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Slides Educação Física Integrada - Unidade II - UNIP

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Prof. Bruno César
UNIDADE II
Educação Física Integrada
 O trabalho ocupa a centralidade da organização social. O lazer e o ócio são 
elementos fundamentais, possibilitando a transformação do sujeito.
 A disciplina expõe como o pensamento sociológico busca compreender o contexto 
contemporâneo em seus diversos tipos de interações e movimentos.
 Unidade I: reconhecer e analisar o contexto contemporâneo pela sociologia do 
lazer. Conceitos como tempo livre, lazer e ócio são presentes, integrando-se com 
Homo faber e ludens.
 Unidade II: descrever a trajetória dos estudos da 
sociologia do lazer no Brasil, suas influências e suas 
perspectivas. Para tal, o duplo aspecto do lazer e do ócio 
na educação são pontos abordados.
Apresentação da disciplina
 “Ócio” vem do latim otium (ocupação prazerosa). É associada ao repouso e 
confunde-se com ociosidade. O tempo livre e o ócio são tomados como mesmo 
fenômeno social. Há diferenças entre ambos por terem naturezas diferentes.
 Aquino e Martins (2007): tempo livre tem natureza cronológica e atingiu seu ápice 
após a Revolução Industrial. A liberdade é um exercício temporal e o lazer, 
baseado no tempo livre, tem perspectiva objetiva.
 O ócio aborda a experiência subjetiva. Sua vivência 
constitui experiência gratuita, necessária, prazerosa e 
integrante da forma de ser de cada pessoa. A vivência do 
ócio não depende do tempo da atividade em si, nem da 
condição econômica, como acontece com o lazer.
Lazer e ócio na contemporaneidade: conceitos, concepções 
e significados
 Aquino e Martins (2007): o ócio é relacionado ao 
sentido atribuído a quem vive, à subjetividade, 
ao modo que nos relacionamos com o mundo 
e as pessoas de forma particular.
 É importante na perspectiva individual, no 
questionamento de cada um consigo mesmo em 
relação à vivência e à experiência do ócio. Permite 
autoconhecimento, identificação e recuperação 
do equilíbrio das decepções e das frustações.
Lazer e ócio na contemporaneidade: conceitos, concepções 
e significados
Fonte: goo.gl/dWwBsW
Há uma série de funções que organizam a função do ócio:
 Psicológica: Dumazedier (1974) define desenvolvimento, diversão e descanso. 
Eles atendem à compensação das perdas humanas, equilibrando 
psicologicamente o indivíduo.
 Social: relacionada à integração social, em contraponto ao empobrecimento da 
comunicação interpessoal.
 Simbólica: percepção de identidade e pertencimento, com afirmação pessoal pela 
escolha das atividades diversionais.
 Econômica: gastos pessoais e familiares com as 
atividades de ócio, como suas implicações no 
sistema econômico.
 Terapêutica: possibilidade em melhorar saúde física 
e mental.
Lazer e ócio na contemporaneidade: conceitos, concepções 
e significados
 Cuenca (2003): a função econômica do ócio é ambígua, pois os gastos alimentam 
o sistema, mas as práticas não são amparadas pela política econômica. O acesso 
ao ócio passa pelo consumo, que não expressa experiências significativas.
 O ócio não é atribuído ao tempo, pois implica liberdade de escolha. O tempo e a 
atividade em si não podem determinar uma experiência do ócio. Por exemplo, a 
pessoa pode ter o tempo livre e viajar, mas a viagem pode ou não ser uma 
experiência de ócio, dependendo da experiência humanista relacionada com os 
valores e o sentido da vida para cada um.
 Por isso é algo subjetivo: a experiência do ócio depende 
da formação de cada indivíduo.
Lazer e ócio na contemporaneidade: conceitos, concepções 
e significados
 O pensamento do ócio humanista surge em meados dos anos 1990, como 
aconteceu no World Leisure and Recreation Association, em 1998. O ócio como 
experiência humana está vinculado a valores e significados profundos que 
provocam transformações na vida das pessoas.
