Buscar

Fungos - Microbiologia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Importância dos fungos 
 
Exceto os dermatófitos, fungos raramente 
causam infecção em animais sadios e 
imunocompetentes, porém, em condições 
debilitantes podem penetrar acidentalmente as 
barreiras do hospedeiro, causando lesões 
denominadas geralmente por micoses. 
 
Classificação 
 
- Patógenos primários: causam micoses 
independente do estado imunológico do 
hospedeiro, como os dermatófitos. 
- Patógenos oportunistas: que se aproveitam do 
imunocomprometimento do hospedeiro, quebra 
da barreira de imunidade. 
 
Resposta imunológica 
 
Depende geralmente das células de defesa do 
organismo. 
 
Animal saudável: as infecções superficiais são 
combatidas com células de defesa da superfície, 
como fagócitos, que recebem auxilio de linfócitos 
Th17 e Th1. Quando essas superfícies corpóreas 
são invadidas pelo fungo, isso desencadeia uma 
inflamação aguda, por ativação das células NK, 
neutrófilos, fagócitos, macrófagos com formação 
de granulomas, influenciando na destruição dos 
fungos. 
 
Animal imunossuprimido (fatores 
predisponentes): é caracterizado pela presença 
dos linfócitos Th17 e Th1. O mal funcionamento 
desses linfócitos acarreta em uma quebra da 
imunidade de superfícies, dando chance para que 
agentes fúngicos e seus fatores de virulência, 
causem uma invasão e colonização dos tecidos, 
como lesões cutâneas ou micoses sistêmicas. Ou 
 
 
seja, esses animais são mais suscetíveis a ter uma 
menor resposta imunológica e lesões mais 
graves. 
 
Fatores predisponentes 
 
- Administração prolongada de antibióticos: 
pode desequilibrar a microbiota normal, trazendo 
uma competitividade com os agentes 
patogênicos (fungos oportunistas). 
- Tratamento para câncer: afetam a proliferação 
celular, atingindo o sistema imunológico do 
animal. 
- Terapias imunossupressores: corticoterapia. 
- Radiação 
- Desordens endócrinas 
- Exposição a altas doses de esporos: elementos 
reprodutivos dos fungos em suspensão no ar, que 
se disseminam rapidamente e ambientes de 
aglomeração (confinamento), que pode favorecer 
a ocorrência de micoses sistêmicas. 
- Caráter zoonotico 
 
Características gerais dos 
fungos 
 
 Reino Fungi 
 Eucariotos unicelulares ou pluricelulares 
onipresentes 
 Certa semelhança pelas células vegetais 
pela presença de parede celular – quitina; 
Membrana – ao invés do colesterol, é 
composta pelo ergosterol (polienos). 
Algumas drogas possuem a função de 
desintegrar a estrutura da membrana, 
afetando o ergosterol. 
 Morfologicamente diversos 
- Leveduras: unicelulares, apresentam 
uma estrutura mais oval, esférica e se 
reproduzem por fissão binaria ou 
brotamentos. A Saccharomyces cerevisae 
por exemplo está muito presente na 
fermentação da produção de pão e vinho. 
Fungos 
Nathália Muniz – Medicina Veterinária UFRB 
- Filamentosos ou bolores: pluricelulares, 
apresentam estrutura de cilindros, com 
crescimento apical. 
- Cogumelos: acúmulo de milhões de 
hifas, que degradam madeira, matéria 
orgânica. 
 Quimiorganotróficos: armazenam 
glicogênio, metabolismo 
aeróbios/anaeróbios facultativos e 
degradam a matéria orgânica do 
ambiente. 
 Saprófitos (fermentação – etanol, glicerol, 
penicilina, aflatoxina) 
 Crescem em pH mais baixo que as 
bactérias (pH 3.8–5.6); 
 Fase saprofítica: estrutura em filamentos 
ou bolores, degradando e consumindo 
matéria orgânica/meio de cultura (20 – 
30oC). 
 Fase parasitária (37°C): estrutura de 
leveduras nesta fase, quando eles passam 
a colonizar tecidos dos hospedeiros, 
podem apresentar uma mudança de 
estrutura, conhecido como dimorfismo. 
 Mutualistas: fungos que colonizam raízes 
de plantas (líquens, micorrizas), 
comensais (sobrevivem em superfícies das 
plantas/animais e podem se tornar 
patógenos oportunitas) ou parasitos 
(patógenos primários) 
 Reprodução sexuada e/ou assexuada: na 
reprodução assexuada, se dividem por 
brotamentos/fissão binária em leveduras 
ou filamentos com seu elemento 
germinativo (liberação de esporos, 
conídios). 
 
