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ANÁLISE_EX-ANTE_ACOLHA_A_VIDA_-_VERSÃO_FINAL_29_07_20

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 MDH 
[NOME DA EMPRESA] [Endereço da empresa] 
[TÍTULO DO DOCUMENTO] 
 
 
AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS 
 
 
 
 
Análise Ex-Ante 
Projeto Acolha a Vida 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
 
 
Este volume visa apresentar a proposta de estrutura do Projeto-piloto 
Acolha a Vida, elaborado e sob responsabilidade da Secretaria Nacional da Família 
do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). 
 
 
 
 
 
Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos 
 
 
 
 
 
 
 
Projeto-piloto Acolha a Vida 
Porque a vida sempre vale a pena! 
 
 
 
 
 
2 
 
Histórico de Revisões do Documento 
Versão Descrição Data Responsável 
1.0 Criação do documento 02/Março/2020 Susy Araújo 
Felipe Victor 
1.1 Atualização do 
documento. 
15/Junho/2020 Susy Araújo 
1.2 Modificação dos eixos 
temáticos e 
reestruturação dos 
projetos. 
02/Julho/2020 Susy Araújo 
2.0 Reestruturação das 
ações do projeto para 
2020 – 2021. 
10/Julho/2020 Susy Araújo 
2.0 Aprovação final da 
Análise Ex-Ante 
29/Julho/2020 Daniel Celestino 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
Sumário 
1. DIAGNÓSTICO DO PROBLEMA ....................................................................................................... 5 
1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA .............................................................................................................. 5 
1.2 QUAL PROBLEMA A PROPOSTA VISA SOLUCIONAR (VISÃO GERAL)? ............................................ 5 
1.3 QUAIS AS CAUSAS QUE ACARRETAM O PROBLEMA? ..................................................................... 8 
1.4 QUAIS SÃO AS EVIDÊNCIAS DA EXISTÊNCIA DO PROBLEMA NA REALIDADE BRASILEIRA? .......... 10 
1.5 APRESENTAR, SE CABÍVEL, A COMPARAÇÃO INTERNACIONAL DO PROBLEMA. .......................... 11 
1.6 QUAIS AS RAZÕES PARA QUE O GOVERNO FEDERAL INTERVENHA NO PROBLEMA? ................... 13 
1.7 APRESENTAR BREVE LEVANTAMENTO DE POLÍTICAS ANTERIORMENTE ADOTADAS PARA 
COMBATER O MESMO PROBLEMA E AS RAZÕES PELAS QUAIS FORAM DESCONTINUADAS, QUANDO 
CABÍVEL. ..................................................................................................................................................... 14 
1.8 EM TERMOS LEGISLATIVOS, NAS AÇÕES DO MINISTÉRIO DA SAÚDE, OBSERVOU-SE: ................ 15 
2. IDENTIFICAÇÃO DOS OBJETIVOS, DAS AÇÕES E DOS RESULTADOS ESPERADOS ...... 16 
2.1 QUAL O OBJETIVO DA PROPOSTA? ............................................................................................... 16 
2.2 QUAIS SÃO OS RESULTADOS E OS IMPACTOS ESPERADOS PARA A SOCIEDADE?....................... 16 
2.3 QUAIS SÃO AS AÇÕES A SEREM IMPLANTADAS? .......................................................................... 17 
2.4 QUAIS SÃO AS METAS DE ENTREGA DOS PRODUTOS? ................................................................. 24 
2.5 APRESENTAR A RELAÇÃO EXISTENTE ENTRE A(S) CAUSA(S) DO PROBLEMA, AS AÇÕES 
PROPOSTAS E OS RESULTADOS ESPERADOS. ........................................................................................... 25 
2.6 APRESENTAR A EXISTÊNCIA DE POLÍTICAS PÚBLICAS SEMELHANTES JÁ IMPLANTADAS NO 
BRASIL OU EM OUTROS PAÍSES, RECONHECIDAS COMO CASOS DE SUCESSO. ........................................ 26 
3. DESENHO, ESTRATÉGIA DE IMPLEMENTAÇÃO E FOCALIZAÇÃO ....................................... 28 
3.1 QUAIS SÃO OS AGENTES PÚBLICOS E PRIVADOS ENVOLVIDOS E COMO ATUARÃO NA PROPOSTA?
 28 
3.2 APRESENTAR POSSÍVEIS ARTICULAÇÕES COM OUTRAS POLÍTICAS EM CURSO NO BRASIL........ 29 
3.3 APRESENTAR POSSÍVEIS IMPACTOS AMBIENTAIS DECORRENTES DA EXECUÇÃO DA PROPOSTA.
 29 
3.4 APRESENTAR ESTIMATIVA DO PERÍODO DE VIGÊNCIA DA PROPOSTA. ......................................... 29 
3.5 QUAL O PÚBLICO-ALVO QUE SE QUER ATINGIR? .......................................................................... 29 
3.6 APRESENTAR CARACTERÍSTICAS E ESTIMATIVAS DA POPULAÇÃO ELEGÍVEL À POLÍTICA 
PÚBLICA. ..................................................................................................................................................... 30 
3.7 APRESENTAR CRITÉRIOS DE PRIORIZAÇÃO DA POPULAÇÃO ELEGÍVEL, DEFINIDOS EM FUNÇÃO 
DA LIMITAÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA. .......................................................................................... 30 
3.8 DESCREVER COMO SERÁ O PROCESSO DE SELEÇÃO DOS BENEFICIÁRIOS. ................................ 30 
4. IMPACTO ORÇAMENTÁRIO E FINANCEIRO ............................................................................... 31 
4.1 APRESENTAR ANÁLISE DOS CUSTOS DA PROPOSTA PARA OS ENTES PÚBLICOS E OS 
PARTICULARES AFETADOS. ........................................................................................................................ 31 
4.2 SE A PROPOSTA DE CRIAÇÃO, EXPANSÃO E APERFEIÇOAMENTO DA AÇÃO GOVERNAMENTAL 
IMPLICAR AUMENTO DE DESPESAS OU RENÚNCIA DE RECEITAS E DE BENEFÍCIOS DE NATUREZA 
FINANCEIRA E CREDITÍCIA, APRESENTAR: .................................................................................................. 32 
 
4 
 
4.3 APRESENTAR DECLARAÇÃO DE QUE A MEDIDA TEM ADEQUAÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA 
COM A LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL, COMPATIBILIDADE COM O PLANO PLURIANUAL E COM A LEI DE 
DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS. .................................................................................................................. 33 
4.4 QUAIS SÃO OS POTENCIAIS RISCOS FISCAIS DA PROPOSTA? ...................................................... 35 
5 ESTRATÉGIA DE CONSTRUÇÃO DE CONFIANÇA E FOCALIZAÇÃO ..................................... 36 
5.1 O CONJUNTO DE CIDADÃOS E CIDADÃS APOIA A POLÍTICA PROPOSTA POR CONFIAR QUE ELA É 
RELEVANTE E QUE AS INSTITUIÇÕES RESPONSÁVEIS IRÃO LEVÁ-LA A CABO? ........................................ 36 
5.2 QUAIS SÃO AS RAZÕES OU AS EVIDÊNCIAS DE QUE HÁ ENVOLVIMENTO DOS INTERESSADOS, QUE 
LEVEM OS AGENTES INTERNOS E EXTERNOS À POLÍTICA A APOIAREM A SUA EXECUÇÃO E A ESTAREM 
ALINHADOS? ............................................................................................................................................... 36 
5.3 COMO OS ENVOLVIDOS PARTICIPAM OU SE MANIFESTAM NA ELABORAÇÃO DA PROPOSTA? .... 36 
5.4 A POLÍTICA PROPOSTA É UMA PRIORIDADE DAS LIDERANÇAS POLÍTICAS? JÁ FORAM 
IDENTIFICADAS AS LIDERANÇAS QUE PODEM ENDOSSÁ-LA? .................................................................... 37 
5.5 QUAIS SERIAM AS POSSÍVEIS OPOSIÇÕES ATIVAS PARA A EXECUÇÃO DESSA POLÍTICA? .......... 37 
6. MONITORAMENTO, AVALIAÇÃO E CONTROLE ........................................................................ 38 
8.11 A POLÍTICA PÚBLICA PODERIA SER IMPLEMENTADA A PARTIR DE PROJETO-PILOTO? ................ 38 
8.12 COMO SERÁ REALIZADO O MONITORAMENTO E QUAIS SERÃO OS INDICADORES DESSE 
MONITORAMENTO AO LONGO DA EXECUÇÃO DA POLÍTICA?...................................................................... 38 
8.13 POSTERIORMENTE, COMO SERÁ REALIZADA A AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS DA POLÍTICA? ... 38 
8.14 COMO SE DARÁ A TRANSPARÊNCIA E A PUBLICAÇÃO DAS INFORMAÇÕES E DOS DADOS DA 
POLÍTICA? ................................................................................................................................................... 38 
8.15 QUAIS SERÃO OS MECANISMOS DE CONTROLE A SEREM ADOTADOS? ....................................... 39 
7. REFÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................................................... 40 
8. ANXEXO 1 – PLANILHAS DE GESTÃO DE RISCOS ................................................................... 43 
PLANILHA 1 – IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS ................................................................................................. 43 
PLANILHA 2 – ANÁLISE E AVALIAÇÃO DE RISCOS ..................................................................................... 48 
PLANILHA 3 – TRATAMENTO DE RISCOS ....................................................................................................52 
 
 
 
5 
 
1. DIAGNÓSTICO DO PROBLEMA 
1.1 Definição do Problema 
 A ocorrência de automutilação e do suicídio no âmbito familiar, 
especialmente entre crianças e adolescentes, tem sido agravado pelo 
enfraquecimento dos vínculos familiares que acabam por gerar sofrimentos 
emocionais. 
Dessa forma, as famílias carecem de preparação para serem o primeiro 
espaço de promoção da saúde, identificando antecipadamente membros em 
sofrimento emocional evitando que evoluam para prática de automutilação ou o 
suicídio. 
Esse preparo das famílias aliado a capacitação de profissionais e instituições 
interessadas em lidar com a temática, representará forte aliado para a prevenção 
e redução da prática da automutilação e do suicídio no Brasil. 
 
Assim, o problema a ser enfrentado é o enfraquecimento dos vínculos 
familiares que geram sofrimento emocional e contribuem para a prática da 
automutilação e o suicídio, especialmente no âmbito familiar. 
 
