquela" e "aquilo". A
crase é marcada com o acento agudo (`) sobre a
vogal “a”. Com base nesta definição, assinale a
alternativa correta.
A
Apesar do local ser antigo, as pessoas já tinham
fogão a gás.
B
Para não terem dívidas, os familiares não compram
à prazo.
C
Ao saber da aprovação no concurso, Mariana pôs-
se à gritar.
D
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No estádio, José dizia sempre: "assisti à jogos
memoráveis".
E
Nas últimas férias, eu realizei grande sonho: visitei
à Itália.
15.
Assinale a alternativa correta sobre acolocação de
crase.
A
Os programas forneceram às famílias a assistência
necessária.
B
Os diretores da empresa discutiam os problemas
frente à frente.
C
A finalização da obra foi favorável à toda
população da montanha.
D
À contragosto, a equipe de alunos entregou a
relação do material.
E
Naquela noite, pedimos uma pizza a moda da casa
para jantar.
Gabarito
1.A
2.B
3.D
4.C
5.C
6.B
7.A
8.A
9.D
10.D
11.D
12.B
13.D
14.E
15.A
10. Concordância nominal e verbal.
CONCORDÂNCIA VERBAL
A Concordância Verbal é a concordância do
verbo com o seu sujeito, em número e em pessoa.
Essa concordância pode ser feita de várias formas,
por aproximação, de maneira absoluta, por pessoa.
Esses casos serão mostrados abaixo
SUJEITO SIMPLES
O verbo concorda com o núcleo do sujeito
em número e pessoa.
Exemplo: Ela foi ao cinema. (3ª pessoa, singular)
Nós vamos ao cinema. (1ª pessoa, plural)
Casos especiais
a) Sujeito coletivo: O verbo concorda com o
coletivo.
Exemplo: A multidão gritou na arquibancada.
OBS.: Se o coletivo vier especificado ou modificado
por adjunto adnominal, o verbo pode ficar no
singular ou ir para o plural.
Exemplo: A multidão de fãs gritou.
A multidão de fãs gritaram.
Uma multidão de pessoas saiu aos gritos.
Uma multidão de pessoas saíram aos gritos.
b) Sujeito possui coletivos partitivos (metade, a
maior parte, grande parte, maioria, etc.): O verbo
fica no singular (concordância lógica) ou vai para o
plural (concordância atrativa).
Exemplo: A maioria dos alunos foi à excursão.
A maioria dos alunos foram à excursão.
c) Sujeito é pronome de tratamento: O verbo fica
sempre na 3ª pessoa (do singular ou do plural).
Exemplo: Vossa Santidade esteve no Brasil.
Vossa Alteza pediu silêncio.
Vossas Altezas pediram silêncio.
d) O sujeito é o pronome relativo <que>: O verbo
concorda com o antecedente do pronome.
Exemplo: Fui eu que derramei o café.
Fomos nós que derramamos o café.
OBS.: Com a expressão <um dos que>/<uma das
que>, o verbo deve assumir a forma plural, exceto
quando a ação se refere a um só agente.
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Exemplo: Você é um dos que admiram os
escritores de novelas. (Dos que admiram novelas,
ele é um.)
Ele é um dos jogadores que foram expulsos. (Dos
jogadores que foram expulsos, ele é um.)
Era uma das suas filhas que namorava com ele.
(Namorava com ele, uma das suas filhas.)
e) O sujeito é o pronome relativo <quem>: O verbo
pode ficar na 3ª pessoa do singular ou concordar
com o antecedente do pronome.
Exemplo: Fui eu quem derramou o café.
Fui eu quem derramei o café.
f) O sujeito é formado por locuções pronominais
(Alguns de nós, poucos de vós, quais de..., quantos
de..., etc.): Se o primeiro pronome estiver no
singular, o verbo fica no singular. Se estiver no
plural, poderá concordar com o pronome
interrogativo/indefinido ou com o pronome
pessoal (nós ou vós).
Exemplo: Algum de nós o receberá.
Quais de vós me punirão?
Quais de vós me punireis?
Quais de nós são capazes?
Quais de nós somos capazes?
Vários de nós propuseram sugestões inovadoras.
Vários de nós propusemos sugestões inovadoras.
OBS.1: Veja que a opção por uma ou outra forma
indica a inclusão ou a exclusão do emissor. Quando
alguém diz ou escreve "Alguns de nós sabíamos de
tudo e nada fizemos", esta pessoa está se incluindo
no grupo dos omissos. Isso não ocorre quando
alguém diz ou escreve "Alguns de nós sabiam de
tudo e nada fizeram.", frase que soa como uma
denúncia.
g) O sujeito é formado de nomes no plural: Se o
sujeito não vier precedido de artigo, o verbo ficará
no singular. Caso venha antecipado de artigo, o
verbo concordará com o artigo.
Exemplo: Estados Unidos é uma nação poderosa.
Os Estados Unidos são a maior potência mundial.
h) O sujeito é formado por expressões
aproximativas: mais de um, menos de dois, cerca
de..., etc.: O verbo concorda com o numeral.
Exemplo: Mais de um aluno não compareceu à
aula.
Mais de cinco alunos não compareceram à aula.
OBS.: No caso da referida expressão aparecer
repetida ou associada a um verbo que exprime
reciprocidade, o verbo necessariamente deverá
permanecer no plural:
Exemplo: Mais de um aluno, mais de um professor
contribuíram.
Mais de um formando se abraçaram na formatura.
i) O sujeito tem por núcleo a palavra gente (sentido
coletivo) - o verbo poderá ser usado no singular ou
plural, se este vier afastado do substantivo.
Exemplo: A gente da cidade, temendo a violência
da rua, permanece em casa.
A gente da cidade, temendo a violência da rua,
permanecem em casa.
j) Quando os núcleos do sujeito são unidos por
"com": O verbo pode ficar no singular ou no plural.
No plural, os núcleos recebem um mesmo grau de
importância e a palavra <com> tem sentido muito
próximo ao de <e>. Para enfatizar o primeiro
elemento, usa-se o singular.
Exemplo: O governador com o secretariado
traçaram os planos.
O governador com o secretariado traçou os planos.
SUJEITO COMPOSTO
Regra geral: O verbo vai para o plural.
Exemplo: João e Maria foram passear no bosque.