Formas e estrutura dos 
fungos 
 
 Unicelulares ou leveduras: 
- Divisão por brotamento ou binária 
- Em ágar formam colônias redondas, 
cremosas ou mucoides 
- Algumas apresentam cápsula de 
polissacarídeo 
- Microscopicamente, são células maiores que 
as bactérias, podem apresentar um formato 
ovoide, cigarrete, marca de sapato. 
 
 Filamentosos ou bolores (multicelulares): 
- Crescimento ramificado: hifas – extensão 
apical – micélio (milhões de hifas) = tapete 
- Divisão por septo: cenocíticas (sem septo) 
ou septadas (com septo) 
- O crescimento em ágar geralmente ocorre 
com a formação de um micélio vegetativo na 
parte interior do ágar (na superfície) e 
aquelas que crescem para fora do ponto de 
inoculação, formando hifas aéreas, ou seja, 
estruturas reprodutivas que alojam os 
esporos. 
- Esses esporos se apresentam na forma de 
conídio ou de esporângios, (no qual formam 
uma bolsa ou vesícula que armazena os 
esporângiofaros, e no momento da 
reprodução, estes esporos são liberados no 
ar, podendo contaminar outras superfícies 
para formar novos organismos fúngicos. 
- Colônias filamentosas, fariáceas, aveludadas 
ou algodonadas. 
 
Estrutura e diferenciação 
 
Artroconídios 
- Esporos que são formados e subsequentemente 
liberados durante o processo de fragmentação de 
hifas. Podem ser formados sucessivamente como 
em dermatófitos (A), ou interpostos a células 
vazias, como no Coccidioides immitis (B). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Blastoconídios 
- Conídios (setas) que são produzidos por 
brotamento, a partir de uma célula mãe (A), por 
hifas (B) ou de pseudo-hifas (C). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Clamidoconídios 
- Esporos resistentes com parede espessa que 
contém produtos de armazenamento. Essas 
estruturas são formadas por alguns fungos em 
condições ambientais desfavoráveis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Macroconídios 
- Conídios grandes multisseptados que são 
produzidos por dermatófitos em cultura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Microconídios 
- Conídios pequenos que são produzidos por 
certos dermatófitos. 
 
 
 
 
 
 
 
Fialoconídios 
- Conídios produzidos por fiálides, que surgem de 
uma vesícula (bolsa). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esporangiósporos 
- Esporos que são liberados quando um 
esporângio maduro se rompe. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Micoses 
 
- Micoses superficiais: dermatomicoses, 
causadas por leveduras comensais, 
sobrevivem na microbiota normal de mucosas 
da superfície e podem causar micoses 
oportunistas. 
- Micoses cutâneas: dermatofitoses, são 
causadas por fungos queratinofílicos, que 
crescem e degradam superfícies 
queratinizadas da pele e degradam queratinas 
presentes nos anexos. 
- Micoses subcutâneas: na parte mais 
profunda da pele, pode causar lesões crônicas 
que podem, por vez, se disseminar para 
outros tecidos. 
- Micoses sistêmicas: transmissão por via 
respiratória, podem causar micoses 
pulmonares e se disseminar para diversos 
órgãos. Geralmente dependem do estado de 
imunodeficiência. 
 
Micoses superficiais 
 
 Malassezia 
- Leveduras, lipofílica (tem afinidade por 
lipídios, crescem em regiões de transição 
mucocutânea, entre pele e superfícies 
mucosas, ricas em glândulas sebáceas, 
secreções lipídicas), são dermatomicoses, 
globosas e elipsoidal (forma de sapato em 
cultura). 
- Sinonímia: pitirosporose, dermatite 
malassézica 
- Atinge a microbiota da pele de cães e 
gatos hígidos 
- Pele hígida 
- Condutos auditivos 
- Região perioral 
- Região perianal e sacos anais 
- Dobras cutâneas 
 
 
 
 
 
 
Espécies 
- M. pachydermatis: mais importante para 
medicina veterinária, como um agente etiológico 
normalmente causadora de micoses externas. 
- M. sympodialis 
- M. furfur 
- M. globosa 
- M. restricta- M. obtusa 
Quadros dermatológicos: age normalmente 
como agente oportunista (quadros secundários). 
 
- Otite por malassezia: cães e gatos, apresentam 
lesões na orelha externa, animal de orelha caída 
(mantém o ambiente úmido, aquecido, que acaba 
favorecendo o crescimento de bactérias como a 
estafilococos e consequentemente haja um 
desequilíbrio e fungos oportunistas como a 
malassezia acabem invadindo o local), 
predisposição por picadas de ectoparasitos. 
- Malasseziose tegumentar: comum em cães e 
pouco comum em gatos. 
 
