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Receptação e Violação Direito Autoral

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RECEPTAÇÃO (Art. 180 CP)
Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
· receptação não se vincula, necessariamente, a um anterior crime contra o patrimônio. Ela pode existir, inclusive, em hipóteses de crimes de outra natureza, como peculato, tráfico de armas, contrabando etc.
· admite-se a hipótese de receptação de receptação (receptação em cadeia).
· denomina-se a receptação de “delito parasitário”, acessório, de fusão porque não tem existência autônoma, reclamando a prática de um delito anterior.
· A palavra “crime” deve ser interpretada restritivamente – se a coisa é produto de contravenção penal, não se caracteriza o delito em análise.
Elemento Objetivo (Tipo misto alternativo): Receptação própria (1ª parte de caput)
- Adquirir: obter a propriedade, a título oneroso (exemplo: compra e venda, permuta etc.) ou gratuito (exemplo: doação). 
Obs: Não importa, na aquisição onerosa, que o preço pago seja irrisório ou justo. 
- Receber: ter a posse do bem, guardar. 
- Transportar: levar um objeto de um local para outro.
- Conduzir: dirigir um veículo, automotor ou não, para levá-lo a algum outro local. 
- Ocultar: esconder o objeto material, colocando-o em local no qual não possa ser encontrado por terceiros.
Obs1: ocultar o instrumento ou o preço do crime será o delito de favorecimento real (art. 349 do CP): o auxílio ao criminoso é prestado após a consumação do crime praticado pelo favorecido, não havendo contribuição para a idealização ou execução do crime anterior, pois dele o agente só veio a tomar ciência posteriormente à sua consumação (crime contra Administração da Justiça), não há proveito patrimonial. Se o auxílio foi prestado ou mesmo prometido antes ou durante a execução do crime inicialmente desejado, não há favorecimento real, mas participação em relação àquele delito.
Obs2: corrente majoritária objeto material da receptação: coisa móvel
Sujeito ativo: Pode ser qualquer pessoa (crime comum), com exceção do autor, coautor ou partícipe do crime antecedente, que
somente respondem por tal delito, e não pela receptação.
Obs: A Lei n. 8.906/1994 – Estatuto da OAB – não criou qualquer imunidade para os advogados em relação ao crime de receptação – comete o delito o patrono que recebe dinheiro ou qualquer outro bem proveniente da prática de um crime, ciente desta origem, como pagamento de honorários por serviços prestados a alguém.
Sujeito passivo: a mesma vítima do crime antecedente, novamente prejudicada em seu patrimônio.
Obs: A receptação não faz surgir uma nova vítima no tocante ao crime anterior.
Elemento subjetivo: dolo direto. 
Obs: Não há espaço para o dolo eventual, pois o agente realiza a conduta no tocante à coisa que sabe ser produto de crime.
Consumação: prática de qualquer conduta. 
Obs1: Nas três últimas modalidades o crime é permanente, ou seja, a consumação prolonga-se no tempo, por vontade do agente, enquanto a coisa é transportada, conduzida ou ocultada.
Obs2: crime material.
Receptação imprópria (2ª parte de caput)
- influir: influenciar, convencer alguém a fazer algo.
Obs1: alguém, de boa-fé, a adquirir, receber ou ocultar coisa produto de crime. 
Obs2: é o intermediário no negócio ilícito. 
Obs3: não pode ter envolvimento algum com o crime antecedente (não pode ter sido seu autor, coautor ou partícipe).
- consumação: com a prática de atos idôneos de mediação para com o terceiro de boa-fé 
Obs1: não é necessário que o terceiro adquira, receba ou oculte coisa produto de crime. 
Obs1: crime formal.
Obs2: não admite tentativa.
Receptação qualificada pelo exercício de atividade comercial ou industrial (art. 180, § 1º)
- foram descritos 7 (sete) novos núcleos, além dos outros 5 (cinco) contidos no caput.
- crime próprio: que exerce a atividade comercial ou industrial.