CASOS ESPECIAIS:
a) Os núcleos do sujeito são constituídos de
pessoas gramaticais diferentes: O verbo ficará no
plural seguindo-se a ordem de prioridade: 1ª, 2ª e
3ª pessoa.
Exemplo: Eu (1ª pessoa) e ele (3ª pessoa) nos
tornaremos amigos. (O verbo ficou na 1ª pessoa do
plural porque esta tem prioridade sob a 3ª.)
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Tu (2ª pessoa) e ele (3ª pessoa) vos tornareis
amigos. (O verbo ficou na 2ª pessoa do plural
porque esta tem prioridade sob a 3ª.)
OBS1: No segundo exemplo, também é aceita a
concordância do verbo com a terceira pessoa.
Exemplo: Tu e ele se tornarão amigos. (3ª pessoa
do plural)
OBS.2: Se o sujeito estiver posposto, permite-se
também a concordância por atração com o núcleo
mais próximo do verbo.
Exemplo: Iremos eu e minhas amigas.
Irei eu e minhas amigas.
b) Os núcleos do sujeito estão coordenados
assindeticamente ou ligados por <e>: O verbo
concordará com os dois núcleos.
Exemplo: A jovem e a sua amiga seguiram a pé.
OBS.3: Se o sujeito estiver posposto, permite-se a
concordância por atração com o núcleo mais
próximo do verbo.
Exemplo: Seguiria a pé a jovem e a sua amiga.
OBS.4: Quando ocorre ideia de reciprocidade, no
entanto, a concordância é feita obrigatoriamente
no plural.
Exemplo: Abraçaram-se vencedor e vencido.
Ofenderam-se o jogador e o árbitro.
c) Os núcleos do sujeito são sinônimos ou
semelhantes e estão no singular: O verbo poderá
ficar no plural (concordância lógica) ou no singular
(concordância atrativa).
Exemplo: A angústia e ansiedade não o ajudavam
a se concentrar.
A angústia e ansiedade não o ajudava a se
concentrar.
d) Quando há gradação entre os núcleos: O verbo
pode concordar com todos os núcleos (lógica) ou
apenas com o núcleo mais próximo (concordância
atrativa).
Exemplo: Uma palavra, um gesto, um olhar
bastavam.
Uma palavra, um gesto, um olhar bastava.
e) Quando os sujeitos forem resumidos por: nada,
tudo, ninguém, etc.: O verbo concordará com o
aposto resumidor.
Exemplo: Os pedidos, as súplicas, o desespero,
nada o comoveu.
f) Quando o sujeito for constituído pelas
expressões: um e outro, nem um nem outro: O
verbo poderá ficar no singular ou no plural.
Exemplo: Um e outro já veio.
Um e outro já vieram.
g) Quando os núcleos do sujeito composto são
unidos por <ou> ou <nem>: O verbo deverá ficar
no plural se a declaração contida no predicadopuder ser atribuída a todos os núcleos.
Exemplo: Drummond ou Bandeira representam a
essência da poesia brasileira.
Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta.
OBS: Se os núcleos forem excludentes o verbo deve
ficar no singular. Em caso de retificação, deve
concordar com o mais próximo.
Exemplo: Você ou ele será escolhido.
O ladrão ou os ladrões não deixaram vestígio.
h) Quando os sujeitos estiverem ligados pelas
séries correlativas (tanto... como/ assim... como/
não só... mas também, etc.): O que comumente
ocorre é o verbo ir para o plural, embora o singular
seja aceitável se os núcleos estiverem no singular.
Exemplo: Tanto Erundina quanto Collor perderam
as eleições municipais em São Paulo.
Tanto Erundina quanto Collor perdeu as eleições
municipais em São Paulo.
SUJEITO ORACIONAL
Quando o sujeito é uma oração
subordinada substantiva subjetiva, o verbo da
oração principal fica na 3ª pessoa do singular.
Exemplo: Ainda falta dar os últimos retoques na
pintura.
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• OBS: Para saber se é o caso, substitua a
oração subordinada por ISSO: “Ainda falta
ISSO”. Percebe-se facilmente que ISSO é o
sujeito do verbo faltar.
O VERBO E A PARTÍCULA <SE>
a) Quando é índice de indeterminação do sujeito:
Quando índice de indeterminação do sujeito, o
<se> acompanha os verbos intransitivos,
transitivos indiretos e de ligação, os quais
obrigatoriamente são conjugados na terceira
pessoa do singular.
Exemplo: Precisa-se de governantes interessados
em civilizar o país.
Confia-se em teses absurdas.
Era-se mais feliz no passado.
b) Quando é partícula apassivadora: Quando
pronome apassivador, o <se> acompanha verbos
transitivos diretos (e alguns poucos indiretos) na
formação da voz passiva sintética. Nesse caso, o
verbo deve concordar com o sujeito da oração.
Exemplo: Construiu-se um posto de saúde.
Construíram-se novos postos de saúde.
Não se pouparam esforços para despoluir o rio.
Não se poupou esforço para despoluir o rio.
VERBOS IMPESSOAIS
São aqueles que não possuem sujeito. Uma
vez que os verbos se flexionam para concordar
com o sujeito, então estes verbos ficam sempre na
3ª pessoa do singular.
Haver no sentido de existir;
Fazer indicando tempo;
Verbos que indicam fenômenos da natureza.
Exemplo: Havia sérios problemas na cidade.
Fazia quinze anos que ele havia parado de estudar.
Choveu granizos ontem.
OBS: Em locução verbal nos casos acima, o verbo
auxiliar herda esta impessoalidade. Lembre-se que
o verbo existir não faz parte da regra:
Exemplo: Vai fazer quinze anos que ele parou de
estudar.
Deve haver indícios de fraude.
Pode ter havido casos semelhantes.
Existem sérios problemas na cidade.
Devem existir problemas na cidade.
VERBOS DAR, BATER E SOAR
Quando usados na indicação de horas,
possuem sujeito (relógio, hora, horas, badaladas...),
e com ele devem concordar.
Exemplo: O relógio deu duas horas.
Deu uma hora no relógio da estação.
Deram duas horas no relógio da estação.
O sino da igreja bateu cinco badaladas.
Bateram cinco badaladas no sino da igreja.
Soaram dez badaladas no relógio da escola.