 Ainda há um caminho para se trilhar: o ócio cada vez mais é necessário em um 
contexto cada vez mais acelerado. O lazer e o ócio são capazes de substituir a 
ordem cronológica do tempo e compreender o sentido da sua duração, para que 
nós, seres humanos, possamos expressar nossas subjetividades.
O ócio e as experiências subjetivas
 Lipovetsky (2007): Revolução Industrial promoveu o tempo livre para a vivência do 
lazer, construindo uma sociedade de consumo. Surgiu na expansão de mercados 
e no consumo de massa, tendo como a sofisticação dos meios de comunicação e 
transportes elementos fundamentais para seu crescimento.
 Em uma segunda fase (segunda metade do século XX), 
expandiu-se a democratização do consumo de bens 
duradouros e a sociedade começou a consumir ideias e 
modos de vida que até então pertenciam apenas às 
classes mais abastadas. Ou “há também todo um 
ambiente de estimulação dos desejos, a euforia 
publicitária, a imagem luxuriante de férias, a sexualização
dos símbolos e dos corpos” (LIPOVETSKY, 2007, 
p. 30-1).
A sociedade do hiperconsumo
 Terceira fase do capitalismo, ou sociedade do hiperconsumo, na qual 
consumidores tornam-se mais exigentes em relação à qualidade de vida. A criação 
de novas necessidades que prometem a felicidade, assim como a criação de um 
sistema de signos gerados pelas marcas revela a realização dos seus próprios 
desejos de prazer, felicidade e êxtase.
 Lipovetsky (2007): a nova ordem cultural valoriza os laços 
emocionais e sentimentos do homem. Além do consumo 
material, há um consumo do simbólico, tendo como 
justificativa a resolução de temores, dilemas, frustrações e 
ansiedades, o que se evidencia na produção e no 
consumo de valores efêmeros que passam do campo 
material para o das subjetividades.
A sociedade do hiperconsumo
 Lipovetsky critica o modelo voltado para o consumo. Isso apresenta a “frustração 
de não poder consumir” ou a “competitividade com outro” (sobre “quem é mais 
feliz”) como manifestações de uma sociedade de consumo que faz da felicidade 
um bem a ser consumido, desde que haja condições econômicas para fazê-lo.
 As redes sociais (Facebook e Instagram) evidenciam o compartilhamento da 
experiência e uma concorrência explícita sobre quem é mais feliz.
 Bauman (2009, p. 36): “atingir a felicidade significa a 
aquisição de coisas que outras pessoas não têm chance 
nem perspectiva de adquirir. A felicidade exige estar à 
frente dos competidores”.
A sociedade do hiperconsumo
Das afirmações a seguir, qual delas é incorreta?
a) A Revolução Industrial promoveu o tempo livre para a vivência do lazer, 
construindo uma sociedade de consumo.
b) A função econômica do ócio é ambígua, pois os gastos alimentam o sistema, 
mas as práticas não são amparadas pela política econômica.
c) As redes sociais (Facebook e Instagram) evidenciam o compartilhamento da 
experiência e uma concorrência implícita sobre quem é mais feliz.
d) “Ócio” vem do latim otium (ocupação prazerosa). É 
associada ao repouso e confunde-se com ociosidade.
e) O lazer e o ócio são elementos fundamentais, 
possibilitando a transformação do sujeito.
Interatividade
Das afirmações a seguir, qual delas é incorreta?
c) As redes sociais (Facebook e Instagram) evidenciam o compartilhamento da 
experiência e uma concorrência implícita sobre quem é mais feliz.
Comentário: 
c) As redes sociais (Facebook e Instagram) evidenciam o compartilhamento da 
experiência e uma concorrência explícita sobre quem é mais feliz.
Resposta
Questionamos a qualidade das atividades de lazer e as possibilidades que são dadas 
para experimentar o ócio:
Até que ponto são edificantes?