Obs: atividade comercial por equiparação - §2° qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercício em residência.
- dolo eventual: “Consoante a defeituosa redação dada pela Lei nº 9.426/1996 constata-se que, na cabeça do art. 180, exige-se dolo direto, ao passo que, no § 1º, exigiria-se dolo eventual. Todavia, a conduta do parágrafo é mais grave do que a do caput do artigo. Indaga-se, assim, se o dolo direto estaria implícito na descrição do § 1º, ou, ao contrário, a forma qualificada somente ocorreria com o dolo eventual. Se correta essa última assertiva, haveria um paradoxo do legislador ao prever punição mais severa para dolo eventual do que para o dolo direto. Diante dessa controvérsia, formaram-se várias correntes, sendo que duas são as mais importantes. Para a primeira, não tem cabimento aplicar ao comerciante ou industrial que adquire determinada coisa na dúvida, assumindo o risco de ser produto de crime, uma pena mínima três vezes maior do que a prevista para o cidadão que, não ostentando essa qualidade, adquire a coisa sabendo ser produto de delito. Dessa forma, a solução seria a de desconsiderar o preceito secundário da norma do § 1º, aplicando a sanção cominada no caput. A base dessa tese é a incidência do princípio constitucional da proporcionalidade da pena, pelo que a imposição de pena maior ao fato de menor gravidade seria inconstitucional. Solução inversa é no sentido de se proceder a interpretação extensiva. Nesse sentido, a letra da lei teria dito menos do que a vontade da lei. Isso porque a forma mais grave de receptação é aplicável não somente ao dolo eventual (deve saber) como, igualmente, ao dolo direto (sabe) implícito na descrição típica. Filiando-se a essa tese, Guilherme Nucci assinala que houve um lapso na redação da figura qualificada, que merecia expressamente, as expressões que sabe ou deve saber ser produto de crime. Entretanto – prossegue aquele autor –, “não cremos ser suficiente tal omissão para haver total desprezo à pena fixada no preceito secundário. Lembremos que também a pena obedece ao princípio da legalidade, bem como ao princípio da indeclinibilidade, não podendo deixar de ser aplicada por conta da vontade do juiz. Assim, pensamos ser o caminho mais adequado interpretar com lógica o pretendido pelo legislador.” Na jurisprudência do STF, já houve decisões em ambos os sentidos. Contudo, a partir do julgamento do HC 101.144, a Corte Suprema pautando-se tanto no princípio da proporcionalidade como da razoabilidade, afirmou a prevalência do entendimento no sentido da constitucionalidade do § 1º, mas modulando as penas àquelas previstas na cabeça do artigo, excluindo a aplicação da pena majorada”(GUEIROS, 2018, p. 777).
Receptação culposa (art. 180, § 3º)
- Pena: detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as penas. 
- são descritos apenas os núcleos “adquirir” e “receber” – o verbo “ocultar” é incompatível com a receptação culposa.
- tipo penal fechado: o legislador aponta expressamente as formas pelas quais a culpa pode se manifestar, a respeito da origem da coisa:
(a) natureza ou desproporção entre o valor e o preço da coisa adquirida ou recebida pelo agente (o sujeito deveria ter desconfiado daquilo que lhe estava sendo oferecido);
(b) condição de quem a oferece (poderá ser ligada à aparência - ex.: um sujeito mal vestido, oferecendo um aparelho de som; idade - ex.: uma pessoa com aproximadamente 18 anos. tentando vender joias valiosas); conduta social – ex.: se sabe que determinada pessoa não tem profissão definida, se não se conhece bem a origem do dinheiro que ganha, ou se a rodeia má fama, será, por certo. temerário aceitar-se coisa que ela oferece);
(c) no caso de se tratar de coisa que deve presumir-se obtida por meio criminoso.