 
1.2 Qual problema a proposta visa solucionar (Visão geral)? 
A família é o fundamento da sociedade, constituindo, como já expresso na 
Declaração Universal dos Direitos Humanos, o seu núcleo natural e fundamental 
(DUDH, 1948), por este motivo o desenvolvimento integral e ordenado do ser 
humano depende, de forma imprescindível, que essa instituição continue 
desenvolvendo o seu nobre papel perante a sociedade, tornando-se cada vez mais, 
um fator decisivo para a felicidade das pessoas (DIAS, 2016), portanto é grande 
sua importância para a construção de uma sociedade estruturada, saudável e 
equilibrada. 
A Sociedade é grande beneficiária da Família e sem esse recurso, entraria 
em colapso, caso fosse obrigada a assumir tarefas que, via de regra, são realizadas 
pelas famílias de forma melhor e a menor custo. Através da proteção, da promoção, 
do acolhimento, da integração e das respostas que oferece às necessidades de 
seus membros, a família favorece o desenvolvimento da sociedade (PETRINI, 
2009). 
De um ponto de vista social, a família caracteriza-se por uma cooperação 
entre os sexos e/ou entre as gerações e por relações de plena reciprocidade. 
Serviço recíproco, acolhimento gratuito e incondicional caracterizam as relações 
familiares. Somente na família a pessoa é acolhida na sua totalidade e não em 
parte, como acontece em todas as outras relações sociais. Quando a família não 
vive uma relação de reciprocidade plena e, em lugar de fortalecer a solidariedade 
favorece o individualismo, quando a cooperação entre os sexos e entre as gerações 
não é valorizada pelas políticas públicas, a coletividade deve assumir como suas 
tarefas possíveis problemas dos membros vulneráveis dessas famílias, 
aumentando consideravelmente a despesa pública. Em circunstâncias nas quais 
 
6 
 
solidariedade e cooperação são valorizadas e promovidas, as famílias dão conta, 
de maneira mais positiva e com menor custo para a sociedade, da educação das 
novas gerações, do cuidado com seus membros desempregados ou portadores de 
deficiências física ou mental, dos idosos não mais autossuficientes (PETRINI, 
2009). 
É na família que se transmite valores e crenças que, ao longo do tempo, são 
absorvidos de acordo com os exemplos de atitudes e comportamentos dos adultos 
ao seu redor e sua importância é reconhecida constitucionalmente no art. 226 como 
base da sociedade, gozando de especial proteção do Estado (CF,1988). 
 A família pode ser rede de apoio ou impeditiva no processo de 
desenvolvimento dos membros que a compõem. A dinâmica das relações 
familiares - que são mais transacionais que fixas - muda na medida em que se 
altera o número de seus membros, bem como suas funções sociais e profissionais, 
levando-os a constantes processos de adaptação, necessários a sua sobrevivência 
e à qualidade de vida de cada um e do grupo como um todo (CHACON, 2009). "Em 
seu seio pode ter lugar tanto o melhor como o pior dos sentimentos humanos" 
(NUÑEZ, 2008). 
A família é um lugar de acolhimento e de proteção, local onde as pessoas 
aprendem a ser bons cidadãos desde a infância e são cuidados ao longo de toda a 
vida. Diante de tamanha importância da família para a sociedade e especialmente 
por ser o local de formação de bons cidadãos, causa preocupação as notícias de 
que tem sido crescente o aumento da violência doméstica e intrafamiliar, bem como 
aumento nos índices de suicídios no Brasil, indicando um sério desafio social no 
âmbito familiar. 
O IBGE estimou que em 2017/2018 existiam 69 milhões de famílias no país 
(IBGE, 2019) indicando que os lares em que ocorrem violência não são a maioria. 
Apesar de tais números implicarem no fato de que menos de 0,15% das famílias 
brasileiras passam por situação de violência intrafamiliar, é notório que embora 
esse índice seja pequeno, necessita de atenção do poder público com políticas 
públicas familiares voltadas para esses casos, especialmente em função da nova 
situação que obriga as famílias ao isolamento social, devido a pandemia causada 
pelo Covid-19. 
 No que se refere aos índices crescentes de suicídios, também agravados 
em tempos de pandemia, a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) afirmou 
que cada suicídio é uma tragédia que afeta famílias, comunidades e países inteiros 
e tem efeitos duradouros sobre as pessoas deixadas para trás (OPAS, 2018). 
Nota-se, portanto, que o enfrentamento das causas que levam ao sofrimento 
emocional, revela-se um grande desafio social no âmbito familiar, vez que segundo 
estimativa da Organização Mundial da Saúde o suicídio é a causa de 800 mil mortes 
por ano, o que implica em um suicídio a cada 45 segundos, representando mais de 
2 mil pessoas que se suicidam por dia em algum lugar do mundo (WHO, 2018). 
Em 2018, o suicídio representava 1,4% das mortes em todo o mundo, sendo a 
segunda principal causa entre os jovens de 15 a 29 anos. Estima-se que as 
tentativas de suicídio sejam de 10 a 20 vezes mais frequentes do que o suicídio 
consumado (FIOCRUZ, 2018). 
 
7 
 
No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde o suicídio é a quarta maior 
causa de morte na população entre 15 e 29 anos de idade, entre os homens é a 
terceira maior causa e entre as mulheres, a oitava. O Brasil registrou aumento da 
taxa de mortalidade por suicídio por 100 mil habitantes: em 2011 foram 10.490 
óbitos e em 2015, 11.736 mortes. (BRASIL, 2017) 
No que se refere à Automutilação, o Psiquiatra da Infância e da Adolescência 
com atuação no Hospital Universitário de Brasília (HUB), André Salles enfatiza que 
fatores como depressão e ansiedade podem contribuir para a dor que motiva os 
sofrimentos infligidos ao próprio corpo e eventos adversos ocorridos, sobretudo, na 
infância e na adolescência como abuso físico e sexual, maus-tratos, separação 
parental, ciclo familiar instável e precário, condições sociais desfavoráveis são 
situações dramáticas e extremamente tóxicas que comprometem o 
desenvolvimento psíquico do indivíduo (SALES, 2019). 
Estima-se que um a cada cinco adolescentes já praticou a autolesão não 
suicida pelo menos uma vez na vida. O fenômeno da autolesão, durante muito 
tempo, foi associado a personalidade emocionalmente instável, porém, pesquisas 
recentes tendem a atualizar esses dados, associando a diversos fatores, entre eles, 
a depressão, o Transtorno Obsessivo Compulsivo, a ansiedade e outros 
(SALES,2019). 
 Tendo em vista que, para o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom 
Ghebreyesus. “Toda morte é uma tragédia para a família, amigos e colegas. No 
entanto, suicídios são evitáveis” (GHEBREYESUS, 2019), fica evidente a 
necessidade de propostas que visem diminuir o número de automutilações e 
suicídios no Brasil, especialmente porque a família deve ser um espaço de 
promoção da saúde. Apesar de ainda não existirem notificações oficiais sobre a 
automutilação, sabe-se que tanto a autolesão como o suicídio estão associados a 
uma dor profunda relacionada ao ambiente familiar e afetivo, à depressão, e a 
circunstâncias que vão desde perdaspessoais de familiares, de emprego e 
relacionamentos, até insatisfação crônica com a vida. 
Estudiosos de diferentes correntes compartilham a perspectiva de que a 
família é central para o enfretamento das temáticas do suicídio e automutilação, 
assim como entendem que processos de risco relacionados ao contexto familiar se 
destacam entre os fatores que predispõem a ocorrência de ambos. Grande parte 
dos adolescentes vítimas do suicídio enfrentavam algum problema familiar ou 
sofriam por necessitar de proteção ou de algum tipo de apoio psicossocial. Por 
outro lado, embora não seja plausível tratar da família de casos em abstrato, é certo 
que a família de vítimas de suicídio precisa de atenção, o que passa por orientação 
e cuidado, inclusive em vista da prevenção de novos casos (BOTEGA, 2015). 
Uma das principais estratégias para a prevenção do suicídio e da autolesão 
é a elaboração da dor por meio do discurso. Nesse ponto, o diálogo, a escuta e a 
acolhida tornam-se centrais, por permitir que a pessoa expresse e compreenda a 
extensão do problema. Há relatos de casos de abordagem familiar em que o 
tratamento é altamente eficaz (GONÇALVES, SILVA; FERREIRA, 2015). 
 
8 
 
Essa constatação demonstra que as famílias devem ser preparadas para 
serem o primeiro espaço de promoção da saúde, identificando antecipadamente 
membros em sofrimento emocional evitando que evoluam para prática de 
automutilação ou o suicídio. Estudos demonstram que intervenções direcionadas 
para o fortalecimento familiar, que ensinam pais e responsáveis a supervisionar, 
disciplinar e se comunicar com seus filhos de modo afetivo e eficaz, representam 
um caminho favorável à prevenção de comportamentos de risco (FOX et al., 2004; 
KUMPFER et al., 2002). 
As intervenções que envolvem os pais e/ou outros membros da família 
apresentam impacto, em média, nove vezes maior que as intervenções 
direcionadas apenas às crianças e aos adolescentes (TOBLER; STRATTON, 
1997). 
Nesse sentido, o preparo das famílias aliado a capacitação de profissionais 
da educação, saúde, conselheiros tutelares, organismos e instituições interessadas 
em lidar com a temática, representará forte aliado para o fortalecimentos dos 
vínculos familiares e para a prevenção e redução da prática da automutilação e do 
suicídio no âmbito das famílias brasileiras, tendo em vista estudos indicando que o 
suicídio é um sério problema de saúde pública que precisa ser enfrentado 
(SANTOS, 2019). 
 
1.3 Quais as causas que acarretam o problema? 
De modo geral, a automutilação e o suicídio estão associados a uma dor 
profunda relacionada ao ambiente familiar e afetivo, à depressão, e a 
circunstâncias que vão desde perdas pessoais de familiares, de emprego e 
relacionamentos, até insatisfação crônica com a vida. Nesse sentido, existem os 
fatores de riscos de suicídio que são casos em que há maior probabilidade de que 
a pessoa venha a cometer suicídio (BODEGA,2015). Dentre eles cita-se: 
• Transtornos mentais (ideação ou plano suicida; tentativa de suicídio 
pregressa; história familiar de suicídio); 
 
• Fatores psicossociais (perda ou separação dos pais na infância; 
instabilidade familiar; isolamento social; violência doméstica); 
Bodega (2015) descreve que os sinais de alerta em relação ao risco de 
suicídio em adolescentes são: 
• Afastamento familiar e de amigos; 
 
• Fatores psicológicos e psiquiátricos; 
 
• Estressores psicossociais e vida familiar (separação ou divórcio dos pais; 
morte de um dos pais; abuso físico e sexual; transtorno mental nos pais; 
comportamento suicida na família; discórdia no ambiente familiar; 
exposição a casos de suicídios ou tentativa de suicídios). 
 
