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3 - Culpabilidade - Slide - ApresentacaoColetiva


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Entendendo a Culpabilidade
Histórico e sistemas penais
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Acepções de Culpabilidade
Princípio: Nullum crimen sine culpa
Responsabilidade Objetiva 
Responsabilidade de Terceiro
CF, Art. 5º, XLV: nenhuma pena passará do acusado
CADH, Art. 7º, 3. Ninguém pode ser submetido a detenção ou encarceramento arbitrários (Decreto 678/1992)
Elemento do Crime – Capacidade de Culpa do indivíduo
Fato típico, jurídico e culpável - Juízo de reprovação contra autor 
por fato contrário quando podia obrar de forma distinta
Balizador da Pena
CP, Artigo 59: Individualização das Penas
STJ, Súmula 440: regime mais gravoso gravidade abstrata do delito
STF, Sumula 718: gravidade abstrata motivação inidônea para imposição de regime mais severo
Antecedentes
Direito Penal da Vingança
Código de Hamurabi: 209º - Se alguém bate numa mulher livre e a faz abortar, deverá pagar dez siclos pelo feto. 210º - Se essa mulher morre, se deverá matar o filho dele.
Iluminismo: contraposição ao absolutismo
Século XVIII. Direito Penal Humanitário: princípio 
da legalidade, racionalização das penas, abolição das torturas, responsabilização subjetiva e pessoal
Kant, Immanuel. Séc. XVIII
Sistemas Penais
Causalismo (Liszt e Beling)
TEORIA PSICOLÓGICA
Culpabilidade = nexo psicológico entre o fato e o 
Criminoso
Culpabilidade (premissa) – formas de dolo e culpa
 
 
 