Julgados: 
1 - Comprar bens em local onde se sabe que grande parte deles ali vendidos e/ou trocados é proveniente de atividade criminosa não caracteriza, por si só, a prática de receptação dolosa prevista no art. 180, caput, do CP. Mais das vezes caracteriza apenas a conduta culposa prevista no § 3° do mencionado artigo(TJBA. ACR 2007306655, ReI. Des. Netônio Bezerra Machado, j. 20/5/2018). 
2 - A condição de quem ofereceu a mercadoria, dois desconhecidos, a forma como estavam acondicionados e a desproporção entre valor e preço pago permitiam ao acusado, ainda que seja pessoa pobre e de reduzida instrução, presumir a origem ilícita (RecCrim. 710013 44662, Turma Recursal Criminal, Turmas Recursais, ReI. Angela Maria Silveira, j. 27/8/2017).
Autonomia da receptação (art. 180, § 4º)
- imprescindível a prática de um crime anterior, havendo, pois, uma acessoriedade material.
- Não é preciso, porém, conhecer quem era o agente do crime anterior, ou haver a punição do delito antecedente.
Obs: Lembrar das escusas absolutórias.
Perdão judicial (art. 180, § 5º, 1ª parte, CP)
- somente aplica-se na receptação culposa.
a) primariedade;
b) circunstâncias do crime devem indicar que o fato não se revestiu de especial gravidade, ou seja, coisa de pequeno valor e a ausência de antecedentes criminais por parte do criminoso.
- não haverá aplicação de pena.
Forma privilegiada (art. 180, § 5º, parte final, CP)
- chamada de receptação mínima.
- somente aplica-se na receptação doloso.
Obs1: vêr furto: réu primário e pequeno valor da coisa.
Obs2: corrente majoritária aplica-se a figura simples (caput) como na
modalidade qualificada do § 1º.
Receptação de bens públicos (art. 180, § 6º, CP)
- bens do patrimônio da União, de Estado, do Distrito Federal, de Município ou de autarquia, fundação pública, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviços públicos.
- pena duplicada da prevista no caput do art. 180 CP. 
RECEPTAÇÃO DE ANIMAL (Art. 180-A, CP)
Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito ou vender, com a finalidade de produção ou de comercialização, semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes, que deve saber ser produto de crime.
- tem como objetivo dar especial tutela penal para a atividade agropecuária.
- pena: reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
- objeto material do crime: animal domesticável de produção (ainda que abatido ou dividido em partes).
- é o animal que foi domesticado ou que pode ser domesticado para ser utilizado como rebanho e/ou produção: bovinos, ovinos, suínos, caprinos, cães, gatos, desde que contenham a finalidade de produção.
- elemento subjetivo: geraram-se questionamentos acerca da incidência somente do dolo eventual, ou se o dolo direto estaria contemplado de forma implícita no crime de receptação de semovente.
VIOLAÇÃO DE DIREITO AUTORAL (Art. 184, CP)
Violar direitos de autor e os que lhe são conexos:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.
§ 1o Se a violação consistir em reprodução total ou parcial, com intuito de lucro direto ou indireto, por qualquer meio ou processo, de obra intelectual, interpretação, execução ou fonograma, sem autorização expressa do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor, conforme o caso, ou de quem os represente:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.   
        
§ 2o Na mesma pena do § 1o incorre quem, com o intuito de lucro direto ou indireto, distribui, vende, expõe à venda, aluga, introduz no País, adquire, oculta, tem em depósito, original ou cópia de obra intelectual ou fonograma reproduzido com violação do direito de autor, do direito de artista intérprete ou executante ou do direito do produtor de fonograma, ou, ainda, aluga original ou cópia de obra intelectual ou fonograma, sem a expressa autorização dos titulares dos direitos ou de quem os represente.
§ 3o Se a violação consistir no oferecimento ao público, mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permita ao usuário realizar a seleção da obra ou produção para recebê-la em um tempo e lugar previamente determinados por quem formula a demanda, com intuito de lucro, direto ou indireto, sem autorização expressa, conforme o caso, do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor de fonograma, ou de quem os represente.