O que as pessoas trazem para as suas vidas quando assistem a um filme no cinema 
ou a uma peça teatral?
Qual a contribuição das viagens para o repertório cultural das pessoas?
Há um enriquecimento ou um empobrecimento das experiências de lazer e do ócio?
As sociedades de hiperconsumo integram ou segregam as 
pessoas quando se trata do lazer?
É preciso ter para ser feliz?
A sociedade do hiperconsumo
 Primeira Guerra Mundial: jornada de trabalho de 40h/semana,8h/dia e férias 
remuneradas. É a conquista do tempo livre e o marco seria a Assembleia-Geral da 
Organização Internacional do Trabalho (OIT), realizada em 1924. Seu tema 
foi o lazer.
 Mommaas (1996): antes do estudo da OIT, outras iniciativas surgiram. George 
Bevans (1913) fez estudos sobre o tempo livre dos trabalhadores de Nova Iorque. 
Pesquisas foram feitas na Alemanha, Bélgica, França, Holanda e União Soviética.
 No final do século XIX, trabalhos como “Le Droit à la
Paresse”, de Paul Lafargue (1880), e “Leisure Theory
Class”, de Thorstein Vebler (1899) discutem o trabalho 
e o lazer.
 Criação da primeira organização direcionada para o lazer: 
a American National Recreation Association.
Contribuições para a compreensão do lazer
 Décadas de 1930 e 1940: surgimento de instituições, em diferentes partes do 
mundo, que discutem o lazer e sua relação com o trabalho.
 Décadas de 1950 e 1960: desenvolvimento de estudos e pesquisas empíricas 
sobre o lazer, trazendo cientificidade à sociologia do lazer e do cotidiano.
 Os estudos de lazer realizados buscaram novas 
conotações para uma melhor compreensão das atividades 
de lazer, utilizando técnicas para avaliar como as pessoas 
usavam o seu tempo livre etc. Aos poucos, tais pesquisas 
foram incorporadas e aplicadas nas áreas de Sociologia, 
Economia e Psicologia.
Contribuições para a compreensão do lazer
 Muitos fatores contribuíram para o lazer e sua diversificação: redução da jornada 
de trabalho, aposentadoria, aumento da expectativa de vida, crescente 
necessidade de educação profissional adulta, avanços tecnológicos que 
impulsionaram o lazer doméstico etc.
 A diversificação das atividades promoveu mudanças no tempo social e dos 
valores, como também chamou a atenção dos pesquisadores: a “sociedade do 
lazer” começou a ser questionada considerando as suas mais diferentes práticas.
 O lazer adquire, em estudos, um caráter multidisciplinar, 
com enfoque nos estudos culturais, bem como turismo, 
esporte e educação física. Destacam-se as contribuições 
de Michel Maffesoli (fenomenologia como método 
de estudo).
Contribuições para a compreensão do lazer
 Jofre Dumazedier esteve no Brasil entre as décadas de 1960/70, em diferentes 
cidades e ocasiões. A bibliografia era restrita, devido às poucas cidades 
industrializadas na época. Isso não chamava atenção de sociólogos, educadores, 
economistas e nem do próprio governo.
 José Acácio Ferreira pesquisou trabalhadores assalariados de Salvador (BA), 
resultando no livro “Lazer Operário” (1959). 597 trabalhadores foram entrevistados 
e ele observou a prática de jogos e a participação no candomblé.
 “Lazer & Cultura” (1968), organizado por João Camilo 
Torres, caracterizou as relações entre a cultura de massa 
e o lazer. Um ano depois, o Sesc, em conjunto com a 
Prefeitura de São Paulo, organiza discussões sobre o 
lazer no país.
Escola dumazediana e principais estudiosos brasileiros
 Requixa (1977): entre os anos 60/70, muitas pessoas eram orquestradas por 
ideias preconceituosas que consideravam a discussão sobre lazer ofensiva à 
cultura do trabalho.