A LOCUÇÃO "HAJA VISTA"
A locução “haja vista” admite duas
construções. A expressão fica invariável ou o
verbo haver pode variar (desde que não seguido
de preposição), considerando-se o termo seguinte
como sujeito.
Exemplo: Haja vista as lições dadas por ele.
Haja vista aos fatos explicados por esta teoria.
Hajam vista os exemplos de sua dedicação.
A EXPRESSÃO "EM QUE PESE"
Na expressão “em que pese”, o verbo “pesar”
permanece invariável quando se tratar de pessoa
ou concorda com o sujeito quando se tratar de
coisa.
Exemplo: Em que pese aos governistas, votaremos
contra.
Em que pesem as suas contradições, a melhor tese
ainda é a dele.
PORCENTAGEM + SUBSTANTIVO
a) Porcentagem + Substantivo, sem modificador da
porcentagem: Facultativamente o verbo poderá
concordar com o número referente à porcentagem
ou com o substantivo.
Exemplo: 1% da turma estuda muito.
1% dos alunos estuda / estudam muito.
10% da turma estuda / estudam muito.
10% dos alunos estudam muito.
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b) Porcentagem + Substantivo, com modificador da
porcentagem: O verbo concordará com o
modificador, que pode ser pronome
demonstrativo, pronome possessivo, artigo, etc.
Exemplo: Os 10% da turma estudam muito.
Aquele 1% dos alunos estuda mais.
c) Mais de, menos de, cerca de, perto de, antes da
porcentagem:
O verbo concordará apenas com o número
referente
à porcentagem, mesmo que haja elemento
modificador.
Exemplo: Mais de 1% dos alunos estuda muito.
Menos de 10% da turma estudam muito.
CONCORDÂNCIA COM O VERBO SER:
a) Quando, em predicados nominais, o sujeito for
representado por um dos pronomes: tudo, nada,
isto, isso, aquilo: O verbo <ser> ou <parecer>
concordarão com o predicativo.
Exemplo: Tudo são flores.
Aquilo parecem ilusões.
OBS: Poderá ser feita a concordância com o sujeito
quando se quer enfatizá-lo.
Exemplo: Aquilo é sonhos vãos.
b) O verbo ser concordará com o predicativo
quando o sujeito for os pronomes interrogativos
<que> ou <quem>.
Exemplo: Que são gametas?
Quem foram os escolhidos?
c) Em indicações de horas, datas, tempo, distância:
A concordância será feita com a expressão
numérica.
Exemplo: São nove horas.
É uma hora.
OBS: Em indicações de datas, são aceitas as duas
concordâncias, pois subentende-se a palavra dia.
Exemplo: Hoje são 24 de outubro.
Hoje é (dia) 24 de outubro.
d) Quando o sujeito ou predicativo da oração for
pronome pessoal, a concordância se dará com o
pronome.
Exemplo: Esse cara sou eu.
OBS: Se os dois termos (sujeito e predicativo)
forem pronomes, a concordância será com o que
aparece primeiro, considerando o sujeito da
oração.
Exemplo: Eu não sou tu.
e) Nas locuções: é pouco, é muito, é mais de, é
menos de, junto a especificações de preço, peso,
quantidade, distância e etc.: O verbo fica sempre no
singular.
Exemplo: Cento e cinquenta é pouco.
Cem metros é muito.
f) Nas expressões do tipo: ser preciso, ser
necessário, ser bom, o verbo e o adjetivo podem
ficar invariáveis (verbo na 3ª pessoa do singular e
adjetivo no masculino singular) ou concordar com
o sujeito posposto.
Exemplo: É necessário aqueles materiais.
São necessários aqueles materiais.
O VERBO "PARECER"
Em orações desenvolvidas, o verbo parecer
fica no singular.
Exemplo: As paredes parece que têm ouvidos.
(Parece que as paredes têm ouvidos.)
Quando seguido de infinitivo, admite duas
concordâncias:
a) O verbo parecer varia e não se flexiona o
infinitivo.
Exemplo: Alguns colegas pareciam chorar naquele
momento.
b) O verbo parecer não varia e o infinitivo sofre
flexão.
Exemplo: Alguns colegas parecia chorarem
naquele momento.
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OBS: A primeira construção é considerada
corrente, enquanto a segunda, literária.
CONCORDÂNCIA COM O INFINITIVO
O infinitivo é a forma nominal do verbo e
pode apresentar-se flexionado e não flexionado. O
estudo do infinitivo na Língua Portuguesa é
bastante complexo, já que, em alguns casos, ele
deve ser flexionado, em outros, ele pode ser
flexionado, e em outros ainda ele não se flexiona.
Exemplo de como flexionar o infinitivodo verbo
cantar:
Era para eu cantar
Era para tu cantares
Era para ele cantar
Era para nós cantarmos
Era para vós cantardes
Era para eles cantarem
a) Não se flexiona o infinitivo:
I) Não se flexiona o infinitivo se o sujeito for
representado por pronome
pessoal oblíquo átono (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos,
se, os, as, lhes).
Exemplo: Esperei-as chegar.
II) Quando o infinitivo não se referir a sujeito
algum.
Exemplo: Navegar é preciso, viver não é preciso.
Querer é poder.
Fumar prejudica a saúde.
É proibido colar cartazes neste muro.
É preciso lutar contra as drogas.
Vale a pena ter fé e esperança sempre.
III) Infinitivo com valor de imperativo (ordem,
pedido, conselho, apelo):
Exemplo: Soldados, recuar!
IV) Como verbo principal de locução verbal:
Exemplo: Os alunos podem sair mais cedo hoje. (O
verbo sair é o principal da locução "podem sair").
Eles não podem fazer isso! (O verbo fazer é o
principal da locução "podem fazer").
V) Quando fizer referência a gerúndio:
Exemplo: As peças estavam estragadas, devendo
ser substituídas.
Começaram as inscrições, podendo os candidatos
dirigir-se à sala
b) Flexiona-se obrigatoriamente o infinitivo:
I) Quando o sujeito for diferente de pronome átono,
estiver evidente e determinante de verbo não
acusativo:
Exemplo: Não é necessário vocês chegarem mais
cedo.
II) Quando se quiser indeterminar o sujeito
(utilizando a terceira pessoa do plural);
Exemplo: Faço isso para (eu) não me achar inútil.
