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1. RPA_UNESP-Medicina_2019

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R.P.A. - UNESP
Revisão Programada Anual
C N
CIÊNCIAS DA
NATUREZA
C
CIÊNCIAS
HUMANAS
H
L
LINGUAGENS
E CÓDIGOS
C
M
MATEMÁTICA
T
CARO ALUNO
Desde 2010, o Hexag Medicina é referência na preparação pré-vestibular de candidatos à carreira de 
Medicina. Você está recebendo o livro Unesp (questões objetivas) – R.P.A. (Revisão Programada Anual). Este ma-
terial tem o objetivo de verificar se você apreendeu os conteúdos estudados, oferecendo uma seleção de questões 
ideais para exercitar sua memória.
Aproveite para aprimorar seus conhecimentos.
Bons estudos!
Herlan Fellini
SUMÁRIO
 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
GRAMÁTICA 7
INTERPRETAÇÃO 19
LITERATURA 27
INGLÊS 39
 REDAÇÃO 45
 CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
HISTÓRIA GERAL 53
HISTÓRIA DO BRASIL 63
FILOSOFIA 77
SOCIOLOGIA 85
GEOGRAFIA 1 93
GEOGRAFIA 2 107
 CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
BIOLOGIA 1 121
BIOLOGIA 2 133
BIOLOGIA 3 143
FÍSICA 1 155
FÍSICA 2 165
FÍSICA 3 174
QUÍMICA 1 187
QUÍMICA 2 195
QUÍMICA 3 203
 MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
MATEMÁTICA 1 215
MATEMÁTICA 2 225
MATEMÁTICA 3 233
LINGUAGENS, CÓDIGOS
e suas tecnologiasL
ENTRE LETRAS
C
Interpretação de Texto 48%
Literatura 24%
Gramática 21%
Estilística
Outros 1%
Text Comprehension 66%
Vocabulary 11%
Verbs 9%
Conjunction 7%
Adjectives and Pronouns 4%
Outros 4%
UNESP - Inglês
UNESP - Interpretação,
Literatura, e Gramática
7
Prescrição: A prova de Gramática do vestibular da Unesp é bastante ampla, exigindo conhecimentos 
de áreas muito variadas da disciplina. O destaque fica por conta dos estudos que promovem trânsitos 
entre a sintaxe do período simples e a do período composto, que, nos últimos anos, têm dado origem 
a questões de maior nível de complexidade.
GRÁMATICA
APLICAÇÃO DOS CONHECIMENTOS - SALA
 1. (Unesp 2018) Leia o soneto “Nasce o Sol, e 
não dura mais que um dia”, do poeta Gregó-
rio de Matos (1636-1696).
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
Porém, se acaba o Sol, por que nascia?
Se é tão formosa a Luz, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.
(Poemas escolhidos, 2010.) 
Em “Nasce o Sol, e não dura mais que um 
dia,” (1ª estrofe), a conjunção aditiva “e” 
assume valor:
a) causal.
b) alternativo.
c) conclusivo.
d) adversativo.
e) explicativo.
 2. (Unesp) Leia o excerto do “Sermão da Pri-
meira Dominga do Advento”, de Antônio 
Vieira (1608-1697), pregado na Capela Real, 
em Lisboa, no ano de 1650.
Sabei cristãos, sabei príncipes, sabei minis-
tros, que se vos há de pedir estreita conta do 
que fizestes; mas muito mais estreita do que 
deixastes de fazer. Pelo que fizeram, se hão 
de condenar muitos, pelo que não fizeram, 
todos. [...]
Desçamos a exemplos mais públicos. Por uma 
omissão perde-se uma maré, por uma maré 
perde-se uma viagem, por uma viagem per-
de-se uma armada, por uma armada perde-
-se um Estado: dai conta a Deus de uma Ín-
dia, dai conta a Deus de um Brasil, por uma 
omissão. Por uma omissão perde-se um avi-
so, por um aviso perde-se uma ocasião, por 
uma ocasião perde-se um negócio, por um 
negócio perde-se um reino: dai conta a Deus 
de tantas casas, dai conta a Deus de tantas 
vidas, dai conta a Deus de tantas fazendas1, 
dai conta a Deus de tantas honras, por uma 
omissão. Oh que arriscada salvação! Oh que 
arriscado ofício é o dos príncipes e o dos 
ministros! Está o príncipe, está o ministro 
divertido, sem fazer má obra, sem dizer má 
palavra, sem ter mau nem bom pensamento: 
e talvez naquela mesma hora, por culpa de 
uma omissão, está cometendo maiores da-
nos, maiores estragos, maiores destruições, 
que todos os malfeitores do mundo em mui-
tos anos. O salteador na charneca com um 
tiro mata um homem; o príncipe e o minis-
tro com uma omissão matam de um golpe 
uma monarquia. A omissão é o pecado que 
com mais facilidade se comete e com mais 
dificuldade se conhece; e o que facilmente 
se comete e dificultosamente se conhece, ra-
ramente se emenda. A omissão é um pecado 
que se faz não fazendo. [...]
Mas por que se perdem tantos? Os menos 
maus perdem-se pelo que fazem, que estes 
são os menos maus; os piores perdem-se 
pelo que deixam de fazer, que estes são os 
piores: por omissões, por negligências, por 
descuidos, por desatenções, por divertimen-
tos, por vagares, por dilações, por eternida-
des. Eis aqui um pecado de que não fazem 
escrúpulo os ministros, e um pecado por que 
se perdem muitos. Mas percam-se eles em-
bora, já que assim o querem: o mal é que se 
perdem a si e perdem a todos; mas de todos 
hão de dar conta a Deus. Uma das cousas de 
que se devem acusar e fazer grande escrú-
pulo os ministros, é dos pecados do tempo. 
Porque fizeram o mês que vem o que se havia 
de fazer o passado; porque fizeram amanhã 
o que se havia de fazer hoje; porque fizeram 
depois o que se havia de fazer agora; por-
que fizeram logo o que se havia de fazer já. 
Tão delicadas como isto hão de ser as cons-
ciências dos que governam, em matérias de 
8
momentos. O ministro que não faz grande 
escrúpulo de momentos não anda em bom 
estado: a fazenda pode-se restituir; a fama, 
ainda que mal, também se restitui; o tempo 
não tem restituição alguma.
(Essencial, 2013. Adaptado.)
1fazenda: conjunto de bens, de haveres.
Tendo em vista o gênero literário em que se 
enquadra o texto e os recursos expressivos 
nele presentes, o verbo que melhor expressa 
sua finalidade é:
a) reverenciar.
b) persuadir.
c) celebrar.
d) alegrar.
e) ludibriar.
3. (Unesp) Leia a fábula “O morcego e as do-
ninhas”, do escritor grego Esopo (620 a.C.?-
564 a.C.?).
Um morcego caiu no chão e foi capturado
por uma doninha1. Como seria morto, rogou
à doninha que poupasse sua vida.
— Não posso soltá-lo – respondeu a doninha
–, pois sou, por natureza, inimiga de todos
os pássaros.
— Não sou um pássaro – alegou o morcego.
— Sou um rato.
E assim ele conseguiu escapar. Mais tarde,
ao cair de novo e ser capturado por outra
doninha, ele suplicou a esta que não o devo-
rasse. Como a doninha lhe disse que odiava
todos os ratos, ele afirmou que não era um
rato, mas um morcego. E de novo conseguiu
escapar. Foi assim que, por duas vezes, lhe
bastou mudar de nome para ter a vida salva.
(Fábulas, 2013.)
1doninha: pequeno mamífero carnívoro, de 
corpo longo e esguio e de patas curtas (tam-
bém conhecido como furão).
“Como seria morto, rogou à doninha que 
poupasse sua vida.” (1º parágrafo)
Em relação à oração que a sucede, a oração 
destacada tem sentido de:
a) proporção.
b) comparação.
c) consequência.
d) causa.
e) finalidade.
4. (Unesp) A questão focaliza uma passagem
do romance Água-Mãe, de José Lins do Rego
(1901-1957).
ÁGUA-MÃE
Jogava com toda a alma, não podia 
compreender como um jogador se encostava, 
não se entusiasmava com a bola nos pés. 
Atirava-se, não temia a violência e com a sua 
agilidade espantosa, fugia das entradas, dos 
pontapés. Quando aquele back1, num jogo de 
subúrbio, atirou-se contra ele, recuou para 
derrubá-lo, e com tamanha sorte que o bruto 
se estendeu no chão, como um fardo. E foi 
assim crescendo a sua fama. Aos poucos se 
foi adaptando ao novo Joca que se formara 
nos campos do Rio. Dormia no clube, 
mas a sua vida era cada vez mais agitada. 
Onde quer que estivesse, era reconhecido e 
aplaudido. Os garçons não queriam cobrar 
as despesas que ele fazia e até mesmo nos 
ônibus, quando ia descer, o motorista lhe 
dizia sempre:
— Joca, você aqui não paga.
Quando entrava no cinema era reconhecido. 
Vinham logo meninos para perto dele. Sabia 
que agradava muito. No clube tinha amigos. 
Havia porém o antigocenter-forward2 que 
se sentiu roubado com a sua chegada. Não 
tinha razão. Ele fora chamado. Não se ofe-
recera. E o homem se enfureceu com Joca. 
Era um jogador de fama, que fora grande 
nos campos da Europa e por isso pouco liga-
va aos que não tinham o seu cartaz. A en-
trada de Joca, o sucesso rápido, a maravilha 
de agilidade e de oportunismo, que carac-
terizava o jogo do novato, irritava-o até ao 
ódio. No dia em que tivera que ceder a po-
sição, a um menino do Cabo Frio, fora para 
ele como se tivesse perdido as duas pernas. 
Viram-no chorando, e por isso concentrou 
em Joca toda a sua raiva. No entanto, Joca 
sempre o procurava. Tinha sido a sua admi-
ração, o seu herói.
(Água-Mãe, 1974.) 
1Beque, ou seja, o zagueiro de hoje.
2Centroavante.
”Quando entrava no cinema era reconhecido.”
A língua portuguesa aceita muitas variações 
na ordem dos termos na oração e no período, 
desde que não causem a desestruturação sin-
tática e a perturbação ou quebra do sentido.
Assinale a alternativa em que a reordena-
ção dos elementos não altera a estrutura do 
período em destaque e mantém o mesmo 
sentido.
a) Quando era no reconhecido cinema entrava.
b) Era reconhecido quando entrava no cinema.
c) Entrava quando no cinema era reconhecido.
d) Quando era reconhecido entrava no cinema.
e) Entrava reconhecido quando era no cinema.
5. (Unesp) A questão toma por base uma pas-
sagem do artigo “Os operários da música li-
vre”, de Ronaldo Evangelista.