9 
 
Percebe-se no estudo que, dos casos citados quanto a “Estressores 
psicossociais e vida familiar”, a maioria estão diretamente ligados ao seio familiar 
ou apresentam relação indireta, evidenciando que a questão familiar se apresenta 
como causa ou fator de grande relevância entre os fatores de risco para o suicídio 
e a automutilação. Isso indica a necessidade da criação de mecanismos para que 
as famílias sejam espaço de promoção da saúde que atue antecipadamente na 
identificação de sofrimentos emocionais entre seus membros evitando que esses 
“estressores psicossociais e vida familiar” sejam agravados evoluindo para a 
prática da automutilação ou do suicídio. 
 
Nesse contexto, tem-se a seguinte árvore do problema: 
Árvore do Problema 
 
 
 
10 
 
1.4 Quais são as evidências da existência do problema na realidade 
brasileira? 
A prática da automutilação em menor escala, mas especialmente as 
mortes por suicídio podem ser facilmente atestadas por diversos estudos. No Brasil, 
até 2019, não havia obrigatoriedade da notificação de índices de automutilação, 
passando a ser uma exigência com a promulgação da Lei Nº 13.819 de 26 de abril 
de 2019 que instituiu a Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do 
Suicídio, a ser implementada pela União, em cooperação com os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios 
Sabe-se, no entanto, que a maior prevalência da prática da automutilação 
vai da pré-adolescência até a idade do adulto jovem, ou seja, dos 12, 13 anos de 
idade até os 25 a 30 anos. É uma estatística mundial que se repete. No Brasil, ainda 
não há dados consistentes sobre esse tipo de comportamento. Em relação a 
gênero, os estudos internacionais dizem que há uma leve prevalência entre 
mulheres, mas em alguns países essa estatística é igual entre homens e mulheres. 
No Brasil, por evidências clínicas, há prevalência maior entre garotas. (ARAGÃO, 
2020). 
A carência de estudos não ocorre em relação ao índices de morte por 
suicídio que dispõe de muitas pesquisas. Um estudo de seguimento realizado a 
partir de 1980 mostra um aumento nos índices de morte por suicídio de 21% até o 
ano de 2000 e de 29,5% até 2006 (BOTEGA, 2015). 
Observa-se que, na década de 1980, havia tendência negativa à 
mortalidade por suicídio em quase todas as faixas etárias. No entanto, a partir de 
1990, houve um significativo crescimento, especialmente entre crianças de 10 a 14 
anos. 
 Segundo Waiselfisz, entre 2000 e 2012, o total de suicídios no país saiu 
de 7.726 para 10.321, o que significa um aumento de 33,6%. Esse aumento foi 
superior ao crescimento populacional do país no mesmo período, 11,1%. 
(WAISELFISZ,2014.) 
O maior índice de aumento do suicídio se encontra na região Norte, onde 
passou de 390 para 693, o que representa um aumento de 77,7%. Amazonas, 
Roraima, Acre e Tocantins praticamente duplicaram o número de casos. 
Na Região Nordeste, o crescimento também foi expressivo, com 51,7%. 
Na região, Paraíba e Bahia superaram em mais de duas vezes a média nacional. 
Na região Sudeste, o crescimento foi de 35,8%, embora Minas Gerais tenha obtido 
índices acima da média (58,3%) e Rio de Janeiro praticamente manteve estável o 
número absoluto. As regiões Sul e Centro-Oeste foram as de menor crescimento 
decenal: 15,2% e 16,3%. 
Em 2012, a distribuição da mortalidade por suicídio na população total 
destaca dois estados do Nordeste (Paraíba e Bahia) nos primeiros lugares do 
 
11 
 
ranking, muito acima da média nacional. Seguem-se outros estados do Norte e do 
Sudeste (Minas Gerais que ocupa o 9º lugar e São Paulo, em 14º). Por outro lado, 
os Estados que possuem tendência negativa foram Ceará, Goiás, Rio de Janeiro e 
Amapá. 
Ao considerarmos a mortalidade por suicídio em 2012, na população jovem, 
a Paraíba permanece ocupando o primeiro lugar do ranking, seguido por 
Amazonas, Tocantins e Acre. A Bahia está em quinto lugar. Novamente três 
estados do Sudeste aparecem com média superior a nacional, Espírito Santo, 
Minas Gerais e São Paulo. 
 No que se refere aos vários relatos contemporâneos de suicídio entre povos 
indígenas, entre os motivos dos casos analisados encontram-se: desonra, reações 
de luto, fuga da escravidão e frustação amorosa. Existem algumas tribos nômades, 
em que o suicídio de idosos ocorreem forma de ritual. No Brasil, a maioria dos 
casos (65%) de suicídios em povos indígenas concentra-se em Roraima, Mato 
Grosso do Sul e Amazonas. Em 1980, houve uma epidemia de suicídio nas 
comunidades Guarani, na região de Dourados (MS), sendo que as taxas nas tribos 
Guarani, Kaiowá e Ñandeva permanecem elevadas até os dias atuais (BOTEGA, 
2015). 
O Brasil é signatário do Plano de Ação em Saúde Mental, feito em 2013 pela 
Organização Mundial da Saúde (OMS), em que se busca a redução da taxa de 
suicídio em 10% até 2020. No entanto, nos últimos dez anos, o número de suicídios 
no país tem aumentado. 
Por fim, em relação às taxas de suicídio, os dados revelam que em termos 
absolutos, a mortalidade por suicídio vem crescendo no Brasil ao longo das 
décadas (BRASIL, 2019), aliado ao fato de que também é uma tendência mundial 
o aumento das taxas de automutilação (ARAGÃO, 2020). Tendo em vista que a 
maior incidência dessas práticas envolvem adolescentes e jovens entre 15 e 29 
anos, sendo a segunda principal causa de morte nessa faixa etária, pressupõe-se 
que a fragilidade dos vínculos familiares podem exercer fator de relevância para 
enfrentamento da problemática, evidenciando a existência desse sério problema na 
realidade brasileira. 
 
1.5 Apresentar, se cabível, a comparação internacional do problema. 
De acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde (WHO, 
2018), cerca de 800 mil mortes ao ano se devem ao suicídio, o que implica em 1 
suicídio a cada 40 segundos no mundo. Estima-se mais de 2 mil óbitos por suicídio 
ao dia, em algum lugar do mundo e que, para cada indivíduo que morre por suicídio, 
há aproximadamente 20 pessoas com ideações suicidas. 
Em termos globais, o suicídio é responsável por 1,4% do total de mortes 
no mundo. Embora trate-se de um fenômeno que atinge as pessoas ao longo do 
 
12 
 
ciclo de vida, especialmente idosos e grupos étnicos como os indígenas, observou-
se que adolescentes e jovens preocupam as políticas públicas, pois nesta fase da 
vida os índices de crescimento do suicídio chegam a ocupar a segunda causa de 
morte entre pessoas de 19 a 25 anos (WHO, 2014). O total de mortes por suicídio 
supera a soma de todas as mortes causadas por homicídios, acidentes de 
transporte, guerras e conflitos civis (BOTEGA, 2015). 
Em 2016, as taxas de suicídio por 100 mil habitantes, observou-se que os 
índices variam bastante entre países, no entanto, são mais elevados em países de 
capitalismo avançado e em países cuja população possui nível sócio educacional 
médio e baixo. 
Embora os índices de suicídio tenham aumentado nos últimos 60 anos, a 
partir de meados da década de 1990, começaram a apresentar leve decréscimo, o 
que se deve a políticas de prevenção junto aos idosos. Os coeficientes mais altos 
estão presentes na Europa Oriental e Ásia, e em alguns países da África e América 
Latina. Índia e China são os países com maior número de mortes por suicídio. Na 
Coréia do Sul, a taxa de suicídio dobrou ao longo dos últimos anos (WHO, 2018). 
 Os dados da OMS apontam, ainda, que a taxa global de suicídios entre 
jovens tende a ser significativamente mais elevada em países de nível 
socioeconômico médio e baixo. 
 Em 2012, apesar de o Japão figurar como a terceira economia global por PIB 
mundial é o primeiro país em taxas de suicídio por mil habitantes, entre os países 
de capitalismo avançado. Antecedem o Japão, oito países em vias de 
desenvolvimento e dois países – Índia e Rússia – que formam o grupo com forte 
possibilidade de crescimento, em virtude dos recursos naturais e humanos e do 
grande potencial econômico (BRICS). 
Ainda em 2012, entre os países da América Latina, o Brasil ocupa o oitavo 
lugar em coeficiente de mortalidade por suicídio por 100 mil habitantes. O país se 
mantém nesta posição e o Ministério da Saúde constata que os índices tendem a 
crescer de acordo com a idade do grupo analisado. 
 No Brasil, ao contrário do que acontece no mundo houve um aumento de 
suicídios. A taxa entre adolescentes que vivem nas grandes cidades brasileiras 
aumentou 24% entre 2006 e 2015, informa pesquisa da Unifesp (Universidade 
Federal de São Paulo). O estudo, publicado na Revista Brasileira de Psiquiatria, 
indica que o suicídio é até três vezes maior entre jovens do sexo masculino. Os 
sete pesquisadores da Unifesp utilizaram dados do SUS (Sistema Único de Saúde), 
do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e do Coeficiente Gini (que 
mede desigualdade) para chegar às conclusões. Eles apontam a popularização da 
internet, as mudanças sociais no país e a falta de políticas públicas de combate ao 
suicídio como as principais razões para esse aumento (EXAME, 2019). 
 De acordo com o estudo, a taxa entre jovens entre 10 e 19 anos aumentou 
24% nas seis maiores cidades brasileiras: Porto Alegre, Recife, Salvador, Belo 
 
13 
 
Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro, enquanto cresceu 13% no interior do país. 
O aumento contrasta com a evolução dos índices de suicídios no resto do mundo, 
que caíram 17% no mesmo período. O Rio Grande do Sul é o estado brasileiro que 
apresentou as maiores taxas de óbito por suicídio (10,3/100 mil hab) no período 
entre 2011 e 2016 (BRASIL, 2017), também no Rio Grande do Sul, em 2016, a faixa 
etária dos 15 aos 19 anos foi a que apresentou maiores taxas de notificação de 
autoagressão e tentativa de suicídio (RIO GRANDE DO SUL, 2019) 
1.6 Quais as razões para que o governo federal intervenha no problema? 
Entre as “Metas Nacionais Prioritárias” relativas à “Agenda de 100 dias de 
Governo”, lançada pelo Governo Federal em 23 de janeiro de 2019, observou-se a 
“Meta 20” com a previsão da criação de uma Campanha nacional de prevenção ao 
suicídio e à automutilação de crianças, adolescentes e jovens. Nesse contexto, 
surgiu a "Campanha Acolha a Vida" como resposta concreta à meta 20. 
Tendo em vista que, de modo geral, a automutilação e o suicídio estão 
associados a uma dor profunda relacionada ao ambiente familiar e afetivo, à 
depressão, e a circunstâncias que vão desde perdas pessoais de familiares, de 
emprego e relacionamentos, até insatisfação crônica com a vida, a Secretaria 
Nacional da Família do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, criada 
pelo Decreto nº 10.174, de 13 de dezembro de 2019, artigos 17, art. 20,I se revela 
espaço competente para o desenvolvimento de políticas públicas relacionadas ao 
tema. 
Em termos internacionais, segundo o Journal of Medical Internet 
Research - JMIR (2017), nos Estados Unidos, estima-se que os custos 
relacionados a tentativas e mortes por suicídios chegam a US$ 26 bilhões de 
dólares, levando-se em consideração as despesas médicas e absenteísmos no 
trabalho, demonstrando que o tema pode ser associado a um sério problema de 
saúde pública. 
Por fim, sendo a família um lugar de acolhimento e de proteção, local onde 
as pessoas aprendem a ser bons cidadãos desde a infância e são cuidados ao 
longo de toda a vida (ALVES, 2020) e por poder ser rede de apoio ou impeditiva no 
processo de desenvolvimento dos membros que a compõem, já que passa por 
constantes processos de adaptação, necessários a sua sobrevivência e à 
qualidade de vida de cada um e do grupo como um todo (CHACON, 2009), é 
imprescindível que o governo federal intervenha no problema com a criação 
políticas públicas de fortalecimento dos vínculos familiares com vistas ao preparo 
das famílias para serem espaços de promoção da saúde, identificando 
antecipadamente membros em sofrimento emocional e contribuindo de maneira 
efetiva para prevenção da prática da automutilação e do suicídio, especialmente no 
âmbito familiar. 
 
