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Semana da Psicopatologia DSM 5 – TR (O que muda com a nova atualização?) O que é Dsm? Antes de iniciar a explicação, precisamos fazer uma introdução: o que é o DSM? Essa sigla significa Manual de Diagnóstico Estatístico de Transtornos Mentais. Usado por psicólogos e psiquiatras ao redor do mundo para o diagnóstico. O DSM apresenta 3 características principais: Classificação diagnóstica, conjunto de critérios diagnósticos e classificação descritiva. CRIAÇÃO DO DSM O DSM foi lançado em 1952, após a criação da força tarefa da APA – Associação Americana de Psiquiatria. Sempre houve a necessidade de se criar uma classificação dos transtornos mentais e o DSM surgiu tentando sanar essa demanda. Entretanto, vale lembrar que qualquer classificação NÃO É TAREFA SIMPLES! Isso por que as pessoas tem visões diferentes sobre um mesmo assunto, o que gera discordâncias. Portanto, não seria diferente com a história da psicologia. Já houveram diversas tentativas de classificação anteriormente. Há dados de tentativa de algum nível de classificação psicológica desde 1840. Várias tentativas vieram e foram, sucederam-se. Isso, por que as classificações são problemáticas. Portanto, cada uma tem seus prós e contras. É “ruim” usar o DSM? Sim. Mas com certeza é bem pior sem ele, pois como se poderia conduzir um tratamento sem rumo? É nosso dever, portanto, enquanto profissionais, nos manter atualizados dentro dos mais novos parâmetros da ciência. Atualizações O DSM já passou por diversas alterações e revisões desde o seu lançamento. E ISSO É BOM!!! Pois, já que estamos nos pautando na ciência... é importante frisar que a ciência é dinâmica e está sempre se atualizando. • DSM I (1952) - 106 diagnósticos • DSM II (1968) 182 diagnósticos • DSM III (1980)265 diagnósticos - rompe com o modelo psicodinâmico • DSM III-TR(1987) 292 diagnósticos • DSM IV (1994) 297 diagnósticos • DSM IV-TR (2000) 297 diagnósticos • DMS V 340 diagnósticos • DSM V-TR (2022) 341 diagnósticos Vamos entender as principais diferenças: @sofia.vicctoria DSM I & DSM II Baseados em uma psicologia psicodinâmica e as classificações eram hierárquicas. A psicopatologia psicodinâmica é baseado na psicanálise e a classificação se organizava em torno dos conceitos de neurose, psicose e perversão. Na base da pirâmide estavam as neuroses e os transtornos de personalidade, no nível intermediário nós tínhamos as psicoses e no nível superior nós tínhamos os distúrbios orgânicos. Então, basicamente, se eu estivesse no nível de cima, eu poderia apresentar todos os sintomas dos níveis de baixo, porém, se eu estivesse no nível de baixo eu não poderia apresentar sintomas do nível de cima. O modelo psicodinâmico será mais aprofundado adiante. DSM III Considerado a Revolução da Psiquiatria pois há o rompimento com a psicanálise. Coincide com os anos 80 juntamente com a criação dos principais medicamentos antidepressivos etc. Esse DSM é publicado ao mesmo tempo que a CID 9. Aqui cai a classificação hierárquica e o modelo psicodinâmico. A classificação agora passa a ser descritiva, ateórica e de modelo categórico. DSM IV & IV-TR Também baseados no modelo categórico, ou seja: a resposta para o diagnóstico é sim ou não. Ou você tem, ou você não tem. Não há meia possibilidade, porcentagem etc. Exemplo: Quadro de anorexia. Só poderia ser encaixado no quadro de anorexia, mulheres que apresentassem amenorreia. Ou seja, hoje sabemos que isso se trata de um caso grave de anorexia, a pausa da menstruação é o alerta máximo do corpo. Assim, meninas que apresentassem todos os outros sintomas, mas não amenorreia eram “deixadas de fora” do diagnóstico. DSM V Ainda apresenta o modelo categórico mais agora vem acompanhado do modelo dimensional, que visa resolver 2 problemas: 1. Exclusão de pessoas do diagnóstico, pois eram critérios muito específicos, com pouca sensibilidade. Então o modelo dimensional adiciona a ideia de espectro (leve, moderado e grave) ao diagnóstico, então o paciente com o considerado “quadro leve” também pode ser tratado. 2. O problema das comorbidades (quando uma pessoa apresenta vários diagnósticos em paralelo). Criou o conceito de especificador para “juntar” dois diagnósticos. Ex: indivíduo depressivo com especificador ansioso. Dsm na prática Por que é tão importante que o psicólogo saiba utilizar essa ferramenta? Isso é realmente necessário? Vejamos alguns motivos, mas antes vamos esclarecer uma coisa: PSICÓLOGO PODE SIM DAR DIAGNÓSTICO O psicólogo é respaldado por lei e por resolução do CFP e tem o direito de dar diagnóstico. O único psicólogo que não deve dar diagnóstico é aquele que NÃO SABE dar. Se você é um profissional que não é qualificado não faça. Simples. É melhor não fazer do que fazer errado, deixe que outro profissional o faça. Norte para o tratamento Como já falamos antes, o psicólogo precisa de uma direção para orientar o tratamento. Ou ele vai tratar da “forma como ele quiser”? Se fosse assim não teria diferença se é uma dor de barriga ou uma crise de ansiedade, se é um câncer ou uma depressão etc. Os diagnósticos vieram para ajudar no tratamento e não para dificultar. Saber sobre diagnóstico é saber sobre o transtorno Existe um conjunto de sinais (aquilo que observamos no paciente como roupa limpa, cabelo arrumado, etc) e sintomas (aquilo que o paciente relata pensamentos/emoções, falta de motivação, etc) que caracterizam determinado transtorno sobre os quais o psicólogo necessita estar atualizado. Quais são as principais mudanças do Dsm 5 – Tr? Em primeiro lugar: nós temos um DSM – TR e isso significa que é basicamente uma revisão de texto. Ou seja, são pequenas mudanças, pequenos ajustes. Nada muito “grande”. Todas as mudanças estão disponíveis no site da APA, onde pode ser conferido na íntegra. As maiores mudanças serão encontradas no Transtorno do Espectro Autista e nos Transtornos de Humor (bipolar, principalmente).
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