9
Desde o final do século 20, toda a engre-
nagem industrial do mercado musical passa 
por intensas transformações, como o surgi-
mento e disseminação de novas tecnologias, 
em grande parte gratuitas, como os arqui-
vos MP3s, as redes de compartilhamento 
destes arquivos, mecanismos torrents, sites 
de armazenamento de conteúdo, ferramen-
tas de publicação on-line – tudo à dispo-
sição de quem quisesse dividir com os ou-
tros suas canções e discos favoritos. A era 
pós-industrial atingiu toda a indústria do 
entretenimento, mas o braço da música foi 
quem mais sofreu, especialmente as gran-
des gravadoras multinacionais, as chama-
das majors, que sofreram um declínio em 
todas as etapas de seu antigo negócio, ao 
mesmo tempo em que rapidamente se aper-
feiçoavam ferramentas baratas e caseiras 
de produção que diminuíam a distância en-
tre amadores e profissionais.
A era digital é também chamada de pós-
-industrial porque confronta o modelo de 
produção que dominava até o final do sécu-
lo 20. Esse modelo industrial é baseado na 
repetição, em formatar e embalar. Por trás 
disso, a ideia é obter a máxima produção 
– o que, para produtos em geral, funciona 
muito bem. Quando esses parâmetros são 
aplicados à arte, a venda do produto (por 
exemplo, o disco) depende do conteúdo (a 
canção). A canção que vai resultar nessa 
“produção máxima” é buscada por meio de 
um equilíbrio entre criatividade e uma fór-
mula de sucesso que desperte o interesse do 
público. Como estudos ainda não consegui-
ram decifrar como direcionar a criatividade 
de uma maneira que certamente despertará 
esse interesse (e maximizará a produção), a 
opção normalmente costuma ser pela solu-
ção mais simples.
“Cada um tem descoberto suas fórmulas e 
possibilidades, pois tudo tende a ser cada 
vez menos homogêneo”, opina o baia-
no Lucas Santtana, que realizou seus dis-
cos recentes às próprias custas.“Claro que 
ainda existe uma distância em relação aos 
artistas chamados mainstream”, continua. 
“Mas você muda o tamanho da escala e já 
está tudo igual em termos de business. A 
pergunta é se essa geração faz uma músi-
ca para esse grande mercado ou se ela está 
formando um novo público. Outra pergunta 
é se o grande mercado na verdade não passa 
de uma imposição de uma máfia que dita o 
que vai ser popular.”
(Galileu, março de 2013. Adaptado.) 
Como estudos ainda não conseguiram deci-
frar como direcionar a criatividade de uma 
maneira que certamente despertará esse 
interesse (e maximizará a produção), a op-
ção normalmente costuma ser pela solução 
mais simples.
O período em destaque apresenta muitos 
ecos (coincidências de sons de finais de pa-
lavras). Uma das formas de evitá-los e tor-
nar a sequência mais fluente seria colocar 
“conduzir”, “tal”, “quantidade produzida” 
em lugar de, respectivamente:
a) direcionar, esse, produção.
b) decifrar, esse, solução.
c) direcionar, interesse, produção.
d) conseguiram, que, opção.
e) decifrar, interesse, maximizará.
RAIO X - ANÁLISE EXPOSITIVA
 1. A conjunção coordenativa “e”, normalmente 
aplicada com noção de adição, pode apre-
sentar-se com sentido adversativo quando 
exprime oposição ou contraste, podendo ser 
substituída por “mas“, “porém“, “todavia“, 
“contudo“ e “entretanto“, como acontece no 
verso do enunciado.
 2. Trata-se de um texto argumentativo, portan-
to, pretende convencer o leitor. No caso es-
pecífico, tenta persuadir os governantes para 
que estes abandonem uma postura omissa e 
partam para a ação.
 3. A conjunção subordinativa adverbial causal 
“como” determina a noção de causa à oração 
seguinte. Outras conjunções do mesmo tipo 
que poderiam ser usadas no lugar de “como” 
sem perda do sentido são: “visto que“, “já 
que“ e “uma vez que“.
 4. [A] Incorreta. A preposição “em“ + artigo 
“o“ (no), como também o verbo no final da 
oração (entrava), deixam-na completamente 
sem sentido.
[B] Correta. Verbo “ser“ + particípio + ad-
vérbio + complementos, mantendo o sentido 
e a ordem dos fatos.
[C] Incorreta. O verbo no início da oração 
(entrava) dá a ideia de que o jogador entra-
va em algum lugar, quando no cinema era re-
conhecido por alguém, o que altera o sentido 
original da oração.
[D] Incorreta. O adjunto adverbial de tempo 
“quando“, no início da oração, + verbo de 
ligação + verbo no particípio passam a ideia 
de que o jogador entrava no cinema quando 
era reconhecido por alguém, alterando, as-
sim, o sentido original da oração.
[E] Incorreta. Os dois verbos juntos (“en-
trava“ e “reconhecido“), no início da ora-
ção, deixam a oração completamente sem 
sentido.
10
 5. [A] Correta. Substituindo para conferir: 
Como estudos ainda não conseguiram deci-
frar como conduzir a criatividade de uma 
maneira que certamente despertará tal in-
teresse (e maximizará a quantidade produ-
zida). Com estas substituições, evitam-se os 
ecos desnecessários e que contrariam o pa-
drão culto da língua.
[B] Substituindo conforme o pedido: Como 
estudos ainda não conseguiram conduzir 
como direcionar a criatividade de uma ma-
neira que certamente despertará tal inte-
resse (e maximizará a produção), a opção 
normalmente costuma ser pela quantidade 
produzida mais simples. Houve indesejável 
alteração de sentido, dando a ideia de “sim-
plicidade” inadequada à questão.
[C] Como estudos ainda não conseguiram de-
cifrar como conduzir a criatividade de uma 
maneira certamente despertará esse tal (e 
maximizará a quantidade produzida), a op-
ção normalmente costuma ser pela solução 
mais simples. A oração ficou com o sentido 
cortado e incompleto pelo termo tal.
[D] Como estudos ainda não conduzir deci-
frar como direcionar a criatividade de uma 
maneira tal certamente despertará esse in-
teresse (e maximizará a produção), a quan-
tidade produzida normalmente costuma ser 
pela solução mais simples. Oração ficou com-
pletamente sem sentido com as substitui-
ções indicadas.
[E] Como estudos ainda não conseguiram 
como conduzir direcionar a criatividade de 
uma maneira que certamente despertará 
esse tal (e a quantidade produzida a produ-
ção), a opção normalmente costuma ser pela 
solução mais simples. Oração ficou comple-
tamente sem sentido com as substituições 
indicadas.
GABARITO
 1. D 2. B 3. D 4. B 5. A
11
PRÁTICA DOS CONHECIMENTOS - E.O.
 1. (Unesp) A questão toma por base dois tre-
chos de um artigo de Alexandre Oliva sobre a 
importância do uso de softwarena educação.
Software Livre, isto é, software que respei-
ta as liberdades dos usuários de executar o 
software para qualquer propósito, de estudar 
o código fonte do software e adaptá-lo para 
que faça o que o usuário deseje, de fazer e 
distribuir cópias do software, e de melhorá-
-lo e distribuir as melhorias, permite que 
pessoas usem computadores sem abrir mão 
de serem livres e independentes, sem acei-
tar condições que os impeçam de obter ou 
criar conhecimento desejado.
Software que priva o usuário de qualquer 
dessas liberdades não é Livre, é privativo, e 
mantém usuários divididos, dependentes e 
impotentes. Não é uma questão técnica, não 
tem nada a ver com preço nem com a tare-
fa prática desempenhada pelo software. Um 
mesmo programa de computador pode ser 
Livre para alguns usuários e não-Livre para 
outros, e tanto os Livres quanto os privativos 
podem ser grátis ou não. Mas além do conhe-
cimento que foram projetados para transmi-
tir, um deles ensinará liberdade, enquanto o 
outro ensinará servidão.
[...]
Se o usuário depender de permissão do 
desenvolvedor do software para instalá-lo 
ou utilizá-lo num computador qualquer, o 
desenvolvedor que decida negá-la, ou exija 
contrapartida para permiti-la, efetivamen-
te terá controle sobre o usuário. Pior ain-
da se o software armazenar informação do 
usuário de maneira secreta, que somente o 
fornecedor do software saiba decodificar: 
ou o usuário paga o resgate imposto pelo 
fornecedor, ou perde o próprio conhecimen-
to que confiou ao seu controle. Seja qual for 
a escolha, restarão menos recursos para uti-
lizar na educação.
Ter acesso negado ao código fonte do progra-
ma impede o educando de aprender como o 
software funciona. Pode parecer pouco, para 
alguém já acostumado com essa prática que 
pretende também controlar e, por vezes, en-
ganar o usuário: de posse do código fonte, 
qualquer interessado poderia perceber e evi-
tar comportamento indesejável, inadequado 
ou incorreto do software. Através dessa im-
posição de impotência, o fornecedor cria um 
monopólio sobre eventuais adaptações ao 
software: só poderão ser desenvolvidas sob 
seu controle. Pior ainda: cerceia a curiosi-
dade e a criatividade do educando. Crian-
ças têm uma curiosidade natural para saber 
como as coisas funcionam. Assim como des-
montam um brinquedo para ver suas entra-
nhas, poderiam querer entender o software 
que utilizam na escola. Mas se uma criança 
pedir ao professor, mesmo o de informática, 
que lhe ensine como funciona um determi-
nado programa privativo, o professor só po-
derá confessar que é um segredo guardado 
pelo fornecedor do software, que a escola 
aceitou não poder ensinar ao aluno. Limites 
artificiais ao que os alunos poderão almejar 
descobrir ou aprender são a antítese da edu-
cação, e a escolha de modelos de negócio de 
software baseados numa suposta necessida-
de de privação e controle desse conhecimen-
to não deve ser incentivada por ninguém, 
muito menos pelo setor educacional.
(Alexandre Oliva. Software privativo é falta de 
educação. http://revista.espiritolivre.org)
[...] cerceia a curiosidade e a criatividade do 
educando.
A forma verbal cerceia, nesta frase do último 
parágrafo, significa:
a) contamina.
b) reforça.
c) restringe.
d) cerca.
e) estimula.
 2. (Unesp) A questão toma por base um frag-
mento de “Glória moribunda“, do poeta 
romântico brasileiro Álvares de Azevedo 
(1831-1852).
É uma visão medonha uma caveira?
Não tremas de pavor, ergue-a do lodo.
Foi a cabeça ardente de um poeta,
Outrora à sombra dos cabelos loiros.
Quando o reflexo do viver fogoso
Ali dentro animava o pensamento,
Esta fronte era bela. Aqui nas faces
Formosa palidez cobria o rosto;
Nessas órbitas – ocas, denegridas! –
Como era puro seu olhar sombrio!
Agora tudo é cinza. Resta apenas
A caveira que a alma em si guardava,
Como a concha no mar encerra a pérola,
Como a caçoula a mirra incandescente.
Tu outrora talvez desses-lhe um beijo;
Por que repugnas levantá-la agora?
Olha-a comigo! Que espaçosa fronte!
Quanta vida ali dentro fermentava,
Como a seiva nos ramos do arvoredo!
E a sede em fogo das ideias vivas
Onde está? onde foi? Essa alma errante
Que um dia no viver passou cantando,
12
Como canta na treva um vagabundo,
Perdeu-se acaso no sombrio vento,
Como noturna lâmpada apagou-se?