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 4o O disposto nos §§ 1o, 2o e 3o não se aplica quando se tratar de exceção ou limitação ao direito de autor ou os que lhe são conexos, em conformidade com o previsto na Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, nem a cópia de obra intelectual ou fonograma, em um só exemplar, para uso privado do copista, sem intuito de lucro direto ou indireto.
· arts. 5.º, incisos IX, XXVII e 216 CF
· Objetividade jurídica: a propriedade imaterial – direito patrimonial e moral/criação – objeto de direito autoral (produto das atividades desenvolvidas por artistas, intérpretes, executantes, produtores, editores etc., da criação do autor), bem como os chamados conexos (direitos dos artistas intérpretes ou executantes, dos produtores fonográficos e das empresas de radiodifusão).
· Lei penal em branco homogênea: Lei 9.610/1998, os direitos autorais reputam-se, para os efeitos legais, bens móveis (art. 3.º). É considerado autor a pessoa física criadora de obra literária, artística ou científica (art. 11, caput). Ao autor são assegurados os direitos patrimoniais e morais sobre a obra que criou (art. 22), cabendo-lhe o direito exclusivo de utilizar, fruir e dispor da sua obra (art. 28).
· Sujeito ativo: qualquer pessoa.
· Sujeito passivo: é o autor cuja obra ou o direito a ele relacionado, vem a ser violada, assim como seus herdeiros ou sucessores. Segundo a Lei nº 9.610/1998, autor é o titular de direitos morais e patrimoniais sobre a obra que criou (art. 22). Direitos morais: reivindicar a autoria da obra etc. (art. 24). Direitos patrimoniais: direito exclusivo do autor de dispor, usar e gozar de obra literária, artística ou científica (art. 28). 
Obs1: também ao artista que é o intérprete, ao executante e ao produtor (vinculado ao direito conexo, “direitos vizinhos”).
Obs2: No que tange aos limites do direito de propriedade, ele se projeta para toda vida do autor e mais 70 anos após sua morte (art. 41).
· Emento Objetivo: 
- violar: afrontar, ofender, transgredir e infringir.
Obs1: pressuposto do tipo a “obra literária” - livros, jornais, revistas etc.; “obra científica” - livros ou escritos didáticos sobre exposição ou crítica científica; “obra artística” - pintura, escultura, arquitetura, partitura, obra dramática etc.
Obs2: A violação consiste na reprodução abusiva da obra (plágio, publicação não autorizada, reprodução, parcial ou total).
· Consumação: com o ato da transgressão do direito autoral (publicação ou exposição indevida da obra).
Obs1: Súmula 574 do STJ
Obs2: Causas de exclusão da tipicidade: arts. 46, 47 e 48 da Lei 9.610/1998
Art. 46. Não constitui ofensa aos direitos autorais:
II – a reprodução, em um só exemplar de pequenos trechos, para uso privado do copista, desde que feita por este, sem intuito de lucro;
III – a citação em livros, jornais, revistas ou qualquer outro meio de comunicação, de passagens de qualquer obra, para fins de estudo, crítica ou polêmica, na medida justificada para o fim a atingir, indicando-se o nome do autor e a origem da obra;
Obs3: modalidade simples (caput), constitui-se em infração penal de menor potencial ofensivo.
Forma qualificada (art. 184, § 1º, do CP)
· Reproduzir: é repetir, copiar, com o intuito de lucro, obra intelectual, interpretação, execução ou fonograma, sem autorização de quem de direito.
Obs1: dolo em obter lucro – ganho, benefício, vantagem.
Obs2: “Lucro direto é aquele em que o sujeito aufere imediatamente vantagem econômica, mediante a violação de direito autoral (exemplo: “A” cobra valores de diversas pessoas para reproduzir, em sua residência, um filme gravado em DVD destinado a uso exclusivamente doméstico). Lucro indireto, por sua vez, é aquele em que o agente se vale de intermediários ou de ocasiões específicas para, ofendendo direitos autorais, obter indevida vantagem econômica (exemplo: “A”, dono de um bar, reproduz indevidamente em seu estabelecimento comercial DVDs de uso doméstico,com a finalidade de atrair maior clientela)” (MASSON, 2018, p. 744).