 
14 
 
1.7 Apresentar breve levantamento de políticas anteriormente adotadas 
para combater o mesmo problema e as razões pelas quais foram 
descontinuadas, quando cabível. 
Com vistas ao enfrentamento ao crescente índice de suicídios no Brasil, em 
2006 foram instituídas as “Diretrizes Nacionais de Prevenção ao Suicídio” peloMinistério da Saúde, que visava estabelecer uma articulação entre o Ministério da 
Saúde, as Secretarias de Estado de Saúde, as Secretarias Municipais de Saúde, 
as instituições acadêmicas, as organizações da sociedade civil, os organismos 
governamentais e os não-governamentais, nacionais e internacionais. 
 Em 2014, instituiu-se o “Setembro Amarelo” por meio da Associação 
Brasileira de Psiquiatria – ABP, em parceria com o Conselho Federal de Medicina 
– CFM. 
Ainda em 2014, o Plano Distrital de Prevenção do Suicídio do Distrito Federal 
- SES-DF pautou-se na sistematização de estratégias coletivas e individuais, 
referenciadas pela literatura e legislação vigente, para prevenir o suicídio no DF 
bem como conscientizar profissionais de saúde e população sobre o tema. 
Em termos de legislação pertinente ao tema tem-se (PARANÁ, 2020): 
Lei nº 6.259, de 30 de outubro de 1975 - Dispõe sobre a organização das 
ações de Vigilância Epidemiológica, sobre o Programa Nacional de Imunizações, 
estabelece normas relativas à notificação compulsória de doenças, e dá outras 
providências. 
Decreto nº 78.231, de 12 de agosto de 1976 - Regulamenta a Lei nº 6.259, 
de 30 de outubro de 1975, que dispõe sobre a organização das ações de Vigilância 
Epidemiológica, sobre o Programa Nacional de Imunizações, estabelece normas 
relativas à notificação compulsória de doenças, e dá outras providências. 
Lei nº 9.656, de 3 de junho de 1998 - Dispõe sobre os planos e seguros 
privados de assistência à saúde. 
Portaria MS/GAB nº 1.876, de 14 de agosto de 2006 - Institui Diretrizes 
Nacionais para Prevenção do Suicídio, a ser implantadas em todas as unidades 
federadas, respeitadas as competências das três esferas de gestão. 
Lei Federal nº 13.819, de 26 de abril de 2019 - Institui a Política Nacional 
de Prevenção da Automutilação e do Suicídio, a ser implementada pela União, em 
cooperação com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; e altera a Lei nº 
9.656, de 3 de junho de 1998, tendo como destaques as seguintes alterações: 
- A notificação compulsória deverá seguir o disposto na Lei nº 6.259 de 30 
de outubro de 1975 que, entre outras providências, estabelece normas relativas à 
notificação compulsória de doenças. 
 
15 
 
- Inclui, na Lei nº 9.656 de 3 de junho de 1998 - que dispõe sobre os planos 
e seguros privados de assistência à saúde, obrigatoriedade de cobertura de 
atendimento à violência autoprovocada e às tentativas de suicídio. 
Decreto nº 10.225, de 5 de fevereiro de 2020 - Institui o Comitê Gestor da 
Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio, regulamenta a 
Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio e estabelece 
normas relativas à notificação compulsória de violência autoprovocada. 
1.8 Em termos legislativos, nas ações do Ministério da Saúde, observou-
se: 
Portaria nº 1.876, institui Diretrizes Nacionais para Prevenção do Suicídio a 
ser implantadas em todas as unidades federadas. 
Portaria nº 3088/2011, foi instituída a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) 
para pessoas com sofrimento ou transtorno mental, no âmbito do Sistema Único de 
Saúde (SUS). 
Portaria nº 1271, a qual define a Lista Nacional de Notificação Compulsória 
de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e 
privados em todo o território nacional, torna as tentativas de suicídio e o suicídio 
agravos de notificação compulsória imediata em todo o território nacional. 
Portaria nº 3.479, institui o Comitê Gestor para elaboração de um Plano 
Nacional de Prevenção do Suicídio no Brasil em consonância com as Diretrizes 
Nacionais para Prevenção do Suicídio e com as Diretrizes Organizacionais das 
Redes de Atenção à Saúde. 
Portaria Nº 3.491, institui incentivo financeiro de custeio para 
desenvolvimento de projetos de promoção da saúde, vigilância e atenção integral 
à saúde direcionados para prevenção do suicídio no âmbito da Rede de Atenção 
Psicossocial do Sistema Único de Saúde (SUS). 
Em setembro de 2017, o MS lançou o Boletim Epidemiológico 2017 e a 
Agenda de Ações Estratégicas para a Vigilância e Prevenção do Suicídio e 
Promoção da Saúde no Brasil 2017-2020. 
Em outubro de 2017, o Ministério da Saúde elaborou a cartilha Suicídio. 
Saber, agir e prevenir para orientar jornalistas na divulgação e abordagem de 
casos de suicídio. Algumas das dicas são: não divulgar detalhes sobre como o 
suicida se matou, evitar a palavra suicídio em manchetes e chamadas, assim como 
termos valorativos, como “cometeu” suicídio. 
O Brasil está entre os países que assinou o Plano de Ação em Saúde 
Mental 2015-2020 lançado pela Organização Pan-Americana da Saúde com 
objetivo de acompanhar o número anual de mortes e o desenvolvimento de 
programas de prevenção; a redução da taxa de mortalidade faz parte dos Objetivos 
de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030. 
 
 
 
16 
 
2. IDENTIFICAÇÃO DOS OBJETIVOS, DAS AÇÕES E DOS 
RESULTADOS ESPERADOS 
2.1 Qual o objetivo da proposta? 
O Projeto Acolha a Vida, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos 
Humanos (MMFDH), objetiva atuar na conscientização e disseminação de 
informações às famílias para serem um espaço de Promoção da Saúde Mental por 
meio do fortalecimento dos vínculos familiares, buscando prevenir o sofrimento 
emocional e a violência autoprovocada. 
Objetiva ainda, conscientizar as famílias sobre seu papel como espaço de 
promoção da saúde identificando precocemente membros com sofrimento 
emocional, diminuindo os fatores de risco e contribuindo para a prevenção da 
automutilação e do suicídio, especialmente entre os filhos e demais membros como 
jovens e idosos 
Por fim, objetiva, preparar os diversos setores da sociedade, especialmente 
os que lidam com famílias, crianças e adolescentes sobre a temática, tendo como 
foco o fortalecimento dos vínculos familiares como fator de prevenção e superação 
de dificuldades. 
2.2 Quais são os resultados e os impactos esperados para a sociedade? 
Os resultados esperados com a proposta são: 
• Promover o fortalecimento dos vínculos familiares com vistas a diminuir o 
sofrimento emocional dos membros; 
 
• Promover o conhecimento sobre o que é violência autoprovocada e ideação 
suicida, bem como o que é, e como promover a saúde mental especialmente 
no âmbito das famílias; 
 
• Orientar as famílias sobre a importância de ser espaço de promoção da 
saúde, identificando precocemente os sinais de sofrimento emocional, casos 
de automutilação e ideação suicida, orientando-os sobre como proceder e 
onde obter ajuda; 
 
• Capacitar profissionais da área da educação, conselheiros tutelares, líderes 
comunitários e religiosos, comunidades terapêuticas, órgãos e instituições 
interessadas no tema, para identificação de casos de automutilação e 
ideação suicida, fortalecendo a rede de atenção, encaminhamento e apoio 
em parceria com outros entes públicos; 
 
• Oferecer mecanismos de orientação e apoio de pósvenção em caso de 
famílias vitimadas pelo suicídio; 
 
17 
 
 
• Estimular o acesso à atenção psicossocial das pessoas em sofrimento 
psíquico agudo ou crônico, especialmente daquelas com histórico de 
ideação suicida, automutilações e tentativa de suicídio; 
 
• Orientar sobre como abordar adequadamente os familiares e as pessoas 
próximas das vítimas de suicídio a fim de orientá-los sobre a assistência 
psicossocial; 
 
• Informar e sensibilizar a sociedade sobre a importância e a relevância das 
lesões autoprovocadas como problema de saúde pública passíveis de 
prevenção; 
 
• Promover a articulação intersetorial para a prevenção da automutilação e do 
suicídio, envolvendo entidades de saúde, educação, comunicação, 
imprensa, polícia, entre outras; 
 
• Prevenir e reduzir no âmbito das famílias, o número de casos e mortes 
associados à automutilação e ao suicídio. 
 