Etiopatogenia 
- Supercrescimento: obesidade (maior disposição 
lipídica pelo corpo), fatores anatômicos (orelha 
caída ou grandes) que levam ao aumento de 
produção do cerúmen. 
- Imunossupressão: Fiv e Felv em felinos, drogas 
imunoduladoras. 
- Dermatopatias primárias: alergopatias (animais 
atópicos), endocrinopatias, seborreia. 
- Predisposição genética: West W. H. Terrier, 
Basset Hound, Cocker Sp. Inglês, Shih Tzu, Teckel, 
Poodle, Pastor Alemão, Setter Inglês. 
 
Ruptura da barreira cutânea + fatores 
predisponentes = supercrescimento da levedura 
 adesão aos corneócitos (células produtoras de 
queratinas). 
- Liberam seus fatores de virulência: lipases, 
proteases, fosfolipases, oxigenases. 
- Ativação de resposta inflamatória favorece a 
formação de lesões, como eritema, inflamação, 
prurido e lignificação. 
 
Manifestações clínicas 
 
Malassezia tegumentar: prurido, oleosidade, 
odor rançoso, eritema (lesões hemorrágicas, 
descamação, formação de crostas), deposição de 
material fibroso (queratose, liquenificação e 
hiperpigmentação); podem atingir outros locais 
de forma crônica. 
 
Otite por malassezia: pode ocorrer pela picada 
de ectoparasitas, aquecimento por orelhas 
caídas, lesões otorreicas, 
acastanhadas/amareladas, odor de vinagre (o que 
diferencia de outras otites), eritema, queratose, 
hiperplasia de condutos, maneios cefálicos 
(coceiras, leva a cabeça para o lado da lesão). 
 
 
Diagnóstico 
Raspado de pele, fita adesiva, zaragatoa (swab), 
decalque. Todos esses métodos são de coleta do 
material de lesões. 
 
Resultados 
- Citologia cutânea: é feita uma divisão do 
número de leveduras contadas pelo campo de 
imersão. Se for superior a 3 leveduras, indica que 
está ocorrendo um crescimento anormal de 
malassezia no local, ou seja, uma dermatite 
malassezica. 
- Citologia otológica: Se for superior a 10 
leveduras, indica lesão de otite malassezica. 
 
Cultivo micológico: valor discutível. 
- Meios de cultura: ágar sabouraud dextose e 
ágar de dixon/Mycosel (sp lipodependentes). 
 
Micoses cutâneas 
 
Fungos queratinofílicos – são dermatofitos, 
atingem a pele, pelo, unhas, garras, cornos, 
penas. Liberam enzimas proteolíticas que agem 
sobre a queratina. Conseguem invadir as células 
epiteliais, sofrendo lesões como irritação, 
hiperplasia e inflamação dérmica 
(hiperqueratose). 
 
Epidemiologia: fungos filamentosos, bolores. 
- Tricophyton mentagrophytes – roedores, 
coelho, cães, gatos, homem 
- Tricophyton verrucosum – bovinos, ovinos e 
caprinos 
- Tricophyton equinum – equinos, homem 
- Microsporum canis – cães, gatos, homem 
- Microsporum gypseum – cães, gatos, equinos, 
homem 
- Epidermophiton spp. (antropofílicos) 
 
Transmissão 
 
- Contato direto: pelos, descamação, crostas 
contaminadas. 
- Contato indireto: fômites (roupas, toalhas, 
pentes, tesouras, caixas de transportes, coleiras, 
casinhas, etc). 
- Ambiente contaminado: tão longo quanto 18 
meses 
- Portadores assintomáticos 
 
Manifestações clínicas 
- Período de incubação: 1 a 3 semanas 
- Distribuição das lesões: focal, multifocal e 
disseminada. 
- Prurido variável 
- Lesões: alopecia, crostas, descamação, pápulas. 
 
Diagnóstico 
- Lâmpada de Wood 
Luz ultravioleta 330 – 380nm 
Se a dermatofitose for a Microsporum canis, os 
fungos emitem uma fluorescência. 
- Exame direto  raspado de pele: presença de 
hifas septadas ou não e as vezes 
esporos/microconídeos. Os macroconídeos nunca 
são observados, apenas por meio de cultura. 
 
Cultura para fungos: prova de ouro, é geralmente 
feita pelo: 
- Ágar sabouraud 
- Teste DTM (Dermatophyte Test Medium), 
específico para detecção de dermatofitos 
- Mycosel 
Incubação: 10 a 21 dias, no escuro, 30°C, 30% 
umidade. 
 