Obs3: com autorização expressa: fato atípico.
Obs4: programas de computador – legislação especial (Lei n. 9.609/1998)
Obs5: Sujeito passivo
· Autor: é a pessoa física criadora da obra intelectual.
· Artistas intérpretes ou executantes: são atores, cantores, músicos, bailarinos ou outras pessoas que representem um papel, cantem, recitem, declamem, interpretem ou executem em qualquer forma obras literárias ou artísticas ou expressões do folclore.
· Produtor: é a pessoa física ou jurídica que toma a iniciativa e tem a responsabilidade econômica da primeira fixação do fonograma ou da obra audiovisual, qualquer que seja a natureza do suporte utilizado.
Forma qualificada (art. 184, § 2º, do CP)
· tipo misto alternativo ou crime de ação múltipla (8 condutas constantes do dispositivo, no qual sem a devida autorização do titular do direito e com o propósito mercantil de lucro fácil, próprio daqueles que comercializam informal ou ilegalmente os chamados “produtos piratas”).
· Súmula n. 502, do STJ.
Forma qualificada (art. 184, § 3º, do CP)
· nesta qualificadora o agente não promove a venda direta ao consumidor do produto (parágrafo anterior).
· a violação do direito autoral é por meio do oferecimento ao público, mediante sistema que permita a seleção da obra ou produção (ex: cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer veículo similar).
· sem a devida autorização expressa.
· finalidade de lucro.
Ex1: captação ilícita de sinal de TV por assinatura, praticado por proprietários de estabelecimentos comerciais, como bares ou restaurantes que transmitem jogos de futebol ou show, de forma criminosa, no escopo de atrair a clientela.
Ex2: disponibilizar o agente em seu sítio eletrônico, à disposição dos interessados, para download obras que o autor não autorizou que fossem expressamente comercializadas com o intuito de lucro.
Exceções ou limitações aos direitos autorais
(art. 184, § 4º, do CP)
· os arts. 46, 47 e 48 da Lei 9.610/1998 já definem as exceções e limitações aos direitos autorais, incluindo a figura do caput.
· somente um só exemplar, para uso privado de quem copiou, sem intuito de lucro direto ou indireto.
Ação Penal (art. 186 CP)
Art. 186. Procede-se mediante: 
I – queixa, nos crimes previstos no caput do art. 184; 
II – ação penal pública incondicionada, nos crimes previstos nos §§ 1o e 2o do art. 184; 
III – ação penal pública incondicionada, nos crimes cometidos em desfavor de entidades de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou fundação instituída pelo Poder Público; 
IV – ação penal pública condicionada à representação, nos crimes previstos no § 3o do art. 184.
“No que diz respeito à ação penal, segundo a dicção do art. 186, do CP, deve-se obedecer a seguinte dinâmica:
1º Ação penal privada nos crimes previstos na cabeça do art. 184. 
2º Ação pública incondicionada, para os crimes previstos nos §§ 1º e 2º. Cuida-se de uma espécie de “voto de confiança” do legislador no trabalho policial, responsável pela detecção e apreensão imediata da materialidade do delito, em geral nas ruas ou depósitos clandestinos das cidades brasileiras. 
3º Ação penal pública incondicionada, quando, em qualquer hipótese, “nos crimes cometidos em desfavor das entidades de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou fundação instituída pelo Poder Público.”
4º Por fim, ação penal condicionada para os crimes previstos no § 3º. Com relação ao rito processual, deve-se observar o disposto nos arts. 524 a 530 do CPP, em especial as alterações promovidas pela Lei n. 10.695/2003, no que diz repeito à ação penal privada” (GUEIROS, 2018, p. 791).

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