Faço isso para não me acharem inútil.
III) Quando o infinitivo é o sujeito:
Exemplo: O morrerem pela pátria é sina de alguns
soldados.
IV) Quando o sujeito do verbo no infinitivo for
diferente do sujeito do verbo da outra oração.
Exemplo: Meninos, vejo estarem atrasados mais
uma vez. (O sujeito “vocês” do infinitivo “estar”é
diferente do sujeito “eu” do verbo “ver” na outra
oração.)
Falei a eles sobre a vontade de deixarmos o time.
(O sujeito “nós” do infinitivo “deixar” é diferente do
sujeito “eu” do verbo “ver” na outra oração.)
V) Quando o verbo for de ligação ou estiver na voz
passiva:
Exemplo: Elas tiveram que suar muito para se
tornarem campeãs.
O porta-voz disse que as medidas a serem tomadas
contra o terror serão rigorosas.
VI) Quando apresentar reciprocidade ou
reflexibilidade de ação.
Exemplo: Fizemos os adversários se
cumprimentarem com gentileza.
Deixem os namorados beijarem-se como quiserem.
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c) Flexão opcional: Quando possível, a escolha
do infinitivo flexionado é feita sempre que se
quer enfatizar o agente (sujeito) da ação
expressa pelo verbo.
I) Se o sujeito do verbo no infinitivo for o mesmo
do verbo da outra oração, a flexão do infinitivo não
é necessária. Não é, porém, proibida. (Alguns
gramáticos consideram que não deve haver flexão).
Os escoteiros chamaram os chefes para apresentar
o relatório.
Os escoteiros chamaram os chefes para
apresentarem o relatório.
(O sujeito de ambos os verbos “chamar” e
“apresentar” é o mesmo: os escoteiros.)
(tu) Lerás o texto antes de (tu) responder.
(tu) Lerás o texto antes de (tu) responderes.
Para estudar, estaremos sempre dispostos.
Para estudarmos, estaremos sempre dispostos.
II) Não sendo claro o sujeito, pode-se flexionar o
infinitivo quando for preciso evitar ambiguidade:
Está na hora de começarmos o trabalho. (nós)
Está na hora de começar o trabalho. (Quem? eu,
você, ele, nós?)
Exemplo: O presidente liberou os seus ministros
para subirem no palanque. (para os ministros
subirem)
O presidente liberou os seus ministros para subir
no palanque. (para o presidente subir)
III) Caso de Sujeito Acusativo: Quando um verbo no
infinitivo ou no gerúndio tiver a ação dependente
de verbo causativo (mandar, fazer, deixar, etc.) ou
quando tiver a ação recebida por verbo sensitivo
(ver, ouvir, sentir, etc.), seu sujeito será
denominado de sujeito acusativo. Ter a ação
dependente de outro verbo significa que a ação só
ocorre porque outra ocorreu anteriormente.
Constatado o sujeito acusativo, se for representado
por pronome oblíquo átono (me, te, se, o, as, nos...)
a concordância é na 3º pessoa do singular,
obrigatoriamente; caso contrário, sendo ele um
substantivo plural, a concordância é opcional.
Exemplo: Mandei os garotos sair.
Mandei os garotos saírem. (flexão opcional)
Verbo causativo: mandar;
Verbo dependente: sair;
Sujeito acusativo: substantivo “garotos”;
Mandei-os sair de lá. (não flexiona)
Verbo causativo: mandar;
Verbo dependente: sair;
Sujeito acusativo: pronome oblíquo “os”;
Sentimos (ou vimos, ou ouvimos) os colegas vacilar
nos debates.
Sentimos (ou vimos, ou ouvimos) os colegas
vacilarem nos debates.
Verbo sensitivo: Sentir (ou ver, ou ouvir);
Verbo dependente: vacilar;
Sujeito acusativo: substantivo “colegas”;
d) Preposição + Infinitivo:
I) Será não flexionado quando ocorrer locução
verbal onde a ligação com o verbo auxiliar ocorrer
por meio de preposição:
Exemplo: Acabamos de fazer os exercícios.
II) Será não flexionado quando houver a
combinação ADJETIVO + PREPOSIÇÃO +
INFINITIVO:
Exemplo: São casos difíceis de solucionar.
III) Não se flexiona o infinitivo precedido de
preposição com valor de gerúndio.
Exemplo: (Nós) Passamos horas a comentar o
filme. (comentando)
IV) Não se flexiona o infinitivo com preposição que
apareça depois de um verbo na voz passiva:
Exemplo: Os jornalistas foram forçados a sair da
sala.
As pessoas eram obrigadas a esperar em fila.
V) Depois da combinação ao, o infinitivo varia
obrigatoriamente:
Exemplo: Ao entrarmos, encontramos o João.
Ao derreterem-se, as amostras do gelo deixaram
sedimentos.
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VI) A variação será obrigatória se o verbo for
pronominal ou se exprimir reciprocidade ou
reflexibilidade de ação:
Exemplo: Gastamos duas horas para nos
dirigirmos para lá.
Eles relutaram muito para se cumprimentarem.
Foram ao cabeleireiro a fim de se pentearem.
VII) Nos demais casos é opcional flexionar ou não.
Exemplo: O rapaz ajudava as garotas a superar
suas dificuldades em Matemática.
O rapaz ajudava as garotas a superarem suas
dificuldades em Matemática.
Para chegar aqui, gastamos duas horas.
Para chegarmos aqui, gastamos duas horas.
CONCORDÂNCIA NOMINAL
REGRA GERAL: Os termos determinantes -
adjetivo, artigo, numeral, pronome e particípio-
concordam em gênero e número com o termo
determinado, o substantivo.
Exemplo: Uma árvore deve ter boas raízes.
Toda opinião devia ter um bom fundamento.
CASOS ESPECIAIS DE
CONCORDÂNCIA NOMINAL
1- ADJETIVO ANTES DOS SUBSTANTIVOS-
ANTEPOSTO AO SUBSTANTIVO.
a) Adjetivo + substantivo + substantivo ou mais. O
adjetivo concorda com o substantivo mais próximo.
Exemplo: 1 Lindas pérolas e rubis.
2 Lindos rubis e pérolas.
b) O adjetivo ficará no plural, se os substantivos
forem nomes próprios ou indicarem parentescos.