PS: diferença entre Microsporum e Tricophyton 
- Os microsporum apresentam macroconídeos 
com formato fusiforme (de barca), a parede e 
septos mais espessos e de superfície rugosa. 
- Os tricophyton apresentam macroconídeos com 
septos mais delgados/finos e parede lisa. 
 
Micoses subcutâneas 
 
São causadas por fungos oportunistas, presentes 
no ambiente, causam micoses subcutâneas 
(piogranulomas). Em contato com a camada 
subcutânea, estimulam uma resposta 
inflamatória muito grande, causando lesões 
purulentas. 
- Fungo dimórfico: homem e animais 
- Distribuição cosmopolita (em qualquer parte do 
planeta). 
- Encontrados em: folha, cascas de arvores, 
madeiras, roseiras, espinhos de plantas, algas, 
bambus, terra, insetos, poeira, em animais 
marinhos e até na atmosfera. 
- Exemplo altamente contagioso: Sporothrix 
schenkii ou Esporotricose, principalmente em 
felinos. Podem causar até mesmo infecções 
sistêmicas dependendo do grau de lesão. 
Biologia 
Fungo dimórfico: 
- Micelial, 25°C (saprófita); 
- Leveduriforme, 37°C (fase parasitária, quando 
atingem os tecidos infectados); 
Fatores de virulência: 
- Contém adesinas 
- Dimorfismo; 
- Termotolerância; 
- Lipídio 
- Ácido siálico: degrada elementos do sistema 
complemento 
- Peptídio ramomanan 
- Melanina: as cepas mais virulentas produzem 
mais melanina, ou seja, quanto maior a 
pigmentação de um meio de cultura, maior o seu 
fator de virulência e agressividade. 
- Resistência a fogositose 
- Resistência a Anfotericina B 
- Maior invasibilidade 
 
Epidemiologia 
 
Espécies suscetíveis 
 
- Cães: animais em contato com solo, plantas. 
- Gatos: machos não castrados de 1 a 5 anos, com 
livre acesso à rua são mais suscetíveis. Além 
disso, são portadores assintomáticos da micose. 
- Humanos: doença ocupacional 
 
Papel do felino na cadeia epidemiológica: 
- Acesso livre a ruas 
- Grande quantidade de fungo nas lesões 
- Podem carrear pelas suas garras 
- Habito de afiar as unhas: 
** Estudo feito no Rio Grande do Sul: fungo 
isolado da unha de 7 gatos (29,1%). 
** Gatos saudáveis como fonte de infecção para 
humanos. 
 
Aspectos clínicos 
 
Síndrome cutânea fixa 
 
- Forma mais comum em felinos; 
- Lesões nodulares, centro necrótico-ulcerado 
(cancro esporotricótico), crostas e exsudação 
purulenta; 
- Pápula ou placa infiltrada, verrucosa, ulcerosa, 
macular e erupção descamativa. 
 
Síndrome linfocutânea 
 
- Forma é mais comumente observada em 
humanos e cães. 
- Difusão das leveduras para o sistema linfático, 
produzindo cadeia de nódulos subcutâneos 
firmes (rosário esporotricótico), às vezes ulceram. 
 
Síndrome cutânea disseminada 
 
- Aspecto variável que se distribuem por toda 
pele; 
- Geralmente há comprometimento do estado 
geral do paciente. 
 
Síndrome extracutânea 
 
- Comprometimento de um ou mais órgãos: 
fígado, pulmão, TGI, SNC, olhos, baço, ossos, 
articulações, rins, coração; 
- Letargia, anorexia, prostração, hipertermia. 
- Humanos: terapia imunossupressora, 
transplantes ou decorrentes de doenças 
debilitantes; 
 
Aspectos clínicos – 
Felinos 
Felino, SRD, 5 anos. 
 Lesões ulceradas, crostas, hemáticas 
disseminadas. 
 Regiões cefálicas, pavilhões auriculares e 
membros; 
 Evolução: 4 meses 
 Em humanos: nodos linfocutâneos em 
cadeias que podem se romper e ulcerar. 
 
Diagnóstico 
- Micológico direto: aspirados, esfregaços direto. 
Se observam em mios as células de defesa as 
leveduras com sua morfologia em “cigarrete”. 
- Isolamento e identificação: inoculação dematerial da crosta, pelos, pele em Ágar 
Sabouraud. Formam-se blastoconídeos 
microscopicamente. 
 