2.3 Quais são as ações a serem implantadas? 
As ações do Projeto-piloto Acolha a Vida tem como enfoque o fortalecimentodos vínculos familiares, vez que relações familiares frágeis podem gerar diversos 
tipos de sofrimento emocional, contribuindo para a prática da automutilação e o 
suicídio, especialmente no âmbito familiar. 
Desse modo, são necessárias ações que promovam a orientação para que 
as famílias sejam espaços de promoção da saúde, antecipando a identificação de 
membros, especialmente crianças e adolescentes em sofrimento emocional. 
A implantação de ações de orientação às famílias e ações para capacitação 
de profissionais, organismos e instituições envolvidas com a temática, contribuirão 
de maneira efetiva para a prevenção da prática da automutilação e do suicídio. 
Dessa forma, as ações a serem implantadas serão estruturadas no seguinte 
eixo temático: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• 
 
18 
 
O eixo temático Família-Saúde Mental trata de ações alusivas às influências 
que o enfraquecimento das relações familiares geram na saúde tanto física quanto 
mental dos membros da família, inclusive famílias em situação de vulnerabilidade. 
A saúde emocional dos membros é um fator que interfere diretamente nas 
relações familiares e interferem na ocorrência de automutilação e suicídio. 
Nesse eixo poderão ser diversos temas buscando a conscientização e 
disseminação de informações às famílias para serem um espaço de Promoção da 
Saúde Mental por meio do fortalecimento dos vínculos familiares, buscando 
prevenir o sofrimento emocional e a violência autoprovocada. 
Dentre os temas que poderão ser tratados e transformados em ações de 
políticas públicas tem-se: 
• O que é o sofrimento emocional e doença mental; 
• Preconceito e estigmas com o sofrimento emocional e a doença mental; 
• O que são transtornos mentais; 
• Dependência química, vício em álcool e outras drogas e suas 
consequências na saúde emocional e mental; 
• Reconhecimento de sinais de sofrimento emocional que podem gerar a 
ocorrência da automutilação e do suicídio; 
• Família como espaço de promoção da saúde visando o reconhecimento 
antecipado do sofrimento emocional; 
• Canais de ajuda para famílias e a pósvenção quando a família tem casos 
de automutilação ou sofre com a ocorrência de tentativas e/ou suicídios; 
• Família como formadora de inteligência emocional; 
• Como manejar as emoções na família, inclusive em tempos de pandemia 
e de crise; 
• Recursos de prevenção e enfrentamento à automutilação e o suicídio; 
• Como a violência doméstica e intrafamiliar (maus tratos contra membros); 
• Violência física ou psicológica como bullying; 
• Abuso sexual e pedofilia; 
• Abandono e a negligência próprio lar; 
• Capacitação de profissionais e interessados em criar mecanismos de 
enfrentamento à automutilação e ao suicídio com foco no fortalecimento dos 
vínculos familiares 
• Os fatores de risco, proteção, verdades, mitos e orientação de conduta 
associados ao comportamento da automutilação e do suicídio; 
• Orientações sobre como promover encontros de formação em escolas, 
conselhos tutelares, igrejas, comunidades terapêuticas, organizações públicas 
ou privadas e a sociedade em geral, especialmente envolvida com crianças e 
adolescente que tenham interesse no tema; 
• Fatores que enfraquecem as relações familiares e causam sofrimentos 
emocionais capazes de gerar a prática da automutilação e do suicídio. 
 
 
 
19 
 
Com base no eixo temático do Projeto-piloto Acolha a Vida, as ações já 
realizadas são: 
Em atenção às “Metas Nacionais Prioritárias” relativas à “Agenda de 100 
dias de Governo”, lançada pelo Governo Federal em 23 de janeiro 2019, uma 
das metas de responsabilidade do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos 
Humanos (MMFDH), era a Meta 20 que correspondia a uma Campanha nacional 
de prevenção ao suicídio e à automutilação de crianças, adolescentes e jovens. 
Assim, em 20/03/2019 foi criado por meio da Portaria Nº 107, de 20 de 
março de 2019 (0713102), um Grupo de Trabalho (GT), com o intuito de debater 
e estudar os assuntos relativos à temática; permitir a troca de informações e 
experiências entre os Ministérios com pertinência temática e especialistas e; 
viabilizar o desenho e a implementação de uma política pública continuada e 
integrada na matéria. O GT foi coordenado pelas Secretarias da Família, da 
Juventude e da Criança e Adolescente, e tinha como integrantes membros de 
cada uma das secretárias do MMFDH, além de membros-convidados de outros 
Ministérios. 
Ocorre, no entanto, que os trabalhos do GT ficaram prejudicados por 
diversos fatores como a reestruturação de cargos nos Ministérios e a exoneração 
de membros participantes, provocando a inatividade de ações por parte do GT. 
Assim, a Secretaria Executiva do MMFDH em 20/07/2020, emitiu Despacho 
1001(SEI Nº 00135.201367/2019-31 – Doc. 1232007) no qual consta a 
informação de que o GT fora revogado tacitamente pelo Decreto no 10.139, de 
28 de novembro de 2019. 
No Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, a Secretaria 
Nacional da Família/Departamento de Desafios Sociais no Âmbito Familiar, 
assumiu diversas ações visando a prevenção e o enfrentamento á automutilação 
e ao suicídio, por meio da Campanha Acolha a Vida registradas no Processo SEI 
Nº 00135.201367/2019-31. Dentre as ações cita-se: 
a) Produção de vídeos sobre automutilação e suicídio com psiquiatras 
e psicólogos especialistas: Dr. André Sales - psiquiatra e Dr. Carlos Aragão Neto 
– psicólogo e; pessoas públicas e artistas: Primeira-dama Michele Bolsonaro, 
Luiza Brunet, Regina Duarte, Lars Grael e Técnico Bernardinho. Material 
deisponivel no portal do MMFDH: https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/acolha-
a-vida/videos-campanha-acolha-a-vida; 
b) Protocolo de Intenções (SEI Nº 00135.201367/2019-31 – Doc. 
0750440) firmado entre o MMFDH e a União Nacional dos Legisladores e 
Legislativos Estaduais (UNALE). A ação ocorreu nos seguintes municípios: 
Brasília-DF em 06/05/2019; Manaus- AM em 13/06/2019; Florianópolis-SC em 
29/08/2019 (vide SEI 00135.220110/2019-89); Rio de Janeiro-RJ em 19/09/2019 
(vide SEI 00135.222025/2019-55) 
 
20 
 
c) Protocolo de Intenções (SEI Nº 00135.201367/2019-31 – Doc. 
0937503) com Associação Nacional das Universidades Particulares (ANUP). A 
parceria não gerou ações práticas. 
d) Lançamentos de Campanhas do Acolha a Vida nos seguintes: Macapá, 
AP (18/07/2019 – SEI 00135.220743/2019-97); Divinópolis, MG (26/09/2019 – 
SEI 00135.221823/2019-60); Teresina, PI (30/09/2019 – SEI 
00135.221533/2019-16); Suzano, SP (24/07/2019 – SEI 00135.216868/2019-12) 
e Recife-PE. 
e) Elaboração do estudo “O suicídio e a automutilação tratados sob a 
perspectiva da família e do sentido da vida” produzido pela SNF/DEDSAF 
disponível no endereço: https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/acolha-a-
vida/estudo-suicidio-e-automutilacao.pdf. 
f) Realização do I Seminário Internacional sobre automutilação e 
suicídio – Realizado pelo MMFDH e IFFD em Brasília-DF no primeiro semestre 
de 2019 e contou com a presença dos especialistas nacionais e internacionais. 
g) Confecção de cartazes com o tema Acolha a Vida e imagens de 
artistas de renome como Regina Duarte, Luiza Brunet, Lars Grael, Bernardinho 
e Michele Bolsonaro. 
h) Criação do Portal do Acolha a vida que hospeda vídeos, 
informações, rede de apoio e diversas informações relacionadas a temática da 
automutilação e do suicídio. O portal está disponível no sítio do MMFDH no 
endereço https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/acolha-a-vida 
i) Distribuição das cartilhas de prevenção ao suicídio e automutilação 
confeccionada pela CPI dos Maus-tratos contra Criança e Adolescente do 
Senado Federal “Vamos conversar sobre prevenção ao suicídio?” 
j) Confecção folder “Acolha a Vida – Porque a vida sempre vale a pena” 
como preparação para o lançamento da Cartilha Acolha a vida que ocorrerá como 
ação do Setembro Amarelo de 2020 
k) Participação do MMFDH/DEDSAF no evento Depressão e Suicídio em 
26/07/2019, realizado pela prefeitura de Pinhais/PR coma presença de 300 
participantes. 
Não foi realizado o monitoramento do alcance das ações realizadas, no 
entanto, a tabela abaixo pode servir de parâmetro para possíveis mensurações. 
 
https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/acolha-a-vida/estudo-suicidio-e-automutilacao.pdf
https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/acolha-a-vida/estudo-suicidio-e-automutilacao.pdf
 
21 
 
Ação Público atingido ou 
quantidade de material 
produzido 
Observação 
a) Produção de vídeos sobre 
automutilação e suicídio com 
psiquiatras e psicólogos 
especialistas e artistas 
disponíveis no portal do 
MMFDH 
Divulgado nas redes sociais 
(alcance imensurável) e 
disponível no site do 
MMFDH 
O MMFDH até a presente 
data, não possui controle dos 
acessos. 
b) Protocolo de Intenções 
(SEI Nº 00135.201367/2019-
31 – Doc. 0750440) firmado 
entre o MMFDH e a União 
Nacional dos Legisladores e 
Legislativos Estaduais 
(UNALE) 
Atingiu 4 cidades: Brasília-
DF; Manaus- AM; 
Florianópolis-SC; Rio de 
Janeiro-RJ em 19/09/2019 
(vide) 
 
Em média, 200 participantes 
em cada evento. 
c) Protocolo de Intenções 
MMFDH e Associação 
Nacional das Universidades 
Particulares (ANUP). 
N/A Sem ações práticas com a 
ANUP. 
d) Lançamentos de 
Campanhas do Acolha a 
Vida feitas pela 
SNF/DEDSAF 
Atingiu 5 cidades: Macapá-
AP; Divinópolis-MG; 
Teresina-PI; Suzano-SP; 
Recife-PE. 
Em média, 200 participantes 
em cada evento. 
e) Elaboração do estudo “O 
suicídio e a automutilação 
tratados sob a perspectiva da 
família e do sentido da vida” 
Divulgado nas redes sociais 
(alcance imensurável) e 
disponível no site do 
MMFDH 
O MMFDH até a presente 
data, não possui controle dos 
acessos. 
f) Realização do I Seminário 
Internacional sobre 
automutilação e suicídio – 
Realizado em Brasília-DF 
Realizado em Brasília-DF Média, 250 participantes em 
cada evento. 
g) Confecção de 
cartazes com o tema Acolha 
a Vida e imagens de artistas 
de renome como Regina 
Duarte, Luiza Brunet, Lars 
Grael, Bernardinho e Michele 
Bolsonaro. 
Divulgado nas redes sociais 
(alcance imensurável) e 
disponível no site do 
MMFDH 
 
O MMFDH até a presente 
data, não possui controle dos 
acessos. 
h) Criação do Portal do 
Acolha a vida que hospeda 
vídeos, informações, rede de 
apoio e diversas informações 
relacionadas a temática da 
automutilação e do suicídio 
Divulgado nas redes sociais 
(alcance imensurável) e 
disponível no site do 
MMFDH 
O MMFDH até a presente 
data, não possui controle dos 
acessos. 
 