E a centelha da vida, o eletrismo
Que as fibras tremulantes agitava
Morreu para animar futuras vidas?
Sorris? eu sou um louco. As utopias,
Os sonhos da ciência nada valem.
A vida é um escárnio sem sentido,
Comédia infame que ensanguenta o lodo.
Há talvez um segredo que ela esconde;
Mas esse a morte o sabe e o não revela.
Os túmulos são mudos como o vácuo.
Desde a primeira dor sobre um cadáver,
Quando a primeira mãe entre soluços
Do filho morto os membros apertava
Ao ofegante seio, o peito humano
Caiu tremendo interrogando o túmulo...
E a terra sepulcral não respondia.
(Poesias completas, 1962.) 
Mas esse a morte o sabe e o não revela.
Nas duas orações que constituem este verso, 
os termos em destaque apresentam o mesmo 
referente, a saber:
a) vácuo.
b) escárnio.
c) lodo.
d) cadáver.
e) segredo.
 3. (Unesp) A questão toma por base um frag-
mento da crônica ”Letra de canção e poesia”, 
de Antonio Cicero.
Como escrevo poemas e letras de canções, 
frequentemente perguntam-me se acho que 
as letras de canções são poemas. A expressão 
“letra de canção” já indica de que modo essa 
questão deve ser entendida, pois a palavra 
“letra” remete à escrita. O que se quer saber 
é se a letra, separada da canção, constitui 
um poema escrito.
“Letra de canção é poema?” Essa formulação 
é inadequada. Desde que as vanguardas mos-
traram que não se pode determinar a prio-
ri quais são as formas lícitas para a poesia, 
qualquer coisa pode ser um poema. Se um 
poeta escreve letras soltas na página e diz 
que é um poema, quem provará o contrário?
Neste ponto, parece-me inevitável introdu-
zir um juízo de valor. A verdadeira ques-
tão parece ser se uma letra de canção é um 
bom poema. Entretanto, mesmo esta últi-
ma pergunta ainda não é suficientemen-
te precisa, pois pode estar a indagar duas 
coisas distintas: 1) Se uma letra de canção 
é necessariamente um bom poema; e 2) Se 
uma letra de canção é possivelmente um 
bom poema.
Quanto à primeira pergunta, é evidente que 
deve ter uma resposta negativa. Nenhum 
poema é necessariamente um bom poema; 
nenhum texto é necessariamente um bom 
poema; logo, nenhuma letra é necessaria-
mente um bom poema. Mas talvez o que se 
deva perguntar é se uma boa letra é neces-
sariamente um bom poema. Ora, também a 
essa pergunta a resposta é negativa. Quem 
já não teve a experiência, em relação a uma 
letra de canção, de se emocionar com ela 
ao escutá-la cantada e depois considerá-la 
insípida, ao lê-la no papel, sem acompa-
nhamento musical? Não é difícil entender 
a razão disso.
Um poema é um objeto autotélico, isto é, ele 
tem o seu fim em si próprio. Quando o jul-
gamos bom ou ruim, estamos a considerá-lo 
independentemente do fato de que, além de 
ser um poema, ele tenha qualquer utilidade. 
O poema se realiza quando é lido: e ele pode 
ser lido em voz baixa, interna, aural.
Já uma letra de canção é heterotélica, isto 
é, ela não tem o seu fim em si própria. Para 
que a julguemos boa, é necessário e suficien-
te que ela contribua para que a obra lítero-
-musical de que faz parte seja boa. Em ou-
tras palavras, se uma letra de canção servir 
para fazer uma boa canção, ela é boa, ainda 
que seja ilegível. E a letra pode ser ilegível 
porque, para se estruturar, para adquirir de-
terminado colorido, para ter os sons ou as 
palavras certas enfatizadas, ela depende da 
melodia, da harmonia, do ritmo, do tom da 
música à qual se encontra associada.
(Folha de S.Paulo, 16.06.2007.) 
Para que a julguemos boa, é necessário e su-
ficiente que ela contribua para que a obralítero-musical de que faz parte seja boa.
No período em destaque, a oração Para que 
a julguemos boa indica, em relação à oração 
principal:
a) comparação.
b) concessão.
c) finalidade.
d) tempo.
e) proporção.
 4. (Unesp) A questão toma por base uma pas-
sagem de um livro de José Ribeiro sobre o 
folclore nacional.
CURUPIRA
Na teogonia* tupi, o anhangá, gênio andan-
te, espírito andejo ou vagabundo, destinava-
-se a proteger a caça do campo. Era imagi-
nado, segundo a tradição colhida pelo Dr. 
Couto de Magalhães, sob a figura de um vea-
do branco, com olhos de fogo.
13
Todo aquele que perseguisse um animal que 
estivesse amamentando corria o risco de ver 
Anhangá e a visão determinava logo a febre 
e, às vezes, a loucura. O caapora é o mesmo 
tipo mítico encontrado nas regiões central e 
meridional e aí representado por um homem 
enorme coberto de pelos negros por todo o 
rosto e por todo o corpo, ao qual se confiou 
a proteção da caça do mato. Tristonho e taci-
turno, anda sempre montado em um porco de 
grandes dimensões, dando de quando em vez 
um grito para impelir a vara. Quem o encon-
tra adquire logo a certeza de ficar infeliz e de 
ser mal sucedido em tudo que intentar. Dele 
se originaram as expressões portuguesas cai-
pora e caiporismo, como sinônimo de má sor-
te, infelicidade, desdita nos negócios. Bilac 
assim o descreve: “Companheiro do curupira, 
ou sua duplicata, é o Caapora, ora gigante, ora 
anão, montado num caititu, e cavalgando à 
frente de varas de porcos do mato, fumando 
cachimbo ou cigarro, pedindo fogo aos viajo-
res; à frente dele voam os vaga-lumes, seus 
batedores, alumiando o caminho”.
Ambos representam um só mito com diferen-
te configuração e a mesma identidade com o 
curupira e o jurupari, numes que guardam 
a floresta. Todos convergem mais ou menos 
para o mesmo fim, sendo que o curupira é 
representado na região setentrional por um 
“pequeno tapuio” com os pés voltados para 
trás e sem os orifícios necessários para as 
secreções indispensáveis à vida, pelo que a 
gente do Pará diz que ele é músico. O Curu-
pira ou Currupira, como é chamado no sul, 
aliás erroneamente, figura em uma infinida-
de de lendas tanto no norte como no sul do 
Brasil. No Pará, quando se viaja pelos rios e se 
ouve alguma pancada longínqua no meio dos 
bosques, “os romeiros dizem que é o Curupi-
ra que está batendo nas sapupemas, a ver se 
as árvores estão suficientemente fortes para 
sofrerem a ação de alguma tempestade que 
está próxima. A função do Curupira é prote-
ger as florestas. Todo aquele que derriba, ou 
por qualquer modo estraga inutilmente as 
árvores, é punido por ele com a pena de er-
rar tempos imensos pelos bosques, sem poder 
atinar com o caminho de casa, ou meio algum 
de chegar até os seus”. Como se vê, qualquer 
desses tipos é a manifestação de um só mito 
em regiões e circunstâncias diferentes.
(O Brasil no folclore, 1970.)
(*) Teogonia, s.f.: 1. Filos. Doutrina místi-
ca relativa ao nascimento dos deuses, e que 
frequentemente se relaciona com a forma-
ção do mundo. 2. Conjunto de divindades 
cujo culto forma o sistema religioso dum 
povo politeísta.
(Dicionário Aurélio Eletrônico – Século XXI)
Todo aquele que perseguisse um animal que 
estivesse amamentando corria o risco de ver 
Anhangá [...].
Se a frase apresentada for reescrita trocan-
do-se perseguisse, que está no pretérito im-
perfeito do modo subjuntivo, por perseguir, 
futuro do mesmo modo, as formas estivesse 
e corria assumirão, por correlação de modos 
e tempos, as seguintes flexões:
a) estiver e correu.
b) estaria e correria.
c) estará e corria.
d) esteja e correra.
e) estiver e correrá.
Leia uma reportagem de Antônio Gois, pu-
blicada em 03.02.2012 pelo jornal Folha de 
S.Paulo, para responder às questões 5 a 7.
Laptop de aluno de 
escola pública tem problemas
Estudo feito pela UFRJ para o governo fede-
ral mostra que o programa UCA (Um Com-
putador por Aluno), implementado em 2010 
em seis municípios, esbarrou em problemas 
de coordenação, capacitação de professores e 
adequação de infraestrutura.
O programa piloto do MEC forneceu 150 
mil laptops de baixo custo a professores e 
alunos de cerca de 300 escolas públicas. Às 
cidades foram prometidas infraestrutura 
para acesso à internet e capacitação de ges-
tores e professores.
Uma das conclusões do estudo foi que a 
infraestrutura de rede foi inadequada. Em 
cinco cidades, os avaliadores identificaram 
que os sinais de internet eram fracos e ins-
táveis tanto nas escolas quanto nas casas e 
locais públicos.
A pesquisa mostra que os professores se mos-
travam entusiasmados no início, mas, um 
ano depois, 70% relataram não ter contado 
com apoio para resolver problemas técnicos 
e 42% disseram usar raramente ou nunca os 
laptops em tarefas pedagógicas.
Em algumas cidades, os equipamentos que 
davam defeito ficaram guardados por falta 
de técnicos que soubessem consertá-los.
Além disso, um quinto dos docentes ainda 
não havia recebido capacitação, e as escolas 
não tinham incorporado o programa em seus 
projetos pedagógicos.
Um dos pontos positivos foi que os alunos 
passaram a ter mais domínio de informática. 
O programa foi mais eficiente quando as es-
colas que permitiram levar o laptop para casa.
Foram avaliadas Barra dos Coqueiros (SE), 
Santa Cecília do Pavão (PR), São João da 
Ponta (PA), Terenos (MS) e Tiradentes (MG). 
Os autores do estudo não deram entrevista. 
14
Assim como numa família de atletas um 
garoto deve encontrar certa resistência ao 
começar a fumar, fui motivo de piada entre 
alguns parentes – quase todos intelectuais 
– quando souberam que eu estava correndo. 
“O esporte é bom pra gente”, disse minha 
avó, num almoço de domingo. “Fortalece o 
corpo e emburrece a mente.”
Hoje, dez anos depois daquele almoço, tenho 
certeza de que ela estava certa. O esporte 
emburrece a mente e o mais emburrecedor 
de todos os esportes inventados pelo homem 
é, sem sombra de dúvida, a corrida – por isso 
que eu gosto tanto.
Antes que o primeiro corredor indignado 
atire um tênis em minha direção (número 
42, pisada pronada, por favor), explicome. 