Exemplo: 1 Criativos Roberto Carlos e Erasmo
Carlos.
2 Engraçados pai e filho.
ADJETIVO COMO PREDICATIVO DO SUJEITO OU
DO OBJETO—o adjetivo anteposto poderá
concordar com o núcleo mais próximo ou no plural,
prevalecendo o masculino plural, em casos de
gêneros diferentes.
Exemplo: Emocionados, pai e mãe procuravam
disfarças as lágrimas.
Emocionado, pai e mãe procuravam disfarças
as lágrimas.
Emocionada, mãe e pai procuravam disfarçar
as lágrimas.
PREDICATIVO DO OBJETO
Ex.: A comissão julgadora considerou vitoriosaa
menina e o menino.
A comissão julgadora considerou vitoriosos a
menina e o menino.
• OBS: SE AS PALAVRAS DETERMINADAS SE
REFEREM A UMA SÓ PESSOA OU COISA,
IMPÕE-SE O SINGULAR DO
DETERMINANTE.
Exemplo: Seu fiel amigo e servidor.
2 - ADJETIVO POSPOSTO A DOIS OU MAIS
SUBSTANTIVOS- A CONCORDÂNCIA PODERÁ
SER:
a) Com o último substantivo; Ex.: Comprei vestido
e bolsa importada.
b) Com o masculino plural, se um dos substantivos
for masculino;
Exemplo: Comprei vestido e bolsa importados.
c) Com o plural, no gênero dos substantivos.
Exemplo: Comprei roupa e bolsa importadas.
ATENÇÃO: Quando há ideia de reciprocidade,
torna-se obrigatório o emprego do plural.
Exemplo: Encontrou padrinho e afilhada
empenhados em uma discussão sobre
sustentabilidade.
3 - DOIS OU MAIS ADJETIVOS POSPOSTOS A UM
SUBSTANTIVO. HÁ DUAS POSSIBILIDADES:
a) Substantivo no singular e repetição do artigo
antes do segundo adjetivo.
Exemplo: Adoro a cultura espanhola e a italiana
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b) Substantivo no plural e não emprego do artigo
antes do segundo adjetivo.
Exemplo: Adoro as culturas espanhola e italiana.
• OBS: Na função de predicativo do sujeito
ou do objeto o adjetivo posposto ao
substantivo concordará no mesmo gênero
plural, se os substantivos tiverem gêneros
iguais ou no masculino plural, se tiverem
gêneros diferentes.
Exemplo: Pai e mãe estavam emocionados.
Mãe e filha estavam emocionadas.
O médico atendeu a paciente idosa e ferida.
O médico atendeu a criança e a mãe feridas e
desidratadas.
CONCORDÂNCIA COM NUMERAL
1- Quando dois ou mais numerais ordinais
antecedem um substantivo, determinando-o este
concorda com o mais próximo ou flexiona-se para
o plural.
Exemplo: Jogarão os atletas da segunda e
terceira série.
Jogarão os atletas da segunda e terceira
séries.
2- Quando dois ou mais numerais ordinais
pospostos determinam um substantivo, este se
flexiona no plural.
Exemplo: Os artigos sétimo, oitavo e nono
esclarecem esse caso.
Já consultei os volumes primeiro, segundo e
quarto.
3- Quando se emprega os cardinais pelos ordinais,
não ocorre a flexão.
Exemplo: Página um. / figura vinte e um
• OBS. Linguagem jurídica- A folhas
vinte e uma / A folhas quarenta e
duas
4- Substantivo no singular precedido de numeral
combinado com um ou uma a preferência atual
é colocá-lo no plural.
Exemplo: Vinte e um dias / As mil e uma
noites
CONCORDÂNCIA COM OS ADJETIVOS
DESIGNATIVOS DE NOMES DE CORES.
Quando o nome da cor é constituído de dois
adjetivos, nesse caso a prática mais comum é
deixar o primeiro invariável na forma do
masculino e fazer a concordância do segundo
com o substantivo determinado. Embora não
deixem de aparecer exemplos em bons autores em
que estejam flexionados os dois adjetivos.
Ex.: Olhos verde-claros (dois adjetivos só o último
varia)
• OBS: VERDE- CLARO COMO
SUBSTANTIVO SE ATRIBUI O PLURAL
VERDES- CLAROS.
Exemplo: Os verdes –claros dos campos.
(substantivo + adjetivo ambos variam no caso do
plural dos substantivos compostos)
Os campos verde-claros. (neste caso verde-claro é
adjetivo)
Olhos da cor verde-claro (com a expressão da
cor ou de cor a cor fica no singular)
ATENÇÃO COR QUE NÃO É COR, NÃO VARIA
Exemplo: camisa vinho / camisas vinho
Uniforme laranja / uniformes laranja
Blusa rosa / Blusas rosa
ATENÇÃO OS ADJETIVOS SEGUINTES SÃO
INVARIÁVEIS.
AZUL-CELESTE / AZUL –MARINHO /
INFRAVERMELHO /
CONCORDÂNCIA COM O ADJETIVO COMPOSTO.
No adjetivo composto de dois ou mais
elementos referidos a nacionalidade a
concordância em gênero e número com o
substantivo só ocorrerá no último adjetivo
composto.
Exemplo: Acordo luso-brasileiro.
Amizade luso-brasileira
Lideranças luso-brasileiras.
O adjetivo composto varia apenas o último
quando termina em adjetivo. Quando termina
em substantivo fica invariável.
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Exemplo: Quartos verde-escuros (escuros
adjetivo)
Cabelos vermelho-fogo (fogo substantivo
invariável)
EXCEÇÃO- ADJETIVO SURDO-MUDO (apresenta
duas características por isso varia as duas
palavras).
PALAVRAS E EXPRESSÕES COM
CONCORDÂNCIA ESPECIAL
As palavras:
CARO, BARATO, MEIO, BASTANTE, MUITO,
POUCO E SÓS,
Quando classificadas como palavras adjetivas
concordam em gênero e número com o termo a que
se referem. Quando advérbio, ficam invariáveis.
CARO E BARATO MESMAS REGRAS PARA
SABERMOS SE FUNCIONAM COMO ADJETIVO
OU ADVÉRBIO.