22 
 
i) Distribuição das 
cartilhas de prevenção ao 
suicídio e automutilação 
confeccionada pela CPI dos 
Maus-tratos contra Criança 
e Adolescente do Senado 
Federal “Vamos conversar 
sobre prevenção ao 
suicídio?” 
 
Distribuídas cerca de 10.000 
cartilhas 
Recebemos de doação 
50.000 cartilhas que foram 
sendo distribuídas ao longo 
de 2019, 2020 e continuarão 
ao longo de 2021 
j) Confecção folder 
“Acolha a Vida – Porque a 
vida sempre vale a pena” 
Será divulgado nas redes 
sociais (alcance 
imensurável) e ficará 
disponível no site do 
MMFDH 
Espera-se ter 
monitoramento e controle 
da quantidade do envios 
por mala direta da 
SNF/DEDSAF 
 
k) Participação do 
MMFDH/DEDSAF no 
evento Depressão e 
Suicídio em 26/07/2019, 
 
Evento muito anunciado nas 
rádios e emissoras locais de 
televisão, pois foi promovido 
pela Prefeitura de Pinhas/Pr 
Presença de 300 
participantes e lideranças 
locais. 
 
 
Com base no eixo temático do Projeto-piloto Acolha a Vida, as ações 
prevista para o período de 2020 e 2021 são: 
a) Produção de 1 (um) Curso dirigido para Famílias na modalidade à distância 
(EAD), em linguagem acessível, com textos de apoio e leituras 
complementares sugeridas, além de questões para avaliação acompanhado 
de conteúdo para cartilha dirigido às famílias; e conteúdo para 
disponibilização em aplicativo para pais e responsáveis. 
 
b) Produção de 1 (um) Curso na modalidade EAD em linguagem técnica, 
destinado aos profissionais da saúde, educação, conselhos tutelares, líderes 
comunitários, religiosos, comunidades terapêuticas e sociedade em geral 
interessada no tema, especialmente que atuem com crianças, adolecentes 
e famílias; contendo textos de apoio e leituras complementares sugeridas, 
além de questões para avaliação; roteiro para a apresentação/palestra do 
tema para pais e responsáveis e orientações para promoção de encontros 
com o público de interesse. 
 
 
23 
 
c) Realização de lançamentos da Campanha Acolha a Vida em diversos 
municípios do Brasil, envolvendo o público alvo desejado, especialmente 
pais, educadores, conselheiros tutelares, líderes comunitários e religiosos. 
Em função da pandemia por Covid-19, tais lançamentos deverão ocorrer por 
meio virtual e em municípios contemplados por emendas parlamentares e/ou 
municípios solicitantes; 
 
d) Elaboração e distribuição da Cartilha Acolha a Vida com orientação dirigida 
às famílias, educadores, conselheiros tutelares e líderes comunitários e 
religiosos sobre a identificação e prevenção à automutilação e do suicídio; 
 
e) Lançamento de Folder do Acolha a Vida com informações sobre como 
identificar membros em sofrimento emocional na família. O folder deverá ser 
lançado em formato digital para distribuição nas redes sociais e em formato 
para impressão gráfica. 
 
f) Produção de vídeos informativos de curta duração produzidos pela 
SNF/DEDSAF, no software de animações, sobre automutilação e suicídio, 
para serem divulgados no sítio do Ministério da Mulher, da Família e dos 
Direitos Humanos e disponibilizados para as redes sociais com o escopo de 
conscientizar as famílias e a sociedade sobre a ocorrência e a extensão do 
problema da automutilação e do suicídio, bem como de auxiliá-los no 
enfrentamento; 
 
g) Atualização de portal Acolha a Vida e disponibilização virtual de vídeos, 
informações, rede de apoio e orientações diversas sobre a temática; 
 
h) Articulação junto ao Ministério da Cidadania, de ações sobre a temática de 
prevenção ao suicídio e a automutilação; 
 
i) Firmar Termo de Parceria por meio de Protocolo de Intenções com a 
Federação Brasileira de Terapia Cognitiva ou outra instituição para produção 
de conteúdo para cartilhas com ou sem vídeos de curta duração, abordando 
temas afetos ao eixo Família e Saúde Mental, que deverão ser lançadas ao 
longo do ano de 2020 e 2021. 
 
j) Produção da Cartilha de Jogos para Famílias visando auxiliar famílias e 
educadores na abordagem de temas envolvendo sofrimento emocional e 
fortalecimento dos vínculos familiares. 
 
k) Participação no Comitê Gestor da Política Nacional de Prevenção da 
Automutilação e do Suicídio. Publicação do Decreto n.10.225, de 05 de 
fevereiro de 2020, que institui o Comitê Gestor da Política Nacional de 
Prevenção da Automutilação e do Suicídio. O documento também 
estabelece normas relativas à notificação compulsória da violência 
autoprovocada. 
 
24 
 
 
2.4 Quais são as metas de entrega dos produtos? 
 
A previsão de entrega das ações são as seguintes: 
AÇÃO METAS 
2020 2021 
a) Lançamento de Curso EaD 
dirigido às famílias. 
Alcançar, por meio dos 
multiplicadores, 50 famílias. 
Setembro de 2020. 
Alcançar, por meio dos 
multiplicadores, 2.000 famílias 
distribuídas no Brasil. 
Dezembro de 2021. 
b) Lançamento de Curso EaD 
dirigido a capacitação de 
profissionais e sociedade em 
geral . 
Alcançar, por meio dos 
multiplicadores, 50 
profissionais. 
Dezembro de 2020. 
Alcançar, por meio dos 
multiplicadores, 2.000 
profissionais distribuídos no 
Brasil. 
Dezembro de 2021. 
c) Lançamentos da Campanha 
Acolha a Vida (em ambiente 
virtual devido a pandemia por 
Covid-19) 
Alcançar 1 Estado brasileiro 
com as ações da campanha 
em virtude do Setembro 
Amarelo (Mês de 
enfrentamento ao suicídio). 
Setembro de 2020 
Alcançar 5 Estados brasileiros 
com as ações da campanha 
em virtude do Setembro 
Amarelo (Mês de 
enfrentamento ao suicídio).Setembro de 2021 
d) Distribuição da Cartilha 
Acolha a Vida 
Entrega de 2.000 exemplares 
distribuídas em até 1 
município brasileiro. 
Dezembro de 2020. 
Entrega de 10.000 exemplares 
distribuídos em 5 Estados 
brasileiros. 
Dezembro de 2021. 
e) Lançamento virtual do 
Folder do Acolha a Vida em 
preparação ao lançamento da 
Cartilha Acolha a Vida no 
Setembro Amarelo. 
Lançamento nas redes 
sociais (alcance imensurável) 
e envio do folder por e-mail 
para 200 entidades públicas 
ou privadas. 
Julho 2020. 
Reenvio nas redes sociais 
(alcance imensurável) e 
reenvio por e-mail para 200 
entidades públicas ou 
privadas. 
Julho 2021. 
f) Produção de vídeos 
informativos de curta duração 
produzidos pela 
SNF/DEDSAF, no software de 
N/A Divulgação nas redes sociais 
(alcance imensurável) e envio 
do do link para acesso por e-
mail para 200 entidades 
públicas ou privadas. 
 
25 
 
animações, sobre 
automutilação e suicídio. 
Julho 2021 
g) Atualização de portal 
Acolha a Vida 
Ação realizada em maio/2020 
– Sem controle de acessos 
Divulgação do link do Portal 
nas redes sociais (alcance 
imensurável) e envio do do 
link para acesso por e-mail 
para 200 entidades públicas 
ou privadas. 
Julho 2021 
h) Articulação junto ao 
Ministério da Cidadania, de 
ações sobre a temática de 
prevenção ao suicídio e a 
automutilação 
Ação em andamento por 
meio de reuniões iniciadas. 
Junho/2020 
N/A 
i) Firmar Termo de Parceria 
por meio de Protocolo de 
Intenções com a Federação 
Brasileira de Terapia Cognitiva 
ou outra instituição para 
produção de cartilhas com ou 
sem vídeos. 
Lançamento do material nas 
redes sociais (alcance 
imensurável) e envio do link 
para acesso por e-mail para 
200 entidades públicas ou 
privadas. 
Dezembro/2020. 
Divulgação do material nas 
redes sociais (alcance 
imensurável) e envio do link 
para acesso por e-mail para 
200 entidades públicas ou 
privadas. 
Dezembro/2021. 
j) Produção da Cartilha de 
Jogos para Famílias visando 
auxiliar famílias e educadores 
N/A Distribuir 3.000 unidades entre 
escolas e instituições que 
atuem com famílias. 
Outubro/2021. 
k) Participação no Comitê 
Gestor da Política Nacional de 
Prevenção da Automutilação e 
do Suicídio 
N/A N/A 
 
2.5 Apresentar a relação existente entre a(s) causa(s) do problema, as ações 
propostas e os resultados esperados. 
As principais causas da automutilação e do suicídio estão relacionadas a 
problemas familiares e a relacionamentos amorosos desfeitos num contexto de 
desatenção e ausência de assistência por parte dos familiares à pessoa em 
sofrimento. Muito disso decorre de fenômenos que ocorrem dentro da família, por 
exemplo, pais negligentes, pais ausentes, pais violentos, todo tipo de violência, 
 
26 
 
psicológica, física, sexual. Ou ainda o bullying dentro da escola ou cyberbullying, 
que é o bullying nas redes sociais (ARAGÃO,2020). 
 Esse contexto resulta, em sua maioria, da falta de preparo dos pais ou 
responsáveis por não conseguirem fazer com que a família seja um espaço de 
promoção da saúde no qual possam ser identificados antecipadamente membros 
em sofrimento emocional agravando as ocorrências da prática da automutilação e 
suicídio. Resulta ainda de profissionais despreparados, sobretudo, da área de 
educação e saúde para lidar com tais problemas advindos especialmente do 
ambiente familiar. 
Diante desse diagnóstico, espera-se que as ações propostas pelo Projeto-
piloto Acolha a Vida possam oferecer mecanismos de fortalecimento dos vínculos 
familiares e capacitar pais e profissionais sobre formas de prevenir, reconhecer os 
riscos, fatores de proteção e os comportamentos associados à automutilação e ao 
suicídio, especialmente no âmbito familiar. 
 
2.6 Apresentar a existência de políticas públicas semelhantes já implantadas 
no Brasil ou em outros países, reconhecidas como casos de sucesso. 
• Austrália (VICTORIA, 2016) 
A abordagem estratégica de prevenção do suicídio do governo estadual de 
Vitória, na Austrália, procura reduzir pela metade a taxa de suicídios do Estado 
até 2025. A estratégia envolve cinco objetivos principais: 
➢ Melhorar os pontos fortes e a capacidade individual e comunitária de 
prevenir o suicídio; 
➢ Apoiar grupos que correm maior risco de sofrimento psíquico e suicídio; 
➢ Fortalecer as abordagens ao alcance assertivo e aos cuidados pessoais 
quando uma pessoa que tentou suicídio sai do hospital ou de um 
departamento de emergência; 
➢ Testar e avaliar as iniciativas de prevenção ao suicídio e compartilhar os 
dados com as comunidades locais; e 
➢ Implantar uma abordagem coordenada da prevenção do suicídio na 
comunidade local. 
 