É claro que o esporte é fundamental em 
nossa formação. Não entendo lhufas de 
pedagogia ou pediatria, mas imagino que 
jogos e exercícios ajudem a formar a co-
ordenação motora, a percepção espacial, a 
lógica e os reflexos e ainda tragam mais 
outras tantas benesses ao conjunto psico-
-moto-neuro-blá-blá-blá. Quando falo em 
emburrecer, refiro-me ao delicioso mo-
mento do exercício, àquela hora em que 
você se esquece da infiltração no teto do 
banheiro, do enrosco na planilha do Al-
meidinha, da extração do siso na próxima 
semana, do pé na bunda que levou da Ma-
rilu, do frio que entra pela fresta da janela 
e do aquecimento global que pode acabar 
com tudo de uma vez. Você começa a cor-
rer e, naqueles 30, 40, 90 ou 180 minutos, 
todo esse fantástico computador que é o 
nosso cérebro, capaz de levar o homem à 
Lua, compor músicas e dividir um átomo, 
volta-se para uma única e simplíssima fun-
ção: perna esquerda, perna direita, perna 
esquerda, perna direita, inspira, expira, 
inspira, expira, um, dois, um, dois.
A consciência é, de certa forma, um tormen-
to. Penso, logo existo. Existo, logo me inco-
modo. A gravidade nos pesa sobre os ombros. 
Os anos agarram-se à nossa pele. A morte 
nos espreita adiante e quando uma voz femi-
nina e desconhecida surge em nosso celular, 
não costuma ser a última da capa da Playboy, 
perguntando se temos programa para sába-
do, mas a mocinha do cartão de crédito avi-
sando que a conta do cartão “encontra-se em 
aberto há 14 dias” e querendo saber se “há 
previsão de pagamento”.
Quando estamos correndo, não há previsão 
de pagamento. Não há previsão de nada por-
que passado e futuro foram anulados. Somos 
uma simples máquina presa ao presente. 
Somos reduzidos à biologia. Uma válvulabombando no meio do peito, uns músculos 
contraindo-se e expandindo-se nas pernas, 
 5. (Unesp) [...] o programa UCA (Um Computa-
dor por Aluno), implementado em 2010 em 
seis municípios, esbarrou em problemas de 
coordenação, capacitação de professores e 
adequação de infraestrutura.
Observe as seguintes tentativas de substituir 
esbarrou em nesta passagem.
I. foi de encontro a
II. defrontou-se com
III. resolveu
IV. eliminou
As substituições que não alteram substancial-
mente o sentido da frase estão contidas em:
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) I, II e IV.
e) II, III e IV.
 6. (Unesp) O programa foi mais eficiente quan-
do as escolas que permitiram levar o laptop 
para casa.
Assinale a alternativa que indica a falha de 
revisão verificada na passagem destacada.
a) O jornalista deveria ter usado o termo mais 
adequado: notebook.
b) Seria muito mais claro empregar computador 
em vez de laptop.
c) A palavra que deveria ter sido eliminada, 
porque não tem função na frase.
d) Deveria haver ponto após escolas.
e) Deveria ter sido colocada uma vírgula depois 
da palavra permitiram.
 7. (Unesp) Uma das conclusões do estudo foi 
que a infraestrutura de rede foi inadequada.
Examine as quatro possibilidades de reescre-
ver a frase destacada para evitar a repetição 
desnecessária da forma verbal ”foi”.
I. Uma das conclusões do estudo aponta que 
a infraestrutura de rede foi inadequada.
II. Uma das conclusões do estudo foi a ina-
dequação da estrutura de rede.
III. A estrutura de rede foi inadequada, con-
forme uma das conclusões do estudo.
IV. Uma das conclusões do estudo foi que a 
infraestrutura de rede foi considerada 
inadequada.
As frases que evitam a repetição da forma 
verbal foi estão contidas apenas em:
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) I, II e III.
e) II, III e IV.
 8. (Unesp) PENSAR EM NADA
A maravilha da corrida: basta colocar um pé 
na frente do outro.
15
um ou outro neurônio atento aos carros, bu-
racos e cocôs de cachorro.
Poder, glória, dinheiro, mulheres, as tragé-
dias gregas, tá bom, podem ser coisas boas, 
mas naquele momento nada disso interessa: 
eis-nos ali, mamíferos adultos, saudáveis, 
movimentando- nos sobre a Terra, e é só.
(Antonio Prata. Pensar em nada. Runner’s World, 
n.° 7, São Paulo: Editora Abril, maio/2009.) 
O esporte é bom pra gente, fortalece o corpo 
e emburrece A MENTE. – Antes que o pri-
meiro corredor indignado atire UM TÊNIS em 
minha direção (...) – Quando estamos cor-
rendo, não há PREVISÃO DE PAGAMENTO.
Os termos grafados com letras maiúsculas nas 
passagens acima, extraídas do texto apresen-
tado, identificam-se pelo fato de exercerem 
a mesma função sintática nas orações de que 
fazem parte. Indique essa função.
a) Sujeito
b) Predicativo do sujeito
c) Predicativo do objeto
d) Objeto direto
e) Complemento nominal
 9. (Unesp 2018) Leia o trecho do livro Em casa, 
de Bill Bryson.
Quase nada, no século XVII, escapava à as-
túcia dos que adulteravam alimentos. O açú-
car e outros ingredientes caros muitas vezes 
eram aumentados com gesso, areia e poeira. 
A manteiga tinha o volume aumentado com 
sebo e banha. Quem tomasse chá, segundo 
autoridades da época, poderia ingerir, sem 
querer, uma série de coisas, desde serragem 
até esterco de carneiro pulverizado. Um 
carregamento inspecionado, relata Judith 
Flanders, demonstrou conter apenas a me-
tade de chá; o resto era composto de areia e 
sujeira. Acrescentava-se ácido sulfúrico ao 
vinagre para dar mais acidez; giz ao leite; 
1terebintina ao gim. O arsenito de cobre era 
usado para tornar os vegetais mais verdes, 
ou para fazer a geleia brilhar. O cromato de 
chumbo dava um brilho dourado aos pães e 
também à mostarda. O acetato de chumbo 
era adicionado às bebidas como adoçante, 
e o chumbo avermelhado deixava o queijo 
Gloucester, se não mais seguro para comer, 
mais belo para olhar.
Não havia praticamente nenhum gênero que 
não pudesse ser melhorado ou tornado mais 
econômico para o varejista por meio de um 
pouquinho de manipulação e engodo. Até as 
cerejas, como relata Tobias Smollett, ganha-
vam novo brilho depois de roladas, delica-
damente, na boca do vendedor antes de se-
rem colocadas em exposição. Quantas damas 
inocentes, perguntava ele, tinham saboreado 
um prato de deliciosas cerejas que haviam 
sido “umedecidas e roladas entre os maxila-
res imundos e, talvez, ulcerados de um mas-
cate de Saint Giles”?
O pão era particularmente atingido. Em seu 
romance de 1771, The expedition of Hum-
phry Clinker, Smollett definiu o pão de Lon-
dres como um composto tóxico de “giz, 2alu-
me e cinzas de ossos, insípido ao paladar e 
destrutivo para a constituição”; mas acusa-
ções assim já eram comuns na época. A pri-
meira acusação formal já encontrada sobre a 
adulteração generalizada do pão está em um 
livro chamado Poison detected: or frightful 
truths, escrito anonimamente em 1757, que 
revelou segundo “uma autoridade altamen-
te confiável” que “sacos de ossos velhos são 
usados por alguns padeiros, não infrequen-
temente”, e que “os ossuários dos mortos 
são revolvidos para adicionar imundícies ao 
alimento dos vivos”.
(Em casa, 2011. Adaptado.)
1terebintina: resina extraída de uma planta 
e usada na fabricação de vernizes, diluição 
de tintas etc.
2alume: designação dos sulfatos duplos de 
alumínio e metais alcalinos, com proprie-
dades adstringentes, usado na fabricação de 
corantes, papel, porcelana, na purificação de 
água, na clarificação de açúcar etc.
Em “Quase nada, no século XVII, escapava à 
astúcia dos que adulteravam alimentos” (1º 
parágrafo), o termo sublinhado é um verbo:
a) transitivo direto.
b) intransitivo.
c) de ligação.
d) transitivo indireto.
e) transitivo direto e indireto.
Leia o excerto do livro Violência urbana, de 
Paulo Sérgio Pinheiro e Guilherme Assis de 
Almeida, para responder às questões 10 e 11.
De dia, ande na rua com cuidado, olhos bem 
abertos. Evite falar com estranhos. À noi-
te, não saia para caminhar, principalmente 
se estiver sozinho e seu bairro for deserto. 
Quando estacionar, tranque bem as portas do 
carro [...]. De madrugada, não pare em sinal 
vermelho. Se for assaltado, não reaja – en-
tregue tudo.
É provável que você já esteja exausto de ler e 
ouvir várias dessas recomendações. Faz tem-
po que a ideia de integrar uma comunidade 
e sentir-se confiante e seguro por ser parte 
de um coletivo deixou de ser um sentimento 
comum aos habitantes das grandes cidades 
brasileiras. As noções de segurança e de vida 
comunitária foram substituídas pelo sen-
timento de insegurança e pelo isolamento 
16
que o medo impõe. O outro deixa de ser vis-
to como parceiro ou parceira em potencial; 
o desconhecido é encarado como ameaça. 
O sentimento de insegurança transforma e 
desfigura a vida em nossas cidades. De lu-
gares de encontro, troca, comunidade, par-
ticipação coletiva, as moradias e os espaços 
públicos transformam-se em palco do horror, 
do pânico e do medo.
A violência urbana subverte e desvirtua a 
função das cidades, drena recursos públicos 
já escassos, ceifa vidas – especialmente as 
dos jovens e dos mais pobres –, Dilacera fa-
mílias, modificando nossas existências dra-
maticamente para pior. De potenciais cida-
dãos, passamos a ser consumidores do medo. 
O que fazer diante desse quadro de inse-
gurança e pânico, denunciado diariamente 
pelos jornais e alardeado pela mídia eletrô-
nica? Qual tarefa impõe-se aos cidadãos, na 
democracia e no Estado de direito?
(Violência urbana, 2003.) 
 10 (Unesp) As palavras do texto, cujos prefixos 
traduzem ideia de negação, são:
a) “desvirtua” e “transforma”.
b) “evite” e “isolamento”.
c) “desfigura” e “ameaça”.
d) “desconhecido” e “insegurança”.
e) “subverte” e “dilacera”.
 11. (Unesp) O trecho “As noções de segurança e 
de vida comunitária foram substituídas pelo 
sentimento de insegurança e pelo isolamento 
que o medo impõe.” (2º parágrafo)foi cons-
truído na voz passiva. Ao se adaptar tal tre-
cho para a voz ativa, a locução verbal “foram 
substituídas” assume a seguinte forma:
a) substitui.
b) substituíram.
c) substituiriam.
d) substituiu.
e) substituem.
As questões 12 e 13 tomam por base uma 
passagem de um romance de Autran Dourado 
(1926- 2012).
A gente Honório Cota
Quando o coronel João Capistrano Honório 
Cota mandou erguer o sobrado, tinha pouco 
mais de trinta anos. Mas já era homem sé-
rio de velho, reservado, cumpridor. Cuidava 
muito dos trajes, da sua aparência medida. 