Exemplo: As roupas foram caras/ baratas
(Adjetivo caras/ baratas concordam com roupas)
As roupas custaram caro /barato (Advérbio,
portanto invariável)
*Na dúvida com a classificação das palavras barato
e caro, troca o substantivo da frase por uma
palavra feminina, se houver a mudança para cara/
barata é adjetivo se não é adverbio.
Exemplo: O carro está caro. (adjetivo) A
moto está cara. (adjetivo)
O carro custa caro (advérbio) A moto
custa caro ( advérbio)
PALAVRA MEIO- Quando podemos dividir o termo
a que meio se refere é adjetivo, quando tem sentido
de “um pouco”, “um tanto” é advérbio.
Ex.: Era meio-dia e meia (meia hora)
Elas estavam meio triste.
BASTANTE- No sentido de muito é advérbio,
portanto invariável.
BASTANTES- muitos, muitas, / pronome
indefinido logo é variável
Suficientes / adjetivo logo é variável
Exemplo: Foram bastante agitadas as festas desta
semana. (bastante – advérbio no sentido de muito)
Compramos bastantes produtos orgânicos.
(bastantes – pronome indefinido no sentido de
muitos)
Temos razões bastantes para duvidar dele.
(bastantes – adjetivo no sentido de suficientes)
Em relação a palavra MUITO aplica-se a regra
inversa.
Exemplo: Tenho resolvido muitas questões de
matemática. (bastantes questões)
Tenho estudado muito matemática (estudado
bastante)
POUCO(s)- Contrário de muitos (as) variável
Contrário de muito (invariável)
Exemplo: Temos poucas horas até a viagem
(temos muitas horas)
Durmo pouco. (Dormimos muito).
SÓ= somente- advérbio invariável
SÓS = sozinhos – adjetivo- variável
A SÓS – locução adverbial invariável
Exemplo: Eles só convidaram os amigos (somente)
Muitas pessoas vivem sós no mundo. (sozinhas)
Eles precisavam falar a sós. (locução adverbial)
MESMO = No sentido de “embora”, ou “ainda que”
= conectivo invariável.
No sentido de realmente, ou de fato,
exatamente, precisamente, também ou até, é
advérbio invariável.
No sentido de os mesmos / as mesmas =
substantivo variável
Exemplo: As crianças mesmas organizaram a
festa. (as crianças próprias)
Foram sempre os mesmos em todas as
ocasiões.
Cheguei agora mesmo (Cheguei agora
precisamente)
Ele conferia mesmo os documentos não
questionados. (conferia até os documentos...)
Mesmo cansados continuamos estudando até
tarde. (embora cansados....)
AS PALAVRAS OBRIGADO, PRÓPRIO, ANEXO,
APENSO, INCLUSO E QUITE concordam em
gênero e número com o termo a que se referem.
Exemplo: A garotinha disse: Obrigada
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Muito obrigado, disse-nos ele.
A multa está inclusa neste valor?
As multasestão inclusas neste valor?
A cópia veio anexa/apensa ao contrato.
A cópias vieram anexas /apensas ao contrato.
Nós já pagamos todas as faturas. Agora estamos
quites.
Estou quite.
OS ADJETIVOS POSSÍVEL – PROVÁVEL- Nas
expressões superlativas concordam com o artigo
que as antecedem.
Exemplo: Os dois autores defendem a melhor
doutrina possível.
Essas frutas são as
mais saborosas possíveis.
Eles foram os mais
insolentes possíveis.
• OBS: A EXPRESSÃO QUANTO POSSÍVEL É
INVARIÁVEL.
Exemplo: Paisagens quanto possível belas.
ALERTA, MENOS, SOMENOS, PSEUDO E TODO -
são invariáveis na linguagem padrão.
Exemplo: Aqueles foram dias de pseudo -
felicidade.
Vieram menos pessoas ao evento este ano.
Mais amores e menos confiança.
Há neles coisas boas, coisas más e coisas somenos.
A fé todo – poderosa que nos guia é nossa
salvação (todo usado em termos compostos fica
invariável)
Os seguranças estavam sempre alerta. (adverbio,
invariável)
Alerta! (Interjeição invariável)
ATENÇÃO COM A PALAVRA ALERTA -
LINGUAGEM COLOQUIAL- OBSERVAR O TEXTO
A palavra alerta admite flexão se empregada
como adjetivo no sentido “ágil”, “atento” ou
“vigilante” Ou ainda como substantivo
significando “sinal” ou “ordem “para estar
atento
Exemplo: Elas eram funcionárias alertas. (alertas
= atentas, logo funciona como adjetivo)
Nós ouvimos repetidamente os alertas emitidos
pelas sirenes. (os alertas = os sinais, logo funciona
como substantivo).
SUBSTANTIVO + É BOM, É PRECISO, É
PROIBIDO, É NECESSÁRIO, É PERMITIDO
A flexão do adjetivo que nelas ocorre depende da
presença ou da ausência de um determinante junto
ao substantivo.
SUBSTANTIVO COM DETERMINANTE (ARTIGO OU
PRONOME) O ADJETIVO CONCORDA COM O
SUBSTANTIVO.
SUBSTANTIVO SEM DETERMINANTE O ADJETIVO
FICA INVARIÁVEL.
Exemplo: Não é permitida a entrada / Não é
permitido entrada
Verdura é bom para a saúde. / A verdura é
boa para a saúde.
CONCORDÂNCIA COM O
PARTICÍPIO
Caso o particípio apareça como verbo
principal em tempo composto com os auxiliares
TER OU HAVER ficará invariável.
Exemplo: A direção havia explicado as medidas
necessárias à solução da crise.
O presidente tinha dado as recomendações
Eu estava resfriado (particípio com função de
adjetivo)
Vários alunos andam resfriados (resfriados-
particípio com função de adjetivo.
ATENÇÃO: alguns particípios passaram a ter
emprego equivalente a preposição e advérbio
como tais devem aparecer invariáveis. Contudo
alguns escritores ainda procedem com a
concordância necessária.
Exemplo: Salva a hipótese (em desuso) Salvo
a hipótese Salvo exceções
CONCORDÂNCIA IDEOLÓGICA OU SILEPSE
É a concordância que ocorre partindo de
uma ideia ou sentido que ela indica.
Pode ocorrer: silepse de gênero (concordância
nominal). silepse de pessoa (concordância
verbal). Silepse de número (concordância verbal).