Recomendações 
- Avental impermeável, descartável, de manga 
longa; 
- Máscara cirúrgica descartável; 
- Luvas de procedimentos, lavagem das mãos 
(clorexidina 2%, PVPI 1% degermante); 
- Óculos de acrílico; 
- Sapatos fechados; 
- Cabelos presos cobertos por touca; 
- Caso de acidentes: permitir o sangramento e, 
posteriormente lavar a região lesionada com 
água e sabão. 
 
Manejo do local, do material e dos 
instrumentos 
 
- Mesa de atendimento: hipoclorito de sódio 1% + 
álcool 70%; 
- Piso e paredes: hipoclorito 1%; 
- Descarte de materiais perfurocortantes; 
- Descarte de luvas, máscaras, toucas, aventais e 
outros: saco branco, com identificação de risco 
biológico; 
- Instrumentos cirúrgicos: lavagem e esterilização; 
- Animais submetidos à eutanásia ou necropsia: 
sacos brancos, com identificação de risco 
biológico até incineração. 
 
Micoses sistêmicas 
 
- Fungos sistêmicos 
- Muitos são dimórficos: apresentam uma 
morfologia em fase saprofítica e diferente na fase 
parasitária. 
- Infecção por inalação e pode disseminar para 
outros órgãos dependendo do avanço da 
infecção. 
- Fatores do hospedeiro são determinantes: 
Aspergilose e Zigomicose acometem animais 
imunocomprometidos. 
- Acomete lesões granulomatosas e 
piogranulomatosas. É primariamente uma 
infecção respiratória, ocorre após a inalação de 
esporos. Como os esporos de A. fumigatus são 
pequenos, podem passar ao longo do trato 
respiratório superior e ser carregados até porções 
terminais da árvore brônquica. Pode haver 
também a disseminação para pele, ossos, SNC e 
vísceras, dependendo da imunidade celular. 
- São pouco contagiosos, não sendo transmitidas 
por contato. 
 
 
Aspergillus spp. 
 Bolores onipresentes, oportunistas – 
depende de defesa prejudicada do 
hospedeiro para estabelecer um quadro 
de micose sistêmica. 
 Aspergillus fumigatus é mais frequente 
em animais e humanos. 
 Epidemiologia: acomete aves, 
ruminantes, cães, gatos, cavalos e 
humanos. 
 Apresentam hifas septadas e estrutura de 
frutificação assexuada que nasce em 
conidiósporos e podem ser liberadas no 
ar. Quando encontram um ambiente 
favorável formam hifas que vão do micélio 
vegetativo às vesículas expandidas – 
cadeias de conídios pigmentados. 
 No hospedeiro somente hifas; 
 Corpos de frutificação úteis ao 
diagnóstico. 
 
Fatores de virulência 
 
- Parede celular: PAMPS, que são moléculas de 
superfície, reconhecidos pelas células de defesa 
por receptores. 
- Enzimas extracelulares: proteases, elastases, 
fosfolipases e catalases, que vão degradar as 
estruturas do meio extracelular afim de gerar 
elementos orgânicos metabólicos importantes 
para o crescimento desses fungos. 
- Aquisição de ferro: sideróforos para adquirir 
transferrina e lactoferrina. 
- Melanina: reduz a toxicidade de radicais livres 
do O2. 
 
Transmissão: inalação ou alimentação por fontes 
ambientais – solo, vegetação, alimento, água e 
fômites; inoculação intramamária (mastite); 
intrauterina (subclínica). 
Patologia e clínica: infecção pulmonar e 
disseminada, envolvendo principalmente rins e 
SNC. Pode levar a mortalidade de 50% em aves 
jovens, mastite e aborto em ruminantes, 
osteomielite em cães, diarreia em gatos. 
 
Diagnóstico 
Certas condições clínicas específicas, como 
micose nas bolsas guturais, podem sugerir o 
envolvimento de espécies de Aspergillus. Com 
isso, o exame endoscópico pode ser usado para 
detectar lesões na cavidade nasal e nas bolsas 
guturais. 
Aspergillus famigatus: As colônias podem ser 
fariáceas, grandes, apresentando áreas de 
pigmentação. 
- Procedimentos moleculares, como técnica da 
reação em cadeia da polimerase, estão sendo 
desenvolvidos para detectar A. fumigatus em 
espécimes clínicos. 
- Testes sorológicos estão fundamentados em 
fases de crescimento ou em antígenos específicos 
de hifas de A. fumigatus. Em cães, ELISA é 
considerado o teste sorológico mais confiável. 
Aspergillus nigar: possui pigmentação escura das 
colônias 
Aspegillus flagus: pigmentação esverdeada, em 
geral são corpos de frutificação que apresentam 
fileiras.

Continue navegando