 Luiz Octávio de Camargo dizia que sociedades urbanas apresentam três estágios 
em relação ao lazer: a negação da questão pelos mais diferentes argumentos, a 
visão do lazer como algo importante do ponto de vista terapêutico em relação à 
vida urbana, a percepção de que o lazer é importante em si mesmo.
 Os três estágios refletem o processo de crescimento 
da industrialização e da urbanização das 
sociedades capitalistas.
Escola dumazediana e principais estudiosos brasileiros
 A CF1988 instituiu o lazer como um direito básico do cidadão brasileiro. Houve 
desenvolvimento significativo na área do lazer, por eventos de importância 
nacional e internacional.
 Sarah Bacal publicou “Lazer: Teoria e Pesquisa”, 
abordando relações entre trabalho, tempo livre e turismo. 
O tempo total (TT) é dividido em tempo necessário (TN) 
para a execução das tarefas essenciais e tempo liberado 
(TLB) para as atividades não obrigatórias, sendo, muitas 
vezes, confundido com tempo livre.
Escola dumazediana e principais estudiosos brasileiros
Fonte: goo.gl/QDmW2M
 Discussões sobre lazer estão presentes em cursos como: Administração, Artes, 
Educação Física, Hotelaria, Turismo e Sociologia. Contudo, têm pequenos 
espaços no interior das propostas curriculares em muitos cursos, o que restringe 
as oportunidades de estudo e atuação.
 Marinho et al. (2011): identificados 211 grupos de pesquisa que estudam direta ou 
indiretamente o lazer no Brasil. Assim, há a necessidade de pensar a construção 
de conhecimento no que se refere ao lazer e ao ócio, em uma 
perspectiva interdisciplinar.
 “Encontro Nacional de Recreação e Lazer” (Enarel), 
“Congresso do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte” 
(Conbrace) são exemplos de eventos de disseminação.
Novas perspectivas para a sociologia do lazer
 Marcellino (1987): ao tratar o lazer como veículo de educação, é importante 
considerar potencialidade para desenvolvimento pessoal e social dos indivíduos. O 
lazer não pode ser visto como um bem de consumo.
 Requixa (1977): educar pela prática do lazer, estimulando a produção cultural que 
buscam simultaneamente introduzir a prática criativa despretensiosa nas 
necessidades lúdicas do cotidiano, assim como aprimorar a apreciação crítica.
 É preciso pensar e organizar um programa de ensino 
dedicado ao lazer, adotando procedimentos didático-
metodológicos que possam concretizar um fazer educativo 
de forma lúdica, criativa, cultural e coletiva.
Duplo aspecto educativo das experiências do lazer
Das afirmações a seguir, qual delas é incorreta?
a) Em 1906, houve a criação da American National Recreation Association.
b) Entre as décadas de 1930 e 1940 houve o surgimento de instituições, em 
diferentes partes do mundo, que discutem o lazer e a sua relação com o trabalho.
c) Marinho et al. (2011) identificam 211 grupos de pesquisa que estudam direta ou 
indiretamente o lazer no Brasil.
d) Sarah Bacal publicou “Lazer: Teoria e Pesquisa”, abordando relações entre 
trabalho, tempo livre e turismo.
e) A CF1998 instituiu o lazer como um direito básico do 
cidadão brasileiro.
Interatividade
Das afirmações a seguir, qual delas é incorreta?
e) A CF1998 instituiu o lazer como um direito básico do cidadão brasileiro.
Comentário: 
e) A CF1988 instituiu o lazer como um direito básico do cidadão brasileiro.
Resposta
 Marcellino (2010): equilíbrio entre quatro eixos fundamentais para a formação do 
profissional de lazer: “teoria do lazer”, “relato de experiências refletidas”, “vivências 
de conteúdos culturais” e “políticas e diretrizes gerais do campo do lazer”.
 Requixa (1979): educação é um veículo de desenvolvimento e tem no lazer um 
ótimo instrumento para incentivar e motivar o indivíduo a desenvolver-se e ampliar 
seus interesses de ordem individual, familiar, cultural e comunitária.