 
Finalismo (Welzel)
TEORIA NORMATIVA PURA
Estruturas lógico-reais 
(realidade / não cultura)
Culpabilidade =
Imputabilidade
Potencial Consciência Ilicitude
Exigibilidade conduta diversa
Neokantismo (Mezger)
TEORIA PSICOLÓGICO-NORMATIVA
Imputabilidade
Dolo / Culpa
Exigibilidade de conduta 
diversa (FRANK)
Novas Teorias
Funcionalismo e Coculpabilidade
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Funcionalismo Penal
CLAUS ROXIN
Traz o conceito da Responsabilidade, que é a culpabilidade mais a necessidade de prevenção especial da pena, positiva e negativa. Assim, o autor propõe, além dos elementos tradicionais da culpabilidade (imputabilidade; potencial consciência da ilicitude; exigibilidade de conduta diversa), a inclusão da necessidade preventiva da pena.
GUNTHER JAKOBS
“Pune-se para manter a confiança geral na norma, para exercitar o reconhecimento geral da norma. Com relação a este fim da pena, o conceito de culpabilidade não deve ser orientado tendo em vista o futuro, mas sim o presente, na medida em que o Direito Penal funciona, é dizer, contribui para estabilizar o ordenamento.”
Eugênio Raul Zaffaroni
A Teoria da Coculpabilidade, pressupõe uma concorrência de culpas entre o agente e o Estado, sociedade ou família. Parte da premissa que as desigualdades sociais e a falta de oportunidades limitam o âmbito de autodeterminação de determinados indivíduos, fazendo com que estes sejam mais propensos à prática de crimes.
Às Avessas
Se desenvolve em duas perspectivas fundamentais
1ª a identificação crítica da seletividade dos sistema penal e à incriminação da própria vulnerabilidade
2ª reprovação penal mais severa no tocante aos crimes praticados por pessoas dotadas de elevado poder econômico
A Coculpabilidade
Imputabilidade
O homem são e suas vontades
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Entendendo a Imputabilidade
CONCEITO
É a capacidade de entender 
o caráter ilícito do fato e
de determinar-se de acordo 
com esse entendimento. 
DIFERENÇAS
Imputabilidade e capacidade;
Dolo e imputabilidade;
Imputabilidade e responsabilidade.
REGRA
Todo agente é imputável!
SALVO
Se ocorrer causa excludente 
(causa dirimente)
O que exclui a imputabilidade
Desenvolvimento mental incompleto 
(menor de idade): STF, 1ª Turma, HC 85.198/MA, Rel. Min. Eros Grau, j. 17-11-2005, DJ, 9-12- 2005, p. 16.
Imputabilidade penal do índio 
(STF, 1ª Turma, RHC 84.308/MA, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, j. 15-12-2005, DJ, 24-2-2006, p. 25.
Critérios e Requisitos
AFERIÇÃO DA INIMPUTABILIDADE
Sistema biológico
Sistema psicológico
Sistema biopsicológico
Requisitos da inimputabilidade 
(sistema biopsicológico)
Causal
Cronológico
Consequencial
Questões processuais
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Emoção e Paixão
O homem e seus sentimentos
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O Código Penal
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - a emoção ou a paixão; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Emoção e Paixão
Os sentimentos ao extremo
Conceitos
A emoção como causa de diminuição de pena e circunstância atenuante
 (Art. 121, §1º, CP, Art. 129, §4º, CP, Art. 65, III, “c”, CP)
“Legitima defesa da honra”
Paixão equiparada a doença mental
Embriaguez
TIPOS E FASES
Voluntaria, culposa, acidental por caso fortuito ou força maior e preordenada.
incompleta, completa, comatosa.
Consequências
1. Não acidental, dolo ou culpa completa: Não exclui a imputabilidade;
2. Não acidental, dolo ou culpa incompleta: Não exclui a imputabilidade;
3. Acidental, caso fortuito ou força maior completa: Exclui a imputabilidade;
4. Acidental, caso fortuito ou forma maior incompleta: Não exclui a imputabilidade 
Teoria da “actio libera in causa”
O caso concreto - Violência Doméstica
APELAÇÃO CRIMINAL. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER. CRIME DE AMEAÇA. ART. 147, CÓDIGO PENAL. AUTORIA E MATERIALIDADE COMPROVADAS. PALAVRA DA VÍTIMA. EMBRIAGUEZ NÃO ORIUNDA DE CASO FORTUITO E FORÇA MAIOR. EXCLUSÃO DA CULPABILIDADE. DESCABIMENTO. EMBRIAGUEZ VOLUNTÁRIA. RECURSO NÃO PROVIDO. 
1. Em crimes decorridos no âmbito familiar, a palavra da vítima ganha certo relevo probatório, uma vez que tais delitos não são praticados na presença de terceiros, configurando como um meio probante mais concreto para a elucidação dos fatos, ainda mais quando se apresenta com riqueza de detalhes, como no presente caso, sendo impossível, portanto, a absolvição pretendida pela Defesa. 
2. No que se refere à isenção de pena em razão da embriaguez, entendo que não se torna razoável acreditar, como argumentou a Defesa, que tal contexto fático teria sido praticado quando o acusado se apresentava embriagado, portanto, não consolidando o crime de ameaça, posto que, segundo previsão do Código Penal, somente a embriaguez involuntária completa exclui a culpabilidade; nos demais casos, o agente é culpável e punível. Destarte, a causa de isenção de pena requerida pela defesa somente é aplicada para o caso de embriaguez proveniente de caso fortuito ou força maior, situações que não ficaram comprovadas nos autos. Assim, a embriaguez voluntária retratada no presente caso, em suma, não isenta o agente da pena. 3. Recurso não provido. (TJ-PA - APL: 201430221577 PA, Relator: JOSE ROBERTO P M BEZERRA JUNIOR - JUIZ CONVOCADO, Data de Julgamento: 03/10/2014, 3ª CÂMARA CRIMINAL ISOLADA, Data de Publicação: 07/10/2014)
Potencial Consciência da Ilicitude
A ignorância é uma dádiva?
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Saber ou não saber: eis a questão!
Potencial Consciência da Ilicitude e Erro de Proibição
 
Introdução
A potencial consciência acerca da ilicitude de um fato é um dos elementos da culpabilidade e determina somenteser possível a punição do agente que tinha condições de atingir pleno entendimento sobre o caráter ilícito da conduta praticada.
 
Ignorância e Errada Compreensão da Lei
 
Consciência Real x Consciência Potencial
Erro de Proibição
No erro de proibição o agente pensar agir plenamente de acordo com o ordenamento global, mas, na verdade, pratica um ilícito, em razão de equivocada compreensão do direito.
 
Erro de Tipo x Erro de Proibição
 
Potencial Consciência da Ilicitude
É requisito da culpabilidade não o conhecimento do caráter injusto do fato, mas a possibilidade de que o agente tenha esse conhecimento no momento da ação ou omissão.
Espécies de Erro de Proibição
Inevitável ou escusável
Evitável ou inescusável
Erro de Proibição Indireto ou Descriminante Putativa por Erro de Proibição
Trata-se de uma causa de exclusão da ilicitude imaginada pelo agente, em razão de uma equivocada consideração dos limites autorizadores da justificadora. Há uma perfeita noção da realidade, mas o agente avalia equivocadamente os limites da norma que autorizaria tal conduta.
 