O jaquetão de casimira inglesa, o colete de 
linho atravessado pela grossa corrente de 
ouro do relógio; a calça é que era como a 
de todos na cidade – de brim, a não ser em 
certas ocasiões (batizado, morte, casamento 
– então era parelho mesmo, por igual), mas 
sempre muito bem passada, o vinco perfeito. 
Dava gosto ver:
O passo vagaroso de quem não tem pressa – o 
mundo podia esperar por ele, o peito magro 
estufado, os gestos lentos, a voz pausada e 
grave, descia a rua da Igreja cumprimentan-
do cerimoniosamente, nobremente, os que 
por ele passavam ou os que chegavam na ja-
nela muitas vezes só para vê-lo passar.
Desde longe a gente adivinhava ele vindo: alto, 
magro, descarnado, como uma ave pernalta de 
grande porte. Sendo assim tão descomunal, 
podia ser desajeitado: não era, dava sempre a 
impressão de uma grande e ponderada figura. 
Não jogava as pernas para os lados nem as tra-
zia abertas, esticava-as feito medisse os pas-
sos, quebrando os joelhos em reto.
Quando montado, indo para a sua Fazenda 
da Pedra Menina, no cavalo branco ajaezado 
de couro trabalhado e prata, aí então sim era 
a grande, imponente figura, que enchia as 
vistas. Parecia um daqueles cavaleiros anti-
gos, fugidos do Amadis de Gaula ou do Pal-
meirim, quando iam para a guerra armados 
cavaleiros.
(Ópera dos mortos, 1970.) 
 12. (Unesp) Analisando o último período do 
terceiro parágrafo, verifica-se que a palavra 
“feito” é empregada como:
a) advérbio.
b) verbo.
c) substantivo.
d) adjetivo.
e) conjunção.
 13. (Unesp) No início do segundo parágrafo, 
por ter na frase a mesma função sintática 
que o vocábulo “vagaroso” com relação a 
“passo”, a oração “de quem não tem pres-
sa” é considerada:
a) coordenada sindética.
b) subordinada substantiva.
c) subordinada adjetiva.
d) coordenada assindética.
e) subordinada adverbial.
14. (Unesp) A questão toma por base uma mo-
dinha de Domingos Caldas Barbosa (1740-
1800).
Protestos a Arminda
1Conheço muitas pastoras
Que beleza e graça têm,
Mas é uma só que eu amo
Só Arminda e mais ninguém.
Revolvam meu coração
2Procurem meu peito bem,
Verão estar dentro dele
Só Arminda e mais ninguém.
17
De tantas, quantas belezas
Os meus ternos olhos veem,
Nenhuma outra me agrada
Só Arminda e mais ninguém.
Estes suspiros que eu solto
3Vão buscar meu doce bem,
É causa dos meus suspiros
Só Arminda e mais ninguém.
Os segredos de meu peito
Guardá-los nele convém,
4Guardá-los aonde os veja
Só Arminda e mais ninguém.
Não cuidem que a mim me importa
5Parecer às outras bem,
Basta que de mim se agrade
Só Arminda e mais ninguém.
Não me alegra, ou me desgosta
Doutra o mimo, ou o desdém,
Satisfaz-me e me contenta
Só Arminda e mais ninguém.
Cantem os outros pastores
Outras pastoras também,
Que eu canto e cantarei sempre
Só Arminda e mais ninguém.
(Viola de Lereno, 1980.)
Levando em consideração o contexto da es-
trofe, assinale a alternativa em que a forma 
verbal surge no modo imperativo. 
a) “Vão buscar meu doce bem,” (ref. 3).
b) “Parecer às outras bem,” (ref. 5).
c) “Conheço muitas pastoras” (ref. 1).
d) “Guardá-los aonde os veja” (ref. 4).
e) “Procurem meu peito bem,” (ref. 2).
 15. (Unesp) A questão focaliza uma passagem 
do romance Água-Mãe, de José Lins do Rego 
(1901-1957).
Água-Mãe
Jogava com toda a alma, não podia compre-
ender como um jogador se encostava, não se 
entusiasmava com a bola nos pés. Atirava-se, 
não temia a violência e com a sua agilidade 
espantosa, fugia das entradas, dos pontapés. 
Quando aquele back1, num jogo de subúrbio, 
atirou-se contra ele, recuou para derrubá-
-lo, e com tamanha sorte que o bruto se es-
tendeu no chão, como um fardo. E foi as-
sim crescendo a sua fama. Aos poucos se foi 
adaptando ao novo Joca que se formara nos 
campos do Rio. Dormia no clube, mas a sua 
vida era cada vez mais agitada. Onde quer 
que estivesse, era reconhecido e aplaudido. 
Os garçons não queriam cobrar as despesas 
que ele fazia e até mesmo nos ônibus, quan-
do ia descer, o motorista lhe dizia sempre:
— Joca, você aqui não paga.
Quando entrava no cinema era reconhecido. 
Vinham logo meninos para perto dele. Sabia 
que agradava muito. No clube tinha amigos. 
Havia porém o antigo center-forward2 que se 
sentiu roubado com a sua chegada. Não tinha 
razão. Ele fora chamado. Não se oferecera. E 
o homem se enfureceu com Joca. Era um jo-
gador de fama, que fora grande nos campos 
da Europa e por isso pouco ligava aos que 
não tinham o seu cartaz. A entrada de Joca, 
o sucesso rápido, a maravilha de agilidade e 
de oportunismo, que caracterizava o jogo do 
novato, irritava-o até ao ódio. No dia em que 
tivera que ceder a posição, a um menino do 
Cabo Frio, fora para ele como se tivesse per-
dido as duas pernas. Viram-no chorando, e 
por isso concentrou em Joca toda a sua raiva. 
No entanto, Joca sempre o procurava. Tinha 
sido a sua admiração, o seu herói.
(Água-Mãe, 1974.) 
1Beque, ou seja, o zagueiro de hoje.
2Centroavante.
No primeiro parágrafo, predominam verbos 
empregados no:
a) pretérito perfeito do modo indicativo.
b) pretérito imperfeito do modo indicativo.
c) presente do modo indicativo.
d) presente do modo subjuntivo.
e) pretérito mais-que-perfeito do modo indi-
cativo.
GABARITO
1. C 2. E 3. C 4. E 5. A
6. C 7. D 8. D 9. D 10. D
11. B 12. E 13. C 14. E 15. B
18
19
Prescrição: Para resolvermos os exercícios de Interpretação de Textos do vestibular da Unesp, são 
necessários conhecimentos aprofundados sobre temas relacionados à estilística, ou seja, figuras de lin-
guagem e estudos de estruturação de poemas (envolvendo contagem de sílabas poéticas e variantes 
de rimas). Além disso, nos últimos cinco anos, também tornaram-se frequentes questões sobre História 
da Arte e semântica (relações conotativas e denotativas e vocabulário sinonímico).
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
APLICAÇÃO DOS CONHECIMENTOS - SALA
 1. (Unesp 2019) Entre 11 de fevereiro e 03 de 
junho de 2018, o Museu de Arte Moderna 
de Nova Iorque (MoMA) abrigou a primei-
ra exposição nos Estados Unidos dedicada à 
pintora brasileira Tarsila do Amaral. Leia a 
apresentação de uma das pinturas expostas.
The painting Sleep (1928) is a dreamlike 
representation of tropical landscape, with 
this major motif of her repetitive figure that 
disappears in the background.
This painting is an example of Tarsila’s 
venture into surrealism. Elements such 
as repetition, random association, and 
dreamlike figures are typical of surrealism 
that we can see as main elements of 
this composition. She was never a truly 
surrealist painter, but she was totally aware 
of surrealism’s legacy.
(www.moma.org. Adaptado.) 
A apresentação sublinha a influência de 
uma determinada vanguarda europeia sobre 
a pintura de Tarsila do Amaral. A influência 
dessa vanguarda europeia também se encon-
tra nos seguintes versos do poeta modernis-
ta Murilo Mendes:
a) No fim de um ano seu Naum progrediu,
 já sabe que tem Rui Barbosa, Mangue, Lam-
pião.
 Joga no bicho todo dia, está ajuntando pro 
carnaval,
 depois do almoço anda às turras com a mu-
lher.
 As filhas dele instalaram-se na vida nacio-
nal.
 Sabem dançar o maxixe
 conversam com os sargentos em bom brasi-
leiro.
(“Família russa no Brasil”)
b) Eu sou triste como um prático de farmácia,
 sou quase tão triste como um homem que 
usa costeletas.
 Passo o dia inteiro pensandonuns carinhos 
de mulher
 mas só ouço o tectec das máquinas de es-
crever.
 Lá fora chove e a estátua de Floriano fica 
linda.
 Quantas meninas pela vida afora!
 E eu alinhando no papel as fortunas dos ou-
tros.
(“Modinha do empregado de banco”)
c) Ele acredita que o chão é duro
 Que todos os homens estão presos
 Que há limites para a poesia
 Que não há sorrisos nas crianças
 Nem amor nas mulheres
 Que só de pão vive o homem
 Que não há um outro mundo.
(“O utopista”)
d) A costureira, moça, alta, bonita,
 ancas largas,
 os seios estourando debaixo do vestido,
 (os olhos profundos faziam a sombra na 
cara),
 morreu.
 Desde então o viúvo passa os dias no quarto 
olhando pro manequim.
(“Afinidades”)
e) O cavalo mecânico arrebata o manequim 
pensativo
 que invade a sombra das casas no espaço 
elástico.
 Ao sinal do sonho a vida move direitinho as 
estátuas
 que retomam seu lugar na série do planeta.
 Os homens largam a ação na paisagem ele-
mentar
 e invocam os pesadelos de mármore na beira 
do infinito.
(“O mundo inimigo”)
 2. (Unesp 2019) Leia o trecho do romance São 
Bernardo, de Graciliano Ramos.
O caboclo mal-encarado que encontrei um 
dia em casa do Mendonça também se acabou 
em desgraça. Uma limpeza. Essa gente quase 
nunca morre direito. Uns são levados pela 
cobra, outros pela cachaça, outros matam-se.
20
do Fidélis, paralítico de um braço, e a dos 
Gama, que pandegavam no Recife, estudan-
do Direito. Respeitei o engenho do Dr. Maga-
lhães, juiz.
Violências miúdas passaram despercebidas. 
As questões mais sérias foram ganhas no 
foro, graças às chicanas de João Nogueira.
Efetuei transações arriscadas, endividei-me, 
importei maquinismos e não prestei atenção 
aos que me censuravam por querer abarcar 
o mundo com as pernas. Iniciei a pomicul-
tura e a avicultura. Para levar os meus pro-
dutos ao mercado, comecei uma estrada de 
rodagem. Azevedo Gondim compôs sobre ela 
dois artigos, chamou-me patriota, citou Ford 
e Delmiro Gouveia. Costa Brito também pu-
blicou uma nota na Gazeta, elogiando-me e 
elogiando o chefe político local. Em consequ-
ência mordeu-me cem mil-réis.
(São Bernardo, 1996.) 