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Exemplo: A animada Salvador está cada vez mais
desenvolvida (silepse de gênero refere-se à
cidade)
Sua excelência, o governador, está adoentado
(silepse de gênero refere-se uma pessoa do sexo
masculino.)
OBS: quando se junta um adjetivo as formas de
tratamento V.Exª, V. Sª, etc. o adjetivo fica no
gênero da forma de tratamento.
Exemplo: Sua Magestade fidelíssima foi
contrariado pelos representantes diplomáticos.
O rebanho andava sem rumo pela planície seca;
tentavam inutilmente achar água. (Silepse de
número (singular e plural)
Todos os brasileiros falamos a mesma língua
silepse de pessoa (concordância verbal).
Todos os brasileiros falam a mesma língua.
(concordância gramatical normal)
QUESTÕES
1.
É assim que acontece a bondade
Rubem Alves
(...)
O que pode ser ensinado são as coisas que moram
no mundo de fora:
astronomia, física, química, gramática, anatomia,
números, letras, palavras.
Mas há coisas que não estão do lado de fora, coisas
que moram dentro do corpo.
Estão enterradas na carne, como se fossem
sementes à espera…
Sim, sim! Imagine isto: o corpo como um grande
canteiro!
Nele se encontram, adormecidas, em estado de
latência, as mais variadas sementes.
Elas poderão acordar, como a Bela Adormecida
acordou com um beijo.
Mas poderão também não brotar.
Tudo depende…
As sementes não brotarão se sobre elas houver
uma pedra.
E também pode acontecer que, depois de brotar,
elas sejam arrancadas…
De fato, muitas plantas precisam ser arrancadas,
antes que cresçam:
as pragas, tiriricas, picões…
Uma dessas sementes é a “solidariedade”.
A solidariedade não é uma entidade do mundo de
fora,
ao lado de estrelas, pedras, mercadorias, dinheiro,
contratos.
Se ela fosse uma entidade do mundo de fora
poderia ser ensinada e produzida.
A solidariedade é uma entidade do mundo interior.
Solidariedade nem se ensina, nem se ordena, nem
se produz.
A solidariedade tem de brotar e crescer como uma
semente…
Veja o ipê florido!
Nasceu de uma semente.
Depois de crescer não será necessária nenhuma
técnica,
nenhum estímulo, nenhum truque para que ele
floresça.
Angelus Silesius, místico antigo, tem um verso que
diz:
“A rosa não tem porquês. Ela floresce porque
floresce”.
O ipê floresce porque floresce.
Seu florescer é um simples transbordar natural da
sua verdade.
A solidariedade é como o ipê:
nasce e floresce.
Mas não em decorrência de mandamentos éticos
ou religiosos.
Não se pode ordenar: “Seja solidário!”
A solidariedade acontece como um simples
transbordamento:
as fontes transbordam…
Já disse que solidariedade é um sentimento.
É esse o sentimento que nos torna humanos.
A solidariedade me faz sentir sentimentos que não
são meus, que são de um outro.
Acontece assim: eu vejo uma criança vendendo
balas num semáforo.
Ela me pede que eu compre um pacotinho das suas
balas.
Eu e a criança – dois corpos separados e distintos.
Mas, ao olhar para ela, estremeço:
algo em mim me faz imaginar aquilo que ela está
sentindo.
E então, por uma magia inexplicável, esse
sentimento imaginado se aloja junto dos meus
próprios sentimentos.
Na verdade, desaloja meus sentimentos, pois eu
vinha, no meu carro, com sentimentos leves e
alegres,
e agora esse novo sentimento se coloca no lugar
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deles.
O que sinto não são meus sentimentos.
Foram-se a leveza e a alegria que me faziam cantar.
Agora, são os sentimentos daquele menino que
estão dentro de mim.
Meu corpo sofre uma transformação:
ele não é mais limitado pela pele que o cobre.
Expande-se.
Ele está agora ligado a um outro corpo que passa a
ser parte dele mesmo.
Isso não acontece nem por decisão racional, nem
por convicção religiosa, nem por um mandamento
ético.
É o jeito natural de ser do meu próprio corpo,
movido pela solidariedade.
Pela magia do sentimento de solidariedade meu
corpo passa a ser morada do outro.
É assim que acontece a bondade.
O menino me olhou com olhos suplicantes.
E, de repente, eu era um menino que olhava com
olhos suplicantes…
Disponível em
https://rubemalvesdois.wordpress.com/2010/09
/11/e-assim-que-acontece-a-bondade/
No período “Foram-se a leveza e a alegria que me
faziam cantar”, o verbo “foram” está no plural
porque concorda
A
com o sujeito que está no plural.
B
com o sujeito composto posposto a ele.
C
com o sujeito que representa um
coletivo.
D
com o sujeito composto anteposto a
ele.
2.
“Há duas formas de marcar o tempo”. Com relação
à concordância do verbo “haver”,analise as
afirmativas a seguir:
I. Fica no singular quando for usado no
sentido de existir ou acontecer.
II. É pessoal e por isso concorda com o
sujeito da oração.
III. Fica no plural para indicar um sujeito
indeterminado.
IV. É impessoal e forma uma oração sem
sujeito.
É correto o que se afirma
A
apenas em I e II.
B
apenas em I e IV.
C
apenas em II e IV.
D
apenas em II e III.
3.
Tendo em vista as regras de concordância verbal,
assinale a alternativa que não segue corretamente
essas regras.
A
Atualmente persistem as críticas
sobre a aparência física de algumas
mulheres.
B
Havia muitas pessoas que gostariam
de provar novos sabores.
C
Faltam às pessoas um bom conselho
sobre como agir diante da opinião
alheia.
D
Polêmicas haverão de existir sobre a
roupa da cantora em seu show.
4.
Assinale a alternativa que não está de acordo com
as regras de concordância verbal.
A
Mais de uma pessoa foi cancelada
naquele momento.
B
Nem um nem outro foi cancelado.
C
Faz dois anos que não sou cancelado
nas redes socias.
D
Haviam muitas pessoas na sala
discutindo sobre cancelamento.
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5.
Assinale a alternativa em que a acentuação gráfica
e a concordância verbal estão corretas.
A
As pessoas, que não lêem boas obras
literárias, sente dificuldades em
escrever.
B
Em janeiro, as chuvas eram tão fortes
que os para-raios saíam voando.