 A pedagogia da animação cultural é o sentido da vida, de 
movimento e de alegria. Ou seja, reconhecer a relação 
“lazer-escola-processo educativo”: “[...] assim encarada, 
estaria ligada à criação de ânimo, à provocação de 
estímulos, e à cobrança da esperança” (MARCELLINO, 
1988b, p. 142).
Duplo aspecto educativo das experiências do lazer
 A Carta Internacional de Educação para o Lazer (2002), da Associação Mundial de 
Recreação e Lazer, é importante pois apresenta as diretrizes para o 
desenvolvimento de educação para o lazer. Ela enfatiza que o lazer tem papel 
fundamental na diminuição de diferenças das condições de vida, permitindo a 
igualdade de oportunidades e recursos. 
 A animação sociocultural tem como objetivos: 
proporcionar o autoconhecimento, promover a 
compreensão das pessoas em relação a si mesmas e ao 
mundo, incentivar a participação dos sujeitos nas 
questões sociais mais amplas e também naquelas que 
estão diretamente ligadasà sua comunidade, possibilitar o 
preparo e o empreendimento de mudanças por meio do 
estímulo à reflexão e à crítica.
Duplo aspecto educativo das experiências do lazer
A animação sociocultural deverá ser: concebida, discutida, planejada, organizada, 
executada e avaliada. Tudo isso poderá ser desenvolvido a partir dos 
seguintes aspectos:
 facilitação: interação e troca de informações entre pessoas e grupos;
 conscientização: noção dos significados individuais e coletivos das atividades de 
lazer que se pretendem desenvolver;
 catalisação: iniciativas para a elaboração das atividades;
 promoção: a partir das ações realizadas, promoção da 
participação dos sujeitos.
Duplo aspecto educativo das experiências do lazer
Camargo (1998): as atividades são pensadas conforme o tipo de público e a 
quantidade de pessoas que se deseja envolver. Assim, os profissionais devem ter as 
seguintes características:
 polivalência cultural: conhecer diferentes práticas e linguagens como ginástica, 
dança, música, cinema etc.;
 conhecer peculiaridades da participação de diversos públicos a partir de gênero, 
faixa etária, classes socioeconômica e sociocultural;
 capacidade de organizar e coordenar equipes das mais 
diversas formações, a partir da formatação de projetos e 
sua viabilidade socioeconômica;
 conhecimento do espaço físico onde serão desenvolvidas 
as atividades.
Desenvolvimento de projetos de animação sociocultural
Fonte: Adaptado de: Livro-texto.
Introdução
(Por que fazer?)
Objetivos
e metas
(O que fazer?)
Público-alvo
Metodologia
e cronograma
(Como fazer?)
 Análise do contexto atual.
 Limites e possibilidades.
 Justificativas.
 Local e público-alvo.
 Contato prévio com o público.
 O que se pretende alcançar.
 Solução de problemas.
 Delimitar objetivos gerais e específicos.
 Descrever os grupos que 
serão atendidos 
pelos projetos.
 Faixa etária.
 Interesses.
 Descrever como os objetivos propostos 
serão alcançados.
 Descrever passo a passo todas as ações.
 Organização cronológica dos passos pensados 
para a execução completa do projeto.
 Expectativas.
 Preferências.
 Outros dados relevantes, 
tais como gênero, classe 
social, etnia etc.
Fonte: Adaptado de: Livro-texto.
Metodologia
e cronograma
(Como fazer?)
 Descrever como os objetivos propostos 
serão alcançados.
 Descrever passo a passo todas as ações.
 Organização cronológica dos passos pensados 
para a execução completa do projeto.
Recursos
humanos
 Quais são os profissionais que atuarão no projeto?
 Quantos serão?
 Quais funções exercerão?
 Qual sua formação específica?
Materiais
e serviços
 Materiais necessários.
 Bens e serviços que permitem oferecer as 
atividades propostas.
Orçamento
e fontes de
financiamento
 Delimitar as fontes de recursos de cada 
elemento de despesa.