Erro de Proibição x Delito Putativo
Exigibilidade de Conduta Diversa
Ele sabe e pode!
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A conduta e o direito
Reinhard Frank - Teoria de Frank
Pratica de uma conduta reprovável - exigir dessa pessoa uma situação diversa 
Aplicação de pena - só nas condutas que poderiam ser evitadas
Ausência de censurabilidade - falta de culpabilidade = isenção de pena
Causas Legais de Exclusão
 Coação Moral Irresistível 
Seriedade X Ironia 
Irresistível
Segundo Cezar Bittencourt “ (...) a irresistibilidade da coação deve ser medida pela gravidade do mal ameaçado.”
Responsabilidade Penal
Coação Moral Resistível X Coação Moral Irresistível
Conduta Resistível
ambos respondem pelo fato.
Observação 
=/= Coação Física Irresistível
Conduta Irresistível somente será punido o autor da coação, o coagido fica isento de pena.
Obediência Hierárquica
(a) a ordem seja emanada da autoridade competente e de cunho ilícito; 
(b) relação de subordinação fundada no direito público, ou seja, ser funcionário público; (Hierarquia)
Art. 21, CP: Erro de proibição = Causa de Diminuição de Pena
(c) tenha o agente atribuições para a prática do ato; 
(d) não seja a ordem manifestamente ilegal, sob pena de ser responsabilizado;
 
(e) o subordinado deve limitar-se à estrita observância da ordem.
O caso concreto
PENAL E PROCESSUAL PENAL (ART. 312, CAPUT, DO CP). PECULATO DESVIO. OBEDIÊNCIA HIERÁRQUICA. ART. 22, 2ª PARTE, DO CP. APLICABILIDADE. RECURSO PROVIDO. 
1. As requisições de dinheiro feitas pelo chefe da Agência da ECT de Itaituba eram corriqueiras, e o acusado somente repassava os valores ao seu superior hierárquico mediante recibo.
 2. Estão presentes todos os requisitos básicos que pressupõem a obediência hierárquica, quais sejam: "que haja relação de direito público entre superior e subordinado;" que a ordem não seja manifestamente ilegal; "que a ordem preencha os requisitos formais;" que a ordem seja dada dentro da competência funcional do superior e; " que o fato seja cumprido dentro da estrita obediência à ordem superior.
3. Ausente a reprovabilidade pessoal na conduta do acusado, deve-se aplicar a exclusão da culpabilidade prevista no art. 22, 2ª parte, do CP, diante da inexigibilidade de conduta diversa. 4. Apelação provida, para reformar a sentença e absolver o réu do crime a ele imputado nos presentes autos, nos termos do art. 386, inciso V, do Código de Processo Penal.
(TRF-1 - ACR: 4872 PA 2001.39.00.004872-4, Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL HILTON QUEIROZ, Data de Julgamento: 05/11/2007, QUARTA TURMA, Data de Publicação: 28/11/2007 DJ p.46)
Causas Supralegais
Inexistem Causas Supralegais 
(Tribunal de Justiça de São Paulo; André Estefam; Victor Gonçalves; Mirabette, Fernando Capez)
Existem Causas Supralegais
 Além das expressamente previstas 
(Superior Tribunal de Justiça; Marco Antonio R. Nahum)
 
O caso concreto
PENAL. APELAÇÃO CRIMINAL DO MP. ART. 171, § 3º. ESTELIONATO QUALIFICADO. RECEBIMENTO INDEVIDO DE BENEFÍCIO ASSISTENCIAL PARA IDOSO. SENTENÇA ABSOLUTÓRIA. CAUSA SUPRALEGAL DE EXCLUSÃO DA CULPABILIDADE FACE À INEXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA. RECURSO DESPROVIDO. 
I. Hipótese em que o Ministério Público recorre de absolvição do art. 171, § 3º do CP, fundada em causa supralegal de exclusão de culpabilidade da ré senhora de 69 anos, com ensino fundamental incompleto, que, ao que tudo indica, teria sido cooptada a pensar que faria jus ao benefício em razão de sua idade. 
II. Há indícios de que ela desconfiava que não fazia jus ao benefício, todavia, não tinha idéia de que aceitando o gozo do benefício estaria infringindo a lei. Assim sendo, estaria a mesma acolhida por uma causa excludente de culpabilidade, faltando-lhe o chamado potencial conhecimento da ilicitude. 
III Após o advento da Lei 11.690/2008, a doutrina vem entendendo que a regra de distribuição do ônus da prova restou mitigada para a defesa. IV. Recurso desprovido. Sentença absolutória mantida. 
(TRF-2 - ACR: 200750010045596 RJ 2007.50.01.004559-6, Relator: Desembargador Federal MESSOD AZULAY NETO, Data de Julgamento: 09/02/2010, SEGUNDA TURMA ESPECIALIZADA, Data de Publicação: E-DJF2R - Data::26/02/2010 - Página::33)
 
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