“Tenho visto criaturas que trabalham demais 
e não progridem.” (7º parágrafo)
Considerada no atual contexto histórico, 
essa fala do narrador pode ser vista como 
uma crítica à ideia de:
a) trabalho.
b) meritocracia.
c) burocracia.
d) preguiça.
e) pobreza.
Leia o poema de Carlos Drummond de Andra-
de para responder às questões 3 a 5.
PAPEL
E tudo que eu pensei
e tudo que eu falei
e tudo que me contaram
era papel.
E tudo que descobri
amei
detestei:
papel.
Papel quanto havia em mim
e nos outros, papel
de jornal
de parede
de embrulho
papel de papel
papelão.
(As impurezas do branco, 2012.)
 3. (Unesp) No poema, a metáfora do papel é:
a) incoerente e aponta sentimentos inverossí-
meis do eu lírico.
b) contraditória e sugere a cisão do eu lírico 
ante suas experiências.
c) ambivalente e indica sentimentos engrande-
cedores do eu lírico.
Na pedreira perdi um. A alavanca soltou-se 
da pedra, bateu-lhe no peito, e foi a conta. 
Deixou viúva e órfãos miúdos. Sumiram-se: 
um dos meninos caiu no fogo, as lombrigas 
comeram o segundo, o último teve angina e 
a mulher enforcou-se.
Para diminuir a mortalidade e aumentar a 
produção, proibi a aguardente.
Concluiu-se a construção da casa nova. 
Julgo que não preciso descrevê-la. As par-
tes principais apareceram ou aparecerão; 
o resto é dispensável e apenas pode inte-
ressar aos arquitetos, homens que prova-
velmente não lerão isto. Ficou tudo con-
fortável e bonito. Naturalmente deixei de 
dormir em rede. Comprei móveis e diversos 
objetos que entrei a utilizar com receio, 
outros que ainda hoje não utilizo, porque 
não sei para que servem.
Aqui existe um salto de cinco anos, e em cin-
co anos o mundo dá um bando de voltas.
Ninguém imaginará que, topando os obstá-
culos mencionados, eu haja procedido in-
variavelmente com segurança e percorrido, 
sem me deter, caminhos certos. Não senhor, 
não procedi nem percorri. Tive abatimentos, 
desejo de recuar; contornei dificuldades: 
muitas curvas. Acham que andei mal? A ver-
dade é que nunca soube quais foram os meus 
atos bons e quais foram os maus. Fiz coisas 
boas que me trouxeram prejuízo; fiz coisas 
ruins que deram lucro. E como sempre tive a 
intenção de possuir as terras de S. Bernardo, 
considerei legítimas as ações que me leva-
ram a obtê-las.
Alcancei mais do que esperava, mercê de 
Deus. Vieram-me as rugas, já se vê, mas o 
crédito, que a princípio se esquivava, agar-
rou-se comigo, as taxas desceram. E os ne-
gócios desdobraram-se automaticamente. 
Automaticamente. Difícil? Nada! Se eles en-
tram nos trilhos, rodam que é uma beleza. Se 
não entram, cruzem os braços. Mas se virem 
que estão de sorte, metam o pau: as tolices 
que praticarem viram sabedoria. Tenho visto 
criaturas que trabalham demais e não pro-
gridem. Conheço indivíduos preguiçosos que 
têm faro: quando a ocasião chega, desenros-
cam-se, abrem a boca – e engolem tudo.
Eu não sou preguiçoso. Fui feliz nas primei-
ras tentativas e obriguei a fortuna a ser-me 
favorável nas seguintes. Depois da morte do 
Mendonça, derrubei a cerca, naturalmente, 
e levei-a para além do ponto em que estava 
no tempo de Salustiano Padilha. Houve re-
clamações.
— Minhas senhoras, seu Mendonça pintou o 
diabo enquanto viveu. Mas agora é isto. E 
quem não gostar, paciência, vá à justiça.
Como a justiça era cara, não foram à justi-
ça. E eu, o caminho aplainado, invadi a terra 
21
d) polissêmica e reporta a experiências varia-
das vividas pelo eu lírico.
e) redundante e enfatiza a indiferença do eu 
lírico em relação às suas experiências.
 4. (Unesp) A figura de linguagem que se verifi-
ca na primeira estrofe é:
a) a anáfora, pois se identifica no início dos três 
primeiros versos a repetição de construção.
b) o hipérbato, pois nos quatro versos ocorre 
inversão sintática.
c) o anacoluto, pois o verso final não se liga 
sintaticamente aos precedentes.
d) a antítese, pois há entre os versos ideias que 
se contrapõem.
e) a sínquise, pois há inversão de palavras e 
dificuldade no entendimento do enunciado.
 5. (Unesp) Quanto aos aspectos formais, o poe-
ma caracteriza-se pelo emprego de:
a) rimas raras.
b) métrica irregular.
c) versos decassílabos.
d) rimas alternadas.
e) linguagem rebuscada.
RAIO X - ANÁLISE EXPOSITIVA
 1. A apresentação da obra de Tarsila do Amaral, 
no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque, 
faz referência ao Surrealismo, estética artís-
tica que terá influenciado o quadro “Sono”, 
uma representação onírica da paisagem tro-
pical com uma figura repetitiva que desapa-
rece ao fundo. A estrofe em [E] apresenta 
características dessa mesma estética, atra-
vés da reconstrução elaborada de um mundo 
ilógico, típico de sonho: “O cavalo mecânico 
arrebata o manequim pensativo”, “a vida 
move direitinho as estátuas” ou “invocam os 
pesadelos de mármore na beira do infinito”.
 2. O conceito de que há pessoas que se empe-
nham no trabalho e não obtêm sucesso na 
vida contraria a ideia de meritocracia, siste-
ma de promoção em que cada um recebe, de 
acordo com méritos pessoais, esforço e dedi-
cação ou até inteligência.
 3. No poema, o papel apresenta significações 
variadas que remetem à experiência do eu 
lírico, configurando um papel polissêmico, 
ou seja, o termo “papel” é usado em várias 
acepções semânticas.
 4. Nos primeiros versos, encontramos retoma-
das sequencias da construção “e tudo” (sem-
pre no início de cada verso), o que caracteri-
za a figura de linguagem anáfora.
 5. A principal característica do poema “Papel”, 
de Carlos Drummond de Andrade, é a fuga 
do trabalho com as formas fixas, ou seja, 
há uma precedência para o trabalho com a 
métrica irregular dos versos (com muitas 
variantes de tamanho, inclusive com versos 
construído com uma única palavra).
GABARITO1. E 2. B 3. D 4. A 5. B
22
PRÁTICA DOS CONHECIMENTOS - E.O.
Para responder às questões 1 a 4, leia a crô-
nica Seu “Afredo”, de Vinicius de Moraes 
(1913-1980), publicada, originalmente, em 
setembro de 1953.
Seu Afredo (ele sempre subtraía o “l” do 
nome, ao se apresentar com uma ligeira cur-
vatura: “Afredo Paiva, um seu criado...”) tor-
nou-se inesquecível à minha infância por-
que tratava-se muito mais de um linguista 
que de um encerador. Como encerador, não 
ia muito lá das pernas. Lembro-me que, sem-
pre depois de seu trabalho, minha mãe fica-
va passeando pela sala com uma flanelinha 
debaixo de cada pé, para melhorar o lustro. 
Mas, como linguista, cultor do 1vernáculo e 
aplicador de sutilezas gramaticais, seu Afre-
do estava sozinho.
Tratava-se de um mulato quarentão, ultrar-
respeitador, mas em quem a preocupação 
linguística perturbava às vezes a colocação 
pronominal. Um dia, numa fila de ônibus, 
minha mãe ficou ligeiramente 2ressabiada 
quando seu Afredo, casualmente de passa-
gem, parou junto a ela e perguntou-lhe à 
queima-roupa, na segunda do singular:
— Onde vais assim tão elegante?
Nós lhe dávamos uma bruta corda. Ele falava 
horas a fio, no ritmo do trabalho, fazendo os 
mais deliciosos pedantismos que já me foi 
dado ouvir. Uma vez, minha mãe, em meio 
à 3lide caseira, queixou-se do fatigante 4ra-
merrão do trabalho doméstico. Seu Afredo 
virou-se para ela e disse:
— Dona Lídia, o que a senhora precisa fazer 
é ir a um médico e tomar a sua quilometra-
gem. Diz que é muito bão.
De outra feita, minha tia Graziela, recém-
-chegada de fora, cantarolava ao piano en-
quanto seu Afredo, acocorado perto dela, 
esfregava cera no soalho. Seu Afredo nunca 
tinha visto minha tia mais gorda. Pois bem: 
chegou-se a ela e perguntou-lhe:
— Cantas?
Minha tia, meio surpresa, respondeu com 
um riso amarelo:
— É, canto às vezes, de brincadeira...
Mas, um tanto formalizada, foi queixar-se a 
minha mãe, que lhe explicou o temperamen-
to do nosso encerador:
— Não, ele é assim mesmo. Isso não é falta 
de respeito, não. É excesso de... gramática.
Conta ela que seu Afredo, mal viu minha tia 
sair, chegou-se a ela com ar disfarçado e fa-
lou:
— Olhe aqui, dona Lídia, não leve a mal, 
mas essa menina, sua irmã, se ela pensa 
que pode cantar no rádio com essa voz, ‘tá 
redondamente enganada. Nem em programa 
de calouro!
E, a seguir, ponderou:
— Agora, piano é diferente. Pianista ela é!
E acrescentou:
— Eximinista pianista!
(Para uma menina com uma flor, 2009.)
1vernáculo: a língua própria de um país; lín-
gua nacional.
2ressabiado: desconfiado.
3lide: trabalho penoso, labuta.
4ramerrão: rotina. 
 1. (Unesp) Um traço característico do gênero 
crônica, visível no texto de Vinicius de Mo-
raes, é:
a) o tom coloquial.
b) a sintaxe rebuscada.
c) o vocabulário opulento.
d) a finalidade pedagógica.
e) a crítica política.
 2. (Unesp) Em “Mas, como linguista, cultor do 
vernáculo e aplicador de sutilezas gramati-
cais, seu Afredo estava sozinho.” (1º pará-
grafo), o cronista sugere que seu Afredo:
a) mostrava-se incomodado por não ter com 
quem conversar sobre questões gramaticais.
b) revelava orgulho ao ostentar conhecimentos 
linguísticos pouco usuais.
c) sentia-se solitário por ser um dos poucos a 
dispor de sólidos conhecimentos gramaticais.
d) sentia-se amargurado por notar que seus 
conhecimentos linguísticos não eram reco-
nhecidos.
e) revelava originalidade no modo como em-
pregava seus conhecimentos linguísticos.
 3. (Unesp) Em “Conta ela que seu Afredo, mal 
viu minha tia sair, chegou-se a ela com ar 
disfarçado e falou [...]” (12º parágrafo), a 
conjunção destacada pode ser substituída, 
sem prejuízo para o sentido do texto, por:
a) assim como.
b) logo que.
c) enquanto.
d) porque.
e) ainda que.