 De onde os recursos serão provenientes.
 Setor público: centros culturais, esportivos e comunitários. Em clubes recreativos 
urbanos e campestres, parques públicos, museus, oficinas, conservatórios 
públicos, entre outros. Além disso, empresas e autarquias ligadas ao poder público 
municipal, estadual e federal nas áreas de: cultura, esportes, turismo, lazer 
e meio ambiente.
 Setor privado: clube, parque temático, livraria, academia de dança etc. Além disso, 
em empreendimentos turísticos hoteleiros, podem atuar em: acampamentos de 
férias, hotéis, colônias de férias, cruzeiros marítimos etc.
 Terceiro setor: ONGs desenvolvem projetos sociais 
ligados ao esporte e às artes (música, dança, 
produção audiovisual).
Lazer e animação sociocultural: áreas de atuação
 Entre 1850-1914 e 1927-1937, houve aumento significativo da taxa de 
industrialização. A mudança do sistema econômico trouxe novas formas e 
métodos de organização do trabalho.
 Houve delimitação do tempo do trabalho, que foi reduzido. Horas dedicadas ao 
trabalho apontavam para a necessidade de atividades recreativas reduzindo a 
“desintegração fisiológica do homem”.
 Influenciada pela Europa, parte da elite brasileira construiu a ideia do trabalho 
como ação moralmente edificante, ligada ao catolicismo.
 A partir de 1930, surge a medicina do trabalho, com 
técnicas de racionalização para otimizar a produção e 
diagnósticos de fadiga e cansaço.
Experiências do lazer e do ócio no Brasil: estudos de caso 
(lazer e esporte)
 Surge a assistência social aos trabalhadores em fábricas, oferecendo atividades 
recreativas, esportivas e culturais. Exemplo disso é dos clubes de futebol, 
organizados no chão das fábricas entre 1910 e 1920 na cidade de São Paulo. 
 O Juventus, time de futebol do bairro operário da Mooca, surgiu nesse contexto. 
Era nas sedes sociais dos clubes que os associados, acompanhados de seus 
familiares, estavam nas atividades de lazer, como bailes, piqueniques, excursões, 
festas de final de ano etc.
 Em contrapartida, as empresas, ao investirem no grêmio 
dos trabalhadores, exigiam a prestação de contas, como 
forma de controle, dos clubes que estavam subsidiando. 
Era comum que o dono recebesse título de “presidente 
de honra”.
Experiências do lazer e do ócio no Brasil: estudos de caso 
(lazer e esporte)
Das afirmações a seguir, qual delas é incorreta?
a) Publicada em 2002, a Carta Internacional de Educação para o Lazer apresenta 
as diretrizes para o desenvolvimento de educação para o lazer.
b) A animação sociocultural deverá ser: concebida, discutida, planejada, 
organizada, executada e avaliada.
c) Entre 1850-1914 e 1927-1937, houve aumento significativo da taxa 
de industrialização.
d) O Juventus é time de futebol do bairro operário do Pari, São Paulo.
e) A partir de 1930, surge a medicina do trabalho, com 
técnicas de racionalização para otimizar a produção e 
diagnósticos de fadiga e cansaço.
Interatividade
Das afirmações a seguir, qual delas é incorreta?
d) O Juventus é time de futebol do bairro operário do Pari, São Paulo.
Comentário: 
 O Juventus, time de futebol do bairro operário da Mooca, surgiu nesse contexto. 
Era nas sedes sociais dos clubes que os associados, acompanhados de seus 
familiares, estavam nas atividades de lazer, como bailes, piqueniques, excursões, 
festas de final de ano etc.
Resposta
 1942: criação do Serviço Nacional da Aprendizagem Social (Senai). Em 1946, 
organiza-se formalmente a criação do Serviço Social da Indústria (Sesi) e do 
Comércio (Sesc).
 Dentre as atividades desenvolvidas pelo Sesi, destacamos: atividades de lazer, 
esporte, jogos operários, segurança no trabalho, nutrição, literatura 
e economia doméstica.
