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Início da Genética A genética é a área da Biologia que estuda os genes, os mecanismos de transmissão das características hereditárias de pais para filhos ao longo das gerações e inclui a área de manipulação dos genes, conhecida por engenharia genética. Essa ciência teve início com os trabalhos de Gregor Mendel, um monge austríaco que viveu entre 1822 e 1884. A partir de 1860, Mendel realizou uma série de cruzamentos entre plantas de ervilhas e analisou cuidadosamente os resultados obtidos. Esses experimentos permitiriam a elaboração de leis sobre a transmissão dos caracteres hereditários, leis essas que servem de base aos estudos de genética. Na época desses experimentos e observações, a Ciência ainda não conhecia os mecanismos de divisão celular, da estrutura do material genético, a respeito dos cromossomos, DNA, RNA e síntese de proteínas, conteúdos estes que estudaremos nas próximas listas de ciências biológicas e os quais serviram para confirmar as propostas de Mendel sobre hereditariedade. Em mais de dez anos de um meticuloso trabalho, Mendel isolou 22 variedades de ervilhas que originavam linhagens puras, ou seja, produziam descendência homogênea ao longo das muitas gerações analisadas. E por que ervilhas? E você já parou para pensar o motivo de Mendel ter escolhido ervilhas para trabalhar? Figura 1: Mendel e as ervilhas Fonte: Disponível em: < http://dererummundi.blogspot.com.br/2012_02_01_archive.html>. Acesso em: 03 jul. 2015. Escolher um ser vivo com ciclo de vida longo, reprodução demorada, com gerações espaçadas no tempo e com características difíceis de serem observadas não seria boa ideia, pois tornaria inviável a um único pesquisador realizar a pesquisa genética. Mendel tinha experiência em trabalhar com plantas, pois as cultivava no jardim do mosteiro de Brno, que se localiza na atual República Tcheca. No caso especial da ervilha, a grande vantagem de sua utilização no estudo da hereditariedade é ser uma planta que se reproduz por autofecundação, além de ser de fácil polinização e apresentar desenvolvimento rápido, gerando grande número de descendentes a cada cruzamento e com características hereditárias bem visíveis, fáceis de serem observadas. Conhecendo o trabalho de Mendel, que é conhecido como o pai da Genética. Figura 2: Caracteres da planta de ervilha (Pisum sativum) analisadas por Mendel. Fonte: Disponível em: < http://ruisoares65.pbworks.com/w/page/7476016/Biografia%20de%20Mendel>. Acesso em: 3 jul. 2015. Cruzamentos feitos por Mendel Usaremos a característica cor da semente como exemplo dos cruzamentos feitos por Mendel. Mendel iniciou seus trabalhos com plantas de linhagens puras, ou seja, plantas que produziam descendentes com aspecto que não variava, quando realizava autofecundação. Assim, Mendel separou plantas que somente produziam sementes amarelas e outras que produziam apenas sementes verdes. Todos esses indivíduos de linhagem pura constituem a geração parental (geração P), ou seja, geração de “pais”. Em seguida, Mendel fez cruzamentos entre as plantas de linhagens puras produtoras de sementes verdes e as plantas de linhagens puras produtoras de sementes amarelas. Figura 3: Cruzamentos Fonte: Disponível em: <http://www.planetabio.com/lei1.html>. Acesso em: 3 jul. 2015. A geração F1 não é pura, uma vez que é formada pelo cruzamento de plantas que produzem sementes amarelas com plantas que produzem sementes verdes. Desta forma, os indivíduos da geração F1 são chamados híbridos. A característica que se manifesta nas gerações que não formam linhagens puras é chamada dominante, ao passo que a característica que não se manifesta é recessiva. Sendo assim, quanto à cor da semente de ervilhas, o caráter amarelo é dominante e o caráter verde é recessivo. Mas será que a característica verde, que é recessiva, desapareceu? Mendel teve a seguinte ideia para responder a essa questão: Deixou ocorrer a autofecundação entre indivíduos da geração F1, obtendo a geração F2 (a segunda geração de filhos). Figura 4: Autofecundação Fonte: Disponível em: <http://www.planetabio.com/lei1.html>. Acesso em: 3 jul. 2015. Mendel concluiu que na geração parental, a planta amarela envia a seu descendente uma cópia do fator que determina a cor amarela, enquanto a planta verde envia uma cópia do fator que determina a cor verde. Sendo a F1 formada por 100% de indivíduos híbridos, o que hoje chamamos de heterozigotos, deduziu que o amarelo é a característica dominante. Quando a F1 é autofecundada (cruzada entre si), cada genitor pode mandar um ou outro fator, ou seja, um que determina a cor amarela ou outro que determina a cor verde, e os encontros ao acaso acabam determinando a proporção obtida em F2: 3 dominantes (75%) para 1 recessivo (25%), ou 3 amarelas para 1 verde. Visualize o esquema básico que representa o cruzamento realizado por Mendel em: http://www.planetabio.com/lei1.html Essas taxas de 75% do caráter dominante e 25% do caráter recessivo são aquelas obtidas sempre na geração F2, em cruzamentos semelhantes, o que permite afirmar que o caráter recessivo está presente na geração F1, embora oculto, ou seja, sem se manifestar. Mas, como explicar esse resultado? Você deve ter em mente que as células de ervilha são diploides, isto é, apresentam pares de cromossomos homólogos. Os cromossomos homólogos apresentam o mesmo locus gênico: se um determinado lugar de um cromossomo é ocupado por um gene, no cromossomo homólogo haverá o alelo ocupando a mesma posição. Com os conhecimentos que se tem hoje a respeito da divisão celular e especialmente meiose, que ocorre na formação dos gametas, é possível entender facilmente os estudos de Mendel. Em ervilhas, o caráter amarelo é determinado por um alelo dominante sem relação ao outro alelo, que determina a cor verde da semente. Assim, a cor verde só se manifesta quando o alelo que determina a cor amarela não está presente. Vamos representar por V o alelo para amarelo e por v o alelo para verde. Temos então três possibilidades: VV e Vv – amarelo vv – verde. Essas possibilidades representam os três genótipos possíveis para o caráter estudado. Os indivíduos que possuem em suas células os dois alelos V (genótipo VV) pertencem a uma linhagem pura e produzem sementes amarelas, quando autofecundados; os que possuem os dois alelos v (genótipo vv) também pertencem a uma linhagem pura, mas produzem sementes verdes. Os que possuem um alelo V e um v (genótipo Vv) pertencem a uma linhagem híbrida e produzem por autofecundação sementes amarelas (75%) e sementes verdes (25%). A característica ou aspecto que se manifesta no indivíduo é o fenótipo. Então, considerando o caráter cor da semente da ervilha, embora sejam três os genótipos, são apenas os dois fenótipos condicionados por eles: Os genótipos VV e Vv condicionam o fenótipo semente amarela. O genótipo vv condiciona o fenótipo semente verde. Lembre-se de que: O genótipo Vv condiciona o fenótipo semente amarela, porque o alelo V é dominante em relação ao seu alelo v. Alelos recessivos não se manifestam em dose simples. Quando se manifesta o genótipo condicionado pelo alelo recessivo, os alelos são iguais entre si. Em outras palavras, o fenótipo recessivo é sempre puro. O termo mais utilizado em genética para os genótipos puros é homozigóticos. Você certamente encontrará as expressões homozigótico e heterozigótico. Homozigótico quer dizer indivíduo que tem alelos iguais. Heterozigótico que