• Escócia (SCOTLAND, 2018) 
Em 2018, o Governo da Escócia designou um novo plano de ação para 
manter as estratégias de prevenção realizadas no período de 2013 a 2016. 
Segundo o texto da nova legislação, na última década, o país "alcançou grande 
progresso ao tratar desse problema extremamente importante". A norma aponta 
que, entre os anos de 2002 a 2006 e 2013 a 2017, a taxa de suicídio caiu 20%. 
https://www2.health.vic.gov.au/mental-health/prevention-and-promotion/suicide-prevention-in-victoria
https://www.gov.scot/publications/scotlands-suicide-prevention-action-plan-life-matters/
 
27 
 
Entre as medidas adotadas pela norma, está a criação e o financiamento de 
um grupo nacional de liderança e prevenção ao suicídio. O grupo será 
responsável por fazer recomendações para apoiar o desenvolvimento e a 
entrega de planos de ação locais de prevenção. Além disso, o governo escocês 
é encarregado de financiar a criação e a implementação de um novo 
treinamento em saúde mental e prevenção de suicídio. 
• Suíça( SWITZERLAND, 2018) 
Em 2016, o parlamento suíço adotou um plano nacional de ação para 
prevenção do suicídio, que inclui medidas para prevenção seletiva de grupos de 
pessoas que têm um risco de suicídio acima da média como, por exemplo, 
idosos, pessoas afetadas pelo desemprego, adolescentes LGBT ou 
prisioneiros. 
Promover intervenções que fortaleçam os recursos pessoais e sociais de 
crianças, adolescentes, adultos e idosos; conscientizar provedores de 
informações que estão em contato direto com grupos de risco e informá-los 
sobre comportamentos suicidas e intervenções eficazes para prevenção; bem 
como, consolidar serviços de aconselhamento e emergência e promover seu 
uso, são apenas algumas das dez medidas previstas no plano de ação. 
• Portugal (PORTUGAL, 2013) 
O Plano Nacional de Prevenção ao Suicídio de Portugal esteve em vigor 
entre os anos de 2013 e 2017 tendo como foco a prevenção da ideação suicida, 
comportamentos autolesivos e atos suicidas (tentativas de suicídio e suicídio 
consumado). 
O Plano apresentava o envolvimento multissetoriais, multiculturais e 
multiprofissionais, onde a vertente da saúde deverá funcionar como o núcleo 
central no planeamento, organização, operacionalização e avaliação, mas 
nunca de forma isolada. 
Dentre os vários objetivos, pode-se destacar: a uniformização da 
terminologia e dos registros de óbitos dos suicidas; aumentar níveis de bem 
estar psicológico; reduzir o acesso aos principais meios de suicídio e aumentar 
o acompanhamento de pessoas com ideação suicida. O plano foi encerrado por 
ocasião da crise financeira no país. 
 
https://www.migalhas.com.br/arquivos/2020/2/6B3C72B20B7ABC_suicide_prevention_in_switzerl.pdf
 
28 
 
3. DESENHO, ESTRATÉGIA DE IMPLEMENTAÇÃO E 
FOCALIZAÇÃO 
3.1 Quais são os agentes públicos e privados envolvidos e como atuarão na 
proposta? 
a) Atores públicos: Estados, Municípios, Ministério da Saúde, Ministério da 
Educação, Ministério da Cidadania, Secretaria Nacional da Criança e Adolescente 
(MMFDH), Secretaria Nacional da Juventude (MMFDH) e Secretaria Nacional da 
Família (MMFDH); 
b) Atores privados: escolas, associações, instituições sociais e religiosas. 
A metodologia a ser aplicadacom os agentes públicos e privados, para os 
anos 2020/2021 consiste nas seguintes estratégias de implementação: 
a) O Município aderente, deverá promover a divulgação maciça para ao atores 
públicos e privados de sua região, de um Evento de Lançamento do Projeto-
piloto Acolha a Vida, com duração de 2h. O evento poderá ser on line, 
enquanto durar o isolamento por Covid-19 e, posteriormente, poderá ser 
organizado presencialmente em espaço indicado pela prefeitura. (Opcional). O 
principal objetivo do Evento de Lançamento do Projeto-piloto Acolha a Vida, 
será sensibilizar especialmente os atores públicos e privados a aderirem ao 
Curso à Distância (EAD) de capacitação para profissionais. 
 
b) Tendo em vista que o Curso à Distância para capacitação de profissionais 
oferecerá um módulo de preparação de palestras dirigido às famílias, pretende-
se que os profissionais capacitados sejam multiplicadores, estando aptos a 
ministrarem palestras da temática de família como espaço de promoção da 
saúde mental em suas instituições (escolas, CRAS, Comunidades terapêuticas, 
Conselhos Tutelares, Igrejas) e sensibilizem o maior número de famílias a 
participarem do Curso EAD de orientação para famílias. 
 
c) O Curso EAD de orientação para famílias poderá ser realizado 
individualmente pelas famílias do município, porém, escolas, CRAS, 
Comunidades Terapêuticas, Conselhos Tutelares, Igrejas, poderão reunir as 
famílias e acompanha-las durante o curso, vez que os profissionais já 
capacitados no curso EAD receberão material apropriado para isso. 
 
d) Após o Curso à Distância para capacitação de profissionais, espera-se que 
o profissional esteja apto a ser multiplicador da temática, realizando palestras 
para pais e responsáveis objetivando conscientizar as famílias sobre seu papel 
como espaço de promoção da saúde identificando precocemente membros com 
sofrimento emocional, diminuindo os fatores de risco e contribuindo para a 
prevenção da automutilação e do suicídio. 
 
 
29 
 
e) Após a aplicação dos Cursos para profissionais e para Famílias, será realizado 
monitoramento por meio de questionários ou outros, para verificação do impacto 
da ação no Município. 
 
 
3.2 Apresentar possíveis articulações com outras políticas em curso no 
Brasil. 
O Projeto observará a Política Nacional de prevenção da Automutilação e do 
Suicídio – Lei 13.819, de 26 de abril de 2019 e estará em consonância com o 
Decreto nº 10.225, de 5 de fevereiro de 2020 que institui o Comitê Gestor da Política 
Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio e a regulamenta. 
 
3.3 Apresentar possíveis impactos ambientais decorrentes da execução da 
proposta. 
Não há. 
3.4 Apresentar estimativa do período de vigência da proposta. 
A proposta possui ações planejadas até o ano de 2021, no entanto, uma vez 
lançadas, deverão vigorar, sendo renovadas, enquanto houver índices crescentes 
de automutilação e suicídio no país. 
 
3.5 Qual o público-alvo que se quer atingir? 
O público-alvo prioritário, são as famílias brasileiras, no entanto, a proposta 
também é dirigida aos profissionais de educação, conselheiros tutelares, líderes 
comunitários e religiosos, comunidades terapêutica, organizações públicas ou 
privadas e a sociedade civil em geral, especialmente que lidam com crianças, 
adolescentes, jovens, idosos e secundariamente, o próprio público em sofrimento 
emocional sujeitos à automutilação e à ideação suicida. 
 
30 
 
 
3.6 Apresentar características e estimativas da população elegível à política 
pública. 
 Inicialmente, a campanha se dirige aos Municípios com população acima de 
100.000 habitantes e com maior índice de ocorrência de suicídios ou Municípios 
que, em função da disposição geográfica, tenham capilaridade para municípios 
próximos ou menores, mesmo que nesse caso, não apresente alto índice de 
suicídios. 
3.7 Apresentar critérios de priorização da população elegível, definidos em 
função da limitação orçamentária e financeira. 
Municípios que receberam emendas parlamentares para o lançamento da 
Campanha Acolha a Vida, seguido de municípios solicitantes com condições 
orçamentárias e financeiras de implementá-la e difundi-la. 
3.8 Descrever como será o processo de seleção dos beneficiários. 
Não haverá seleção de beneficiários pois a campanha é dirigida a todas as 
famílias brasileiras, bem como profissionais, organismos e instituições públicas ou 
privadas e toda sociedade interessada no tema. 
 
 
31 
 
4. IMPACTO ORÇAMENTÁRIO E FINANCEIRO 
 
4.1 Apresentar análise dos custos da proposta para os entes públicos e os 
particulares afetados. 
O custo inicial estimado para as ações do Projeto-piloto Acolha a Vida são 
os seguintes: 
AÇÃO VALOR PREVISTO TOTAL 
2020 2021 R$ 
a) Produção de conteúdo par 
Curso EaD dirigido às famílias 
e b) Produção de Curso EaD 
dirigido a capacitação de 
profissionais e sociedade em 
geral ( *). 
200.000,00 N/A 200.000,00 
c) Lançamentos da Campanha 
Acolha a Vida (em ambiente 
virtual devido a pandemia por 
Covid-19) 
N/A N/A 0,00 
d) Elaboração da Cartilha 
Acolha a Vida (**) 
61.200,00 N/A 61.200,00 
e) Lançamento virtual do 
Folder do Acolha a Vida em 
preparação ao lançamento da 
Cartilha Acolha a Vida no 
Setembro Amarelo. 
N/A N/A 0,00 
f) Produção de vídeos 
informativos de curta duração 
produzidos pela 
SNF/DEDSAF, no software de 
animações, sobre 
automutilação e suicídio. 
N/A N/A 0,00 
g) Atualização de portal 
Acolha a Vida 
N/A N/A 0,00 
h) Articulação junto ao 
Ministério da Cidadania, de 
N/A N/A 0,00 
 
32 
 
ações sobre a temática de 
prevenção ao suicídio e a 
automutilação 
i) Firmar Termo de Parceira 
por meio de Protocolo de 
Intenções com a Federação 
Brasileira de Terapia Cognitiva 
para produção de cartilhas 
com ou sem vídeos. 
N/A N/A 0,00 
j) Produção da Cartilha de 
Jogos para Famílias visando 
auxiliar famílias e educadores 
N/A 50.000,00 50.000,00 
k) Participação no Comitê 
Gestor da Política Nacional de 
Prevenção da Automutilação e 
do Suicídio 
N/A N/A 
 TOTAL em R$ 311.200,00 
 (*) Valor estimado de gastos em torno de 220.000,00: pois prevê-se utilizar TR entre SNDCA e a SNF, com 
recursos do PNUD BRA/10/007. O valor da hora trabalhada considerada para esta consultoria é de: R$ 85,00, 
totalizando o valor de R$ 59.840,00 (cinquenta e um mil, oitocentos e cinquenta reais). No entanto, prevê-se 
gastos de até 200.000,00 para que a Universidade de Goiás produza e ofereça a plataforma AVA/MEC as aulas 
para o EAD 
(**) Valor estimado para produção de 60 mil cartilhas que serão distribuída para 0s 27 Municípios indicados 
no cronograma de atendimento. Prevê-se a entrega de 2.000 cartilhas para cada município. Valor unitário 
por cartilha apurado em R$ 1,06 preço médio de mercado realizado em Abril de 2020. 
 