 4. (Unesp) Na crônica, o personagem seu Afre-
do é descrito como uma pessoa:
a) pedante e cansativa.
b) intrometida e desconfiada.
c) expansiva e divertida.
d) discreta e preguiçosa.
e) temperamental e bajuladora.
23
Tamanho esforço intelectual e total entrega 
ao raciocínio cobraram seu pedágio: Einstein 
adoeceu, com problemas no fígado, icterícia 
e úlcera. Seguiu debilitado até o final daque-
la década.
Se deslocados de sua época, Einstein e sua 
cosmologia podem ser facilmente vistos 
como um ponto fora da reta. Porém, a his-
toriadora da ciência britânica Patricia Fara 
lembra que aqueles eram tempos de “cos-
mologias”, de visões globais sobre temas 
científicos. Ela cita, por exemplo, a teoria da 
deriva dos continentes, do geólogo alemão 
Alfred Wegener (1880-1930), marcada por 
uma visão cosmológica da Terra.
Fara dá a entender que várias áreas da ci-
ência, naquele início de século, passaram a 
olhar seus objetos de pesquisa por meio de 
um prisma mais amplo, buscando dados e hi-
póteses em outros campos do conhecimento.
(Folha de S.Paulo, 01.01.2017. Adaptado.) 
Em “A façanha intelectual levava as digitais 
de Albert Einstein (1879-1955).” (2º pará-
grafo), o termo destacado pode ser substitu-
ído de modo mais adequado, tendo em vista 
o contexto, por:
a) proeza.
b) ousadia.
c) concretude.
d) debilidade.
e) petulância.
Para responder às questões 6 a 9, leia o se-
guinte verbete do Dicionário de Comunicação, 
de Carlos Alberto Rabaça e Gustavo Barbosa.
CRÔNICA — Texto jornalístico desenvolvido 
de forma livre e pessoal, a partir de fatos 
e acontecimentos da atualidade, com teor 
literário, político, esportivo, artístico, de 
amenidades etc. Segundo Muniz Sodré e 
Maria Helena Ferrari, a crônica é um meio-
-termo entre o jornalismo e a literatura: “do 
primeiro, aproveita o interesse pela atuali-
dade informativa, da segunda imita o pro-
jeto de ultrapassar os simples fatos”. O pon-
to comum entre a crônica e a notícia ou a 
reportagem é que o cronista, assim como o 
repórter, não prescinde do acontecimento. 
Mas, ao contrário deste, ele “paira” sobre 
os fatos, “fazendo com que se destaque no 
texto o enfoque pessoal (onde entram juízos 
implícitos e explícitos) do autor”. Por outro 
lado, o editorial difere da crônica, pelo fato 
de que, nesta, o juízo de valor se confunde 
com os próprios fatos expostos, sem o dog-
matismo do editorial, no qual a opinião do 
autor (representando a opinião da empresa 
jornalística) constitui o eixo do texto.
(Dicionário de Comunicação, 1978.)
 5. (Unesp) Leia o trecho extraído do artigo 
“Cosmologia, 100”, de Antonio Augusto Pas-
sos Videira e Cássio Leite Vieira.
“Vou conduzir o leitor por uma estrada que 
eu mesmo percorri, árdua e sinuosa.” A frase 
– que tem algo da essência do hoje clássico 
A estrada não percorrida (1916), do poeta 
norte-americano Robert Frost (1874-1963) 
– está em um artigo científico publicado há 
cem anos, cujo teor constitui um marco his-
tórico da civilização.
Pela primeira vez, cerca de 50 mil anos de-
pois de o Homo sapiens deixar uma mão com 
tinta estampada em uma pedra, a humanida-
de era capaz de descrever matematicamente 
a maior estrutura conhecida: o Universo. A 
façanha intelectual levava as digitais de Al-
bert Einstein (1879-1955).
Ao terminar aquele artigo de 1917, o físico 
de origem alemã escreveu a um colega di-
zendo que o que produzira o habilitaria a 
ser “internado em um hospício”. Mais tarde, 
referiu-se ao arcabouço teórico que havia 
construído como um “castelo alto no ar”.
O Universo que saltou dos cálculos de Eins-
tein tinha três características básicas: era fi-
nito, sem fronteiras e estático – o derradeiro 
traço alimentaria debates e traria arrependi-
mento a Einstein nas décadas seguintes. 
Em “Considerações Cosmológicas na Teoria 
da Relatividade Geral”, publicado em feve-
reiro de 1917 nos Anais da Academia Real 
Prussiana de Ciências, o cientista construiu 
(de modo muito visual) seu castelo usando 
as ferramentas que ele havia forjado pouco 
antes: a teoria da relatividade geral, finali-
zada em 1915, esquema teóricojá classifica-
do como a maior contribuição intelectual de 
uma só pessoa à cultura humana.
Esse bloco matemático impenetrável (mesmo 
para físicos) nada mais é do que uma teoria 
que explica os fenômenos gravitacionais. Por 
exemplo, por que a Terra gira em torno do 
Sol ou por que um buraco negro devora avi-
damente luz e matéria.
Com a introdução da relatividade geral, a te-
oria da gravitação do físico britânico Isaac 
Newton (1642-1727) passou a ser um caso 
específico da primeira, para situações em que 
massas são bem menores do que as das estre-
las e em que a velocidade dos corpos é muito 
inferior à da luz no vácuo (300 mil km/s).
Entre essas duas obras de respeito (de 1915 
e de 1917), impressiona o fato de Einstein 
ter achado tempo para escrever uma peque-
na joia, “Teoria da Relatividade Especial e 
Geral”, na qual populariza suas duas teo-
rias, incluindo a de 1905 (especial), na qual 
mostrara que, em certas condições, o espaço 
pode encurtar, e o tempo, dilatar.
24
 6. (Unesp) De acordo com o verbete, o tema de 
uma crônica se baseia em:
a) juízos de valor.
b) anedotário popular.
c) fatos pessoais.
d) eventos do cotidiano.
e) eventos científicos.
 7. (Unesp) Segundo o verbete, uma caracterís-
tica comum à crônica e à reportagem é:
a) a relação direta com o acontecimento.
b) a interpretação do acontecimento.
c) a necessidade de noticiar de acordo com a 
filosofia do jornal.
d) o desejo de informar realisticamente sobre o 
ocorrido.
e) o objetivo de questionar as causas sociais 
dos fatos.
 8. (Unesp) O termo “dogmatismo”, no contexto 
do verbete, significa:
a) desprezo aos acontecimentos da atualidade.
b) obediência à constituição e às leis do país.
c) ausência de ideologia nas manifestações de 
opinião.
d) opiniões assumidas como verdadeiras e imu-
táveis.
e) conjunto de verdades religiosas.
 9. (Unesp) De acordo com o verbete, o editorial 
representa sempre:
a) o julgamento dos leitores.
b) a opinião do repórter.
c) a crítica a um fato político.
d) a resposta a outros veículos de comunicação.
e) o ponto de vista da empresa jornalística.
 10. (Unesp) Escrever mal é difícil, declarou um 
dos maiores escritores contemporâneos. Du-
rante debate para divulgar seu romance O 
homem que amava os cachorros, o cubano 
Leonardo Padura caçoou de autores de best-
-sellers. “Escrever livros como os de Paulo 
Coelho e Dan Brown não é fácil, não há mui-
tos Dan Browns que possam escrever um ro-
mance tão horrível como O código Da Vinci, 
que venda milhões de exemplares. Há que se 
saber fazer má literatura para poder escrever 
um livro desses”.
(VICTOR, Fábio. “Fazer má literatura é difícil, diz escritor 
Leonardo Padura”. Folha de S.Paulo, 17.04.2014. Adaptado.)
O comentário irônico do escritor acerca da 
qualidade literária justifica-se pela:
a) condição de autonomia estética atribuída 
aos escritores citados na relação com o mer-
cado literário.
b) meticulosidade técnica necessária para es-
crever livros prioritariamente condicionados 
pelo mercado.
c) inexistência de critérios objetivos que per-
mitam diferenciar qualitativamente as obras 
literárias.
d) primazia da autonomia estética sobre o ca-
ráter de mercadoria intrínseco à indústria 
cultural.
e) qualidade culturalmente elitista atribuída 
aos escritores de livros considerados best-
-sellers.
As questões 11 a 13 focalizam uma passagem 
de um artigo de Cláudia Vassallo.
ALIADAS OU CONCORRENTES
Alguns números: nos Estados Unidos, 60% 
dos formados em universidades são mulhe-
res. Metade das europeias que estão no mer-
cado de trabalho passou por universidades. 
No Japão, as mulheres têm níveis semelhan-
tes de educação, mas deixam o mercado as-
sim que se casam e têm filhos. A tradição 
joga contra a economia. O governo credita 
parte da estagnação dos últimos anos à au-
sência de participação feminina no merca-
do de trabalho. As brasileiras avançam mais 
rápido na educação. Atualmente, 12% das 
mulheres têm diploma universitário – ante 
10% dos homens. Metade das garotas de 15 
entrevistadas numa pesquisa da OCDE1 dis-
se pretender fazer carreira em engenharia e 
ciências – áreas especialmente promissoras.
[...]
Agora, a condição de minoria vai caindo por 
terra e os padrões de comportamento come-
çam a mudar. Cada vez menos mulheres es-
tão dispostas a abdicar de sua natureza em 
nome da carreira. Não se trata de mudar a 
essência do trabalho e das obrigações que 
homens e mulheres têm de encarar. Não se 
trata de trabalhar menos ou ter menos ambi-
ção. É só uma questão de forma. É muito pro-
vável que legisladores e empresas tenham 
de ser mais flexíveis para abrigar mulheres 
de talento que não desistiram do papel de 
mãe. Porque, de fato, essa é a grande e única 
questão de gênero que importa.
Mais fortalecidas e mais preparadas, as mu-
lheres terão um lugar ao sol nas empresas 
do jeito que são ou desistirão delas, porque 
serão capazes de ganhar dinheiro de outra 
forma. Há 8,3 milhões de empresas lideradas 
por mulheres nos Estados Unidos – é o tipo 
de empreendedorismo que mais cresce no 
país. De acordo com um estudo da EY2, o Bra-
sil tem 10,4 milhões de empreendedoras, o 
maior índice entre as 20 maiores economias. 
Um número crescente delas tem migrado das 
grandes empresas para o próprio negócio. Os 
fatos mostram: as empresas em todo o mun-
do terão, mais cedo ou mais tarde, de decidir 
25
se querem ter metade da população como 
aliada ou como concorrente.
(Exame, outubro de 2013.)
1OCDE: Organização para a Cooperação e De-
senvolvimento Econômico.
2EY: Organização global com o objetivo de au-
xiliar seus clientes a fortalecerem seus ne-
gócios ao redor do mundo.
 11. (Unesp) Em sua argumentação, a autora reve-
la que a importância da presença das mulhe-
res em atividades empresariais se deve, entre 
outros, a um motivo de ordem estatística:
a) elas revelam maior sensibilidade e uma in-
tuição aguçada para os negócios.
b) elas representam um contingente considerá-
vel de metade da população do mundo.
c) elas são capazes, em comparação com os ho-
mens, de acumular inúmeras tarefas.
d) elas se formam em média com rendimento 
maior que os homens nas universidades.
e) elas aumentam significativamente a produ-
ção das empresas em que atuam.