C
Hoje, as crianças vêem os superherois,
diferentemente dos seus país.
D
Na Antigüidade, os pedidos de
remissão era mais respeitados por
todos.
E
Nos Jogos Panamericanos, os atletas
brasileiros costumam terem boa
atuação.
6.
TEXTO III
Seu pai a trazia às vezes, aos domingos, quando
vinha cumprir o piedoso dever de amizade,
visitando Quaresma. Há quanto tempo estava ele
ali? Ela não se lembrava ao certo; uns três ou
quatro meses, se tanto.
Só o nome da casa metia medo. O hospício! É assim
como uma sepultura em vida, um semi-
enterramento, enterramento do espírito, da razão
condutora, de cuja ausência os corpos raramente
se ressentem.
A saúde não depende dela e há muitos que
parecem até adquirir mais força de vida, prolongar
a existência, quando ela se evola não se sabe por
que orifício do corpo e para onde. Com que terror,
uma espécie de pavor de coisa sobrenatural,
espanto de inimigo invisível e onipresente, não
ouvia a gente pobre referir-se ao estabelecimento
da Praia das Saudades! Antes uma boa morte,
diziam.
No primeiro aspecto, não se compreendia bem esse
pasmo, esse espanto, esse terror do povo por
aquela casa imensa, severa e grave, meio hospital,
meio prisão, com seu alto gradil, suas janelas
gradeadas, a se estender por uns centos de metros,
em face do mar imenso e verde, lá na entrada da
baía, na Praia das Saudades. Entrava-se, viam-se
uns homens calmos, pensativos, meditabundos,
como monges em recolhimento e prece.
De resto, com aquela entrada silenciosa, clara e
respeitável, perdia-se logo a ideia popular da
loucura; o escarcéu, os trejeitos, as fúrias, o
entrechoque de tolices ditas aqui e ali.
Não havia nada disso; era uma calma, um silêncio,
uma ordem perfeitamente naturais. No fim, porém,
quando se examinavam bem, na sala das visitas,
aquelas faces transtornadas, aqueles ares
aparvalhados, alguns idiotas e sem expressão,
outros como alheados e mergulhados em um
sonho íntimo sem fim, e via-se também a excitação
de uns, mais viva em face à atonia de outros, é que
se sentia bem o horror da loucura, o angustioso
mistério que ela encerra, feito não sei de que
inexplicável fuga do espírito daquilo que se supõe
o real, para se apossar e viver das aparências das
coisas ou de outras aparências das mesmas.
Quem uma vez esteve diante deste enigma
indecifrável da nossa própria natureza, fica
amedrontado, sentindo que o gérmen daquilo está
depositado em nós e que por qualquer coisa ele nos
invade, nos toma, nos esmaga e nos sepulta numa
desesperadora compreensão inversa e absurda de
nós mesmos, dos outros e do mundo. Cada louco
traz em si o seu mundo e para ele não há mais
semelhantes: o que foi antes da loucura é outro
muito outro do que ele vem a ser após.
No trecho “...há muitos que parecem até adquirir
mais força de vida”, é obedecida a regra de
concordância verbal. Assinale a alternativa em que
a regras de concordância verbal também são
empregadas corretamente.
A
Eu sou aquele que veio para apaziguar
os ânimos.
B
Mais de uma noiva quiseram trocar
seus vestidos
C
Quem teria sido meus pais biológicos?
D
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Restava cerca de duzentas pessoas
esperando por atendimento.
7.
Disponível em: revistaencontro.com.br/canal/
encontro-indica/2015/03/conhecao- ilustrador-
que-da-vida-a-armandinho-que-e-sucesso-no-
facebo.html. Acesso em 04 de fev. 2021. 13.
No trecho “Faz três dias que sonho com pão de
queijo!” é obedecida a regra de concordância
verbal. Assinale a alternativa em que a regra de
concordância verbal também é estabelecida
corretamente.
A
Devem fazer cinco anos que me separei
e hoje estou muito feliz.
B
Fui eu que lhe pediu em casamento.
C
Muitas pessoas já havia conhecido o
companheiro ideal.
D
Quem teriam sido os críticos da crônica
de João Antônio?
8.
No período “O montante equivale a 23 milhões de
caminhões de 40 toneladas carregados, o que,
segundo a entidade, seria suficiente para circundar
a Terra sete vezes”, o verbo destacado está
realizando a sua concordância
A
com o substantivo “montante” a que se
refere.
B
com o numeral “40 toneladas” a que se
refere.
C
com o substantivo “entidade” a que se
refere.
D
com o numeral “23 milhões” a que se
refere.
9.
A concordância verbal não está de acordo como
preceitua a gramática em
A
Naquele momento, mais de uma pessoa
mostrou-se indiferente à dor do
companheiro.
B
Ele foi um dos que se compadeceu da
dor alheia.
C
Haviam ali várias pessoas indiferentes
ao sofrimento do amigo.
D
A dor, a angústia, o sofrimento, tudo
parece ser imperceptível para
determinadas pessoas.
10.
Disponível
em: https://tirasarmandinho.tumblr.com/. Acesso
em 09 de janeiro de 2020.
Na passagem “A cada dia há mais pessoas como
você”, presente no 3º quadrinho no TEXTO VI,
houve a correta concordância do verbo “haver”, de
acordo com a Norma Padrão da Língua Portuguesa.
Assinale a alternativa que não estabelece a correta
concordância desse mesmo verbo.
A
Acredito que devem haver leis que
amparem o trabalhador.
B
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Havia simples operários na fila, em
busca de oportunidades.
C
Os empregados é que
se houvessem com o patrão sobre os
baixos salários.
D
Outros haverão de arrumar um
emprego logo.
11.
Os outros que ajudam (ou não)
Muitos anos atrás, conheci um alcoólatra, que, aos
quarenta anos, quis parar de beber. O que o levou
a decidir foi um acidente no qual ele, bêbado, quase
provocara a morte da companheira que ele amava,
por quem se sentia amado e que esperava um filho
dele.
O homem frequentou os Alcoólicos Anônimos. Deu
certo, mas, depois de um tempo, houve uma
recaída brutal. Desanimado, mas não menos
decidido, com o consenso de seu grupo do AA o
homem se internou numa clínica especializada,
onde ficou quase