 Tanto Sesi quanto Sesc são organizadores de lazeres que 
têm como objetivo o desenvolvimento físico, intelectual, 
cultural e moral dos trabalhadores. Atualmente, as 
entidades oferecem: teatros, clubes, bibliotecas, colônias 
de férias, equipamentos e atividades esportivas.
 1990: Secretaria dos Desportos da Presidência da 
República, que origina, em 2003, o Ministério 
dos Esportes.
Experiências do lazer e do ócio no Brasil: estudos de caso 
(lazer e esporte)
 Além do esporte, as atividades culturais desenvolvidas em nosso País têm 
contribuído para o lazer e a qualidade de vida da população. Nem todos têm 
acesso aos bens culturais, mas há interesse das pessoas em experimentar 
atividades culturais fora do lar.
 Dentre os principais locais visitados quando se deseja fazer alguma atividade 
cultural, destacam-se: shoppings, cinemas, parques, igrejas, teatros, restaurantes 
e outros espaços de alimentação e praças.
 Muitas pessoas se divertem com a televisão, internet e 
rádio. Poucas vão ao cinema ou ao teatro com frequência, 
bem como clubes ou centros culturais.
Experiências do lazer e do ócio no Brasil: estudos de caso 
(lazer e cultura)
 A cultura popular, ou espontânea, refere-se às manifestações de caráter coletivo, 
marcada de forma pela espontaneidade e pelo cotidiano, e relaciona-se com osmodos de vida, saberes e fazeres, tais como: alimentação, crenças, habitação, 
divisão de tarefas, práticas de cura, entre outras expressões.
 Rita Amaral (1998): as festas nas cidades brasileiras revelam múltiplos sentidos, 
como: organização popular, expressão artística e identidade cultural, ação social, 
afirmação de valores etc.
 As festas foram utilizadas pelos colonizadores 
portugueses como um instrumento didático e de 
catequização para a implantação da religião católica em 
nosso País, e meio de inserção social.
Experiências do lazer e do ócio no Brasil: estudos de caso 
(festas tradicionais)
 Fandango caiçara: festas de comunidades caiçaras, nas regiões litorâneas do Rio 
de Janeiro, São Paulo e Paraná. Emprega cantigas e versos improvisados, de 
acordo com acontecimentos do cotidiano, ou repertórios tradicionais.
 O fandango está ligado à organização do trabalho coletivo (mutirão). O dono da 
terra (lida) convoca a comunidade para auxiliá-lo. Vizinhos e “camaradas” se 
reúnem para erguer uma casa, varar uma canoa, fazer lanço de tainha, ou ajudar 
nos preparativos para um casamento.
 Realizam-se os bailes, que são acompanhados de mesas 
fartas (pratos à base de peixe, mariscos, farinha de 
mandioca e de milho, carne de caça, doces, cachaças 
curtidas em ervas ou com melado).
Experiências do lazer e do ócio no Brasil: estudos de caso 
(festas tradicionais)
 Gaspar e Barbosa (2007): lazer, na cultura popular, tem jogos, apetrechos e 
brincadeiras. Os elementos infantis permitem benefícios físicos, culturais, lúdicos, 
imaginativos e sociais.
 Evolução tecnológica e urbanização/verticalização: jogos infantis populares e 
brincadeiras são substituídos pela TV, pelo computador e pelos jogos eletrônicos.
 Era costumeiro encontrar crianças brincando e jogando tranquilamente nas ruas, 
jogos como: amarelinha, bola de gude, esconde-esconde, boca de forno, passarás, 
queimada, quebra-panela.
 Diversos equipamentos culturais e escolas desenvolvem 
atividades que visam a resgatar e ressignificar
brincadeiras para as gerações mais novas.