4.2 Se a proposta de criação, expansão e aperfeiçoamento da ação 
governamental implicar aumento de despesas ou renúncia de receitas e 
de benefícios de natureza financeira e creditícia, apresentar: 
4.2.1) estimativa do impacto orçamentário-financeiro no 
exercício em que deva entrar em vigor e nos dois subsequentes: 
A proposta não apresenta custos mensuráveis para os entes 
públicos. 
4.2.2) Se as medidas foram consideradas nas metas de 
resultados fiscais previstas na lei de diretrizes orçamentárias; 
Não se aplica. 
 
33 
 
 
4.2.3) Se as medidas de compensação, no período mencionado, 
foram consideradas na proposta, ocasionando a renúncia de 
receitas e benefícios de natureza financeira e creditícia: 
Não se aplica. 
 
4.2.4) Demonstração da origem dos recursos para seu custeio 
quando se tratar de despesa obrigatória de caráter continuado: 
Não se aplica. 
 
4.3 Apresentar declaração de que a medida tem adequação orçamentária e 
financeira com a Lei Orçamentária Anual, compatibilidade com o Plano 
Plurianual e com a Lei de Diretrizes Orçamentárias. 
Os recursos de 2020são provenientes de emendas partidárias e de 
dotações orçamentárias de despesas discricionárias do MMFDH, estando em 
conformidade com o Plano Plurianual, com a Lei de Diretrizes Orçamentárias e 
com a Lei Orçamentária Anual. 
Enquadra-se na Ação Orçamentária 21AS - Fortalecimento da Família e no 
Plano Orçamentário 0004 – Convivência Familiar e Comunitária de Crianças e 
Adolescentes, conforme indicado abaixo: 
 
 
Ressalta-se que para o ano de 2020, foram recebidas emendas 
parlamentares para ações do Projeto-piloto Acolha a Vida que totalizam R$ 
370.227,00 em recursos: 
 
34 
 
 
Emendas recebidas para Campanha Acolha a Vida – 2020* 
 Parlamentar UF Valor (R$) 
01 Carla Zambeli SP 100.000,00 
02 Chris Tonietto RJ 100.000,00 
04 Lucas Gonzalez MG 100.000,00 
05 Silas Câmara AM 70.227,00 
TOTAL 370.227,00 
*Valores sujeito a alteração. 
Pretende-se que o atendimento aos municípios obedeçam o cronograma a 
seguir, que estará sujeito a modificações conforme articulações com os 
parlamentares e a demanda voluntária de municípios solicitantes. 
 CRONOGRAMA DE ATENDIMENTO DOS MUNICÍPIOS 2020/2021 
 UF MUNICÍPIO POPULAÇÃO2 ÍNDICE SUICÍDIO1 Quantidade de 
Cartilhas 
01. SP Marília (13) 235.234 7,2 2.000 
02. SP Jundiaí (23) 409.497 6,1 2.000 
03. SP SJ dos Campos (72) 703.219 2,6 2.000 
04. SP Suzano (28) 290.769 5,8 2.000 
05. RJ Teresópolis (1) 176.060 6,2 2.000 
06. RJ Niterói (4) 499.028 4,8 2.000 
07. RJ Campos dos 
Goytacazes (7) 
490.288 4,7 2.000 
08. RJ Nova Friburgo(2) 185.381 5,9 2.000 
09. MG Patos de Minas (1) 150.893 14,6 2.000 
10. MG Uberlândia (10) 676.613 7,2 2.000 
11. MG Passos (2) 114.458 9,6 2.000 
12. MG Santa Luzia (3) 218.897 9,1 2.000 
13. DF Brasília (1) 3.039.444 5,5 2.000 
14. GO Itumbiara (1) 102.513 9,8 2.000 
15. MS Três Lagoas (1) 117.477 12,8 2.000 
16. MS Dourados (2) 218.069 11,0 2.000 
17. AM Manaus(2) 2.130.264 4,2 2.000 
18. RO Ariquemes (1) 107.345 9,3 2.000 
19. RO Porto Velho (2) 519.436 6,2 2.000 
20. PB Patos (1) 107.790 14,8 2.000 
21. SE Lagarto (1) 104.099 9,6 2.000 
22. SE Aracaju(2) 650.106 4,9 2.000 
23. RS Erechim (2) 103.437 14,5 2.000 
24. RS Santa Cruz do Sul (1) 127.429 18,8 2.000 
25. BA Alagoinhas (1) 155.979 8,3 2.000 
26. RR Boa Vista 332.020 7,2 2.000 
27. RR Caracaraí 20.807 0 2.000 
28. PA Marajó3 399.149 31 6.000 
1 - Índice de Suicídios no Brasil – 6,0 
 
35 
 
2 - Estimativa de população alcançada: 8.947.108 habitantes (exceto DF) 
 
4.4 Quais são os potenciais riscos fiscais da proposta? 
As despesas são discricionárias e contingenciáveis e a identificação, análise, 
avaliação e tratamento dos riscos, poderão ser vistos nas planilhas constantes do 
Anexo I: 
PLANILHA 1 – IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS 
PLANILHA 2 – ANÁLISE E AVALIAÇÃO DE RISCOS 
PLANILHA 3 – TRATAMENTO DE RISCOS 
 
36 
 
5 ESTRATÉGIA DE CONSTRUÇÃO DE CONFIANÇA E 
FOCALIZAÇÃO 
 
5.1 O conjunto de cidadãos e cidadãs apoia a política proposta por confiar 
que ela é relevante e que as instituições responsáveis irão levá-la a cabo? 
O tema da automutilação e do suicídio tem ganhado destaque na mídia e se 
tornado foco para organizações do terceiro setor, como é o caso do Centro de 
Valorização da Vida (CVV), por exemplo. 
Por ser um tema que afeta diretamente as famílias e envolve os vínculos 
familiares, o sofrimento emocional de crianças, adolescentes, jovens e idosos, 
vislumbra-se a formação de ambiente de confiança nas instituições responsáveis 
por levá-la a cabo, especialmente por envolver não só o poder público, mas também 
as organizações do terceiro setor e membros da Academia. 
 
5.2 Quais são as razões ou as evidências de que há envolvimento dos 
interessados, que levem os agentes internos e externos à política a 
apoiarem a sua execução e a estarem alinhados? 
 A mídia e redes sociais apresentam diversas iniciativas tanto da sociedade 
em geral, como de profissionais e especialistas em saúde mental, chamando 
atenção para o tema da automutilação e do suicídio, evidenciando o envolvimento 
dos interessados na execução de políticas públicas que levem a solução do 
problema no Brasil. 
Ademais, em 26 de abril de 2019, promulgou-se a Lei nº 13.819/2019 com o 
objetivo de impulsionar a política de prevenção à automutilação e o suicídio em 
todo Brasil. 
 
5.3 Como os envolvidos participam ou se manifestam na elaboração da 
proposta? 
A participação se dará pela própria conscientização e pelo envolvimento nas 
ações de conscientização da população em geral, bem como na distribuição de 
cartilhas, acesso aos cursos EAD, disseminação dos vídeos e materiais produzidos 
sobre o tema. 
A participação poderá ocorrer ainda, por meio do Comitê Gestor da Política 
Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio que contará com membros 
do Poder Executivo e representantes da sociedade civil. 
 
37 
 
 
5.4 A política proposta é uma prioridade das lideranças políticas? Já foram 
identificadas as lideranças que podem endossá-la? 
A política pública familiar é uma prioridade do Ministério da Mulher, da 
Família e dos Direitos Humanos, por isso a criação da Secretaria Nacional da 
Família e do Departamento de Desafios no Âmbito familiar para atender ao apelo 
nacional pelo enfrentamento da crescente incidência de mutilação e suicídio 
envolvendo membros da família como crianças, adolescentes, jovens e idosos do 
país inteiro. 
Como já demonstrado, a família com vínculos familiares fortalecidos, pode 
ser um ponto de transformação dessa realidade, especialmente por ser o principal 
local de promoção da saúde, atuando antecipadamente na identificação de 
membros em sofrimento emocional que podem agravar a ocorrência de 
automutilação e do suicídio. As famílias, nas palavras da Ministra Damares Alves, 
são prioridade no MMFDH que investe na prevenção e formação de agentes 
capazes de enfrentar os desafios sociais no âmbito familiar e enfrentamento da 
temática. 
 
5.5 Quais seriam as possíveis oposições ativas para a execução dessa 
política? 
Não se espera oposição ativa de nenhum segmento, especialmente porque 
visa-se uma ação transversal e em consonância com todos os setores. 
 
 
38 
 
6. MONITORAMENTO, AVALIAÇÃO E CONTROLE 
 
6.1 A política pública poderia ser implementada a partir de projeto-piloto? 
O Projeto Acolha a Vida será inicialmente implementado a partir de projeto-
piloto em município a ser selecionado, com o objetivo de verificar os aspectos 
normativos e a metodologia a ser aplicada nas ações da Campanha Acolha Vida. 
Os resultados do projeto balizarão a aplicação da política para os demais 
municípios. 
 
6.2 Como será realizado o monitoramento e quais serão os indicadores 
desse monitoramento ao longo da execução da política? 
A Secretaria Nacional da Família será a responsável pelo monitoramento do 
projeto que ocorrerá por avaliações escritas realizadas após cada lançamento, bem 
como pelo monitoramento dos acessos aos cursos EAD e ao portal. 
 
6.3 Posteriormente, como será realizada a avaliação dos resultados da 
política? 
A avaliação do programa será realizada pelo MMFDH em colaboração com 
os entes apoiadores por meio de comparação sobre o aumento e/ou diminuição 
dos índices de automutilação e suicídios nos municípios onde o projeto foi aplicado. 
 
6.4 Como se dará a transparência e a publicação das informações e dos 
dados da política? 
A SNF/MMFDH disponibilizará, em página própria na internet, todas as 
informações acerca do projeto, com a divulgação da distribuição de recursos que 
poderão ser destinados aos municípios, bem como do rol de entes apoiadores e 
instituições beneficiárias inscritas no projeto para aplicação do programa, incluídos 
os dados cadastrais e os benefícios recebidos por consultores. 
 
 
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6.5 Quais serão os mecanismos de controle a serem adotados? 
A elaboração de vídeos e/ou material gráfico será adquirido por meio de 
chamamento

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