 12. (Unesp) No último parágrafo, focalizando o 
mercado de trabalho mundial, a autora suge-
re que as grandes empresas atuais:
a) correm o risco de privilegiar o mercado fe-
minino, se começarem a ser lideradas por 
mulheres.
b) não admitem, em todo o mundo, a liderança 
de mulheres.
c) precisam muito da liderança de mulheres, 
pois estas são atualmente mais capacitadas 
que os homens.
d) não precisam se preocupar com as mulheres, 
pois o empreendedorismo destas é um fenô-
meno passageiro.
e) poderão ter de enfrentar no futuro a concor-
rência de empresas lideradas por mulheres.
 13. (Unesp) Desde o título do artigo, que é reto-
mado no último parágrafo, os argumentos da 
autora são motivados por um fato não referi-
do de modo ostensivo, ou seja:
a) a boa empresária dificilmente conseguirá se 
tornar uma boa mãe.
b) as mulheres mostram melhor desempenho 
nas atividades domésticas.
c) as atividades empresariais ainda são domi-
nadas por homens.
d) as empresas fazem grande esforço pela par-
ticipação de mulheres.
e) o mercado ainda trata as mulheres mais 
como consumidoras do que empreendedoras.
Para responder às questões 14 e 15, leia o 
fragmento de um texto publicado, em 1867, 
no semanário Cabrião.
São Paulo, 10 de março de 1867.
Estamos em plena quaresma.
A população paulista azafama-se a preparar-
-se para a lavagem geral das consciências nas 
águas lustrais do confessionário e do jejum.
A cambuquira* e o bacalhau afidalgam-se no 
mercado.
A carne, mísera condenada pelos santos con-
cílios, fica reduzida aos pouquíssimos dentes 
acatólicos da população, e desce quase a zero 
na pauta dos preços.
O que não sobe nem desce na escalados 
fatos normais é a vilania, a usura, o egoís-
mo, a estatística dos crimes e o montão de 
fatos vergonhosos, perversos, ruins e feios 
que precedem todas as contrições oficiais do 
confessionário, e que depois delas continu-
am com imperturbável regularidade.
É o caso de desejar-se mais obras e menos 
palavras.
E se não, de que é que serve o jejum, as ma-
cerações, o arrependimento, a contrição e 
quejandas religiosidades?
O que é a religião sem o aperfeiçoamento 
moral da consciência?
O que vale a perturbação das funções gastro-
nômicas do estômago sem consciência livre, 
ilustrada, honesta e virtuosa?
Seja como for, o fato é que a quaresma toma 
as rédeas do governo social, e tudo entris-
tece, e tudo esfria com o exercício de seus 
místicos preceitos de silêncio e meditação.
De que é que vale a meditação por ofício, a 
meditação hipócrita e obrigada, que consiste 
unicamente na aparência?
Pois o que é que constitui a virtude? É a for-
ma ou é o fundo? É a intenção do ato, ou sua 
feição ostensiva? 
Neste sentido, aconselhamos aos bons leito-
res que comutem sem o menor escrúpulo os 
jejuns, as confissões e rezas em boas e santas 
ações, em esmolas aos pobres.
(AGOSTINI, Ângelo; CAMPOS, Américo de; REIS, Antônio 
Manoel dos. Cabrião, 10.03.1867. Adaptado.)
* Iguaria constituída de brotos de abóbora 
guisados, geralmente servida como acompa-
nhamento de assados.
 14. (Unesp) Pelo seu tema e desenvolvimento 
argumentativo, o texto pode ser classificado 
como:
a) crítico.
b) lírico.
c) narrativo.
d) histórico.
e) épico.
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 15. (Unesp) Segundo os autores, os pecados de-
clarados no confessionário:
a) representam uma autorização para voltar a 
pecar.
b) não tornam a ser cometidos pelos crentes.
c) deixam de ser pecados nas próximas vezes.
d) não são tão graves que mereçam confissão.
e) voltam a ser cometidos como sempre.
GABARITO
1. A 2. E 3. B 4. C 5. A
6. D 7. A 8. D 9. E 10. B
11. B 12. E 13. C 14. A 15. E
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Prescrição: A prova de Literatura do vestibular da Unesp não trabalha com leitura obrigatória de 
obras pré-selecionadas. Por esse motivo, é essencial que o aluno mobilize conhecimentos de teoria 
literária (escolas literárias) e de interpretação de gêneros textuais.
LITERATURA
APLICAÇÃO DOS 
CONHECIMENTOS - SALA
 1. (Unesp) Leia um trecho do “Manifesto do 
Surrealismo”, publicado por André Breton 
em 1924.
Surrealismo: automatismo psíquico por meio 
do qual alguém se propõe a exprimir o fun-
cionamento real do pensamento. Ditado do 
pensamento, na ausência de controle exerci-
do pela razão, fora de qualquer preocupação 
estética ou moral.
O Surrealismo assenta-se na crença da rea-
lidade superior de certas formas de associa-
ção, negligenciadas até aqui, na onipotência 
do sonho, no jogo desinteressado do pensa-
mento.
Apud Gilberto Mendonça Teles. Vanguarda europeia 
e Modernismo brasileiro. 1992 (Adaptado).
Tendo em vista as considerações de André 
Breton, assinale a alternativa cujos versos 
revelam influência do Surrealismo.
a) O mar soprava sinos
 os sinos secavam as flores
 as flores eram cabeças de santos.
 Minha memória cheia de palavras
 meus pensamentos procurando fantasmas
 meus pesadelos atrasados de muitas noites.
(João Cabral de Melo Neto, “Noturno”, em Pedra do sono)
b) Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.
 Minha mãe ficava sentada cosendo.
 Meu irmão pequeno dormia.
 Eu sozinho menino entre mangueiras
 lia a história de Robinson Crusoé.
 Comprida história que não acaba mais.
(Carlos Drummond de Andrade, 
“Infância”, em Alguma poesia)
c) Quando o enterro passou
 Os homens que se achavam no café
 Tiraram o chapéu maquinalmente
 Saudavam o morto distraídos
 Estavam todos voltados para a vida
 Absortos na vida
 Confiantes na vida.
(Manuel Bandeira, “Momento num 
café”, em Estrela da manhã)
d) Trabalhas sem alegria para um mundo caduco, 
onde as formas e as ações não encerram ne-
nhum exemplo.
 Praticas laboriosamente os gestos universais, 
sentes calor e frio, falta de dinheiro, fome e 
desejo sexual.
(Carlos Drummond de Andrade, “Elegia 
1938”, em Sentimento do mundo)
e) — Bem me diziam que a terra
 se faz mais branda e macia
 quanto mais do litoral
 a viagem se aproxima.
 Agora afinal cheguei
 nessa terra que diziam.
 Como ela é uma terra doce
 para os pés e para a vista.
(João Cabral de Melo Neto, “O retirante chega à 
Zona da Mata”, em Morte e vida severina)
 2. (Unesp) Duas fortes motivações converte-
ram-se em molas de composição desta obra:
I. por um lado, o desejo de contar e cantar 
episódios em torno de uma figura lendária 
que trazia em si os atributos do herói, en-
tendido no senso mais lato possível de um 
ser entre humano e mítico, que desempe-
nha certos papéis, vai em busca de um bem 
essencial, arrosta perigos, sofre mudanças 
extraordinárias, enfim vence ou malogra...;
II. por outro lado, o desejo não menos impe-
rioso de pensar o povo brasileiro, nossa 
gente, percorrendo as trilhas cruzadas ou 
superpostas da sua existência selvagem, 
colonial e moderna, à procura de uma 
identidade que, de tão plural que é, beira 
a surpresa e a indeterminação.
Alfredo Bosi. Céu, inferno. 2003 (Adaptado).
Tal comentário aplica-se à obra:
a) Memórias de um sargento de milícias, de Ma-
nuel Antônio de Almeida.
b) Vidas secas, de Graciliano Ramos.
c) Macunaíma, de Mário de Andrade.
d) Os sertões, de Euclides da Cunha.
e) Memórias póstumas de Brás Cubas, de Ma-
chado de Assis.
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 3. (Unesp) Em 1924, uma caravana formada 
por Mário de Andrade, Oswald de Andrade, 
Tarsila do Amaral e o poeta franco-suíço 
Blaise Cendrars, entre outros, percorreu as 
cidades históricas mineiras e acabou entran-
do para os anais do Modernismo.
O movimento deflagrado em 1922 estava se 
reconfigurando.
MARQUES, Ivan. “Trem da modernidade”. Revista de 
História da Biblioteca Nacional, fev. 2012. (Adaptado).
Entre as características da “reconfiguração” 
do Modernismo, citada no texto, podemos 
incluir:
a) a politização do movimento, o resgate de 
princípios estéticos do parnasianismo e o 
indigenismo.
b) a retomada da tradição simbolista, a defesa 
da internacionalização da arte brasileira e a 
valorização das tradições orais.
c) a incorporação da estética surrealista, o 
apoio ao movimento tenentista e a defesa 
do verso livre.
d) a defesa do socialismo, a crítica ao barroco 
brasileiro e a revalorização do mundo rural.
e) a maior nacionalização do movimento, o de-
clínio da influência futurista e o aumento da 
preocupação primitivista.
A questão 4 toma por base um fragmento 
de “Glória moribunda“, do poeta romântico 
brasileiro Álvares de Azevedo (1831-1852).
É uma visão medonha uma caveira?
Não tremas de pavor, ergue-a do lodo.
Foi a cabeça ardente de um poeta,
Outrora à sombra dos cabelos loiros.
Quando o reflexo do viver fogoso
Ali dentro animava o pensamento,
Esta fronte era bela. Aqui nas faces
Formosa palidez cobria o rosto;
Nessas órbitas – ocas, denegridas! –
Como era puro seu olhar sombrio!
Agora tudo é cinza. Resta apenas
A caveira que a alma em si guardava,
Como a concha no mar encerra a pérola,
Como a caçoula a mirra incandescente.
Tu outrora talvez desses-lhe um beijo;
Por que repugnas levantá-la agora?
Olha-a comigo! Que espaçosa fronte!
Quanta vida ali dentro fermentava,
Como a seiva nos ramos do arvoredo!
E a sede em fogo das ideias vivas
Onde está? Onde foi? Essa alma errante
Que um dia no viver passou cantando,
Como canta na treva um vagabundo,
Perdeu-se acaso no sombrio vento,
Como noturna lâmpada apagou-se?
E a centelha da vida, o eletrismo
Que as fibras tremulantes agitava
Morreu para animar futuras vidas?
Sorris? eu sou um louco. As utopias,
Os sonhos da ciência nada valem.
A vida é um escárnio sem sentido,
Comédia infame que ensanguenta o lodo.
Há talvez um segredo que ela esconde;
Mas esse a morte o sabe e o não revela.
Os túmulos são mudos

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