Jogos, brinquedos e brincadeiras
 Remonta a história da sociedade. Gregos e romanos faziam viagens para desfrutar 
de eventos culturais e artísticos, como Jogos Olímpicos (VIII a.C.). No 
Renascimento (XVI-XVIII d.C.), jovens buscavam ampliar seus conhecimentos 
acerca de distintas manifestações culturais.
 O turismo organizado surge na Revolução Industrial e marcou a Europa. As 
conquistas do tempo livre e direitos trabalhistas dos operários contribuíram para a 
busca de atividades de lazer, dentre elas o turismo.
 Além disso, surge a classe média que viaja mais, usufrui a 
evolução dos meios de transporte. O apogeu do fenômeno 
foi alcançado entre as décadas de 1970 e 1980. Isso 
causou problemas ambientais.
Natureza, sociedade e turismo
Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (ABETA), 
o viajante tem as seguintes motivações:
 paz e tranquilidade (descansar, relaxar, contemplar), socialização (conhecer 
diferentes pessoas), união de casal (romantismo e privacidade), exploração e 
descobertas (conhecer novos lugares e estilos de vida), fuga (da família, do 
trabalho, do estresse, da rotina), proatividade (saúde, bem-estar, condicionamento 
físico), liberdade (de horários e responsabilidades), união familiar (momentos com 
os filhos, resgate de memórias).
 Principais destinos no Brasil: Pantanal (MS/MT), Rio de 
Janeiro, Fernando de Noronha (PE), Amazônia (AM), Foz 
do Iguaçu e Curitiba (PR), Brotas, Vale do Ribeira e São 
Paulo (SP).
Natureza, sociedade e turismo
A Associação Mundial de Recreação e Lazer conta com uma comissão permanente 
sobre turismo e meio ambiente que tem como objetivos:
 fornecer rede de comunicação sobre relações entre lazer, turismo e meio ambiente 
para os membros participantes;
 desenvolver iniciativas que pesquisem mais as inter-relações de lazer, recreação, 
turismo e meio ambiente;
 servir como um mecanismo de defesa para políticas e programas na 
associação mundial.
 Com relação principalmente ao lazer na cultura popular e 
suas relações com o turismo, essas atividades podem 
contribuir não só para a qualidade de vida, mas também 
favorecer as experiências subjetivas e individuais ligadas 
ao ócio.
Natureza, sociedade e turismo
 Os benefícios tanto do lazer quanto do ócio só poderão ser ameaçados se o lazer 
for visto apenas como mais um produto para consumo, levando os indivíduos 
à alienação.
 A alienação está vinculada à fragmentação e também à perda de consciência do 
sujeito. Ao propor atividades de lazer e ócio alienantes e pautadas somente pela 
lógica do consumo, o sujeito deixa de ser o centro de si e passa a ser comandado.
 Como consequência, perde a sua consciência crítica 
sobre o mundo e a sociedade na qual está inserido. Além 
disso, perde também a sua individualidade, não 
conseguindo, portanto, pensar por si.
Natureza, sociedade e turismo
Das afirmações a seguir, qual delas é incorreta?
a) Gregos e romanos faziam viagens para desfrutar de eventos culturais e artísticos, 
como Jogos Olímpicos (VI a.C.).
b) 1942 foi o ano de fundação do Senai – Serviço Nacional da 
Aprendizagem Social.
c) Em 1946, organiza-se formalmente a criação do Serviço Social da Indústria 
(Sesi) e do Comércio (Sesc).
d) As festas nas cidades brasileiras revelam múltiplos 
sentidos, como: organização popular, expressão artística 
e identidade cultural, ação social, afirmação 
de valores etc.
e) O fandango está ligado à organização do trabalho 
coletivo (mutirão).
Interatividade
Das afirmações a seguir, qual delas é incorreta?
a) Gregos e romanos faziam viagens para desfrutar de eventos culturais e artísticos, 
como Jogos Olímpicos (VI a.C.).
Comentário: 
 Gregos e romanos faziam viagens para participar de eventos culturais e artísticos, 
como Jogos Olímpicos (VI a.C.).
Resposta
ATÉ A PRÓXIMA!

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